Manual de Produção Gráfica - Guilherme Behling

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Guilherme Behling

1ª Edição 2016



INTRODUÇÃO PROCESSOS DE IMPRESSÃO ACABAMENTOS CHECKLIST EXEMPLO APLICADO GLOSSÁRIO BIBLIOGRAFIA



Os processos de impressão já têm muitos anos de história, mas antes que eles fossem criados, muitos outros objetos e métodos de escrita foram elaborados e lapidados, se tornando muito importantes para chegarem no nível tecnológico atual. Neste capítulo serão apresentados a história da escrita, o surgimento da tipografia, a criação do papel, seus mais variados tipos e as cores em impressos.


Manual de Produção Gráfica

ESCRITA

A

s primeiras tentativas de se criar sistemas de escrita aconteceram por volta de 4000 a.C.. Os sistemas mais rudimentares apareceram muito antes que os primeiros alfabetos – dois milênios mais tarde – ganhassem forma. De fato, não podemos atribuir o surgimento da escrita a uma única sociedade. Em épocas bastante próximas, civilizações americanas, os egípcios, chineses e mesopotâmicos começaram a desenvolver seus sistemas de representação gráfica. Em um primeiro momento, as primeiras inscrições eram feitas por meio de desenhos que visavam reproduzir de forma simplificada os conceitos ou coisas a serem representadas. Esse tipo de escrita é usualmente conhecido como escrita pictórica ou hieroglífica. Durante milhares de anos, cada sinal representava um objeto: havia partes do corpo humano, plantas, animais, edifícios, barcos, utensílios de trabalho, profissões, armas. Aos poucos, esses desenhos foram substituídos por figuras mais simplificadas ou por símbolos gráficos. Com os anos, os sistemas de escrita foram ganhando maior complexidade quando os símbolos passaram a representar sons. Usualmente, a ampliação do uso de sinais fonéticos foi criada a partir do momento em que se notava a semelhança dos sons empregados para coisas distintas. Na medida em que surgia a necessidade de criar símbolos distintivos para termos semelhantes, a escrita silábica começou a ser vista como uma maneira eficiente de definir a simbologia empregada nas palavras. Paralelamente, a necessidade de simplificação dos signos escritos foi tornando o sistema mais compacto e funcional. Foi nesse momento que os primeiros alfabetos apareceram na Antigüidade. Diferentes civilizações começaram a trabalhar com sistemas mais simplificados e, ao mesmo tempo, capazes de identificar distintos conceitos, seres e objetos. Na civilização fenícia o desenvolvimento da escrita e do alfabeto teve grande avanço graças à demanda dos comerciantes fenícios. Foi nesse contexto que um alfabeto com apenas vinte e dois caracteres foi popularizado por aquela civilização oriental. Depois disso, as civilizações greco-romanas deram outra importante contribuição para a formação dos alfabetos contem-

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Introdução porâneos. Foi entre os povos gregos que se introduziu o uso de vogais. Séculos mais tarde, os romanos – sendo fortemente influenciados pelos etruscos – deram formas claras ao sistema alfabético utilizado por diversas nações do mundo ocidental contemporâneo. Graças à formação de um vasto império e do contato com os bárbaros, as línguas latinas predominam em diferentes culturas do mundo atual.

O SURGIMENTO DA TIPOGRAFIA E DA IMPRENSA As formas da letra do alfabeto latino mudaram e evoluíram através dos séculos, e elas serviram de base para a criação dos futuros tipos utilizados para a produção de livros. A trajetória da tipografia na Europa revestiu os tipos com os traços característicos da cultura de cada país e do movimento histórico em que foram produzidos. Durante a Idade Média, apenas poucas pessoas possuíam a Bíblia ou livros de qualquer tipo. Os monges copiavam textos a mão, em folhas de papiro ou pergaminhos feitos de peles de animais. O custo destes materiais e a remuneração do tempo utilizado pelos copistas estavam muito além das posses do homem comum. Na época, não havia muitas pessoas que conseguiam ler a própria língua, e muitos livros, como a Bíblia, estavam disponíveis apenas em latim, língua que um número menor de pessoas compreendia. Para que pudessem obter informações sobre a Bíblia, o povo confiava no sacerdote local e nos desenhos ou nas imagens da igreja. Os sacerdotes locais, geralmente, tinham pouco ou nenhum treinamento de latim, e o seus conhecimentos da Bíblia eram bastante precários. Essa situação se prolongou por muitos anos, até que no século XV foi criada a prensa tipográfica por Johannes Gutenberg. Nesse sistema de impressão, os caracteres são gravados em blocos de madeira ou chumbo, depois esses blocos são colocados lado a lado a fim de criar cada palavra do texto. Ao montar um livro com os tipos, era possível fazer diversas cópias a um custo muito inferior ao de um texto copiado à mão. Em 1456, Gutenberg imprimiu o primeiro livro utilizando a prensa tipográfica. Foram feitas duzentas cópias da Vulgata, a Bí-

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Manual de Produção Gráfica blia latina, e esse foi o primeiro passo de uma enorme revolução que tornou o acesso a livros muito mais fácil.

HISTÓRIA DO PAPEL A palavra papel vem do latim papyrus e faz referência ao papiro, uma planta cultivada nas margens do rio Nilo no Egito, da qual são extraídas fibras para a fabricação de cordas, barcos e as folhas feitas de papiro para a escrita. Quando a escrita surgiu, há mais de 6 mil anos atrás, as palavras eram inscritas em tabuletas de pedras ou argila, e a criação da folha de papiro promoveu uma grande mudança na história. O papiro é de todos os precursores, o que mais se aproximou das características do papel usado hoje em dia. Depois, surgiu o pergaminho, criado pelo Rei de Pérgamo, feito de couro curtido de bovinos. O pergaminho tinha como sua principal característica a sua durabilidade, sendo utilizado para documentos mais importantes. Também foram precursores do papel as folhas de bambu, palmeira e seda. Finalmente, em 105 d.C, o papel seria inventado na China, por T’sai Lun. Para que pudesse fabricar o papel, um longo processo era executado. Primeiramente, era feita uma mistura umedecida de casca de amoreira, cânhamo, restos de roupas, e outros produtos que contivesse fonte de fibras vegetais. A massa formada era então batida até formar uma pasta, que era peneirada e era obtida então uma fina camada, deixada para secar ao sol. Depois de seca, a folha de papel estava pronta. Essa técnica, no entanto, foi mantida em segredo por muito tempo, pois o comércio de papel era bastante lucrativo. Em 751 d.C, os chineses tentaram conquistar uma cidade sob o domínio árabe e acabaram derrotados. Nessa ocasião, alguns artesãos foram capturados e a tecnologia da fabricação de papel deixou de ser um monopólio chinês. Mais tarde, os mouros invadiram a Europa, mais precisamente a Espanha e lá deixaram uma forte influência cultural e tecnológica. A partir daí que o processo de fabricação de papel criado por T’sai Lun foi sendo sofisticado e modificado, chegando o até o modelo utilizado atualmente. Essas mudanças que possibilitaram uma imensa diversidade de papéis quanto à texturas, cores, maleabilidade, resistência, entre outros.

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Introdução

Modo de produção do papel 01. A principal matéria-prima para a produção de papel são

toras de madeira. Nas fábricas, após serem cortadas, elas passam por um descascador e picador, de onde saem na forma de pequenos cavacos (lascas)

02. Num tanque chamado digestor, os cavacos são cozidos dentro de um líquido composto por água e alguns agentes químicos, como sulfitos. O resultado desse cozimento é chamado de polpa 03. A polpa passa por um processo de lavagem, em tanques e centrífugas, onde são extraídos os cavacos que não se dissolveram e outras impurezas. Depois, ela é deixada em repouso em outros tanques, numa etapa chamada de branqueamento, para separar a celulose de outros resíduos 04. Os restos não aproveitados de madeira são queimados em caldeiras e transformados em energia elétrica em turbogeradores a vapor. A energia gerada aqui alimenta o próprio processo de fabricação do papel 05. A polpa de celulose, ainda com alto teor de água, passa por uma máquina chamada mesa plana, que transforma essa massa úmida em uma grande folha contínua e lisa, pousada sobre uma esteira rolante de feltro 06. A grande folha, movida pela esteira rolante, passa por rolos de prensagem e secagem com ar quente, que retiram o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha. Dependendo do tipo de produto que se quer, ela ainda passa pelo coater (revestidora), um rolo que aplica uma película que protege e dá brilho ao papel, como no caso do papel couché 07. Finalmente, a folha passa por um aparelho chamado enroladeira e por rolos de rebobinagem, onde o papel se descola da esteira rolante e forma enormes rolos – ou bobinas -, estando pronto para o corte e o empacotamento.

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Características do Papel A propriedade do papel tem grande influência sobre a qualidade final dos impressos, sendo uma das principais variáveis da produção gráfica. A má escolha do papel pode prejudicar o impresso e fazer com que se perca o diferencial do produto. Porém, para que a escolha seja correta, é necessário considerar a mensagem, tinta, métodos de impressão e as demais possibilidades de acabamento. A classificação básica do papel é dada através das seguintes características:

Peso

O peso do papel que geralmente varia de 50 a 350 gramas e define o peso e o volume final do impresso. Quanto maior a gramatura, mais grossa é a folha e, consequentemente, maior o peso do material. Outros pontos que são influenciados pela gramatura são a sua opacidade e o custo.

Formato

Antes de iniciar a arte do impresso, vale a pena realizar uma breve pesquisa sobre os formatos de papéis disponíveis. Muitas vezes, dois ou três centímetros podem representar uma diferença significativa no orçamento.

Cor

Ao definir a linha de criação, recomenda-se pensar na possibilidade e diversidade de cores dos papéis. Como as tintas offset contém transparência, as cores podem sofrer variação. Por este motivo, normalmente utiliza-se papel de cor branca.

Textura

Podemos definir a textura como o aspecto do papel ou seu grau de rigidez: papéis lisos, calandrados, telados, entre outros. O importante é trabalhar a textura do impresso como mais um elementos do design e deve ser escolhido de acordo com a arte. No processo de impressão offset, quanto mais liso for o papel maior será a nitidez da impressão. Porém, papéis com textura exprimem singularidade de impressão, mas não são indicados para artes com grande riqueza de detalhes.

