guia pedagógico
Julho 2011
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Equipa técnica
Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA Carlos Borrego, Professor Catedrático Alexandra Monteiro, Professora Auxiliar Convidada Myriam Lopes, Professora Auxiliar Ana Paula Gomes, Professora Auxiliar Luís Tarelho, Professor Auxiliar Filomena Martins, Professora Associada
Departamento de Comunicação e Arte da UA Margarida Almeida, Professora Auxiliar Helder Caixinha, Assistente Convidado Ana Filipa Lacerda, Bolseira e aluna de mestrado
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possibilitando comprovar quais os benefícios resultantes do seu novo comportamento diário.
Prólogo
A aplicação multimédia apresenta uma interface de fácil utilização, embora envolva a necessidade do utilizador possuir um grau de conhecimentos em matéria ambiental com algum detalhe, nomeadamente no que respeita à identificação e quantificação dos recursos naturais utilizados nas actividades diárias. Por esta razão pretende‐se que este material de apoio pedagógico seja direccionado para alunos do ensino secundário (10‐12º anos), e portanto, detentores de um conjunto de conhecimentos adequado em matéria de ambiente, adquiridos nas unidades curriculares de ciências físico‐químicas e biológicas.
No âmbito da actividade desenvolvida pela Casa das Ciências, na elaboração e promoção de uma plataforma de materiais úteis para os professores de ciências no ensino básico e secundário, foi produzida uma aplicação multimédia que visa avaliar o impacto ambiental do dia‐a‐dia de cada aluno/utilizador. Esta aplicação interactiva – intitulada “eco24h ‐ calcula o impacto do teu dia” – foi desenvolvida pela Universidade de Aveiro, em resultado da colaboração entre o Departamento de Ambiente e Ordenamento e o Departamento de Comunicação e Arte desta Universidade.
Fazemos votos que esta seja uma ferramenta útil e interessante e que permita dar um passo em frente na sustentabilidade ambiental do dia‐a‐dia de cada um.
O presente documento serve de suporte pedagógico e manual de utilização para os professores e respectivos alunos no uso da aplicação multimédia. O manual contém a informação necessária para a utilização da aplicação multimédia desenvolvida, para além de sugestões de actividades em que esta poderá ser integrada, possibilitando ainda a interpretação e análise dos resultados obtidos.
Com a aplicação pretende‐se que o utilizador/aluno construa passo a passo o seu dia‐a‐dia, através de esquemas/opções simples e elucidativas e que no final seja capaz de interpretar e analisar os resultados encontrados. Em cada percurso identificado e descrito pelo aluno é feita a quantificação do consumo e/ou degradação de recursos naturais, nomeadamente água, energia, ar, solo e resíduos. Durante o processo, os impactos associados ao comportamento e hábitos diários descritos serão estimados através de menus interactivos. Permite, ainda, ao aluno escolher outras hipóteses de actuação mais sustentáveis, sendo essa opção reavaliada
(Carlos Borrego, coordenador do projecto)
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Índice I. A aplicação multimédia: eco24h…………………….…………………….. 03
II. O antes: preparação dos dados ………..………………………………….. 07
III. O durante: utilização da aplicação…..…………………………………… 09
IV. O depois: interpretação e análise dos resultados ………….……. 20
V. Notas finais …………………………………………..…………………………….. 24
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I. A aplicação multimédia | eco24h – calcula o impacto do teu dia
O tempo médio estimado para uma simulação/aplicação completa é de 15 minutos.
Os conteúdos apresentados ao longo da aplicação foram produzidos pela equipa do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro. Destes conteúdos fazem parte quer o texto presente em cada secção, quer a formulação matemática para o cálculo associado ao consumo de recursos naturais que irão ser identificados e caracterizados pelo utilizador.
Esta aplicação multimédia, desenvolvida em tecnologias dinâmicas para web (PHP/MySQL) tem um carácter interactivo, onde se pretende que cada utilizador/aluno descreva o seu dia‐a‐dia através da selecção de menus interactivos e da resposta a questões de caracterização dos comportamentos em diferentes contextos de actividades diárias, de forma a obter para cada percurso a quantificação do consumo e/ou degradação de recursos naturais, nomeadamente água, energia, ar, solo e resíduos. Possibilita‐se, ainda, que o aluno/utilizador possa escolher e avaliar outras hipóteses de actuação mais sustentáveis em termos de comportamento ambiental, sendo essa opção reavaliada, permitindo‐lhe comprovar quais os benefícios resultantes dum procedimento diário alternativo.
