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Remo

O remo no tietê começou muito antes da colonização de São Paulo. Os índios usavam as Pirogas, embarcações formadas por um único tronco que foi antecessora as embarcações que evoluíram com a chegada dos colonizadores na fundação de São Paulo. Os barcos passaram a ser usados para transporte de pessoas e mercadorias pelo Tamanduateí, Jurubatiba e diversos rios e afluentes da capital paulista. Essa navegação interligava as povoações que se formavam as margens dos rios, futuramente as embarcações e os seus remos deram espaço para recreação e prática esportiva. Os primeiros barcos começaram a surgir na região da Ponte Grande, do Recreio Veneza em São Paulo na mesma época que o esporte náutico e os clubes esportivos começaram a surgir. Claro que é necessário levar em conta que quando os primeiros barcos de competição começaram a aparecer no rio Tietê, o esporte náutico já possuía em países europeus quase um século de história, com uma grande bagagem de técnica e prática desses esportes. A história do remo de competição começou em Santos, num período em que os clubes ribeirinhos de São Paulo ainda não haviam sido fundados. Já na cidade de Santos as regatas eram comuns e constantemente realizadas antes mesmo do início do século XX. Os clubes santistas nascem anteriormente aos paulistanos em quase uma década, Santos também era atingida pela concentração populacional e a produção de café, já que era a saída do produto para o mundo. Assim a cidade se desenvolveu aceleradamente, surge então uma classe média muito ligada ao comércio do café produto de exportação, essa característica social permitia a prática esportiva qual tinha grande valor cultural. O Clube de Regatas Santista foi fundado em 30 de abril de 1893, assim como outros clubes que antecederam os da capital paulista, como o Esperia, o primeiro da Ponte Grande que veio a ser fundado em 1899. A primeira regata do estado de São Paulo ocorreu em julho de 1897 na cidade de Santos e foi promovida pelo Clube de Regatas Santista. Nesse mesmo ano ainda não havia clubes de remo, principalmente em rios, as regatas eram constantemente praticadas no mar. As disputas de remo na virada do século XX, eram extremamente populares, e atraiam enorme público como no futebol de hoje. A grande audiência criava havia ídolos, tornando o esporte uma atração popular. Os clubes de São Paulo se esforçaram para participar das regatas, os barcos eram despachados pela estrada de ferro para Santos, muitas vezes causando danos às embarcações. Mas de qualquer maneira a paixão esportiva fazia com que o esforço valesse a pena, também é importante lembrar que ir a Santos naquela época era um privilégio. Enquanto na capital com o início dessa prática começaram a surgir competições entre os clubes paulistanos. Claro que em uma escala menor, as competições começaram em rios como o Tietê e Guarapiranga, antes de ser retificado o rio Tietê podia dar largada a mais de seis embarcações simultaneamente, no ponto de saída das regatas o rio tinha 67 metros. Esperia foi o clube pioneiro na realização das regatas, em 1903, já se ouvia falar das competições.

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``Pela primeira vez em São Paulo foram disputados importantíssimos `matches´ de regatas, regularmente organizados´´ .

O correio Paulistano: campeonato de remo. Brasil:

Essa notícia certifica o nascimento das competições de remo na capital paulista, participaram dessa regata competidores de Santos. Afinal não havia outros competidores além do Esperia até o momento, o Clube Regatas de São Paulos e outros clubes foram posteriormente fundados. A federação Estadual para gerir a modalidade náutica foi fundada em Santos, que já tinha mais tradição no esporte do que a capital. A assembleia foi realizada em 1907, com a participação de cinco agremiações, Clube de Regatas Santista, Internacional de regatas, C.R. Saldanha da gama, C.R Tumiaru e o Clube Esperia, sendo o único clube da capital, que como sempre foi um clube de destaque na história do remo e o único fundado a representar as agremiações ribeirinhas do Tietê. A cidade de Santos sediou o remo até os anos 30, quando a Federação transferiu para a capital. Os clubes da capital e do interior despontaram a prática do remo e começaram a questionar a prática dos clubes de Santos, resultando numa ruptura da Federação. Em 1916, junto ao Esperia fundou a Liga Paulista de remo, o que criou a rivalidade entre os clubes Santistas e Paulistas.

O rio Tietê, berço do remo na cidade de São Paulo, embora de grande importância não garantia a melhor das condições para a prática do remo. Ainda mais se considerarmos que o rio mudou depois dos anos quarenta com sua retificação anteriormente o rio era sinuoso e estreito em alguns lugares. Na época de seca, não havia água suficiente para as regatas, cenário completamente diferente das cheia. Haviam discussões que colocavam em risco o esporte naquele rio, com a retificação se solucionou essa questão, mas outras vieram de encontro, poluição, detritos e o aumento de produção do esgoto, resultados do aumento populacional e a urbanização de São Paulo.

Figura 20: Década de 40 - Remadores de regata disputada pelo Clube de Regatas Tietê no rio Tietê. Fonte: (visitado em 05/2021) https://br.pinterest.com/pin/36591815699107549/

Uma das últimas manifestações do remo no Tietê foi o campeonato popular de remo de A Gazeta Esportiva, nos anos 50. As condições adversas do rio, fizeram que o remo migrasse para o rio Jurubatuba, embora houvesse insistência dos clubes em manter as competições no Tietê até o momento que se percebeu que não haviam mais condições para a prática naquelas águas. Agora entre a água e os barracões havia uma marginal, foi no ano de 1972 que foi realizada a regata de despedida, a última regata do rio Tietê.

Eis que aos arredores do rio Pinheiros é criada a raia olímpica, que surge da descoberta de uma mina de areia para a construção da cidade universitária. A extração criou uma calha de mais de dois mil metros, dando origem a raia, atraindo os barracões, garagens de barcos e demais instalações para a área. Embora não existem comparações entre o contexto histórico e da prática do remo no rio, essa foi uma maneira de seguir em frente com esse esporte que um dia atraiu grandes públicos, mas que hoje se tornou pouco conhecido.

Figura 21: Equipe de Remo do Esperia, Vital Costa em destaque com a camiseta do Clube

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