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Introdução

Tipos de Papel Revestidos

O revestimento é aplicado sobre a superfície da folha, com a finalidade de torná-la mais uniforme e menos áspera, melhorando a opacidade do papel e a qualidade da impressão, e aumentando o grau de brilho e de alvura da superfície. Além disso, o revestimento dá ao impresso um “ar” de qualidade. • Acetinado: O papel acetinado é prensado em calandras perdendo um pouco da espessura. Permite uma melhor impressão de caracteres e ilustrações. • Papéis para impressão em Rotogravura: Como o papel offset, precisa não só ter a superfície lisa e sem felpas, como também ser macio e pouco enrolado, a fim de absorver com facilidade as tintas semilíquidas utilizadas nesse processo de impressão. • Bristol: Cartão de melhor qualidade que se obtém pela colagem de folhas de papel de trapos, sulfite e outras. Emprega-se em trabalhos de luxo, como cartões de visita e de participações, e seu nome provém da cidade inglesa de Bristol, onde era primitivamente fabricado. • Bíblia: Outro nome como é conhecido o papel da Índia, opaco, extremamente fino e resistente, usado na impressão de bíblias e outras obras muito extensas e quando se visa reduzir a grossura dos volumes. • Bond: Originalmente era um papel feito todo com pasta de trapos, usado pelos norte-americanos na impressão de títulos da dívida pública (bonds). A denominação se estendeu depois aos países de carta com bastante cola, relativamente leves e constituídos de pasta de trpos, pasta química da melhor qualidade ou da mistura de ambos.

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Manual de Produção Gráfica • Couchè-gessado: Papel com uma ou ambas as faces recobertas por uma fina camada de substâncias minerais que lhe dão aspecto cerrado e brilhante, muito próprio para a impressão de imagens a meio-tom e, em especial, de retículas finas. Para a impressão de texto, o papel gessado é muito lúcido e, por isso, incômodo à vista, defeito que se procura contornar com a criação das tonalidades mate. O termo francês “couchè” significa camada. • Filigranado: Deixa transparecer letras, marcas ou desenhos, que são bordados em relevo, sobre a amáquina de fabricação, fazendo com que a massa fique menos espessa, formando os desenhos. Papel de qualidade para impressão cuidadosa. • Ilustração: Diz-se particularmente do papel gessado e do lustroso, de superfície muito lisa e compacta, que se prestam oticamente para a impressão de clichês de retículas. • Velino: O papel velino, que tem este nome por ter a transparência e o aspecto do verdadeiro velino, é um papel sem grão, muito compacto, liso e acetinado. Por analogia, chama-se velino todo papel de boa qualidade, de fôrma, desprovido de grão, não sendo vergé. • Cartão Duplex: Cartão constituído de duas faces de composição e/ou até de cor diferente. Uma das faces (suporte) fabricada com pasta química branqueada tem uma composição fibrosa e características superficiais de melhor qualidade, com acabamento monolúcido e eventualmente revestimento em couchè. A outra camada (forro), geralmente de mairo gramatura, é preparada com pasta mecânica, não-branqueada ou de aparas, porporcionando um produto mais econômico.

Não revestidos

• Jornal: É, a princípio, de superfície áspera. Além de ser empregado em tiragens de jornais, serve para a impressão de folhetos

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Introdução e avulsos baratos. É fabricado em rolos para prensas rotativas, ou em folhas lisas para impressão comum em prensas planas. A superfície pode ainda variar entra áspera, alisada e acetinada. • Papéis para impressão Offset: Papel com bastante cola, de superfície uniforme, livre de felpas e penugem, e preparado para resistir à ação da unidade. Cartolina ou papelão: Cartolina ou cartão é um intermediário entre papel e o papelão, que pode ser fabricado diretamente na máquina ou obtido pela colagem e prensagem de várias outras folhas. Na prática, diz-se cartão se a folha pesar 180 gramas ou mais por metro quadrado, se pesar menos é papel. A distinção entre cartolina e papelão costuma-se fazer pela grossura, sendo considerado papelão quando supera o meio milímetro. Os papelões são compostos de diversos tipos de pastas, segundo a sua finalidade e utilização. Pode ser pasta mecânica, pasta de palha, pasta mecânica com química. • Apergaminhado: Papel de qualidade superior, feito de trapos e parte química. No aspecto, imita o pergaminho legítimo. • Kraft: Papel muito resistente, em geral de cor pardo-escura, usado para embrulhos e sacos. Feito com pasta de madeira tratada pelo sulfato de sódio. • Cartão Ondulado: Cartão especial que, em lugar de constituir folha plana, forma pequenos canais salientes e reentrantes, usado na embalagem de mercadorias quebradiças.

Especiais

São papéis dos mais variados tipos, que não se enquadram em outras classificações, formando uma classe à parte. Em sua maioria, foram criados para atender exigências fora dos caminhos trilhados pelos papéis e impressos comuns. Os papéis especiais são uma opção mais barata do que as operações de acabamento, tais como plastificação ou envernizamento.

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Manual de Produção Gráfica • Papel de fôrma ou de tina: Fabricado à mão, aprsenta as bordas onduladas. Assim chamado dado o instrumento que o operário utiliza para retirar a pasta da respectiva tina. • Vergé: Chama-se papel vergé o que deixa ver, por transparência, os sinais dos fios metálicos, que formam o fundo do molde no qual é fabricado. Há imitações desse papel fabricado à máquina, que se obtém fazendo passar a pasta ainda fresca entre cilindros em caneluras, onde se gravam as marcas d’água. • Papeis feitos à mão: Alguns papeis de melhor qualidade continuam sendo feitos pelo processo manual, particularmente no Japão e no sul da Europa. São usado ocasionalmente para convites, cartões timbrados, folhetos e edições especias. Os papeis feitos à mão são necessariamente ásperos, de superfície desigual. • Bordas Dentadas: Alguns papeis de livros têm bordas dentadas. Têm uma espécie de penugem formada na extremidade externa, quando a folha é fabricada. Este acabamento pode existir em uma ou em ambas as extremidades do papel. As bordas dentadas dão um toque agradável ás diversas espécies de impressos. • Papel da China: É fabricado com a casca do bambu. Apresenta uma cor parda ou amarelada, aspecto sujo, mais ou menos pronunciado, o que é proveniente de sua fabricação ao ar livre. É, além disso, fino e esponjoso ao mesmo tempo, macio e brilhante como um tecido de seda. Não obstante essas qualidades, o Papel da China, muito incosistente, deve a sua reputação não à afinidade particular que tem para a tinta de impressão. O tecido, liso e macio ao mesmo tempo, é mais apto do que outro qualquer para dar a impressão, o que o torna procurado para a tiragem de gravuras. • Papel Japonês: É um papel branco ou ligeiramente amarelado, sedoso, acetinado, ao mesmo tempo espesso e transparente. É feito com casca de arbustos da floresta japonesa, de fibras macias, flexíveis,

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Introdução compridas e resistentes. O papel do Japão absorve a tinta facilmente e faz sobressair com perfeição os tons de gravuras. O seu manuseio, porém, exige preocupação, pois não suporta fricção, raspagem ou limpeza, sem levantar fios.

CORES A cor é um fenômeno ocorrido entre a interação de três elementos: fonte luminosa, objeto e observador. Sem a presença de um destes três elementos não podemos falar sobre o fenômeno cor. Assim, a primeira conclusão a que podemos chegar é que a cor é um fenômeno subjetivo, ou seja, que depende do observador. Mudando-se o observador a cor também será percebida de uma maneira diferente pois cada pessoa possui uma sensibilidade cromática diferente.

CMYK CMYK é a abreviação de Cian (C), Magenta (M) e Yellow (amarelo - Y), sendo que o “k” representa a cor preto e recebe esta simbologia por ser a cor chave, que em inglês é key. Este sistema de cores é utilizado para todos os tipos de impressão, já que é composto por cores pigmento. O sistema de cores CMYK é considerado subtrativo, ou seja, é necessário remover cores para chegar ao tom pretendido. Podemos utilizar como parâmetro o preto que é composto pela mistura de todas as cores. Este sistema identifica as cores através do método reticulado meio tom, que é a transformação das massas de cores em malhas de minúsculos pontos. Isto é, a cor é aplicada ao substrato através de pontos que, ao se misturar, causam uma ilusão de ótica, fazendo com que o cérebro identifique as cores de acordo com os espaços e tamanho dos pontos. As telas ou retículas são o conjunto de pontos específicos de cada uma das quatro cores.

O preto no sistema CMYK O preto é uma cor formada pela mistura de todas as outras cores, e pode ser utilizado nos impressos com a combinação C

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Manual de Produção Gráfica 100 M 100 Y 100 K 100. Devido a sua composição dizemos que não é uma cor pura. Porém, esta pratica pode danificar alguns impressos, chegando a rasgar papéis, principalmente os de menor espessura. Outro ponto importante é que trabalhar apenas com o preto composto encarece a produção. Para evitar transtornos, aconselha-se o desenvolvimento dos arquivos com o preto puro (k 100), principalmente para vetores e textos, pois garante a qualidade final do material mesmo em substratos de menor gramatura. Utilize o preto chapado apenas para fundos e áreas grandes. Um fator interessante é que a pigmentação preta é a mais barata do mercado, diminuindo o custo de impressão.