O desenvolvimento da aplicação multimédia interactiva, nas dimensões funcional e técnica que envolveu a concepção gráfica dos elementos da interface e a implementação técnica e programação da aplicação, foi da responsabilidade do Departamento de Comunicação e Arte. A ferramenta foi assim desenvolvida por uma equipa multidisciplinar de engenheiros, geógrafo, designers e programadores, que trabalharam em estreita colaboração e constante interacção.
Todos os detalhes sobre os vários menus e a sua construção apresentam‐se na secção III, que pretende ser um manual de utilização.
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dados relativos a estimativas de “consumo” energético nas principais actividades humanas e reconhecer a necessidade de utilização de recursos de energia renovável.
I.I. Conteúdo pedagógico escolar envolvido na aplicação multimédia O nível de conhecimentos requerido na utilização da aplicação multimédia proposta está de acordo com as competências adquiridas pelos utilizadores/alunos com o 9º ano de escolaridade, enquadrando‐se no âmbito dos programas pedagógicos das unidades curriculares de Biologia, Química e Geologia do 10 ao 12º ano. Pretende‐se que seja um contributo para a consolidação de competências específicas a adquirir no nível secundário, nomeadamente:
Relativamente à informação sobre a quantificação e caracterização da poluição do ar solicitada ao aluno durante a caracterização do seu dia‐ a‐dia, pretende‐se que o utilizador/aluno consolide conhecimentos ao nível dos contaminantes da atmosfera, sua identificação, mitigação e ainda que possua uma atitude crítica, passível de tomar decisões fundamentadas que minimizem os problemas causados pela sua actividade diária.
a “…adopção de atitudes e de valores relacionados com a consciencialização pessoal e social e de decisões fundamentadas, visando uma educação para a cidadania” (Programa de Biologia/Geologia 10º/11º anos, Geologia 12º ano);
o “Analisar situações‐problema relacionadas com aspectos de ordenamento do território e de risco geológico” (Programa Biologia/Geologia 10º/11º ano);
o “Ser crítico e apresentar posições fundamentadas quanto à defesa e melhoria da qualidade de vida e do ambiente” (Programa Física e Química 10º e 11º anos).
Paralelamente a ferramenta permitirá a determinação do impacto decorrente das atitudes e práticas do dia‐a‐dia do aluno no consumo de bens e recursos, que geram, simultaneamente resíduos sólidos e águas residuais, resultando na contaminação e degradação dos solos e dos recursos hídricos. Com esta ferramenta o utilizador/aluno percepcionará quais as actividades com impactes mais significativos, tomando consciência da importância que os seus comportamentos e pequenos gestos do dia‐a‐dia têm nos recursos naturais, e de que modo pode contribuir para a preservação do ambiente. No que respeita à ocupação e uso do território pretende‐se que o aluno consiga caracterizar o espaço onde se desenrolam as suas actividades diárias. Nesse processo deverá ser capaz de localizar os locais fundamentais onde estas decorrem, descrever as suas características bio‐geo‐físicas, os tipos de recursos e as formas de exploração, bem como os impactes decorrentes da exploração dos mesmos e da localização dos povoamentos humanos; desenvolvimento da curiosidade geográfica como promotora da educação para a cidadania; desenvolvimento do sentido de pertença e
Tendo em conta o objectivo primordial desta aplicação – avaliar o impacto individual em termos dos recursos naturais – esta permitirá a aprendizagem e consolidação dos conhecimentos específicos do aluno sobre cada um dos componentes ambientais analisados. Em relação aos recursos energéticos, os conhecimentos requeridos fazem parte do conteúdo pedagógico da unidade curricular de Física do 10º Ano, em particular dos objectivos de analisar e comparar 4
permitirá ao aluno efectuar um diagnóstico do seu comportamento e hábitos diários, e consequentemente identificar possíveis alterações no seu comportamento que possam melhorar o diagnóstico ambiental. Decorrente deste exercício, sugere‐se ainda a análise comparativa do desempenho ambiental dos vários alunos da turma, analisar se são similares ou significativamente diferentes e uma reflexão sobre quais os factores determinantes dos diferentes resultados obtidos.
