TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
PROGRAMAÇÃO
JAN ABR JAN — APR
2019
TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
PROGRAMAÇÃO
JAN ABR JAN — APR
2019
TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
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JAN ABR JAN — APR
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TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
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JAN ABR JAN — APR
2019
TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
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JAN ABR JAN — APR
2019
TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
PROGRAMAÇÃO
JAN ABR JAN — APR
2019
TEATRO DA MEMÓRIA / A OFICINA 30 ANOS
PROGRAMAÇÃO
JAN ABR JAN — APR
2019
Direção Direction João Pedro Vaz Edição Edition Samuel Silva
Design Design Susana Sousa Ilustração Illustration Eduarda Fontes
Portefólio Portfolio Os Fredericos Tradução Translation Martin John Dale
Impressão Printing Empresa Diário do Porto Tiragem Print run 5000 exemplares
2019
O ANO ZERO D’A OFICINA
VIMOS AQUI ASSINALAR O R DEPOIS, A OFICINA CUMPR DO SEU PRÓPRIO LOGOTIPO AS “ARTES E MESTERES TRAD COMO AINDA SE LÊ NO SEU N GOVERNAR UMA CASA QUE É TERRITORIAL - DO ARTESAN GIGANTESCA VIAGEM EM PR This year marks a homecoming - 30 years on, A Oficina is completing a full circle, like the circular image featured in its logo. The cooperative was set to preserve the "traditional arts and crafts of Guimarães", as stated in its name, and ended up with a a territorial interpretation centre – from handicrafts to the municipal territory, in an ambitious and ongoing journey through the world. That’s why we’ve included our staff members on the cover and portfolio of this new magazine. They are the vanguard responsible for the "pollination of culture" - to cite the words of one of our oldest members. On our 30th anniversary this is a fitting tribute to all those who have worked here and
continue to "create futures" (the editorial of GUIdance 2018). This cycle of eternal return also demands a future, a new beginning, like all futures. 2019 is A Oficina’s Year Zero. That’s why We will start the year with a Theatre of Memory, which will evoke, across 3 chapters, our history and archive. We will also publicly debate what we want from our cooperative. I use the word, “our”, but it isn’t a possessive pronoun, it’s a plural – “ours”. The cooperative belongs to all the citizens of Guimarães, while never closing its doors to our neighbouring territories, nor to our national and international partners. It truly is 'ours',
and every day exercises a beautiful concept, called democracy . To start this debate, let’s consider some possible keywords for this future: Territory and Internationalisation, Creation and Artistic Residencies, Education and Cultural Mediation. But prepare for the next four-monthly periods, because we will also be highlighting Thought and Documentation. The Oficina Network will become a byword for all cultural and educational agents operating in Guimarães. A Oficina’s daily work will be based on these core action lines and this philosophy of connection, ensuring that we aren’t just a cultural events organiser, but a
* One can only talk about a future if
project that marks there’s a legacy. In this new cycle for a difference - in A Oficina, we owe terms of diversity, the strength of artistic education, our legacy to José accessibility, Bastos. I would like to dedicate territorial cohesion my sincere thanks and thereby to him. citizenship. So fellow citizens, please follow our common map. It’s been designed by a team of programmers who hereby offer a complete and unprecedentedly cohesive four-month programme that marks the beginning of a new plan of action. It’s an invitation to visit us – in a staged, performance-based, sung, guided, or even danced tour. Our doors are wide open... João Pedro Vaz.
REGRESSO A CASA: 30 ANOS RIU O DESÍGNIO CIRCULAR O. NASCEU PARA PRESERVAR DICIONAIS DE GUIMARÃES”, NOME SOCIAL, E ACABOU A É UM CENTRO INTERPRETATIVO NATO AO TERRITÓRIO, UMA ROGRESSÃO PELO MUNDO. É por isso que chamamos à capa e ao primeiro portefólio desta nova revista a força de trabalho da cooperativa, os da primeira linha da “polinização da cultura”, citando um dos mais antigos. Nos 30 anos, é uma devida homenagem a todos os que por cá passaram e os que vão continuar a “criar futuros” (editorial do GUIdance 2018). Mas este ciclo de eterno retorno reclama mesmo por um futuro, novo, como todos os futuros 2019 é o ano zero d’A Oficina. Abrimos com um Teatro da Memória que vai evocar, em 3 capítulos, a história e o nosso arquivo, mas também debater publicamente o que queremos da nossa cooperativa. Este não é um pronome possessivo, é plural, ‘nossa’ de todos os cidadãos de
Guimarães, nunca fechando as portas aos territórios vizinhos, nem aos parceiros nacionais e internacionais, ‘nossa’ de todos mesmo, exercitando diariamente um belo conceito chamado democracia. Para começar o debate, algumas palavras-chave possíveis desse futuro: Território e Internacionalização, Criação e Residências Artísticas, Educação e Mediação Cultural. Mas preparem-se para quadrimestres seguintes porque vêm aí em força o Pensamento e a Documentação. E Rede Oficina passará a ser um termo de uso corrente para os agentes culturais e educativos de Guimarães. Serão esses eixos e essa filosofia de ligação que, a cada dia d’A Oficina, asseguram que não somos uma produtora de eventos no
* Só é possível falar de futuro quando há legado. A Oficina deste novo ciclo deve ao José Bastos a força desse legado. É a minha dedicatória pessoal.
mercado cultural mas um projeto de diferença, diversidade, educação artística, acessibilidade, coesão territorial e, portanto, cidadania. Caros concidadãos, segue o nosso mapa comum. Foi desenhado por um colégio de programadores que vos oferece um quadrimestre inteiro num registo inédito de coesão, o início de um novo plano de ação. E um convite à visita encenada, performativa, cantada, orientada, até dançada, as portas estão abertas, de par em par... João Pedro Vaz.
Há mais de 50 anos que José de Guimarães vem reunindo coleções de Arte Africana, Arte Pré-Colombiana e Arte Chinesa Antiga, que são um dos eixos em que assenta este espaço. Na coleção permanente estão também obras da autoria do artista. Mas este é também um lugar de produção, articulando o espólio com o trabalho de artistas contemporâneos, frequentemente a partir de desafios à nova criação.
José de Guimarães has been collecting collections of African Art, Pre-Colombian Art and Ancient Chinese Art for over 50 years, and they constitute one of the Centre’s main lines of programming. The permanent collection also includes works by the artist. The Centre is a place of production, articulating the collection with the work of contemporary artists, often based on invitations to create new works.
A História e as histórias cruzam-se neste centro de interpretação, que é, ao mesmo tempo, um sítio de encontro da comunidade e um local para que os viajantes possam conhecer Guimarães. Documentos, factos e objetos permitem conhecer o território, da Pré-História à Contemporaneidade, passando pela Fundação e a Industrialização, mas também as tradições de todo o concelho e as memórias individuais dos vimaranenses que fazem a cidade em cada dia.
As peças de artesanato local, como o Bordado de Guimarães, a Cantarinha dos Namorados, o ferro forjado ou a latoaria podem ser comprados neste espaço. Mas esta é mais do que uma loja: é também um local onde é possível assistir à manufatura de alguns destes produtos pelas artesãs que diariamente ali trabalham.
History and stories intersect in this interpretation centre, which is both a meeting place for the community and a place for visitors to discover Guimarães. Documents, facts and objects enable people to learn more about the territory, from Prehistory to the Contemporary era, panning the foundation of Portugal as a nation, the Industrial Revolution, and the traditions of the entire municipality and the individual memories of the people of Guimarães who bring life to the city every day.
Visitors can purchase local handicraft items - such as Guimarães Embroidery, the Cantarinha dos Namorados (a traditional pottery Valentine’s gift), wrought iron or tin-work. But this is more than a shop: you can watch some of these products being made on site by the artisans who work there daily.
É a principal casa da Cultura em Guimarães desde 2005. Ponto central da atividade d’A Oficina, que ali promove a generalidade dos festivais e a programação regular ao longo do ano – contemporânea, internacional e com um foco na nova criação. Dois auditórios, um café concerto e uns jardins magníficos, dão nova vida à antiga quinta do Palácio Vila Flor, edifício do século XVIII.
Guimarães’ main Cultural Centre since 2005. The hub of the activity of A Oficina, which organises a wide range of festivals and regular programming throughout the year contemporary, international events, with a focus on new creations. Two auditoriums, a Café Concert and magnificent gardens, have given new life to the old farmhouse of the 18th century Palácio Vila Flor.
Palácio Vila Flor Casa de partida d’A Oficina, que aqui teve a sua primeira sede, foi reabilitado em 2005, aquando da construção do Centro Cultural Vila Flor, passando a incluir uma galeria com uma programação regular de artes visuais contemporâneas.
The original headquarters of A Oficina, rehabilitated in 2005, when the Centro Cultural Vila Flor was built, to include a gallery with a regular programme of contemporary visual arts.
Espaço incontornável da nova criação de artes performativas em Portugal, esta antiga escola, transformada em 2012 num espaço de residências artísticas, tem sido ponto de passagem obrigatório de alguns dos principais criadores nacionais da dança contemporânea e do teatro, mas também da música. Cerca de 20 residências anuais deram origem a outros tantos espetáculos, fruto da aposta d’A Oficina na coprodução de novas criações.
Black Box da Fábrica ASA A Black Box criada nesta antiga fábrica de lençóis, em 2012, é a extensão natural do Centro de Criação de Candoso. É para aqui que se encaminham os projetos das companhias em residência artística na fase final da sua criação. Acolhe também, pontualmente, a apresentação de espetáculos de teatro e dança.
The auditorium created in 2012, in this former linen factory, is the natural extension of the Candoso Creation Centre. The performances of the companies attending the artistic residency are staged here, in the final phase of their creation. It also occasionally hosts stage plays and dance performances.
This former school, which in 2012 was transformed into a space for artistic residencies, has been an obligatory venue for some of Portugal’s leading creators of contemporary dance, theatre and music. The centre organises around 20 residencies per year, leading to other performances, as a result of A Oficina’s commitment to coproduce new works.
Desde 1994 que Guimarães tem uma companhia de teatro profissional que tem criado regularmente, ajudando a conquistar e fidelizar públicos do teatro. Em 2017, o Teatro Oficina abriu as portas para um novo ciclo de relação com o território, passando a assumir-se ainda mais como a companhia de teatro de Guimarães.
Since 1994, Guimarães has a professional theatre company which has regularly created stage plays, and thereby attracted and retained theatre audiences. In 2017, the Teatro Oficina opened the door to a new cycle of relationship with the surrounding territory, assuming its position as the main theatre company of Guimarães.
A criação e a formação associadas ao Teatro Oficina passam fundamentalmente por esta caixa negra que é um local de encontro de toda a rede criada em torno da companhia de teatro de Guimarães, que inclui os alunos da licenciatura em Teatro da Universidade do Minho, os integrantes das Oficinas do Teatro Oficina, mas também os membros dos grupos de teatro de amadores e os artistas do Gangue de Guimarães. Artistic creation and training associated with the Teatro Oficina essentially occurs in this black box, which is a meeting place of the entire network created around the Guimarães-based theatre company , which includes the students of the BA Hons degree in Theatre of the University of Minho, members of the workshops of the Teatro Oficina, and also the members of the amateur theatre groups and the artists of the Gangue de Guimarães.
A Educação e Mediação Cultural tem uma casa, um museu, um teatro, um jardim e um palácio, mas é um lugar em construção. Nunca lhe faltam perguntas. Brinca como quem aprende e aprende como quem brinca. Com as pessoas, os espaços, as imagens, os objetos e as histórias. Do seu território, vê o mundo todo. Mais do que uma geografia, desenha uma geometria de afetos. E acredita que a educação e a cultura só podem ser transformadoras.
Education and Cultural Mediation has a house, a museum, a theatre, a garden and a palace, but is still a place under construction. It’s never short of questions. It plays like someone who is still learning and learns like someone who is still playing. With people, spaces, images, objects and stories. From its territory, you will see the whole world. More than a geographical locale, it traces a geometry of affections. And it believes that education and culture are inevitably transformative.
JAN — ABR / 22
JAN — ABR / 23
/ L IL IANA PI NA [ SERVI Ç O S A D MI N I S T R AT I V O S / F I N A N CE I R O S ] 2 2 A N OS DE OF I C I N A
PROGRAMAÇÃO
JANEIRO JANUARY PROGRAMME
1 JAN 17H00
CONCERTO DE ANO NOVO
4.JAN 18H30 CAFÉ MILENÁRIO
PROGRAMA I PARTE
Obras de Otto Nicolai, Franz Léhar, Johann Strauss II
II PARTE
Obras de Johann Strauss II, Josef Strauss, Soutullo y Vert, Ruperto Chapi Direção Vítor Matos Solista Elisabete Matos (Soprano) Dança Academia Gindança
LANÇAMENTO DA PROGRAMAÇÃO JAN-ABR 2019
© Paulo Pacheco
ORQUESTRA DE GUIMARÃES
JAN — ABR / 27
FIM DE SEMANA DE VISITAS
4.JAN 21H30 VISITA CANTADA O MUSEU COM O VILANCICO
5.JAN 17H00 GUIA DE VISITA Victor Hugo Pontes
6.JAN 17H00 7.JAN 10H30 e 15H00 DO AVESSO VISITA ENCENADA Manuela Ferreira
Armazéns, elevadores, corredores. Os bastidores do CCVF são o cenário e a inspiração para esta visita encenada que mostra um lado deste centro cultural raramente visto pelo público. ME
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O criador vimaranense será o coreógrafo em destaque no GUIdance deste ano. Antes disso, convida para uma viagem pelas suas próprias memórias de Guimarães a partir da exposição permanente da Casa da Memória.
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O silêncio de um museu será interrompido pelo Coro Vilancico, grupo nascido no Conservatório de Música de Guimarães que interpreta música vocal da Idade Média e do Renascimento. Guiado pelas vozes dos cantores, o público será convidado a percorrer a coleção do Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
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The silence of a museum will be interrupted by the Coro Vilancico, a group created in the Guimarães Music Conservatory that performs choral music from the Middle Ages and the Renaissance. Guided by the singers’ voices, the public will be invited to visit the collection of the José de Guimarães International Centre for the Arts.
The Guimarães-based artist will be the guest choreographer in this year’s edition of GUIdance. He will also invite people to go on a trip, based on his own memories of Guimarães, through the permanent exhibition at the Casa da Memória.
Warehouses, lifts, corridors. What goes on behind the scenes at the CCVF is the inspiration for this staged visit that provides a behind-the-scenes view of this cultural centre, that is rarely seen by the public.
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JAN — ABR / 28
LAB’ UM LABORATÓRIOS E PROJETOS DE EX-ALUNOS DA LIC. EM TEATRO DA UNIVERSIDADE DO MINHO
28 JAN A 8 FEV Mão Morta + Inês Jacques No Fim Era o Frio
9 JAN, 17H00
Aula Aberta
10 JAN, 17H00 Os laboratórios da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho e os projetos dos antigos alunos do curso que estão a iniciar as suas carreiras profissionais têm no Espaço Oficina o seu local de trabalho regular. Em janeiro, apresentam-se os resultados dos laboratórios do 1.º e 3.º anos.
14 JAN A 4 FEV Victor Hugo Pontes Drama
ASA
com Tiago Porteiro
com José Eduardo Silva O Corpo da Voz
7 NOV'18 A 7 JAN Bando à Parte Ana Morphose
24 JAN A 4 FEV Maurícia | Neves anesthetize
LABORATÓRIO 1 1º ANO
ESTUDOS EM INTERPRETAÇÃO 3 3º ANO
Residências Artísticas
7 A 18 JAN Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristovão Dos Suicidados – O Vício de Humilhar a Imortalidade
14 NOV'18 A 9 JAN
Aula Aberta
6 DEZ'18 A 17 JAN
LABORATÓRIO 5 3º ANO
com Nuno M Cardoso “Calígula”, de Albert Camus
16 E 17 JAN, 21H30
Apresentação Final The University of Minho’s drama degree labs and projects by former students starting out on their professional careers have a regular home at the Espaço Oficina. In January, the results of the labs for the 1st and 3rd years will be presented.
10 DEZ'18 A 31 JAN
PROMETEU PROJETO ZINAFEST Diogo Claro Miguel Rodrigues
31 JAN, 21H30
Apresentação
JAN — ABR / 29
OFICINAS DO TEATRO OFICINA
CCVF / PALÁCIO VILA FLOR
OTO’S NO PALÁCIO SESSÕES ABERTAS � 11 E 18 JAN, 19H00 Jovens � 17 JAN, 20H30 Iniciação e Criação
As Oficinas do Teatro Oficina (OTO) são a ferramenta formativa do Teatro Oficina, a companhia de teatro de Guimarães, dirigida a jovens e não-tão-jovens entusiastas do teatro. Durante um ano são um espaço de encontro e também de aprendizagem sobre esta disciplina artística. Na temporada 2018/19, os alunos das OTO repartem-se em três turmas: Jovens (8 aos 12 anos), Iniciação e Criação. Em junho, os três grupos vão cruzar-se para uma criação conjunta. A orientação das OTO está a cargo de Nuno Preto e Gonçalo Fonseca.
CIAJG / PRAÇA The Oficinas do Teatro Oficina (OTO) are the training tool of Teatro Oficina, the municipal theatre company, aimed at young people and older fans of drama. During one year, the workshops will be used as a place for meeting and learning about this art form. In the 2018-19 season, OTO’s students were divided into three classes: Starters (8-12
years of age) Novices and Creators. In the final months of the year, the three groups will come together to create a joint performance. The OTO workshops are directed by Nuno Preto and Gonçalo Fonseca.
OTO’S NA PRAÇA SESSÕES ABERTAS � 15 E 22 FEV, 19H00 Jovens � 21 FEV, 20H30 Iniciação e Criação
CIAJG
OTO’S NO MUSEU SESSÕES ABERTAS � 22 E 29 MAR, 19H00 Jovens � 28 MAR, 20H30 Iniciação e Criação CDMG
OTO’S NA CASA SESSÃO ABERTA � 25 ABR, 18H00 Jovens, Iniciação e Criação
EO
OTO’S JOVENS OUTRAS SESSÕES ABERTAS A FAMÍLIAS � 25 JAN � 1 E 8 FEV � 1, 15 E 22 MAR � 5 E 26 ABR
12 E 13 JAN
ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA
© Meteorito do Bendegó
Monumento Documento a partir da Gibellina de Alberto Burri
A provocação do título tem dia e hora: 2 de setembro de 2018, 19h30 (hora do Brasil). O Museu Nacional do Rio de Janeiro ardeu quase completamente e, com ele, perto de 200 anos de construção de uma coleção que era a maior da América do Sul e rara em termos mundiais. Lugares como este – os museus, os arquivos – são os últimos redutos da memória. O que acontece quando desaparecem?
The provocative title has an associated date and time: 2 September 2018, 7.30 pm (Brazilian time). On this date the National Museum of Rio de Janeiro burned down almost completely, destroying almost a 200-year old collection that was the largest in South America and one of the rarest in the world. Places like this – museums and archives – are the last bastions of our collective memory. What happens when they vanish?
É I T M
É PRECISO INCENDIAR TODOS OS MUSEUS!
JAN — ABR / 31
C I A J G / E N C O N T R O S PA R A A L É M D A H I S T Ó R I A
© Aldo Van Eyck, Amsterdam Orphanage
Esta questão percorrerá como um espetro a edição de 2019 dos Encontros Para Além da História, que desde há seis anos são a instância central do trabalho crítico feito a partir do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). O ponto de partida para o programa será, contudo, uma outra catástrofe. Esta de origem natural. Em janeiro de 1968, a ilha da Sicília, em Itália, sofreu um forte abalo, que ficou conhecido como o terramoto de Belice. O evento devastou a zona ocidental da ilha e arrasou por completo, entre outras aldeias, a de Gibellina. Foi um evento traumático para a Sicília. Gibellina, reduzia a escombros, foi abandonada por ordem do Governo da ilha. A poucos quilómetros do lugar original foi construída uma nova Gibellina, que se tornou num local densamente povoado com obras de arte pública que evocavam a catástrofe e o trauma de 1968. Em contraste com os muitos artistas que homenagearam a aldeia destruída através de obras oferecidas à nova aldeia,
Gibellina Nuova, Alberto Burri (1915-1995) propôs que a sua intervenção se realizasse no próprio sítio onde antes estava a povoação. Il Grande Cretto (a grande fissura, em português) é um monumento contemporâneo. Demorou mais de trinta anos para ser concluído, após sucessivas interrupções e recomeços. A intervenção foi feita à escala do lugar, cobrindo a aldeia de um manto de betão branco, refazendo os cheios e os vazios de casas e ruas em ruína. A imagem é poderosa. Tanto como um museu em chamas. É com elas em mente que o CIAJG propõe uma reflexão que vai dar o mote ao ano da sua programação, a partir das linhas de tensão entre sociedades que baseiam as suas memórias nos objetos e das sociedades que, pelo contrário, baseiam a sua memória na tradição oral. Como acontece desde 2012, o centro está menos interessado nas narrativas que a história criou e mais interessado em perceber as correntes de ar que a história não fixou.
COM Aglaia Konrad, António Fontinha, Eglantina Monteiro, Hugo Canoilas, João Nisa, João Pedro Vaz (narrador), João Sousa Cardoso, SKREI, Tomás Maia e André Maranha e a participação especial do Coro Vilancico
© Alberto Burri, Il Grand Cretto Gibellina Vecchia
JAN — ABR / 33
12 JAN
12 JAN
13 JAN
12 E 13 JAN
CURADORIACOREOGRAFIA
FESTA DJ SET INSTITUTO FONOGRÁFICO TROPICAL
MINIENCONTROS PARA FAMÍLIAS
DIAS ABERTOS NO MUSEU
BLACK BOX, 15H00-19H00
CAFETARIA, 22H00
This question hangs over the 2019 edition of Beyond History, which for the last six years has been the central forum for the critical work undertaken by the José Guimarães International Centre for the Arts (CIAJG). The programme’s starting point is another catastrophe - this time natural in origin. In January 1968, Sicily, in Italy, was rocked by the “Belice” earthquake, which devastated the western section of the island and completely destroyed the village of Gibellina, amongst others. It was a traumatic event for Sicily and Gibellina, reduced to ashes, was abandoned at the orders of the island’s government. A new Gibellina was built a few kilometres from the original site and became densely populated with public artworks that evoke the catastrophe and the trauma of 1968. In contrast with the many artists that paid homage to the destroyed village through the works offered to the new one, Gibellina Nuova, Alberto Burri (1915-1995) suggested creating art in the location of the original village.
