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TECNOLOGIA
Embrapa e parceria privada aperfeiçoaram os Vants
Uma das limitações é o peso que podem transportar, o que depende do tamanho do aparelho. Os de uso militar levam pesadas bombas e armas a longas distâncias em grandes alturas. O Male, por exemplo, voa a 9.000 metros e tem autonomia de 200 quilômetros. Todos são plataformas aéreas com sofisticada eletrônica embarcada que permite diferentes sistemas de captura de imagens. O tamanho compacto, a facilidade de operação, a segurança e o custo operacional reduzido são algumas de suas vantagens. O que ainda falta, mas está sendo providenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é a regulamentação de seu uso, para evitar acidentes e, principalmente, incidentes com a aviação, pois os drones podem subir tão alto quanto um avião, especialmente na área até 2.000 metros. Os de uso militar e de espionagem, como o Otan, vão a 3.000 metros e voam por 50 quilômetros, e o Hipersônico sobe a 15.200 metros com autonomia superior a 200 quilômetros. O gaúcho Edson Olliver, especialista em aviação, diz que “não existe mais dúvida de que será editado pela Anac
O pioneirismo no uso agrícola, no Brasil, é da unidade experimentação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de São Carlos, em São Paulo, que fez parceria com empresas privadas para desenvolver e melhorar os aparelhos, usando novos materiais, novos sistemas de propulsão, de controle e de monitoramento. A Embrapa criou os softwares para tirar o melhor proveito da mobilidade e da capacidade de transmissão de informações dos Vant. Investiu numa plataforma e aeronave capaz de operar em condições adversas no campo, com bom desempenho e baixo risco. Inspirou-se na Yamaha, que projetou um helicóptero sem piloto, para pulverização e controle de pragas em culturas de arroz, soja e trigo e desenvolveu uma solução com a Rotomotion. A pesquisa em universidades, na área da alta tecnologia, levou à criação, por jovens acadêmicos, de empresas como Flight Solutions, XMobots, Airship, Skydrones, entre outras, que atendem ao mercado brasileiro. A internet ajudou muito. Os pesAparelhos podem acompanhar praticamente todos os procedimentos necessários nas atividades agropecuárias
um RBAC (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil) para os Vant, que estão ganhando corações e mentes”. O uso em área urbana é restrito, mas empresas e órgãos públicos os utilizam em vigilância civil e policial, inclusive nas fronteiras, inspeção de linhas de transmissão de energia, aerofotogrametria, fotos de festas e de eventos. No campo, os técnicos recomendam voar a 300 metros de altura, até que a Anac divulgue as normas definitivas, e usar os drones para monitorar as lavouras e os rebanhos, acompanhamento de safras, controle de pragas e de queimadas. No Estado, há quem estude seu uso para vigilância de fazendas que, cada vez mais, estão sofrendo com as invasões, assaltos e casos de roubo de gado. DANILO UCHA/JN/ESPECIAL/JC
vão ao campo para melhorar a produção Ele é um equipamento aéreo desenvolvido, principalmente pelos Estados Unidos, a partir dos anos 1980, para uso militar, com alto poder de destruição - já teria matado milhares de pessoas nas guerras do Iraque, na Líbia e no Paquistão e sem riscos, pois não precisa de piloto. Agora, esta invenção está começando a ser utilizada com objetivos pacíficos e promete trazer grandes vantagens para a humanidade. Os Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant), também chamados drones (zangão em inglês), começam a prestar serviços em várias atividades civis, especialmente na agricultura de precisão. Eles monitoram os recursos naturais, meio ambiente, atmosfera, imageamento, fazem observações de rios e lagos e práticas agrícolas, desde o plantio até a pulverização de lavouras, sem risco para a vida do piloto, com mais rapidez e menores custos. Os drones ambém facilitam a vigilância em áreas urbanas e rurais, mesmo à noite, pois suas câmaras infravermelhas
Transp Sul
de Transporte e Logística
Drones captam e transmitem imagens nítidas para os monitores, e auxiliam na aerofotogrametria. Programas especiais de computador foram criados para analisar as imagens geradas e, no caso da agricultura, chegam a identificar possíveis pragas que estejam crescendo na lavoura. No Brasil, os primeiros experimentos foram feitos pelo Centro Tecnológico Aeroespacial, na década de 1980. Hoje, os pequenos aparelhos, tanto na forma de aviões quanto de helicópteros, estão disseminados e acessíveis. Há os que são quase brinquedos, vendidos a R$ 500,00, que podem ser adquiridos pelo reembolso postal, até o mais sofisticados, com valores de R$ 120 mil a R$ 300 mil ou mais. Bons aparelhos, de R$ 5 mil, pesam apenas 1 quilo. Há os de 27 a 35 quilos, com raio de vôo superior a 80 quilômetros. Uns são movidos a baterias, outros a combustíveis líquidos, como gasolina e etanol. Todos são controlados à distância e podem ser programados, através do computador, para sobrevoar determinada área, transmitindo tudo o que aparece diante da lente de sua câmara, com ângulos orientados, conforme a necessidade.
