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“O MEU KIMONO”
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Índice: Introdução ________ ___________________________________________________2 Vestuário do Karaté-Do _________________________________________________ 4 Karaté-Gi ____________________________________________________________ 5 Karaté-Gi e a sua cor _____________________________________________ __ _7 Obi e as suas cores ___________________________________________________ 9 Kimono e a sua relação com o Karaté-Do __________________________________10 O meu Kimono _______________________________________________________12 Kimono o seu significado e história_______________________________________ 15 Tipos Kimono _______________________________________________________ 23 Conclusão __________________________________________________________ 27 Webgrafia __________________________________________________________ 28
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INTRODUÇÃO
Como todos sabemos a evolução tecnológica e científica dos nossos dias causa na sociedade mudanças positivas e negativas
Em relação às negativas, são elas que imperam o quotidiano de maior parte da humanidade, aparecem das mais variadas formas: guerra, fome, terrorismo, falta de emprego, falta de respeito pela natureza e pelos outros.
A vida sedentária, é um forte aliado para o aparecimento de novas doenças, as chamadas doenças do tempo moderno.
Cabe-nos a nós ter outra atitude.
Atitude essa que estará bem presente no dia a dia, não só a nível físico, mental ou mesmo material, e que se encontra em evidência na prática do Karaté-Do (modalidade que pratico). 2/28
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Com a apresentação deste trabalho vou vos falar de um bem material, muitas vezes ignorado pelas pessoas, mas que para mim é de grande importância, o equipamento de treino.
Certamente todos nós já ouvimos falar de kimono, será essa a palavra correcta para o equipamento utilizado nesta arte marcial?
Com o desenvolver deste trabalho explicarei o verdadeiro significado da palavra karaté-gi e kimono, qual o seu contexto, como apareceram e como se relacionam dentro da prática desta arte marcial e comigo mesmo.
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VESTUÁRIO UTILIZADO NA PRÁTICA DO KARATÉ-DO Começo por vos falar do vestuário utilizado nas artes marciais, nomeadamente o vestuário utilizado na prática do Karaté-Do.
Para que todos possamos entender o verdadeiro nome dado ao vestuário de treino das artes marciais é “Dogi”. Em que “Gi” significa vestuário e “Do” significa caminho, logo “Dogi” é o vestuário para a prática do caminho.
Consoante o caminho escolhido na prática da arte marcial, existe então um nome associado, nomeadamente: Karaté
Karaté-Gi
Judo
Judo-Gi
Aikido
Aikido-Gi
Jujutsu
Jujutsu-Gi
Kendo
Kendo-Gi
Abordo agora o significado e a história do karaté-gi. 4/28
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空手衣 - KARATE-GI Karate-Gi em japonês significa “vestuário de treino utilizado na prática do KaratéDo”.
A sua origem remonta a 17/05/1921.
Até então a prática de Karaté-Do não tinha nenhum vestuário específico, treinavase com as roupas comuns, normalmente com calças curtas e tronco nu.
Em Maio de 1921 o Sensei Ginchin Funakoshi (pai do Karaté Moderno) foi convidado pelo seu grande amigo Sensei Jigoro Kano (fundador do Judo) para apresentar o Karaté-Jutsu de Okinawa no seu dojo em Tóquio.
Em que nesta apresentação iria estar presente altos cargos do Japão.
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Sensei Ginchin Funakoshi, aceitou o convite e apresentou-se juntamente com o seu discípulo Shinken Gima com a sua roupa habitual.
Quando o Sensei Jigoro Kano verificou que este não tinha um uniforme para a demonstração, fez ver ao Sensei Ginchin Funakoshi que não seria possível apresentarem-se de tal forma, não iriam ser bem recebidos, uma vez que no Japão existe muita formalidade, e a roupa tem um aspecto de grande importância.
Sensei Ginchin Funakoshi ficou surpreendido e insistiu que era a forma utilizada na ilha de Okinawa.