11H00
Il Grande Cretto (The Large Crack) is a contemporary monument that took over thirty years to complete, after successive interruptions and re-beginnings. The work covered the entire village with a blanket of white concrete, re-creating the full and empty spaces of the destroyed houses and streets. The image is powerful. As is a museum going up in flames. With these historic episodes in mind the CIAJG has chosen reflection as the theme of this year’s programme, based on societies for whom objects are the source of memories and societies for whom oral tradition is the source of memories. Since 2012, the Centre is less interested in the specific narratives created by history and more interested in understanding the currents that lie beneath the surface.
Teatr Mem 15 A 20 JAN
No século XVI, o humanista Giulio Camillo propôs uma especulação utópica: um teatro que podia albergar toda a memória. Como uma mnemónica do conhecimento universal. A Oficina pediu emprestado o mote do Teatro da Memória para o programa com que inaugura um novo ciclo e um novo ano de programação. Coincidindo com o aniversário da abertura da Capital Europeia da Cultura (21 de janeiro de 2012), o público é convidado para um programa de conversas e espetáculos, a partir de uma dupla efeméride: os 30 anos d’A Oficina e os 25 anos do Teatro Oficina.
O programa divide-se em três partes, ao longo dos primeiros quatro meses do ano, prosseguindo – por ocasião do Dia Mundial do Teatro – com uma ocupação dos vários espaços d’A Oficina pelo Teatro Oficina e um momento final em que o arquiteto Filipe Silva inaugura a sua reinterpretação da proposta de Giulio Camillo na Casa da Memória.
In the sixteenth century, the humanist Giulio Camillo suggested a utopian idea: a theatre that could house all memories. As a mnemonic of universal knowledge, A Oficina borrowed the motto of the Theatre of Memory for the programme with which it will inaugurate a new cycle and a new year of programming. Coinciding with the anniversary of the official opening of the European Capital of Culture (21 January, 2012), the public is invited to a programme of talks and shows,
starting with a dual anniversary: the 30th anniversary of A Oficina and the 25th anniversary of Teatro Oficina. The programme will be divided into three parts during the first four months of the year; followed by occupation of the various spaces of A Oficina by the Teatro Oficina - on the occasion of World Theatre Day; and a final moment in which the architect Filipe Silva will inaugurate his reinterpretation of Giulio Camillo’s idea in the Casa da Memória.
ro da mória JAN — ABR / 35
1ª E T R A P
A OFICINA 30 ANOS
16.JAN 0
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CAFÉ MILENÁRIO — 20H30
A OFICINA 30 ANOS CONVERSA
—
20
A IN O C M F I Z E R LICO FÉ O A C A N OE PÚB A BAT IO
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DIAÇ Ã O C
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MONTANHA RUSSA MIGUEL FRAGATA E INÊS BARAHONA
CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO
19 JAN, 17H00
Montanha-Russa é uma metáfora da adolescência. O espetáculo de Miguel Fragata e Inês Barahona partiu de um trabalho de pesquisa junto de centenas de adolescentes, incluindo recolhas de diários e entrevistas individuais. Em palco, a peça constrói-se em disputa com a música, composta por Hélder Gonçalves, da banda Clã. A vocalista Manuela Azevedo é uma das intérpretes.
Montanha-Russa is a metaphor for adolescence. This performance by Miguel Fragata and Inês Barahona started from a research project involving hundreds of teenagers, which included collecting diaries and personal interviews. On stage, the performance is built around a conflict with the music, composed by Hélder Gonçalves, from the band Clã. Vocalist Manuela Azevedo is one of the performers.
Canção a Meio Um documentário de Maria Remédio, a partir da criação de Montanha-Russa
CCVF / CAFÉ CONCERTO
19 JAN, 22H30
Festa DJ Set Clã e Amigos
© Miguel Manso
ED UC A ÇÃ
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18 JAN —15H00 19 JAN —19H00
18 JAN A 23 MAR PALÁCIO VILA FLOR JAN — ABR / 37
BERGADO & TEREBENTINA
© Direittos Reservados
EXPOSIÇÃO
AN 18 J AÇÃO UR UG OO A N I 22H
3 A 18 JAN
Instável (na sua composição) e (sempre) dinâmico, o coletivo Bergado tem vindo a movimentar-se pelo underground do Porto, trabalhando diferentes expressões artísticas, das artes plásticas à performance. Terebentina é a faceta musical do grupo: uma banda que explora sonoridades como o free jazz ou a distorção. Durante três meses, vão povoar o CCVF.
Unstable (in its composition) and (always) dynamic, the Bergado collective has been making inroads in the Porto underground scene, working in different artistic genres, ranging from the visual arts to the performing arts. Terebentina is the collective’s musical arm – a band that explores sounds such as free jazz and twist. For a 3-month period, they will be setting up home at the CCVF.
OTO’s no Palácio Sessões Abertas 11 E 18 JAN, 19H00
Jovens
17 JAN, 20H30
Iniciação e Criação
20 JAN 11H00
19 JAN 15H00
SONGS OF HOPE
DOMINGOS EM CASA FILIPE SILVA
© Direittos Reservados
Vista da exposição © Vasco Célio / Stills
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE GUIMARÃES
Quatro agrupamentos do Conservatório de Música de Guimarães (Orquestra Sinfónica, Orquestra de Sopros, Orquestra de Cordas e Coro Misto) propõem um concerto itinerante pela coleção do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Songs of Hope conjuga diferentes visões musicais e poéticas com um repertório que vai do gospel de Ysaye Barnwell, ao mestre das bandas sonoras de cinema Ennio Morricone, passando pelo ícone do rock John Lennon. Four groups from the Guimarães Conservatory of Music (Symphonic Orchestra, Wind Orchestra, String Orchestra and Mixed Choir) propose a concert tour through the collection of the José de Guimarães International Centre for the Arts. Songs
of Hope combines different musical and poetic visions with a repertoire ranging from Ysaye Barnwell’s gospel music, to the master composer of film soundtracks Ennio Morricone, to rock icon, John Lennon.
A construção de uma maqueta será o mote para os participantes ficarem a conhecer os princípios do Teatro da Memória de Giulio de Camillo, que Filipe Silva vai depois reinterpretar na Casa da Memória em abril. A maqueta, tal como num projeto de arquitetura, é um meio de compreensão de um “edifício”, transformando-se depois num jogo.
In the month in which he inaugurates his reinterpretation of the Theatre of Memory, a utopian project conceived in the sixteenth century by the humanist Giulio Camillo, the architect Filipe Silva will be our tour guide on a visit to the memories of the Casa da Memória.
/ IAJG / C FLOR G A M CD IO VIL N ÁC 20 JA L A P S 19 E
DIA OS RT S ABE USEU M S NO
20 JAN 17H00 JAN — ABR / 39
COMER O CORAÇÃO EM CENA
VERA MANTERO E RUI CHAFES
Oportunidade rara para ver uma performance icónica, criada há 15 anos para representar Portugal na Bienal de São Paulo. Comer o Coração em cena coloca o corpo de Vera Mantero em interação com uma escultura de Rui Chafes.
© Jorge Neves
A rare chance to see an iconic performance created to represent Portugal at the São Paulo Biennial, 15 years ago. Comer o Coração em cena juxtaposes Vera Mantero’s body with the sculpture by Rui Chafes.
/ 40
T E A T R O —— D A —— —— M E M Ó R I A ——
L ER DEVAG AR
3 0 ——— A N O S —— —A ——— OFICINA
/ 41 3 0 ——— A N O S ——— A ——— O F ICIN A
“
——-------------“A Oficina é criada pura e simplesmente para defesa do artesanato de Guimarães” António Xavier.
L ER DEVAG AR
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o princípio era um ponto. Ou vários. São 21 os pontos tradicionais com que se faz o Bordado de Guimarães. A Oficina foi originalmente criada com a intenção de preservar essa peça do artesanato local. Foi a 14 de março de 1989. Passaram 30 anos. António Xavier era o presidente da Câmara de Guimarães. Aproximava-se do final de um mandato que não iria conseguir renovar no final desse ano. Desde que tinha chegado à liderança da autarquia que não lhe saía da ideia a necessidade de recuperar a “cultura popular” vimaranense, através do artesanato e do folclore. A vontade do então autarca esbarrou em várias dificuldades. A começar pelo facto de, à época, a Câmara de Guimarães não ter ainda um departamento dedicado à Cultura. Esses serviços começaram a ser instalados durante esse mandato, num tempo em que a autarquia dava os primeiros passos na programação cultural da cidade, que até então vivia exclusivamente do trabalho das associações. “Estávamos ali num vazio”, conta o antigo autarca. A preocupação de António Xavier com o artesanato e o folclore manteve-se, sem que conseguisse encontrar uma resposta, durante um par de anos. A solução aparece de surpresa, num encontro de autarcas da região, que decorreu não muito longe de Guimarães. Em Fafe, a autarquia local tinha criado recentemente uma cooperativa municipal. Pouco tempo antes, tinha sido publicada legislação que enquadra a ação das régie-cooperativas (1984), ou cooperativas de interesse público, permitindo aos municípios entrar no capital social destas entidades. António Xavier percebe que havia um instrumento para trabalhar na preservação do artesanato de Guimarães e disso dá conta na reunião seguinte do executivo. A ideia é bem acolhida e a constituição da nova entidade é posta em marcha. “A Oficina é criada pura e simplesmente para defesa do artesanato de Guimarães”, explica Xavier. O bordado foi a sua primeira preocupação, mas a câmara vimaranense entendeu que também o trabalho do ferro fundido e a produção do linho precisavam de atenção. A olaria junta-se na mesma altura ao grupo das atividades que era preciso proteger. O folclore foi deixado de fora da equação. Essa primeira função da cooperativa ainda hoje se prolonga, até na sua designação oficial: A Oficina - Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães. Nos 30 anos seguintes, a instituição seguiu, porém, em direções distintas. E a diferentes velocidades, acelerando a cada novo desafio. À distância, olha-se a história d’A Oficina como uma peça em três atos. Os primeiros dez anos passaram bastante mais lentos, quando comparados com o que se seguiu. A última década, pelo contrário, foi vivida a uma velocidade que, em 1989, dificilmente alguém terá sido capaz de antecipar. A primeira etapa da vida d’A Oficina dura até 1999. No ano seguinte, as Festas Gualterianas passaram a ser organizadas pela cooperativa. Até então, as festas da cidade, que decorrem tradicionalmente no início de agosto, eram organizadas por uma comissão ad hoc, presidida por um vereador. “Eu participava numa reunião de Câmara que deliberava transferir dinheiro para essa comissão que eu própria dirigia. Isso não me parecia bem”, recorda Francisca Abreu, então titular do pelouro da cultura, que presidiu à direção d’A Oficina em metade dos 30 anos da instituição, entre 1998 e 2013. Foi a vereadora quem sugeriu a cooperativa como solução para a organização das festas. Esse foi o ponto de partida para a segunda década d’A Oficina, que começa a especializar-se na organização e produção de realizações culturais. Entre o tempo da fundação da estrutura e esta viragem, há, porém, um outro momento que marcaria a vida da instituição. Em 1994, a Câmara de Guimarães convida o encenador Moncho Rodrigues para criar a Oficina de Dramaturgia
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——--------------—A inauguração centro cultural aconteceu a 17 setembro de 2005. O tempo d Oficina voltava a acelerar-se cooperativa tinha que manter tod os aspetos anteriores da sua miss – Artesanato, Festas Gualterian Festivais e Companhia de Teatro ainda assegurar uma programaç artística regular na cidade.——----------de Interpretação Teatral (ODIT) – que foi o embrião da companhia Teatro Oficina. À chamada pública para a participação nos primeiros programas de formação eram esperadas 60 ou 70 respostas. Apareceram 600 pessoas. “Foi uma pedrada do charco. Chamou muitas pessoas a participar”, afirma Francisca Abreu, que nessa altura ainda não tinha entrado na política. Na escola secundária onde era professora, via alunos e colegas “galvanizados” com a ideia de fazer teatro. Durante os anos seguintes, a ODIT fez formação, criou espetáculos e continuou a marcar o dia a dia da cidade. Artesanato. Teatro. Gualterianas. São estas três peças que dificilmente se encaixavam que José Bastos encontra em cima da mesa quando é chamado a dirigir A Oficina, em 2002. “Olhando para trás, é fácil fazer o desenho e dizer: isto foi feito a pensar nisto e naquilo”, começa por dizer o antigo diretor da cooperativa, para reconhecer que, na história d’A Oficina, “há uma série de coisas que não foram feitas a pensar em nada a não ser na permanente vontade de fazer algo novo”. “Depois, as coisas vão-se ajustando”, acrescenta. Já se vivia a segunda década da vida da estrutura quando Bastos ali chegou. O tempo próprio d’A Oficina começa a acelerar-se. Em 2001, a cooperativa entra pela primeira vez na organização dos Festivais Gil Vicente, uma mostra de teatro nascida no seio do Círculo de Arte e Recreio, que ainda hoje faz parte do calendário artístico da cidade. Três anos depois, assume a realização de quase todos os restantes grandes momentos da atividade cultural da cidade. Até então, a organização estava nas mãos da câmara, mas o peso burocrático e legal que começava a sobrecarregar os organismos públicos exigia uma solução mais flexível para a programação cultural. A Oficina passa a assegurar a realização do Guimarães Jazz, dos Encontros da Primavera (dedicados à música erudita), do Verão Vale a Pena em Guimarães (programação regular de várias artes, em espaço público) e do Festival de Inverno, entretanto criado para garantir a continuidade durante todo o ano
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da programação artística. A estrutura começa a crescer, com a contratação de pessoal técnico e administrativo, para dar seguimento à sua renovada missão. Bela Alves foi apanhada no meio destas mudanças. É uma das funcionárias mais antigas d’A Oficina, onde entrou em 2000. No final da década anterior, quando trabalhava numa empresa de azulejaria e cerâmica, começou a frequentar a feira de artesanato, então também organizada pela cooperativa, como espetadora: “Ia ao stand d’A Oficina e fazia perguntas. Fui sempre curiosa”. Decide inscrever-se numa formação com Joaquim Oliveira, um dos últimos oleiros que guardava a técnica da Cantarinha dos Namorados, a peça mais marcante da olaria vimaranense. “Ele foi muito generoso. Este é um saber muito difícil de passar e ele deu-me a motivação para não desistir”, expõe, recordando o mestre, falecido em 2011. Naquele tempo, o logótipo d’A Oficina ainda era uma Cantarinha dos Namorados. A missão original de preservação do artesanato local estava bem viva na cooperativa. Bela ainda guarda uma peça com esse símbolo em cima da sua mesa de trabalho. É a memória dessa primeira fase. Nas mudanças que se seguiram, nunca sentiu “que o artesanato ficasse para segundo plano”. “Somos todos um bocadinho responsáveis por esta construção. O sucesso que A Oficina teve, deve-se a nós todos”, garante. Voltamos a 2004. No mesmo ano em que assume a organização dos principais festivais artísticos da cidade, A Oficina inaugura o Espaço Oficina, um lugar onde finalmente podia fazer-se programação regular. Até então, a oferta artística da cidade estava assente nos festivais, que aconteciam em espaço público ou numa sala que não oferecia todas as condições técnicas para a apresentação de espetáculos, o auditório da Universidade do Minho, inaugurado dez anos antes. Com o novo espaço de programação, a equipa técnica d’A Oficina continua a ser reforçada: entram na estrutura novos produtores e técnicos e é criado um Serviço Educativo. No horizonte, estava já a construção do Centro Cultural Vila Flor. O centro cultural “era uma inevitabilidade” face ao que tinha sido o percurso de aposta na Cultura que Guimarães tinha feito nas décadas anteriores, por ação das suas associações culturais e da autarquia. A síntese é de José Bastos, que dirigiu a estrutura durante essa fase e até 2013 – altura em que foi eleito vereador da Cultura, mantendo ligação à cooperativa por via desse cargo. Guimarães estava a ficar “mais exigente”, concorda Francisca Abreu. Não só os programadores, que tinham as suas opções limitadas pela inexistência de uma sala de espetáculos com todas as condições, mas também os públicos. Todos pediam que se construísse um teatro municipal. “Era um processo dialético: nós queríamos fazer mais, porque sentimos que havia públicos para as propostas; e os públicos, na cultura, são tanto mais exigentes quanto aquilo que lhes damos”, defende a antiga presidente da direção d’A Oficina. Guimarães “fez o contrário do que fizeram as outras cidades”, numa altura em que o país concretizava a rede de teatros municipais nas capitais de distrito. “Criámos agenda e criámos públicos. Só depois fizemos um espaço”, desenvolve Abreu. “Quando o Vila Flor abriu, já havia públicos. Já tínhamos feito esse trabalho antes”. A inauguração do centro cultural aconteceu a 17 de setembro de 2005. O tempo d’A Oficina voltava a acelerar-se. A cooperativa tinha que manter todos os aspetos anteriores da sua missão – Artesanato, Festas Gualterianas, Festivais e Companhia de Teatro – e ainda assegurar uma programação artística regular na cidade. Inaugura-se também uma nova fase na vida cultural de Guimarães, com a participação do Centro Cultural Vila Flor em coproduções de algumas das principais companhias de teatro nacionais e uma programação cada vez mais
do de d’A e. A dos são nas, –e ção -----—
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regular na dança contemporânea. Nessa época, o centro cultural “sobrepôs-se completamente à Oficina”, confessa o antigo diretor. Dores de crescimento, de uma estrutura sempre em mutação. A segunda década da vida d’A Oficina fecha-se simbolicamente a 12 de maio de 2009. Nessa data, Guimarães é formalmente designada Capital Europeia da Cultura em 2012. A cooperativa viria a ser uma peça fundamental em todo o evento. O processo de candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura tinha começado dois anos e meio antes, a 7 de outubro de 2006, quando o Governo assume a intenção de indicar a cidade como candidata nacional ao título europeu. O anúncio – feito numa conferência de imprensa no Palácio Vila Flor, no final de um Conselho de Ministros realizado na cidade – apanhou quase toda a gente de surpresa. Esse momento foi “o reconhecimento do trabalho que já tínhamos feito”, valoriza Francisca Abreu. Mas a celebração durou pouco, garante, à distância de 12 anos. No dia seguinte disse à equipa com quem trabalhava mais de perto: “Vamos começar a trabalhar”. O desafio pela frente “era enorme”. Nesses dois anos e meio, entre o outono de 2006 e a primavera de 2009, o horizonte de uma Capital Europeia da Cultura mexeu pouco com o dia a dia d’A Oficina, segundo José Bastos. A cooperativa não estava diretamente envolvida na candidatura que tinha que ser apresentada em Bruxelas e havia ainda um trabalho de afirmação do projeto do Centro Cultural Vila Flor para fazer. O primeiro reflexo da proximidade de 2012 na vida d’A Oficina acontece em fevereiro do ano anterior, com o lançamento do GUIdance. “Só tive a ousadia de lançar um festival internacional de dança contemporânea porque sabia que no ano seguinte haveria uma Capital da Cultura”, diz Bastos. Até esse momento, a Capital da Cultura “não tinha colocado nenhum desafio à estratégia” d’A Oficina. Mas é por essa mesma altura que começam a surgir “desafios à estrutura”. Depois de uma série de avanços e recuos, A Oficina passa a ter a responsabilidade de produção da generalidade do programa artístico de Guimarães 2012 – que era definido por uma fundação pública de direito privado, participada pela autarquia e pelo Governo, e com uma equipa de programadores própria. Para lá do mais, os espetáculos desse ano passavam fundamentalmente pelo espaço do Centro Cultural Vila Flor. Além de assumir o acolhimento e produção do programa artístico da Guimarães 2012, A Oficina começou também a responder “ao discurso da Capital Europeia da Cultura”, prossegue José Bastos. “Quando se começa a falar em cidade de criação e num programa assente em residência artística”, percebe-se que são necessárias estruturas de acolhimento de trabalho artístico que a cidade não tem. É a cooperativa quem surge com a solução do Centro de Criação de Candoso, que viria a ocupar o espaço de uma antiga escola primária, para acolher os artistas que seriam convidados para estar na cidade durante esse ano. “Até então, Candoso não estava nos planos de ninguém”. Hoje, é um dos espaços incontornáveis da criação nacional de artes performativas. A black box da Fábrica ASA, que lhe serve de complemento, foi também equipada a pensar na Capital Europeia da Cultura. A Fábrica ASA e o Centro de Criação de Candoso surgem nesta história com o projeto de Guimarães 2012 já em andamento. Pelo contrário, a Casa da Memória de Guimarães era já uma das peças centrais da candidatura de Guimarães ao título europeu. Desde as primeiras conversas à volta do certame, ainda em 2006, era defendida a ideia de um espaço museológico assente na pequena história local e no património de todo o concelho. O que não estava nos planos de ninguém nessa fase, nem nos anos seguintes, era que a gestão e programação daquele espaço fossem assumidos pel’ A Oficina. Isso viria a acontecer em 2015.
