JORNAL UNICIDADE - ANO 2 - EDIÇÃO 96 - São Paulo, 02 a 08 de novembro de 2024

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Áreas verdes podem diminuir em até 5 graus a temperatura no meio urbano

Excesso de consumo de energéticos pode levar a transtornos psíquicos, alerta especialista da USP

Estudo revela que mais de 50% dos casos de demência na América Latina são evitáveis

8 Seguro obrigatório voltará a ser pago em 2025

Foto: Freepik
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Excesso de consumo de energéticos pode levar a transtornos psíquicos, alerta especialista da USP

As bebidas energéticas se popularizaram nos anos 2000, após estratégia de marketing focada no cotidiano corrido. Assim, o mercado de energéticos ganhou espaço no orçamento dos brasileiros, se tornando cada vez mais presente no dia a dia. Segundo dados da analista de mercado Scanntech, entre janeiro e agosto de 2024, o volume de vendas de energéticos cresceu em torno de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Estudos mais recentes trazem uma associação do alto consumo de energéticos com mais ansiedade, mais sintomas depressivos, mais comportamentos de risco, então você tem uma associação. O aumento e

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o consumo excessivo se associam a essas coisas. Não se trata de uma relação de causalidade, mas com certeza há uma ligação, que já é relevante para a saúde mental da população”, alerta o professor Fernando Asbahr, psiquiatra coordenador do Ambulatório de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria da USP. O excesso de consumo desses produtos pode gerar problemas graves à saúde e está associado a diversos transtornos psíquicos. “O consumo dos energéticos, por si só, já traz um excesso nas quantidades de substâncias que possuem. A cafeína, um dos principais elementos dessas bebidas, vem em uma concentração muito maior nos energéticos do que no cafezinho que a gente está habituado”, diz o psiquiatra. Segundo ele, muitos dos efeitos sobre a saúde, em particular a saúde mental, e sobre comportamentos parecem estar associados à cafeína. “É importante lembrar que a cafeína é um potente estimulador do sistema nervoso central e o abuso dessa substância gera consequências graves.”

“Oi, NEM” - Enem e o Novo Ensino Médio

Se aproxima uma nova edição do Enem. Na multidão de candidatos, pessoas formadas nos moldes do antigo ensino médio e outras que vivenciaram, em meio a turbulências, total ou parcialmente, o Novo Ensino Médio - NEM. A mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade. As novidades afetaram também a oferta de componentes curriculares como Arte, Educação Física, Filosofia, Sociologia, e Espanhol, que passou a ser oferecido opcionalmente com preferência sobre outras línguas. Um aspecto importante a ser enfatizado, em relação a essa parte, foi a liberdade trazida por esse novo desenho, a qual propiciou altos voos na criação de percursos. Nesse cenário, a proposta era de que houvesse um novo Enem, a ser implantado em 2024, o qual desse conta de conciliar tudo isso. Ocorre que a previsão não se concretizou, dadas a suspensão da implantação e as modificações do NEM. E agora? Como ficam os estudantes que se prepararam para um novo que não veio? Em relação ao exame especificamente, a maior preocupação dos professores certamente está no esvaziamento de conteúdos que a nova ordem provocará.

É óbvio: menor número de aulas, menor volume de assuntos estudados. E, caso as provas deste ano tenham caráter fortemente conteudista, é provável que os candidatos que passaram pelo NEM tenham mais dificuldade. Já se a prova trouxer um enfoque maior nas habilidades relacionadas às competências de cada área de conhecimento, pode ser que o impacto seja menor. Aliás, talvez os que passaram pelo NEM levem até alguma vantagem, dado que os itinerários formativos, em tese, seriam montados com a pegada “mão na massa”. Os educadores que atuam no ensino médio lidam com a sensação permanente de “enxugar gelo” e seguem com o dilema frustrante de querer/buscar inovar, ao reconhecer que o velho modelo não serve — não como algo que deva ser descartado, mas, sim, atualizado —, e, ao mesmo tempo, de responder às exigências impostas por um sistema educacional e por processos seletivos que, invariavelmente — quiçá inevitavelmente —, limitam em grande medida o fazer pedagógico. É o que temos para hoje!

ÊNIO CÉSAR DE MORAES

é coordenador do Ensino Médio no Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília.