O Sensei Jigoro Kano sugeriu assim, que o Sensei Ginchin Funakoshi utilizasse o fato utilizado na prática do Judo o Judo-Gi, peça já conhecida e que se adaptaria perfeitamente aos seus movimentos.
E assim foi, Sensei Ginchin Funakoshi ficou fascinado com o vestuário usado e adquiriu uma peça de algodão branca na casa de um comerciante, passou a noite a confecioná-la com as suas próprias mãos (copiando-o do vestuário do Judo).
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Para que no dia seguinte o seu discípulo demonstrasse no Kodokan a kata Naihanchi (mais tarde denominada Tekki).
Também porque seria possível haver algumas formas de combate e não seria harmonioso, cada um usar uma roupa de cor diferente.
Passando assim esta forma de vestimenta a ser utilizada pelos alunos do Sensei Ginchin Funakoshi, com a intenção de os uniformizar, mostrando que todos são iguais e que a única diferenciação é feita pelo seu Obi (cinto).
KARATE-GI E A SUA COR
Este é branco para simbolizar a paz e a pureza, tal como os conceitos básicos do Karaté-Do.
No Japão significa igualmente a morte, cor com grande simbolismo nos Samurais, em que nos seus princípios acolhiam a morte com grande respeito e convicção. 7/28
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Sabemos igualmente que o “Dogi” neste caso o “Karaté-Gi” é deixado juntamente com o sabre como herança de família em que passa de pai para filho (aquando a morte), sendo estas peças, a herança mais valiosa deixada pela figura máxima do seio familiar.
Este tipo de vestuário é utilizado até aos dias de hoje.
Em que a sua textura e composição é feita de forma a permitir a máxima flexibilidade.
O Karaté-Gi para estar completo tem de ser preso por um cinto, o “Obi”.
Em que o significado deste não é só uma forma simbólica de cores, mas sim todo o percurso que o praticante de Karaté percorreu nesta prática, e que nunca estagna.
Fig. 1 – Equipamento Treino 8/28
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OBI E AS SUAS CORES Fig. 2 – Obis
Ø
Cinto Branco – Representa a ingenuidade, é a busca pela purificação e
transformação. Ø
Cinto Amarelo – Representa a iniciação no Karaté que com o tempo irá crescer e
fortalecer, até à chegada da maturidade. Ø
Cinto Laranja – Significa agilidade, estimulação, atracção e plenitude.
Ø
Cinto Verde – Representa a esperança e a fé, simbolizando a harmonia e
equilíbrio. Ø
Cinto Azul – Representa a humildade.
Ø
Cinto Vermelho – Representa a agressividade, perigo, fogo, sangue, paixão,
destruição etc. ou seja, simboliza o que deve ser contido, de forma a que o seu utilizador se torne mais vigoroso, expansivo e pronto para avançar. Ø
Cinto Castanho – Representa a solidificação, mantendo a disciplina e
uniformidade adquirida. Ø
Cinto Negro – É a junção de todos os cintos, ou seja, o corpo e a mente
chegaram ao fim de uma etapa e estão no inicio de outra ainda mais elevada. Representa a humildade, maturidade, autocontrole, serenidade e conhecimento. 9/28
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TREINO DE FORMA DESCALÇA
Uma vez que já falei do Karaté-Gi, do seu Obi, não quero deixar de salientar que quando praticamos Karaté-Do o fazemos de forma descalça, para que exista segurança física de todos durante o treino, mas também porque é um sinal de humildade, hospitalidade, amor e pureza. Fazendo com que as más energias (que vêm de fora) não estraguem o ambiente e as energias positivas tenham maior fluidez. Não se esqueça que deve estar descalço sempre que entra numa mesquita, templo, dojo ou mesmo numa casa.
KIMONO (KARATÉ-GI) E A SUA RELAÇÃO COM O KARATÉ-DO
Agora estou na fase mais importante do meu trabalho, que consiste na explicação do verdadeiro significado do Kimono (Karaté-Gi) dentro da prática do Karaté-Do, para isso antes de dar a minha opinião acerca do mesmo, deixo alguns depoimentos de colegas de várias idades e graduações.
