Crew Brasil - Edição 01

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CREW Segunda edição do evento agita a comunidade Vila União Beira Linha no Itaim Paulista.

Entrevista com o grafiteiro Pedro Leonardo “EITA”.

Lançamento do catalogo “Um novo olha para lembrar”

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A NO 0 1 R $ 6 , 0 0

W W W. C R E W B R A S I L . C O M . B R


índice NOVEMBRO 2012 // EDIÇÃO 001 CREW BRASIL!

ESPECIAIS 08. SEGUNDA EDIÇÃO DE “GRAFITANDO A FAVELA” Grafite na favela: artistas trazem cor e poesia para moradias carentes.

12. ENTREVISTA COM “EITA”

Grafiteiro Pedro Leonardo conta como descobriu o grafite e suas obras.

SEÇÕES Editorial......................................................04 Grafite em destaque..............................05 Um novo olha para lembrar.................16 Galeria - Gryllo D Oliveira.....................18 Edição 01 de uma revista nova, diferente, com o tema pouco abordado, o grafite. Trazendo para seu público informações e novidades que envolve o grafite no cenário nacional. 02



EDITORIAL A RUA A rua tem suas leis e conceitos, entre artistas iniciantes e os mais antigos e mais respeitados. Novos artistas, ainda sem muita base ou ain sem um “traço padrão” que se assemelha muito em ter um estilo para as suas obras, muitas vezes deixam ser levados pela vontade de pintar e acabam nem percebendo que estão pintando aonde se tem algo ja feito, assim queimando o próprio filme e sendo taxado como “moleque”. É preciso obter conhecimento, estudar antes e até mesmo aprender primeiro a se controlar para não destruir pinturas, assim obtem aos poucos respeito e reconhecimento de quem ja esta nesta área ja algum tempo. No mundo atual cheio de artistas, a cidade fica com o espaço “reduzido” e sendo “dono” para quem chegar primeiro. No Brasil, o respeito vem em primeiro lugar, seja uma tag de giz, pixo ou bomb. O autor daquela pintura se arriscou e pintou, e a ele o muro pertence. Na rua é assim. Por se tratar de um tema com um volume de artistas muito grande, não caberia em uma revista nem se ela tivesse 300 paginas, é com grande prazer que enfrento o desafio de poder selecionar os trabalhos de pessoas que me cercam e traz com seus trabalhos niveis conceituais em sua publicação. Com dificuldade na edição, devido a um grande volume de obras com uma qualidade altissima ficaram de fora. O mercado de Graffiti hoje no Brasil está bem avançado e comparando com o do Skate em 1985 estão muito parecidos, quando nas lojas de surf só havia um balcão com algumas pecinhas de roupas importadas. São Paulo, 17 de novembro de 2012 Guilherme Vieira Araujo E-mail: guivaraujo@gmail.com

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Manuel Ribadulla Rodríguez :Artista Poligono de San Pablo, Sevilha, Espanha :Localização 4 de Março de 2012 :Data Manuel Ribadulla Rodríguez :Fotografia




SEGUNDO FESTIVAL “GRAFITANDO A FAVELA”

//Fotos: Kátia Lombardo //Por Kátia Lombardo

labirínticas, abriram suas portas para a intervenção dos artistas. A oradoras se revezaram no preparo de almoço para que servir os grafiteiros. Artistas de diferentes estilos e vertentes uniram-se aos moradores da comunidade Vila União Beira Linha (chamada de Favela D’Avó) no Itaim Paulista, Zona Leste, e promoveram o 2º Festival Grafitando na Favela. Entre os artistas estavam Si mone Sapienza Siss, Celso Gitay (um dos precursores da Street Art no Brasil), Galvani Galo, Cris Ignoto, Bruno Pere,Dumeem, Gryllo, Eita, Lamah, Sprart, Totó, Muro e Taí. A ideia da iniciativa, 08

que contou com a organização de Maurício de Moraes Noronha e Pedro Leonardo Eita, era um novo olhar para o local, por meio da arte. “Esperamos que a arte como um todo seja compartilhada e disseminada pela população”, diz Mauricio Novaes Redes sociais, panfletos, stickers e muros grafitados foram os canais de divulgação. Casas, bares, quitandas e outros comércios, por entre ruas estreitas e

Pouco a pouco os corredores e vielas foram se colorindo, sob os olhares dos transeuntes, moradores e sobretudo das crianças sedentas por arte, com sorrisos encantadores. Durante a grafitagem aconteceram declamações de poetas moradores do entorno, discotecagem e apresentações de bandas musicais. Segundo os organizadores, 200 pessoa e 60 artistas participaram do evento.




Endereรงo: Rua Otรกvio Mendes dos Santos, 120 - casa 03 - Ermelino Matarazzo - SP Telefonde: (11) 2541-2389 www.abayomiatelie.blogspot.com E-mail: abayomiatelie@hotmail.com


“EITA” ENTREVISTA COM QUEM FAZ!