Bebida é composta por cafeína que, em excesso, pode causar sintomas de ansiedade
Por Ênio César de Moraes

Formação de novas policiais permite a ampliação da Cabine Lilás para todo o estado de SP

A rede de proteção e apoio à mulher ganhou um importante reforço do Governo de SP. Um grupo de 28 policiais concluiu o curso de capacitação para o atendimento na Cabine Lilás, projeto criado em março deste ano pelas secretarias de Segurança Pública e de Políticas para a Mulher para atender vítimas de violência doméstica. O treinamento das policiais vai permitir a ampliação do atendimento para todas as regiões do estado. A formatura do Programa Complementar de Treinamento da Cabine Lilás foi realizada no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de São Paulo, onde as policiais receberam treinamento durante uma semana. No curso, elas tiveram aulas de psicologia, direito, redes de apoio, medidas protetivas e funcionamento das Delegacias da Defesa da Mulher. “Estamos trabalhando intensamente para que a mulher do Estado de São Paulo saiba que ela tem onde buscar acolhimento e segurança. Para que ela possa ficar mais tranquila, e isso

para a gente é um orgulho”, disse a secretária de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro. A Cabine Lilás já atendeu mais de 4,3 mil chamados por meio do número 190 em sete meses. Foram 2,5 mil orientações sobre como obter a medida protetiva, sendo que 124 agressores foram conduzidos à delegacia com o apoio das operadoras da cabine por descumprimento das regras impostas pela Justiça. 21 deles permaneceram presos. O serviço de proteção e rede de apoio à mulher pode ser solicitado pela própria vítima ou ser ofertado pelo atendente, caso a mulher queira falar diretamente com uma policial ou se tiver dúvidas em relação a quais medidas adotar caso seja agredida. “Em quase todas as vezes, as mulheres nos ligam quando já aconteceu a agressão, quando o suspeito não está mais no local. Enquanto a gente despacha a viatura até o endereço, ficamos com a pessoa na linha dando apoio psicológico e passando as orientações”, comenta a cabo Raiane Cavalcante, que fez parte da primeira turma do programa.

A militar também reitera que muitas vítimas ligam já fragilizadas e com vergonha de irem até a delegacia. Então, elas são orientadas a abrir um boletim de ocorrência sem sair de casa, por meio do aplicativo SP Mulher Segura. A denúncia é direcionada diretamente para a DDM Online.

Formatura de policias para atuação na Cabine Lilás
Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
Foto: Marcelo Camargo/Governo de São Paulo

Estudo revela que mais de 50% dos casos de demência na América Latina são evitáveis

Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e publicado em artigo na revista The Lancet Global Health revelou que 54% dos casos de demência na América Latina são atribuíveis a fatores de risco modificáveis, um índice acima da média mundial de 40%. A pesquisa, liderada por Claudia Kimie Suemoto, professora da disciplina de Geriatria da FMUSP, destaca a urgência de intervenções preventivas na região. Fatores de risco modificáveis são condições que podem ser alteradas no estilo de vida ou com acesso a tratamentos médicos. Ou seja, podem ser prevenidas. A partir de dados da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Honduras, México e Peru, o estudo analisou medições de 12 fatores: baixa educação, perda auditiva, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, inatividade física, diabete, consumo excessivo de álcool, poluição do ar e lesão cerebral traumática. Coletadas entre 2015 e 2021, as amostras variaram de 5.995 a 107.907 participantes, com idades a partir dos 18 anos. “Essa é a primeira vez que uma região inteira tem um estudo tão robusto. Não existe nada parecido na Europa nem na Ásia, que também são conjun-

ções de países, como é a América Latina”, explicou a professora da FMUSP. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente 55 milhões de pessoas têm demência ao redor do mundo e mais de 60% dos casos se concentram em países em desenvolvimento. A instituição calcula que em 2050 esse número aumentará para mais de 150 milhões.

Demência resulta de uma variedade de doenças e lesões que afetam o cérebro. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e pode contribuir entre 60% e 70% dos casos. A demência não afeta exclusivamente pessoas mais velhas. A OMS estima que até 9% dos casos tiveram início precoce (antes dos 65 anos). Líder de estudos anteriores focados nos fatores de risco modificáveis do Brasil e Argentina, a professora da FMUSP conta que os resultados brasileiros já foram abraçados pelo Ministério da Saúde. “A partir disso, o Ministério está desenvolvendo uma série de campanhas para informar sobre as demências no Brasil, incluindo uma campanha de prevenção”, destaca. “É muito importante que a população entenda que a prevenção de demência começa cedo e quais são os principais fatores de risco. E, também, o que pode ser feito hoje para prevenir a longo prazo”, celebrou a professora da FMUSP. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas têm demência, com grande parte dos casos ainda não diagnosticada. A maioria depende do cuidado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por Jornal da USP.