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Houve um outro equipamento resultante da Capital Europeia da Cultura a ser incluído na missão d’A Oficina. É o maior legado físico de Guimarães 2012, o seu maior investimento e também o maior desafio para o futuro do projeto cultural da cidade. O Centro Internacional das Artes José de Guimarães foi inaugurado a 24 de junho de 2012. Poucos meses antes, ainda ninguém sabia como seria o seu funcionamento. A Oficina entra mais uma vez em cena, assumindo a programação de um espaço dedicado às artes visuais, uma área onde tinha até então escassa experiência – que se reduzia à galeria do Palácio Vila Flor, com programação regular desde 2005. Reflexo do que foi Guimarães 2012, A Oficina passa a gerir seis equipamentos culturais nos últimos anos. Em quatro anos, a estrutura triplicou o seu campo de ação. O tempo da cooperativa, mais uma vez, acelera-se. Um crescimento abrupto num curto espaço de tempo já era desafio suficiente para a cooperativa. Mas, da mesma forma como, nos anos 1980, tinha sido uma mudança legal a permitir a criação d’A Oficina, dando à cidade uma ferramenta para recuperar o seu artesanato, havia agora uma nova lei a ameaçar a sua existência. O novo regime jurídico das empresas locais foi aprovado em agosto de 2012, enquanto Guimarães vivia a Capital Europeia da Cultura. A cidade não demorou a sentir os efeitos da nova lei, que equiparava A Oficina a uma empresa municipal, pondo em causa o financiamento anual que a Câmara Municipal de Guimarães, seu principal cooperante, lhe atribuía. Por causa da nova lei, o Tribunal de Contas chumbou sucessivamente as transferências que a autarquia fazia para a estrutura. Foi o grande teste de sobrevivência da cooperativa, que conseguiu manter a atividade e assegurar as missões de sempre e as novas que ia recebendo, no meio da incerteza jurídica e financeira. Três anos depois, foi finalmente encontrada uma solução que permite manter a relação entre a autarquia e A Oficina e assegurar a continuidade da sua atividade. À entrada da quarta década da sua vida, a cooperativa entra também num novo ciclo. Um Ano Zero. Vamos ver a que velocidade este será vivido.
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——--------------—Reflexo do que foi Guimarães 2012, A Oficina passa a gerir seis equipamentos culturais nos últimos anos. Em quatro anos, a estrutura triplicou o seu campo de ação. O tempo da cooperativa, mais uma vez, acelera-se.——--
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ATÉ 10 FEV Constelação Cutileiro José de Guimarães Da dobra e do corte Rui Chafes Desenho sem fim
CONFERÊNCIAS CIAJG A arte contemporânea e a museografia são objeto de reflexão, uma vez por mês, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, que chama artistas, curadores e teóricos nacionais e internacionais para o seu programa regular de conferências. O ciclo dos primeiros quatro meses do ano é inaugurado, em janeiro, pela dupla de artistas plásticos Sara&André. No mesmo mês segue-se Rui Chafes num momento em que a exposição Desenho sem fim pode ser vista neste museu (até 10 de fevereiro). Em fevereiro, coincidindo com a inauguração do primeiro ciclo expositivo do ano – no qual se inclui a mostra do seu trabalho como fotógrafo, Variações do Corpo Selvagem – a conferência é do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. A reflexão em torno do pensamento ameríndio prolonga-se em abril com a também antropóloga e curadora Eglantina Monteiro, que refletirá sobre a sua experiência de campo na Amazónia. Em março, os convidados são Ian Packer e Ana Morim de Lima.
Contemporary art and museography are the subject of reflection once a month at the José de Guimarães International Centre for the Arts, which invites Portuguese and international artists, curators and theorists, for its regular conference programme. The cycle for January-April will be inaugurated in January by the duo of artists Sara & André. In the same month, there will be a debate with the fine artist Rui Chafes, at a time when the exhibition, Desenho sem fim (Endless Drawing), is on display in the museum (until
February 10). In February, coinciding with the inauguration of 2019’s first exhibition cycle, the conference will be given by the anthropologist, Eduardo Viveiros de Castro, organised in parallel with an exhibition of his work as a photographer, Variations of the Wild Body. The reflection on American Indian thought extends in April with the anthropologist and curator, Eglantina Monteiro, who will reflect on her field experience in the Amazon rainforest. In March, the guests are Ian Packer and Ana Morim de Lima.
17 JAN 18H00
Sara&André 20 JAN 18H00
Rui Chafes 23 FEV 16H00 [Sociedade Martins Sarmento]
Eduardo Viveiros de Castro 18H00
Inauguração da Exposição 21 MAR 18H00
Ian Packer e Ana Morim de Lima 18 ABR 18H00
Eglantina Monteiro No âmbito do seminário conjunto CIAJG/Lic. em Artes Visuais da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho.
JAN E FEV 21H45 JAN — ABR / 47
CINEMA
CINECLUBE DE GUIMARÃES
JAN
FEV
3 JAN
3 FEV
A Educadora de Infância
Supíria
de Luca Guadagnino
de Sara Colangelo
10 FEV 6 JAN
Viúvas
Beautiful Boy
de Felix van Groeningen
de Steve McQueen
17 FEV 10 JAN
Terra Fraca
Os Invisíveis de Claus Räfle
de Leonor Teles
19 FEV 13 JAN
Silvio e os outros
O Amigo Americano de Wim Wenders
de Paolo Sorrentino
26 FEV 20 JAN
Shoplifters: uma família de pequenos ladrões
de Hirokazu Kore-eda
27 JAN
Supíria de Luca Guadagnino
Roma
de Alfonso Cuarón
Helena e os Homens de Jean Renoir
28 FEV
Djon África
de João Miller Guerra e Filipa Reis
PROGRAMAÇÃO
FEVEREIRO FEBRUARY PROGRAMME
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6 JAN, 3 FEV, 17 MAR, 14 ABR ÀS 17H00
DO AVESSO
Visita Performativa aos lugares secretos do CCVF Manuela Ferreira Warehouses, lifts, corridors. What goes on behind the scenes at the CCVF is the inspiration for this staged visit that provides a behind-the-scenes view of this cultural centre, that is rarely seen by the public.
Armazéns, elevadores, corredores. Os bastidores do CCVF são o cenário e a inspiração para esta visita encenada que mostra um lado deste centro cultural raramente visto pelo público.
VISITAS E OFICINAS
DOMINGOS EM CASA Filipe Silva Ángela Diaz Quintela Nuno Preto Gonçalo Fonseca
MARCAÇÃO tlf. 253424700 e-mail mediacaocultural@aoficina.pt Mais informações página 135
20 JAN, 17 FEV, 17 MAR, 28 ABR ÀS 11H00
Num domingo por mês, a Casa da Memória é a sala de estar. A partir da programação do espaço, a cada nova sessão há uma proposta de oficina dirigida para famílias onde se podem experimentar ou partilhar histórias ou tradições, lugares ou objetos.
One Sunday a month, the Casa da Memória becomes a living room. By arranging the space, every new session holds a family-oriented workshop to experience or share stories, traditions, places and objects.
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10 FEV, 24 MAR, 14 ABR ÀS 11H00
MÁQUINA DE FAZER MUSEUS Ángela Diaz Quintela Leonardo Ferreira Sonoscopia
PARA FAMÍLIAS
Vamos conhecer o CIAJG através dos sentidos, de um jogo, de uma história nunca contada. As famílias são convidadas, uma vez por mês, sempre ao domingo, para esta oficina de exploração da coleção do museu. You are going to discover the CIAJG through the senses, a game and a tale that has never been told before. Families are invited to this workshop once a month, always on a Sunday, to explore the museum collection.
PONTO DE FUGA Visita Performativa Nuno Preto
24 FEV, 31 MAR, 28 ABR ÀS 17H00
Esta é uma viagem performativa que visita o Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Os visitantes são autorizados a deixar escapar o olhar para onde, normalmente, não olham e a deixar passar o corpo para onde ele, normalmente, não mexe.
A performance-based trip that visits the José de Guimarães International Centre for the Arts. Visitors will be able to peer into areas that they normally don’t see, and move through places that they normally can’t visit.
CAFÉ CONCERTO 23H00
MUSICADORIA CICLO DE CURADORIA
COM PROMOTORAS DE MÚSICA DE GUIMARÃES
Depois de ter mapeado a música independente que se faz a partir de Guimarães com Som de GMR – abrindo a programação do Café Concerto apenas com bandas locais durante 2017 –, o CCVF olha para o outro lado do “movimento” da música alternativa da cidade. Três promotoras com trabalho de programação regular têm carta-branca para escolher o som que passa pelo Café Concerto. O ciclo Musicadoria arranca em fevereiro (2) com um duplo concerto, que junta o projeto nacional Jibóia – que tem um novo disco editado pela londrina Discrepant – e Dada Garbeck, alter-ego do músico vimaranense Rui Souza (do trio El Rupe). A programação continua no mês seguinte (8), com o concerto da superbanda portuguesa Keep Razors Sharp, que estarão a chegar do Eurosonic 2019, com o segundo disco, Overcome, na mão. A escolha é do espaço cultural Banhos Velhos. O ciclo prolonga-se em abril com a nova pérola do rock espanhol, Marem Ladson, que aos 19 anos surpreendeu o país vizinho com o seu homólogo disco de estreia, uma proposta da Capivara Azul – Associação Cultural.
After having mapped the independent music produced in Guimarães with Som de GMR – which solely programmed local bands in the Café Concerts in 2017 -, the CCVF looks at the flip side of the city's alternative music "movement". Three promoters with regular programming work will be given carte blanche to choose the sounds to be heard in the Café Concert. The music cycle will
begin on February 2 with a double concert, combining the Portuguese project, Jibóia - which has a new album released by the London-based label, Discrepant - and Dada Garbeck, the alter ego of the Guimarães-based musician, Rui Souza (from the trio, El Rupe). The programme will continue on March 8, with a concert by the Portuguese super band, Keep Razors Sharp,
fresh from performing in Eurosonic 2019, and soon to release their second album, Overcome. The choice was made by the cultural space, Banhos Velhos. The cycle will continue in April, chosen by Capivara Azul Cultural Association, with the new star of Spanish rock, Marem Ladson, who at the age of 19 surprised Spain with his eponymous debut album.
2.FEV 2.FEV
JIBÓIA JIBÓIA — — DADA DADA GARBECK GARBECK REVOLVE REVOLVE
8.MAR 8.MAR
KEEP KEEP RAZORS RAZORS SHARP SHARP BANHOS BANHOS VELHOS VELHOS
27.ABR 27.ABR
MAREM MAREM LADSON LADSON CAPIVARA CAPIVARA AZUL AZUL
2 FEV 17H00 JAN — ABR / 53
GUIA DE VISITA NELTUM
MANUELA FERREIRA
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D IA Ç ÃO CU L L
VISITA ENCENADA
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DO AVESSO
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3 FEV 17H00 4 FEV 10H30 E 15H00
The students of the University of Minho’s BA Hons degree in Theatre will inhabit A Oficina’s buildings in early 2019. In January they will organise the Laboratories, in February they will be the guides to the Casa da Memória, and in March they will organise the National Drama Students Encounter.
ED U CAÇÃ
Os estudantes da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho vão habitar os edifícios d’A Oficina intensamente no início do ano. Entre os Laboratórios, previstos para janeiro, e o Encontro Nacional de Estudantes de Teatro, que acontece em março, são eles os guias da Casa da Memória em fevereiro.
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© Direitos Reservados
© Paulo-Furtado
© Paulo Pacheco
© olhos Azumbir
NÚCLEO DE ESTUDANTES DA LIC. EM TEATRO DA UNIVERSIDADE DO MINHO
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JAN — ABR / 54
A OFICINA NAS E Artista em Sala de Aula
ED U CAÇÃ
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D IA Ç ÃO CU L L
CIAJG � 11 A 15 MAR Espetáculo Turmas 2º Ano � 7 E 8 MAR Formação Professores
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Cerca de 2500 crianças do 1.º e 2.º anos de escolaridade estão envolvidas neste programa de aprendizagem centrado na dança e no teatro, que é levado a todas as escolas do concelho de Guimarães pelo quinto ano letivo consecutivo.
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Uma Floresta Animada
MAIS DOIS TU
ESCOLAS � 14 A 30 JAN Turmas Mistas CCVF � 17 E 18 JAN Formação Professores
1º Cicl o
Around 2,500 primary-school children are involved in this learning programme centred on dance and drama. It operates in every school in the municipality of Guimarães for the fifth year running.
Coordenação Daniela Freitas
Liberdade
CCVF � 8 A 12 ABRIL Espetáculo Grupos AAAF E CAF CIAJG � 5 E 6 ABRIL Formação Monitores
ED U CAÇÃ
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Nascido de mãos dadas com o Mais Dois, Ante Pé explora a música, a dança e o teatro como instrumentos de aprendizagem de crianças do ensino pré-escolar e 1.º ciclo nas escolas do concelho de Guimarães. Coordenação Carla Oliveira
D IA Ç ÃO CU L L
O Convidador de Pirilampos
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CIAJG � 1 E 2 FEV
ANTE PÉ
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Formação Monitores Música Samuel Coelho
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CDMG � 25, 29 E 30 ABRIL � 2, 3, 6 , 7, 8, 9, 10, � 13, 14 E 15 MAIO Espetáculo Turmas 1.º Ano � 23 E 24 ABRIL Formação Professores
Born hand in hand with Mais Dois, Ante Pé explores music, dance and drama as learning tools for preschool and primary school children in the municipality of Guimarães.
Mais Dois e Ante Pé são uma parceria com a Câmara Municipal de Guimarães (Vereação da Educação).
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ESCOLAS ME
D IA Ç ÃO CU L RA L
ED U CAÇÃ
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PERGUNTA AO TEMPO
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Sessões de Trabalho Criativo
1º Cicl o
O património é o objeto de atenção de cerca de 300 alunos e professores do 4.º ano de escolaridade das escolas de Guimarães, a quem é colocado o desafio de descobrir e reinterpretar a exposição permanente da Casa da Memória.
Coordenação Marta Silva e João Lopes Acompanhamento Criativo Francisco Neves
Heritage is the focus of attention for around 300 primary school teachers and pupils from schools in Guimarães, who are challenged to discover and reinterpret the permanent exhibition at the Casa da Memória.
ESCOLAS � 22 A 25 E 28 A 30 JAN � 18 E 19, 22, 25, 26 MAR � 1 E 2 ABR
7 A 17 FEV
GUI 9 º E D I ÇÃO F E S T I VA L I N T E R N AC I O N A L D E DA N ÇA C O N T E M P O R Â N E A Foi no GUIdance que a carreira de Victor Hugo Pontes explodiu. Era 2012 e o coreógrafo estreava A Ballet Story, que de imediato se tornou um fenómeno. Meses antes, também no CCVF, mostrava pela primeira vez Fuga Sem fim. Pontes ainda não tinha perdido o medo ao Grande Auditório e, por isso, essa peça tem lugar dentro do palco, fechado. E é a esse lugar que regressaremos na abertura da segunda semana do GUIdance 2019 (13 de fevereiro). Victor Hugo Pontes é o coreógrafo em destaque na edição deste ano do festival. Além dessa remontagem vai apresentar, na abertura do evento, Drama, em estreia absoluta. Esta não é a única peça que o público verá pela primeira vez no GUIdance deste ano. Dos onze espetáculos do programa, seis são estreias absolutas e co produções d’A Oficina. O festival promove ainda duas estreias em Portugal de companhias estrangeiras. Depois de ter mostrado ao público nacional, pela primeira vez, o trabalho de Wayne McGregor e Russell Maliphant, o GUIdance convida o incontornável Michael Clark que, com to a simple, rock'n'roll . . . song., encerrará esta edição. Uma semana antes, a promissora companhia Wang Ramirez apresenta EVERYNESS.
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© Denis Kooné Kuhnert
GUIdance is where Victor Hugo Pontes’s career took off with a bang. In 2012, the choreographer premiered A Ballet Story, which immediately became a phenomenon. Months before, also at the CCVF, he had performed Fuga Sem Fim for the first time. Pontes hasn’t yet overcome his fear of the Grand Auditorium and so the work was performed on a closed stage. And that is precisely where we return for the start of the second week of GUIdance 2019 (13 February). Victor Hugo Pontes is the guest choreographer of this year’s festival. In addition to re-staging his work, he will also perform the world première of Drama, to open the event. This is not the only play the audience will see for the first time at GUIdance this year. Of the nine shows in the programme, six are world premières and co-productions with A Oficina. The festival will also see two Portuguese premières by overseas companies. After delighting local audiences for the time with the work of Wayne McGregor and Russell Maliphant, GUIdance has invited the incomparable Michael Clark, who will close this year’s event to a simple, rock'n'roll . . . song. A week before, the promising company, Wang Ramirez, will present EVERYNESS.
GUIDANCE
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D IA Ç ÃO CU L
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CCVF / GRANDE AUDITÓRIO — 21H30
ASA / BLACK BOX — 21H30
CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO (PALCO) — 11H00 E 15H00
Victor Hugo Pontes prolonga, nesta nova criação, o trabalho laboratorial de procura de uma nova linguagem artística, situada algures entre a palavra e o movimento. Depois de Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a, a partir de A Gaivota de Anton Tchekóv (estreia absoluta no GUIdance de 2016), desta feita o ponto de partida é a peça seminal de Luigi Pirandello Seis Personagens à Procura de Um Autor.
In this new work, Victor Hugo Pontes extends the lab work in which he has sought a new artistic language, somewhere between word and movement. After Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a (If you ever need my life, come and take it) based on The Seagull by Anton Chekov (which had its world première at GUIdance in 2016), this time the starting point is Luigi Pirandello’s seminal work, Six Characters in Search of an Author.
ED U CAÇÃ
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Victor Hugo Pontes
No Fim Era o Frio
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Drama
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ESTREIA ABSOLUTA
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ESTREIA ABSOLUTA
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Mão Morta + Inês Jacques
Um Ponto que Dança
Um grupo de músicos e um grupo de bailarinos juntam-se para apresentar uma desconstrução do espetáculo de música e de dança. É assim No Fim Era o Frio. A banda – neste caso os Mão Morta, matéria mítica do rock português – cria o cenário onde deambulam os corpos, em movimentos imaginados pela coreógrafa Inês Jacques.
Esta oficina desenvolvida por Sara Anjo, a partir do livro com o mesmo nome que a artista escreveu, com ilustrações de Martina Manyà, desenvolve-se em duas partes: uma leitura encenada da obra e um conjunto de exercícios centrados na ideia de um ponto que dança para crianças e famílias.
A group of musicians and a group of dancers join together to present a deconstruction of the music concert and dance show. The group – the renowned Portuguese rock band, Mão Morta – creates the scene in which the bodies are choreographed by Inês Jacques.
Sara Anjo
This workshop by Sara Anjo, based on the book by the same name written by the artist, with illustrations by Martina Manyà, is separated into two parts: a staged reading of the book and a set of exercises centred on the idea of a point that dances for children and families.
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ESTREIA ABSOLUTA
ESTREIA NACIONAL
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CIAJG / BLACK BOX — 18H30
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO — 21H30
Maurícia | Neves
Há uma associação pouco óbvia entre as ideias de anestesia e movimento, mas é a partir dessa aparente contradição que a prolífica criadora Maurícia | Neves (coreógrafa e performer, mas também autora de instalações e música) fez nascer anesthetize, peça para três corpos femininos com a qual faz a sua estreia no GUIdance.
There is a little known association between the ideas of anaesthesia and movement, but it is out of this apparent contradiction that the prolific choreographer, performer, set designer and musician, Maurícia | Neves, has created anesthetize, a work for three female bodies, to mark his debut at GUIdance.
EVERYNESS Company Wang Ramirez
Autores de uma linguagem que cruza hip-hop, ballet e movimentos de artes marciais, a dupla Honji Wang e Sébastien Ramirez tem construído, desde 2010, um sólido percurso que os tem levado a alguns dos principais centros de dança mundiais. A companhia Wang Ramirez estreia-se em Portugal com EVERYNESS, peça que traz para o palco o tema das relações humanas, seja a amizade ou o amor romântico.
Using a language that explores hip-hop, ballet and martial arts movements, the duo Honji Wang and Sébastien Ramirez have been building a solid career since 2010, performing at some of the world’s biggest dance venues. The Wang Ramirez company will perform for the first time in Portugal with EVERYNESS, a work based on the theme of human relationships - whether friendship or romantic love. © Denis Kooné Kuhnert
anesthetize
GUIDANCE
13.FEV CCVF / GRANDE AUDITÓRIO — 21H30
Fuga Sem Fim
Victor Hugo Pontes Estreado em novembro de 2011, no CCVF, Fuga Sem Fim regressa ao ponto de partida, numa remontagem encomendada pelo GUIdance 2019. Construído a partir de uma ideia de João Paulo Serafim – realizador do vídeo que acompanha a peça –, este espetáculo propõe uma reflexão sobre a ideia de fuga e o ato criativo.
Premiered in November 2011 at the CCVF, Fuga Sem Fim returns to its origins, in a re-staging commissioned by GUIdance 2019. Built around an idea by João Paulo Serafim (a vídeo director who accompanies the work), Victor Hugo Pontes reflects on the idea of fleeing and the creative act.
ESTREIA ABSOLUTA
14.FEV CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO — 21H30
Fraternidade I + II Útero
Como se fossem duas peças gémeas, ou o lado A e B de um disco, este espetáculo é um díptico dividido por um intervalo. Fraternidade I e II é a Útero de Miguel Moreira a perguntar o que quer realmente dizer masculino e feminino, a partir do elo mais forte que ligar os seres humanos: a fraternidade.
This show is a diptych split in two by an interval, like twin plays, or the A and B-side of a record. Fraternidade I e II is Miguel Moreira’s uterus asking what male and female really means, based on the strongest link that binds human beings together: fraternity.
© Helena Gonçalves
REMONTAGEM
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ASA / BLACK BOX — 21H30
CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO (PALCO) — 11H00 E 15H00
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Lento e Largo
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Oceano
Jonas & Lander
Ainhoa Vidal
Bolsa 5 Sentidos
A poesia que se pode imaginar a partir dos animais e plantas que se encontram fundo do mar é a matéria a partir do qual se constrói Oceano, espetáculo para fazer sonhar crianças dos 6 meses aos dois anos, criado por Ainhoa Vidal.
O interesse da dupla Jonas&Lander ( Jonas Lopes e Lander Patrick) pela robótica enquanto elemento performativo vem de trás, mas nunca deixa de causar estranheza. Em Lento e Largo, os robôs que dançam são um dos elementos que contribuem para o que chamam de poética da alucinação. Inspirados pelo surrealismo, reclamam a ficção como espaço que desafia a racionalidade.
The interest in robotics as a performance element is not new to the work of the duo, Jonas&Lander (Jonas Lopes and Lander Patrick), but it is always strange. In Lento e Largo, the dancing robots are one of the elements that contribute to what they call the “poetics of hallucination”. Inspired by surrealism, they claim fiction as the space where reason is challenged.
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16.FEV CIAJG / BLACK BOX — 18H30
Dos Suicidados – O Vício de Humilhar a Imortalidade Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristovão
O trabalho da dupla Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristovão é singular pela metodologia de trabalho assente num diálogo entre a experimentação, o pensamento e o discurso crítico. Depois de José Régio e Almada Negreiros, prosseguem a sua investigação sobre escritores portugueses, partindo da obra de Raul Leal nesta peça.