de atitudes de solidariedade territorial, numa perspectiva de sustentabilidade; incentivo à participação nas discussões relativas à organização do espaço. I.II. Sugestões de actividades para uso desta aplicação multimédia De forma a ajudar na elaboração e planificação de actividades que possam envolver a utilização desta aplicação multimédia, seguem‐se exemplos de actividades pedagógicas que possam servir de base e de inspiração para professores. Em todas elas se deverá promover o debate e a discussão do impacto ambiental associado às várias actividades quotidianas descritas na simulação do dia‐a‐dia do utilizador/aluno e a reflexão sobre comportamentos alternativos que possam minimizar este impacto.
II. Teste de cenários com alterações ao dia‐a‐dia padrão Criar comportamentos/hábitos (cenários) e avaliar os seus impactos ambientais (água, ar, solo, energia…) relativamente à simulação base/padrão.
De um modo geral, propõem‐se 3 tipos de actividades pedagógicas com objectivos distintos:
Permite responder a questões como por exemplo:
Serão ecológicos os nossos hábitos de higiene?
E se todas as lâmpadas da casa fossem de baixo consumo?
I. Diagnóstico do dia‐a‐dia de cada aluno
Será que a nossa cozinha é “ecológica”?
O objectivo neste caso será avaliar o impacto individual de cada utilizador/aluno, tendo por base o seu dia‐a‐dia característico. Trata‐ se da aplicação base por excelência desta ferramenta e a que deverá/poderá ser testada numa primeira fase.
Será possível separar mais o lixo? Ou já o separo todo?
E se eu reduzisse o tempo a ver televisão ou jogar computador? Que diferença faria na energia gasta?
Neste tipo de actividade pretende‐se que o aluno no final reflicta sobre o diagnóstico/impacto ambiental encontrado para as suas práticas diárias, quer no que respeita às opções identificadas/seleccionadas, quer no resultado final para os vários recursos – ar, água, solo e energias. A avaliação final qualitativa (cores das várias barras) e quantitativa (valores associados às barras)
Será que a minha escola tem o aquecimento mais amigo do ambiente?
E se eu fosse para a escola a pé em vez de carro? Que recursos naturais pouparia e em que quantidade?
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III. Avaliação do impacto de uma actividade específica Neste caso não é necessário iniciar nenhum dia‐a‐dia base/padrão. Pretende‐se avaliar os impactos de comportamentos/hábitos específicos e responder a questões como, por exemplo, as que se seguem:
Qual a diferença entre ir para a escola de carro ou a pé?
Qual o impacto dos diferentes tipos de transporte?
Qual o impacto dos diferentes tipos de combustível dos carros?
Qual a diferença de energia gasta nos vários tipos de aquecimento da casa/escola?
Qual a diferença entre residir num apartamento ou numa vivenda, em termos de consumo de recursos naturais?
Qual a diferença de impacto entre lâmpadas normais e económicas?
Qual a importância/impacto de separar todos os resíduos sólidos?
Qual gastará mais energia: televisão ou computador/consola?
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II. O antes | preparação dos dados
Sub‐divisão
Variável
Valores guia/referência*
Geral
Área da casa
80‐200 m2
Geral
Tipologia da casa
Apartamento / vivenda unifamiliar
Número de andares Número de habitações/compartimentos por andar Número de habitantes
4 (apartamento) / 2 (vivenda)
Geral
Tipo aquecimento central
gás/gasóleo/eléctrico/biomassa
Geral
Iluminação existente
Natural/artificial
Geral
Tipo iluminação
Baixo/alto consumo
Geral
Partes dos resíduos domésticos Vidro/papel/cartão/plástico/ separadas Tetrapack/metal/bio‐ resíduo/resíduos perigosos
Casa banho
Tipo aquecimento
Óleo/termoventiladores/botija
Casa banho
Tipo de descarga da sanita
Normal/económica
Casa banho
Duração do duche
5‐10 min
Casa banho
Duração lavagem dos dentes
1‐5 min
Casa banho
Potência do secador de cabelo
1000‐2000 W
Cozinha
Potência do microondas
500‐1000 W
Cozinha
Tipo de fogão
Gás/vitrocerâmico‐eléctrico/ placas indução
Cozinha
Frigorífico
150 W
Sala
Tipo de televisão
CRT/plasma/LCD
Sala
Tempo dispendido a ver TV
1‐2 horas/dia
Sala
Tempo ao computador/consola
1‐2 horas/dia Nb: São duas componentes diferentes: computador/consola e tem tipo de consola e de
Blocos
Esta secção diz respeito à preparação que deve ser feita por parte do professor para a aplicação desta ferramenta multimédia, no sentido de optimizar a sua eficácia e desempenho no que respeitam a aquisição e consolidação de conhecimentos.
