Ficcionar o Museu - Jornal do 2º Ciclo de Exposições 2021

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2 OUT / 21 — 12 FEV / 22

AS NOVAS EXPOSIÇÕES DO CIAJG SUBLINHAM A IDEIA DE MUSEU COMO MÁQUINA DE FICÇÕES. OUTRORA CANONIZADO COMO UM TEMPLO SAGRADO, HOJE PROCURA REESCREVER A SUA GRAMÁTICA NA DISPUTA POR UMA NOVA ORDEM DE CRENÇAS, SABERES E DE NARRATIVAS. THE CIAJG’S NEW EXHIBITIONS UNDERLINE THE IDEA OF THE MUSEUM AS A MACHINE THAT GENERATES FICTIONS. ONCE CANONISED AS A SACRED TEMPLE, THE MUSEUM IS NOW SEEKING TO REWRITE ITS GRAMMAR, IN THE STRUGGLE TO ESTABLISH A NEW ORDER OF BELIEFS, KNOWLEDGE AND NARRATIVES.

Priscila Fernandes (Escola de Lazer), Virgínia Mota (Diário Atmosférico), Ana Vaz (Amazing Fantasy) e José de Guimarães (Devir-Desenho-Objeto) apresentam exposições inéditas e propõem que pensemos a ficção, entre labor (in) disciplinado e deriva, entre emancipação e ideologia. Continuam também as exposições anuais “Pasado”, do artista mexicano Rodrigo Hernández, e Complexo Colosso, organizada por Ángel Calvo Ulloa. Nesta apresentam-se novos trabalhos de artistas que ampliam a especulação arqueológica e as estórias em torno da escultura do homem de pedra, que se encontra numa das entradas de Guimarães: Diego Vites, Carme Nogueira, Iratxe Jaio & Klaas van Gorkum e o coletivo Pizz Buin. Na “Sala das Máscaras”, as esculturas africanas ladeiam as esculturas de Pedro Henriques intituladas Meio olho, cara longa. A obra de José de Guimarães é apresentada de forma integral, articulada às coleções de arte africana, pré-colombiana e antiga chinesa, refletindo a necessidade de adotar uma “museologia crítica” adequada às formas de expor e comunicar que os novos tempos reclamam. Destacam-se ainda o conjunto de “maternidades” africanas e uma sala dedicada ao desenho na sua obra, ambos no piso 1 do CIAJG.

The exhibitions by Priscila Fernandes (Leisure School), Virgínia Mota (Atmospheric Diary), Ana Vaz (Amazing Fantasy) and José de Guimarães (Becoming-Drawing-Object), each, in their own way, shed light on the idea of ​​fiction as a “factory”, an (un)disciplined labour or production of poetry. We are also continuing the two annual exhibitions “Pasado”, by the Mexican artist, Rodrigo Hernández and Colossus Complex, curated by Ángel Calvo Ulloa. The latter presents new works by artists who expand the archaeological speculations and stories surrounding the sculpture of the “stone man”, located in one of the entry points to Guimarães: Diego Vites, Carme Nogueira, Iratxe Jaio & Klaas van Gorkum and the collective Pizz Buin. In the “Masks Room”, African sculptures flank the sculptures by Pedro Henriques, entitled Half-eye, long face. José de Guimarães’ oeuvre is presented as a whole, articulated with the collections of African, pre-Columbian and ancient Chinese art. This reflects the need to adopt a “critical museology” suited to contemporary exhibition requirements. The highlights include the African “maternities” and a room dedicated to the importance of drawing in his work, both located on the first floor of the CIAJG.



Nikisi- “Kozo” cão bicéfalo Kongo, Congo Madeira, pregos, metal CIAJG - Coleção José de Guimarães Nikisi- “Kozo”, double-headed dog Kongo, Congo Wood, nails, metal CIAJG - José de Guimarães Collection ©Vasco Célio|Stills


FICCIONA Om For many traditional peoples, imagination is associated with mythic life, and is structured around archetypes and images that are shared collectively. The art of these peoples is active, participatory and communal. The objects and decorations that they create are not distant representations of the world, instead they have their own “agency” and directly influence community decisions. As the Brazilian indigenous thinker Ailton Krenak has pointed out, drawing attention to other realities and possibilities of the ’ t interpret imaginative life, “I don dreams, I receive them”. The hegemony of the modern Western project that we call “globalisation ” has undermined the imaginative polyphony of diverse societies. A monolithic bloc of representations of the world has been established, and the museum, as its civilising instrument, has established a profound separation between objects and their contexts, and between subjects and their

experiences. A codified space of fictions about us and others has been created, thereby submitting the imagination to the phantasm of “advantage”. “Fictioning the museum” is the theme of the CIAJG’s current exhibition cycle, which finds its context in articulation with José de Guimarães’ work and collections. It invites people to reflect on the uses and potential of imagination through the work of various artists. To fictionalise the museum, not in opposition to reality, but as a realistic strategy. The artist Priscila Fernandes presents an important body of works on the relationship between art, work and leisure, in an extremely urgent reflection in view of the accelerated algorithmisation of life. Virginia Mota and Ana Vaz, in turn, make the theme of imagination more complex, demarcating a clear territory of poetics, criticism and conscience. In the “Masks Room”, African sculptures flank works by Pedro Henriques, thereby enhancing unusual meanings.

In this cycle, we continue with “Pasado”, by the artist Rodrigo Hernández, and the group exhibition, Colossus Complex, organised by the curator Ángel Calvo Ulloa, with new works that expand speculations about the “stone man ”: Carme Nogueira, Diego Vites, the duo Iratxe Jaio & Klaas van Gorkum and the collective Pizz Buin. In a process of continuous reassembly, several rooms in the CIAJG offer new perspectives on the collections: the African art of “maternities”, and drawing in José de Guimarães’ artistic production.

Marta Mestre Chief curator of the CIAJG


the Museum

Fictionalising

AR

museu Para vários povos tradicionais a imaginação está associada à vida mítica e organiza-se em torno de arquétipos e imagens partilhadas de forma coletiva. A arte destes

de vários/as artistas. Ficcionar o museu não como oposição ao real, mas como estratégia realista. A artista Priscila Fernandes apresenta um importante

povos é ativa, participante e comunitária. Os objetos

corpo de obras sobre as relações entre a arte, o

e as decorações que criam não são representações

trabalho e o lazer, numa reflexão que se revela urgente

distanciadas do mundo, mas possuem uma “agência”

diante da acelerada algoritmização da vida. Virgínia

própria e influem diretamente nas decisões dos

Mota e Ana Vaz, por sua vez, complexificam o tema

grupos. Como refere o pensador indígena brasileiro

da imaginação, demarcando um território claro de

Ailton Krenak, chamando a atenção para outras

poética, crítica e consciência. Na “Sala das Máscaras”,

realidades e possibilidades da vida imaginativa, “Eu

as esculturas africanas ladeiam as de Pedro Henriques

não interpreto sonhos, eu recebo sonhos”.

potenciando sentidos inusitados.

A hegemonia do projeto moderno ocidental a que

Neste ciclo damos continuidade a “Pasado”, do artista

chamamos “globalização” veio, não obstante, ameaçar

Rodrigo Hernández, e à coletiva Complexo Colosso,

a polifonia imaginativa de diversas sociedades.

organizada pelo curador Ángel Calvo Ulloa, contando

Edificou-se um bloco monolítico de representações

esta com novas participações que ampliam as

do mundo, e o museu, enquanto seu instrumento

especulações sobre o “homem de pedra”: Carme

civilizador, estabeleceu um corte profundo entre

Nogueira, Diego Vites, a dupla Iratxe Jaio & Klaas

os objetos e os seus contextos, entre os sujeitos e

van Gorkum e o coletivo Pizz Buin. Num processo

as suas vivências. Fundou um espaço codificado

de contínua remontagem, várias salas do CIAJG

de ficções sobre nós e os outros, submetendo a

consubstanciam novos prismas sobre as coleções:

imaginação ao fantasma da “vantagem”.

a arte africana das “maternidades” e o desenho na

“Ficcionar o museu” é o mote do presente ciclo de

produção artística de José de Guimarães.

exposições do CIAJG, o qual encontra um contexto próprio na articulação com o trabalho e as coleções de José de Guimarães. É um convite a refletir sobre os usos e potências da imaginação através do trabalho

Marta Mestre Curadora-geral do CIAJG


O alfabeto de desenhos de José de Guimarães em diálogo com a tradição de provérbios dos povos de Cabinda.

— 6 — CIAJG

ALFABETO

AFRICANO

SALA // ROOM 1

African Alphabet

José de Guimarães’ alphabet of drawings in dialogue with the tradition of proverbs of the peoples of Cabinda.


Entre 1970 e 1974, José de Guimarães reelabo-

outras dimensões da existência humana,

rou o seu desenho, produzindo um alfabeto

compreendendo o seu papel na transmis-

influenciado pela linguagem ideográfica da

são cultural. As tampas de panelas contam

tradição de panelas do território correspon-

provérbios, ficções e revelam uma grande

dente ao antigo e influente reino de Ngoyo (XV-XIX), atual sul de Cabinda, noroeste de

riqueza metafórica dos Ngoyo. Introduzir este vocabulário na sala dedicada à

Angola. Essa linguagem não era apenas vi-

“origem” da poética de José de Guimarães,

sual ou decorativa, comunicava mensagens,

assinala a relação da arte europeia com a

provérbios, significados, ideias. E surgia

escultura africana, articulando fetichismo,

esculpida em tampas de objetos domésti-

apropriação e experimentação poética. Per-

cos, panelas e terrinas, aqui apresentadas

mite religar o acervo do museu a tradições

em imagens projetadas.

ativas do território africano. Projetados em

O Alfabeto Africano de José Guimarães, um proje-

imagens, os relevos dos utensílios africanos

to de “osmose” da arte europeia e africana,

assombram e iluminam o alfabeto de José

reforça a importância do símbolo como

de Guimarães.

elemento mediador entre a arte e todas as

José Guimarães’ African Alphabet is based on a process of “osmosis” between European and African art. It reinforces the importance of the symbol as a mediating element between art and all other dimensions of human existence, understanding its role in cultural transmission. The pot lids contain proverbs, fictions and reveal the tremendous metaphorical richness of the kingdom of Ngoyo. This vocabulary is introduced in the room dedicated to the “origin ” of José de Guimarães’ poetics, that highlights the relationship between European art

and African sculpture, articulating fetishism, appropriation and poetic experimentation. It makes it possible to reconnect the museum’s collection with the active traditions of African territory. Projected in images, the reliefs of various African utensils haunt and illuminate José de Guimarães’ alphabet.

— 7 — CIAJG

Between 1970 and 1974, José de Guimarães reinvented his drawing techniques, producing an alphabet that was influenced by the ideographic language associated to the tradition of pots in the territory of the former ancient kingdom of Ngoyo (XV-XIX), in the south of Cabinda, in northwest Angola. This language was not solely visual or decorative. It communicated different messages, sayings, meanings, ideas, carved on the lids of various household objects, such as pots and tureens, that are presented here in projected images.


ades afri ca

as

n

RITUAL DAS SERPENTES:

id rn

as m ate

— 8 — CIAJG

Serpents ritual: African Maternities in the José de Guimarães collection

SALA // ROOM 2

na


Uma viagem pelos tempos circulares dos mistérios e das maternidades.

Pela primeira vez no museu, apresenta-se um

a diversidade de tradições artísticas, sociais

conjunto assinalável de estátuas africanas

e culturais deve ser tida em conta no olhar

pertencentes à coleção privada de José

sobre estes objetos.

de Guimarães. São mães ancestrais,

À sua volta, questionando-as e abrigando-as,

transmissoras de modelos de vitalidade e

estão os trabalhos de José de Guimarães

beleza de acordo com os critérios locais

onde aparece o símbolo da serpente,

e variações regionais. Os motivos que as

as naturezas-mortas de Maria Amélia

definem são universais: a criança nos braços

Coutinho (1916-2004), mãe do artista,

ou suspensa às costas, o peito e o ventre

e Vanguarda Viperina (1985), registo de

destapados, a serenidade no olhar.

uma ação do artista brasileiro Tunga

A tematização da arte africana, neste caso, através

(1952-2016). O princípio harmonioso dos

do motivo da maternidade, corre o risco de

desenhos florais e a serpente dos rituais

criar um sistema fechado de significados e

transformadores complexificam o tema da

atribuições que molda as práticas de criação,

maternidade e da dualidade.

circulação e coleção. A escala continental e

ão

Jo

s

é

e d

a m r ã i e u s G

A journey through the circular times of mysteries and maternities.

