JORNAL VER A CIDADE - ANO 5 - EDIÇÃO 161 - São Paulo, 28 de setembro a 03 de outubro de 2024
Crianças e adolescentes sofrem com mudanças climáticas, alerta Unicef
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Para conscientizar população, SP leva imagens de incêndios para estações de trem, metrô e ônibus
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A L E R T A C I D A D Ã O
Crianças e adolescentes sofrem com mudanças climáticas, alerta Unicef
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta em novo levantamento divulgado na segunda-feira (23) sobre a importância de novos prefeitos e prefeitas investirem em medidas voltadas à resiliência climática e à garantia dos direitos de crianças e adolescentes. No Brasil, 33 milhões de menores enfrentam pelo menos o dobro de dias quentes a cada ano, em comparação a seus avós. Utilizando como base uma comparação entre as médias dos anos 1970 e de 2020-2024, a análise mostra a velocidade e a escala com que os dias extremamente quentes estão aumentando. Esses dias são aqueles em que se registram temperaturas acima de
Jornal Ver a Cidade: 20.000 exemplares Entregues em corredores comerciais, semáforos, estações ferroviárias e terminais de ônibus municipais e intermunicipais
35ºCelsius (ºC). No Brasil, a média de dias extremamente quentes passou de 4,9 ao ano na década de 1970 para 26,6 na década de 2020. As crianças e os adolescentes são os que sentem, por mais tempo e com maior intensidade, impactos de ondas de calor e outros eventos climáticos extremos. O estresse térmico no corpo, causado pela exposição ao calor extremo, ameaça a saúde e o bem-estar de crianças e mulheres grávidas. “Os perigos relacionados ao clima para a saúde infantil são multiplicados pela maneira como afetam a segurança alimentar e hídrica, a exposição à contaminação do ar, do solo, e da água, e a infraestrutura, pois interrompem os serviços para crianças, incluindo educação, e impulsionam deslocamentos”, explica Danilo Moura, Especialista em Mudanças Climáticas do Unicef no Brasil. Diante desse cenário, o órgão pede que candidatos e candidatas às prefeituras se comprometam a preparar as cidades para enfrentar e lidar com as mudanças climáticas, com foco especial nas necessidades e vulnerabilidades de meninas e meninos.
Transição energética: a aliança dos setores público e privado para o avanço da agenda verde no Brasil
O ser humano e o processo evolutivo são indissociáveis. Nossos antepassados descobriram diferentes formas de gerar energia, da força animal à queima de combustíveis fósseis. Tantos anos depois, a transição energética continua sendo um dos maiores desafios do século. A matriz energética brasileira passou por uma evolução significativa entre 1970 e 2022. Em 1970, era dominada por fontes não renováveis. Nas duas décadas seguintes, o país iniciou sua diversificação, com participação de fontes renováveis. Atualmente, a matriz é majoritariamente composta por fontes renováveis, como energia hidráulica, que representa 56,8% de toda a eletricidade produzida no Brasil. O assunto ganhou uma outra conotação devido às questões ambientais envolvidas. O planeta não vai suportar por muito tempo as emissões de carbono, responsáveis pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas. No Brasil, o processo ganha destaque com o Programa de Transição Energética (PTE) desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). O PTE tem como objetivo discutir cenários de transição energética de longo prazo, com metas ambiciosas e estratégias detalhadas para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. No ano passado, foram publicados importan -
Por Marcos Lima
tes estudos que dão um norte sobre o futuro e o cenário para a transição energética no país. Os relatórios mostram que o Brasil deve alocar cerca de R$233 bilhões até 2050 para alcançar a descarbonização estipulada pelo PTE. Alcançar essa meta ambiciosa implica na formação de uma aliança entre os setores público e privado para atingir um objetivo comum e benéfico para todos: um futuro mais verde e sustentável para as próximas gerações. O Brasil está em uma trajetória promissora rumo à transição energética, com um forte apoio do mercado financeiro e parcerias estratégicas que visam promover a sustentabilidade e a descarbonização da economia. Mas vale ressaltar que os atuais episódios climáticos como; excesso de chuvas ou falta dela, demonstram como os investimentos robustos, regulamentações em constante evolução e uma matriz cada vez mais diversificada, são mais que necessárias no cenário atual dando a oportunidade do país aproveitar seu o potencial e se tornar um líder global em energia limpa e soluções sustentáveis.