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16a Feira e Congresso
SAMUEL VASCONCELOS/DIVULGAÇÃO/JC
Danilo Ucha ucha@jornaldocomercio.com.br
Jornal do Comércio - Porto Alegre
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Jorge atribui à internet difusão da utilização de mini-aviões nas atividades rurais
quisadores Lúcio André de Castro Jorge e Ricardo Y. Inamasu, da Embrapa, autores do trabalho Uso de Veículos Aéreos não Tripulados em Agricultura de Precisão, dizem que, graças à internet, que facilita a aquisição de compo-
nentes, mais de 2.000 sistemas estão em operação no País. Apaixonado por drones, Edson Olliver diz que o girocóptero é o melhor para pulverização e vigilância. O aquacóptero, por exemplo, pousa em açudes, lagos e rios.
Empresas da Capital trabalham com o sistema O Vant é um sistema inspirado nas bombas voadoras alemãs V-1, desenvolvidas na II Guerra Mundial, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados. É usado em missões militares perigosas para seres humanos, principalmente pelos Estados Unidos e por Israel. Com a facilidade de acesso às novidades tecnológicas, mais de 50 países passaram a construir Vants. O sistema é composto pela aeronave, estação de controle em solo, de onde é planejada a missão, que tem acompanhamento remoto, GPS e unidade de navegação inercial, a mesma utilizada em foguetes, submarinos e navios. Computador de vôo, câmara fotográfi-
15 a 17 de julho - FIERGS
DANILO UCHA/JN/ESPECIAL/JC
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Quinta-feira, 29 de maio de 2014
ca e outros equipamentos sofisticados possibilitam sua movimentação e manobras que podem ser acompanhadas por celular e tablets. O uso de Vant em agricultura de precisão tem sido cada vez maior, uma vez que a tecnologia está se tornando mais acessível, com preços baixos. Com maior confiabilidade e com sensores cada vez mais precisos, os sistemas se tornam mais fáceis de operar, tornando-se viáveis para uso no campo. Há muita queda de Vant, mais por negligência dos operadores e falta de manutenção, porque existem dispositivos de segurança, inclusive para-quedas e pousos programados. Embora ainda não seja como um trator, o Vant “vai figurar, nos próximos tempos, como uma das ferramentas mais úteis na agricultura de precisão”, acredita Lúcio Jorge. Durante a 21ª Agrishow, a maior feira de máquinas e equipamentos agrí-
Projeto dos Vants teve investimento de R$ 5 milhões da Embrapa, que não fornece o aparelho mas indica versões mais adequadas
colas da América Latina, em Ribeirão Preto (SP), no final de abril, a Embrapa apresentou dois modelos comerciais equipados com câmaras e transmissores, utilizados nos trabalhos de desenvolvimento de soluções para o setor do agronegócio. Os técnicos fizeram demonstrações sobre as lavouras experimentais e a feira mostrando que os pequenos aparelhos podem facilitar o levantamento topográfico, obtenção de mapas detalhados da lavoura, identificar os pontos dos terrenos sujeitos à erosão, localizar pragas e detectar diversas deficiências. A Embrapa não fornece os aparelhos, mas indica os melhores existentes no mercado e ajuda os agricultores a usá-los. Se for o caso, ajuda a montar a versão mais adequada para determinada situação, indicando a melhor configuração. Desde 1998, a empresa aplicou R$ 5 milhões no projeto dos Vant e, agora, decidiu colocar mais R$ 2 milhões, para testar as inovações tecnológicas que estão chegando ao mercado e ver quais as mais úteis aos agricultores. Em Porto Alegre, várias empresas, como a Skydrones, fundada em 2010, na incubadora tecnológica Unitec, em São Leopoldo, trabalham com Vants. A Brigada Militar também tem seu Vant, inaugurado na Expointer de 2013, para a captura de imagens aéreas da feira, via controle remoto ou trajetos programados, até 150 metros de altura. A Força Aérea Brasileira tem dois dois Vants Hermes 450, na base aérea de Santa Maria, para vigilância sobre a fronteira.
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