Casa
Antes da utilização da aplicação propriamente dita, o professor deverá ter em conta os vários blocos que serão avaliados ao longo da aplicação, o tipo de questões colocadas e o tipo de informação pedida. Isto possibilita uma planificação do uso da ferramenta que contribuirá para uma mais fácil utilização. Por outro lado permite a identificação in loco dos sistemas existentes nas actividades que caracterizam o dia‐a‐dia e a compilação prévia de alguns dos dados de caracterização mais complexos. Na tabela abaixo apresentam‐se alguns exemplos da principal informação solicitada ao longo da simulação do dia‐a‐dia, juntamente com os valores guia/referência que poderão ser usados em casos de desconhecimento ou impossibilidade de compilação da dita informação.
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3 (apartamento) / 4 (vivenda) 4 pessoas
computador. Tipo de computador: Desktop ou Laptop Tipo de Consola: Wii, Xbox, Playstation3, outra
Tipo aquecimento
gás/gasóleo/eléctrico/biomassa
Distância percorrida
1‐10 km (média)
Carro
Combustível do carro
Gás/gasóleo/gasolina
Mota
Cilindrada da mota
< 50 m3/> 50 m3
Tempo gasto na actividade
1‐2 horas/dia
Escola
Transportes
Em resumo, apresenta‐se um conjunto de regras/sugestões (“check‐list”) que pode ajudar a planificar a utilização desta aplicação: 1. Defina o objectivo pretendido com a aplicação desta ferramenta (ex. diagnosticar o dia‐a‐dia de cada aluno em termos ambientais; dar a conhecer ao aluno os vários recursos naturais e o seu impacto em cada um deles; comparar diferentes dia‐a‐dia em termos de impacto ambiental; etc.); 2. Prepare a aplicação multimédia on‐line e teste‐a com dados arbitrados (recorra à secção III deste manual); 3. Realize nova simulação com dados realistas, ou usando os valores guia/referência;
Actividades *devem ser usados em caso de impossibilidade ou não conhecimento do valor real
4. Analise os resultados encontrados (use a ajuda da secção IV deste manual);
Para além destes dados, aconselha‐se o professor a testar esta aplicação antes da sua utilização no contexto da aula, de forma a melhorar o desempenho da aplicação e cumprimento dos objectivos desejados.
5. Prepare a aplicação final (tendo como apoio os valores referência/guia para situações de ausência de dados) para ser realizada com os vários alunos.
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III. O durante | aplicação e utilização Esta secção apresenta uma descrição das principais componentes da aplicação, ecrã a ecrã, com vista a facilitar a sua utilização, por forma a garantir modalidades de interacção eficientes e confortáveis. Através do acesso ao portal da Casa das Ciências é possível fazer o download de um demonstrador que apresenta os principais objectivos e características do eco24h. No final da apresentação é disponibilizado um link que permite o acesso à aplicação.
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O primeiro ecrã da aplicação integra um texto de apresentação do projecto e um formulário que permite a introdução dos dados necessários ao login (endereço de email e password), no caso dos utilizadores já registados. Os utilizadores que não tenham um login devem começar por fazer um registo devendo, para tal, seleccionar a opção disponível em “ainda não estás registado? clica aqui!”