For the first time in the museum, we will present a remarkable set of African statues from the José de Guimarães private collection. They are ancestral mothers, transmitters of models of vitality and beauty, based on local criteria and regional variations. The motifs that define them are universal: the child cradled in the arms or suspended on the back, the bare breasts and belly, the serene gaze.

An attempt to thematise African art, in this case, through the motif of motherhood, runs the risk of creating a closed system of meanings and attributions that shapes the practices of creation, circulation and collection. The continental scale and diversity of artistic, social and cultural traditions must be taken into account when observing these objects. In José de Guimarães’ works we see the serpent symbol around

him, that questions and shelter the works. We also see the still-life paintings by Maria Amélia Coutinho (1916-2004), the artist’s mother, and Vanguarda Viperina (1985), and the record of an action by Brazilian artist Tunga (1952-2016). The harmonious principle of the floral drawings and the serpent used in transformational rituals render the theme of motherhood and duality more complex.

— 9 — CIAJG

ç a cole



Molde, 200 a.C-600 d.C Moche, Perú Terracota CIAJG - Coleção José de Guimarães Mould, 200 B.C-600 A. D Moche, Peru Terracotta CIAJG - José de Guimarães Collection ©Vasco Célio|Stills


Trinta e oito máscaras provenientes de diferentes culturas africanas suspensas em suportes inspirados nos cavaletes de cristal da arquiteta Lina Bo Bardi.

SALA DAS

MÁSCARAS Dada a sua complexidade, abrigar o conjunto de máscaras num único discurso poderá ser

refere a critérios pessoais e artísticos de José de

uma tarefa redutora que coloca o problema

Guimarães que, enquanto artista-colecionador,

do conhecimento e da experiência no museu.

adquiriu estes conjunto desde a década de 80, na

Existem saberes elaborados pelas comunidades

Europa. Para este: “cada artesão é um artista com

que os criaram que inscrevem estes objetos

quem me interessa dialogar”.

no movimento. Foram feitos para dançar e

Uma das missões do CIAJG é a investigação das

devem ser vistos com a música e cantos que

suas coleções, acreditando que o conhecimento

acompanham o seu aparecimento, em contexto

sobre as mesmas deve ser tecido num conjunto

ritual. Alguns deles são secretos, para iniciados.

de relações entre saberes sem hierarquia. Desta

Maioritariamente provenientes de África Subsariana,

forma, será possível olhar criticamente para este

a seleção destas máscaras não obedece a

legado e diversificar a narrativa das histórias

um ponto de vista científico, como podemos

com os outros.

Masks Room

— 12 — CIAJG

encontrar num museu de antropologia. Antes se

We find thirty-eight masks from different African cultures suspended in an exhibition display inspired by the “crystal easels” of the architect Lina Bo Bardi.

Given their complexity, it might be reductive to try to encapsulate this ensemble within a single discourse, and this poses the problem of knowledge and experience in the museum. Knowledge about them exists, developed by the communities that created them, which inscribe the masks as objects of movement. They were made for dancing and should be observed with the music and songs that accompany their appearance, in the

SALA // ROOM 3

context of a ritual. Some of them are secret, for insiders. Primarily from sub-Saharan Africa, the selection of these masks does not observe a scientific rationale, as would be appropriate for an anthropology museum. Instead it reflects José de Guimarães’ personal and artistic criteria who, as an artist-collector, acquired these sets of masks in Europe from the 1980s onwards. He explains that: “each artisan who has produced these masks

is an artist with whom I’m interested in forging a dialogue”. One of the CIAJG’s missions is to investigate its own collections, in the belief that knowledge about the respective items must be woven into a set of connections between knowledge without any hierarchy. In this way, it will be possible to critically look at this legacy and diversify the narratives of certain stories with others.


As esculturas de Pedro Henriques (Porto, 1985)

convocam sentidos ambíguos. Mas de

encontram sentidos inesperados na sala

uma ambiguidade que se engendra mais

das máscaras. Autoportantes como

na técnica que no discurso, através de

entidades sobrenaturais ou planares como

texturas e modos de fazer diferentes:

pintura aberta contra a parede, um diálogo

podem ser planos e gráficos, como também

de tensões, escalas e texturas com as

nervosos e convulsivos ou até mesmo vir

máscaras africanas.

da mecanicidade da aplicação em spray.

Amarradas por uma linguagem elementar e esquemática, ou ainda, como diz o

Em algumas, a visualidade do mundo digital parece também ecoar.

artista, “lugares desconfortáveis entre a imagem e o objeto”, estes trabalhos

Half-eye, long face The work of Pedro Henriques (Porto, 1985) encounters unexpected meanings in the masks room. Self-standing, as supernatural entities or as planar figures, as open paintings on the wall, the sculptures establish a dialogue of tensions, scales and textures with the African masks.

Bound together by an elementary and schematic language, or even, as the artist says, “uncomfortable places between the image and the object” , these works evoke ambiguous meanings. Rather than an ambiguity that is engendered more through technique than discourse, rooted

in different textures and ways of making things: they can be planes and graphics, as well as nervous and convulsive, or even derive from the mechanical process of spray application. In some works, the virtual visuality of the digital world also seems to be echoed.

— 13 — CIAJG

PEDRO HENRIQUES

MEIO OLHO,

CARA LON G A


VIRGÍNIA MOTA

DIÁRIO ATMOSFÉRICO

“Atmosférica” é a propriedade daquilo que é gasoso ou que exprime a noção de vapor. Nos últimos meses, em que a pandemia agudizou

No museu, a experiência das imagens toma a

o nosso estado de alerta sobre o mundo,

forma de um diário distribuído no plano

Virgínia Mota (Matosinhos, 1976) abriu

horizontal das prateleiras, acentuando um

cadernos, pintou imagens e disponibilizou

continuum entre o tempo da exposição e

os conteúdos das páginas na sua conta

o da experiência. Desviar a atenção para a

de Instagram. Diariamente, assistimos à

atmosfera, para as nuvens e para o gasoso

emergência de mundos e de modos de ver

estado das coisas do mundo é, na verdade,

mundos, através das imagens coloridas

uma espécie de pedagogia onde a interpreta-

e redondas. Montanhas, rios, vegetações,

ção cede lugar à atividade indisciplinada do

nuvens, chuva, mar… uma infinita conjugação

devaneio e da deambulação.

de verbos, rememorações e afetos.

Atmospheric Diary

— 14 — CIAJG

“Atmospheric” is the property of that which is gaseous or which expresses the concept of steam.

SALA // ROOM 4

Over recent months, in which the pandemic has heightened our alertness about the world, Virgínia Mota (Matosinhos, 1976) opened up notebooks in which she painted images and then posted the contents of the pages on her Instagram account. Day by day, we saw the emergence of new worlds and ways of seeing worlds, through her coloured and round images. Mountains,

rivers, vegetation, clouds, rain, sea… an infinite conjugation of verbs, memories and affections. In the museum, the experience of the respective images takes the form of a diary that is distributed on the horizontal plane of the shelves, thereby accentuating a continuum between the time of the exhibition and that of the experience. In this manner, each page of this diary awakens the ap-

pearance of a form, and each form freely inspires the imagination. To divert attention to the atmosphere, the clouds and the gaseous state of affairs in the world is, in fact, a kind of pedagogical approach where interpretation is superseded by the undisciplined activity of daydreaming and wandering.


Amazing Fantasy / 2016-2018 / 16mm transferido para digital / 2’ 38. Desafiando a gravidade, um jogo de levitação

escritos e vídeo-instalações que combinam

torna-se imediatamente a possibilidade

etnografia e especulação ou que abordam

de magia; ou uma tradução de um desejo

de forma crítica as relações entre o mito e a

irreprimível de domínio.

F N A T A S história colonial.

Amazing Fantasy / 2016-2018 / 16mm transferred to digital / 2’ 38.

SALA // ROOM 5

The artist Ana Vaz (Brasília, 1986) is known for her films, writings and video installations that combine ethnography and speculation, and which critically address the relationship between myth and colonial history.

Defying gravity, a game of levitation immediately engenders the possibility of magic; or a translation of an irrepressible desire for control.

Y — 15 — CIAJG

AMAZING

ANA VAZ

A artista Ana Vaz (Brasília, 1986) realiza filmes,


OBJETO

— 16 — CIAJG

DEVIRDESENHO-

JOSÉ DE GUIMARÃES

O desenho como processo de devir: homens-animais, rostos-máscara, seres-frutos estranhos, serpentes-dóceis figuras.

SALA // ROOM 6

BecomingDrawing-Object Drawing as a process of becoming: men-animals, faces-masks, strange fruitbeings, docile serpent-figures.


Tantas vezes considerado momento de intervalo

Estabelecendo diálogos com obras da coleção

ou de pausa na produção artística, o desenho

de arte africana, pré-colombiana e antiga

para José de Guimarães (Guimarães, 1939)

chinesa, os desenhos apontam para um

é, ao contrário, um exercício intenso de

processo de devir: homens-animais, rostos-

transformação da realidade, cobrindo um

máscara, seres-frutos estranhos, serpentes-

período de cinquenta anos de trabalho.

dóceis figuras… É a ideia de metamorfose

Esta seleção é apenas uma ínfima parcela dessa

que se persegue ou, como refere o poeta

atividade prolixa, e que deixa de fora uma

Carlos Poças Falcão: “Tudo desenha

diversidade de inspirações e referências: o

tudo. Tudo é desenhado por tudo. Há uma

desenho arqueológico (que o artista praticou

implicação e correspondência de cada coisa

na Sociedade Martins Sarmento, em Guima-

em cada coisa, numa relação que se projecta

rães), os desenhos realizados com máquina

até ao infinito, no grande desenho universal” .

de escrever, a aerógrafo, os desenhos eróticos inspirados nas estampas japonesas, os

Often considered to constitute an interval or a pause in his artistic production, the drawings by José de Guimarães (Guimarães, 1939) reflect, on the contrary, an intense exercise in transforming reality, covering a 50-year period of work. This selection reflects a tiny portion of this prolific activity, which excludes a diversity of inspirations and references: the ar-

chaeological drawings (which the artist produced at the Sociedade Martins Sarmento, in Guimarães), the drawings made with a typewriter, airbrush , his erotic designs inspired by Japanese prints, his child-like sketches… Establishing dialogue with works from the African art collection, pre-Columbian and ancient Chinese, the drawings refer to a process of becoming: men-an-

imals, faces-masks, strange fruit-beings, docile serpent-figures… It is the idea of metamorphosis that pursues or, as the poet Carlos Poças Falcão wrote: “Everything draws everything. Everything is drawn by everything. There is an implication and correspondence of each thing in each thing, in a relationship that projects itself to infinity, in the great universal drawing”.

— 17 — CIAJG

esquissos de aparência infantil…


— 18 — CIAJG

Máscara Tchokwé, Angola Madeira, tecidos, corda Coleção José de Guimarães Mask Tchokwé, Angola Wood, fabrics , rope José de Guimarães collection ©Vasco Célio|Stills


Sem responder a estas perguntas, mas apontando sentidos para as suas respostas, Rodrigo Hernández dirige-se ao passado na sua

significantes à deriva, em disputa. Num efeito de dominó, os objetos remetem uns

língua mãe, o espanhol mexicano. Fora do

para os outros. Uma escultura pré-colom-

tempo linear, Pasado é uma elegia, uma

biana permite imaginar um nexo com uma

poesia melancólica e íntima inspirada pela

máscara em pasta de papel feita pelo artista.

coleção pré-colombiana do museu.

Uma escultura de ferro, também da autoria

A montagem “indisciplinada” de objetos, artefactos

de Hernández, evoca o esqueleto de um

e obras de arte evoca o universo surrealista,

dinossauro. O Alfabeto Africano de José de

mas também o projeto colonial-moderno

Guimarães inspira as formas de uma insta-

nas Américas. Longe da razão transparente

lação em três dimensões. São gestos que

e universal europeia, sob o sol dos trópicos,

ultrapassam o limite da fantasia histórica,

alude-se ao mundo de ambiguidades linguís-

para se transformarem em fantasia artística.

ticas que fundou uma integração forçada de

What is the past and how do we feel it? What fictions and truths are contained in the past? Without answering these questions but suggesting that the meanings are linked to the answers, Rodrigo Hernández addresses the past in his mother tongue - Mexican Spanish. Beyond linear time, Pasado (Past) is an elegy, a melancholy and intimate poetry inspired by the museum’s pre-Columbian collection. The “undisciplined” montage of objects, artefacts and works of

SALA // ROOM 7—8

art evokes the surrealist universe, and also the colonial-modern project in the Americas. Far from European transparent and universal reason, under the tropical sun, we allude to the world of linguistic ambiguities that underpinned a forced integration of different world systems. Signifiers and signified that drift, in dispute. In a domino effect, the objects refer to one another. A

pre-Colombian sculpture makes it possible to imagine a nexus with a papier maché mask made by the artist. An iron sculpture, also made by Hernández, evokes a dinosaur’s skeleton. José de Guimarães’ African Alphabet inspires the shapes of a three-dimensional installation. They are gestures that go beyond the limits of historical fantasy, to become artistic fantasy.