Cores Especiais Também conhecidas como “spot colors” ou “pantone”, cores especiais não são o resultado da mistura CMYK. Elas são tintas únicas que permitem reproduzir a cor de modo fiel. A escala Pantone é um sistema de cor mundial que utiliza códigos para representar as cores. A escala não gera dúvida sobre os tons de azul, por exemplo, pois cada tonalidade de azul é representada por um código único. Às vezes, a cor Pantone pode ser impressa em CMYK. Nesses casos, existe uma composição CMYK equivalente à cor Pantone. As cores especiais são usadas quando desejamos produzir um material em apenas uma cor, ou quando o objetivo é reproduzir uma cor impossível de se imprimir no processo CMYK, como prateado, dourado, cores fluorescentes ou brilhantes. Um bom exemplo de cores especiais/spot são as cores fornecidas pela Pantone. As cores especiais também são utilizadas quando desejamos economizar em processos que utilizam uma ou duas cores no máximo. Quando imprimimos em CMYK, todos os custos de impressão (exceto papel) são multiplicados por quatro, são quatro chapas, quatro tintas, quatro passadas na máquina. Ao utilizarmos cores especiais, podemos combinar cores já prontas, assim, se precisarmos criar um cartaz roxo e laranja, por exemplo, ao invés de misturarmos quatro cores para chegar no resultado, usaremos apenas duas chapas e duas cores, reduzindo os custos pela metade.

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Introdução O uso de cores especiais também pode elevar os custos de impressão. Isso ocorre quando estas cores são usadas em conjunto com o processo CMYK. Quando você imprime um material totalmente colorido (CMYK), e precisa adicionar um detalhe prateado ou dourado, ou precisa reproduzir um logotipo em uma cor especial, a gráfica precisará usar uma chapa extra para isto, além de precisar limpar o equipamento para a utilização da nova cor, aumentando assim o tempo de produção, o trabalho, e os custos.

RGB Na luz branca há três cores predominantes: vermelho, verde e azul (Red - Green - Blue). Tais cores geram o modo RGB, que quando divididas em 255 níveis, podem gerar mais de 16 milhões de cores. O modo de cor RGB é usado principalmente para a produção de arquivos destinados à mídia digital (telas e monitores). Programas para bitmap utilizam o modo RGB como padrão para representação dos pixels. Por ser luz e não tinta, o RGB não pode ser usado para impressão. Ao converter uma imagem de RGB para CMYK, sempre haverá certa perda na fidelidade de cor, pois o RGB tem um número muito superior de combinações de cores.

CMYK vs RGB O padrão de sistema CMYK é empregado em impressões, enquanto o padrão de sistema RGB é empregado em monitores e televisões. O espectro de cores CMYK é significantemente menor que o espectro RGB. Por esta razão, muitas cores que vemos no monitor não podem ser reproduzidas em um material impresso. A principal causa desta diferença é que o sistema RGB é composto por cor luz, enquanto o CMYK é composto por cor pigmento.

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A variedade de processos de impressão é muito grande. Entender como funcionam e o que fazem cada um desses processos é essencial para quem deseja obter o resultado esperado e um serviço de qualidade. Por isso, neste capítulo serão expostos os 16 principais processos de impressão, utilizados desde os tempos mais remotos da imprensa até os dias de hoje. Cada processo de impressão contém suas particularidades e este capítulo consistirá na explicação delas. Desde as impressões em pedra e madeiras, impressões sem uso de tinta até as mais novas técnicas de impressão em diversas matrizes, não apenas o papel.


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XILOGRAVURA

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x ilogravura é de provável origem chinesa, sendo conhecida desde o século VI. No ocidente, ela já se afirma durante a Idade Média. No século XVIII duas inovações revolucionaram a xilogravura, a chegada à Europa das gravuras japonesas coloridas, que tiveram grande influência sobre as artes do século XIX, e a técnica da gravura de topo criada por Thomas Bewick. Com a invenção de processos de impressão a partir da fotografia, a xilogravura, que é muito popular na região Nordeste do Brasil, passou a ser considerada uma técnica antiquada. Xilogravura ou xilografia significa gravura em madeira. Nessa técnica, o artesão utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho, deixando em relevo a parte que pretende fazer a reprodução. Em seguida, utiliza tinta para pintar a parte em relevo do desenho. Na fase final, é utilizado um tipo de prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou outro suporte. Um detalhe importante é que o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o que exige um maior trabalho ao artesão. Existem dois tipos de xilogravura: a xilogravura de fio e a xilografia de topo que se distinguem através da forma como se corta a árvore. Na xilogravura de fio (também conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido do crescimento, longitudinal; na xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é cortada no sentido transversal ao tronco.

Arte executada através da xilogravura

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Processos de Impressão

Matriz de madeira da xilogravura

SERIGRAFIA Serigrafia tem suas origens em estampas e gravuras da dinastia, por volta de 960 e 1.279 dC. Mais tarde, no século XV, os japoneses passaram a utilizá-la para transferir desenhos à tecidos de seda. Este processo chegou no Ocidente no final do século XVIII, mas só foi comercialmente utilizado no século XX, quando a malha de seda tornou-se mais acessível, possibilitando seu uso de forma lucrativa. Foram os europeus que utilizaram o processo de serigrafia pela primeira vez para impressão em papel de parede, feito de linho, seda e outros tecidos finos. Com a expansão do mercado, a técnica tornou-se mais refinada e hoje é considerada uma tecnologia industrial valiosa. Esta é uma técnica de impressão muito versátil e permite obter uma grande variedade de resultados. Os tons sutis com características de aquarela, por exemplo, bem como reproduzir a densidade e riqueza de cores da pintura a óleo.

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Manual de Produção Gráfica A serigrafia é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. A tela (Matriz serigráfica), normalmente de poliéster ou nylon, é esticada em um bastidor (quadro) de madeira, alumínio ou aço. A “gravação” da tela se dá pelo processo de fotossensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotossensível é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz+fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotossensível que foi exposta a luz. A serigrafia é muitas vezes utilizada para impressão de itens de produção em massa como camisetas, cartazes e canecas. Sua grande vantagem é a qualidade e durabilidade. Além disso, é um processo relativamente simples, no qual é usada uma tela que transfere a imagem colorida para o tecido ou qualquer outra superfície onde se deseja imprimir a mensagem.

Matriz serigráfica com a tinta (Créditos: Shutterstock)

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Processos de Impressão

TALHO DOCE OU INTAGLIO Talho Doce foi inventado na Alemanha por volta de 1430. Técnicas de gravura já tinham sido usados pelos ourives para decorar objetos de metal, incluindo armaduras, instrumentos musicais e objetos religiosos desde os tempos mais remotos, e a técnica de Niello, que era usada para preencher os cortes no metal para dar uma cor contrastante, também remonta à antiguidade - os Egípcios são creditados como os inventores da decoração em Niello. Por sua sofisticação e precisão, essa técnica ainda hoje é utilizada na produção de papéis moeda e de segurança. No processo do talho-doce, também conhecido como intaglio ou calcografia, o artista sulca com um buril, na chapa de metal (cobre, alumínio ou zinco), as linhas do desenho a ser reproduzido. A seguir, preenche os sulcos com tinta grossa, aquece a chapa e retira o excesso de tinta. A chapa é então recoberta com uma folha de papel úmido e com uma faixa de lã ou feltro, para que a impressão saia toda igual. Esse conjunto é introduzido numa prensa e pressionado. O papel penetra nas linhas rebaixadas, recebendo tanto mais tinta quanto mais profundo for o sulco. Aí reside uma das diferenças entre a xilografia e a gravura em metal: enquanto na xilogravura o desenho no papel representa a superfície em relevo da matriz, na gravura em metal são os sulcos na chapa metálica que ficam gravados no papel.

Chapa de metal sendo gravada

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TIPOGRAFIA A tipografia clássica baseia-se em pequenos blocos de metal, chumbo ou madeira com relevos de letras e símbolos — os tipos móveis. No século XV, o alemão Johannes Gutenberg desenvolveu os tipos móveis em metal e aperfeiçoou a prensa tipográfica. O conceito básico de Gutenberg foi o da reutilização dos tipos para compor diferentes textos. Mostrou-se eficaz e é utilizada até aos dias de hoje, constituindo a base da imprensa durante muitos séculos. Essa revolução que deu início à comunicação em massa, permanece viva nas formatações, estilos e grafias, apesar do advento dos computadores e da edição eletrônica de texto. O sistema tipográfico de impressão consiste na montagem de uma matriz em alto relevo com pequenos blocos e cada bloco representa um caractere. Essa matriz é, então, banhada de tinta por um sistema de distribuição entre vários rolos. A tinta é posta no tinteiro, que por sua vez banha o rolo principal. Esse irriga outros dois rolos menores colocados em um trilho. Quando a prensa com a matriz levanta, o trilho desliza por debaixo dela, e os rolos lhe transferem a tinta. Quando a matriz abaixa, carimba o papel corrente efetuando a impressão.

Primeira prensa tipográfica

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Processos de Impressão

Caixa de tipos móveis (Créditos: Leo Drummond)

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ROTOGRAVURA O primeiro projeto de uma máquina com matriz de impressão apresentando o grafismo em baixo gravado, foi patenteada em 1784 por Thomas Bell. Porém, o primeiro projeto de um equipamento rotativo de impressão a utilizar deste tipo de processo data de 1860, e deve-se a Karl Klic, que é considerado o pai da rotogravura. Trata-se de um processo de impressão direta, cujo nome deriva da forma cilíndrica e do princípio rotativo das impressoras utilizadas. O processo de impressão rotogravura é chamado também de processo em baixo relevo, porque a imagem na matriz é um baixo relevo em relação à superfície do cilindro. O princípio da impressão de rotogravura consiste na gravação de pequenos alvéolos na superfície de um cilindro metálico revestido com cromo. Esse cilindro gira dentro de uma banheira com tinta líquida. A tinta então é raspada da superfície do cilindro deixando uma quantidade suficiente dentro desses minúsculos furos ou alvéolos. O substrato a ser impresso (papel, alumínio ou plásticos) é pressionado por um rolo de borracha contra a superfície do cilindro. Então a tinta sai de dentro dos alvéolos e é transferida para a superfície do material que está sendo impresso. A secagem é quase que instantânea da tinta. O sistema rotogravura difere-se dos outros métodos pela necessidade de que todo original tenha de passar por um processo de reticulagem, incluindo o texto. É indicado para impressão de grandes tiragens em alta velocidade, com a vantagem de se obter impressos de qualidade sobre suportes menos nobres.