Este primeiro ecrã apresenta ainda a estrutura da interface que é comum a todos os ecrãs: ‐
No canto superior esquerdo surge a zona de logótipo com link para o início da aplicação;
‐
A barra horizontal azul, abaixo do logótipo, está dedicada à apresentação das instruções e apresenta os passos que devem ser seguidos, em cada ecrã, para uma correcta utilização do eco24h;
‐
No canto superior direito apresenta‐se a zona de navegação principal, que inclui os itens “login”, “meus dias”, “novo dia” e “ajuda” que assegura o acesso imediato a cada uma destas funcionalidades;
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‐
A barra vertical esquerda é a zona de entrada e saída de dados que, neste ecrã, integra o formulário de login. Noutros ecrãs, esta zona acolhe o formulário de registo e as barras que ilustram os valores dos diferentes indicadores do impacto do dia em simulação (total consumido dos vários recursos e/ou emissões geradas);
‐
A área horizontal superior corresponde à zona de conteúdos e construção da estrutura do dia;
‐
A área horizontal inferior respeita à zona de formulários de parametrização do dia.
No caso dos utilizadores que ainda não têm os dados de login (e‐mail e password), o registo é feito através do preenchimento de um formulário de registo, conforme imagem abaixo. Quer o nome, quer a password devem ter, no mínimo, 6 caracteres.
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Depois de introduzidos os dados de login (e‐mail e password) e de clicar no botão “entrar”, surge um campo que permite criar um “novo dia”. Para tal, é necessário introduzir um nome para o dia que se pretende criar. Este nome deve ter obrigatoriamente um mínimo de 6 caracteres e uma designação explícita, já que a listagem de todos os dias criados será disponibilizada no ecrã “meus dias” para visualização posterior. Os dias criados ficam, portanto, associados ao perfil de cada utilizador. Aconselha‐se a utilização de nomes de dias que permitam uma identificação imediata da tipologia do dia, como por exemplo; “2feira aulas”, “sabado casa avos”, “dia_ferias”, “5feira_verao”, etc.
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Depois de introduzido o nome do “novo dia”, e depois de clicar no botão “criar”, surge o ecrã de configuração do dia. Este é um ecrã da maior importância no contexto da aplicação, já que é nesta etapa que os utilizadores podem definir e caracterizar a tipologia do dia e dos seus blocos constituintes, indicando para tal e em sequência temporal, os blocos que o compõem (ex: casa carro escola autocarro desposto autocarro casa). E posteriormente preenchendo os formulários de configuração/parametrização desses blocos.
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1. Construção da sequência temporal dos blocos que compõem o dia Para a construção da sequência temporal dos blocos que compõem o dia (etapa 1), os ícones que representam cada bloco devem ser arrastados para a barra superior. Estes ícones estão disponíveis na zona inferior e organizados por tipologia: lugares, transportes e actividades. De notar que a barra de construção da sequência temporal tem já definidos os blocos “inicial” e “final” (a casa), já que se pressupõe que um dia começa e termina sempre em casa. De destacar, ainda, que existem 11 (onze) blocos disponíveis para a construção da sequência do dia (já contando com as duas casas de início e fim) o que não significa que cada dia tenha que ter obrigatoriamente 11 blocos. É possível construir sequências de dia com apenas 3 blocos (ou mais), não podendo este número ser superior a 11.
Durante o processo de construção da sequência de um dia é possível corrigir a presença e posicionamento dos ícones arrastados para a barra superior: ‐ para eliminar um ícone da barra basta arrastá‐lo para a zona inferior; ‐ para reposicionar um ícone/bloco basta arrastá‐lo para a posição correcta.
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Depois de concluído o processo de construção da sequência do dia, deve clicar‐se no botão “guardar” para que seja possível avançar para o passo seguinte de configuração/parametrização de cada bloco. Ao guardar uma sequência esta deve ser imediatamente configurada/parametrizada, pois não são permitidas alterações posteriores. 2. Configuração dos dados e valores de cada bloco Depois de construída a sequência do dia e de clicar no botão “guardar” é possível configurar cada um dos blocos. Para tal, deve‐se clicar em cada bloco para activar o respectivo formulário de configuração. De notar que esta configuração dos blocos não tem que ser feita em sequência temporal. Apenas no caso do bloco “casa”, é feito um desdobramento em sub‐blocos que permitem a configuração dos seus sub‐blocos, nomeadamente: “informação da casa”, “casa de banho”, “cozinha”, “sala” e “resíduos” (ver figura abaixo).
