e u q o d s i a Somos m , s e s e u g u t por s o i d n í e s o african Tex to: Bru no Hoffmann
de Arte: Guilher me Resen
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Wikimedia.org
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As fazendas, sobretudo as de café, eram as mais atraentes. O governo tratou de incentivar a vinda de imigrantes, firmando acordos com as nações ao redor do globo. Resultado: um milhão e meio de imigrantes italianos. Os espanhois vêm em seguida, com 700 mil. Logo depois, os alemães: 250 mil. Enfim, os japoneses contribuíram com 230 mil imigrantes. Há ainda poloneses, coreanos, bolivianos e uma lista infindável de povos que resolveram fazer do Brasil sua nova casa. Não quer dizer que esse pessoal era bem tratado. Ainda com um pensamento escravocrata, muitos fazendeiros os tratavam como escravos brancos. Houve quem resolvesse voltar para sua terra. E não foram poucos. Estima-se que 40% dos imigrantes que chegaram na última década do século 19 retornaram ao país de origem. O poema de Paulo Medeiros e Albuquerque resumia o sentimento: Emigrantes, Emigrantes / Gente que veio de longe / Que não sabe para onde vai / Gente triste, gente estranha (...) Eles estão com os olhos voltados para longe / Para suas terras perdidas. Os que ficaram, porém, ajudaram a mudar permanentemente o Brasil. Da culinária à religião, do sotaque às cores, nasceu uma Nação nova. Com raízes indígenas, africanas e portuguesas. E com galhos de todos os cantos.
Reprodução/AB
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uito se fala sobre a importância da influência portuguesa, africana e indígena para a formação do Brasil. Com razão. Os três povos são a base da formação cultural brasileira. Mas não as únicas. A imigração e os imigrantes de outras plagas foram fundamentais para forjar a Nação de hoje. Se somos como somos, deveu-se a aventuras e desventuras de povos que cruzaram fronteiras e oceanos para dar uma cara sem igual ao Brasil. A vinda de gente de outros países ocorreu praticamente durante toda a nossa história. Mas as grandes correntes migratórias iniciaram-se no século 19, sobretudo após o fim da escravidão. A maior parte seguiu de São Paulo para o Sul, mas não há nenhum estado do Brasil que não tenha presença significativa de povos de outros lugares.
Pioneirismo polemico
Sérgio Assis/Folhapress
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icolau Vergueiro, senador nascido em Portugal e radicado no Brasil, foi o primeiro a trazer imigrantes para trabalhar em cafezais. Em 1847, três mil colonos alemães desembarcaram no País para labutar em sua fazenda em Limeira, interior
de São Paulo. Apesar de abolicionista, tratava os empregados europeus de forma autoritária. Houve revoltas por trabalharem em regime de semiescravidão. Como resultado, o governo do país europeu resolveu proibir a vinda de alemães ao Brasil.
De Nassau as flores
A Repro
duçã
o/AB
primeira invasão holandesa no Brasil se deu em 1637, quando a comitiva liderada por Maurício de Nassau tomou a administração de Pernambuco por quase duas décadas. Expulsos pelos portugueses, mal sabiam que três séculos depois seriam bem-recebidos, desta vez no interior de São Paulo. A cidade de Holambra ( junção dos nomes Holanda, América e Brasil) começou a ser colonizada em 1948, após a Segunda Guerra, por um grupo de 500 pessoas.
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antuta é o nome da flor oficial da Bolívia. E também batiza a praça que se tornou ponto de encontro dos imigrantes bolivianos em São Paulo. Estima-se que 200 mil vivam na cidade. Boa parte empregados em tecelagens de outros grupos de imigrantes: os coreanos.
Laura HA
Fernando Fernandes/LUNAPRESS/AE
Uma flor boliviana em Sao Paulo
Em consequência do conf lito mundial, o governo holandês passou a estimular a imigração para vários países. O Brasil foi o único a aceitar os católicos. Hoje, a cidade tem um dos melhores índices de qualidade de vida do País. Também é famosa por promover a maior exposição de f lores da América Latina. Toda esta história é contada no Museu Histórico e Cultural de Holambra. Ironicamente, localizado na avenida Maurício de Nassau.