The imagined poetry of animals and plants that meet at the bottom of the ocean is the theme around which Oceano is constructed, a performance created by Ainhoa Vidal to help children, aged 6 months to 2 years, to dream.
The work of the duo, Joana von Mayer Trindade and Hugo Calhim Cristovão, is unique, based on a method in which experimentation, thought and critical discourse forge a dialogue. After examining the work of José Régio and Almada Negreiros, they continue their research into Portuguese writers with a look at the work of Raul Leal in Dos Suicidados (O Vício de Humilhar a Imortalidade) (Those who commit suicide (the habit of humbling immortality).
GUIDANCE
ATIVIDADES PARALELAS
ESTREIA NACIONAL
MASTERCLASSES
16.FEV
Masterclasse com Company Wang Ramirez
Sexta 8 fev, 16h00-18h00 CCVF / Sala de Ensaios
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO — 21H30
Sexta 15 fev, 16h00-18h00 CCVF / Sala de Ensaios
to a simple, rock'n'roll ... song.
Masterclasse com Michael Clark Company DEBATES
Sábados 9 e 16 fev, 16h00 CIAJG / Sala de Conferências
Michael Clark Company
A dança e as outras artes
O grande iconoclasta da dança britânica, Michael Clark, estreia-se em Portugal com to a simple, rock'n'roll . . . song. (2016). Esta peça em três atos presta homenagem a três das suas fontes de inspiração musical (Erik Satie, Patti Smith e David Bowie), explorando as principais marcas da linguagem artística deste criador: o esbatimento das fronteiras entre o bailado clássico e a dança contemporânea, a moda, a música e as artes visuais.
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Terça 5 fev Escola Sec. Francisco de Holanda © Michael Clark Company_to a simple rock n roll song_Barbican Theatre 2016_Harry Alexander and Jordan James Bridge by Hugo Glendinning
Máquina de fazer Museus
O corpo como voz do museu Ángela Diaz Quintela
O Centro Internacional das Artes José de Guimarães será a inspiração de uma oficina de movimento, que olha para a arte como território de experiência e de liberdade. Um diálogo entre o corpo, o museu, a memória e a imaginação. The José de Guimarães International Centre for the Arts will be the inspiration for a movement workshop, that explores art as a field of experience and freedom. A dialogue between the body, museum, memory and the imagination.
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The major iconoclast of British dance, Michael Clark, will perform for the first time in Portugal with to a simple, rock'n'roll . . . song. (2016). This threeact performance pays homage to three of his sources of musical inspiration (Erik Satie, Patti Smith and David Bowie), exploring the major points in his artistic language: the blurring of borders between classical ballet, contemporary dance, fashion, music and the visual arts.
Moderação de Cláudia Galhós
Domingo 10 fev, 11h00 CIAJG
Embaixadores da Dança
Adolfo Luxúria Canibal Segunda 11 fev Escola Sec. Caldas das Taipas
Embaixadores da Dança
Victor Hugo Pontes Quinta 7 e Quarta 13 fev Escola Sec. Santos Simões Escola Sec.Martins Sarmento
Conferências nas Escolas Cláudia Galhós
Domingo 17 fev, 11h00 CDMG
Domingos em Casa
O corpo como território de memória Ángela Diaz Quintela
Esta oficina propõe uma viagem através do território de Guimarães onde o veículo será a nosso próprio corpo. Da mesma forma que a memória de um território se constrói e arquiva, o corpo também tem a sua própria memória em constante transformação. This workshop proposes a trip through Guimarães, in which the vehicle will be our own body. Just as the memory of a territory is built and archived, the body also has its own memory in constant transformation.
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Grande Auditório
24 FEV 21H30
THE TALLEST MAN ON EARTH
© Peter Eriksson
WHEN THE BIRD SEES THE SOLID GROUND
23 FEV A 9 JUN
23 FE V ÃO UR AÇ I NAUG 18 H 0 0
PENSAMENTO AMERÍNDIO CLAREIRA MANUEL ROSA CURADORIA DE NUNO FARIA SALAS 1-8
CORPOS HABITADOS UMA EXPOSIÇÃO DE JOÃO SALAVIZA E RENÉE NADER MESSORA SALAS 9-11
© Eduardo Viveiros de Castro, Kuyawmá a filmadora super-8 do antropólogo, aldeia Awalapíti, Alto Xingu, 1976
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VARIAÇÕES DO CORPO SELVAGEM EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO, FOTÓGRAFO CURADORIA DE EDUARDO STERZI E VERONICA STIGGER SALAS 12-13
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——--------------É a primeira vez que o CIAJG olha tão diretamente para os povos originais como o fará no primeiro ciclo expositivo de 2019.——--------------
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cena final de “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” (2018), filme de João Salaviza e René Nader Messora, presta-se a interpretações diversas. Ihjãc, o adolescente krahô que interpreta o filme, entra na água de uma cascata, desaparecendo. Na Europa, as audiências pressupõem que a personagem se suicidou. Na América do Sul, o entendimento é de que o filme mostra um reencontro. Na aldeia de Pedra Branca, onde o filme foi rodado, o pai de Ihjãc – que está vivo e de boa saúde, apesar de na ficção ter morrido – vê a cena com maior simplicidade: o adolescente sentiu saudades do pai e foi encontrar-se com os mortos. João Salaviza e René Nader Messora entenderam a força que essas interpretações divergentes conferiam à cena. Propõem agora uma versão alternativa do final do filme – um plano que tinha sido excluído da montagem e se reanima em contexto de exposição. Na vídeo-instalação que prepararam para o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, logo após a entrada de Ihjãc na água, veremos a figura de uma mulher emergir e aproximar-se lentamente da câmara num movimento inverso ao do rapaz. “Corpos Habitados”, proposta de fôlego de Salaviza e Messora – situada algures num terreno entre o cinema expandido, a arte contemporânea e a etnografia – inaugura a 21 de fevereiro. A exposição parte de “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, filme que recebeu, no ano passado, o Prémio Especial do Júri “Un Certain Regard”, seção paralela à seleção oficial do Festival de Cannes, onde foi estreado. Para trás tinham ficado nove meses de rodagem. Sem equipa técnica e munidos com uma câmara de películas 16 mm, João Salaviza e René Nader Messora filmaram no meio do Cerrado, na aldeia de Pedra Branca, no estado de Tocantins – entre a Bahia e o Mato Grosso. Pedra Branca tem 500 habitantes. É a maior das 33 aldeias dos krahô, povo ameríndio, em tempos seminómada, e que, depois de perseguições por latifundiários em meados do século XX, se sedentarizou. René Nader Messora tem passado longas temporadas ali desde 2009. João Salaviza, tornou-se membro intermitente da comunidade desde 2015. A exposição que prepararam para o Centro Internacional das Artes José de Guimarães parte do mesmo objeto de fascínio do filme: o Pàrcahàc, ritual de fim de luto realizado um ano após a morte de alguém pela família do finado nas tribos krahô. “Corpos Habitados” é um percurso visual e sonoro que serpenteia a ideia de morte na cosmovisão daquele povo. Além do final alternativo do filme de 2018, Salaviza e Messora voltam a “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” numa das peças da instalação. Resgatam uma cena em que, após o choro ritual, uma dos personagens fala com a sua família sobre a inimizade com os espíritos e o perigo de se manter contato com os mortos. A proposta dos dois realizadores é uma viagem pela aldeia, partindo de um longo plano geral em vídeo, em que Pedra Branca é filmada de cima de um morro. Permite assim ao espetador observar o quotidiano da comunidade ao fim da tarde e conhecer a morfologia típica de uma aldeia deste povo: um pátio redondo no centro e as casas espalhadas ao redor, desenhando um círculo perfeito; os seus caminhos radiais, que se assemelham a uma espécie de gigantesco Sol. Também os caminhos da doença, da morte e do ritual Pàrcahàc fazem parte da intervenção dos dois artistas no museu vimaranense. Como um círculo, o momento final da exposição, volta ao ponto de partida: a representação de uma aldeia. Mas desta feita não já Pedra Branca, mas a aldeia dos mortos, num desenho de Rêj, um jovem krahô. Desde a exposição inaugural do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, “Para Além da História” (2012), que o museu vimaranense reflete sobre a representação daquilo que foi filtrado pela história. Sobre as narrativas que lutam para sobreviver à hegemonia eurocêntrica de quem produz os
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discursos. É, porém, a primeira vez que olha tão diretamente para os povos originais como o fará no primeiro ciclo expositivo de 2019. A intervenção de João Salaviza e René Nader Messora, a partir da experiência no Cerrado brasileiro, vai conviver com “Variações do Corpo Selvagem”, exposição antológica do trabalho de Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo e antropólogo, que nos põe a olhar para a Amazónia. Viveiros de Castro é um fotógrafo relutante. Chamou-lhe uma “atividade lateral” ou até “distraída” relativamente ao seu trabalho central, a investigação etnográfica e reflexão antropológica. É neste campo que o autor se afirmou como um dos grandes teóricos do pensamento ameríndio. É ele o autor da teoria do “Perspectivismo ameríndio”, termo que crisma uma conceção, muito difundida na América indígena, segundo a qual cada espécie de existente (animais, plantas, artefactos ou astros) vê-se a si mesma como humana. Esse trabalho antropológico teve reverberações noutros campos, em particular na prática artística. Viveiros de Castro é o antropólogo que “busca não olhar o outro, mas ver como o outro vê”, nas palavras de Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC em São Paulo, onde “Variações do Corpo Selvagem” foi mostrada pela primeira vez em 2015. A fotografia não é, porém, um instrumento do seu trabalho. Viveiros de Castro sublinha frequentemente não fazer antropologia visual. A fotografia é uma outra coisa no seu discurso. Talvez uma interrupção da antropologia. Ou uma outra forma de produzir uma reflexão sobre os ameríndios. Em Guimarães, veremos uma seleção a partir do corpo inicial de mais de 300 imagens apresentadas em 2015, numa escolha dos seus curadores, Eduardo Sterzi e Veronica Stigger. Tocam-se dois momentos distintos da sua produção: por um lado, a participação na vanguarda artística do Rio de Janeiro entre os finais da década de 1960 e os anos 1970; e, por outro, o resultado da sua convivência, durante duas décadas (1975-1995), com quatro povos índios de diferentes regiões da Amazónia: os Yawalapíti do Alto Xingu (Mato Grosso), os Kulina do Alto Purus (Acre), os Yanomami da Serra de Surucucus (Roraima) e os Araweté do Médio Xingu (Pará). O ponto de interseção entre estes dois grandes conjuntos da obra de Viveiros de Castro que constituem a exposição está na centralidade do corpo. “Uma ênfase na corporalidade que está também na origem da reflexão antropológica do autor e que marca todo o seu percurso intelectual”, sublinham os curadores Eduardo Sterzi e Veronica Stigger. Daí que considerem a noção decisiva para se compreender a articulação, na prática de Viveiros de Castro, entre fotografia e pensamento, arte e antropologia. O primeiro ciclo expositivo de 2019 do Centro Internacional das Artes José de Guimarães – que permanece no espaço até junho – completa-se com “Clareira”, fruto de uma residência artística de Manuel Rosa, ele que é um dos nomes incontornáveis da edição livreira em Portugal, regressa à sua primeira prática artística, a escultura. Discípulo de João Cutileiro – uma das suas peças integra “Constelação Cutileiro”, que pode ser visitada neste centro até meados de fevereiro – voltou a fazer escultura depois de vários anos de afastamento. O trabalho para o museu de Guimarães parte da cerâmica pré-colombiana da coleção permanente de José de Guimarães e dos moldes do cerieiro da Porta da Vila, espólio resgatado pel’A Oficina numa loja histórica da cidade.
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——--------------—O ponto de interseção entre estes dois grandes conjuntos da obra de Viveiros de Castro que constituem a exposição está na centralidade do corpo.——------—
CIAJG / 1º CICLO E XPOSITIVO
“O branco fala que a gente vai para cima, para o céu. Mas não vai não. A gente nasceu aqui em baixo, vive e morre aqui, e por isso continua por aí depois. Por isso que o pajé encontra os mortos, o karõ dos mortos. Porque eles estão por aí. Talvez a gente vira bicho, mas fica por aí. A aldeia dos mortos é aqui em baixo também. Antes de ser gente, a gente não era bicho. Mas vira bicho depois de morrer.” Wôôcô Silas Krahô
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� 11 A 22 FEV
OTO’S NA PRAÇA SESSÕES ABERTAS � 15 E 22 FEV, 19H00 JOVENS � 21 FEV, 20H30 INICIAÇÃO E CRIAÇÃO
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INAUGURAÇÃO DAS EXPOSIÇÕES
PONTO DE FUGA VISITA PERFORMATIVA
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� 23 FEV, 18H00
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CONFERÊNCIA
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EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO
© Paula Preto
� 23 FEV, 16H00 SOCIEDADE MARTINS SARMENTO
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NUNO PRETO
� 21 MAR, 21H30 CIAJG/BLACK BOX
IAN PACKER E ANA MORIM DE LIMA CONFERÊNCIA
© João Salaviza e Renée Nader Messora, Cantoria
� 20 E 21 MAR, 21H30 CIAJG/BLACK BOX
MOSTRA DE CINEMA AMERÍNDIO
Esta é uma viagem performativa que visita o Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Os visitantes são autorizados a deixar escapar o olhar para onde, normalmente, não olham e a deixar passar o corpo para onde ele, normalmente, não mexe. A performance-based trip that visits the José de Guimarães International Centre for the Arts. Visitors will be able to peer into areas that they normally don’t see, and move through places that they normally can’t visit.
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PORT E FÓL I O A F O R Ç A DE T R ABALH O D’A O FICINA Estas não são apenas 49 fotografias. São 49 caras e corpos que fazem A Oficina – e que se juntam aos 7 mais antigos (na casa) que foram chamados à capa e aos separadores. São 56 histórias, ao longo desta revista. Cada colaborador escolheu o local onde foi fotografado e há de tudo: recantos do jardim, museus em fundo, corredores misteriosos, salas de máquinas, régies, pátios, salas de magias, escritórios, palcos, parques de estacionamento ou o seu lugar de espetador. Cantos de pausa para cigarro, locais de trabalho e passagem. Alguns preferidos, outros odiados, mas todos de estimação. Uma forma de olharmos para os lugares onde se faz A Oficina, pelos olhos de quem aqui está todos os dias.
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A Oficina’s work force These aren’t just 49 photographs. They are 49 faces and bodies of the people who have made A Oficina what it is today – complemented by our 7 longest-serving staff members, who appear on the front cover and in the separators. They are 56 personal stories featured throughout the magazine. Each employee chose where to be photographed, and there’s a huge variety of places: secluded spots in parks, with museums in the background, mysterious corridors, machine rooms, control stations, courtyards, magic rooms, offices, stages, car parks or spectator’s seats. Cigarette-smoking areas, or places of work or travel. This is also a way of looking at the many locales where A Oficina is active, through the eyes of those who forge our future every day.
LuĂs Antero Silva 10 anos de Oficina
Susana Pinheiro 11 anos de Oficina
Helena Pereira 15 anos de Oficina
Anabela Portilha 15 anos de Oficina
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Andreia Martins 2 anos de Oficina
AmĂŠlia Pereira 11 anos de Oficina
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Andreia Abreu 11 anos de Oficina
Ana Carneiro 14 anos de Oficina
Carla Oliveira 1 anos de Oficina
PO RT F ÓL I O
Cláudia Fontes 8 anos de Oficina
Susana Magalhães 5 anos de Oficina
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Sylvie SimĂľes 2 anos de Oficina
Bruno Barreto 8 anos de Oficina
JoĂŁo Pedro Vaz 2 anos de Oficina
Andreia Novais 15 anos de Oficina
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Conceição Oliveira 14 anos de Oficina
Catarina Pereira 13 anos de Oficina
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Manuela Marques 5 anos de Oficina
Conceição Leite 15 anos de Oficina
Helena Ribeiro 10 anos de Oficina
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Eduarda Fontes 3 anos de Oficina
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Ivo Martins 23 anos de GuimarĂŁes Jazz
InĂŞs Oliveira 3 anos de Oficina
Eduardo Brito 3 anos de Oficina
Daniela Freitas 5 meses de Oficina
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Carla Matos 4 meses de Oficina
JoĂŁo Castro 2 anos de Oficina
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JocĂŠlia Gomes 2 meses de Oficina
Rui Torrinha 9 anos de Oficina
Marta Silva 3 anos de Oficina
Joaquim Mendes 7 anos de Oficina
PO RT F Ă“L I O
Celeste Domingues 9 meses de Oficina
Nuno Ribeiro 2 anos de Oficina
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Marta Ferreira 14 anos de Oficina
Conceição Martins 7 anos de Oficina
Ricardo Freitas 11 anos de Oficina
PO RT F Ă“L I O
Tiago Almeida 3 anos de Oficina
JoĂŁo Lopes 1 anos de Oficina
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Hugo Dias 13 anos de Oficina
Fรกtima Faria 7 anos de Oficina Nuno Eiras 6 anos de Oficina
Sérgio Sá 10 anos de Oficina
PO RT F ÓL I O
Rosa Fernandes 2 anos de Oficina
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Marisa Moreira 3 anos de Oficina
Nuno Faria 7 anos de Oficina
Rui Salazar 14 anos de Oficina
Pedro Silva 14 anos de Oficina
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Susana Sousa 10 anos de Oficina
Marta Miranda 8 anos de Oficina
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A OFICINA Órgãos Sociais Direção Presidente Adelina Paula Pinto (Câmara Municipal de Guimarães) Vice-Presidente António Augusto Duarte Xavier Tesoureiro Maria Soledade da Silva Neves Secretário Jaime Marques Vogal (Casa do Povo de Fermentões) Conselho Fiscal Presidente José Fernandes (Câmara Municipal de Guimarães ) Vogal (Taipas Turitermas, CIPRL) Vogal Djalme Alves Silva Mesa da Assembleia Geral Presidente Lino Moreira da Silva (Câmara Municipal de Guimarães) Vice-Presidente Manuel Ferreira Secretário (CAR-Círculo de Arte e Recreio)
Direção Artística João Pedro Vaz Coordenação Operacional Ricardo Freitas Codireção Artística e Internacionalização Rui Torrinha Programação Nuno Faria (CIAJG), Catarina Pereira (CDMG), Rui Torrinha (CCVF e Festivais), João Pedro Vaz (Teatro Oficina e EMC*), Ivo Martins (Guimarães Jazz e Palácio Vila Flor) Assistente de Direção Anabela Portilha Assistentes de Direção Artística Cláudia Fontes, Tiago Almeida (CIAJG) Educação e Mediação Cultural Marta Silva (Direção), Carla Oliveira, Celeste Domingues, Daniela Freitas, João Lopes, Marisa Moreira Produção Pedro Silva (Direção Áreas Expositivas), Ricardo Freitas (Direção Artes Performativas e Festivais), Andreia Abreu, Andreia Novais, Hugo Dias, Nuno Ribeiro, Rui Salazar, Sofia Leite, Susana Pinheiro Técnica José Patacão (Direção), Carlos Ribeiro, Filipe Silva, Helena Ribeiro (Direção de Cena), João Castro, Nuno Eiras, Ricardo Santos, Sérgio Sá Serviços Administrativos / Financeiros Helena Pereira (Direção), Ana Carneiro, Liliana Pina, Marta Miranda, Susana Costa Instalações Luís Antero Silva (Direção), Joaquim Mendes (Assistente), Jacinto Cunha, Rui Gonçalves (Manutenção), Amélia Pereira, Anabela Novais, Carla Matos, Cristina Marques, Conceição Leite, Conceição Oliveira, Rosa Fernandes, Maria Conceição Martins, Maria Fátima Faria (Manutenção e Limpeza) Comunicação e Marketing Marta Ferreira (Direção), Bruno Barreto (Assessoria de Imprensa), Carlos Rego, Susana Magalhães (Sites e Redes Sociais), Susana Sousa e Eduarda Fontes (Design), Andreia Martins, Cláudia Fontes, Jocélia Gomes, Josefa Cunha, Sylvie Simões (Atendimento ao Público) Património e Artesanato Catarina Pereira (Direção), Eduardo Brito (Museografia), Inês Oliveira (Gestão do Património), Bela Alves (Olaria) *com Ana Lúcia Figueiredo (Programadora Educação e Mediação Cultural até agosto 2018)
PROGRAMAÇÃO
MARÇO MARCH PROGRAMME
/ CA R L OS REGO [ C O M U N I CA ÇÃ O ] 2 5 A N O S DE OF I C I N A
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DIAÇ Ã O C
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JAN — ABR / 94
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OFICINA SENSORIAL A PARTIR DO PROCESSO CRIATIVO DO ARTISTA FRANKLIN VILAS BOAS CÁ DENTRO EXISTE UM ANÃO COMIDO PELAS FORMIGAS Com João Terras
OFICINA DE OLARIA HISTÓRIAS DE CÂNTAROS E CANTARINHAS Com Maria Fernanda Braga
OFICINAS DE TEATRO MÁSCARA MARIONETAS TEATRO FÍSICO VOZ E TEXTO CRIAÇÃO E DIÁLOGO Com Gonçalo Fonseca e Nuno Preto
OFICINA DE MOVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE TÓTEMES CORPO-TÓTEME
Com Melissa Rodrigues
OFICINA DE MÚSICA
Com Samuel Coelho
MARCAÇÃO tlf. 253424700 e-mail mediacaocultural@aoficina.pt
PROGRAMA VAI E VEM 1 visita orientada a um dos espaços + 1 oficina criativa nas escolas/instituições Mais informações página 135
OFICINA DE CONSTRUÇÃO E COLEÇÃO DE OBJETOS PROTETORES NKISI E OS FEITIÇOS Com Juliana Sá
JAN — ABR / 95
OFICINA DE DESENHO EM COURO CURTIR O NOSSO MAPA Com Francisco Neves
OFICINA DE MOVIMENTO E CORPO O CORPO COMO TERRITÓRIO DE MEMÓRIA Com Ángela Diaz Quintela
OFICINA DE MOVIMENTO
OFICINA DE SABORES TRADICIONAIS
OFICINA DE DESENHO DESENHOS ESCONDIDOS Com Juliana Sá
AS VOLTAS DA COLHER DE PAU Com Álvaro Dinis Mendes e Liliana Duarte (Cor de Tangerina)
CORPO-CASA
Com Melissa Rodrigues
OFICINA DE ESTAMPAGEM
OFICINA DE DANÇA
Com Ángela Diaz Quintela
REVESTIR A CASA Com Juliana Sá
OFICINA DE CONSTRUÇÃO DE MÁSCARAS
Com Gonçalo Fonseca
OFICINA DE MOVIMENTO E CORPO O CORPO COMO VOZ DO MUSEU Com Ángela Diaz Quintela
OFICINA DE AUTOBIOGRAFIA DO VAZIO DE UMA CAIXA A UM MUSEU PORTÁTIL Com João Terras
OFICINA DE PATRIMÓNIO PERGUNTA AO TEMPO Com Francisco Neves
OFICINA DE DESCOBERTA DE OBJETOS E CONSTRUÇÃO DE SEGREDOS
UM GRANDE SEGREDO CHAMADO MUSEU Com Juliana Sá
OFICINA DE FOTOGRAFIA E ESCRITA
TRANSFERÊNCIA DE MEMÓRIAS Com Maria Côrte-Real
1 A 3 MAR JAN — ABR / 96
2 MAR 17H00
ENCONTRO GUIA NACIONAL DE VISITA LANÇAMENTO DO “PALADÁRIO” ESTUDANTES LIVRO LILIANA DUARTE DE TEATRO NELTUM
NÚCLEO DE ESTUDANTES DA LIC. EM TEATRO DA UNIVERSIDADE DO MINHO
Pela primeira vez, os estudantes de teatro das universidades portuguesas encontram-se para discutir o seu campo de formação. O debate terá como mote o jogo de palavras Debater Péssimos Sérias a Somos Coisas.