é Coordenador de Negócios
Sustentáveis do BV
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Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
Crianças sentem mais os efeitos dos dias quentes
MARCOS LIMA
Flagrantes de fraudes metrológicas em bombas de combustíveis aumentam o valor da multa
O Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), autarquia do Governo do Estado, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, que tem como objetivo promover a confiança nas relações de consumo, no mercado de combustíveis, atua sob as diretrizes do Inmetro, seguindo as normas e padrões estabelecidos na fiscalização em bombas medidoras de combustíveis no estado. Durante as fiscalizações, se o posto for autuado tem dez dias para apresentar defesa ao órgão. De acordo com a lei federal 9.933/99, com a atualização do Inmetro, as multas podem chegar a R$ 1,5 milhão. Conforme o Inmetro, é amplamente conhecido o crescente número de ações irregulares de modificação de bombas medidoras de combustíveis líquidos com a finalidade de fraudar e obter ganhos ilícitos. Essas ações prejudicam não apenas o consumidor, mas também a concorrência leal e a confiança no mercado. Considerando a importância da união de esforços para intensificar as ações de combate às fraudes me-
trológicas e reconhecendo a necessidade de tornar menos atrativas as práticas criminosas por meio de iniciativas que combatam as irregularidades, desde 2 de setembro todas as irregularidades caracterizadas como fraudes em bombas medidoras de combustíveis, evidenciadas, inclusive, por meio de autos de infração das equipes de fiscalização, tem como multa até R$ 1,5 milhão. A norma tem a finalidade de dificultar fraudes eletrônicas no abastecimento de veículos. A fiscalização do Ipem
As placas e componentes eletrônicos das bombas de combustíveis apreendidas durante as fiscalizações de rotina e operações especiais são encaminhadas ao laboratório de Metrologia 4.0 do Ipem para perícia. Após a realização dos ensaios metrológicos, é confeccionado o laudo técnico que determinará ou não a fraude metrológica apontada a partir da conclusão do processo de fiscalização em postos. Na sequência são realizados os trâmites burocráticos no Ipem, inclusive, a emissão de ofício à Secretaria da Fazenda e Planejamento, e ao Ministério Público do Estado de São Paulo, que a partir daí, tomará as providências necessárias para a cassação da inscrição estadual e as punições cíveis a serem aplicadas
aos responsáveis pelo estabelecimento autuado. Em paralelo, além de autuar o estabelecimento, o Ipem-SP apura a responsabilidade da oficina encarregada da manutenção das bombas de combustíveis. Caso seja comprovada a participação da oficina na fraude, é revogada sua autorização de manutenção de bombas de combustíveis.