Os diferentes sotaques brasileiros têm muitas explicações. A maioria é influenciada pela origem dos portugueses ao se misturar com os índios locais. Mas há outros casos de forte influência de imigrantes. Um caso típico é o da capital paulista. O jeitão cantado dos italianos do sul teria influenciado a forma do paulistano falar. Além disso, o idioma italiano não tem plural em s. Daí nasceram expressões clássicas, como “Me dá dois chope” e “Os mano”, por exemplo .
Ha uma pequena Ucrania no Parana
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nome homenageia o presidente Prudente de Morais. Não à toa. Foi o político que incentivou a vinda de ucranianos para Prudentópolis, no interior do Paraná, no fim do século 19. Chegaram oito mil pessoas do país do leste europeu. O resultado atual: dos 50 mil habitantes da cidade, 80% são descendentes de ucranianos. A cultura permanece bem viva. Não faltam restaurantes
com a culinária típica, desconhecida da maioria dos brasileiros. O artesanato local traz as pêssankas, aqueles ovos pintados à mão. As 30 igrejas locais têm traços marcantes da arquitetura bizantina, com destaque para a Igreja Matriz de São Josafat, uma das mais bonitas do Brasil. E é justamente a religiosidade o fator decisivo para manter a cultura ucraniana. As missas continuam a ser celebradas no complicado idioma ucraniano. E (quase) todo mundo entende.
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24 Tuca Vieira/Folhapress
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lo havia 50 mil descendentes. A maioria trabalhava como proprietá ou ados molh e s seco de lojas de rios us como caixeiros-viajantes. Os jude na aque dest de ras figu passaram a ser sociedade local. Tanto que o primeiro cemitério judaico do Brasil foi fundado em Belém, em 1848. A influência permanece forte até hoje. Uma pesquisa mostrou que 16% da população bran juncia endê desc tem ca da Amazônia e, daica, a maior taxa do País. Boa part . ioso relig porém, pratica o sincretismo
Sepultura de jude u atrai c atolicos e m M a n a us A Segunda maior populacao de ciganos do mundo
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stima-se que haja no Brasil 800 mil ciganos, a segunda maior população do mundo – só atrás da Romênia. A primeira família chegou ainda no século 16, degredada de Portugal. A partir daí, se espalharam pelo território nacional. Uma das comunidades mais numerosas está na cidade de Sousa, no semiárido paraibano. Poucos sabem, mas várias personalidades brasileiras têm sangue cigano. A escritora Clarice Lispector e o ex-presidente Juscelino Kubitschek são exemplos.
s i enviado para Manau m Emanuel Muyal fo alo Sh as m ino ria qu mp rro cu ma O judeu eus da região era fiscalizar se os jud etido em 1908. A missão is, Shalom foi acom po de os que, dois an Só . o judeu as s os ma igi o, rel tiv as mo rm o no é misterioso da Ain u. rre mo e la Su os locais. a por febre amare reiro para os católic lag mi de cie pé es a os 1960, houve a se tornou um peregrinação. Nos an de ar lug dos e -s ou rn to sepultura Israel. A indignação restos mortais para os ar lad ns tra . to de en o intençã desistir do int ta que tiveram que amazonenses foi tan
Teses racistas incentivaram a criacao de cotas para europeus
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om o fim da escravidão, a imigração não era estritamente necessária, já que seria possível aproveitar a mão-de-obra dos ex-escravos. Porém, começou a haver entre a elite brasileira uma ideia de que era necessário “embranquecer o país”. Com a população majoritariamente negra, entendiam, não havia como desenvolver a Nação. Médicos e cientistas apresentavam teses sobre a superioridade da raça branca. Japoneses e chineses também ficavam de fora. Somente os europeus eram considerados raças superiores. Este ideal durou décadas. Uma lei de 1933 estabeleceu cotas de imigração de acordo com a entrada dos estrangeiros nos últimos 50 anos. Trocando em miúdos: os europeus, que haviam imigrado maciçamente até então, tinham direito a um grande número de “vagas”. Muitas viagens eram subsidiadas pelo governo brasileiro. Já orientais e africanos encontravam dificuldade para ter permissão de entrar no Brasil.