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----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Em que a pergunta é: Qual o verdadeiro significado para ti do fato (karaté-gi) na tua prática de KaratéDo?
“ Um praticante de Karaté que seja leal para com o equipamento que usa na sua “busca incessante da perfeição” mantém-no sempre limpo trata-o com o devido respeito, considerando-o como parte integrante de si próprio, durante o treino e fora dele.” Testemunho de Óscar Ciríaco – 1º Dan – 51 anos
“Quando treino com o meu fato de Karaté (karaté-gi) é como se fosse uma camada extra do corpo, que não só me mantém a temperatura corporal, protege, mas também absorve um pouco de mim através do meu suor, molda-se à minha forma física e identifica-me como praticante perante os outros (representa a arte marcial que treino, assim como o estilo praticado). Em suma, quando treino, transponho no meu Gi parte do meu ADN e moldo-o à minha forma, criando um elo único entre mim e ele, tornando-o uma parte corporal de mim.” Testemunho de Sérgio Ildefonso – 1º Dan – 37 anos
“Mais que um uniforme, para mim Gi representa o despojamento de nós próprios, algo crucial para o nosso Do.” Testemunho de Rui Carmo – 1º Dan – 31 anos 11/28
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Chegou a altura de vos explicar, qual o verdadeiro significado para mim “DO MEU KIMONO”
No resumo que se segue irei utilizar a expressão “Kimono” em vez de “Karaté-Gi”, para que este tenha um conceito pessoal.
O kimono para mim não é apenas a roupa utilizada na minha prática de KaratéDo, mas sim uma busca constante de aperfeiçoamento pessoal. Onde este contribui para uma harmonia interior e exterior no meio onde está inserido. É com ele que caminho na direcção de atingir as minhas metas, sejam elas físicas ou mentais. Para isso necessito de moldar o meu carácter, a minha personalidade, a minha atitude. Cada passo que consigo alcançar (muitas vezes pequeno) é um crescimento, não só na prática da arte marcial que pratico, o Karaté-Do, mas também no meu dia a dia.
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O meu kimono tem todo o meu respeito, é ele que absorve a minha revolta (não com os outros mas comigo mesmo), é através dele que canalizo toda a minha energia, é com ele que choro, é com ele que sorrio, é com ele que ultrapasso os meus medos, é com ele que sinto coragem. Este faz parte integrante do meu ser, é como seja mais uma camada de pele que o meu corpo transporta, ou mesmo o sangue que corre no meu corpo, indispensável à minha sobrevivência. É e será o meu parceiro nesta longa caminhada, não só a nível da prática do Karaté-Do, mas a todo o nível. Tenho a certeza que não necessito de o ter vestido, para o sentir, sei que este me será fiel. Ele transmite-me a realidade, a força, a resistência, a energia húmida como as emoções e os sentimentos, a energia calórica como a luz da vida, a energia condutora que nos une. Estará sempre presente nesta caminhada, que se encontra sempre em crescimento, só assim estarei bem comigo mesmo, só assim conseguirei alcançar o meu bem estar físico, mental e espiritual, só assim conseguirei ver a vida com outros olhos.
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Nos dias que correm, em que cada vez mais o ser humano só pensa em si próprio, em como derrubar os outros e o meio que o rodeia, é necessário ter um grande controlo e equilíbrio da mente, para não ser influenciado pelas atitudes negativas do dia a dia. Também é através dele que consigo reflectir sobre o trajecto passado na prática da minha arte marcial, e o ensinamento que esta me deu, vejo a pureza e a lealdade. Tento esvaziar a mente de todos os pensamentos ruins, faço a minha própria busca, encontro o meu equilíbrio e a minha estabilidade. Nem que para isso tenha de ir até ao fundo de um poço para retirar a última gota de água que este contém após o seu esvaziamento. Tudo contribui para conseguir alcançar o meu objectivo, o meu corpo, a minha mente, o meu kimono, o meu obi, os meus parceiros e o meu mestre. Não posso deixar de referir que o meu kimono, é uma das peças mais importantes deste puzzle que é a vida. Sinto um orgulho em tê-lo, sei que este será o meu espelho, irei respeitar e compreender os outros, como ele me respeita e compreende. Sei que tudo isto é muito complexo, muitas vezes difícil de explicar, e fazer com que todos entendam, mas o mais importante é que todos nós, o sintam.