Cilindro gravado pronto para a impressão (Créditos: Roto Master India)

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Processos de Impressão

LITOGRAFIA A litografia foi descoberta no final do século XVIII por Aloys Senefelder (1771-1834), dramaturgo da Bavária, que na procura de meios de impressão para seus textos e partituras, acabou por inventar um processo químico que permitia uma impressão mais econômica e menos morosa que os procedimentos gráficos da época. A litografia é um processo de gravura em plano, executada sobre pedra calcária (chamada pedra litográfica) ou sobre placa de metal (em geral, zinco ou alumínio), granidas e baseado no fenômeno de repulsão entre as substâncias graxas e a água, usadas na tiragem, o qual impede que a tinta de impressão adira às partes que absorvem a umidade, por não terem sido inicialmente cobertas pelo desenho, feito também a tinta oleosa. Ao contrário das outras técnicas da gravura, a litografia é planográfica, ou seja, o desenho é feito através da gordura aplicada sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz, como na Xilogravura e na gravura em metal. A litografia foi usada extensivamente nos primórdios da imprensa moderna no século XIX para impressão de todo tipo de documentos, rótulos, cartazes, mapas, jornais, dentre outros, além de possibilitar uma nova técnica expressiva para os artistas.

Obra produzida com a técnica litográfica (Créditos: Jornal USP)

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FLEXOGRAFIA A impressão em flexografia foi apresentada em 1890 por Bibby Baron & Sons de Liverpool como um modo de imprimir materiais de embalagens não permeáveis. Mas só em 1952 se começou a usar o termo flexografia. É um sistema de impressão de relevo, rotativa, com clichês plásticos e tintas fluidas de secagem rápida. A área a ser impressa está em relevo, quando a superfície é entintada, a área ao redor, sendo mais baixa não recebe tinta e, portanto não imprime. A tinta é transferida do clichê diretamente para o suporte, conhecido como filme de embalagem flexível e comumente utilizado em embalagens de produtos. A chapa de impressão é flexível e pode ser montada sobre os cilindros de chapa com fita adesiva. Pode imprimir sobre papel, celofane, polipropileno, folhas metálicas e plásticos. No caso de termoplásticos é praticamente usado em flexíveis, tais como sacos e sacolas plásticas.

Matriz plástica utilizada na impressão flexográfica (Créditos: Asahi Products)

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Processos de Impressão

IMPRESSÃO OFFSET A impressão offset foi desenvolvida a partir da litografia, técnica inventada pelo alemão Aloys Senefelder. Na litografia, a impressão era direta, com o papel tendo contato direto com a matriz, já na offset, a impressão é indireta, em que a matriz não tem contato com o suporte que vai receber a imagem. Por isso, o nome de offset que seria fora de sede, fora do lugar devido. O offset é um sistema de impressão do tipo planográfico, no qual os elementos de imagem estão gravados sobre uma superfície macroscopicamente plana. O princípio básico da impressão offset é a incompatibilidade recíproca entre a água e substâncias gordurosas, de modo que as zonas impressoras sobre a fôrma atraem a tinta gordurosa (lipófilas) e repelem a água, e as zonas não-impressoras fazem o contrário (hidrófilas). Basicamente a impressão offset se dá em 3 ou 4 passos: geração de um fotolito a partir de um arquivo digital; a gravação da chapa metálica que servirá de matriz de impressão; passagem da imagem para a blanqueta e finalmente, passagem da blanqueta para o papel. A impressão offset é o processo mais utilizado na impressão comercial e na indústria gráfica. Nesse processo, as impressoras podem ser planas ou rotativas. Isso quer dizer que pode utilizar folhas soltas (planas) ou bobinas de papel (rotativas). O sistema de bobinas, por exemplo, é utilizado na indústria da produção de jornais por ser muito mais rápido – em média 30.000 cópias por hora – porém a qualidade é menor que nas impressoras offset planas, que por sua vez são mais usados para imprimir cartazes, livros, folhetos e folders. Existem também impressoras rotativas de alta qualidade, disponíveis apenas em gráficas muito grandes e usada principalmente para impressão de revistas de alta tiragem.

Sistema de cores CMYK utilizada nas imspressões offset

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Manual de Produção Gráfica

Impressora offset plana

Impressora offset rotativa

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Processos de Impressão

IMPRESSÃO OFFSET SECO A impressão offset seca não utiliza um mecanismo umedecedor. A área de contragrafismo é feita de uma borracha de silicone, que repele a tinta sem precisar de água. Como não é necessário obter o equilíbrio correto entre água e tinta, esse método requer menos tempo de preparação. Há baixo ganho de ponto e o processo é menos agressivo ao meio ambiente, uma vez que não há uso e descarte de produtos químicos na solução umedecedora. A secagem é feita por raios UV. Entretanto, na ausência da água, a temperatura da tinta nos rolos precisa ser mantida a um nível baixo, o que exige tintas especiais e ajuste de impressora. O uso do offset seco deve crescer com o desenvolvimento da tecnologia e o reconhecimento de suas vantagens ao meio ambiente.

Impressões no offset seco

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Manual de Produção Gráfica

IMPRESSÃO OFFSET DIGITAL É a impressora off-set cuja chapa, pré-montada no cilindro da chapa, é copiada a partir de dados digitais sob o comando de um computador. Ela elimina algumas etapas, principalmente na geração de fotolitos. Na impressão off-set digital o fotolito não existe mais. As informações são gravadas direto na chapa (que vai na máquina). Ela possui as seguintes características: tem a possibilidade de encomendar somente a quantidade que o cliente necessita, reduzindo os custos. Mesma qualidade offset com a versatilidade e a agilidade das impressoras digitais. Ideal para médias e pequenas tiragens. Também pode ser feita personalizações em textos e imagens com dados variáveis e permite as mesmas variações de acabamento da offset convencional. Imprime frente e verso simultaneamente e separa trabalhos, facilitando o acabamento.

Conta fios, muito utilizado nas impressões offset

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Processos de Impressão

ROUTER Surgiu na década de 50 apenas como NC, e incorporado pelas indústrias como incentivo do governo dos EUA. É mais conhecido como um tipo de corte do que de impressão. Feita atualmente com uma máquina Router CNC, faz cortes em materiais semi rígidos. CNC é a sigla para Controle Numérico Computadorizado, e diz respeito ao controle das máquinas por meio de programação computadorizada. É a versão mais avançada do NC (comando numérico), que diferente do CNC, não necessitava de um computador, pois era feito com fitas ou cartões perfurados. Essas máquinas têm configuração de pórtico móvel, onde a ferramenta de corte se movimenta ao longo dos eixos X/Y/Z. O Router CNC é um equipamento que possui 3 eixos, sendo o controle desses eixos feito através de um computador. O programa precisa das informações sobre: material, corte, avanço dos eixos (X/Y) e passo vertical (Z). Os materiais podem ser: MDF, madeira, compensados, ACM (alumínio composto), plásticos, acrílico, PVC, PS (poliestireno), PP (polipropileno), PEAD (polietileno ou alta densidade).

Máquina de router trabalhando com madeira

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PLOTTER ELETROSTÁTICA Os plotters surgiram com a necessidade de Engenheiros, Arquitetos, Cientistas e Técnicos tinham de obter impressões confiáveis e precisas, das quais poderiam se “extrair” medidas ou distâncias, por exemplo, com uso de escalímetros. Os primeiros plotters, utilizavam canetas, ou penas, como eram mais conhecidas. Nos anos 70, os plotters a pena eram a única forma de obter uma impressão de alta resolução e precisão. A impressão plotter gera imagens a partir de um padrão de pontos em papel com revestimento especial. Podem ser até 50 vezes mais rápidas que as plotadoras de penas, porém com custo maior. Suas vantagens em relação a plotter de jato são a maior definição dos impressos e a maior velocidade dos equipamentos. A plotter eletrostática é empregada para a produção de projetos em grandes formatos que exigem maior qualidade de resolução das imagens (em geral até 400 dpi) e, principalmente, grande resistência a intempéries. É utilizada também para a confecção de painéis gigantes de publicidade fixados em laterais ou fachadas de prédios, com imagens com mais de 400 dpi, letreiros, banners, entre outros.

Impressora plotter (Créditos: HP)

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Processos de Impressão

TAMPOGRAFIA A impressão através da tampografia começou a ser utilizada na Alemanha em meados de 1970. O termo “tampão”, do alemão gótico tappa, que significa tampar, ou tampon, termo francês que é o aumentativo de tampa, mais a palavra “grafia”, que significa escrita, originaram o termo tampografia, impressão por meio de um tampão. Trata-​­se de um processo de impressão indireta, ou seja, a tinta não é aplicada diretamente ao suporte (produto), mas sim transferida para uma superfície in­ter­me­d iá­r ia que será responsável pela aplicação da tinta no suporte. É considerado ainda um sistema encavográfico, o que significa que a forma de impressão, onde o grafismo a ser reproduzido é gravado, está em baixo relevo. Nesse sistema, a tinta é depositada sobre a forma e um tipo de lâmina retira o excesso para que ela se mantenha somente nas ­­áreas gravadas. A tampografia tem como sua principais vantagens a altíssima qualidade de impressão e a possibilidade de impressão em superfícies irregulares, côncavas, convexas e em degraus. É geralmente aplicada para impressão em peças fabricadas em plásticos, metais, vidros, madeiras, couro, etc. Sendo utilizado em diversos segmentos da indústria tais como: eletrodomésticos, eletroeletrônicos, brinquedos, autopeças, embalagens e peças técnicas.

Máquina de impressão tampográfica

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TERMOGRAFIA A impressão termográfica é uma técnica que é usada em materiais impressos que exigem relevo com uma aparência natural. É frequentemente usada em convites de casamento, papel timbrado, cartões de visita, papel de embrulho, embalagens e também pode ser usado para imprimir texto em braille. A impressão termográfica tem 3 fases. A primeira fase do processo consta em aplicar um pó de gravação, feito a partir de resinas de plástico, com o substrato (normalmente papel). As áreas selecionadas para a impressão em relevo são impressas com tintas de secagem lenta que não contêm secadores ou endurecedores para que permaneçam molhadas durante a aplicação de pó. Esta tinta é seca e endurecida depois durante o processo de aquecimento. A segunda parte do processo é um sistema de vácuo que remove o excesso de pó de áreas sem tinta do substrato. A terceira secção do processo consiste em transformar o produto através de um forno radiante, onde é exposto a temperaturas de 900 a 1300 graus Fahrenheit. Através da condução do papel, a temperatura aumenta rapidamente e o pó começa a derreter. Quando o processo é ajustado corretamente, a tinta derretida solidifica e o produto esfria.