Residência Artística 4 A 15 MAR João Costa e Joana Castro
CCVF / CAFÉ CONCERTO�8 MAR
KEEP KEEP RAZORS RAZORS SHARP SHARP
In this new event, drama students from various Portuguese universities meet to discuss their field of training. The theme of the debate will be the word game, Debater Péssimos Sérias a Somos Coisas.
Do alecrim ao calondro, passando pelo milho e pela nêspera, Paladário reúne os produtos que preenchem a memória gastronómica dos vimaranenses. A publicação será o mote para o Guia de Visita deste mês, pela mão da autora, Liliana Duarte, educadora social e corresponsável pelo restaurante Cor de Tangerina. From rosemary to calondro, through corn and loquats, Paladário brings together the products that fill the culinary memories of the people of Guimarães (vimaranenses). This publication, written by Liliana Duarte, a social educator and co-manager of the restaurant Cor de Tangerina, will be the central theme of the Tour Guide this month.
2 MAR, 21H30 GRANDE AUDITÓRIO
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DEAD COMBO TOUR ODEON HOTEL PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DE
MARK LANEGAN E ALAIN JOHANNES
Pedro Gonçalves and Tó Trips’s band returns to the CCVF to end their Odeon Hotel tour, based on the album on which more collaborators have worked than ever, including the renowned special guest, Mark Lanegan.
© Direitos Reservados
A banda de Pedro Gonçalves e Tó Trips regressa ao CCVF para fechar a tour de “Odeon Hotel”, o disco em que a sua música é feita com mais companheiros do que nunca e trazem o mítico Mark Lanegan como convidado especial.
11 A 15 10H30 E 15H00 [GRUPOS ESCOLARES] 16 MAR 11H00 [FAMÍLIAS E PÚBLICO GERAL] BLACK BOX
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1º Cicl o
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UMA FLORESTA ANIMADA E
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FILME-CONCERTO SPACE ENSEMBLE
© Direitos Reservados
CCVF � 7 E 8 MAR Formação Professores
Esta é uma viagem musical e visual pelas florestas de todo o mundo. A partir de uma seleção de curtas-metragens de animação – dos Estados Unidos à Suíça, passando pela Finlândia – dirigidas ao público infantil, o coletivo de músicos Space Ensemble acompanha estes filmes com uma interpretação ao vivo que recria o ambiente do tempo do cinema mudo.
This is a musical and visual journey through the world’s forests. Based on a selection of animated short films for children - from the United States to Switzerland to Finland - the Space Ensemble music collective will accompany these films with a live performance that will recreate the atmosphere of the silent film era.
15 MAR 21H30 PEQUENO AUDITÓRIO
JAN — ABR / 99
QUARTA-FEIRA O TEMPO DAS CEREJAS CLÁUDIA DIAS
We are almost half way through the tour de force by dancer and choreographer Cláudia Dias, who will perform seven performances in seven years. After SegundaFeira and Terça-Feira – staged at the CCVF in November – it’s time for Quarta-Feira: the time of cherries. An examination of power, with neoliberalism in the background, in the company of puppeteer, Igor Gandra.
© Bruno Simão
Estamos quase a meio do tour de force da bailarina e coreógrafa Cláudia Dias, que se propõe a fazer sete peças em sete anos. Depois de Segunda-Feira e Terça-Feira – que estiveram no CCVF em Novembro –, chega Quarta-Feira: o tempo das cerejas. Uma reflexão sobre o poder, com o neoliberalismo em fundo, na companhia do marionetista Igor Gandra.
16 MAR 17H00 REPOSITÓRIO
© Paulo Pacheco
© Direitos Reservados
JAN — ABR / 100
17 MAR 17H00
MEMÓRIAS DOMINGOS DA MEMÓRIA EM CASA O TEATRO DA MEMÓRIA DO TEATRO
MEMÓRIA FUTURA NUNO PRETO
ANTÓNIO FONSECA
Residência Artística 4 A 15 MAR Parlamento Elefante Bolsa Amélia Rey-Colaço
António Fonseca memorizou os dez cantos d’Os Lusíadas, numa epopeia pessoal em que embarcou há perto de uma década. Como é que um ator decora um texto com esta extensão? É a pergunta de partida para a proposta do programa Memórias da Memória, uma reflexão sobre a memória – biológica ou arquivística – para lá da coletiva que preenche a Casa da Memória.
Num domingo por mês, a Casa da Memória é a sala de estar. A partir da programação do espaço, a cada nova sessão há uma proposta de oficina dirigida para famílias onde se podem experimentar ou partilhar histórias ou tradições, lugares ou objetos. O convite, desta feita, é para fazer um filme a preto e branco. Criar uma memória daquele domingo e entender como esta se fixa num objeto como estes. O ator Nuno Preto orientará esta oficina de cine-memória.
António Fonseca memorised the ten cantos of Camões’ The Lusiads by heart, in a personal odyssey that he began around a decade ago. How does an actor memorise such a long text? This is the starting point for the proposal
One Sunday a month, the Casa da Memória becomes a living room. By arranging the space, every new session holds a family-oriented workshop to experience or share stories, traditions, places and objects.
of the programme, Memories of Memory, a reflection on memory - biological or archival – that moves beyond the collective memory that fills the Casa da Memória.
On this occasion, the invitation is to make a black and white film. Create a memory of that Sunday and understand how it can be captured on film. The actor, Nuno Preto, will coordinate this workshop on film-memory.
22 MAR, 21H30 BLACK BOX JAN — ABR / 101
PIERRE KWENDERS
Anticipating Westway LAB, featuring Canada as the focus country, Afro-Canadian Pierre Kwenders brings his distinctive musical style to the José de Guimarães International Centre
of Arts, crossing rumba from the Democratic Republic of Congo - where he has his roots - with R&B and hip-hop from North America’s sound landscape.
D IA Ç ÃO CU L L
MANUELA FERREIRA
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VISITA ENCENADA
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DO AVESSO
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17 MAR 17H00 18 MAR 10H30 E 15H00
ED U CAÇÃ
© Philippe Richelet
Antecipando o Westway LAB, onde o Canadá será o país em foco, o afro-canadiano Pierre Kwenders traz ao Centro Internacional de Artes José das Guimarães a sua música idiossincrática, cruzando a rumba da República Democrática do Congo – onde tem raízes – com o R&B e o hip-hop da paisagem sonora norte-americana.
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21 MAR 18H00 SALA DE CONFERÊNCIAS
IAN PACKER E ANA MORIM DE LIMA CONFERÊNCIA
23 A 25 MAR
CIRCUS ARTS TRÊS GROUPE ZÈDE ESTREIA NACIONAL 23 MAR, 18H30 CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO
LÄHTÖ / DÉPART WHS 23 MAR, 21H30 CCVF / GRANDE AUDITÓRIO
DEBATE 23 MAR, 16H00 PALÁCIO VILA FLOR
MÁQUINA DE FAZER MUSEUS LEONARDO FERREIRA 24 MAR, 11H00 CIAJG
MASTERCLASSE WHS 25 MAR, 16H00 CCVF / SALA ENSAIOS
JAN — ABR / 103
Pelo terceiro ano consecutivo, o CCVF recebe um fim de semana intensivo que aposta em contribuir para impulsionar o Novo Circo em Portugal. Do programa fazem parte dois espetáculos: Três, peça para três intérpretes e mastro chinês, uma criação que junta o português Leonardo Duarte Ferreira, a brasileira Joana Nicioli e o francês Antonin Bailles; e Lähtö / Départ, a mais recente produção da companhia WHS, dirigida pelo mágico e artista visual Kalle Nio e inspirado pelo trabalho dos ilusionistas do século XIX.
© Tom Hakala
For the third year running, the CCVF has an intensive weekend programme that aims to boost new circus in Portugal. The programme includes two shows: Three, a play for three performers and a Chinese conductor, is a creation that combines Leonardo Duarte Ferreira (Portugal), Joana Nicioli (Brazil) and Antonin Bailles (France); and Lähtö / Départ, the most recent production by the company WHS, directed by the magician and visual artists, Kalle Nio and inspired by the work of the 19th-century illusionists.
Teatr Mem 27 MAR A 1 ABR
2ª E T PAR
TEATRO OFICINA 25 ANOS
27 MAR 18H30
18 MAR a 29.ABR
Teatro Oficina 25 Anos Conversa
OTO’s no Museu
27 MAR a 30.ABR
Sessões Abertas 22 E 29 MAR, 19H00
Jovens
28 MAR, 20H30
Iniciação e Criação
21H00
31 MAR 17H00
1.ABR 10H30 E 15H00
Ponto de Fuga
Visita Performativa Nuno Preto
Arquivos Teatro Oficina 2ª Bolsa Gangue de Guimarães
AR 27 M IAL D N U DIA M ATRO E DO T
ro da mória JAN — ABR / 105
BLACK BOX
CAFETARIA
LINHA DE MONTAGEM
ARQUIVO PÚBLICO
ESTREIA ABSOLUTA
ESTREIA ABSOLUTA
DE PEDRO BASTOS, SARA COSTA E TÂNIA DINIS
DE MANUELA FERREIRA
Sara Costa e Tânia Dinis foram atrizes em espetáculos do Teatro Oficina e revisitam, neste projeto a partir dos arquivos da companhia de teatro de Guimarães, determinados momentos dessas criações – ainda que algumas destas sejam imaginadas, com a colaboração do dramaturgo Pedro Bastos. Sara Costa and Tânia Dinis were actresses in performances at the Teatro Oficina. In this project, assisted by the playwright, Pedro Bastos, they will explore the archives of the Guimarães-based theatre company, to revisit certain moments of these creations - although some are imagined.
Uma instalação-performance construída a partir das memórias de um grupo de espetadores de diferentes gerações que têm acompanhado os 25 anos do Teatro Oficina. Os arquivos da companhia de teatro de Guimarães são vistos da perspetiva do público. A partir deste reservatório de experiências, dois atores emprestam o corpo e a voz a estas memórias. An installation-performance based on the memories of a group of different generations of spectators who have accompanied the 25 years of the Teatro Oficina. The archives of the Guimarães-based theatre company are seen from the perspective of the general public. Based on this reservoir of experiences, two actors lend their bodies and voices to these memories.
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GANGUE D E ——— G U IMARÃES ———
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——--------------O Gangue nasce de uma vontade de elencar os profissionais das artes performativas com um passado ou um presente vimaranense. ——-------------——--------------——---------
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anuela Ferreira estava em Nova Iorque. Rita Morais voltava de Bruxelas. João Ventura contava os seus últimos dias em Madrid. E de repente uma convocatória juntou-os a todos na mesma sala, em Guimarães. É preciso, porém, voltar atrás uns dias. 4 de janeiro de 2017. O Teatro Oficina lançou um apelo: “procura profissionais de artes performativas de Guimarães espalhados pela cidade, pelo país (e pelo mundo?) – intérpretes, criativos(as), criadores(as) e/ou dramaturgos(as), mais ou menos experientes ou mais ou menos emergentes, que tenham nascido ou sido criados na cidade/concelho”. A publicação com quatro linhas começou por ser uma tentativa descomprometida de conhecer quem trabalha no teatro e na dança, tendo ligações – familiares ou afetivas, profissionais ou criativas – a Guimarães. Contudo tornou-se num projeto bem mais complexo. Chama-se Gangue de Guimarães. Não foi especificamente por causa do Gangue que Manuela Ferreira, Rita Morais ou João Ventura voltaram à cidade, mas a convocatória apanhou-os a todos num momento específico – e acertado – das suas vidas. Manuela Ferreira concluía um período de um ano de formação em Nova Iorque. Ainda estava na cidade norte-americana quando recebeu a chamada. “Foi inspirador”, reconhece. Por acaso, chegou a Guimarães dois dias antes da primeira reunião do grupo. Quando deu por si, estava sentada a uma mesa do Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor rodeada por dezenas de artistas. Conhecia alguns deles. Outros eram caras completamente novas. Esta criadora já tinha colaborado com A Oficina, entre 2008 e 2010, como formadora das Turmas de Iniciação Teatral, uma das fórmulas anteriores das Oficinas do Teatro Oficina, pouco tempo depois de ter começado a viver em Guimarães. Com o Gangue, sente “pela primeira vez que há qualquer coisa a acontecer sob o ponto de vista do envolvimento do território”. O percurso de João Ventura também tinha estado ligado à Oficina anteriormente. Era adolescente quando participou nos primeiros espetáculos da Oficina de Dramaturgia e Interpretação Teatral, que foi percursora do Teatro Oficina. Quando aos 18 anos foi estudar para a escola Balleteatro, no Porto, já tinha três anos de experiência profissional. Passou os 15 anos seguintes fora de Guimarães. Trabalhou em companhias em Évora, Covilhã e Lisboa. Fez teatro e televisão. No entretanto, voltou a estudar, concluindo a licenciatura na Escola Superior de Teatro e Cinema. Mais tarde, foi para Madrid, também em formação. Continuava a trabalhar na capital espanhola, depois de concluído o período de estudos, no final de 2016. Já tinha decidido regressar a Portugal, mas ainda não tinha planos específicos sobre a mudança. Foi então que teve conhecimento da convocatória do Teatro Oficina. “Para mim, na altura, foi uma espécie de sinal”, ilustra: “O Gangue acelerou um bocado o meu regresso”. Como Manuela Ferreira, sentia que a companhia “voltava a estar aberta às pessoas da cidade”. Rita Morais é a mais jovem destes três artistas. Saiu de Guimarães aos 14 anos, também para fazer o curso profissional do Balleteatro, no Porto. Fez a formação superior em interpretação na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa – onde foi colega de João Ventura –, ajudou a fundar a companhia Silly Season e colaborou, entre outras companhias, com o Teatro Praga. Depois disso, decidiu ir para Bruxelas fazer um mestrado em encenação. Concluídos os estudos, o seu caminho estava decidido: voltar a Portugal com a ideia de criar a partir do país, mas com a intenção de internacionalizar o seu trabalho, aproveitando as relações que tinha criado na Bélgica e também com ou artistas de outros países.
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Quando decide voltar ao país é em Guimarães que vai encontrar um porto de chegada. Era aqui que tinha a sua retaguarda familiar, os amigos, as raízes. Mais ou menos na mesma altura em que regressa à cidade, é lançada a convocatória do Gangue de Guimarães. “Fez-me logo todo o sentido”, afirma. O tipo de desafio que se propõe é algo com o qual “se identifica artisticamente”: “juntar as pessoas, saber quem anda aí”. Era exatamente isso que Rita Morais pretendia fazer naquele momento em que regressava à cidade onde nasceu. Mais de uma década de afastamento tinham-na feito perder conhecimentos e referências. Era preciso reencontrar os artistas do lugar. O Gangue de Guimarães poupou-lhe esse trabalho. Essa foi igualmente uma das virtudes que Manuela Ferreira encontrou na iniciativa do Teatro Oficina lançada em 2017: “a oportunidade de conhecer outros artistas, de perceber quem são”. O Gangue nasce, pois, de uma vontade de elencar os profissionais das artes performativas com um passado ou um presente vimaranense. Não foi, porém, uma cartografia. A inscrição dependia da disponibilidade dos criadores em aceitarem os desafios. Muitos profissionais do teatro e da dança com ligações a Guimarães que estavam inicialmente identificados, não aderiram à chamada do Teatro Oficina. De qualquer das formas, o grupo conta atualmente com 76 artistas. A convocatória foi entretanto repetida, em junho do ano passado, e, desde 2018, está aberta permanentemente. Procura “artistas profissionais de artes performativas: naturais do concelho de Guimarães; a viver e/ou a trabalhar em Guimarães há mais de três anos; ou que tenham vivido e/ou trabalhado em Guimarães mais de três anos”. O Gangue de Guimarães abriu as portas para que estes artistas trabalhassem a partir da cidade. Dos quase 80 que compõem o grupo, 14 já colaboram com o Teatro Oficina ao longo do último ano e meio. João Ventura foi o primeiro a ter essa oportunidade. Foi dele a primeira residência artística do Gangue em junho de 2017. Durante duas semanas, levou para o Centro de Criação de Candoso o sétimo volume de uma série biográfica que vem desenvolvendo desde 2011. Cada novo projeto, toma como nome a sua idade nesse momento. Ali criou “33” com a segurança de estar a expor a sua intimidade e a da sua família num local onde sentiu “um conforto”. No início do ano seguinte, acabaria também por integrar o elenco de “A Arte da Comédia”, espetáculo do Teatro Oficina a partir da peça de Eduardo de Filippo. A residência artística que Ventura realizou em 2017 é um dos três desafios que o Teatro Oficina lançou aos artistas que compõem o Gangue de Guimarães. Esse convite é permanente e está aberto a candidaturas. No final do ano passado foi lançada também, pela primeira vez, a convocatória para o programa “Artista no Centro” que dá a oportunidade a artistas do Gangue de apresentarem um projeto de desenvolvimento artístico para um período de três anos, que será financiado pel’A Oficina. O terceiro pilar deste projeto são as bolsas de criação. A garantia é que será lançada pelo menos uma convocatória por ano para que os artistas do Gangue de Guimarães possam criar um novo espetáculo. Em 2019, a bolsa de criação dará origem, ainda no primeiro quadrimestre a duas criações a partir dos arquivos do Teatro Oficina, o espetáculo Linha de Montagem e a instalação-performance Arquivo Público, que estrearão em final de março, por ocasião do Dia Mundial do Teatro e da 2.ª parte do ciclo Teatro da Memória, que preenche os primeiros meses do ano na programação d’A Oficina.
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——--------------— Dos quase 80 que compõem o grupo, 14 já colaboraram com o Teatro Oficina ao longo do último ano e meio.——-------------—
O resultado da primeira bolsa de criação também se mantém em cena ao longo deste ano. É “Do Avesso”, visita performativa aos lugares habitualmente escondidos do olhar do público no Centro Cultural Vila Flor. A criação site specific foi estreada em setembro do ano passado e teve a sua carreira prolongada. A proposta, explica Manuela Ferreira, que dirige “Do Avesso” era “descobrir o espaço através de quem o habita”. A construção do espetáculo partiu de conversas com a equipa do Centro Cultural Vila Flor, com grupos de público habitual da sua programação, numa metodologia próxima da história oral, que interessa a esta criadora. Na escolha do elenco, Manuela Ferreira voltou a usar as potencialidades que encontra no Gangue de Guimarães, lançando uma convocatória para uma audição. Foi aí que conheceu Rita Morais, “e quem eu não tinha qualquer referência” e que acabou por escolher. “Não conhecia a Manuela”, confirma Rita, “mas foi uma pessoa com quem aprendi imenso”. A atriz – que é também criadora – reconhece que “foi uma grande surpresa” poder trabalhar profissionalmente em Guimarães. “Era algo que queria”, confessa, “mas não tinha qualquer tipo de expectativa porque nunca tinha acontecido”. O que deve ser, daqui em diante, o Gangue de Guimarães? Têm a palavra os artistas. Começa Manuela Ferreira: “A abordagem até agora tem sido muito simples. Espero que assim continue. É uma dimensão que me agrada bastante”. “Gostava que esta fosse uma atividade mais continuada”, responde, por seu turno, João Ventura. Este ator e criador espera também que o grupo se converta “num espaço de diálogo” entre as pessoas que a ele pertencem. No teatro, em particular falta espaço onde as pessoas questionem as linguagens uns dos outros, considera. “Nem tem que ser a direção a propor isto”. Rita Morais concorda com esta ideia. Agora que conhece as 76 pessoas que compõem neste momento o Gangue de Guimarães, percebe que a maioria delas nunca se cruzara antes. “O Gangue está a propor um novo ajuntamento”, expõe. E como alguns dos artistas que pertencem ao grupo, têm muitas relações exteriores ao grupo, o conjunto de possibilidades diante destes artistas amplia-se: “A gente não se pode fechar onde quer que seja. E isto parece ser uma coisa que dificilmente se fecha”.