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Por último deixo-vos uma pequena curiosidade, o verdadeiro significado de Kimono, a sua história, e alguns dos seus nomes.
着物 - KIMONO Kimono em japonês significa “coisa de vestir”. É considerado um traje típico do Japão, que é utilizado em todas as faixas etárias.
KIMONO E A SUA HISTÓRIA
• Na Era Jomon (10 mil a.c. a 300 a.c) – o vestuário japonês segundo pesquisas arqueológicas era provavelmente túnicas de pele ou de palha.
• Na Era Yayoi (299 a.c. a 300 d.c.) – começou a aparecer as primeiras peças têxteis, vindas da China e da Coreia.
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O que fez com que durante o séc. IV a IX a cultura e a corte imperial do japão recebesse forte influência da China. De tal forma que o regente japonês Príncipe Shotoku (574 d.c. a 622 d.c.) ao adoptar a religião budista, adoptou igualmente regras do vestuário Chinês.
Fig. 3 – Príncipe Shotoku e 2 dos seus filhos com trajes de inspiração chinesa
Mais tarde com o código Taiho (701 d.c.) e com o código Yoro (ano 718) as roupas da corte mudaram, passando a usar-se as roupas usadas na corte chinesa Tang. Foi nesse período que apareceram os primeiros kimonos com gola em “V”, que poderiam ser usados como roupa cerimonial, da corte ou de trabalho.
• Na Era Heian (ano 794 a 1185) - a corte imperial suspendeu o contacto oficial com a China, permitindo assim que a cultura japonesa florescesse. O vestuário sofreu um novo estilo, passou a ser mais simples no corte, mas mais elaborado, passou a ter várias camadas e uma grande sofisticação têxtil.
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Os homens da aristocracia passaram a usar o sokutai - conjunto formal composto por uma ampla saia-calça (chamada oguchi), cuja aparência deriva de longos kimonos usados por baixo (chamados de ho) e por uma grande túnica bordada de longas e amplas mangas, com uma cauda de 5 metros. Este vestuário só estaria completo quando usado com uma tabuleta de madeira (chamada de shaku) e uma espada cerimonial longa (chamada tachi). Os homens deveriam ter igualmente um determinado penteado (chamado kammuri) que era composto por um chapéu sólido preto e uma ou mais fitas de seda presas verticalmente no cabelo. De acordo com a variação das fitas (quantidade até 5, se enroladas ou se presas), sabia-se a importância do individuo na corte. O traje das damas da corte era igualmente impressionante, este tinha o nome de juni-hitoe, ou seja, “as doze molduras da pessoa”. Este nome deriva do conjunto de doze kimonos da mais fina e luxuosa seda (chamados de uchiki), cada um levemente mais curto que o anterior, de modo a ser possível a visualização das golas, mangas e barras, criando assim um efeito multicolorido. O último uchiki, que serve de casaco, era bordado e amarrado à frente por um cinto do mesmo tecido em forma de laço, e uma cauda que podia ser de outra cor e de outra textura. 17/28
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Outro elemento obrigatório neste vestuário era o enorme leque, decorado com cordões de seda, que era encaixado na gola entre a 3ª e a 4ª camada.
Fig. 4 – Juni-Hitoe usado pelas damas da corte na Era Heian
As mulheres não cortavam o cabelo, este era usado de forma bastante longo, liso e solto, sobre as costas ou simplesmente amarrados um pouco abaixo da altura do pescoço.
• Na era Kamakura (1185 a 1333) - com o declínio do poder imperial, fez com que aparecesse novos estilos no vestuário. Estilos esses adotados pela crescente classe de samurais. Nesta era, o vestuário da corte imperial, dos oficias e dos grandes senhores, continuava a ser o traje sokutai. 18/28
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No entanto o traje de caça informal (kariginu) que anteriormente era só utilizado pelos aristocratas, passou a ser igualmente usado pelos senhores feudais e pelos samurais.