Impressão termográfica em convite

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Processos de Impressão

IMPRESSÃO U.V A Impressão UV é um processo de impressão ecológico, de alta qualidade e mais durável do que a impressão digital convencional. Esse tipo de impressão permite eficiência, alta qualidade de impressão, rendimento de tinta e não seca na tela ou no equipamento, resultando em alta produtividade. Além disso, não é inflamável, reduz o espaço físico do processo gerando custos menores, é classificada como uma tecnologia limpa, pois não evapora solventes durante seu processo de secagem e cura, melhorando assim o ambiente de trabalho no quesito saúde ocupacional. Esse tipo de impressão proporciona elevadíssima estabilidade e fidelidade das cores durante o processo de produção, tem melhor custo benefício e menor custo de energia em relação aos sistemas térmicos de secagem convencionais. A secagem das tintas convencionais se dá pela evaporação do solvente e não emite substâncias químicas no ar, não agredindo o meio ambiente e melhorando o ambiente de trabalho. Na impressão UV, a secagem é feita instantaneamente pela emissão da luz ultravioleta sobre a tinta, imediatamente após a sua impressão. O processo de impressão UV pode ser aplicado em diversos substratos como papel, vinil adesivo de PVC, polietileno, poliestireno, polipropileno, alumínio, couro, derivados de PU, lonas e vidros (lisos ou jateados).

Impressão UV na produção de placas (Créditos: Viniltec)

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IMPRESSÃO DIGITAL Foi no início da década de 90 que se começou a falar de impressão digital. A digitalização do processo de pré-impressão criou a possibilidade única de produção dentro da rede, integrando todas as fases da cadeia gráfica. Na produção gráfica, a impressão digital é um método de impressão no qual a imagem é gerada partir da entrada de dados digitais direto do computador para a impressora de produção. O conceito de Impressão Digital é amplo e vem se modificando ao longo do tempo. Grandes mudanças no hardware é que proporcionam novas e inúmeras possibilidades da impressão digital. Entretanto, basicamente toda estrutura de software e padronizações utilizadas atualmente nos processos convencionais de impressão, migraram para a impressão digital sem grandes modificações, já que foram desenvolvidos para sistemas computadorizados e, portanto, digitais. Todavia, novas tecnologias de software vem se juntar aos já existentes, criando novos conceitos de negócios. Pode-se considerar um impressão digital, qualquer equipamento que registre sobre papel, ou outro suporte, as informações recebidas de um computador na forma de dados digitais sem que haja necessidade de gravar qualquer tipo de matriz para transferência dessas informações. Geralmente, as impressões digitais são feitas em gráficas rápidas, que utilizam as impressões a laser, a jato de tinta, a cera. A impressão digital tem como sua principal vantagem a rapidez e a qualidade.Porém, apresenta uma perda considerável na qualidade de cor de impressão, e muitas vezes o custo não compensa, uma vez que o papel digital é muito mais caro que o usado na impressão offset. Outra desvantagem está na pouca variedade de tipos de papel que a impressão digital tem a disposição, enquanto que a impressão offset possui uma variedade quase que infinita a disposição. Para poucas quantidades, a impressão digital é mais interessante, mas para uma quantidade maior não é financeiramente viável.

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Processos de ImpressĂŁo

ImpressĂŁo digital

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Acabamentos gráficos são imprescindíveis para a obtenção de uma peça gráfica com qualidade. São tão importantes e específicos que existem empresas gráficas especializadas nesse segmento e muitas gráficas preferem enviar o material impresso para essas indústrias especializadas, a fim de obter um melhor resultado. O tipo de acabamento mais comum é o refile ou corte, mas existem muitos outros acabamentos que são opcionais e que podem fazer com que o impresso ganhe muito mais destaque. Neste capítulo serão destacados alguns desses acabamentos, como a laminação, os vernizes, encadernações, entre outros.


Manual de Produção Gráfica

A

cabamento gráfico é o processo em que o material, já impresso, é finalizado. Os recursos de acabamento gráfico podem transformar um simples impresso em um folheto de apresentação muito chamativo. Muitos recursos podem ser utilizados, de aplicação de verniz à dobras e cortes especiais. Esse é também um processo que exige total atenção do profissional, já que pode estragar todo o lote de impressão. Se uma laminação for mal aplicada sobre um material que seguiu rigorosos padrões de produção, não há como reverter a situação a não ser pela reimpressão, por conta disso, todo o cuidado é pouco. O processo de acabamento gráfico é tão importante e específico que existem empresas gráficas especializadas nesse segmento. E muitas gráficas preferem enviar o material impresso para essas indústrias especializadas, já que o maquinário de acabamento gráfico é complexo e exigiria aumentar fisicamente o parque de impressão.

REFILE Refile é, sem dúvidas, o acabamento mais comum utilizado nos impressos, principalmente em panfletos, folhetos e cartão de visita. É caracterizado pelos “cortes” feitos no papel, responsáveis por deixar o impresso no formato final. Apesar de um acabamento básico, é essencial para a qualidade final do impresso, seja ele um cartão de visita, um folder ou um catálogo. Apesar de simples, o refile é extremamente necessário e influencia diretamente na qualidade final do material. Um refile mal feito pode acarretar em bordas brancas, perda de informações importantes e uma sensação de “aspereza”, principalmente em papéis de gramatura maior como os utilizados nos cartões de visita e cartão postal. O refile tem como suas principais funções: • O corte linear, para deixar as folhas mesmo tamanho antes da impressão, pois as folhas podem apresentar formatos diferentes e o refile é utilizado para igualá-las. • Eliminar margens e marcas de impressão, como a marca de corte.

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Acabamentos • Determinar o formato final do impresso, já na etapa final da produção. • Em impressos paginados, para “abrir” os cadernos após eles serem formados pela dobradura da folha de entrada.

Impressos sendo refilados (Créditos: Gráfica e Editora Positiva)

CORTE ESPECIAL Embora o refile seja também um corte, este termo é utilizado para aqueles impressos que necessitam de lâminas específicas que não podem ser produzidos nas guilhotinas comuns. Em geral, o corte especial é muito usado na confecção de embalagens, que necessitam de cortes específicos que para a produção das abas e de todo o fechamento que a embalagem necessita. Pode ser usado também como recurso expressivo para a valorização de layouts, inclusive com a inclusão de formas vazadas no papel, como por exemplo, em cartões de visita, folders e cartazes. Trata-se de um acabamento caro, pois é necessária a fabricação de uma lâmina de aço com o formato desejado, e único, que é fixada sobre um suporte de madeira: a faca de corte. A lâmina atua por pressão sobre os impressos, realizando o corte desejado simultaneamente sobre várias unidades.

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DOBRADURAS Há atualmente diversas máquinas multifuncionais que realizam vários tipos de dobras, sendo as mais comuns as paralelas (viradas para o mesmo lado), as sanfonadas (viradas para lados diferentes, alternadamente) e as cruzadas (uma dobra sobrepõe a outra, ortogonalmente). Alguns outros exemplos são as páginas desdobráveis, em que para abrí-las, o painel extra é estendido horizontalmente. A folha deve ter um tamanho ligeiramente menor do que o da publicação para caber confortavelmente em cima. Outra muito conhecida também é a dobra-janela, que é uma folha com quatro painéis disposta na publicação de modo que os painéis da esquerda à direita sejam dobrados para dentro e se juntem na lombada sem se sobreporem.

VINCAGEM O processo de vincagem é considerado simples. O vinco é um sulco aplicado ao papel para facilitar seu manuseio ou a realização de dobras. Ele é geralmente utilizado em capas de brochuras com lombada quadrada, localizado próximo à lombada, permitindo a abertura da capa sem forçar o papel, evitando que o papel dobre ou estrague. Também é muito usado em papéis de maior gramatura, principalmente quando a localização da dobra é transversal à direção das fibras. O vinco é produzido num equipamento próprio, com uso de uma lâmina arredondada de aço que pressiona o papel.

ENCADERNAÇÃO Em geral é a última etapa do acabamento de impressos paginados e é de extrema importância. As escolhas de encadernação tem influência grande e direta na durabilidade de uma publicação. Por exemplo, a encadernação com costura ou a encadernação com cola são métodos mais duráveis do que a encadernação sem costura, mas em contrapartida, tem um custo mais elevado.

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Acabamentos As revistas populares têm uma vida útil curta e por isso costuma-se utilizar a encadernação grampeada ou sem costura, pois são técnicas mais baratas, cuja durabilidade não é relevante para o formato. Se uma publicação será constantemente consultada, como os manuais, por exemplo, a encadernação com garra inglesa ou a encadernação com espiral são as mais apropriadas. As encadernações podem ser classificadas em cinco tipos: • Canoa (ou dobra-e-grampo, ou encadernação a cavalo): É a forma mais simples, rápida e barata para a confecção de brochuras. Os cadernos são encaixados uns dentro dos outros, sendo reunidos por grampos na dobra dos formatos abertos. • Lombada quadrada (ou brochura sem costura): Utilizando adesivo térmico (hot melt), dá uma aparência um pouco mais sofisticada, por criar uma lombada. Na lombada quadrada são eliminadas as dobras do formato aberto, ficando as folhas soltas. Muito utilizada em revistas mensais e adequada para volumes entre 40 e 200 páginas com pouco manuseio (rompimento do adesivo, “quebra” da publicação). • Com costura e cola: As folhas de cada caderno são unidas por costuras na dobra do formato aberto e só então os cadernos são reunidos, lado a lado, com o uso da cola. Mais resistente (manuseio) e de custo maior, adequada para impressos com mais de 200 páginas (múltiplos de quatro), que exijam apresentação mais nobre. • Com tela: De maior custo e o mais resistente de todos, esse tipo de encadernação inclui, além da costura, a aplicação de uma tela para reunir todos os cadernos, juntamente com a cola. Usado em edições de luxo e em volumes grandes destinados a intenso manuseio (dicionários, bíblias etc.). Número de páginas múltiplo de quatro. • Mecânica: Relativamente barata, consiste na reunião das páginas pelo encaixe dessas em acessórios plásticos ou metálicos por meio de furos. É o caso dos espirais, wire-o, grampo pasta-arquivo, pasta arquivo etc. No layout é preciso prever uma margem interna maior, para que as áreas impressas não sejam perfuradas.