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Equipe do Ipem em fiscalização
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
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Hidrate-se! Estratégias para enfrentar o calor e prevenir a desidratação
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À medida que a temperatura aumenta, a desidratação e a insolação também se tornam mais frequentes. Por isso, os cuidados com a ingestão de líquidos devem ser redobrados. A desidratação ocorre quando o corpo perde mais fluidos do que ingere, comprometendo diversas funções essenciais, como a termorregulação, a eliminação de resíduos, a lubrificação das articulações e o transporte de nutrientes. Para ajudar a identificar sinais de desidratação e como preveni-los, a nutricionista Adriana Stavro dá algumas dicas de cuidado para este período de clima quente. O equilíbrio hídrico é regulado com precisão no metabolismo. Estudos recentes sugerem que, mesmo uma leve desidratação — uma perda de água corporal de 1 a 2% — pode ter consequências negativas para a saúde, como cefaleias, irritabilidade, diminuição do desempenho físico, redução da função cognitiva, fraqueza nas extremidades, hipotonia dos globos oculares, hipotensão ortostática e taquicardia. Sinais de desidratação em adultos: Menos micção (xixi); Ausência de suor; Irrita -
Manter a hidratação é importante para não afetar as funções do corpo
bilidade ou ansiedade; Fadiga; Tontura; Boca seca e/ou tosse seca; Constipação e Urina de cor mais escura (não clara nem transparente). Como prevenir a desidratação
A melhor maneira de evitar a desidratação é certificar-se de beber no mínimo 35 ml de água por kg de peso ao dia, além de consumir outros líquidos, como chás e alimentos ricos em água. Esses alimentos não apenas ajudam
a hidratar, mas também fornecem vitaminas, minerais e fibras. Algumas sugestões são melancia, laranjas, alface, tomates e abacaxi. Dicas Rápidas para Prevenir a Desidratação Vista-se adequadamente: use roupas leves e de cores claras para ajudar a manter o corpo fresco. Faça pausas na sombra: Procure sombra regularmente, especialmente durante as horas mais quentes do dia.
Evite álcool: O álcool pode agravar a desidratação, pois atua como um diurético e aumenta a produção de xixi. Refresque-se com banhos frios: Um banho frio pode ajudar a baixar a temperatura corporal e proporcionar alívio.
Mantenha sempre água por perto: Tenha uma garrafinha de água com você para facilitar a hidratação ao longo do dia.
Monitore a cor da sua urina: Uma urina clara é um sinal de boa hidratação, enquanto uma urina escura pode indicar desidratação.
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Lixômetro: SP já retirou 58 milhões de quilos de lixo do Rio Pinheiros
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) já retirou mais de 58 milhões de quilos de lixo flutuante do Rio Pinheiros, na capital paulista. Entre os campeões estão garrafas pet, isopor (marmitas, por exemplo) e brinquedos. Objetos com volume maior também são vistos com frequência, como sofás e colchões. Foram investidos quase R$ 100 milhões na coleta desse lixo desde o começo do ano passado pelo Programa IntegraTietê – que promove ações de recuperação do mais importante rio paulista e de seus afluentes, como o Pinheiros. Toda essa poluição difusa chega ao curso d’água pela ação humana, com o lançamento direto no rio, ou pelas chuvas, que acabam arrastando a sujeira jogada nas ruas de toda a bacia do Pinheiros – ou seja, de bairros como Jaguaré, Itaim Bibi, Morumbi, Guarapiranga, Vila Olímpia, Panamby e Capão Redondo. É importante citar que a colaboração da sociedade em realizar o descarte do lixo de maneira correta é essencial para a limpeza do rio.
Para conscientizar a população, a Semil e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) lançaram o Lixômetro do Rio Pinheiros. O painel exibe o alto volume de materiais retirados do canal e o gasto de dinheiro público para realizar a limpeza do lixo superficial. Os dados serão atualizados semanalmente. O equipamento ficará na Casa Conectada, localizada no Parque Bruno Covas. As retiradas desses materiais são realizadas por meio de um barco que navega ao longo dos 25 quilômetros do Pinheiros. Após a coleta, os detritos são levados para um local chamado “área de rebaixo” (onde são depositados para secar) e, depois, colocados em caçambas e encaminhados para aterro sanitário. Há ainda o volume de materiais sólidos removidos nas grades das Usinas Elevatórias Pedreira e São Paulo pela Emae. De janeiro de 2023 até agosto deste ano, foram removidos 1,038 milhão de quilos de materiais. Em agosto, foi anunciado um investimento de R$ 79,5 milhões em outra ação estratégica para a melhoria do Pinheiros, que é o desassoreamento de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do fundo do rio. O contrato iniciado em julho também faz
parte do programa IntegraTietê. Desde 2023 até agosto, foram retirados 1,7 milhão de metros cúbicos de sedimentos por meio do programa, volume equivalente à carga de 121 mil caminhões basculantes. Se esses caminhões fossem enfileirados, alcançariam uma distância de 1.200 km – mais do que uma viagem entre São Paulo e Porto Alegre.