Tal como aconteceu com os homens, o vestuário das mulheres também sofreram alterações, passando estas a usar uma combinação entre os uchikis e os hakamas, ou seja, uma saia-calça ampla com placa de sustentação nas costas (já usada pelos homens). Com o tempo o uso do uchiki deu lugar ao novo vestuário, chamado kosode, que comparado com o anterior, é menos amplo, tem mangas mais curtas e cuja forma aproxima-se mais com os kimonos modernos. O kosode era amarrado igualmente com faixas estreitas, na altura da cintura ou um pouco abaixo da barriga.
• Na era Muromachi (1333 – 1568) – acrescentou-se o uchikake (também chamado kaidori), esta peça tinha a mesma forma que o kosode, mas era um pouco mais amplo, podia ter ou não barra almofadada e servia de casaco. O kosode com uchikake era um traje formal feminino das classes altas. Hoje em dia é utilizado como traje tradicional de uma noiva.
Fig. 5 - Uchikake 19/28
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Foi durante o séc XVI que a palavra kimono passou a ser utilizada por todos. Tudo devido aos navegantes portugueses, espanhóis e holandeses que chegaram ao Japão.
Em que a única forma de comunicar era através de gestos, e assim foi, os navegantes lá apontavam para as roupas de seda que os japoneses tinham vestido, e estes sem saberem bem ao que respondiam lá iam dizendo kimono.
• Na Era Azuchi-Momoyama (1568 a 1600) - época marcada por constantes guerras, os samurais continuaram a usar no seu vestuário um conjunto de peças superiores, com saia-calça, longa e estruturada, completando-se com uma jaqueta sem mangas e com ombros largos (chamado de kamishimo)
Fig. 6 – Samurai vestido com kimono kamishimo
Este tipo de vestuário continuou a ser usado até à segunda metade do séc. XIX. 20/28
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Durante os 250 anos de paz interna (de 1600 a 1868) os burgueses e os comerciantes mais ricos, deram apoio a novas formas de expressão artística e cultural. O kosode passou a ser um traje básico para homens e mulheres, apenas mais decorado, devido ao desenvolvimento de técnicas artesanais de decoração têxtil, com pintura, bordados e desenhos desenvolvidos no tear. As faixas largas e compridas usadas para fechar os kosodes, eram feitas com fios de ouro e prata, simbolizando a riqueza. Utilizava-se igualmente uma jaqueta com mangas amplas e gola estreita de seda (a haori), onde se bordava os símbolos que representavam a actividade profissional da pessoa ou a insígnia (chamado kamon ou escudo circular) do chefe de família.
Fig. 7 – Representação da haori com insígnia do chefe de família
Este traje era igualmente utilizado por trabalhadores do comércio, mas numa versão mais popular, mais simples, e mais resistente (chamado happi).
Algumas destas peças reflectem a influência portuguesa, nomeadamente a kappa, que era uma capa longa de corte circular, com ou sem gola, sem mangas, usada como sobretudo pelos navegadores portugueses. 21/28
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• A partir da Era Meiji (1868) os japoneses adotaram (lentamente) o vestuário ocidental, tendo sido uma obrigatoriedade imposta pelo governo.
• No final da 1ª Guerra Mundial (1918) quase todos os homens já usavam fatos, camisas, calças e sapatos de couro. Em relação às mulheres, esta alteração foi mais lenta, no início só a aristocracia usava vestidos de gala (importados da Europa).
• Mas só a partir da 2ª Guerra Mundial (1945) é que o vestuário ocidental passou a ser usado em todas as classes sociais (homens, mulheres e crianças).