/ B E LA AL VES [ PAT R I MÓ N IO E A R T E S A N AT O ] 1 9 A N OS DE OF I C I N A
PROGRAMAÇÃO
ABRIL
APRIL PROGRAMME
1 A 13 ABR
WESTWA 6 ª E D I ÇÃO
RESIDÊNCIAS
JAN — ABR / 113
1 A 9 ABR CENTRO DE CRIAÇÃO DE CANDOSO
CONFERÊNCIAS PRO 10 A 13 ABR PALÁCIO VILA FLOR
TALKS 10 ABR COR DE TANGERINA 11 ABR TIO JÚLIO
10 E 11 ABRIL CCVF / CAFÉ CONCERTO
AY LAB
CANADA COUNTRY FOCUS 12 ABR RECEÇÃO | PAÇO DOS DUQUES CONCERTOS | CCVF
CITY SHOWCASES 13 ABR VÁRIOS LOCAIS DA CIDADE
CONCERTOS 13 ABR CCVF
WHY PORTUGAL EVENT
© Os Fredericos
SHOWCASES DAS RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
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Bruno Miguel
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sta história começa como começam algumas anedotas. Um português, um francês e um inglês entram num lugar. Só que, neste caso, as nacionalidades variam. O lugar é uma antiga escola. A outra diferença é ainda mais fundamental: os personagens são todos músicos. Vieram para trabalhar e não estão para brincadeiras. É assim há seis anos, no início de abril – e o processo volta a repetir-se em 2019, entre os dias 1 e 9. O Westway LAB chama oito músicos, de diferentes partes do mundo, para uma semana de residência no Centro de Criação de Candoso. Junta-os em duplas e, no final, cada parelha apresenta o resultado do seu trabalho num showcase de 40 minutos, no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor, já durante o festival, que este ano acontece entre os dias 10 e 13. O concerto final é a única imposição da organização aos participantes. Não há exigência de que dali resulte um disco ou qualquer registo gravado. Todavia, alguns dos 20 encontros que o festival já proporcionou foram particularmente frutíferos. Ninguém chega aqui para brincar. Mas há alguns músicos mais descontraídos do que outros. Nelson Graf Reis, o homem por trás de We Bless This Mess, tem uma postura algo desconcertante, tal o seu à-vontade. Participou no Westway LAB em 2016, colaborando com Iván Vitáris, líder de Ivan & The Parazol, banda da Hungria. No dia em que subiram ao palco do Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor para apresentar o resultado da residência artística, tinham encontrado um nome divertido para aquele projeto de banda. Chamaram-se The Melonas. “Foi uma brincadeira que correu bem”, diz Nelson. Os The Melonas tornaram-se mesmo numa banda. Nelson foi, depois disso, várias vezes a Budapeste gravar com Iván e os restantes membros da banda húngara — que entretanto se juntaram à colaboração — as canções que resultaram da residência artística no Westway LAB. Pelo meio, tocaram juntos em alguns festivais no Leste da Europa. Quando o disco homónimo dos The Melonas saiu, em 2017, levaram 500 pessoas ao A38, sala de concertos mítica da capital húngara, localizada num barco no meio do rio Danúbio. “O festival mudou a minha vida pelos motivos mais aleatórios”, reconhece Nelson Graf Reis, com a descontração de sempre. Enquanto We Bless This Mess e Ivan & The Parazol preparam novos discos, o projeto está em stand-by. Mas não vai ser abandonado. “Nós ficamos mesmo amigos. Eu continuo a ir a Budapeste para estar com eles”, conta o músico português. Nelson Reis e Iván Vitáris deram-se bem “logo desde início”. Nem sempre é assim. O primeiro contacto entre Bruno Miguel e Jennifer Pague, do projeto norte-americano Vita and the Woolf, foi duro. “Um choque”, conta o músico de :Papercutz. “Temos duas personalidades fortes e não foi fácil”. Depois de dois ou três dias a tentarem perceber o melhor caminho de conjugarem as suas formas de fazer música, decidiram começar de novo. “Partimos do zero. E nos dias seguintes, fizemos cinco temas originais, com voz, letra, arranjos”, recorda. No início deste ano, Bruno Miguel vai ao Estados Unidos gravar com a colega que conheceu no Westway LAB. É o início de uma colaboração, que ainda não sabe onde os levará. A residência artística de 2018 não era a primeira passagem de Bruno Miguel pelo festival. No ano anterior, o seu projeto :Papercutz tinha sido um dos convidados para os concertos com que o festival encerra, no fim de semana seguinte às residências. Já sabia que não ia encontrar “um festival como os outros”. “Aqui estamos todos um pouco ao mesmo nível, sejam os músicos estrangeiros ou os nacionais. Estamos todos na fase de tentar furar por alguns mercados, de nos mostrarmos ao público, mas também a agentes, promotores e programadores”, valoriza o músico do Porto.
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As residências artísticas do Westway LAB partem sempre dos mesmos ingredientes: dois músicos que não se conhecem, uma semana de trabalho no Centro de Criação de Candoso e um showcase final de 40 minutos. Mas a forma como cada parelha cozinha a receita é bastante diferente. Os horários de cada grupo são distintos. Os processos de composição também. Há quem aposte na improvisação, quem se aventure a tocar as composições do colega, quem parta de uma base mais cerebral. Como Pedro Lucas e Tine, um esloveno radicado em Amesterdão que responde pelo nome artístico Bowrain. Durante a semana de criação partiram de uma frase musical por dia para compor cada um dos temas que depois apresentaram ao público no Café Concerto. “Concordámos logo que íamos fazer música que resultasse bem em espetáculo. Não podia ser nada para ser apreciado de forma mais audiófila”, afirma Pedro Lucas. A ideia funcionou. No final do showcase, entusiasmados com o resultado, os dois músicos coincidiram na conclusão que o projeto tinha futuro. De regresso ao Centro de Criação de Candoso, discutiram possíveis nomes. Phila foi o resultado do debate. Meses depois, voltaram a juntar-se para uma segunda residência artística, desta feita no festival Walk & Talk, nos Açores. No ano seguinte, tocaram juntos no Music Box, em Lisboa, na mesma altura em que gravaram três temas – “os hits da residência” – com Luís Clara Gomes (aka Moullinex). Um deles, vai ser editado como single digital em breve. Não foi apenas um novo projeto artístico que o Westway LAB deu a Pedro Lucas. Também lhe deu um novo colaborador regular. Até à residência no festival não conhecia o teclista Rui Souza, que participou na mesma edição do festival. Por causa dessa experiência, acabou por convidá-lo a tocar no disco seguinte de Medeiros/Lucas (“Sol de Março”, 2017) e a acompanhar a dupla em parte da respetiva digressão. Lucas não sabia o que esperar da experiência até chegar a Guimarães. Iam encontrar-se dois músicos “mais ou menos habituados a estar em controlo”. “Queres criar e pode haver uma certa fricção por isso. A questão é saber onde se encontra um compromisso, um ponto em comum”. A experiência de residência artística no Westway LAB tem sido importante para a generalidade dos músicos envolvidos. Não há, contudo, ninguém que saiba tão bem o que significa passar por ela como Guillermo de Llera, que esteve ligado a projetos como Primitive Reason. Esteve no festival no seu primeiro ano, em 2014, e repetiu a experiência no ano seguinte. Voltaria uma terceira vez, no ano passado. A participação nas residências artísticas do Westway LAB começou por ser uma experiência académica. O músico estava a fazer um mestrado em Etnomusicologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A pergunta de partida para a sua pesquisa era tentar entender se os músicos que tocam instrumentos acústicos sentem algum tipo de “xenofobia artística” em relação a quem toca instrumentos eletrónicos. A experiência provou-lhe que esse fenómeno não existe. “Quando os músicos não têm as defesas tradicionais, como a sua banda ou a sua “cena”, estão mais abertos a novas experiências. Tira-se um músico da sua zona de conforto e a tendência dele será sempre a de experimentar”, expõe o músico, que hoje está a prosseguir também a carreira académica, com um doutoramento na área. Guillermo de Llera trabalhou, em 2014, com Cairo Liberation Front, um projeto eletrónico baseado na Holanda, mas fortemente influenciado pela música de casamento egípcia; no ano seguinte, Kid Simius, DJ e produtor espanhol radicado em Berlim, foi o seu parceiro de residência. Nenhuma dessas colaborações se manteve para lá do Westway LAB: “Estava sempre assumido que fazia uma viagem espacial e depois voltava à Terra”.
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Foi diferente o que aconteceu em 2018 quando entrou no Centro de Criação de Candoso com Pedro Coquenão, (Batida) e Jwjw (Terrakota), dois músicos que já conhecia, apesar de nunca ter com eles colaborado. Guillermo “já pressentia” que o projeto podia ter continuidade. E foi o que aconteceu. Na experiência no Westway LAB nasceu iii, um projeto que esteve recentemente em estúdio a gravar o seu primeiro álbum. O disco está em fases de misturas, à espera de ser lançado. Mesmo para os músicos cujas colaborações não têm uma continuidade, o Westway LAB revela-se uma experiência marcante. É o que conta Rolando Ferreira, do projeto Mister Roland, que não tem dúvida em afirmar que, na sua carreira, há “um antes e um depois” da sua participação no festival, em 2018. “A minha cena musical é a mesma, a forma como eu encaro o mercado e como eu trabalho é que é diferente”, explica. O evento foi também uma montra, que o ajudou a ser escolhido para a edição do ano passado do festival Live at Heart, na Suécia, por exemplo, ou a ser um dos selecionados da rede INES Talent, que reúne 12 festivais europeus, para 2019 – juntamente com o projeto :Paperctuz de Bruno Miguel, que também esteve no último Westway LAB. Mesmo o segundo disco de Mister Roland, com edição em janeiro deste ano, reflete essa experiência, no mínimo “em termos emocionais”, revela. Gabriel Salgado concorda com esta ideia. Depois do Westway LAB teve vontade “de fazer muito mais coisas”. Está, por exemplo, a tocar muito mais vezes piano, o instrumento em que tem formação, mas que estava esquecido porque as composições de Ana, o seu alter-ego musical, assentam exclusivamente na guitarra. “A experiência foi transcendente”, classifica. No Westway LAB, “o que habitualmente acontece num ano, aqui acontece numa semana”. Conhecem-se pessoas, faz-se uma banda, criam-se canções de que toda a gente envolvida gosta. Que isto seja capaz de acontecer em meia dúzia de dias “é uma coisa absurda”. Mas tem acontecido.
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——--------------—Quando os músicos não têm as defesas tradicionais, como a sua banda ou a sua “cena”, estão mais abertos a novas experiências. Tira-se um músico da sua zona de conforto e a tendência dele será sempre a de experimentar” Guillermo de Llera——--------------———--------------—
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tlf. 253424700 e-mail mediacaocultural@aoficina.pt Mais informações página 135
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MARCAÇÃO
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CCVF UM TEATRO POR DENTRO E POR FORA
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CDMG VISITA ÀS EXPOSIÇÕES
VISITAS CONJUNTAS
CIAJG + CDMG
CIAJG VISITA ÀS EXPOSIÇÕES
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LIVRE COM UM LIVRO civic intervention and promotion of the values of Democracy will also organise(on April 28) another edition of Livre com um Livro (Free with a Book), a staged reading that commemorates Liberty, which explores texts by Portuguese authors, in conjunction with students from the schools of the municipality.
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Freedom and Democracy are celebrated on two occasions in April when the 25 April Study Unit (NE25A) will be invited to occupy the Casa da Memória. Throughout April - and until May 5 - the courtyard of the Casa da Memória will host a fine arts group exhibition, "Freedom is ... the encounter of generations". This group that fosters
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EXPOSIÇÃO
28 ABR CIAJG / BLACK BOX
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1 ABR A 5 MAI CASA DO PÁTIO
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Residência Artística
A Liberdade e a Democracia são celebradas em abril em dois momentos em que o Núcleo de Estudos 25 de Abril (NE25A) é convidado a ocupar a Casa da Memória. Durante todo o mês – e até 5 de maio – o pátio da Casa recebe a exposição coletiva de artes plásticas “Liberdade é… encontro de gerações”. Este grupo de intervenção cívica e promoção dos valores da Democracia promove ainda (28 de abril) mais uma edição de Livre com um Livro, uma leitura encenada comemorativa da Liberdade, que trabalha, com alunos das escolas do concelho, textos de autores portugueses.
© Paulo Pacheco
NÚCLEO DE ESTUDOS 25 DE ABRIL
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© António Jorge Gonçalves
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ONDJAKI E ANTÓNIO JORGE GONÇALVES
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O CONVIDADOR DE PIRILAMPOS
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6 ABR 11H00 E 12 ABR 15H00 [FAMÍLIAS E PÚBLICO GERAL] 8 A 11 ABR 10H30 E 15H00 E 12 ABR 10H30 [GRUPOS ESCOLARES] PEQUENO AUDITÓRIO
O ilustrador António Jorge Gonçalves encena um espetáculo com narradora, clarinetista e magia cénica, a partir de “O Convidador de Pirilampos”, livro de 2017 que resultou da sua segunda colaboração com o escritor Ondjaki.
The illustrator, António Jorge Gonçalves, stages a performance with a narrator, clarinet player and scenic magic, from “O Convidador de Pirilampos”, the book published in 2017 that resulted from his second collaboration with the writer, Ondjaki.
5 E 6 ABR CIAJG / SALA DE CONFERÊNCIAS
FORMAÇÃO PROFESSORES
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OFICINAS DE FÉRIAS
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8 A 12 E 15 A 18 ABR 9H00-18H00
6 aos 15 a
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8 A 12 ABR PALÁCIO VILA FLOR
15 A 18 ABR CDMG / REPOSITÓRIO
OFICINA DE SONOPLASTIA
OFICINA DE ANIMAÇÃO
SONOSCOPIA
LAURA GONÇALVES
Brincar com botões, experimentar e, no meio do processo, fazer música. O coletivo Sonoscopia desenvolve há longos anos projetos de exploração da música eletrónica para o público infantil, uma experiência que traz agora para o contexto do festival Westway LAB.
Desenhar e contar histórias é um desafio. Nesta oficina de animação, o público infantil aprende a responder a esse repto com a realizadora Laura Gonçalves, corealizadora de "Nossa Senhora da Apresentação", com Abi Feijó, Alice Guimarães e Daniela Duarte, e "Água Mole", com Xá. Desde 2010 que trabalha em cinema como arte finalista, animadora e pintora em obras de Marta Monteiro ou Vasco Sá e David Doutel.
Playing with buttons, experimenting and, in the middle of the process, making music. The Sonoscopia collective has been developing projects for many years that explore electronic music for children, an experience that is now brought to the Westway LAB festival.
Drawing and storytelling is a challenge. In this animation workshop, the audience learns to respond to this feat with the director Laura Gonçalves, co-director of "Nossa Senhora da Apresentação", with Abi Feijó, Alice Guimarães and Daniela Duarte, and "Água Mole", with Xá. Since 2010 she works in cinema as art finisher, animator and painter in works by Marta Monteiro or Vasco Sá and David Doutel.
14 ABR 11H00
20 ABR 21H30
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DIAÇ Ã O C
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ORQUESTRA DE GUIMARÃES
Este coletivo é pródigo em experiências com música eletrónica e eletroacústica em contextos inusitados. Nesta oficina, vão explorar essa linguagem no contexto do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, por ocasião do Westway LAB, festival que decorre na mesma altura.
© Paulo Pacheco
© Direitos Reservados
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ED UC A ÇÃ
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SONOSCOPIA
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CONCERTO DE PÁSCOA
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MÁQUINA DE FAZER MUSEUS
JAN — ABR / 123
PROGRAMA Requiem, em Ré menor, K. 626 Wolfgang Amadeus Mozart Direção Vítor Matos Com a participação do Coro da Sé do Porto
This collective has produced a wide variety of experiences with electronic music and electro acoustics in unusual contexts. In this workshop, they will explore this language in the context of the José de Guimarães International Centre for the Arts, on the occasion of Westway LAB, a festival held at the same time.
D IA Ç ÃO CU L
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MANUELA FERREIRA
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VISITA ENCENADA
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DO AVESSO
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14 ABR 17H00 15 ABR 10H30 E 15H00
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18 ABR 18H00 SALA DE CONFERÊNCIAS
EGLANTINA MONTEIRO CONFERÊNCIA
Teatr Mem 6 A 28 ABR
3ª E T R A P
ANIVERSÁRIO CASA DA MEMÓRIA 45 ANOS 25 ABRIL 6.ABR
EXPOSIÇÃO — ATÉ 31.DEZ
Teatro da Memória (Futura)
No mês em que inaugura a sua reinterpretação do Teatro da Memória, projeto utópico concebido no século XVI pelo humanista Giulio Camillo, o arquiteto Filipe Silva é o cicerone de uma visita às memórias de que se faz a Casa da Memória.
17H00
Guia de Visita Filipe Silva
10H00-13H00 E 16H00-18H00
Visitar e Experimentar Visitas e Oficinas
In the month in which he inaugurates his reinterpretation of the Theatre of Memory, a utopian project conceived in the sixteenth century by the humanist Giulio Camillo, the architect Filipe Silva will be our tour guide on a visit to the memories of the Casa da Memória.
18H00
OTO’s na Casa
Sessão Aberta Iniciação, Criação e Jovens
ro da mória JAN — ABR / 125
25.ABR
28.ABR
15H00 - PÁTIO
11H00 - REPOSITÓRIO
ESTREIA ABSOLUTA
Gonçalo Fonseca
Gonçalo Fonseca
16H00 - CIAJG / BLACK BOX
Liberdade
A partir da iconografia revolucionária – os cartazes e os livros, os autocolantes e, claro está, os cravos – Gonçalo Fonseca dirige Liberdade, um espetáculo que celebra a Democracia e o 25 de Abril, construído em colaboração com os professores envolvidos no programa dirigido a alunos do 1.º ciclo Mais Dois.
Domingos em Casa Livre com um Livro Based on the icons of the Portuguese 1974 revolution - posters and books, stickers, and of course carnations Gonçalo Fonseca will direct Liberty, a performance that celebrates democracy and the April 25 revolution, developed in collaboration with the teachers involved in the programme, aimed at the Mais Dois primary school students.
NE25Abril - Nuno Preto e Gonçalo Fonseca Na mesma altura em que estreará Liberdade, Gonçalo Fonseca orienta uma oficina plástica a partir dos elementos criados para esse espetáculo e que serão usados em Livre com um Livro, no mesmo dia.
In parallel with the premiere of the stage play, Liberty, Gonçalo Fonseca will coordinate a fine arts workshop based on the elements created for this show, that will be used in Livre com um Livro (Free with a Book), held on the same day.
27 ABR A 13 JUL PALÁCIO VILA FLOR JAN — ABR / 126
DISPOSOFÓNICOS ACUMULADORES DE OBJETOS SONANTES SONOSCOPIA
22 A 26 ABR CCVF / SALA DE ENSAIOS
Workshop c/ Escolas de Dança 27 ABR CCVF / GRANDE AUDITÓRIO (PALCO)
EXPOSIÇÃO
Ensaio Aberto Num mês de presença intensiva nos vários espaços d’A Oficina, a Sonoscopia inaugura uma exposição que parte da ideia de “colecionismo sónico”.
28 ABR
O som e a música podem provir de qualquer lugar, desde objetos inusitados ou partes em construção de instrumentos até às instalações sonoras construídas pelos membros deste coletivo a partir de coisas tão díspares como computadores ou gavetas de madeira.
29 ABR, 21H30
CCVF FILM FORUMS + CONVERSA
Mondays with Merce CCVF / GRANDE AUDITÓRIO
Not a moment too soon Merce Cunningham Trust D IA IAL MUND DA A DAN Ç
During a month of intensive presence in the various spaces of A Oficina, Sonoscopia will inaugurate an exhibition based on the idea of "sound collecting". Sound and music can come from anywhere - from unusual objects, or instrument parts under construction, to the sound installations built by the members of this collective using a wide array of different objects, such as computers or wooden drawers.
CCVF / CAFÉ CONCERTO 27 ABR
MAREM MAREM LADSON LADSON
ED UC A ÇÃ
DIAÇ Ã O C
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NUNO PRETO
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VISITA PERFORMATIVA
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PONTO DE FUGA
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28 ABR 17H00 29 ABR 10H30 E 15HOO
22 A 29 ABR JAN — ABR / 127
In the month that commemorates Merce Cunningham’s centenary, the CCVF will celebrate World Dance Day with the solo performance, Not a moment too soon, performed by Trevor Carlson, the last director of Cunningham’s dance company. This will be the culmination of a week of celebrations which will include a training programme for dance schools and screening of films made by the choreographer in the final years of his life.
No mês do centenário de Merce Cunningham, o CCVF celebra o Dia Mundial da Dança com o espetáculo Not a moment too soon, solo interpretado por Trevor Carlson, o último diretor da companhia de Cunningham. Esse será o culminar de uma semana de celebração que inclui um programa de formação para escolas de dança e a projeção de filmes feitos pelo coreógrafo nos últimos anos de vida.
© Yoana Miguel
MERCE CUNNINGHAM CENTENÁRIO
PLANO DE CRIAÇÃO C R E AT I O N P L A N
/ S U S A NA C OST A [ SERVI Ç O S A D MI N I S T R AT I V O S / F I N A N CE I R O S ] 2 1 A N OS DE OF I C I N A
JAN — ABR / 130
COPRODUÇÕES JOANA VON MAYER TRINDADE & HUGO CALHIM CRISTOVÃO
Dos suicidados - O Vício de Humilhar a Imortalidade MAURÍCIA | NEVES
anesthetize VICTOR HUGO PONTES
Drama MÃO MORTA + INÊS JACQUES
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS 7 NOV’18 A 7 JAN
Ana Morphose [Bando à Parte] JAN 4 A 14
Dos suicidados - O Vício de Humilhar a Imortalidade Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristovão
No Fim Era o Frio
JAN 14 A 4 FEV
ÚTERO
Victor Hugo Pontes
Fraternidade I e II BOLSA 5 SENTIDOS JONAS & LANDER
Lento e Largo CLÁUDIA DIAS
Quarta-Feira: O Tempo das Cerejas
Drama JAN 21 A 8 FEV
No Fim Era o Frio Mão Morta + Inês Jacques JAN 24 A 4 FEV
anesthetize MAURÍCIA | NEVES FEV 25 A 28
Autocarro para sonhos MARTA FREITAS MAR 4 A 15
Je t'aime JOÃO COSTA E JOANA CASTRO ABR 1 A 13
WESTWAY LAB 2019 ABR 22 A 5 MAI
Barro DEMO
JAN — ABR / 131
BOLSAS DE CRIAÇÃO BOLSA AMÉLIA REY-COLAÇO Bolsa de criação anual para autores/encenadores emergentes na área do teatro, lançada pelo Teatro Nacional D. Maria II em parceria com o CCVF e O Espaço do Tempo, aos quais se junta em 2019 o Teatro Viriato. 18 A 29 MARÇO
Parlamento Elefante Residência Artística estreia nos Festivais Gil Vicente 2019
BOLSA 5 SENTIDOS Bolsa de criação bienal para autores de artes performativas, lançada pela rede 5 Sentidos.