Apoio à produção // Production Support

“PASADO”

sistemas de mundo distintos. Significados e

— 19 — CIAJG

RODRIGO HERNÁNDEZ

O que é o passado e como o sentimos? Que ficções e verdades estão contidas no passado?


o c

f o COLEÇÃO

“Foco Coleção” elege objetos específicos da coleção do CIAJG relacionados ao programa artístico e apresenta leituras plurais sobre os mesmos.

COLLECTION

focus

“Focus on the Collectionˮ chooses specific objects from the CIAJG collection related to the artistic programme and presents plural readings about them.

The CIAJG collection encompasses African art, pre-Columbian art, ancient Chinese art and works by the artist, José de Guimarães, and comprises 1128 objects, including ceramics, sculpture, drawing, installation, textiles, painting and graphic arts. The works were acquired between the 1980s and the 2000s in the European market specialising in artistic, archaeological and ethnographic objects and are deposited on loan in the CIAJG, serving as the basis for the museum’s artistic programme. Unlike scientific or anthropological museums, the choice of objects in the CIAJG collection corresponds to José de Guimarães’ sensibility as a “artist-collector”. He draws inspiration from them, continually

SALAS // ROOMS 1—8

reworking a syncretic vocabulary of cultural references from different parts of the world. More than a heritage-based repository, submissive to the immobility of historiographic cataloguing processes, the CIAJG has asserted itself as a “critical” and “non-conformist” space that does justice to the understanding of the complexity of art, the world and history as seen from “the present” , and to the ideas of José de Guimarães. The museum’s artistic programme seeks to establish cross perspectives with its collection and reveal the broken connections between original objects, narratives and peoples. By existing in the context of the museum, objects such as those displayed in the CIAJG care for, preserve and embody difficult

discussions about the past, heritage and legitimacy. Through the “migration ” of their status (from ritual function, to ethnographic object, to work of art, to commercial item and now as a museum piece) we glimpse a path that is marked by power asymmetries, symbolic violence, commerce and appropriation, and also, intercultural contact, art, technical mastery, tradition and cultural innovation, situated cultural pride and globalisation. One of the CIAJG’s missions is to study the collection in the context of its communities and the histories of the collection, placing them more broadly within colonial history and the circulation of ethnographic objects between Europe and Africa.


A coleção do CIAJG é composta por arte africana,

reelaborando continuamente um vocabulário

os que o CIAJG cuida e preserva dão corpo

arte pré-colombiana, arte antiga chinesa e

sincrético de referências culturais de diversas

a discussões difíceis sobre o passado, o pa-

obras do artista José de Guimarães, e per-

partes do mundo.

trimónio e a legitimidade. Na sua “migração”

faz 1128 objetos, entre cerâmica, escultura,

Mais que um repositório patrimonial, submisso à

de estatuto (função ritual, objeto etnográfico,

desenho, instalação, têxtil, pintura, pintura e

imobilidade das catalogações historiográficas,

obra de arte, peça comercial, e agora peça de

artes gráficas. Estes foram adquiridos entre

o CIAJG tem-se afirmado como um espaço

museu) vislumbramos um percurso marcado

os anos 80 e 2000 no mercado europeu espe-

“crítico” e “inconformado” que faz justiça não

por assimetrias de poder, violência simbólica,

cializado em objetos artísticos, arqueológicos

só ao entendimento da complexidade da arte,

comércio e apropriação. Mas também, contac-

e etnográficos e cedidos em comodato ao

do mundo e da história perspetivados a partir

to intercultural, arte, mestria técnica, tradição

CIAJG, servindo de base ao programa artístico

“do presente”, como também ao pensamento

e inovação cultural, orgulho cultural situado e

do museu.

de José de Guimarães. O programa artístico

globalização. Uma das suas missões é o estu-

do museu procura estabelecer perspetivas

do do acervo no contexto das suas comunida-

antropologia, a escolha dos objetos

cruzadas com o seu acervo e tornar visíveis

des e das histórias da coleção, situando-os de

da coleção do CIAJG corresponde à

as ligações que foram quebradas entre os

forma mais ampla dentro da história colonial

sensibilidade de “artista-colecionador” de

objetos, narrativas e povos de origem.

e da circulação de objetos etnográficos entre

José de Guimarães, que neles se inspira,

Ao existirem no contexto do museu, objetos como

Ao contrário de museus científicos ou de

HALL PISO 0 // GROUND FLOOR

a Europa e África.

José de Guimarães

José de Guimarães

2004

2004

Acrílico sobre madeira, cerâmica (azulejos)

Acrylic on wood, ceramic (tiles)

250x1200 cm

250x1200 cm

CIAJG - Coleção José de Guimarães A história como fantasma e como ficção estão presentes em toda a obra de José de Guimarães. “2004”, conjuntamente com “Pátria”, “Bagdad” e “A Batalha de Cartago”, pertencem ao ciclo “Impérios do Fim” que revisita o tema dos desastres das guerras e das grandes narrativas. A escala monumental evoca o sentido didático da pintura académica do séc. XIX, ao mesmo tempo que

CIAJG - José de Guimarães Collection History as a ghost and as fiction appear throughout José de Guimarães' work. “2004”, together with “Homeland”, “Baghdad” and “The Battle of Carthage”, belong to the cycle “Empires of the End” which revisits the theme of the disaster of war and grand narratives. The monumental scale of the series evokes the didactic approach of 19th century academic painting, at the same time as various elements of signs, colours and fragments confer a dissonant and almost apocalyptic meaning.

os estilhaços de signos, cores e fragmentos confere um sentido dissonante e quase apocalíptico.

HALL PISO 1 // 1ST FLOOR

Embora aos nossos olhos possuam uma certa unidade visual, aspeto que lhes confere o valor estético que determinou a sua aquisição pelo artista José de Guimarães, estas máscaras provêm de áreas geográficas distintas, territórios dos povos Baulé, Bwa, Bedu e Toma, e que atualmente correspondem aos países Burkina Faso, Libéria e Costa do Marfim. Foram performadas por dançarinos e acompanhadas por músicos e instrumentos, em apresentações dinâmicas perante as suas respetivas comunidades; e serviram de elos vitais entre os mundos dos espíritos e dos vivos. Muitas das legendas de museus que descrevem objetos africanos são esquemáticas e lacónicas, por isso uma das missões do CIAJG é o estudo do seu acervo no contexto das suas comunidades de origem e das histórias da coleção. Situando os objetos de forma mais ampla dentro da história colonial, da circulação de objetos etnográficos entre a Europa e África e da globalização. O CIAJG acolhe 198 objetos de arte africana adquiridos pelo artista José de Guimarães a partir dos anos 80 na Europa. Totem (2000) é uma “assemblage” de madeira, cartão, fibras, metal e pintura, inspirada na escultura africana.

Although in our eyes they have a certain visual unity, endowing them with aesthetic value, which in turn was one of the reasons they were acquired by the artist José de Guimarães, these masks actually derive from different geographical areas, the territories of the Baulé, Bwa, Bedu and Toma peoples, which currently correspond to the countries of Burkina Faso, Liberia and the Ivory Coast. They were worn in performances by dancers, accompanied by musicians and instruments, in dynamic performances for their respective communities; serving as vital links between the spirit world and the world of the living. Many of the captions in museums that describe African objects are schematic and laconic and therefore one of the CIAJG ´s mission is to study the collection in the context of their respective original communities and associated histories, placing the objects more broadly within the context of colonial history, the circulation of ethnographic objects between Europe and Africa and globalization. The CIAJG has 198 objects of African art that were acquired by the artist José de Guimarães, from the 1980s onwards in Europe. Totem (2000) is an “assemblage” of wood, cardboard, fiber, steel and painting directly inspired by African sculpture.


SALA // ROOM 2

As Gwandusu dos Bamana Algumas das esculturas que se expõem foram concebidas pelos Bamana (por vezes referidos como Bambara), em particular as figurações de mulheres sentadas numa cadeira ou banquinho, com crianças agarradas ao torso. Os Bamana são considerados um dos maiores grupos linguísticos do Mali, com presença em outros países da região, contando hoje com mais de seis milhões de pessoas. Designadas de Gwandusu, expressão que identifica um carácter de força, paixão e convicção, bem como a capacidade para grandes realizações, muitas destas esculturas foram identificadas como “rainhas”, pelos europeus. As Gwandusu pertencem a conjuntos de várias figuras de grandes dimensões - homens e mulheres com diversos atributos - onde é comum uma organização em torno de um par central, composto pela figura mãe-filho e pelo seu homólogo masculino, Gwantigi, “mestre ou dono de Gwan”, acompanhado por várias outras figuras. Os significados de cada uma dependem, assim, das relações performativas com as restantes figuras do conjunto, à semelhança de uma encenação. O isolamento destas figuras e a sua “tematização” (maternidade, fertilidade,

The Gwandusu of the Bamana Some of the sculptures that we see here were conceived by the Bamana (sometimes referred to as the Bambara), in particular figurations of women sitting on a chair or a stool, with children clinging to their torso. The Bamana are considered to be one of the largest language groups in Mali, with a presence in other African countries, and today they number more than six million people. These sculptures are called Gwandusu - an expression that identifies a character who is strong, passionate and determined, as well as the capacity to make great achievements - and many have been identified as “queens” by Europeans. The Gwandusu belong to sets of several large figures - men and women with different attributes. We often find an organisation around a central pair of figures, composed of the mother-son figure and the male counterpart, Gwantigi, the “master or owner of Gwan ”, accompanied by several other figures. The meanings of each depend, therefore, on the performative relationships with the other figures in the ensemble, similar to a staged performance. The isolation of these figures and their respective “thematisation ” (maternity, fertility, marriage, etc.) is conditioned by the perspective and circulation of these objects in the West.

casamento, etc.) corresponde ao olhar e à circulação desses objetos no Ocidente.

SALA // ROOM 3

Máscara Grebo Costa do Marfim, Séc. 20 Madeira, Pigmentos, Fibras. CIAJG - Coleção José de Guimarães Os olhos tubulares e protuberantes, dispostos em duas linhas verticais, são um traço característico da escultura tradicional dos Grebo/Kru, povo que habita a fronteira entre a Costa do Marfim e a Libéria, e que ficou conhecido sobretudo pela sua exímia navegação e feroz resistência aos processos de escravatura transatlântica e ocupação colonial. Pela sua multiplicidade ocular, o portador destas máscaras ficaria investido de capacidades videntes. Usadas pelos líderes, nas guerras intertribais, nas danças antes das guerras, ou nos funerais de guerreiros caídos no campo de batalha, as máscaras podiam também ser vistas pela população inteira em ocasiões festivas. Ainda que alguma produção feita em moldes tradicionais subsista em várias partes de África rural, atualmente é cada vez mais difícil de encontrar exemplares “autênticos”, que tenham valor de uso. Algumas das celebrações e crenças, no entanto, continuam ativas, sendo usadas em cerimónias públicas. Ao existirem no contexto do museu, objetos como este dão corpo a discussões difíceis sobre o passado, o património e a legitimidade. Na sua “migração” de estatuto (função ritual, objeto etnográfico, obra de arte, peça comercial, e agora peça de museu) vislumbramos um percurso marcado por assimetrias de poder, violência simbólica, comércio e apropriação. Mas também, contacto intercultural, arte, mestria técnica, tradição e inovação cultural, orgulho cultural situado e globalização.

Mask Grebo Ivory Cost, 20th century Wood, pigment, fibre. CIAJG - José de Guimarães Collection The protruding, tubular eyes, arranged in two vertical lines, are a characteristic feature of the traditional sculpture of the Grebo/Kru, a people who inhabit the border between Ivory Coast and Liberia, and who became known above all for their excellent navigation skills and fierce resistance to processes of transatlantic slavery and colonial occupation. Due to their multiple eyes, the wearers of these masks were considered to have clairvoyant abilities. Worn by leaders, in intertribal wars, in pre-war dances, or at the funerals of fallen warriors on the battlefield, the masks could also be seen by the entire population on festive occasions. Although some traditional artisanal production still exists in various parts of rural Africa, it is now increasingly difficult to find “authentic” masks that have use-value. Some of the celebrations and beliefs, however, continue to be active, and are used in public ceremonies. By existing in the context of the museum, objects such as these embody difficult discussions about the past, heritage and legitimacy. Through the “migration ” of their status (ritual function, ethnographic object, work of art, commercial item and now as a museum piece) we can discern a path that is marked by power asymmetries, symbolic violence, commerce and appropriation, and also by intercultural contact, art, technical mastery, tradition and cultural innovation, locally-rooted cultural pride and globalisation.