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Foto: Freepik
Pesquisa inédita no mundo mostra que casos de demência na América Latina são evitáveis

Mar a Dentro promove feijoada beneficente em prol da evangelização

Com o intuito de arrecadar fundos para as obras da Comunidade Católica Mar a Dentro, no próximo dia 9 de novembro, das 11h30 às 13h30, será promovida uma feijoada no valor de R$60. Os interessados em adquiri-la podem realizar a inscrição pelo link ao final da matéria. Além da opção de retirada na Rua Martinho Vaz de Barros, nº 257, também é possível solicitar entrega nos arredores do bairro Campo Limpo, em São Paulo (SP). A ação tem como objetivo garantir que a Missão São Paulo, como é denominada a Casa de Missão da Comunidade na capital, possa realizar seu projeto de evangelização, que visa catequizar homens e mulheres para um novo mundo. Composta por três membros consagrados (homens que entregam sua vida totalmente à Deus, servindo a igreja e a sociedade) e também membros de aliança (homens e mulheres que se identificam com o carisma da Comunidade e a vivem na vida familiar e profissional), a Casa da Missão São Paulo tem as despesas supridas pela providência dos colaboradores e ações como a feijoada. Confira a seguir alguns dos projetos da Comunidade abertos aos interessados.

Tarde Mariana

Realizada todo primeiro sábado do mês, a partir das 16h, a Tarde Mariana tem a proposta de meditar uma passagem bíblica e rezar o Rosário. Atendimento de Oração

Interessados em receber oração podem o fazer às quintas-feiras, das 15h às 16h30, e no primeiro sábado do mês, das 15h às 16h, via agendamento prévio pelo número (11) 9-8750-2029. Cursos

Ao longo do ano são realizados cursos de evangelização com temáticas pertinentes às necessidades atuais da Igreja e da sociedade, sendo o Discipulado um dos mais tradicionais. Dividido em módulos, o curso aborda temas como família, oração e liturgia, além de outros subtemas. Assistência a pessoas em situação de rua A Comunidade também ajuda periodicamente pessoas que vivem em situação de rua em suas necessidades básicas de alimentação e higiene. Além de São Paulo, a Comunidade conta com unidades em Iturama (MG), São José do Rio Preto (SP), Belém (PA), Rio de Janeiro (RJ), Lugano (Suíça) e Concepción (Chile). As ações da Casa de Missão São Paulo podem ser acompanhadas pelo Instagram: @ maradentro.sp.

A Comunidade Católica completou 16 anos de atuação em

e conta com diversos projetos de solidariedade e evangelização

Serviço

Feijoada Mar a Dentro

Dia: 9/11/2024

Horário: das 11h30 às 13h30

Local: Rua Martinho Vaz de Barros, nº 257, Campo Limpo, São Paulo (SP) – Retirada e Delivery Reservas:https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScc_ tNiYJQimLcqo51ACkCfQGv8sfmHmWnaxczms3U6GLjwUg/ viewform?usp=sharing

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São Paulo
Foto: Divulgação

Sudeste do país registra mais de 34 mil casos de câncer de próstata por ano

A neoplasia de próstata é o segundo câncer mais frequente em homens, precedido apenas por tumores de pele não melanoma. É o que aponta o levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com os registros, o Brasil deve somar mais de 71 mil novos casos a cada ano do triênio 2023/2025, um aumento de 8,5% em relação à estimativa anterior, que era de 65.840 casos, observa a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Só o Sudeste deve registar mais de 34 mil casos, sendo que em São Paulo o número é de 16.830. Para Alfredo Felix Canalini, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o Sudeste reúne mais casos de câncer de próstata devido a ter alguns hospitais de referência para o tratamento dessa doença. “Esses estados costumam possuir hospitais referência no tratamento do câncer e acabam recebendo mais pacientes”, explica. A campanha Novembro Azul vem para reforçar a conscientização dos homens sobre a impor -

tância do diagnóstico precoce principalmente na população de maior risco, que são homens com história familiar de câncer de próstata, afro descendentes e os obesos, com IMC acima de 30. Segundo pesquisa realizada pela Qualibest, encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), em sua maioria os homens não procuram médicos especialistas para fazer exames de prevenção ou,

quando fazem, é por ter surgido algum sintoma. Segundo Canalini é aconselhável a realização dos exames de rotina a partir dos 45 anos nos homens com algum fator de risco para essa doença, pois o câncer de próstata tem, na maioria dos casos, uma evolução silenciosa. “O câncer de próstata, na fase inicial, pode não apresenta qualquer sintoma, e na maioria das vezes, quando os sintomas surgem, 90% dos paciente já apresentam doença avançada, sem possibilidade de cura, portanto é importante a realização dos exames de dosagem do PSA no sangue (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal, que permitem o diagnóstico da doença em fase mais inicial”, explica. Além do diagnóstico precoce, o presidente da (SBCO), Rodrigo Nascimento, ressalta a importância de adotar hábitos saudáveis. “Além dos exames para prevenção, há outras atitudes preventivas que são fundamentais para a saúde como a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, além de não fumar”.