3 Acervo Pessoal Do Sr. Jacob Messod Benzecry 4 Moisés Benchimol /Acervo Portal Amazônia Judaica
s O primeiro judeu a pisar nestas terra da par Gas Era veio junto com Cabral. uGama, tradutor oficial da missão port imiosas curi mais das uma Mas a. gues . grações começou a ocorrer em 1808 sos roco Mar em m Judeus que vivia friam perseguições cruéis. Valendo-se que o Brasil assinara um tratado que agarantia a liberdade religiosa, milh ca. zôni ama sta flore na r vive m res fora O idioma não era dificuldade, já que todos falavam espanhol. A colônia cresceu rapidamente. No fim do sécu
1 Moisés Benchimol/ Acervo Portal Amazônia Judaica 2 Acervo Familia Levy
J u d eu s m ar ro q u in os fo ra m p ar ar n a A m az ôn ia
Arabes criaram a rua mais rentavel do Pais
Japoneses tambem no Centro-Oeste
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ão é à toa que há muitos brancos no Paraná. A forte influência de imigrantes europeus, principalmente os poloneses, deu a cara ao estado. Dos 60 mil que migraram para o Brasil, 95% se estabeleceram na região. Muita gente fala fluentemente a língua natal do papa João Paulo 2°, aprendida em casa, de pai para filho. Atualmente, Curitiba é a segunda cidade do mundo com maior concentração da colônia. A importância polonesa é tão grande que a capital é a única cidade brasileira com grafia oficial no idioma polonês: Kurytyba.
Divulgaç
Voce conhece Kurytyba?
ão FCC
que estavam no primeiro navio a trazer japoneses ao Brasil em 1908, o Kassato Maru, deslocaram-se para o estado. A colônia é visível na capital, e muitos mantém a tradição.
FOTOS: Lui z Cequine l/
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s imigrantes japoneses são identificados com São Paulo, mas também há uma forte presença de nipônicos no Mato Grosso do Sul, sobretudo na capital Campo Grande. Vinte e seis famílias
Nada menos que 12 milhões de descendentes de árabes vivem no Brasil. Ou o mesmo que duas vezes a população dos Emirados Árabes Unidos. A imigração começou em meados do século 19, principalmente a dos árabes católicos, que fugiam do rígido Império TurcoOtomano. A maioria adaptou-se muito bem ao País. Principalmente à cidade de São Paulo. Foram os árabes que criaram a rua 25 de Março, o maior centro comercial do Brasil. A partir da segunda metade do século passado também chegou um grande número de mulçumanos. A Federação Islâmica Brasileira estima que um milhão e meio de mulçumanos viva por estas terras.
Até norte- americanos vieram pra cá
Polones ou polaco?
Para quem é de fora de Curitiba pode ser difícil entender, mas chamar um descendente de polonês de polaco pode soar extremamente ofensivo. Por rivalidades locais durante a história, usava-se “polaco” para diminuir o interlocutor. Tornou-se um termo pejorativo.
A cidade de Pomerode, em Santa Catarina, orgulha-se do título de ser a cidade mais alemã do Brasil. Mais de 80% da população descende de alemães, boa parte bilíngue. O hino do município trata de exaltar: Pomerode! Pomerode! / O teu povo se orgulha de ti / Ó cidade mais alemã do Brasil / De beleza e graça Deus te fez.
da em 1965 nos A Guerra de Secessão, encerra uma cidade do de cara a ou mud Estados Unidos, preferiram stas interior paulista. Os rebeldes suli Cerca os. otad derr em deixar o país após saír hoje que ão, regi à m rara imig de 800 pessoas eiros prim seus tem um nome que não esconde m fora os ileir bras habitantes: Americana. “Os e s ente pres os do-n dan os, muito generos os mais pobres vendendo à crédito, auxiliando tou Pattie con a”, a fazer a sua primeira safr de. cida na s eiro pion Steagall, um dos Divulgação/ Divisão de Cultura de Pomerode
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