SALA // ROOM 8

Escultura de pedra Mixteca 1200-1518 d. C. Pedra CIAJG - Coleção José de Guimarães A dualidade entre a vida e a morte que esta peça parece querer exprimir está presente em muitas culturas do México pré-hispânico, tornando-se especialmente presentes nas culturas tardias. imediatamente anteriores à chegada dos espanhóis. A morte, que habitualmente é expressa através de caveiras e corpos descarnados, como neste caso, está além do mais pintada de vermelho, acentuando o contraste entre as duas metades. Não restam dúvidas sobre a função ritual desta imagem, que deve ter desempenhado um importante papel no contexto religioso para o qual foi concebida e realizada. Ainda hoje a morte permanece uma referência cultural do México, e o chamado “Dia dos Mortos” (1 de novembro) é

Stone sculpture Mixtec 1200-1518 d. C. Stone CIAJG - José de Guimarães Collection The duality between life and death that this piece seems to try to express is found in many cultures of pre-Hispanic Mexico, and is especially present in the later cultures that existed immediately prior to the arrival of the Spanish. Death, which is usually expressed through skulls and fleshless bodies, as in this case, is also painted red, thereby accentuating the contrast between the two halves. There is no doubt about the ritual function of this image, which must have played an important role in the religious context for which it was conceived and created. Even today, death continues to be a cultural reference in Mexico, and the so-called “Day of the Dead” (November 1) is a festival in which the dominant note is the religious syncretism between pre-Columbian traditions, such as this work, and the later Christian heritage.

uma festividade em que a nota dominante é o sincretismo religioso entre as tradições pré-colombianas, como a desta peça, e a herança cristã.

Boli, altar portátil Bamana (Bambara) - Mali Madeira, incrustações de terras, bebidas e sangue sacrificial. Usados pelos Bamana nas associações secretas, os boliw preservam quantidades enormes de energia (nyama) que os sacerdotes e os mais antigos membros manipulam para ajudar a remediar algum mal ou socorrer uma necessidade. Muitos destes altares têm a forma de um hipopótamo ou de uma vaca, outros de uma figura humana. Contudo, por vezes é impossível identificar a forma precisa a que se referem; uma intencional incompreensibilidade associada ao princípio de que as coisas mais poderosas são opacas às pessoas em geral, e acessíveis apenas aos iniciados. A ambiguidade sombria destas formas e a ausência do seu entendimento afasta os não iniciados do poder invasivo e terrivelmente persuasivo de nyama.

Boli, portable altar Bamana (Bambara) - Mali Wood, encrustations of earth, drinks and sacrificial blood. Used by the Bamana in secret rites, the boliw preserve tremendous amounts of energy (nyama) that the priests and older tribal members manipulate to help remedy specific evils or to resolve a need. Many of these altars are shaped like a hippopotamus or a cow, others as a human figure. However, it is sometimes impossible to identify the precise form that they refer to; an intentional incomprehensibility associated with the principle that the most powerful things are opaque to the public in general, and accessible only to initiates. The grim ambiguity of these forms and the absence of their understanding distance the uninitiated from the pervasive and terribly persuasive power of the nyama.


— 24 — CIAJG

ESCOLA DE LA ZE R

PRISCILA FERNANDES

Escola de Lazer apresenta, pela primeira vez em Portugal, um importante corpo de trabalho da artista Priscila Fernandes (1981) e convida-nos a pensar sobre o lazer. Concebida especialmente para o CIAJG, a exposição percorre três séries recentes - “Never Touch the Ground” (2020), “Labour Series” (2020) e “Free.To do Whatever We” (2018).

SALAS // ROOMS 9—11

Leisure School


Para os antigos gregos scholē (escola) significava “lazer” e praticar o lazer tinha a ver com exercitar o olhar e a discussão; referia-

espaço ocupado pelo “lazer” no mundo contemporâneo? Diferentes pedagogias são exploradas nas três

se também àqueles que pensam em

salas da exposição: uma sala onde uma

comunidade, algo que a artista considera

apresentadora fictícia de TV tenta provar a

necessário e urgente. A transformação da

relação entre o desenvolvimento do lazer e

palavra “lazer” ao longo dos tempos desviou-

a emergência da arte abstrata; outra onde

se do seu sentido original, aproximando-se

se exercitam gestos artísticos com patins

das ideias de “tempo livre” vs “produção”,

de rodas; e finalmente a última sala onde

especialmente no séc. XX, no contexto

se quebram correntes (numa espécie de

do projeto moderno-capitalista ocidental.

“desafio” de libertação) para se colocar

Diante da atual algoritmização da vida, em

a pergunta: será que somos Livres. Para

que a cada instante é desenvolvida uma

fazermos o que quisermos (“Free. To do

nova app para maximizar e monitorar a

Whatever We”)?

For the ancient Greeks, scholē (school) meant “leisure” and practicing leisure was associated to observation and discussion; the term also referred to those who thought in a community, something that the artist now finds to be necessary and urgent. The meaning of the word “leisure” however has transformed over time, deviating from its original meaning, and migrated towards the ideas of

“free time” vs “production ” especially in the 20th century in the context of the western moderncapitalist project. Given the current algorithmicization of life, in which a new app is developed at every moment in time to maximise and monitor our improving productivity, what space does “leisure” occupy in our contemporary world. Different pedagogies for studying leisure are explored across the three rooms of this

exhibition. In one a fictional TV presenter tries to prove the relationship between the development of leisure and the emergence of abstract art. In anothergrand artistic gestures are exercised while wearing roller skates. And lastly a room where chains are broken (in a kind of “challenge” of liberation), are we “Free. To do Whatever We?”

— 25 — CIAJG

Leisure School presents, for the first time in Portugal, an important body of work by the artist Priscila Fernandes (1981) in which she invites us to reflect on leisure. Specifically designed for the CIAJG, the exhibition covers her recent series - “Never Touch the Ground” (2020), “Labour Series” (2018-2020) and “Free. To do Whatever We” (2018).

Apoio à produção // Production Support

nossa crescente produtividade, qual é o


COMPLEXO T(E) I I COLOSSO

PA R — 26 — CIAJG

CARME NOGUEIRA DIEGO VITES IRATXE JAIO & KLAAS VAN GORKUM PIZZ BUIN ALISA HEIL E ANDRÉ SOUSA GARETH KENNEDY CARLA FILIPE JEREMY DELLER JORGE SATORRE LOLA LASURT NEG: NOVA ESCULTURA GALEGA PEDRO G. ROMERO SALGADO ALMEIDA TAXIO ARDANAZ CURADOR CONVIDADO GUEST CURATOR

ÁNGEL CALVO ULLOA

SALAS // ROOMS 12—13

Colossus Complex


A exposição Complexo Colosso contempla, na sua génese, um segundo momento de aproximação a este “caso”. Através da incorporação dos trabalhos dos artistas

entre o popular e a ultrapassada ideia de alta

Diego Vites, Carme Nogueira, Iratxe Jaio &

cultura; as camadas de significado que emer-

Klaas van Gorkum e do coletivo Pizz Buin,

gem e que envolvem arquétipos coletivos; ou

acrescentam-se questões que influem na

a forma como entendemos e frequentamos

construção do relato histórico e ficcional

aquilo que é uma exposição.

envolvendo o “homem de pedra”: os limites

Dizem que as histórias se formam em parte

tion of the historical and fictional account of this “stone man ”: the limits between the popular and the outdated idea of high ​​ culture; the layers of meaning that emerge that involve collective archetypes; or the way we understand and attend what an exhibition is.

decidem transferi-la para a Alameda

Colosso é uma exposição que pretende

de verdade e em parte de especulação.

Mariano Felgueiras, numa rotunda onde

aprofundar de forma indisciplinada as

Depois do primeiro encontro com o

permanece até hoje.

várias camadas que constituem este

chamado “gigante Golias”em 1876, e

A complexidade do caso percorre o final

relato, as que alimentaram e questio-

fantasiando sobre a possibilidade de

do século XIX e todo o século XX em

estar relacionado a um culto fálico e

constante ressignificação, sendo objeto

procriador, Francisco Martins Sarmento

de especulações e imprecisos estudos

vai mobilizar ações e estudos em redor

arqueológicos que, de alguma forma,

complexidade que vai além do debate

do achado. Mas pouco a pouco, com a

transcendem-no como artefato anacró-

sobre a origem do homem de pedra,

morte do arqueólogo, em 1899, o caso

nico pertencente não só ao campo da

desembocando em aspetos políticos

perde força nos debates arqueológicos.

arqueologia, mas também ao imaginário

e sociais que revelam uma série de

Em 1929, a escultura é transferida para

coletivo da área de influência do Minho,

problemáticas históricas das quais o

o jardim da Sociedade Martins Sarmen-

até à Galiza. Sempre ofuscado pela dúvi-

Colosso é apenas a ponta.

to onde ficará até 1996, data em que a Câmara Municipal e a própria Sociedade

They say that stories are formed partly from truth and partly from speculation. After his first encounter with the so-called “Goliath the giant” , fantasising about the possibility that it was related to a phallic and fertility cult, Francisco Martins Sarmento began to mobilise actions and studies about this discovery. Little by little, after the archaeologist’s death in 1899, the case lost momentum in archaeological debates. In 1929, the sculpture

naram a épica, dando forma ao que o Colosso representa hoje. Complexo Colosso também aponta uma

da que pairava sobre cada referência. Na encruzilhada de vários relatos, Complexo

was transferred to the garden of the Sociedade Martins Sarmento (SMS), where it remained until 1996, when the SMS and Guimarães City Council decided to transfer it to the Alameda Mariano Felgueiras, at a roundabout where it can still be found today. Through the end of the 19th century and throughout the 20th century the complexity of the case led to constant resignification. It was the subject of speculations and im-

precise archaeological studies that, somehow, transcend it, as an anachronistic artifact that ’ t just pertain to the field doesn of archaeology, but also to the collective imagination of the surrounding Minho region, also extending to Galicia. Always overshadowed by the doubts lingering over each reference. At the crossroads of several different accounts of this phenomenon, Colossus Complex is an exhibition that aims to delve in an undisci-

plined manner into the various layers of this story, those that have fuelled and also questioned the epic, shaping what the Colossus represents today. Colossus Complex also points to a complexity that extends beyond the debate about the origin of this stone figure, ending in political and social aspects that reveal an entire series of historical problems, of which the Colossus is just the tip.

— 27 — CIAJG

PART(E) I

The Colossus Complex exhibition, in its genesis, contemplates revisiting this historic “case”. Through incorporation of works of artists Diego Vites, Carme Nogueira, Iratxe Jaio & Klaas van Gorkum and the collective Pizz Buin, in introduces new questions that have influenced the construc-


Diego Vites Colosso de Pedralva (Monumentos estranhos), 2021 Poliestireno, cimento, tinta e inscrições Colossus of Pedralva (Awkward monuments), 2021 Styrofoam, cement, paint and inscriptions. ©Miguel Ulloa


BIOGRAFIAS ARTISTAS // ARTIST BIOGRAPHIES

ALISA HEIL

Alisa Heil nasceu em 1986, em Gelnhausen, e André Sousa em 1980, no Porto. Embora partilhem atelier nessa cidade e a prática de ambos inclua pontos em comum, esta é a primeira ocasião em que o trabalho de ambos é concebido numa instalação conjunta. O interesse de Heil aplica a correlação entre superstição, seu simbolismo e consumismo ultrapassado. Na pintura de Sousa, assim como nos seus vídeos, encontramos paisagens, referências literárias, experiências individuais ou elementos e apropriações codificadas. Além de ter apresentado seu trabalho internacionalmente em diversas ocasiões, Sousa coordena desde 2008, com o artista Mauro Cerqueira, o projeto e espaço artístico “Uma Certa Falta de Coerência”, no Porto. Heil fundou em 2017 o projeto curatorial itinerante “Kunsthalle Freeport” . Juntos, partilham a crença numa cena liderada por artistas. _ Alisa Heil was born in 1986, in Gelnhausen, and André Sousa was born in 1980, in Porto. Although both share a studio in Porto and share several points in common in their work, this is the first time that their work is conceived in the form of a joint installation. Heil’s interest explores the correlation between superstition, its symbolism and the outdated consumerism. In Sousa’s paintings and videos, we encounter landscapes, literary references, individual experiences or elements and codified appropriations. Since 2008, in addition to presenting his work internationally on several occasions, Sousa in conjunction with the artist Mauro Cerqueira, has coordinated the artistic project and space “Uma Certa Falta de Coerência”, in Porto. In 2017, Heil founded the itinerant curatorial project “Kunsthalle Freeport” . Together, they share the belief in artist-run initiatives.