As retiradas desses materiais são realizadas por meio de um barco que navega ao longo dos 25 quilômetros do Pinheiros
Conheça os principais tipos de surdez e como tratá-los
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
A perda auditiva é um problema de saúde comum que pode impactar profundamente a qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas apresentam algum grau de surdez, e até 2050, esse número pode chegar a 2,5 bilhões. No Brasil, a deficiência auditiva atinge cerca de 10 milhões de cidadãos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Marcado por diversos eventos da comunidade surda, o mês de setembro concentra o Dia Nacional do Surdo, celebrado no dia 26. Em alusão à data, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) esclarecem que a surdez pode ocorrer em diferentes níveis e formas, sendo classificada em três principais tipos. Surdez condutiva
Acontece quando há um bloqueio ou problema na condução do som através do ouvido externo, ou médio até o ouvido interno. As causas podem incluir infecções, presença de cera, secreção persistente
atrás do tímpano, perfuração do tímpano,tumores, malformações da orelha e/ou dos ossículos do ouvido. “O tratamento varia conforme a causa e pode incluir a remoção da cera, uso de antibióticos para infecções ou até procedimentos cirúrgicos, como por exemplo: reparando uma perfuração do tímpano ou reconstruindo os ossículos do ouvido. Podendo também ser utilizado aparelhos auditivos em algumas situações,” declara o especialista da ABORL-C CF e presidente da SBO, Dr. Robinson Koji Tsuji.
Surdez neurossensorial
Ocorre devido a danos nas células sensoriais do ouvido interno ou no nervo auditivo, como envelhecimento, exposição prolongada a ruídos altos, doenças genéticas e ao uso de medicamentos ototóxicos. Esse tipo de perda auditiva, geralmente, é irreversível, mas pode ser tratada com o uso de aparelhos auditivos ou, em casos mais graves, com implantes cocleares.
Surdez mista
É uma combinação de surdez condutiva e neurossensorial. Nesse caso, o paciente apresenta tanto problemas na condução do som quanto danos nas células ou no nervo auditivo. Entre os fatores que desencadeiam a situação, estão infecções crônicas no ouvido, otosclerose, traumas ou lesões no ouvido. “O tratamento depende do grau da perda auditiva em cada componente. Cirurgias podem ser indicadas para tratar a parte condutiva, enquanto aparelhos auditivos ou implantes cocleares podem auxiliar na surdez neurossensorial”, afirma o médico.
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Surdez tem diferentes tipos e tratamentos
Para conscientizar população, SP leva imagens de incêndios para estações de trem, metrô e ônibus
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O Governo de São Paulo está levando imagens de incêndios para estações de trem, metrô e pontos de ônibus com o objetivo de conscientizar a população sobre os cuidados para evitar queimadas durante os períodos de estiagem. As cenas em vídeo mostram um incêndio de grandes proporções e trazem alertas importantes para a população. As peças publicitárias serão instaladas nos túneis das estações Rebouças, Morumbi, Cidade Jardim e Vila Olímpia da Linha-9 da Via Mobilidade e no túnel de transferência entre o trem e o metrô da estação Pinheiros. Nesses locais, os vídeos trazem situações a serem evitadas: jogar bitucas de cigarro nas rodovias, soltar balões, acender fogueiras em áreas de mata e queimar lixo ou mato em terrenos. Painéis digitais também estarão ao longo de toda a Linha-9 na Marginal Pinheiros e em 50 pontos de ônibus da capital com mensagens da campanha, que foi idealizada pela agência Baila Creative Co. A abordagem da campanha institucional