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HOT STAMPING Processo relevográfico que consegue obter efeito semelhante ao de uma impressão em metal (ouro, prata e outras tonalidades), tanto em relação à coloração quanto ao brilho e à textura. Tem como matriz (apenas traço) um clichê que é pressionado contra o suporte em altas temperaturas. Consiste na aplicação de detalhes metálicos nos impressos, como o dourado e prata. Porém as cores não se limitam aos dourados e prateados, já que diversas opções estão disponíveis no mercado. Além dos metalizados, também existem alguns acabamentos simulando holografias, padrões gráficos, entre outros. Sua aplicação tende a conferir um aspecto nobre, sofisticado, mas não é recomendada para a impressão de elementos muito detalhados, como efeitos, contornos e sombras, e letras serifadas em tamanhos muito pequenos, devido à baixa definição obtida.

RELEVO AMERICANO Impressão tipográfica cujo resultado produz uma textura espessa, com efeito tátil. Por definição, este é um tipo de impressão de imagens e textos em relêvo com a utilização de calor. Seu princípio básico consiste na cobertura de uma fina camada de tinta úmida com um pó termoplástico que, quando aquecido, torna-se um líquido homogêneo. No resfriamento, o líquido solidifica-se para deixar um acabamento em relevo sólido sobre a área impressa. Este processo, que é muito utilizado na produção de convites e catálogos, tem como uma característica o seu preço elevado, por conta de todas as fases de sua produção e sua capacidade de alta definição.

REVESTIMENTOS • Plastificação: Seu principal objetivo é o aumento da durabilidade do impresso, por conta disso, muito usado em capas, catálogos, cardápios, e antigamente nos documentos particulares como Identidades e Título de Eleitor.

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Acabamentos O papel já impresso, sobre o qual é aplicada por calor e pressão o para ser feita a plastificação, recomenda-se ter entre 120 g/ m² à 500 g/m², devendo ser feito com muito cuidado pois pode causar enrugamento e o surgimentos de bolhas de ar entre a plastificação e o papel. A plastificação não é recomendável no caso do uso de tintas metálicas, como quinta cor ou hot stamping, e de papéis ásperos com grandes chapados, já que pode ocasionar em problemas no momento da impressão. • Laminação fosca: Este recurso com o objetivo e efeito semelhante ao da plastificação, porém com maior aderência. A laminação fosca tem sido largamente utilizada por propiciar um acabamento discreto, resistente, elegante e de baixo custo. Tende a diminuir a vivacidade das cores e prejudicar a definição de elementos pequenos e detalhados, como letras abaixo de corpo 8.

VERNIZES É um recurso muito usado para melhorar a qualidade dos impressos, proporcionando o brilho, a lisura e o avivamento das cores, e ao mesmo tempo aumentar a resistência a luz e calor. Existem várias formas de aplicação do verniz no material, podendo ser aplicado em todo material, ou como na aplicação em alguns detalhes, quando o verniz é colocado em áreas como fotos ou textos, dando um ar mais sofisticado e fino ao impresso. Existem 3 tipos de vernizes: • Verniz de máquina (verniz offset): É o mais barato e é caracterizado por ser uma impressão adicional realizada com a matriz semelhante à usada na impressão das tintas desse mesmo impresso. Esse verniz causa amarelamento e tem baixa resistência, porém é um recurso mais barato, simples e rápido. • Verniz de alto brilho: São usados principalmente para capas, cartazes e folhetos refinados. Seu uso é cada vez mais raro, já que a plastificação

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Manual de Produção Gráfica tem a mesma função com menor custo e maior rapidez, porém não possui a mesma qualidade. A aplicação deste tipo de verniz exige equipamento próprio, sendo muitas vezes necessária a terceirização. • Verniz UV: Necessita de equipamento apropriado, com matriz específica de alto custo e estufa de luz ultravioleta. É um recurso considerado top de linha por sua durabilidade e por seu efeito de altíssima qualidade. O verniz UV é muito utilizado tanto em alguns elementos gráficos, impressos sobre papel, dando lhes destaque, ou como uma forma de impressão sobre fundo chapado, “criando” a imagem apenas pelo brilho e textura do verniz.

Aplicação de de verniz UV localizado

EFEITOS SOBRE O PAPEL • Relevo seco: Recurso idêntico à impressão em relevo americana, porém sem o uso de impressões. A imagem é formada apenas pelo relevo obtido por pressão da matriz e contramolde. O processo de relevo seco utiliza um conjunto de clichês macho-fêmea sob pressão para gravar uma imagem no papel. Em papéis mais grossos, como papelão utilizado em encadernação de capas-duras, pode-se conseguir o mesmo efeito com a utilização de apenas um clichê.

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Acabamentos

• Gofragem: O processo de gofragem é uma forma de texturizar papéis lisos. Envolve uma matriz em alto relevo, montado sob o suporte a ser estampado, e uma contra-matriz em baixo relevo que se encaixa à primeira, e após pressionadas uma contra a outra produzem uma imagem em alto-relevo no suporte. Pode ser feita a quente ou a frio e não se utiliza de tinta. • Serrilhado: Pequenos cortes na folha de papel ajustados e utilizados para a produção de itens destacáveis, como canhotos e cartões-resposta. Também utilizado como etapa preliminar para dobraduras em papéis de alta gramatura. • Picotes: O picote consiste numa perfuração do papel de maneira que os pequenos furos, lado a lado, formem uma linha. Seu destacamento costuma ser mais eficaz do que o serrilhado. Também utilizados para itens destacáveis.

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Muitas vezes, você passa muito tempo ajustando sua arte e a deixa perfeita no computador, mas na hora da impressão o resultado obtido não condiz com o projeto no computador. Neste capítulo serão apresentadas algumas dicas que precisam ser tomadas a fim de evitar esse tipo de problema, por meio do Checklist da impressão. O Checklist, como o próprio nome já diz, é uma lista com as principais questões que você deve considerar ao “terminar” de desenvolver a sua arte. Conferir o checklist evita transtornos envolvidos com a pré-impressão de sua arte. O resultado do impresso nas etapas de pré-impressão, produção e acabamento depende de forma direta da atenção aos itens.


Manual de Produção Gráfica

FORMATOS DE PAPEL

N

o processo de impressão offset o papel é o principal suporte de impressão. O papel pode possuir diversos formatos, gramaturas e texturas, havendo uma grande variedade de papéis. A série A do padrão ISO 216 é o mais comum no que diz respeito a formatos de folhas de papel e é baseado na razão √2. Como a razão entre a altura e a largura do papel são iguais à raiz quadrada de dois, quando por exemplo se unem duas folhas A4 obtém-se uma folha A3 com exatamente o dobro da área. Sendo assim, é possível imprimir uma folha A3 em uma folha A4 sem perda de proporção.

FORMATO ABERTO OU FECHADO A diferença entre “formato aberto” e “formato fechado” costuma gerar muita divergência durante o contato entre o cliente e a gráfica. De modo simples, o formato aberto é o material antes de receber acabamentos (principalmente a dobra). O formato fechado é o formato do material ao final da produção, após dobras e acabamentos.

A IMPRESSÃO CMYK Os principais processos de impressão utilizam o sistema de cores CMYK (Ciano, Magenta, Amarelo e Preto). Nesses processos, a cor é formada pelo método reticulado meio tom. Esse método faz uso de pequenos pontos (retículas) de cor para atingir as tonalidades possíveis variando entre diâmetro (tamanho) dos pontos e o espaçamento entre eles. Esse procedimento causa uma ilusão de ótica, fazendo com que o cérebro identifique as cores de acordo com os espaços e tamanhos dos pontos.

BITMAP Imagens e elementos ilustrativos são indispensáveis para uma boa peça gráfica e podem ser de dois tipos: vetor ou bitmap. O bitmap é um conjunto de pixels (pontos) que carregam uma in-

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Checklist formação de cor, e é formado pela união desses pixels. A resolução, em DPI, mede a qualidade e nitidez de um bitmap. DPI (“dots per inch”) significa “pixels por polegada”. Quanto maior o DPI da imagem original, maior a definição e qualidade dessa imagem.

SANGRIA & MARGENS Após o processo de impressão o material será cortado (“refilado”) no tamanho correto. Mas o corte pode sofrer uma variação de até 3mm. A forma correta de se lidar com essa variação é usar a sangria no documento. “Sangrar” significa fazer a arte ultrapassar o limite do formato final. Todo elemento que faz contato com as bordas (limites do material) deve ser sangrado, ultrapassando em 3mm a borda da página. Da mesma forma, deve-se adicionar uma margem de segurança interna de 3mm para impedir que informações importantes, como textos e logos, sejam cortadas.

VETOR Os vetores são formas que têm suas informações de cor, dimensões, linhas e curvas armazenadas em equações. Essas equações são traduzidas para desenhos e podem ter sua forma, cor ou tamanho alterados sem agredir sua resolução, pois não são formados por pixels.

CUIDADOS COM A TIPOGRAFIA A tipografia é sem dúvida um dos elementos mais importantes no design gráfico. Ter cuidados com a tipografia garante que sua mensagem seja impressa de modo claro e legível. Uma boa tipografia possui uma grande variedade de pesos e tamanhos.