Cada bloco ou sub‐bloco apresenta um formulário de configuração distinto e estes formulários são compostos por questões relativas às características/parâmetros de cada bloco e às actividades que tipicamente neles ocorrem, tal como já descrito na secção “Antes” deste manual. A resposta a todas as questões dos formulários não é de natureza obrigatória, ainda que seja altamente recomendável que se proceda a um preenchimento o mais completo possível por forma a garantir que os resultados que daí decorrem serão o mais objectivos e fidedignos possível, do ponto de vista da simulação que se pretende (o cálculo do impacto ambiental do dia). No final de cada formulário deve sempre clicar‐se no botão “guardar”.
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À medida que os formulários de cada bloco vão sendo preenchidos o impacto ambiental do dia vai sendo calculado. Os valores de quantificação do consumo e/ou degradação de recursos naturais (água, energia, ar, solo e resíduos) vão sendo dinamicamente mostrados na zona superior esquerda nos gráficos de barras. De notar que para além da quantificação feita, a cor destas barras proporciona uma avaliação qualitativa imediata, tendo em conta valores de referência médios. Assim sendo, a cor verde indicará um impacto reduzido, a cor amarela um impacto significativo e a cor vermelha um impacto elevado.
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Por forma a apoiar a compreensão de alguns conceitos presentes nas questões dos formulários é disponibilizada uma ajuda contextual. As expressões e palavras destacadas a amarelo, nos formulários, permitem, mediante a passagem do rato, o acesso a um pequeno texto descritivo (ver exemplo baixo).
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Para além da visualização do impacto de cada dia nas barras dinâmicas acima referidas, é ainda possível fazer uma análise mais detalhada dos valores de consumo e/ou degradação da água, energia, ar, solo e resíduos de cada dia criado. Através da selecção do menu “menus dias”, disponível no canto superior direito, é possível: a) visualizar a listagem de todos os dias criados; b) seleccionar um dia criado e ter acesso aos gráficos de barras deste dia, organizados por cada um dos blocos que o compõem.
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Em qualquer momento da utilização desta aplicação é ainda possível ter acesso à “ajuda”. Através da selecção menu “ajuda”, disponível no canto superior direito, pode‐se ter acesso a um conjunto de informações de apoio à navegação e utilização desta aplicação assim como a um glossário das designações e conceitos apresentados nos formulários.
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IV. O depois | interpretação e análise dos resultados
No menu meus dias é ainda possível visualizar para cada sequência do utilizador, os resultados obtidos em cada bloco que a constituem, quanto aos recursos gastos e/ou emissões geradas.
O resultado da aplicação multimédia “eco24h ‐ calcula o impacto do teu dia” inclui um somatório dos impactos estimados ao longo das várias actividades que compõem o dia‐a‐dia simulado. Estes impactos encontram‐se divididos nos seguintes recursos ambientais – energia, ar, água e solo – e podem ser obtidos em termos totais e por espaço físico (casa, escola, etc.). Ao longo da aplicação as barras colocadas no topo lateral esquerdo da página Web vão indicando o total consumido dos vários recursos gastos e/ou emissões geradas, tal como descrito abaixo. Para além da quantificação feita, a cor destas barras proporciona uma avaliação qualitativa imediata, tendo em conta valores de referência médios encontrados em bibliografia e estudos científicos. Assim sendo, a cor verde indicará um impacto reduzido, a cor amarela um impacto significativo e a cor vermelha um impacto elevado.
Energia primária A aplicação multimédia efectua o cálculo duma estimativa para o consumo de energia nas diversas actividades do dia‐a‐dia do utilizador. As formas de energia útil consumida nas diversas actividades consideradas são a energia eléctrica, a energia térmica e o trabalho mecânico. Tratando‐se de formas de energia útil distintas, a estimativa do consumo de energia nas actividades do dia‐a‐dia vem expresso em termos de energia primária, ou seja, o recurso de energia primária a partir do qual se obtém a energia útil utilizada. A unidade de energia utilizada para expressar o consumo de energia primária por dia é o kWh (quilowatt‐hora).
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O valor do consumo de energia primária por dia, deve ser analisado em função da cor da barra apresentada, significando que estão abaixo do valor máximo aceitável (barra verde); próximo do valor médio consumido por habitante (barra amarela) ou acima desse valor médio (barra vermelha).
aceitável (barra verde); próximo do valor médio emitido por habitante (barra amarela) ou acima deste (barra vermelha). Efluentes líquidos A quantidade de efluente líquido gerado está directamente relacionada com as várias utilizações de água nas actividades do dia‐a‐dia e é utilizada como indicador do impacto nos recursos líquidos.