São Paulo Sem Fogo traz a mensagem de que os incêndios não precisam chegar até esses locais para atingir o dia a dia de todos. A campanha começa em meio a mais um alerta da Defesa Civil do Estado, por meio do Centro de Gerenciamento de Emergências, que avisa para as altas temperaturas e risco elevado de incêndios até a próxima quinta-feira (26). O Mapa de Risco de Incêndio indica grau máximo em todas as regiões do estado, exceto no Litoral. O clima seco e instável, com a queda da umidade relativa do ar (URA), requer atenção especial em áreas de vegetação. As temperaturas podem chegar a 34 °C na região metropolitana de São Paulo, no período mais quente do dia. Para São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília e Presidente Prudente, as temperaturas devem ficar na faixa dos 39° C, com URA abaixo dos 20%. Em Franca, Barretos e Ribeiro Preto, os termômetros podem registrar temperaturas máximas de 38°C, com URA abaixo dos 20%. Nas regiões de Araraquara e Bauru, a temperatura máxima foi de 37 °C, com URA abaixo dos 25%. Com risco elevado para queimadas e previsão de
Campanha publicitária alerta população sobre as queimadas
tempo quente e seco, são recomendados cuidados com a saúde, que incluem hidratação constante e proteção do sol. A prática de atividade física ao ar livre deve ser evitada nos horários mais críticos do dia, e é recomendado o uso de soro nos olhos e nariz.
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Manejo com fogo, contrafogo e queimadaentenda a diferença
Fogo como combate a incêndios descontrolados exige técnicos especializados
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O uso controlado de fogo na agricultura é instrumento importante para o combate aos incêndios descontrolados, porém demanda conhecimento técnico e qualificação dos profissionais que irão aplicá-lo. Seu uso foi regulado no final de julho, por meio da Política Nacional de Manejo In-
tegrado do Fogo, e é avaliado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Para entender um pouco mais sobre o manejo com fogo, a Agência Brasil consultou especialistas. Vladimir Arraes, coordenador da Operação São Paulo sem Fogo, que organiza os esforços do governo paulista na prevenção de queimadas e incêndios criminosos ou acidentais nos meses de seca, explicou que uma das principais ferramentas é a Queima Prescrita, que consiste em uma técnica planejada e controlada de uso do fogo, empregada por especialistas (geralmente brigadistas ou engenheiros florestais) para reduzir a quantidade de material combustível (como folhas secas, galhos e vegetação densa) em área específica. Seu uso ajuda a prevenir incêndios descontrolados e a manter a saúde de ecossistemas que dependem do fogo. “É executada em condições meticulosamente monitoradas, como clima adequado, umidade e ventos moderados, para garantir que o fogo fique confinado à área planejada”, completa o gestor. Outra técnica é o contrafogo. Se trata do “fogo ateado de encontro a um incêndio florestal para impedir-lhe a propagação, técnica que exige conhecimento específico de manejo”, completa Arraes. Ambas as técnicas são de uso de brigadistas,
bombeiros técnicos e engenheiros florestais. Já a queimada controlada é o uso do fogo para fins agrícolas, e pode ter diferentes finalidades, como explicou o professor Edson Vidal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), para quem “o uso do fogo foi e sempre será uma alternativa viável em alguns contextos e biomas como o cerrado, desde que siga orientações técnicas e científicas. O manejo da queimada deve levar em consideração a frequência, intensidade e época da queima e se o período não é atípico como agora, em que a seca extrema aliada à umidade baixa deixa os recursos florestais bem suscetíveis ao fogo”. Ela pode ter diversas finalidades e deve ser autorizada pelos órgãos de controle estaduais. Tanto a queimada quanto o incêndio descontrolados e sem finalidade são crimes, com reclusão que pode variar de seis meses a quatro anos, dependendo da intenção e dos meios usados. Seus impactos são intensos e foram experimentados nos últimos meses, quando o país viu a quebra de marcas históricas de incêndios em diversos biomas. Com informações de Agência Brasil.