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analise solar

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Natação

Foi no rio Tietê onde se iniciou a natação paulista. Ainda sem piscinas, a prática do esporte encontrava espaço nos rios, era possível nadar as beiras das margens, ou atravessar o rio para os nadadores mais experientes. Quando não praticado diretamente no rio a natação contava com os chamados flutuadores, se tratam de pranchas de madeira trabalhadas em formato de piscina e sustentadas por tambores. Essa estrutura flutuava nas águas dos rios e eram conhecidos como cochos, esses cochos eram usados pelos clubes ribeirinhos como uma forma de gerar segurança para os nadadores, especialmente os iniciantes. Considerando que nos anos de 1930 os esportes aquáticos davam os primeiros passos em seu desenvolvimento, os cochos faziam parte da estrutura que podia se obter naquele contexto. A natação, como outros esportes aquáticos, foram administrados pela Federação Paulista das Sociedades do Remo, desde 1907 quando foi fundado e manteve-se nesse formato até 1930. Os esportes náuticos eram tradicionais na época e muito prestigiados, sendo assim as provas de natação eram disputadas durante os intervalos das regatas. A dependência da administração da federação de remo faziam com que as competições na época fossem completamente diferentes do que as atuais. A natação tendia a seguir as metodologias dos esportes náuticos, o que posteriormente deixou de fazer sentido.

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Os nadadores da época deveriam competir com a camisa do seu clube, um calção escuro e um gorro, que ajudavam a identificar a qual clube o competidor pertencia. Para saber o resultado era necessário esperar as bandeiras serem içadas em seus mastros. Em 1920 o código de Natação apresentava toda sua regulamentação para a modalidades de esportes aquáticos, incluindo os saltos ornamentais e do polo aquático, que se desenvolviam como esportes. No período pré piscina, com a percepção de que os métodos utilizados durantes as competições, que seguiam o remo, deixaram de fazer sentido e à medida que no mundo estavam sendo realizadas competições com critérios e sistemas completamente diferentes dos paulistas. Antes da primeira piscina ser inaugurada, a solução encontrada foi o uso dos flutuadores nas competições, esses flutuadores evoluíram dos cochos, esse sistema trouxe a possibilidade de se realizar eventos com características mais técnicas,

Figura 23: Cochos Fonte: Livro Tietê o rio do esporte

os flutuadores formavam duas cabeceiras como uma piscina, paralelamente colocadas a 25 metros de distância fortemente amarrados às margens dos rios. Em 1929 com a construção da piscina da Associação Athletica São Paulo gerou um marco no desenvolvimento da natação paulista, dando um enorme salto quanto às competições e performance dos nadadores, quando as competições começaram a deixar os rios, quando os problemas de poluição já começavam a dar indícios na virada da década.

A travessia de São Paulo a Nado

Esse foi o maior evento esportivo que já ocorreu no Tiete, a travessia de São Paulo a nado, competição de natação que percorria, rio abaixo, os cursos sinuosos do curso do Tietê entre a ponte da vila maria e a ponte grande, numa distância de 5.500 metros, a competição era tão popular que foi considerada a são silvestre da água, as margens do rio estavam sempre repletas por espectadores que aplaudiram a passagem dos atletas, o vencedor se tornava um herói e um ídolo.

Em 1944 o rio dá adeus a natação, com o final da disputa da Travessia de São Paulo a nado no Tietê, encerra um ciclo do esporte aquático paulista, a edição daquele ano foi a última vez que as pessoas preencheram as margens para assistir a competição no rio, a A.A São Paulo, o Clube Esperia, o Sport Club Germânia e o Clube de Regatas Tietê começaram a construir suas próprias piscinas enquanto iam deixando as margens do Tietê, a natação continuou por algum tempo existindo no rio, clubes como O Clube estrela, Clube esportivo da Penha e o S.C. O Corinthians continuou a usar o rio para suas competições internas, mas com o tempo os cochos foram aposentados e cada dia mais ficará para trás de vez a prática de esporte nos rios. A natação em si como conhecemos hoje evoluiu muito desde então, em São Paulo esse esporte carrega em sua história às margens dos rios, que esquecidos encontram-se destruídos pela urbanização da cidade de São Paulo.

Figura 24: Multidão prestigia a travessia de são Paulo Fonte: Livro Tietê o rio do esporte

REFERÊNCIAS

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