ANA VAZ

Ana Vaz nasceu no planalto central brasileiro habitada pelos fantasmas enterrados pela capital federal modernista Brasília. Cerratense de origem e andarilha por escolha, Ana viveu nas terras áridas do Brasil central e do sul da Austrália, nos pântanos do norte francês e nas margens orientais do Atlântico norte em Portugal. Atualmente traça a sua cami-

nhada entre Paris, Lisboa e Brasília. A sua filmografia ativa e questiona o cinema enquanto arte do (in)visível e enquanto instrumento capaz de desumanizar o humano, expandindo as suas conexões e devires com outras formas de vida — tanto outras-que-humanas, quanto espectrais. Consequências ou expansões da sua cinematografia, as suas atividades incorporam-se também na escrita, na pedagogia crítica, em instalações ou caminhadas coletivas. _ Ana Vaz was born in the Brazilian highlands inhabited by the ghosts buried by its modernist capital Brasília. Originally from the cerrado and wonderer by choice, Ana lived in the arid lands of central Brazil and of southern Australia, in the mangroves of northern France and at the northeastern margins of Atlantic in Portugal. Currently, she traces her path between Paris, Lisbon and Brasília. Her filmography activates and questions cinema as an art of the (in)visible as well as as an instrument capable of dehumanising the human, expanding its becomings with other forms of life — other-than-human or spectral. Consequences or expansions of her cinemato-graphy, her activities are also embodied in writing, critical pedagogy, installations or collective walks.

ÁNGEL CALVO ULLOA

Ángel Calvo Ulloa nasceu em 1984, em Lalín (Pontevedra). É curador de exposições e crítico para publicações como El Cultural e Dardo Magazine. Como curador tem trabalhado em projetos para instituições como CA2M (Madrid), La Casa Encendida (Madrid), Caixaforum (Barcelona), MNAC (Barcelona), MARCO (Vigo), CCEMx (Cidade do México) ou Tabacalera (Madrid), entre outras. Atualmente prepara com Antonio Ballester Moreno o projeto de exposição “Autoconstrucción. Piezas sueltas. Juego y experiencia”, para ARTIUM (Gasteiz, País Vasco) e “Nuevos Babilonios (com Pedro G. Romero), para o Instituto Moreira Salles (São Paulo). Recentemente publicou, com Juan Canela, o livro “Conversaciones desde lo curatorial. Ideas, experiencias y afectos”, Editora Consonni. _ Ángel Calvo Ulloa was born in 1984, in Lalín (Pontevedra). He is a curator of exhibitions and n art critic for publications

such as El Cultural and Dardo Magazine. As a curator he has worked on projects for institutions such as CA2M (Madrid), La Casa Encendida (Madrid), Caixaforum (Barcelona), MNAC (Barcelona), MARCO (Vigo), CCEMx (Mexico City) or Tabacalera (Madrid), among others. He is currently preparing the exhibition project “Autoconstrucción. Piezas sueltas. Juego y experiencia”, for ARTIUM (Gasteiz, País Vasco) and “Nuevos Babilonios” (with Pedro G. Romero), for the Moreira Salles Institute (São Paulo). He recently co-edited, with Juan Canela, the book “Conversaciones desde lo curatorial. Ideas, experiencias y afectos”, Editora Consonni.

CARLA FILIPE

Carla Filipe nasceu em 1973, na Póvoa do Valado (Aveiro). Fez parte do movimento “artist run spaces” no Porto (cofundadora do “Salão Olímpico” e do “ Projecto Apêndice”), iniciando neste contexto o seu trabalho. Investiga a apropriação de objetos e documentos, e tece relações entre objetos de arte, cultura popular e ativismo. Do conjunto de exposições nacionais e internacionais destacam-se: 8ª Bienal Manifesta, 13ª Bienal de Istambul, Museu de Serralves e Bienal de São Paulo. Com Ulrich Loock foi curadora de “ O ontem morreu hoje, o hoje morre amanhã”, Galeria Municipal do Porto (2018). _ Carla Filipe was born in 1973, in Póvoa do Valado (Aveiro). She played an important part in the “artist-run spaces” movement in Porto (as co-founder of “Salão Olímpico” and “Projecto Apêndice”) and began her work in this context. She has investigated the appropriation of objects and documents, and traced relationships between works of art, popular culture and activism. Her main participations in international and national exhibitions include the 8th Bienal Manifesta, 13th Istanbul Biennial, Serralves Museum and the Bienal de São Paulo. She co-curated, with Ulrich Loock, “O ontem morreu hoje, o hoje morre amanhã” (Yesterday died today, today dies tomorrow), Galeria Municipal do Porto (2018).

CARME NOGUEIRA

Carme Nogueira tem trabalhado nas áreas da fotografia e instalação para explorar os processos de subjetivação e a função padronizadora dos espaços. Nos seus trabalhos mais recentes, esse problema materializa-se por meio de uma série de processos de pesquisa e ações para o espaço público. A partir dessas ações e pesquisas, e com a ajuda de objetos criados especificamente para cada projeto, ela tenta promover situações que ativem os espectadores ou os colaboradores envolvidos no projeto. Desta forma, outras narrativas podem ser geradas e arquivos e locais podem ser ativados. Alguns dos seus projetos mais recentes incluem Citoyenneté I e II (Montehermoso, Vitoria-Gasteiz, 2012 e Pavillon Vendôme, Paris, 2014), About Alvão (Kubikgallery, Oporto, 2017), Galician Life (CentroCentro, Madrid, 2018), Ordinary News from the North (Mutaciones, Nuevo Baztán, Madrid, 2018), Pinofran-queado para crianças (Pinofran-queado y Cáceres, 2019) e Tenerife (TEA, Tenerife, 2020) e Brieven uit Spanje (Stedelijk Museum Breda, Breda, 2020), entre outros. _ Carme Nogueira has worked in the fields of photography and installation to explore processes of subjectivisation and the standardising function of spaces. In her most recent works, this problem is materialised through a series of research processes and actions for the public space. Based on these actions and research, and with the help of objects that have been created specifically for each project, she tries to promote situations that activate the spectators or collaborators in the project. In this manner other narratives can be generated and archives and places can be activated. Some of her most recent projects are Citoyenneté I and II (Montehermoso, Vitoria-Gasteiz, 2012 and Pavillon Vendôme, Paris, 2014), About Alvão (Kubikgallery, Oporto, 2017), Galician Life (CentroCentro, Madrid, 2018), Ordinary News from the North (Mutaciones, Nuevo Baztán, Madrid, 2018), Pinofranqueado for children (Pinofranqueado y Cáceres, 2019) and Tenerife (TEA, Tenerife, 2020) and Brieven uit Spanje (Stedelijk Museum Breda, Breda, 2020) among others.


DIEGO VITES

Diego Vites (Galiza, 1986) é artista visual. O seu trabalho expressa um permanente contacto entre os territórios periféricos que o atravessam: as Ilhas Canárias, o Equador, a Galiza, bem como Portugal. Foi membro fundador de vários projetos artísticos como “FAC Peregrina”, na Galiza ou “El Apartamento”, nas Canárias. Atualmente é membro dos coletivos “Unha Gran Burla Negra” e “NEG Nova Escultura Galega”. O seu trabalho expande-se numa multiplicidade de expressões e relações abertas entre a pintura, a instalação, a escultura e o vídeo, numa construção deliberadamente mediada pela história da arte. _ Diego Vites (Galicia, 1986) is a visual artist. His work expresses a permanent contact between the peripheral territories that have influenced him: the Canary Islands, Ecuador, Galicia, as well as Portugal. He was a founding member of several artistic projects, such as “FAC Peregrina” in Galicia or “El Apartamento” in the Canary Islands. He is currently a member of the collectives “Unha Gran Burla Negra” and “NEG Nova Escultura Galega”. His work expands into a multiplicity of expressions and open relationships between painting, installation, sculpture and video, in a construction that is deliberately mediated by the history of art.

GARETH KENNEDY

Gareth Kennedy nasceu em 1979, em Dublim. O seu trabalho explora o papel social do artesanato no século XXI e gera ‘comunidades de interesse’ em torno da produção e interpretação de novas culturas materiais. Os resultados geralmente incluem estruturas arquitetónicas ou projetadas, filmes, objetos feitos à mão, bem como eventos performativos ao vivo que dão vida a essas entidades físicas em contextos públicos específicos. Kennedy produziu e exibiu trabalhos internacionalmente. A sua prática até o momento inclui obras de arte públicas, projetos educacionais, exposições, residências e colaborações. Em 2009, co-representou a Irlanda na 53ª Bienal de Veneza. _ Gareth Kennedy was born in 1979 in Dublin. His work explores the social role of crafts in the 21st century and generates

‘communities of interest’ associated to the production and interpretation of new material cultures. The results generally include architectural structures or projected structures, films, hand-made objects, as well as live performance events that bring these physical entities to life in specific public contexts. Kennedy has produced and exhibited his works internationally. His artistic practice until today includes public works of art, educational projects, exhibitions, residences and collaborations. In 2009, he co-represented Ireland at the 53rd Venice Biennale.

IRATXE JAIO & KLAAS VAN GORKUM

Iratxe Jaio (Espanha, 1976) e Klaas van Gorkum (Holanda, 1975) trabalham como dupla de artistas desde 2001. Atualmente vivem em Roterdão (Holanda). A sua prática pode ser comparada à arqueologia experimental, em que exploram o significado social de objetos e documentos existentes, por meio da sua apropriação e reprodução num contexto distinto. Participaram de inúmeras exposições individuais e coletivas em espaços como o Museu Artium de Vitoria-Gasteiz; Plataforma ADN, Barcelona; FRAC-Aquitaine, Bordéus; MUSAC, Léon; Tabakalera em Donostia-San Sebastián; Kunsthalle Exnergasse, Viena; Fabra i Coats, Barcelona; De Appel, Amsterdão; ou Konsthall C, Estocolmo. _ Iratxe Jaio (Spain, 1976) and Klaas van Gorkum (Netherlands, 1975) have worked as an artistic duo since 2001 and currently live in Rotterdam (Netherlands). Their work can be compared to experimental archaeology, through which they explore the social meaning of existing objects and documents, by means of their appropriation and reproduction in a different context. They have participated in numerous solo and group exhibitions, in spaces such as the Museu Artium de Vitoria-Gasteiz; ADN Platform, Barcelona; FRAC-Aquitaine, Bordeaux; MUSAC, Leon; Tabakalera in Donostia-San Sebastián; Kunsthalle Exnergasse, Vienna; Fabra i Coats, Barcelona; From Appel, Amsterdam; or Konsthall C, Stockholm.

JEREMY DELLER

Jeremy Deller nasceu em 1966, em Londres, cidade onde vive e trabalha. Foi vencedor, entre outros, do Turner Prize em 2004. Tem vindo a desenvolver uma pesquisa sobre estereótipos sociais e narrativas de identidade e da história, através de formas colaborativas de produção, numa proposta que dilui os protocolos da autoria. Do conjunto de exposições nacionais e internacionais destacam-se: FRAC Nord-Pas-De-Calais; FRAC Pays de la Loire; Tate Modern, London; Victoria & Albert Museum, London, The Modern Institute, Glasgow/UK (2019); British Pavilion, 55th Venice Biennale/IT (2013); Hayward Gallery, London/UK (2012); Palais de Tokyo, Paris/ FR (2008). _ Jeremy Deller was born in 1966 in London, where he lives and works. Among other awards, he won the Turner Prize in 2004. He has been developing research into social stereotypes and the narratives of identity and history, through collaborative forms of production, in a proposal that dilutes the protocols of authorship. His main participations in national and international exhibitions include FRAC Nord-Pas-De-Calais; FRAC Pays de la Loire; Tate Modern, London; Victoria & Albert Museum, London, The Modern Institute, Glasgow / UK (2019); British Pavilion, 55th Venice Biennale / IT (2013); Hayward Gallery, London / UK (2012); Tokyo Palais, Paris / FR (2008).

JOAQUIM SALGADO ALMEIDA

Joaquim Salgado Almeida nasceu em 1951, em S. Martinho de Candoso (Guimarães). Licenciado em Artes Plásticas pela ESBAP, lecionou na área das artes visuais no ensino público e superior privado. Para além da pintura, tem trabalhado com escultura e como ilustrador para várias publicações. Como cartoonista, colaborou no jornal “O Povo de Guimarães”, onde se destaca a presença de Afonso Henriques e o Colosso de Pedralva, referências históricas e identitárias. É presença semanal no jornal “Mais Guimarães” com a tira “Mais SAL” . Presentemente colabora em projetos como “Osmusiké Cadernos”, “Sons e vozes da Liberdade”, “Sons do Temp(l)o” e outros mais, em forma embrionária.