• Atualmente este tipo de traje (kimono) é utilizado pelas mulheres japonesas apenas em ocasiões especiais, como casamentos, festivais populares ou tradicionais. Desde a passagem do milénio que o uso do kimono passou a ser considerado um movimento informal de fashion-kimono, este com desenhos modernos, que agrada principalmente as camadas mais jovens. Fig. 8 – Desfile fashion kimono 22/28
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TIPOS DE KIMONO
Estes variam de acordo com o seu padrão e cor, o que lhes confere uma hierarquia.
O seu uso depende da ocasião, da estação do ano, do sexo, do grau de parentesco, ou do estado civil da pessoa que o usa.
Kurotomose – Kimono de mangas curtas e preto, é o mais formal das mulheres casadas, geralmente utilizado pelas mães dos noivos. Fig. 9 – Kimono Kurotomose
Irotomesode – Kimono de mangas curtas colorido, usado por mulheres casadas, que sejam parentes próximas dos noivos
Fig. 10 – Kimono Irotomesode
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Furisode – Kimono de geralmente
utilizado
mangas
na
que
balançam,
cerimónia da maturidade (mês
de Janeiro no ano em que a
rapariga
complete
os
20
anos).
Fig. 11 – Kimono Furisode
Houmongi – Kimono de visita, usado por mulheres casadas ou solteiras, amigas da noiva.
Fig.12 – Kimono Houmongi
Tsukesage – Kimono mais discreto e menos formal.
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Iromuji – Kimono de uma só cor, usado principalmente em Cerimónias de Chá.
Fig.13 – Kimono Houmongi
Komon – Kimono de estampa pequena, considerado traje casual de mulheres casadas ou solteiras, que pode ser usado para sair pela cidade ou para jantar num restaurante.
Tomesode – Kimono de mangas curtas, este simboliza a fidelidade das mulheres ao marido.
Fig.14 – Kimono Tomesode
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Yukata – Kimono informal, normalmente utilizado em festivais ou em casa.
Fig.15 – Kimono Yukata
KIMONOS CERIMONIAIS INFANTIS
Shichi-go-san (7-5-3) é o nome de uma cerimónia xintoísta, na qual as meninas de 7 e 3 anos, e os meninos de 5 anos, vestem quimonos cerimoniais especiais e visitam o templo para pedir saúde e boa sorte no seu crescimento. As meninas são vestidas como mini-gueijas, destacando-se a cor vermelha e os meninos usam uma versão de um traje formal completo de samurai. Fig. 16 – Kimonos utilizados pelas crianças no Shichi-go-san 26/28
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CONCLUSÃO
Este trabalho foi mais uma etapa (um pouco difícil) que atingi, foi muitas noites mal dormidas, muitas horas a pesquisar e reflectir. E como mãe, esposa, trabalhadora e praticante de Karaté-Do nem sempre correu como eu gostaria, mas como tudo na vida se ultrapassa, basta saber transpor os obstáculos.
Não quero deixar de agradecer aos meus companheiros, é com eles que aprendo e ultrapasso as minhas dificuldades. Deixo uma palavra especial ao meu Mestre Rui Marques, devo-lhe respeito e agradecimento pela transmissão dos seus conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar.
Com tudo isto só resta relembrar que o mais importante é ser respeitado e saber respeitar os outros, é conciliar e nunca confrontar, é estar em alerta total “zanchin” é descobrir todo o nosso potencial, é encontrar a perfeição “satori”.
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WEBGRAFIA
http://nihonkaratedo.cl/portal/wp-content/uploads/Tu_amigo_el_karate-gi.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722008000200014 https://pt.slideshare.net/OnOSJunior/artes-marciais http://www.karatesul.com.br/karate-do/ https://sagakaratedo.wordpress.com/about/ http://karatesantamariense.blogspot.pt/2008/07/origem-do-karate-gui.html http://www.tabonfils.com/a-historia-do-karate-gi/ http://karategojudojo.com/karate-gi/ https://www.fceki.com/historiakarate http://uksprecarei.no.comunidades.net/historia-shotokan http://www.culturajaponesa.com.br/?page_id=355
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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Trabalho Realizado Por: Elisabete Jesus Centro Social e Paroquial Sta. Marta de Casal de Cambra