O grafiteiro se chama Pedro Leonardo Vieira Resende, ele tem 24 anos de idade e é morador da cidade de São Paulo capital e assina seus grafites com a tag “EITA” e faz parte de um crew, que se chama N E V Crew (Novo Estilo de Vida Crew).

a) Quando você começou a grafitar e o que b) O que é o grafite sob a visão de um grafite influenciou para que isso acontecesse? teiro, como você, que está habituado nas ruas? “Comecei à pintar no final dos anos 90, fortemente influenciado pela pixação e pelo meu Pai que sempre desenhou muito bem. Andava bastante por São Paulo e observava todo e qualquer tipo de expressão. Resolvi então me expressar através do grafite, no início pintava bastante com tinta látex, fazia throw up’s.

O grafite vai além do ato de pintar, existe um universo por trás da pintura. No cenário atual, o grafite evoluiu bastante e está invadindo espaços além das ruas. Apesar de nosso prefeito ser contra, a população no contexto geral, veem aceitando cada vez mais e interpretando e valorizando o grafite como ele merece.


c) Como que é o processo de criação de seus e) Ultimamente podemos ver que o grafite esta grafites? cada vez mais sendo reconhecido e crescendo fora das ruas, você possui algum grafite adapEu sempre curti fazer letras e recentemente com- tado ou que foi feito para uma exposição ou em ecei por brincadeira desenhar alguns peixes e qualquer outro suporte ao não ser as ruas? estou cada vez mais aprofundado nesta viagem. Tento sempre mesclar os peixes com a inicial da Como você mesmo disse e é de nosso conheciminha “tag” e com alguns arabescos. mento e de muitos que o grafite está cada vez mais tomando novos espaços, isso em minha opinião d) Você tem obras que gosta mais ou alguma faz parte do processo de evolução e valorização que teve uma maior relevância nesse seu tem- da arte, sempre gostei de pintar em outras superfípo na cena do grafite? cies. Comecei fazendo umas camisetas customizadas e já pintei algumas telas que foram exposPra mim cada grafite tem sua importância e valor tas em diversos lugares através de projetos do individual, valorizo muito o role e não só o ato de Abayomi Ateliê. http://abayomiatelie.blogspot. pintar, porém recentemente fiz um trampo e dei com.br/ uma breve entrevista para um programa da Tv Cultura que documentou a vida de uma amiga minha também grafiteira. E no ano passado promovi junto a um amigo um evento de grafite, denominado: “Grafitando a Favela”, onde a intenção principal era levar um pouco de vida através das cores e tentar passar para as crianças dessa comunidade que existem diversas alternativas para não cair no ócio e acabar sendo levado para a criminalidade e a arte é uma delas.

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Endereรงo: Rua Otรกvio Mendes dos Santos, 120 - casa 03 - Ermelino Matarazzo - SP Telefonde: (11) 2546-1063 E-mail: joaodebarromusicstudio@gmail.com w w w. f a c e b o o k . c o m / j o รฃ o d e b a rro s tu d i o


“UM NOVO OLHAR PARA LEMBRAR” De Abayomi Ateliê

Aconteceu no último //Fotos: Ricardo Kafka dia 3, sábado, às 16 horas no Clube da Comunidade (CDC) Tide Setúbal, na Zona Leste de São Paulo, um encontro para divulgar o lançamento do novo catálogo do Abayomi Ateliê, chamado de “Um novo olhar para lembrar”. A equipe desse ateliê é composta por artesãs da região leste de São Paulo, que reuniram conhecimentos e ideias para visão de identidade através da desenvolver trabalhos arte- linguagem visual expostas sanais e passar uma nova em roupas e acessórios. Elas visam novas perspectivas de in16

//Por Liliam Fiorentino

clusão social para a juventude do bairro, almejando também o desenvolvimento econômico sustentável da comunidade artística.


O catálogo produzido foi resultado de uma intervenção fotográfica realizada na favela da Santa Inês, também na zona leste de São Paulo. Na exposição para divulgação deste, as autoras explicaram que o intuito era fazer com que o catálogo transmitisse exatamente os ideais delas, trazendo por meio de fotografias, lembranças das raízes essencialistas da população brasileira e visando a inclusão da sociedade por meio da identificação com o exposto no catálogo.

No decorrer do encontro, ficaram expostas peças de roupas confeccionadas pelos ateliês: Abayomi, Engrenagem urbana, Ganjazz e Je Te Kiff. Houve também um sarau, denominado pelos participantes de “sarauvá”, onde os convidados pré determinados recitavam poesias, e ainda, quem sentisse vontade, também poderia expor sua opinião no microfone, como uma forma de expressão. Além disso, o evento contou com a presença do DJ Negrito. Ao longo da exposição dos catálogos, alguns grafiteiros produziam suas obras de arte para colorirem o ambiente e transmitirem um pouco da cultura do graffiti para a população local. Por se tratar de produções artísticas produzidas num espaço público, de fácil acesso pelos membros da comunidade, fez com que os convidados pudessem ter um contato muito próximo e apreciar cada detalhe da obra no exato momento em que estava sendo feito. Os grafiteiros presentes no dia foram Dedot, Dia, Eita e Gryllo. As produções realizadas ficaram em exposição no CDC.

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GALERIA - GRYLLO D OLIVEIRA

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