_ Joaquim Salgado Almeida was born in 1951, in S. Martinho de Candoso (Guimarães). He holds a BFA degree in Fine Arts from ESBAP, and has taught in the field of visual arts in public and private higher education. In addition to painting, he has worked in the fields of sculpture and as an illustrator for several publications. As a cartoonist, he has worked with the newspaper “O Povo de Guimarães”, including portraying two historical and identity references - Afonso Henriques and the Colossus de Pedralva. He participates on a weekly basis in the “Mais Guimarães” newspaper, with the “Mais SAL” cartoon strip. He currently works in projects such as “Osmusiké Cadernos”, “Sounds and voices of Liberty”, “Sons do Temp(l)o” (Sounds of time and temple) and others, in an embryonic form.

JORGE SATORRE

Jorge Satorre nasceu em 1979, na Cidade do México. Através de processos manuais e experimentação com materiais diversos, a sua obra tem-se desenvolvido como um conjunto de respostas a vestígios excluídos de momentos históricos nos diferentes contextos com que se relaciona, reivindicando opiniões aparentemente pouco representativas, mas reveladoras de uma verdade não hegemónica. O seu trabalho tem sido mostrado em espaços como: REDCAT, Los Angeles; Museo Tamayo, Cidade do México; Artspace, Auckland; Halfhouse, Barcelona; Le Grand Café, St-Nazaire (França); FormContent, Londres; Centro Cultural Montehermoso, Vitória ou La Casa Encendida, Madrid. _ Jorge Satorre was born in 1979, in Mexico City. Using manual processes and experimentation with different materials, his work has developed as a set of responses to vestiges excluded from various historical moments in the different contexts with which he interacts, and defends apparently unrepresentative opinions, which reveal a non-hegemonic truth. His work has been exhibited in spaces such as: REDCAT, Los Angeles; Museo Tamayo, Mexico City; Artspace, Auckland; Halfhouse, Barcelona; Le Grand Café, St-Nazaire (France); FormContent, London; Centro Cultural Montehermoso, Vitória, Vitoria or La Casa Encendida, Madrid.


JOSÉ DE GUIMARÃES

José de Guimarães (Guimarães, 1939) vive e trabalha, desde 1995, entre Lisboa e Paris. Se a primeira década de produção artística se baseia nos contatos com África, nos mais de cinquenta anos de trabalho encontram-se séries completas dedicadas às culturas chinesa e japonesa, à arte de Rubens, à literatura de Camões ou à concepção particular da morte no México. Nos últimos anos, o trabalho de José de Guimarães reflecte uma vocação de formas e figuras tendencialmente cosmopolita, sobretudo com trabalhos em caixas de madeira, que propõem um exterior de austeridade contrastante com a encenação do seu espaço interior, tratado com traços luminosos, pintura, colagens e objetos desviados do sentido que lhes é conferido pela sua função tradicional. Tendo realizado numerosas exposições em vários países, e, para além de exposições antológicas anteriores realizadas em Bruxelas no Palais des Beaux-Arts (1984), no Museu de Arte Moderna (Cidade do México, 1987), na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, e na Fundação Serralves, Porto (1992), na última década, viu seremlhe dedicadas exposições antológicas ou retrospectivas em Portugal (Cordoaria Nacional, Lisboa, 2001 e Fundação Carmona e Costa, Lisboa, 2012), na Alemanha (Museu Würth, Künzelsau, 2001), em Tóquio (Hillside Fórum, 2002), na Suíça (Art Fórum Würth, Arlesheim e Chur, 2003), no Brasil (Fundação Cultural FIESP, 2005 e Museu Afro Brasil, 2006, São Paulo), Espanha (Fundação Caixanova, 2003, e Museu Würth La Rioja, 2008), Luanda (Centro Cultural Português, 2009), em Itália (Art Fórum Würth, Roma, 2010), em Bruxelas (Espace Européen pour la Sculpture, 2007 e Parlamento Europeu, 2012) e na China (Museu Yan Huang, Pequim, 1994, Today Art Museum, Pequim, 2007, Suzhou Jinji Lake Art Museum, Suzhou, 2012 e Museu de Arte da província de Shaanxi em Xian, 2013). Em 2012, é eleito Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes. No Centro Internacional das Artes José de Guimarães, participou em numerosas exposições e remontagens das

coleções, pertença do artista, e que aí se depositam em comodato. Entre 2016 e 2018 participou de várias exposições destacandose “Esconjurações na Coleção Millennium bcp e noutras obras de José de Guimarães”, na Galeria Millennium, em Lisboa, “Portugal Portugueses - Arte Contemporânea” no Museu Afro-Brasil, em São Paulo, e “L’ Internationale des Visionaires”, comissariada por Jean-Hubert Martin, em Montolieu, França, Em 2019, inaugurou no Musée Würth Erstein France a exposição retrospectiva “José de Guimarães - De L’ Artiste à L’ Anthropologue”. Em Lisboa, inaugurou, na Biblioteca Nacional “A Volta ao Mundo”, retrospetiva da obra gráfica, tendo sido editado um catálogo “raisonné” da obra gráfica (1963-2019). Recebe o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Inaugurou em Shanghai dois conjuntos de arte pública intitulados “Gates” e “Cylinder Building”. Em 2020, inaugurou no Würth Haus Rorschach, Suíça, a exposição “José de Guimarães, Von Künstler zum Anthropologen”, e “Dioramas”, na Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa. Recentemente, realizou uma nova série de serigrafias “Desenhos na Areia” para o Centro Português de Serigrafia, Lisboa. O seu trabalho, representado nas mais relevantes colecções institucionais em Portugal e um pouco por todo o mundo, com especial incidência no Japão e Alemanha. A sua obra propõe cruzamentos com a arte de civilizações não ocidentais - africana, chinesa e meso-americana – numa busca incessante de relações não verbais, a que não é estranha a atividade de colecionador a que se vem dedicando há várias décadas. _ José de Guimarães (Guimarães, 1939) has lived and worked between Lisbon and Paris since 1995. Whereas the first decade of his artistic production was essentially based on his contacts with Africa, his career spanning more than 50 years includes complete series dedicated to Chinese and Japanese cultures, the art of Rubens, the literature of Camões or the particular conception of death

in Mexico. Over recent years, José de Guimarães’ oeuvre reflects a trend towards creating cosmopolitan forms and figures, especially with works in wooden boxes, which propose an exterior austerity that contrasts with the enactment of its interior space, that features bright lines, painting, collages and objects that deviate from the meaning that would normally be given to them by their traditional function. He has held numerous exhibitions in various countries, and, in addition to previous anthological exhibitions that were held in Brussels at the Palais des Beaux-Arts (1984), the Museum of Modern Art (Mexico City, 1987), the Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon, and the Serralves Foundation, Porto (1992), over the last decade, there have been anthological or retrospective exhibitions dedicated to him in Portugal (Cordoaria Nacional, Lisbon, 2001 and the Carmona e Costa Foundation, Lisbon, 2012), in Germany (Museum Würth, Künzelsau, 2001), in Tokyo (Hillside Forum, 2002), Switzerland (Art Forum Würth, Arlesheim and Chur, 2003), Brazil (FIESP Cultural Foundation, 2005 and the Museu Afro Brasil, 2006, São Paulo), Spain (Caixanova Foundation, 2003, and Museo Würth La Rioja, 2008), Luanda (Portuguese Cultural Centre, 2009), in Italy (Art Forum Würth, Rome, 2010), in Brussels (Espace Européen pour la Sculpture, 2007 and the European Parliament, 2012) and in China (Yan Huang Museum, Beijing, 1994, Today Art Museum, Beijing, 2007, Suzhou Jinji Lake Art Museum, Suzhou, 2012 and Shaanxi Provincial Art Museum in Xian, 2013). In 2012, he was elected the President of the National Society of Fine Arts. At the José de Guimarães International Centre for the Arts, in Guimarães, he has participated in numerous exhibitions and reassembly of the artist’s collections, which are deposited there on loan, free of charge. Between 2016 and 2018 he participated in several exhibitions, including in particular “Esconjurations in the Millennium bcp Collection and other works by José de Guimarães”, at the Millennium Gallery, in Lisbon, “Portugal Portuguese Contemporary Art” at the Museu Afro-Brasil in São Paulo, and “L’ Internationale des Visionaires”, curated by Jean-Hubert

Martin, in Montolieu, France, In 2019, in the Musée Würth Erstein France, he inaugurated the retrospective exhibition “José de Guimarães - De L’ Artiste à L’ Anthropologue”. In Lisbon, in the Biblioteca Nacional (National Library) he inaugurated the exhibition, “A Volta ao Mundo” (Around the World), a retrospective of his graphic work, accompanied by a critical catalogue of the work on display (1963-2019). He received the Career Award from the Portuguese Society of Authors (SPA). In Shanghai, he inaugurated two sets of public art entitled “Gates” and “Cylinder Building”. In 2020, he inaugurated the exhibition “José de Guimarães, Von Künstler zum Anthropologen ” in the Würth Haus Rorschach, Switzerland and “Dioramas” in the Chapel of Nossa Senhora da Conceição, in Lisbon. He recently made a new series of silkscreen prints “Drawings in the Sand” for the Portuguese Serigraphy Centre, Lisbon. His work is represented in the most relevant institutional collections in Portugal and all over the world, in particular in Japan and Germany. His work proposes crossovers with the art of non-Western African, Chinese and Meso-American civilizations – in an incessant search for non-verbal relationships, that is also influenced by his intense activity as a collector over several decades.

LOLA LASURT

Lola Lasurt nasceu em 1983, em Barcelona, e vive e trabalha nesta cidade. A artista pesquisa sobre a História como processo aberto e autocrítico, através da instalação, pintura, vídeo e processos colaborativos, numa perspetiva arqueológica dos media. Atualmente, finaliza um Master em Filosofia no Royal College of Art de Londres. Do conjunto de exposições nacionais e internacionais destacam-se: Galería Joan Prats, Espai13 Fundació Joan Miró, Museu Abelló, Mollet La Casa Encendida, Sant Andreu Contemporani, entre outras. Foi nomeada para o Young Belgian Art Prize’15, e recebeu o Prémio Miquel Casablancas, entre outros. _ Lola Lasurt was born in 1983, in Barcelona, where he lives and works. The artist develops research into History as an


Priscila Fernandes ’ and slidin ’ , scoot Slippin like a seal #1, 2019 C-Print Ed. 1/3 ©Priscila Fernandes


open and self-critical process, through installations, paintings, videos and collaborative processes, from an archaeological perspective of the media. She is currently completing a Master of Philosophy degree at the Royal College of Art in London. Her main participations in national and international exhibitions include the Galeria Joan Prats, Espai13 Fundació Joan Miró, Abelló Museum, Mollet La Casa Encendida, Sant Andreu Contemporani, among others. She was nominated for the Young Belgian Art Prize’ 15, and received the Miquel Casablancas Award, among others.

MARIA AMÉLIA COUTINHO

Maria Amélia Coutinho nasceu em Guimarães, em 1916. Filha de José da Rocha Coutinho e de Maria Mendes Simões. Frequentou o Colégio de Nossa Senhora da Conceição até 1931, e a Escola Industrial e Comercial de Francisco de Holanda, em Guimarães, entre 1931 e 1937, tendo concluído os Cursos de Comércio, Desenho e Bordados. Foi aluna dos professores José de Pina, Dr. Fernando Mattos Chaves e do escultor António d’Azevedo. Casou com Joaquim Fernandes Marques, em 1939. Tiveram três filhos: José Maria (o artista José de Guimarães), Joaquim Maria e Maria José. Dedicou-se primeiro ao acompanhamento e educação dos filhos e depois a causas sociais e assistenciais da Paróquia de N. Srª da Oliveira, em Guimarães. Faleceu a 16 de novembro de 2004. _ Maria Amélia Coutinho was born in Guimarães in 1916, the daughter of José da Rocha Coutinho and Maria Mendes Simões. She attended the College of Nossa Senhora da Conceição until 1931, and then completed courses in Commerce, Design and Embroidery in the Francisco de Holanda Industrial and Commercial School, in Guimarães, between 1931 and 1937, studying under the professors, José de Pina, Dr. Fernando Mattos Chaves and the sculptor, António d’Azevedo. She married Joaquim Fernandes Marques in 1939 and they had three children: José Maria (the artist José de Guimarães), Joaquim Maria and Maria José. She initially devoted herself to caring for and educating her children and then to social and

welfare causes in the Parish of Nossa Senhora da Oliveira, in Guimarães. She died on November 16, 2004.