BONECO (PROTÓTIPO) Como último passo antes de enviar seu arquivo à impressão, é recomendável a confecção de um boneco (protótipo) de seu

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Manual de Produção Gráfica material impresso. Um boneco é uma impressão simples, geralmente feita em casa, para avaliar erros de digitação, posição dos elementos, contrastes e ter uma visão de como o material ficará após a impressão

PLANEJAMENTO Ao realizar um trabalho impresso pense no processo inteiro, desde a sua criação, envio de arquivo, impressão, distribuição, local de distribuição, manuseio e descarte. A preocupação com o processo é a principal característica de uma arte-final bem realizada.

IMAGENS As imagens deverão estar entre 266 a 300 dpi em seu tamanho final, no espaço de cor CMYK. Resoluções menores irão gerar imagens serrilhadas com perda de detalhes. Evite usar imagens capturadas na internet, elas estão em baixa resolução e geralmente com qualidade comprometida devido à compressão JPG.

FONTES Fonte com corpo pequeno (menor que 12 pontos) contendo mais de uma cor de preenchimento pode dificultar o registro de impressão (possibilidade da dilatação natural do papel quando molhado pela tinta). O melhor é utilizar apenas uma cor em fontes pequenas. Todas as fontes devem ser anexadas ao arquivo (copiar somente fontes usadas no trabalho) em uma pasta específica de fontes.

TIRAGEM O objetivo da Triagem é ter a certeza de que os arquivos recebidos pela Pré-Impressão estão em condições de entrar em produção. O processo de Triagem foi desenvolvido para revelar

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Checklist problemas nos arquivos eletrônicos que possam ocasionar entraves na Pré-Impressão. Como uma etapa entre o ato de aceitar o arquivo e o de processá-lo, a Triagem pode encontrar uma série de obstáculos associados à preparação do arquivo, como sangria, formato, cores, imagens, fontes, etc. Apesar de não prevenir todos os problemas potenciais associados à saída dos arquivos digitais, a triagem permite ganho de tempo na solução de questões detectadas em etapas mais avançadas do processo, contribuindo para o cumprimento dos prazos de entrega. A melhor triagem é a feita ainda no cliente, antes mesmo do envio para a gráfica.

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Para solicitar um orçamento correto à uma gráfica são necessárias diversas informações e conhecimento sobre materiais e acabamentos. Neste capítulo exemplificaremos como é feita uma solicitação de orçamento para gráficas através do email e tudo que se deve conter nela. Quando você sabe o que está solicitando, pode economizar no preço, no prazo e ter qualidade melhor. Em muitos casos quando o material chega à gráfica é preciso parar para corrigir o orçamento, porque não foram dadas todas as informações necessárias. Na maioria das vezes, já foi dado o prazo de entrega e esta acaba atrasando ou o cliente não quer pagar o valor correto alegando não ter verba.


Manual de Produção Gráfica

P

ara fazer um solicitação de orçamento, recomenda-se que seja utilizada a linguagem técnica, que facilita o entendimento, por parte da gráfica, do que deve ser executado. A seguir, uma lista do que deve ser informado para a gráfica:

01. Descrição do material: um catálogo, folder, revista, livro, panfleto, etc. 02. Em seguida as medidas, sendo, geralmente, passada em milímetros: exemplo 297 mm x 420mm (Por padrão, sempre passar primeiro a medida da largura do impresso x altura) 03. O material será sangrado? 04. Indique a quantidade a ser impressa 05. Qual será o papel e a gramatura? 06. Cores de impressão, especificando quantas cores serão utilizadas em cada face do impresso. Exemplo: 4/4 ou 4/0 07. Quais acabamentos serão utilizados?

EXEMPLO

Email enviado as gráficas solicitando o orçamento

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Exemplo Aplicado

CONTRATE UM PROFISSIONAL E FIQUE SEGURO NESSE VERÃO

CONTATO: Telefone: (48) 3348-7007 fiscalizacao@crefsc.org.br www.crefsc.org.br/fiscalização

Uma face do folder orçado

Resposta à solicitação de orçamento

A partir da resposta à solicitação, escolhe-se a gráfica com o melhor custo/benefício e, após a confirmação de ambas as partes, os arquivos para a impressão são enviados. Percebe-se nesse caso, que a escolha por uma tiragem de 2000 exemplares é mais vantajosa, haja vista que o preço unitário para cada folder é quase metade da tiragem de 100 exemplares.

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GLOSSÁRIO A Arte - Qualquer projeto gráfico preparado por um artista, fotógrafo ou designer. Livremente falando, qualquer projeto a ser reproduzido.

B Bitmap - Imagem composta de uma matriz de pixels. É o padrão dos arquivos digitais de fotos, scans e tudo o mais que pode ser manipulado num editor de imagens. Bold - O mesmo que negrito; variação mais espessa ou grossa de um tipo. É uma das variações usuais encontráveis numa família de fontes. Bureau - Empresa que executa serviços de pré-impressão e, eventualmente, também impressão e produção gráfica.

Demonstração de imagem em bitmap

C Caractere - Símbolo que compõe uma tabela de codificação digital de arquivos (como a ASCII) ou fonte. Chapa de impressão - Folha de metal gravada com a matriz das páginas do caderno a ser impresso. Clichê - Placa de impressão de metal com uma imagem ou texto gravada em relevo.


Manual de Produção Gráfica CMYK - Espaço de cor cujas cores primárias são C (Cyan, ciano), M (Magenta) e Y (Yellow, amarelo), mais o canal adicional K (preto). É o mais usado em impressos de papel. Conta-fio - Pequena lente de aumento utilizada para examinar a qualidade dos pontos de uma retícula. O nome vem da sua anterior utilização por tecelões para averiguar a qualidade da malha produzida pelos teares.

Exemplo de conta-fio

D Diagramação - Distribuição, organização e layout de imagens e textos na página, normalmente seguindo um projeto gráfico. Direct-to-plate (direto para a chapa) - Processo de impressão em que uma imagesetter especial grava diretamente a chapa de impressão, dispensando o fotolito.

E Entrelinha (leading) - Distância que vai desde a base de uma linha de texto até a base da linha seguinte. O termo vem dos tempos dos tipos de chumbo e se refere à chapa de chumbo (lead) que fazia o espaçamento. Espessura - Distância entre as faces do papel. Para papéis da mesma composição, é proporcional à gramatura.

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Glossário

F Faca - Estampa com os contornos e dobras de uma peça gráfica, utilizada pela gráfica para fazer o seu recorte. Família - Na tipografia, é o conjunto completo de fontes de um determinado tipo, incluindo todas as variações de estilo da fonte (regular, itálico, bold, condensado, etc). Fonte - Arquivo contendo a informação necessária para a geração de todos os caracteres correspondentes a um tipo. A denominação completa de uma fonte tradicionalmente inclui sua família, variação e corpo. Fotolito - Filme transparente contendo em preto a imagem exata a ser impressa para cada uma das tintas. É gravado por processo óptico a laser numa imagesetter, se vier de um arquivo digital, ou por processo fotográfico, se for cópia de um original físico.

G Ganho de ponto (dot gain) - Efeito que se observa nas impressoras offset. É a tendência de os pontos da retícula crescerem por ação de agentes externos; quando não controlados, causam variações visíveis de tonalidade. Gramatura - Massa do papel por metro quadrado de superfície, expressa em gramas. Quanto mais alto o valor da gramatura, mais denso e/ou grosso é o papel. Grid (grade) - Quadriculado, utilizado para facilitar o alinhamento e posicionamento de objetos em programas.

I Imposição - Recurso para justaposição de páginas que permite a geração de fotolitos de acordo com o traçado estabelecido pela gráfica, eliminando o trabalho de montagem manual e reduzindo o tempo de trabalho na gráfica. A imposição é realizada programas especializados Impressora - Pode ter o sentido de “máquina que produz o impresso na gráfica” ou de “aparelho de pequeno porte para produzir provas na redação”. Itálico - O mesmo que grifo ou aldino. Variação de uma fonte em que a letra é inclinada para a direita, desenvolvida por tipógrafos italianos no século 15.

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Manual de Produção Gráfica

J JPEG (Joint Photographic Experts Group) - Comissão formada pelas entidades ISO, ITU-T e IEC, que originou o padrão universal de mídia digital com o mesmo nome. Estabelecido em 1991, ele foi projetado para comprimir imagens naturais coloridas e monocromáticas. Dependendo do fator de qualidade adotado, as compressões deterioram visivelmente a imagem, mas a degradação em fatores de compressão mais altos são imperceptíveis. Essa compressão só não é recomendada para imagens com fundos em degradês puros.

K Kerning - Ajuste de espaçamento entre pares específicos de letras que normalmente teriam espaçamentos incoerentes com o restante da fonte.

Exemplo do Kerning e Tracking em uma palavra

L Layer - Em bitmaps, é uma “camada” de imagem, à maneira de folhas de acetato pintadas. Cada camada pode ser, em relação ao que está debaixo dela, opaca ou transparente, e pode alterar suas cores como um efeito especial dinâmico. A manipulação de imagens quase sempre envolve trabalho com layers. Lineatura - Número de linhas de pontos de retícula por unidade de medida. Usado para específicar resolução de equipamentos eletrônicos no processamento de imagens. Pode ser

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Glossário LPI (linhas por polegadas) ou LPC (linhas por centímetro). Varia conforme a qualidade pretendida do trabalho, características da tinta e do papel etc. Lombada - Dorso da publicação, onde se encontram os grampos, colagens ou costuras. A lombada quadrada e a canoa constituem exemplos.

M Mancha - Espaço padrão ocupado pelas colunas de texto numa publicação. Marca ou linha d’água - Relevo de superfície estampado no papel usado em impressos de segurança (papel moeda, documentos etc.), a fim de dificultar a falsificação. Marcas de corte - Linhas espalhadas ao redor do trabalho que indicam onde serão feitos os cortes (linhas contínuas) e dobras/vincos (linhas tracejadas). Meio-tom - Em uma retícula, é a redução da imagem original de tom contínuo aos micropontos, que variam proporcionalmente em tamanho, forma e número por área. Quando impressos, esses pontos são “reunidos” pelos nossos olhos e restauram a visão dos tons originais. Miolo - Interior de uma publicação impressa, em oposição à capa. Mock-up (boneco) - Maquete de um produto, utilizado exclusivamente para produção fotográfica. Pode ser em escala ampliada ou reduzida. Moiré (pronuncia-se moarrê ou moarê) - Padrão de interferência criado pela justaposição de duas ou mais estruturas geometricamente regulares e repetitivas. Quando ocorre entre retículas de impressão, causa um efeito visual de “ondas” ou “ilhas” onde se esperaria uma cor chapada.