Poluentes do ar Entre os principais poluentes atmosféricos emitidos em resultado de actividades antropogénicas encontram‐se as partículas, o Monóxido de Carbono (CO) e os Óxidos de Azoto (NOx). Actualmente estes são os poluentes emitidos maioritariamente em actividades domésticas e transportes, e por isso são os considerados nesta aplicação. Há, no entanto, outros poluentes atmosféricos – como o Dióxido de Enxofre (SO2), o Amoníaco (NH3), os Compostos Orgânicos Voláteis (COV) – que também sendo críticos em termos de efeitos na saúde humana, são emitidos essencialmente pelo sector industrial.
Nesta aplicação consideram‐se como utilizações fundamentais, as associadas ao WC e cozinha das nossas casas, e têm por base os consumos médios de cada equipamento (autoclismo, máquinas de lavar) ou o tempo de duração de uma dada operação (por exemplo, lavar os dentes, duche, lavar a loiça). Foram ainda considerados os consumos na escola, nas actividades desportivas e de lazer, tendo‐se nestes casos adoptado uma capitação (consumo por habitante ou utilizador) média.
A ausência do Dióxido de Carbono (CO2) nesta aplicação deve‐se ao facto deste composto não ser considerado um poluente em termos de qualidade do ar dado as suas concentrações no ar ambiente não terem efeitos prejudiciais na saúde humana. O CO2 é geralmente incluído na avaliação ambiental por se tratar de um gás com efeito de estufa, com efeitos directos sobre as alterações climáticas, e apenas neste sentido comportar‐se como poluente.
De acordo com o Relatório do Estado do Ambiente 2009, as capitações para consumo doméstico variam entre 120 litros por habitante e por dia na região do Douro e cerca de 400 no Algarve. Em média, cada cidadão português consome cerca de 170 litros de água por dia, indo parar aos esgotos, na forma de efluente líquido cerca de 80% deste valor. Estes valores referenciais foram utilizados na definição das barras de cor que traduzem um consumo mais ou menos ecológico. Assim, considerou‐se que é aceitável uma quantidade de efluente líquido inferior a 120 litros (barra verde) e um valor exagerado (consumo irresponsável), quando ultrapassa os 170 litros (barra vermelha). Em qualquer das situações há sempre a possibilidade de adopção de comportamentos mais ecológicos e responsáveis que permitem
As emissões dos poluentes são expressas em kg/dia. Não devem ser comparados os valores de emissões dos diferentes poluentes, já que estes dependem da massa molecular de cada um e os efeitos de cada um estão associados a níveis críticos muito distintos. O valor final das emissões de cada poluente deve ser analisado em função da cor da barra apresentada, significando que estão abaixo do valor máximo
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minimizar os consumos de água e a quantidade de efluente líquido gerado.
Esse valor inferior da barra verde representa os restantes resíduos urbanos, para além dos domésticos, pelos quais o utilizador é indirectamente responsável: resíduos provenientes do sector de serviços, de estabelecimentos comerciais, bem como de unidades prestadoras de cuidados de saúde.
É importante ter consciência de que a água que usamos, para além de ser um recurso escasso, tem de ser, normalmente, tratada duas vezes, antes de ser introduzida na rede de abastecimento nas Estações de Tratamento de Água (ETAs) e depois de ser descarregada na rede de saneamento e encaminhada para as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs), para garantir a sua qualidade. Estes custos estão parcialmente reflectidos nas facturas de água e tendem a aumentar, com o aumento das capitações e uma menor disponibilidade de recursos hídricos. Por isso é que em diferentes regiões do país, a população paga taxas (de disponibilidade e de saneamento) e preços de água diferenciados.