NEG (NOVA ESCULTURA GALEGA)

NEG (Nova Escultura Galega) é um coletivo de artistas fundado por Misha Bies Golas (Lalín, Pontevedra, 1977) e Jorge Varela (Allariz, Ourense, 1971), em 2018. A sua prática artística remete não só à tradição artesanal galega, como também aos conceptualismos dos países do Leste europeu, nos anos setenta. Realizaram extensa compilação e troca de documentos e arquivos, bem como viagens de estudo a vários países do Leste da Europa, tendo publicado “Cadernos da NEG”. A primeira apresentação pública conjunta acontece no CIAJG (Centro Internacional das Artes José de Guimarães), no contexto da exposição “Complexo Colosso”. _ NEG (Nova Escultura Galega) is a collective of artists founded in 2018 by Misha Bies Golas (Lalín, Pontevedra, 1977) and Jorge Varela (Allariz, Ourense, 1971). The collective’s artistic practice refers not only to the tradition of Galician handicrafts, but also to the conceptual ideas of Eastern European countries in the 1970s. They produced an extensive compilation and exchange of documents and archives, and also organised study trips to various countries in Eastern Europe, and published the “Cadernos da NEG”. The collective’s first joint public presentation will occur in the CIAJG (José de Guimarães International Centre for the Arts), in the context of the exhibition “Colossus Complex”.

PEDRO G. ROMERO

Pedro G. Romero nasceu em 1964, em Aracena (Huelva). O tema central da sua obra é a reflexão e investigação das imagens que resistem ao tempo - histórico, biológico, psicológico ou verbal. A sua obra aborda constantemente o desaparecimento da autoria e o questionamento das crenças. Em 2000 começou a trabalhar nos projetos: “Archivo F.X.” e “Máquina P.H”, tendo como material de trabalho a iconoclastia e o flamenco, respetivamente. Participou de citas internacionais como

Bergen Assembly 2019; dOCUMENTA14; 31a Bienal de São Paulo; Manifesta 8 e 53a Bienal de Veneza, entre outras. _ Pedro G. Romero was born in 1964, in Aracena (Huelva). The central theme of his work is the reflection and investigation of images that resist the passage of historical, biological, psychological or verbal time. His work constantly addresses the disappearance of authorship and the questioning of beliefs. In 2000 he began working on the projects: “Archivo F.X.” and “Máquina P.H”, respectively using iconoclasm and flamenco as his core work material for each project. He has participated in international events such as the Bergen Assembly 2019; dOCUMENTA14; 31st Bienal de São Paulo; Manifesta 8 and the 53rd Venice Biennale, among others.

PEDRO HENRIQUES

Pedro Henriques nasceu em 1985 e vive em Lisboa. Das suas últimas exposições individuais destacam-se: Sumo turvo, galeria Lehmann+Silva (Porto, 2020), Cápsula, CAV (Coimbra, 2020), Safari, galeria Zé dos Bois (Lisboa, 2019), Birbante, Quartel (Abrantes, 2018), 23:59, Gabinete (Lisboa, 2017), Solid State Drive, galeria Pedro Alfacinha (Lisboa, 2016), Tempo perdido no porto, Oporto (Lisboa, 2015) e Diagrama e Deslize, Parkour (Lisboa, 2013). _ Pedro Henriques was born in 1985 and lives in Lisbon. His solo exhibitions include: Sumo turvo Galeria Lehmann+Silva (Porto, 2020), Cápsula (Capsule) CAV (Coimbra, 2020), Safari, Galeria Zé dos Bois (Lisbon, 2019), Birbante, Quartel (Abrantes, 2018 ), 23:59, Gabinete (Lisbon, 2017), Solid State Drive, Galeria Pedro Alfacinha (Lisbon, 2016), Tempo perdido no porto (Lost time in Porto), Porto (Lisbon, 2015) and Diagrama e Deslize (Diagram and Slide), Parkour (Lisbon, 2013).

PIZZ BUIN

Pizz Buin é um coletivo artístico formado em 2005, nas Caldas da Rainha, por Rosa Baptista, Irene Loureiro, Vanda Madureira e Sara Santos. Até ao momento o coletivo apresentou propostas que visam abrir a discussão, tomando como objeto-problema vários momentos do foro artístico:

enquadramento da obra de arte, a sua vivência/sacralização, as referências anteriores ao objeto de arte, a história/actualidade, a situação vernissage, as exposições… Com presença na Coleção de Arte da Fundação EDP e na Coleção de Arte Contemporânea do Estado, fizeram parte da seleção de artistas dos prémios EDP com o projeto CASA (Porto, 2007), participaram no Festival PORTA com a acção VÉNUS EM FÚRIAS (Leiria, 2019), na Bienal de V.N. de Cerveira com a RÁDIO BANDOLIM (2009), apresentaram no espaço Avenida a situação METAPELHO (Lisboa, 2008), na Rock Gallery a coleção INFERNO: APARECEU EM RIO TINTO (Lisboa, 2009), e ainda, em formato digital, fizeram o podcast METAPELHO REDUX (TBA, 2020), e participaram na publicação Wrong Wrong no.19 com DAR BANDEIRA/ DAR CANA (2018). A primeira apresentação pública do coletivo aconteceu em 2005 durante a inauguração da Exposição “Pinturas Inglesas e outros Trabalhos”, de Hugo Canoilas, com a ação SELLING ART. _ Pizz Buin is an artistic collective founded in 2005, in Caldas da Rainha, by Rosa Baptista, Irene Loureiro, Vanda Madureira and Sara Santos. To date, the collective has presented proposals that aim to open up discussion, taking as a problem-object several moments from the artistic arena: framing of the work of art, its experience/ sacredness, previous references to the artistic object, history/ contemporaneity, vernissages, exhibitions… With works held in ’ s Art Collecthe EDP Foundation tion and the Portuguese State’s Contemporary Art Collection, they were amongst the select group of artists shortlisted for the EDP awards, with the CASA project (Porto, 2007). They have participated in the PORTA Festival with the action VENUS IN FURIES (Leiria, 2019), the Bienal de Vila Nova de Cerveira with RÁDIO BANDOLIM (2009), the Avenida space, where they presented the situation METAPELHO (Lisbon, 2008), and the Rock Gallery with the collection INFERNO: APARECEU EM RIO TINTO (Lisbon, 2009). In a digital format, they have produced the podcast METAPELHO REDUX (TBA, 2020), and participated in the publication, Wrong Wrong no.19 with DAR BANDEIRA/DAR CANA (2018).


The collective’s first public presentation was in 2005, during inauguration of the Exhibition “English Paintings and others works” by Hugo Canoilas with a performance SELLING ART.

PRISCILA FERNANDES

Priscila Fernandes (1981, Portugal) é artista visual e coordenadora de departamento do bacharelado em Belas Artes da ArtEZUniversity of the Arts, Arnhem, Holanda. O seu trabalho tem sido exposto extensamente em vários países. Exposições recentes incluem a 32ª Bienal de São Paulo; The Book of Aesthetic Education of the Modern School, Fundação Joan Miró, Barcelona; Back to the sandbox: Art and Radical Pedagogy, Reykjavik Art Museum; Playgrounds, Museu Reina Sofia, Madrid; Learning for Life, Henie-Onstad, Oslo; 12 Contemporâneos, Museu de Serralves, Porto; Those bastards in caps come to have fun and relax by the seaside instead of continuing to work in the factory, no TENT, em Roterdão; e This is the time. This is the Record of the Time, no Stedelijk Museum Bureau, Amsterdão. _ Priscila Fernandes (1981, Portugal) is a visual artist and the Head of Department of the Bachelor of Fine Arts at ArtEZUniversity of the Arts, Arnhem, The Netherlands. Her work has been exhibited widely. Recent exhibitions include 32nd São Paulo Biennial; The Book of Aesthetic Education of the Modern School, Foundation Joan Miró, Barcelona; Back to the sandbox: Art and Radical Pedagogy, Reykjavik Art Museum; Playgrounds, Museum Reina Sofia, Madrid; Learning for Life, Henie-Onstad, Oslo; 12 Contemporâneos, Museu de Serralves, Porto; Those bastards in caps come to have fun and relax by the seaside instead of continuing to work in the factory, at TENT, Rotterdam; and This is the time. This is the Record of the Time at Stedelijk Museum Bureau Amsterdam.

RODRIGO HERNÁNDEZ

Rodrigo Hernández nasceu em 1983, na cidade do México. Vive entre esta cidade e Lisboa. Estudou história e filosofia. Realizou

estudos artísticos na Jan van Eyck Academie (Maastricht) e na Kunstakademie (Karlsruhe). Do seu percurso, ressaltam exposições na Galleria Campari, Milão (2019), no SCAD Museum of Art, Savannah (2019), na Galeria Madragoa, Lisboa (2017), no Museo del Chopo, na cidade do México (2015) ou na Kunsthalle de Basel (2015). _ Rodrigo Hernández was born in 1983 in Mexico City and lives between this city and Lisbon. He studied history and philosophy and pursued his artistic studies at the Jan van Eyck Academie (Maastricht) and the Kunstakademie (Karlsruhe). His solo exhibitions include Galleria Campari, Milan (2019), at the SCAD Museum of Art, Savannah (2019), at the Madragoa Gallery, Lisbon (2017), at the Museo del Chopo, in Mexico City (2015) or at the Kunsthalle Basel (2015).

TAXIO ARDANAZ

Taxio Ardanaz nasceu em 1978, em Pamplona. Vive e trabalha em Bilbao. Licenciado em Belas Artes, completou a sua formação através de seminários e workshops com os curadores e artistas Esther Ferrer, Julie Mehretu, Miroslaw Balka e Peio Aguirre. Realizou residências artísticas em países como a Itália, Curdistão iraquiano, Cuba, Áustria, México e China. Do conjunto de exposições nacionais e internacionais destacam-se: Tabacalera Promoción del Arte (2017), Raquel Ponce Gallery (2013), La Habana: Artist x Artist (2016); Mexico City: Ateneo Español de México (2012), AN Studio (2011); and Pamplona: Polvorín de la Ciudadela (2008). Recentemente foi selecionado nos Prémios Itzal Aktiboa (2018). _ Taxio Ardanaz was born in 1978 in Pamplona. He lives and works in Bilbao. With a BA Hons. degree in Fine Arts and completed his training through seminars and workshops with the curators and artists Esther Ferrer, Julie Mehretu, Miroslaw Balka and Peio Aguirre. He has participated in artistic residencies in countries such as Italy, Iraqi Kurdistan, Cuba, Austria, Mexico and China. His main participations in national and international exhibitions include Tabacalera Promoción del Arte (2017), Raquel Ponce Gallery

(2013), La Habana: Artist x Artist (2016); Mexico City: Ateneo Español de México (2012), AN Studio (2011); and Pamplona: Polvorín de la Ciudadela (2008). He was recently selected in the Itzal Aktiboa Awards (2018).

TUNGA

Arquiteto de formação, o artista brasileiro Tunga (Palmares, Pernambuco 1952 – Rio de Janeiro, 2016) transitou por diferentes linguagens, das artes visuais à literatura, incluindo a escultura, a instalação, o desenho, a aquarela, gravura, vídeo, texto e a instauração. Frequentemente, as suas obras alimentam-se de um repertório que provém de distintos campos do conhecimento, como a psicanálise, a filosofia, a química, a alquimia, bem como as memórias e as ficções. Referências à sexualidade e ao erotismo podem ser observadas na ação Vanguarda Viperina, que se expõe no CIAJG, e que foi realizada por Tunga nos anos 80 e 90, no Brasil e nos EUA. Criatura da natureza que representa as mazelas do mundo, a serpente possui um estatuto de mediação entre o visível e o invisível, entre o mal e o bem. Dentre a vasta obra do artista, esta ação é representativa da força plástica do tema do erotismo: pulsão de vida (eros) e pulsão de morte (tanatos). _ An architect by training, the Brazilian artist, Tunga (Palmares, Pernambuco 1952 – Rio de Janeiro, 2016), has explored different languages, from the visual arts to literature, including sculpture, installation, drawing, watercolour painting, engraving, video, text and installations. His works often draw on a repertoire that derives from different fields of knowledge, such as psychoanalysis, philosophy, chemistry, alchemy, as well as memories and fictions. References to sexuality and eroticism can be seen in the action, Vanguarda Viperina, which is exhibited at the CIAJG, and was made by Tunga in the 1980s and 1990s, in Brazil and the USA. A creature of nature that represents the ills of the world, the serpent is a mediating figure between the visible and invisible worlds, between evil and good. Among the artist’s vast work, this action is representative of the plastic force of the theme

of eroticism: the life drive (eros) and the death drive (thanatos).