Lento e Largo GUIdance 2019
PACT
PLANO DE APOIO À CRIAÇÃO TERRITORIAL
PACT COM O GANGUE DE GUIMARÃES Os 76! artistas do Gangue de Guimarães foram desafiados a pensar e apresentar os seus projetos para três níveis de envolvimento possível: desde a Residência Artística em Candoso que permite o trabalho experimental, a Bolsa de Criação para novas criações e um mais ambicioso Artista no Centro que escolhe artistas que se irão associar à Oficina durante três anos (2019-21). 17 dos artistas responderam a este primeiro PACT e eis que surgem já distribuídos os primeiros projetos em 2019.
Residências Artísticas 2019 Bárbara Fonseca Tiago Porteiro Eva Sofia Ribeiro Zacarias Gomes
Bolsas de Criação 2019 Manuela Ferreira Do Avesso - Visita Encenada ao CCVF Pedro Bastos, Tãnia Dinis e Sara Costa Linha de Montagem [Arquivos Teatro Oficina] Manuela Ferreira Arquivo Público [Arquivos Teatro Oficina]
Artista no Centro em definição
PACT COM OS AMADORES DE TEATRO orientação de Gonçalo Fonseca e Nuno Preto Depois de dois anos de uma nova MAT - Mostra de Amadores de Teatro alargada e mais inclusiva, o Teatro Oficina aposta em torná-la um programa formativo para atores, encenadores e criativos dos grupos de amadores: voz, movimento, encenação serão temas abordados nas sucessivas formações até à estreia dos espetáculos em 2019, no final de maio (regressando a Mostra à vizinhança dos Festivais Gil Vicente).
PACT COM OS CLUBES DE TEATRO DAS ESCOLAS orientação de Gonçalo Fonseca e Nuno Preto Depois de vários pedidos das escolas do território surge um programa de acompanhamento do trabalho dos clubes de teatro escolares, centrada na formação teatral e criativa dos professores.
REDES NETWORKS
/ J O S E FA C U NHA [ AT EN D I MEN T O A O P Ú B LI CO ] 2 4 A N OS DE OF I C I N A
JAN — ABR / 134
QUADRILÁTERO CULTURAL em parceria com: / Barcelos, Braga e Famalicão Rede criada entre os quatro bons vizinhos, quer tornar-se também um instrumento de programação conjunta dos espaços culturais e de fixação e/ou maior permanência dos artistas locais, nacionais e internacionais em interação com as comunidades e os projetos de mediação cultural de cada concelho.
REDE 5 SENTIDOS [Artes Performativas]
em parceria com: / Teatro Micaelense (Ponta Delgada) / Teatro Nacional São João (Porto) / Teatro Municipal da Guarda (Guarda) / Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) / Teatro Viriato (Viseu) / Centro de Arte de Ovar (Ovar) / O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) / Teatro Municipal do Porto - Rivoli e Campo Alegre (Porto) / Cine-Teatro Louletano (Loulé)] Pensada para promover a programação cultural e a produção artística em rede no âmbito das artes performativas, a 5 Sentidos foi criada em 2009 por cinco estruturas culturais do país, sendo atualmente constituída por 10 membros.
EM TRÂNSITO
[Dança Contemporânea] em parceria com: / Estúdios Victor Córdon, Lisboa Programa de colaboração para residências artísticas no âmbito do GUIdance. Ao abrigo deste protocolo, os Estúdios Victor Córdon acolherão 3 residências de criação por ano, indicadas pela direção artística do festival de dança contemporânea, GUIdance.
PARTIS em parceria com: / Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa / Câmara Municipal de Loulé / Casa da Música, Porto / EGEAC, Lisboa / Teatro Municipal Baltazar Dias, Funchal / Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa / Teatro Viriato, Viseu A partir da experiência do seu projeto de "Práticas Artísticas para Inclusão Social" - PARTIS, o Programa Gulbenkian Coesão e Integração Social (PGCIS) convidou uma série de parceiros a trabalhar numa uma agenda de “arte e comunidade”.
JAN — ABR / 135
I.N.E.S.
[Música]
em parceria com: / GigMit (DE) / Monkey Week (ES) / Live at Heart (SW) / Sonic Visions (L], MENT (SLV) / Waves (AT), Spring Break (PL) / Liverpool Sound City (UK)] Projeto europeu de cooperação financiado pela Europa Criativa, onde se integra o Westway LAB enquanto membro fundador, para promover a circulação e capacitação dos artistas e profissionais no setor da música.
AEROWAVES
[Dança]
em parceria com: / Albania Dance Meeting Festival (AL) / D. ID Dance Identity (AT) / Stuk (BE), Derida Dance (BG) / San Vicente Festival (HR) / Street Art Festival (HR) / Dance House Lemesos (CY) / Tanec Praha (CZ), Bora Bora (DK) / Dansehallerne (DK) / Kanuti Gildi Saal (EE) / Annantalo (FI) / La Briqueterie (FR) / Pact Zollverein - Choreographisches Zentrum NRW (DE) / Arc for Dance (GR) / Freelance (GR) / Workshop Foudation (HU) / Freelance (IS) / Operaestate Festival Veneto Bassano Del Grappa (IT) / Romaeuropa (IT)
/ Dance Limerick (IE) / Lithuanian Dance Information Centre (LT) / Centre de Criation Choregraphic Luxembourgeois (Trois C-L) (LU) / Dansens Hus (NO), Dervish&co (NO) / Art Stations Foundation 5050 (PL) / Lubelski Teatr Tanca (PL) / O Espaço do Tempo (PT) / National Centre for Dance (RO) / International Dance and Performance Center Tsekh (RU) / Institution Student Cultural Centre in Novi Sad (RS) / Bratislava in Movement Association (SK) / EN-KNAP/Spanski Borci (SK), Mercat de les Flors (ES) / Paso a 2 Plataforma Coreográfica A.C. / Certamen Coreográfico de Madrid (ES) / Dansstationen (SE) / Dansens Hus (SE) / Théâtre Sévelin 36/CIE Philippe Saire (CH) / Tanzhaus Zurich (CH) / Dansmakers Amsterdam (NL) / National Kaohsiung Centre For the Arts (Weiwuying) (TW) / The Place (GB) ] A mais importante rede europeia de apoio à dança contemporânea emergente, onde se inclui o Centro Cultural Vila Flor como presenting partner.
CIRCUSNEXT
[Circo Contemporâneo] em parceria com: / La Brèche (FR) / La Grainerie (FR) / La Cascade (FR) / Circuscentrum (BE) / Espace Catastrophe (BE) / Latitude 50 (BE) / Subtopia (SE) / Cirko (FI) / Room 100 (HR) / Cirkorama (HR) / Circusfera (RS) / Festival Perspectives (DE) / Sarabanda (IT) / Festival Circolo (NL) / STAMP Festival (DE) / Circus Futures (UK) / Cirqueon (CZ)] Plataforma europeia de promoção das artes do circo para artistas emergentes com a participação do Centro Cultural Vila Flor.
READ ING SL O WLY
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NIn the beginning it was a single point. Or several points. The Embroidery of Guimarães is produced with 21 traditional points. A Oficina was originally created with the intention of preserving this traditional handicraft. On 14 March, 1989. 30 years ago. António Xavier was then mayor of Guimarães. He was drawing towards the close of his mandate, which ended in 1989, and which he would not be able to renew. But ever since he had been appointed mayor he had never forgotten his goal of recovering Guimarães’ "popular culture", through crafts and folklore. But this objective ran into several difficulties. Starting with the fact that, at the time, Guimarães Municipal Council didn’t have a department dedicated to culture. Cultural services began to be created during this mandate, at a time when the local authority took its first steps in organising the city’s cultural programme, which up until then had depended exclusively on associations. "There was a void back then", says the former mayor. He persisted with his objective of reviving local handicrafts and folklore for several years, but was unable to resolve the problem. The solution appeared by surprise, in a meeting of the region’s local authorities, held not far from Guimarães. In Fafe, the local authority had recently established a municipal cooperative. Shortly before, new Portuguese legislation had been published framing the action of production-cooperatives (1984), or public interest cooperatives, which enabled local councils to invest in the share capital of such organisations. António Xavier realised that this would make it possible to create an instrument that could help preserve the handicrafts of Guimarães. He stated this in the next council meeting, the idea was well received and preparations began to create the new entity. "A Oficina was created with the sole goal of defending the arts and crafts of Guimarães," explains Xavier. Embroidery was his first concern, but Guimarães City Council also considered that attention should be paid to cast iron work and linen production. Pottery was also added to the group of activities that needed to be protected. Folklore was initially left out of the equation. The cooperative’s initial function has been maintained even today, inclusively in its official designation: A Oficina Centre of Traditional Arts and Crafts of
history, "there are a number of things that were done without any specific goal other than the permanent desire to do something new". "We worked things out as we went along", he adds. Bastos came on board during A Oficina’s second decade, and time began to accelerate. In 2001, the cooperative began organising the Gil Vicente Festivals - a theatre festival born in the heart of the Círculo de Arte e Recreio, which still forms part of the city's artistic calendar. Three years later, the cooperative assumed responsibility for organising almost all the other key moments in the city’s cultural activity, which up until then had been organised by the City Council. Bureaucratic red tape and legal constraints, that were beginning to overwhelm public bodies, made it necessary to find a more flexible solution for cultural programming. A Oficina assumed responsibility for organising Guimarães Jazz, the Encontros da Primavera (Spring Encounters) (dedicated to classical music), the Verão Vale a Pena em Guimarães (It’s worth spending the summer in Guimarães) (regular programming of various arts in public spaces) and the Winter Festival, that had been created in the meantime to guarantee the continuity of artistic programming throughout the year. A Oficina began to expand its staff, hiring more technical and administrative personnel, to respond to its renewed mission. Felicidade Bela, one of A Oficina’s oldest employees, joined in 2000, in the midst of these changes. In the late 1990s, while working in a tile and ceramics company, she started going to the handicraft fair, also organised by the cooperative: "I went to A Oficina’s stand and started asking questions. I was always curious". She decided to sign up for a training course with Joaquim Oliveira, one of the last potters who maintained the technique of the Cantarinha dos Namorados - a traditional ceramic work used as a Valentine’s gift, which is Guimarães best-known pottery item. "He was very generous. This is a very difficult skill to pass on to others, and he gave me the motivation not to give up", she says, recalling the master potter, who died in 2011. At the time, A Oficina’s logo was precisely a Cantarinha dos Namorados. The cooperative’s original mission of preserving local arts and crafts was still very much alive. Bela still keeps a memento featuring this symbol on top of her desk. It’s a souvenir of this first phase of the cooperative’s existence. In the ensuing changes, she never felt
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Guimarães. Over the past 30 years, however, the institution has also embraced other tasks. And at different speeds, accelerating with each new challenge. With the benefit of hindsight, the history of A Oficina can be seen as a three-act play. The first decade passed slower, in comparison with the following years. By contrast, the last decade advanced at a speed that hardly anyone could have anticipated back in 1989. The first stage of A Oficina’s life continued until 1999. In 2000, the cooperative assumed responsibility for organising the Festas Gualterianas. Up until then, the city's major festivities, which traditionally take place in early August, had been organised by an ad hoc commission, chaired by a councillor. "I was attending a Council meeting that decided to transfer money to this commission, which I was also running. That didn’t seem right to me", recalls Francisca Abreu, who at the time was Councillor for Culture, and subsequently served as Chairwoman of A Oficina for 15 years - between 1998 and 2013. She suggested that the cooperative should organise the festivities. This was the starting point for the second decade of A Oficina, which began to specialise in the organisation and production of cultural events. During the cooperative’s first decade of existence, there was another moment that marked its life. In 1994, Guimarães City Council invited the stage director, Moncho Rodrigues to create the Theatrical Interpretation Playwriting Workshop (ODIT) - the embryo of the municipal theatre company, Teatro Oficina. It was expected that only 60 or 70 people would be interested in the public call for participation in the first training programmes - but 600 people responded. "It was a wake-up call. There were many people who wanted to participate”, says Francisca Abreu, who at that time hadn’t yet become involved in political activity. In high school where she was a teacher, she saw that students and colleagues were "galvanised" with the idea of producing theatre. Over the following years, ODIT trained actors, created performances and continued to mark the city’s day-to-day life. Handicrafts. Theatre. The Gualterianas. There were the three distinct areas that José Bastos encountered when he was invited to become the director of A Oficina, in 2002. "Looking back, it’s easy to paint the picture and say: this was done thinking about this and that", says the cooperative’s former director, while recognising that in A Oficina’s
READI NG SL OWL Y
A OFICINA’S 30TH ANNIVERSARY
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"that arts and crafts would be relegated to second place". "We all helped build the structure. A Oficina’s success is down to us all", she guarantees. In 2004, when A Oficina assumed responsibility for organising the city’s main artistic festivals, it opened the Espaço Oficina, a venue where regular programming could finally be organised. Prior to that time, the city's artistic offer was based on festivals, held in public spaces and in a venue that didn’t offer sufficient technical conditions for performances - the University of Minho’s auditorium, that had been inaugurated in 1994. After opening this new programming space, A Oficina’s technical team was further reinforced: new producers and technicians joined the cooperative and an Educational Service was created. Construction of the new Centro Cultural Vila Flor was also underway. The cultural centre "was an inevitability" given Guimarães’ commitment to culture over previous decades, through the action of its cultural associations and the city council. The synthesis was achieved by José Bastos, who managed A Oficina during this phase, until 2013 - when he was elected Councillor for Culture, thereby maintaining liaison with the cooperative. Guimarães was becoming "more demanding", suggests Francisca Abreu. Not only programmers, whose options were limited due to the inexistence of a performance venue with suitable conditions, but also local audiences. Everyone wanted a municipal theatre to be built. "It was a dialectical process: we wanted to do more because we felt there were audiences willing to embrace new proposals; and audiences in the field of culture became more demanding, the more we gave them", explains A Oficina’s former chairman. Guimarães "chose a different tack from other cities", at a time when the country was implementing a network of municipal theatres in the district capitals. "We created an agenda and created audiences. Only then did we build a venue", adds Abreu. "When Vila Flor opened, there were already audiences. We'd already done our ground work". The new cultural centre was inaugurated on September 17, 2005. Time at A Oficina began to accelerate once again. The cooperative had to maintain all the previous aspects of its mission Handicrafts, the Festas Gualterianas, festivals and the theatre company - and ensure a regular artistic programme in the city.
A new phase in Guimarães’ cultural life was inaugurated, with the participation of the Centro Cultural Vila Flor in co-production with some of Portugal’s leading theatre companies and an increasingly regular programme in the field of contemporary dance. At that time, the cultural centre "completely merged with A Oficina", explains the former director. Growth pains of a constantly evolving structure. The second decade of A Oficina’s life symbolically came to an end on May 12, 2009. On that date, Guimarães was formally designated European Capital of Culture for 2012. The cooperative became a key element in this new endeavour. Guimarães’ candidature as European Capital of Culture had begun two and a half years earlier, on October 7, 2006, when the Portuguese Government decided to nominate the city as the national candidate for the event. The announcement - made at a press conference at the Palácio Vila Flor, at the end of a Council of Ministers meeting held in the city - caught almost everyone by surprise. This moment "marked recognition of all the work that we’d done", emphasises Francisca Abreu. But the period of celebrations was short-lived, he guarantees, looking back after 12 years. The next day he told his immediate colleagues: "Let's get to work”, since the challenge facing them "was huge." In those two and a half years - between Autumn 2006 and Spring 2009 - the prospect of organising the European Capital of Culture had little direct impact on the day-to-day life of A Oficina, according to José Bastos. The cooperative wasn’t directly involved in the candidature that had to be presented in Brussels and there was still a work to do to ensure affirmation of the Centro Cultural Vila Flor. The prospect of the 2012 event had its first impact on the life of A Oficina in February 2011, with the launch of GUIdance. "I only had the audacity to launch an international contemporary dance festival because I knew that we would be staging the Capital of Culture in the following year" explains Bastos. Until then, the Capital of Culture "hadn’t posed any challenge to the strategy" of A Oficina. But "challenges to the structure" began to emerge at this time. After a series of advances and retreats, A Oficina was entrusted with production of the general artistic programme of Guimarães 2012 - that was set up as a public foundation governed by private law, with shareholdings held by the city council and the Government, and
with a separate team of programmers. In addition, the main venue for the performances held during that year was the Centro Cultural Vila Flor. In addition to accepting responsibility for hosting and producing the artistic programme of Guimarães 2012, A Oficina also began to respond "to the discourse of the European Capital of Culture", José Bastos explains. "When you start talking about a city of creation and a programme based on artistic residencies", it was clear that we needed new structures to host artistic works that didn’t previously exist in the city. A Oficina came up with the solution of creating the Centro de Criação de Candoso (Candoso Creation Centre), that would occupy the space of an old primary school, and would welcome the artists invited to Guimarães in 2012. "Candoso had never previously been in anyone's plans". Today, it is one of the indispensable performing arts venues in Portugal. The Black Box of the ASA Factory, which complements the centre, was also equipped, with a view towards the upcoming European Capital of Culture. The ASA Factory and the Candido Creation Centre appear in this story with the Guimarães 2012 project already fully underway. By contrast, the Casa da Memória de Guimarães was already one of the central elements of Guimarães’ candidature as European Capital of Culture. Ever since the first conversations associated to this project, in 2006, the idea to create a museum space based on local history and the heritage of the entire municipality had been defended. What was not in anyone's plans at this stage, nor in the following years, was that the management and programming of that space should be undertaken by A Oficina. This only started in 2015. There was another facility resulting from the European Capital of Culture that was subsequently included within A Oficina’s mission. It is the greatest physical legacy of Guimarães 2012, its biggest investment and also the greatest challenge for the future of the city's cultural project. The José de Guimarães International Arts Centre was inaugurated on June 24, 2012. A few months earlier it was still unclear how it would work. A Oficina once again intervened and assumed responsibility for programming a space dedicated to the visual arts, an area in which it had little prior experience, other than the gallery of the Palácio Vila Flor, which had hosted a regular programme of exhibitions since 2005. In the wake of Guimarães 2012, A Oficina now manages six cultural
The final scene of "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos" (The Dead and The Others) (2018), a film by João Salaviza and René Nader Messora, lends itself to different interpretations. Ihjãc, the krahô teenager who plays a lead role in the film, enters a waterfall, and disappears. In Europe, the audience assumes that the character has committed suicide. In South America, the understanding is that the film shows a re-encounter. In the village of Pedra Branca, where the film was filmed, Ihjãc's father - who is alive and well, although in the fictional tale he has died - views the scene more simply: the teenager missed his father and went to meet the dead. João Salaviza and René Nader Messora understood the force that these divergent interpretations gave to the scene. They now propose an alternate version for the end of the film - a shot that had been excluded from the final cut and is now revived in the context of the exhibition. In the video-installation they have prepared for the José de Guimarães International Arts Centre, shortly after Ihjac's entrance into the water, we will see a woman emerge and slowly walk towards the camera, in the opposite a movement to that of the boy. "Corpos Habitados" (Inhabited Bodies), Salaviza and Messora's breath-taking proposal – located somewhere between expanded cinema, contemporary art and ethnography - opens on 21 February. The exhibition starts with "The Dead and The Others", a film that won the Special Jury Prize in "Un Certain Regard" last year, a parallel section to the official selection of the Cannes Film Festival, where it had its world premiere. They had nine months of footage behind them. Without any technical equipment and equipped with a 16mm film camera, João Salaviza and René Nader Messora filmed in the middle of the Cerrado region, in the village of Pedra Branca, somewhere in the state of Tocantins between Bahia and Mato Grosso. Pedra Branca has 500 inhabitants. It is the largest of the 33 villages of a formerly semi-nomadic Amerindian tribe, the krahô, which after persecution by large landowners in the mid-twentieth century, settled in one location. René Nader Messora has spent long periods of time there since 2009. João Salaviza has become an intermittent member of the community since 2015. The exhibition prepared for the José de Guimarães International Centre of the Arts is based on the same object of fascination that is portrayed in the
film: the Pàrcahàc, a mourning ritual that takes place one year after a death, organised by the deceased's family in the krahô tribes. "Inhabited Bodies" is a visual and sonorous journey that shows how the idea of death penetrates the worldview of the krahô people. In addition to the alternative ending to the 2018 film, Salaviza and Messora return to "The Dead and The Others" in one of the works featured in the installation. They rescue a scene in which, after the ritual weeping, one of the characters talks to his family about enmity with the spirits, and the danger of maintaining contact with the dead. The two filmmakers propose a journey through the village, starting from a long shot recorded in video, in which the village of Pedra Branca is filmed from atop a hill. The shot allows the spectator to observe the daily life of the community in the late afternoon and discover the typical morphology of a village of this tribe: a round patio in the centre and houses scattered around, drawing a perfect circle; wherein its radial paths resemble a kind of gigantic sun. The paths of disease, death and the Pàrcahàc ritual are integrated within the installation by the two artists in the CIAJG. Completing the circle, the final moment in the exhibition returns to its starting point: representation of a village. But it is no longer Pedra Branca, but the village of the dead, in a drawing by Rêj, a young member of the krahô tribe. Since the inaugural exhibition of the José de Guimarães International Arts Centre, "Beyond History" (2012), the Guimarães-based museum reflects on the representation of that which has been filtered from official historical records - including the narratives that struggle to survive the Eurocentric hegemony of those who have produced official discourses. However, the first exhibition cycle of 2019 will be the first time that the museum looks so directly at indigenous peoples. The intervention of João Salaviza and René Nader Messora, based on their experience in Brazil’s Cerrado region, will be presented in conjunction with "Variations of the Wild Body", an anthological exhibition of the work of Eduardo Viveiros de Castro, a photographer, anthropologist, who encourages us to look at the Amazon rainforest. Viveiros de Castro is a reluctant photographer. He called photography a "lateral activity" or even a "distraction" in relation to his main
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AMERINDIAN THINKING
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facilities. In the space of four years, the structure had tripled its field of action. The cooperative’s time, once again, accelerated. Sudden growth over a short period of time posed a sufficient challenge for the cooperative. But whereas in the 1980s, a change to the legal framework had made it possible to create A Oficina, giving the city a tool to reclaim its arts and crafts traditions, a new law was now enacted which threatened its very existence. The new legal regime for local companies was approved in August 2012, while Guimarães was still European Capital of Culture. The city soon felt the impact of the new law, which equated A Oficina with a municipal company, calling into question the annual financing granted to it by Guimarães Municipal Council, the main entity with which it worked. Because of the new law, the Tribunal de Contas (Court of Auditors) successively rejected the transfers that the local authority made to the structure. This was a great test of survival of the cooperative, which was able to maintain its activity and assume its previous and new responsibilities, in the midst of major legal and financial uncertainty. Three years later, a solution was finally found, that has made it possible to maintain the relationship between the local authority and A Oficina and ensure the continuity of its activity. At the beginning of the fourth decade of its life, the cooperative is now entering a new cycle. Year Zero. Only time will tell how fast this new decade will be.