O resultado numérico de geração de resíduos, pode ser, ou não, acompanhado de uma notação qualitativa (*) que pretende alertar para a importância de segregar os resíduos perigosos (p.ex. pilhas) dos restantes resíduos. Solo As áreas urbanas e as infra‐estruturas constituem os dois tipos de ocupação do território que mais consomem o recurso solo. Este tipo de uso promove a impermeabilização do solo, suscitando alterações nas funções e serviços ecológicos desempenhados por este recurso, bem como alterações nas componentes ambientais. Em Portugal, no período de 1986 a 2006 todas as classes de ocupação do solo (CORINE, 2000) sofreram alterações mais ou menos substanciais. As alterações mais significativas registaram‐se nas "áreas artificiais" com um aumento de 46%, o que corresponde a um crescimento de cerca de 98032ha, contribuindo assim para a tendência crescente e universal de impermeabilização dos solos. Este crescimento fez‐se, principalmente, à custa de áreas agrícolas, sendo que a classe “tecido urbano descontínuo” foi a componente que mais contribuiu para o aumento registado, sendo também a classe mais abundante e que concorre para acentuar um traço muito comum na paisagem portuguesa: a urbanização dispersa, mais evidente no norte do que no sul do país e mais expressiva no litoral do que no interior. Acresce a este cenário o contributo das infra‐ estruturas rodoviárias para o processo de
Resíduos sólidos A aplicação permite ao utilizador indicar se pratica separação dos componentes do seu resíduo doméstico e no caso afirmativo pode indicar quais os componentes que separa. O valor final da quantidade gerada de resíduo pelo utilizador no seu dia‐a‐dia reflecte essa prática. Assim, o valor máximo (da barra vermelha) representa a produção per capita nacional de resíduos urbanos. Valores mais baixos (barra amarela e barra verde), significam que à produção per capita nacional é descontada a quantidade de resíduos (papel e embalagens) possíveis de separar e que terá como destino a reciclagem em vez do aterro ou incineração. O valor inferior da barra verde indica que o utilizador pratica, não só a adequada separação dos resíduos recicláveis domésticos, mas também separa o seu bio‐resíduo (resíduos alimentares e resíduos de jardim), para alimentação animal e/ou para produzir composto, por compostagem doméstica ou em Central de Valorização Orgânica
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alteração/impermeabilização do solo, a este propósito refere‐se que Portugal era, em 2006, o quinto país da UE com mais quilómetros de auto‐estrada por habitante ‐ 24 km por 100 000 habitantes (EU, 2009). Esta aplicação permite ao utilizador identificar a área de espaço (solo impermeabilizado), per capita, associado à função residencial. Na ausência de valores padrão para espaço médio (m2), per capita, em habitação, foram realizados alguns cálculos de forma a estabelecer os referenciais que proporcionassem, para além da quantificação feita, uma avaliação qualitativa imediata. Para o cálculo desses valores de referência média, baseamo‐nos nos valores de área bruta mínima do fogo de tipo T0 (art. 67º do RGEU, redacção de 1975), nos valores apontados, por Costa Lobo et al. (1990), para área coberta por habitante em meio urbano e nas tendências de evolução desses valores, referidas em vários estudos internacionais, tanto para países desenvolvidos como para subdesenvolvidos. Face a esses indicadores considerámos como limites de referência para ocupação de espaço per capita os seguintes: verde ‐ 1 a 18m2; amarelo – > a 18m a 40m2; e vermelho ‐ > a 40m2.
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Notas finais Este manual tem como objectivo principal ajudar o utilizador e em particular o professor, na planificação e programação de uma actividade pedagógica que tenha por base a aplicação multimédia intitulada “eco24h ‐ calcula o impacto do teu dia”, para além de ser um guia na sua utilização e aplicação. Pretende por isso, ser uma ferramenta para a utilização desta aplicação com sucesso. Neste contexto e com a perspectiva de melhoria contínua, solicitamos que nos sejam enviadas sugestões, críticas e/ou correcções que possam ser um pilar construtivo no aperfeiçoamento desta ferramenta pedagógica. O endereço de e‐mail a usar deverá ser eco24h@ua.pt. Alerta‐se para o facto de se ter tentado que esta simulação do dia‐a‐ dia de cada aluno/utilizador fosse o mais completa e próximo da realidade possível, mas o compromisso existente entre uma descrição detalhada e o tempo de simulação/aplicação aceitável exigiu o recurso a algumas simplificações e pressupostos, com a consequente perda de detalhe nas actividades diárias realizadas. Julga‐se (e espera‐se), no entanto, que o resultado final permita simular um dia‐a‐dia representativo, com opções de escolha suficientes e credíveis, de forma a obter‐se um retrato elucidativo da realidade de cada um.
Votos de um dia‐a‐dia muito ECOlógico ! A equipa do eco24h.
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