VIRGÍNIA MOTA

Artista e docente Faculdade de Arquitectura, Arte e Design, Universidade do Minho, Virgínia Mota (Matosinhos, 1976) desenvolve processos artísticos coletivos enquanto expressão e pensamento entre linguagens e projetos transdisciplinares em escolas, universidades e museus desde 2007. Desses projetos, destacam-se a Biblioteca de Afetos (MACNiterói) e o Ateliê Nômade (MAR, Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana). Foi co-coordenadora de projetos educativos no Núcleo Experimental de Educação e Arte, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Escreve poesia e ensaios sobre arte e filosofia. Dedica-se ainda à pintura e ao desenho. Realizou várias exposições individuais e coletivas. Ganhou o Prémio “Residência de escrita” do Teatro do Silêncio. _ Artist and professor at the Faculty of Architecture, Art and Design, of the University of Minho, Virgínia Mota (Matosinhos, 1976) has developed collective artistic processes as a form of expression and thought between different languages and transdisciplinary projects in schools, universities and museums since 2007. Her principal projects include the Library of Affections (MAC-Niterói) and the Ateliê Nômade (MAR, Ouro Preto and Mariana Winter Festival). She was the co-coordinator of educational projects at the Education and Art Experimental Unit, of the Museum of Modern Art, Rio de Janeiro. She writes poetry and essays on art and philosophy. She is also dedicated to painting and drawing. She has held several solo and group exhibitions. She won the “Writing Residence” Award from the Teatro do Silêncio.


CENTRO INTERNACIONAL DAS ARTES

A OFICINA

JORNAL EXPOSIÇÃO // EXHIBITION JOURNAL FICHA TÉCNICA // TECHNICAL CREDITS

JOSÉ DE GUIMARÃES (CIAJG) Horário de funcionamento terça a sexta 10h00 - 17h00 (últimas entradas às 16h30) sábado e domingo 11h00 - 18h00 (últimas entradas às 17h30) Tarifário 4 eur / 3 eur c/d Preços com desconto (c/d) Cartão Jovem, Menores de 30 anos, Estudantes, Cartão Municipal de Idoso, Reformados, Maiores de 65 anos, Cartão Municipal das Pessoas com Deficiência, Deficientes e Acompanhante / Cartão Quadrilátero Cultural desconto 50% Entrada Gratuita crianças até 12 anos, domingos de manhã (11h00 às 14h00) // JOSÉ DE GUIMARÃES INTERNATIONAL ARTS CENTRE (CIAJG) Opening hours tuesday to friday 10.00am-5.00pm (last visits 4.30pm) saturday and sunday 11.00am-6.00pm (last visits 5.30pm) Tariffs 4 eur / 3 eur* *Holders of the Cartão Jovem, Under 30 years, Students, Holders of the Cartão Municipal de Idoso, Reformados (Senior and Pensioner’s Card), Over 65 years, Handicapped patrons and the person accompanying them / Cartão Quadrilátero Cultural 50% discount / Free Entrance children until 12 years old, sunday morning (11.00 am to 2.00 pm) // Av. Conde Margaride, 175 4810-535 Guimarães

Direção Management Board Presidente President Representante da Câmara Municipal de Guimarães Vice-Presidente Vice-President António Augusto Duarte Xavier Tesoureiro Treasurer Maria Soledade da Silva Neves Secretário Secretary Jaime Marques Vogal Member Alberto de Oliveira Torres (Casa do Povo de Fermentões) Conselho Fiscal Statutory Audit Committee Presidente President Representante da Câmara Municipal de Guimarães Vogal Member Maria Mafalda da Costa de Castro Ferreira Cabral (Taipas Turitermas, CIPRL) Vogal Member Djalme Alves Silva Mesa da Assembleia Geral General Meeting’s Board Presidente President Representante da Câmara Municipal de Guimarães Vice-Presidente Vice-President Manuel Ferreira Secretário Secretary Filipa João Oliveira Pereira (CAR - Círculo de Arte e Recreio)

Tel. (+351) 253 424 715 geral@ciajg.pt

WWW.CIAJG.PT

Organização // Organization

Apoios // Supports

Direção Artística // Artistic Direction Fátima Alçada Direção Executiva // Executive Direction Ricardo Freitas Programação // Programming Catarina Pereira (Património e Artesanato // Cultural Heritage and Handicrafts) Fátima Alçada (Artes Performativas / Educação e Mediação Cultural / Teatro Oficina // Performing Arts / Education and Cultural Service / Teatro Oficina) Ivo Martins (Guimarães Jazz / Curadoria Palácio Vila Flor // Guimarães Jazz / Curator Palácio Vila Flor) Marta Mestre (Curadoria Geral CIAJG // Chief-Curator CIAJG) Rui Torrinha (Artes Performativas / Festivais / Teatro Oficina // Performing Arts / Festivals / Teatro Oficina) Assistente de Direção // Assistant Director Anabela Portilha Assistentes de Direção Artística // Artistic Director Assistants Cláudia Fontes, Francisco Neves Educação e Mediação Cultural // Education and Cultural Service Fátima Alçada (Direção // Director), Carla Oliveira, Celeste Domingues, João Lopes, Marisa Moreira, Marta Silva Produção // Production Susana Pinheiro (Direção // Director) Andreia Abreu, Andreia Novais, João Terras, Hugo Dias, Nuno Ribeiro, Rui Salazar, Sofia Leite Técnica // Technical Staff Carlos Ribeiro (Direção // Director), Vasco Gomes (Direção de Cena // Stage Manager), João Castro, João Guimarães, Ricardo Santos, Rui Eduardo Gonçalves, Sérgio Sá Serviços Administrativos / Financeiros // Administrative / Financial Services Helena Pereira (Direção // Director), Ana Carneiro, Carla Inácio, Liliana Pina, Marta Miranda, Pedro Pereira, Susana Costa Instalações // Facilities Luís Antero Silva (Direção // Director), Joaquim Mendes (Assistente // Assistant), Jacinto Cunha, Rui Gonçalves (Manutenção // Maintainence), Amélia Pereira, Carla Matos, Conceição Leite, Conceição Oliveira, Maria Conceição Martins, Maria de Fátima Faria, Rosa Fernandes (Manutenção e Limpeza // Maintainence and Cleaning)

Financiamento Oficina // A Oficina Funded by

Cofinanciamento // Co-funded

Comunicação e Marketing // Communication and Marketing Marta Ferreira (Direção // Director), Bruno Borges Barreto (Assessoria de Imprensa // Press Office), Carlos Rego (Distribuição // Distribuition), Paulo Dumas (Comunicação Digital // Digital Communication), Eduarda Fontes, Susana Sousa (Design) Andreia Martins, Jocélia Gomes, Josefa Cunha, Manuela Marques, Sylvie Simões (Atendimento ao Público // Public Attendance) Património e Artesanato // Heritage and Crafts Catarina Pereira (Direção // Director), Bela Alves (Olaria // Pottery), Inês Oliveira (Gestão do Património // Heritage Management)

Edição // Editor Marta Mestre Textos // Texts Ángel Calvo Ulloa Marta Mestre Produção // Production João Terras Design Editorial // Editorial Design Susana Sousa Tradução // Translation Martin Dale

CICLO DE EXPOSIÇÕES “FICCIONAR O MUSEU” 2 OUT 2021 - 12 FEV 2022 // EXHIBITION CYCLE “FICTIONALISING THE MUSEUM” 2 OCT 2021 - 12 FEB 2022 Curadora – Geral // Chief Curator Marta Mestre Textos // Texts Marta Mestre Investigação // Research Ana Rita Amaral João Pedro Sousa, no âmbito da bolsa celebrada entre o CIAJG e o CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia), FCT/ Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. // in the framework of the scholarship agreement signed between the CIAJG and CRIA (Centre for Research in Anthropology), the FCT/Ministry of Science, Technology and Higher Education Produção // Production João Terras, Nuno Ribeiro, Hugo Dias Técnica de Património // Heritage Management Inês Oliveira Instalações // Facilities Joaquim Mendes, Rui Gonçalves Técnica // Technical Staff Carlos Ribeiro (Direção // Director) Rui Costa e Sérgio Sá (Audiovisuais // Audiovisual) João Castro e Rui Eduardo Gonçalves (Luz // Lighting) Equipa de Montagens // Assembly Team Miguel Marques e João Marques Eletricista // Electrician Torcato Ribeiro Tradução // Translation Martin Dale Infografia e Design Gráfico // Infographics and Graphic Design Susana Sousa Agradecimentos // Thanks Atelier José de Guimarães A todos os artistas, colecionadores, instituições e galerias // To all artists, collectors, institutions and galleries


AGENDA FICCIONAR O MUSEU OUTUBRO 2021 _

SEX 1, 18H30 VISITA-CONVERSA EM PRIMEIRA MÃO ÀS NOVAS EXPOSIÇÕES DO CIAJG

com Marta Mestre Reservada ao público que adquirir bilhete para o concerto de La Dame Blanche, do ciclo Terra.

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SÁB 2

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JANEIRO 2022

APRESENTAÇÃO DOS PROGRAMAS ARTÍSTICOS DO CIAJG E DO CAAA

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QUA 13

com Diana Geiroto

14H30 com Maria Luís Neiva e Ricardo Areias

maiores 6 c. 90 min. lotação limitada 2,00 eur mediante inscrição prévia através do email mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716

CAAA

Reservada aos docentes da Licenciatura em Artes Visuais da EAAD e da Licenciatura de Teatro do ELACH (Universidade do Minho)

Sorte ao Desenho, Desenho à Sorte

Visita orientada

FICCIONAR O MUSEU

com Mariana Oliveira EMC

maiores 6 lotação limitada 2,00 eur mediante inscrição prévia através do email mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716

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DOM 10, 11H00

Visita-conversa

UM MERGULHO NAS EXPOSIÇÕES E COLEÇÕES DO CIAJG

com Marta Mestre

maiores 6 lotação limitada 2,00 eur mediante inscrição prévia através do email geral@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 715

DOM 17, 11H00

Oficina de artes plásticas

CICLO TERRA

CAPIVARA AZUL

ASSOCIAÇÃO CULTURAL

DOMINGOS NO MUSEU

com Luísa Abreu EMC

maiores 6 c. 90 min. lotação limitada 2,00 eur mediante inscrição prévia através do email mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716

OUTUBRO 2021

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DOM 5, 11H00

Oficina de criação de figuras articuladas

DOMINGOS NO MUSEU

Meio isto e Meio aquilo com Teresa Arêde EMC

maiores 6 c. 90 min. lotação limitada 2,00 eur mediante inscrição prévia através do email mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716

23 OUT – 31 DEZ

CRISTINA REIS

Exposição Prémio Carreira BIG 2021 SALA 6

Mais informações: big.guimaraes.pt

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OFICINAS CRIATIVAS

Oficina de criação de figuras articuladas

Meio isto e Meio aquilo com Teresa Arêde

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Oficina de correspondência

Música

com Patrícia Geraldes

SEX 1, 19H30

CartaMuseu

LA DAME BLANCHE

Oficina de artes plásticas

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com Luísa Abreu

Black Box

SÁB 2, 17H00

DEZEMBRO 2021

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TODO O ANO

CIAJG

16H00 PEÇA SONORA DO COLETIVO PIZZ BUIN

DOM 3, 11H00

EMC

16H00 com Marta Mestre

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NA RESERVA

(Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura)

15H00 INAUGURAÇÃO DO CICLO FICCIONAR O MUSEU

(Irene Loureiro, Vanda Madureira, Rosa Baptista e Sara Santos)

SÁB 15, 16H00

Visita orientada às reservas da coleção

BIENAL DE ILUSTRAÇÃO DE GUIMARÃES

Cinema

AS BOAS MANEIRAS

Filme de Juliana Rojas e Marco Dutra Black Box

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SÁB 30, 17H00

Cinema

BARONESA

Filme de Juliana Antunes Black Box

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DOM 31, 19H30

Música

BAB L’ BLUZ

Black Box

Sorte ao Desenho, Desenho à Sorte maiores 6 c. 90 min. lotação limitada 2,00 eur por oficina

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VISITAS ORIENTADAS

maiores 3 c. 60 a 90 min. lotação limitada 2,00 eur (grupos escolares/instituições) 5,00 eur (outros grupos) Oficinas e Visitas realizadas por marcação com, pelo menos, uma semana de antecedência, através do email mediacaocultural@aoficina.pt ou do tlf. 253 424 716


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