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work - ethnographic research and anthropological reflection. It is in this field that the author has asserted himself as one of the great theorists of Amerindian thinking. He is the author of the theory of "Amerindian Perspectivism", a term that confirms a conception, that is widespread in Amerindian thinking, according to which each species of animals, plants, artefacts or stars sees itself as being human. This anthropological work has had reverberations in other fields, particularly in artistic practice. Viveiros de Castro is an anthropologist who "seeks not to look at the other, but to see how the other sees", in the words of Danilo Santos de Miranda, regional director of the SESC in São Paulo, where "Variations of the Wild Body" was shown for the first time in 2015. Photography, however, is not one of his basic work instruments. Viveiros de Castro often emphasises that he is not producing visual anthropology. Photography is a complementary element to his discourse. It is perhaps imported from anthropology. Or constitutes another way of producing a reflection on the Amerindians. In Guimarães, we will see a selection of the initial set of over 300 images previously presented in São Paulo, chosen by the exhibition’s curators, Eduardo Sterzi and Veronica Stigger. The images concern two distinct moments of production: on the one hand, participation in the artistic avant-garde in Rio de Janeiro between the late 1960s and the 1970s; and then his subsequent experiences (between 1975-1995), with four indigenous peoples from different parts of the Amazon rain forest: the Yawalapíti, of the Upper Xingu (Mato Grosso), the Kulina, of the Upper Purus (Acre), the Yanomami, of the Serra de Surucucus (Roraima) and the Araweté, of the Middle Xingu (Pará). The point of intersection between these two great sets of works by Viveiros de Castro, shown in the exhibition, is the centrality of the body. "An emphasis on corporality that also lies at the origin of the author’s anthropological reflection and that marks his entire intellectual journey", suggest the curators, Eduardo Sterzi and Veronica Stigger. They think that the notion of corporality is decisive in order to understand the articulation between photography and thought, art and anthropology, in Viveiros de Castro’s work. The first exhibition cycle of 2019 of the José de Guimarães International Arts Centre - which will be on display
until June - is completed by "Clareira" (Clearing), the result of an artistic residency by Manuel Rosa – an indispensable figure in the world of book publishing in Portugal, who is returning to his first artistic practice - sculpture. A disciple of João Cutileiro - one of his works is included in the "Cutileiro Constellation", on display in the centre until mid- February – Rosa returned to sculpting after several years of distance. The work for the Guimarães-based Museum is based on pre-Columbian pottery works from the José de Guimarães permanent collection and a set of moulds from the Porta da Vila candle-maker, a collection salvaged by A Oficina from a historic shop in Guimarães.
GANGUE DE GUIMARÃES
Manuela Ferreira was in New York at the time. Rita Morais had just returned from Brussels. João Ventura was packing his bags to leave Madrid. And suddenly a call for new talent brought them all together, in the same room in Guimarães. First, we must back up a few days – to 4 January, 2017. Teatro Oficina launched a call: "Looking for performing arts professionals from Guimarães, Portugal (and the world?) - performers, creatives, creators and / or playwrights (more or less experienced, more or less emerging, who were born or raised in the city / municipality. " This four-line call was a bold attempt to identify theatre and dance professionals with links to Guimarães - whether family or affective ties, or professional and creative connections. But the project soon became far more complex. It was called the Gangue de Guimarães. Manuela Ferreira, Rita Morais or João Ventura didn’t return to the city specifically because of the Gangue, but the call caught them by surprise, at a specific – and opportune – moment in their lives. Manuela Ferreira had just completed a one-year training course in New York. She was still living in the city when she received the call. "It was inspiring" she remembers. By chance, she arrived in Guimarães two days before the group's first meeting. Before she knew what was happening, she was sitting at a table in the Centro Cultural Vila Flor’s Concert Café surrounded by dozens of artists. She already knew some of them. Others were completely new faces. She had already worked with A Oficina, between 2008 and 2010, as an instructor for the Theatrical Initiation Classes, one of the previous types of workshop held by the Teatro Oficina, shortly after she began living in Guimarães. With the Gangue, she felt that "for the first time, something was happening, in terms of territorial involvement." João Ventura also had previous links to A Oficina. He was a teenager when he participated in the first performances of the Theatre and Drama Workshop - the precursor of the Teatro Oficina. At the age of 18, he enrolled in the Balleteatro school in Porto, and already had three years of professional experience under his belt. He spent the next 15 years working outside Guimarães, in theatre companies based in Évora, Covilhã and Lisbon, and participated in theatre and television productions. In the meantime, he furthered his studies and completed his
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display in 2019. The proposal, explains Manuela Ferreira, who directs "Do Avesso", was "to discover the space through the people who inhabit it". The construction of the show started with conversations with the Centro Cultural Vila Flor’s team, and with the regular audiences of its programming, in a methodology close to oral history, that greatly interests this artist. To choose the cast, Manuela Ferreira once again tapped into the potential that she identifies with the Gangue de Guimarães, and launched a call for an audition, where she met Rita Morais, "a beautiful example of someone I had no previous link to", whom she ended up choosing for the project. "I didn’t previously know Manuela," Rita confirms, "but I learned a lot from her". The actress - who is also a creator - acknowledges that "it was a great surprise" to be able to work professionally in Guimarães. "I really wanted to be able to work in the city" she confesses, "but I didn’t have any kind of expectation, because it had never previously been possible". What does the future hold for the Gangue de Guimarães? The artists have the floor. Manuela Ferreira begins: "The approach so far has been very simple. I hope it continues. I really like this dimension". "I would like this to become a more continuous activity," adds João Ventura. The actor and creator also expects the group to become "a space for dialogue" between its members. In the theatre, in particular, there is a lack of space where people question each other's languages, he says. "The management doesn’t even have to propose this." Rita Morais agrees with this idea. Now that she has met the 76 current members of the Gangue de Guimarães, she realises that most of them have never met before. "The Gangue is proposing a new collective", she says. Since some of the artists who belong to the group have many external relations beyond the group, this expands the set of possibilities available to these artists: "We can’t cut ourselves off, wherever we are. This seems to be something that will be very difficult to close".
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That was exactly what Rita Morais intended to do when she returned to the city where she had been born. After a decade spent away from the city she lacked some local knowledge and references. She needed to rediscover the local artists and the Gangue de Guimarães facilitated this task. This was also one of the virtues that Manuela Ferreira also found in the Teatro Oficina’s 2017 call: "the opportunity to meet other artists, to realise who they are". The Gangue was therefore born of a desire to identify performing arts professionals with past or present links to Guimarães. It was not, however, a mere mapping exercise. Enrolment depended on artists’ willingness to embrace new challenges. Many of the theatre and dance professionals with connections to Guimarães who had been initially identified, did not respond to the
Teatro Oficina’s call. The group currently has 76 artists. The call was repeated in June 2017 and has been permanently open since 2018. It seeks "performing arts professionals: born in the municipality of Guimarães; who are currently living and / or working in Guimarães for more than three years; or who have previously lived and / or worked in Guimarães for more than three years. " The Gangue de Guimarães opened the doors to enable these artists to work from a base in the city. Of the almost 80 artists pertaining to the group, 14 have already worked with the Teatro Oficina over the last 18 months. João Ventura was the first person to have this opportunity. He participated in the Gangue’s first artistic residency, in June 2017. During a 2-week period in the Candoso Creation Centre he worked on the seventh volume of a biographical series that he had been developing since 2011. Each new project, was named after his age at that time. During the residency he created "33" with the security that he would expose aspects from his intimate private life and that of his family, in a place where he felt a sense of "comfort". In early 2018 he also joined the cast of Teatro Oficina’s production, "The Art of Comedy", based on Eduardo de Filippo's play. Ventura’s artistic residency in 2017 was one of three challenges that has been launched by the Teatro Oficina to the artists of the Gangue de Guimarães. This invitation is permanent and open to new applications. At the end of 2018, the call for the "Artist at the Centre" programme was also launched for the first time, giving the Gangue’s artists the opportunity to present an artistic development project for a 3-year period, to be funded by A Oficina. The third pillar of this project involved creative grants, guaranteeing that at least one call will be launched each year so that artists belonging to the Gangue de Guimarães can create a new stage plays. In 2019 there will be two plays: "Teatro Oficina Archives", which will premiere in late March, on the occasion of the World Theatre Day; and "Liberty", whose premiere is scheduled for April 25, to coincide with celebrations of Portugal’s 1974 revolution and the anniversary of the Casa da Memória de Guimarães. The result of the first creative scholarship will also remain on stage throughout 2019: "Do Avesso" (Inside Out), a performance-visit to the places in the Centro Cultural Vila Flor that are usually hidden from the public gaze. The site-specific creation premiered in September 2018 and will remain on
BA Hons. degree in the Escola Superior de Teatro e Cinema, in Lisbon. He then moved to Madrid, and after completing his studies, at the end of 2016, he continued to work in the Spanish capital. He had already decided to return to Portugal, but had no specific plans. That was when he learned about the Teatro Oficina’s call. "At the time, it felt like a sign", he says: "Gangue accelerated my return". Like Manuela Ferreira, he felt that the company "was once again open to the city’s residents". Rita Morais is the youngest of the three artists. She left Guimarães at the age of 14, and also studied in the Balleteatro’s professional course, in Porto. She then studied acting at the Escola Superior de Teatro e Cinema, in Lisbon, as a colleague of João Ventura, and helped set up the theatre company, Silly Season, and collaborated with the Teatro Praga. After that, she decided to move to Brussels to pursue a master's degree in stage directing. After completing her studies, she knew what she wanted to do next: return to Portugal to produce creative work there, but with the intention of internationalising her work, taking advantage of the relations she had forged in Belgium and also with artists from other countries. After deciding to return to Portugal, Guimarães was her first port of call, because of her extended family, friends, and roots. It was precisely at this time that the Gangue de Guimarães launched its call. "It made a lot of sense for me," she says. I "identified myself artistically" with the type of challenge that was proposed: "to bring people together, to determine who’s out there."
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WESTWAY LAB
This story starts a bit like a joke: an Englishman, Frenchman and a Portuguese walk into a place. But in this case, there are other nationalities, and the place is an old school. And there is another essential difference: the characters are all musicians. And they have come to work, rather than for fun and games. The same story has taken place every April over the past six years, and the process will be repeated in 2019 between April 1-9. Westway LAB invites eight musicians from different parts of the world for a week-long residency in the Centro de Criação de Candoso (Candido Arts Centre). The musicians are divided into pairs and, at the end of the residency, each duo presents their resulting work in a 40-minute showcase at the Café Concert in the Vila Flor Cultural Centre, held during the festival, which in 2019 takes place between April 10-13. The only imposition that the organisation places on the participants is to stage the final concert. There is no requirement to release an album or make any recording. Nevertheless, several of the 20 encounters organised by the festival to date have been particularly fruitful. It’s a busy schedule, but some musicians are more relaxed than others. Nelson Graf Reis, the mastermind behind We Bless This Mess, can be a bit disconcerting because he’s so laid back. He took part in Westway LAB in 2016, where he played alongside Ivan Vitáris, leader of the Hungarian band, Ivan & The Parazol. On the day on which they performed in the Café Concert of the Vila Flor Cultural Centre to present the result of their artistic residency, they had chosen a fun name for their project: The Melonas. "It was a joke that went down well," comments Nelson. The Melonas have even become a band. Nelson visited the Hungarian capital, Budapest, on several occasions to record songs composed during the residency at Westway LAB, with Iván and the other members of his Hungarian band, who in the meantime had joined the project. In the interim periods, they played together at several festivals in Eastern Europe. When the album, The Melonas, was released in 2017, they invited 500 people to the A38 – Budapest’s mythical concert venue, located on a boat in the middle of the River Danube. "The festival changed my life for many reasons," admits Nelson Graf Reis, with his usual laid-back attitude. While We Bless This Mess and Ivan & The
Parazol prepare new records, the project The Melonas is in stand-by. But it will not be abandoned. "We really became friends. I continue to go to Budapest to team up with them", comments the Portuguese musician. Nelson Reis and Iván Vitáris hit it off "right from the beginning". That's not always the case. The first encounter between Bruno Miguel and Jennifer Pague, of the American project, Vita and the Woolf, was pretty tough. "It was a shock", explains the musician of :Papercutz. "We both have strong personalities and it wasn’t easy". After two or three days spent trying to figure out the best way to combine their different musical styles, they opted for a fresh start. "We decided to start from scratch. And in the following days, we composed five original songs, with vocals, lyrics, arrangements," he says. Early this year, Bruno Miguel travelled to the United States to record with Jennifer Pague. This is the beginning of a collaboration, and time will tell where it will take them. The artistic residency of 2018 was not the first time that the Porto-based musician, Bruno Miguel took part in the festival. In 2017, his project :Papercutz was one of the guests for the festival’s closing concerts, held during the weekend after the residencies. He knew in advance that the festival would be "unlike any other". "Here we’re all more or less on the same level, regardless of whether we’re foreign or Portuguese musicians. We’re all on stage trying to reach certain markets, to show our talent to the audience, and also to agents, promoters and programmers", he explains. The artistic residencies of Westway LAB always involve the same core ingredients: two unknown musicians, a week's work at the Candido Arts Centre and a 40-minute final showcase. But the way each duo prepares the final recipe can be completely different. Each group has a different working method and composition process. Some musicians focus on improvisation, others try to play the music composed by his or her colleague, and some start from a more cerebral base - for example, Pedro Lucas and the Amsterdam-based, Slovenian musician, Tine (aka Bowrain). During the week-long residency they began with a musical phrase per day to compose each one of the themes that they presented to the public during the Café Concert. "We immediately agreed that we were going to make music that would work well on stage. It couldn’t be a project designed to be appreciated in a more
audiophile manner", explains Pedro Lucas. And it worked. At the end of the showcase, both musicians were enthusiastic about the outcome and agreed that the project had a future. Returning to the Candido Arts Centre, they discussed possible names for the band, and finally opted for Phila. Months later, they reunited for a second artistic residency, this time during the Walk & Talk festival in the Azores. The following year, they played together in the Music Box in Lisbon, and recorded three songs - "the residency hits" - with Luís Clara Gomes (aka Moullinex). One of them, will soon be released as a digital single. Westway LAB gave Pedro Lucas far more than just a new artistic project, he also secured a new regular contributor. He met keyboardist Rui Souza at the residency, who participated in the same edition, and invited him to perform on the next CD from Medeiros / Lucas ("Sol de Março", 2017) and to join the duo for part of the respective tour. Lucas didn’t know what to expect from the residency until he arrived in Guimarães. He knew that he would meet two musicians who were "more or less used to being in control". "You want to create and there may be a certain amount of resistance. The question is whether you can reach a consensus, a common ground". Most musicians involved in the residencies at Westway LAB say that that experience has been important. But no-one is as familiar with the process as Guillermo de Llera, who has been linked to projects such as Primitive Reason. He attended the first edition of the festival in 2014, and returned in 2015, and 2018. His participation in Westway LAB's artistic residencies began as an academic experience. He was doing a master's degree in Ethnomusicology at the Faculty of Social and Human Sciences, of the Universidade Nova, Lisbon. The initial question for his research was to try to understand whether musicians who play acoustic instruments feel any kind of "artistic xenophobia" in relation to those who play electronic instruments. Experience has shown that no such phenomenon exists. "When musicians are without their traditional defences, such as their band or their "scene", they tend to be more open to new experiences. Once the musician leaves his comfort zone he will always try to experiment", explains the musician, who is continuing his academic career, with a PhD in the area. In 2014, Guillermo de Llera worked with the Cairo Liberation Front - an electronic project based in the Netherlands, but
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strongly influenced by the music of Egyptian marriages. In 2015, his residency partner was Kid Simius, a Spanish DJ and producer, based in Berlin. None of these collaborations continued beyond the period of the Westway LAB: "I always felt that I was on a space trip and then came back to Earth." But he had a different experience in 2018 when he entered the Candoso Creation Centre with the musicians Pedro Coquenão (Batida) and Jwjw (Terrakota), whom he already knew, but had never previously worked with. Guillermo "already sensed" that the project might have continuity. And that's exactly what happened. The experience at Westway LAB led to the launch of iii, and the musicians were recently in the studio to record their first album, which is currently being mixed and will soon be released. Even for those musicians who do not collaborate beyond the residency, the Westway LAB has proven to be a remarkable experience. Rolando Ferreira, of the project, Mister Roland, says that his career has undoubtedly been marked by a "before and after" his participation in the festival in 2018. "My musical approach is the same, but the way that I look at the market and how I work is different" he explains. The event also served as a showcase, and helped him to be chosen for the 2018 edition of the Live at Heart festival, in Sweden, for example, or be one of the artists chosen for the INES Talent network, which will involve 12 European festivals in 2019 – accompanied by the project :Paperctuz by Bruno Miguel, who also attended the Westway LAB in 2018. Even Mister Roland's second album, released in January this year, reflects that experience, at least "emotionally", he says. Gabriel Salgado concurs. He says that after attending Westway LAB he felt like "doing a lot more". For example, he played the piano much more often, the instrument with which he began his musical training, but that he had forgotten because the compositions of Ana, his alter-ego, relied exclusively on the guitar. "The experience was transcendent", he says, adding that during Westway LAB, "what usually takes place in a year, happens in one week here". People meet, a band is formed, songs are created that are then appreciated by everyone involved. The fact that this could take place in 6 days "is absurd" he says. But it happened.
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JAN — ABR / 146
CIAJG CENTRO INTERNACIONAL DAS ARTES JOSÉ DE GUIMARÃES Av. Conde Margaride, 175 4810-535 Guimarães Tel. (+351) 253 424 715 geral@aoficina.pt www.ciajg.pt Horário de bilheteira terça-feira a domingo 10h00-13h00 14h00-19h00 _ Em dias de espetáculo 1 hora antes / até meia hora depois Estacionamento 70 lugares em parque coberto CDMG CASA DA MEMÓRIA DE GUIMARÃES Av. Conde Margaride, 536 4810-535 Guimarães Tel. (+351) 253 424 716 casadamemoria@aoficina.pt www.casadamemoria.pt Horário de bilheteira terça-feira a domingo 10h00-13h00 14h00-19h00 _ Em dias de espetáculo 1 hora antes / até meia hora depois
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EO ESPAÇO OFICINA Av. D. João IV, 1213 Cave 4810-532 Guimarães Tel. (+351) 253 424 700 geral@aoficina.pt LO LOJA OFICINA Rua da Rainha Dª. Maria II, 132 4800-431 Guimarães Tel. (+351) 253 515 250 geral@aoficina.pt Horário de funcionamento segunda a sábado 10h00-13h00 14h00-19h00 VENDA DE BILHETES oficina.bol.pt Centro Internacional das Artes José de Guimarães Casa da Memória Centro Cultural Vila Flor Loja Oficina Lojas Fnac, El Corte Inglés, Worten Entidades aderentes da bilheteira online DESCONTOS Cartão jovem, menores de 30 anos e estudantes Cartão municipal de idoso, reformados e maiores de 65 anos Cartão municipal das pessoas com deficiência Deficientes e acompanhante CARTÃO QUADRILÁTERO CULTURAL 50% de desconto nos bilhetes para os espetáculos e entradas em exposições programadas pel'A Oficina. INFORMAÇÕES E RESERVAS Pedidos de informação e reservas de bilhetes poderão ser efetuados através do telefone 253 424 700 ou do e-mail bilheteira@ aoficina.pt. As reservas de bilhetes deverão ser obrigatoriamente levantadas num período máximo de 5 dias após a reserva. Quaisquer reservas deverão ser levantadas até 2 dias antes da data do espetáculo. Após estes períodos serão automaticamente canceladas.
VISITAS ORIENTADAS INFORMAÇÃO GERAL Público-alvo Maiores de 3/4 anos Duração c. 90 min. Lotação mín.10/ máx. 25 pessoas Preços Visitas Orientadas 1,50 eur a 2,00 eur (grupos escolares/instituições) e 4,00 a 5,00 eur. (outros grupos) Preços Visitas Conjuntas 2,00 eur (grupos escolares/instituições) e 5,00 eur. (outros grupos) Visita ao CCVF não é recomendável a pessoas com mobilidade reduzida. CCVF | PALÁCIO VILA FLOR Terça a sábado das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00 (a última visita terá início às 17h30) CIAJG | CDMG Terça a domingo das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00 (a última visita terá início às 17h30) Visitas realizadas por marcação com, pelo menos, uma semana de antecedência, através de telefone 253424700 ou e-mail mediacaocultural@aoficina.pt OFICINAS CRIATIVAS INFORMAÇÃO GERAL Duração 90 min. a 2 horas Lotação mín.10/ máx. 25 pessoas Preço 2,00 eur Oficinas realizadas por marcação com, pelo menos, uma semana de antecedência, através de telefone 253424700 ou e-mail mediacaocultural@aoficina.pt PROGRAMA VAI E VEM 1 visita orientada a um dos espaços + 1 oficina criativa nas escolas/instituições Preço 2,00 eur Programa Vai e Vem: 1 visita orientada a um dos espaços + 1 oficina criativa nas escolas/instituições Terça a sexta das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00 (a última visita terá início às 17h30) Preço 1,50 eur a 2,00 eur
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