Efeito do meio-tom

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Manual de Produção Gráfica

O Overprint - Sobreposição de tintas correspondentes a objetos diferentes. O contrário de knockout.

P Paginação - O mesmo que diagramação. Paica - Unidade de medida tipográfica, equivalente a 1/6 de polegada ou 12 pontos. Peso - Em tipografia, é uma variação de um tipo em relação ao “normal” ou principal da família. Os pesos usualmente incluem Light, Medium, Bold, entre outros. Pixel - Componente básico de uma imagem digital bitmap. É uma pequena área retangular (quase sempre quadrada) à qual é atribuído um valor numérico descritivo da sua cor, conforme o espaço de cor usado. Ponto (pt) - Unidade padrão de medida tipográfica. Projeto gráfico - Normas de paginação e tipografia que definem visual e funcionalmente a publicação. Prova - Impressão experimental para checar o aspecto do trabalho enquanto ele está sendo executado. Pré-impressão - Nome genérico dado para as atividades executadas entre o final da produção de originais e a gravação das matrizes na gráfica. Produção gráfica - Processo de materialização das peças geradas no departamento de arte.

R Rasterização - Conversão de um arquivo de página ou ilustração digital em um bitmap, chamado raster image, que é o material reproduzido de fato na impressão. Registro - Marcas em cruz usadas para permitir a sobreposição exata das cores de impressão, nos filmes, nas montagens e na impressão. Resolução - Em imagens digitais, é a quantidade de pixels por unidade de medida; é expressa, geralmente, em PPI (pixels per inch). DPI (dots per inch) é um termo análogo a PPI para a resolução de saída (de impressoras e monitores), mas não para a imagem em si.

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Glossário Retícula - Decomposição dos tons contínuos da imagem em micropontos de meio-tom para a impressão pelos processos litográficos (offset, rotogravura). RGB (Red, Green, Blue) - Espaço de cor cujas primárias são R (vermelho), G (verde) e B (azul). Utilizado em monitores de computador, em TV e vídeo. Roseta - Efeito visual formado pelas retículas quando o resultado final de todas as inclinações está correto. Quanto maior a lineatura, mais difícil será de observar a roseta. Rotativa - Máquina de impressão que é alimentada por papel em bobinas, a altas velocidades. A máquina inclui um mecanismo para cortar e dobrar em cadernos a folha contínua imediatamente após a impressão, mais um aparelho para trocar as bobinas em pleno movimento.

Efeito roseta

S Sangria (bleed) - Um excesso proposital de área impressa que ultrapassa o limite da área de corte. Sua função é garantir que, após o refile do trabalho na gráfica, ele não apresente filetes. Serifa - Detalhe que complementa opticamente o desenho de um tipo; usualmente é um “pé” ou “nariz” nas - extremidades de cada letra. Tipos que contêm esses elementos são chamados “serifados” e são os mais comuns na composição de livros e textos longos.

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Manual de Produção Gráfica Spot Color (cor especial) - Separação produzida para imprimir com tintas especiais. Uma spot color é separada como uma cor pura, produzindo uma nova chapa. Geralmente utilizada para impressão de cores extras, que não são geradas pelo sistema CMYK - prata, ouro ou qualquer outra pertencente a uma escala diferente (Pantone, Hexachrome e outras).

T TIFF (Tagged Image File Format) - Formato de arquivo de imagens bitmap. Muito usado por scanners e programas de manipulação de imagens e paginação. Suporta RGB, grayscale e CMYK. Tinta - É formada pela combinação de resinas, solventes, pigmentos e aditivos. O pigmento dá a cor, o solvente a viscosidade, os aditivos o brilho, opacidade e consistência, e as resinas são responsáveis pelo transporte físico. Tipo - Desenho de um caractere tipográfico. O sentido original era “matriz de metal para um caractere dentro de uma fonte”. Toner - Tinta sólida, composta de partículas finas de pó que possuem características eletrostáticas e são atraídas eletromagneticamente. Utilizado pelas copiadoras e impressoras a laser. Trapping - Recurso presente nos programas de paginação e ilustração, que expande automaticamente os contornos das cores chapadas de planos sucessivos, causando uma pequena sobreimpressão na aresta de contato entre as cores. Sua função é evitar que, devido a um eventual erro de registro, surja um filete na transição das duas cores. Tratamento de imagem - Manipulação digital envolvendo ajustes de cor e correção de defeitos.

Tintas para impressão CMYK

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Glossário

U UCR (Undercolor Removal) - Método de separação que remove em maior ou menor grau as cores primárias (CMY) das áreas neutras escuras, compensando a diferença com a adição de tinta preta (K). Reduz os tamanhos dos pontos de retícula das três cores de escala das áreas neutras e compensa o aumento dos tamanhos dos pontos pretos. O mesmo tom escuro é reproduzido com muito menos problemas de trapping e registro. UCA (Undercolor Addition) - Método de separação que reforça as cores primárias (CMY) nas áreas neutras escuras, que são impressas pela tinta preta (K). Isso compensa o fenômeno de quando os tamanhos dos pontos de retícula amarelo, magenta e ciano são muito reduzidos pelo processo GCR. Sem UCA, as áreas escuras podem ficar mais claras do que o desejado. UV (Ultra violeta) - Radiação eletromagnética invisível, empregada em processos fotomecânicos de reprodução fotográfica, de cópia de chapas e matrizes de impressão.

V Vetor - Desenho geométrico, obtido através de uma fórmula matemática. A resolução de um desenho vetorial é limitada unicamente pelo dispositivo de saída, permitindo ampliação ilimitada sem perda de qualidade. Os arquivos vetoriais são relativamente pequenos em tamanho.

Diferença da ampliação de objetos em bitmap e vetor

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BIBLIOGRAFIA Origem da Escrita, Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/origem-escrita.htm> O surgimento da Escrita, Infoescola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/comunicacao/o-surgimento-da-escrita/> A origem do Papel, UNESP. Disponível em: <http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/Documentos/indice_origami_papel.htm> Como é feito o papel, Mundo Estranho. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/como-e-feito-o-papel/> Rotogravura, Gráfica Abril. Disponível em: <http://grafica.abril.com.br/rotogravura.php> Cores Especiais, Clube do Design. Disponível em: <http://clubedodesign.com/2016/02/producao-grafica-16-cores-especiais/> Características do papel para impressão offset, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/blog/caracteristicas-do-papel-para-impressao-offset> Cores CMYK no sistema de impressão, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/blog/cores-cmyk-no-sistema-de-impressao> Diferença entre RGB e CMYK. Disponível em: <https://www.designersbrasileiros.com.br/diferenca-entre-rgb-e-cmyk/> Sistemas de Impressão, Imprima por Menos. Disponível em: <http://www.imprimapormenos.com.br/blog/impressao/sistemas-de-impressao/>


Manual de Produção Gráfica Os processos de impressão e suas características, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/blog/os-processos-de-impressao-e-suas-caracteristicas> Impressão Tipográfica, Gráfica Mineira. Disponível em: <http://www.graficamineira.com/index.php/servicos/impressao-tipografica> O que é flexografia, Gravapac. Disponível em: <http://gravapac.com.br/o-que-e-flexografia/> Talho Doce, Contiplan. Disponível em: <http://www.contiplan.com.br/calcografia-talho-doce.html> Rotogravura, Tecnologia Gráfica. Disponível em: <http://www.tecnologiagrafica.com.br/rotogravura/rotogravura.htm> Litografia, Itaú Cultural. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5086/litografia> Técnicas de Impressão, Pros Alunos. Disponível em: <http://prosalunos.blogspot.com.br/2012/06/tecnicas-de-impressao.html> A litografia, Família Sisson. Disponível em: <https://familiasisson.wordpress.com/2010/02/23/a-litografia/> O que é uma impressão offset, Expoprint. Disponível em: <http://chocoladesign.com/o-que-e-uma-impressao-offset> Impressão Offset, Expoprint. Disponível em: <http://www.expoprint.com.br/pt/impressao-offset> O que é CTP, Prima Stampa. Disponível em: <http://www.primastampa.com.br/artigo/o-que-e-ctp> O que é serigrafia, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/blog/o-que-e-serigrafia>

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Bibliografia Serigrafia, Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Serigrafia> Gráfica Offset x Gráfica Digital. Disponível em: <http://www.primastampa.com.br/artigo/grafica-offset-x-grafica-digital> O que é impressão digital, Novva Mídia. Disponível em: <http://www.novvamidia.com.br/informacoes/o-que-e-impressao-digital/> Seja expert em impressão UV, Bureau Digital. Disponível em: <http://www.bureaudigital.com.br/seja-um-expert-em-impressao-uv> Router Digital, Noova Print. Disponível em: <http://www.noovaprint.com.br/router-digital.html> Tampografia, Revista Tecnologia Gráfica. Disponível em: <http://www.revistatecnologiagrafica.com.br/index.php?option=com_content&id=5653:tampografia&Itemid=183> Impressão por tampografia, Case Plásticos. Disponível em: <http://www.caseplasticos.com.br/impressao-por-tampografia. html> Impressão termográfica, O clube dos amantes do papel. Disponível em: <http://oclubedosamantesdopapel.com/sabia/6925/> Acabamento Gráfico, Expoprint. Disponível em: <http://www.expoprint.com.br/pt/acabamento-grafico> Acabamentos e enobrecimentos, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/blog/acabamentos-e-enobrecimentos-como-escolher-o-ideal#> Guia de Impressão, Printi. Disponível em: <https://www.printi.com.br/assets/final/pdf/Guia-de-impressao. pdf>

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Este livro foi composto na fonte Noto Serif em corpo de 10 pontos, impresso em papel offset 90gr pela grรกfica Postmix e diagramado por Guilherme Behling. Florianรณpolis, 2016


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