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Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br
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O Brasil deve somar mais de 71 mil novos casos a cada ano do triênio 2023/2025

MOBILIDADE E SEGURANÇA

Seguro obrigatório voltará a ser pago em 2025

O pagamento de indenização por invalidez ou morte a pedestres e motoristas voltará a ser feito no país com a criação do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT). A taxa que viabilizará o serviço começará a ser cobrada em 2025 dos proprietários de veículos automotores. Diferente do antigo Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT), extinto em 2020, a nova versão do seguro obrigatório traz entre as novidades o pagamento das despesas médicas às vítimas de acidentes em vias públicas. Serão garantidos os custos de atendimentos médicos, fisioterapia, medicamentos, equipamentos ortopédicos, que não sejam disponibilizados pelo Sistema Únicos de Saúde (SUS). Assim como no antigo serviço, haverá indenização em caso de morte ou invalidez e também serão cobertas as despesas dos serviços funerários, ou de reabilitação em caso de invalidez parcial. Companheiros e herdeiros das vítimas receberão os valores em acidentes com vítimas fatais. As indenizações serão pagas pela Caixa Econômica

Federal em um prazo de até 30 dias após o acidente, conforme tabela estabelecida pelo Conselho Nacional de Seguros Privados. O banco público também será responsável pela gestão do fundo em que serão depositados os valores das taxas pagas por proprietários de veículos automotores. As regras foram estabelecidas pela Lei Complementar 207/2024 em maio deste ano no Diário Oficial da União após a sanção parcial do presidente Lula. Foram vetados dois artigos aprovados pelo Congresso Nacional que tratavam da aplicação de multa por atraso no pagamento da taxa. Na justificativa do veto, o ônus foi considerado excessivo para um serviço considerado de caráter social. Alguns estados, como São Paulo, não firmaram parceria com a Caixa Econômica Federal para a cobrança do seguro ser junto com a taxa de licenciamento anual e o IPVA. Neste caso, a taxa deverá ser paga diretamente à Caixa. Segundo a Associação Nacional dos Detrans, os estados não podem optar por não cobrar o seguro. Sem o pagamento, o motorista não recebe o licenciamento anual e fica com o veículo irregular. Dirigir sem o licenciamento é uma infração gravíssima. O motorista recebe sete pontos na carteira, e ainda paga multa de R$293, podendo ter o veículo apreendido. Com informações de Agência Brasil

Seguro serve como indenização para quem sofre acidentes de trânsito

Foto: Arquivo Agência Brasil

CONCEITO E SUSTENTABILIDADE

Áreas verdes podem diminuir em até 5 graus a temperatura no meio urbano

Pesquisadores recomendam a criação de mais áreas verdes nas cidades

Por Redação / redacao@jornalveracidade.com.br

Os efeitos positivos de áreas verdes e corpos d’água na redução do calor urbano em todo o mundo são apresentados em estudo internacional com participação da USP. A partir da revisão de 202 artigos científicos, os pesquisadores verificaram que é

possível conseguir um resfriamento de até 5° Celsius da temperatura do ar com as chamadas Áreas de Infraestrutura Urbana verde-azul-cinza (GBGIs), que incluem jardins botânicos, parques verdes, rios e lagos, entre outros. Os resultados do trabalho foram publicados em artigo da revista científica The Innovation. “Esta pesquisa teve origem em uma colaboração com a Universidade de Surrey [Reino Unido], por meio do professor Prashant Kumar, que coordenou o estudo”, relata a física Maria de Fátima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, uma das autoras do artigo. “O trabalho integrou instituições de diferentes países, em vários continentes, que têm desenvolvido projetos em temas ligados à poluição do ar e outras questões da urbanização, como a ilha de calor urbana.” Nas cidades com elevado grau de urbanização, onde a temperatura é mais alta do que em regiões rurais próximas, o local é classificado como ilha de calor. “Em trabalhos anteriores, foram analisadas emissões em diferentes tipos de cozinhas em diferentes partes do mundo, e a exposição a poluentes produzidos por diferentes modais de transporte, como carros, ônibus

e trens”, explica a professora. “A pesquisa atual teve o objetivo de fazer uma revisão de trabalhos publicados em diferentes países sobre o impacto da presença de vegetação ou água na mitigação do calor urbano”. Estes itens de vegetação e corpos d’água são classificados como áreas de infraestrutura urbana verde-azul-cinza (GBGIs). “A infraestrutura verde reúne parques, florestas urbanas, paredes verdes, telhados verdes e árvores”, afirma Andrade. “A infraestrutura azul está relacionada com rios, lagos e corpos d’água em geral.” A infraestrutura cinza inclui construções feitas pelo homem, como calçadas, edifícios, estradas e sistemas de drenagem. Entre as recomendações que são feitas para os governos, a pesquisadora inclui novos códigos para construções nas cidades, criação de campanhas mostrando a importância da vegetação e disponibilização de recursos financeiros nos planos de ação oficiais para a recuperação de áreas verdes. Por Júlio Bernardes para o Jornal da USP.

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Foto: Freepik

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