O Delta Artificial na Zona Leste

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O Delta Artificial na Zona Leste Gustavo Vescovi Meirelles TFG - Segundo Semestre 2012





O Delta Artificial na Zona Leste TFG - Trabalho Final de Graduação Segundo Semestre 2012

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Gustavo Vescovi Meirelles Orientador Alexandre Delijaicov

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Agredecimentos Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais, por sempre me darem as condições ideais para desenvolver meus projetos. Agradeço ao Alexandre e ao Zico, por serem capazes de transmitir valores inefáveis atraves da convivencia. Dedico este trabalho á minha família, que de uma forma ou de outra sempre me apoiou, à Livia, que me aguentou nas horas difíceis, e aos meus amigos e colegas, que me ajudaram a me tornar quem eu sou.

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Sumário

Introdução

Projeto

Conclusão

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10 Motivação 12 Tema 14 O Hidroanel Metropolitano 20 26 34 40 44

Problema Diretrizes Recorte Intervenção Detalhes

78 Conclusão 80 Referencias Bibliograficas


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Introdução 10

Motivação

O ponto de partida deste trabalho foi o emblemático episódio da desocupação do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no início de 2012. Este episódio ilustrou a dramática situação da habitação de baixa renda no Brasil, com o Estado se eximindo de sua responsabilidade de prover habitação digna para os cidadãos sem condições e utilizando o seu aparato judicial e policial para favorecer grandes interesses econômicos em detrimento de um grande número de pessoas de classes mais pobres. Este episódio demonstrou uma completa desarticulação horizontal e vertical no Estado, com o governo Federal demonstrando uma posição contraria do governo Estadual, e a prefeitura atuando de maneira pouco relevante, e diferentes tribunais de justiça tomando decisões atropeladas e desencontradas, ignorando decisões do próprio Ministério Público e contrariando artigos da constituição. Escancarou também a ineficácia das políticas públicas de habitação social, incapa-


zes de resolver o problema do morar, marginalizando as pessoas sem condiçoes financeiras para se inserir no mercado imobiliario. Soma-se a este episódio a questão das favelas de São Paulo destruidas por incendios, recuperadas pelo poder público utilizando o aparato de repressao policial e incorporadas pelo mercado imobiliario, expulsando a população de baixa renda para regiões afastadas e mais baratas da cidade, mas distante das infra estruturas publicas e dos polos de empregos. Ao estudar estes episódios, outra dimensão do problema foi se desdobrando. A não-cidade onde as populações de baixa renda são forçadas a viver. As regiões mais afastadas se tornam bairros dormitório, distantes dos empregos, com pouca infra estrutura e pouca oferta de espaços públicos de qualidade, não recebem investimentos públicos proporcionais à grande parcela da população que habitam estas regiões. Mesmo que seja uma situação crítica e digna de atenção a população reprimida com força extrema pelo estado e pelos interesses economicos de grandes investidores, uma parcela muito maior sofre com uma violencia institucional velada exercida pelo estado e pelos grandes interesses do mercado, tendo suas liberdades e seus direitos negados de forma sistemática, sendo obrigada a adotar uma desgastante rotina de subexistencia com pouca oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional ou de melhora na qualidade de vida. Foram estas as inquietações e problemas que serviram de motivação para o desenvolvimento do trabalho.

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Tema

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O tema principal desse trabalho é a intervenção do poder público em tecidos urbanos consolidados carentes de uma dinamica urbana que reflita em uma melhor qualidade de vida aos habitantes, buscando uma alternativa na lógica da produção da cidade e da apropriação de espaços e equipamentos públicos por parte da população, entendendo que a lógica atual, de entregar a cidade para os interesses de mercado, é benéfica a uma parcela muito pequena da população e vai contra o princípio fundamental da admnistração pública, a justa distribuição dos benefícios e malefícios do processo de urbanização. Para isso, foi tomado como princípio a implantação do projeto do Hidroanel Metropolitano, uma obra de infra estrutura de grande escala, que oferece uma alternativa à logística de cargas públicas na metrópole e procura resgatar o papel dos corpos d’água como bens públicos benéficos à população. Baseado no conceito de metrópole fluvial no qual se constrói o Hidroanel Metropolitano, será proposto um plano de intervenção no tecido urbano consolidado, criando uma frente de requalificação urbana nas margens do rio Tietê e seus afluentes, de modo a potencializar o valor urbanístico dos corpos d’água e seu acesso á população. O método escolhido para o planejamento desta intervenção parte do enfrentamento do problema da terra e da falta de espaços públicos de qualidade em uma região onde o estado pouco interviu, mas procurando respeitar o tecido urbano existente e a população local, tendo como prioridade a os habitantes de favelas e submoradias.


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O Hidroanel Metropolitantano

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O Hidroanel Metropolitano se apresenta como uma necessária alternativa para a lógica de organização do espaço urbano e a postura do poder publico frente à questão urbanística e ecológica das águas no ambiente urbano. O projeto parte do princípio do entendimento da água como bem público, com potencial para usos diversos, como transporte de cargas públicas, elemento paisagístico e estrutura de prevenção de enchentes. As perspectivas são de reduzir a necessidade de piscinões para controle de enchente, reduzir o fluxo de caminhões transportando pela cidade cargas como lixo, entulho, material de dragagem, produção hortifruti, resíduos industriais, e encaminhar estas cargas para seus destinos de maneira mais rápida e barata, uma vez que os custos do transporte fluvial são muito menores do que os custos do transporte rodoviário. A implantação do Hidroanel Metropolitano, adotando os conceitos da Metrópole Fluvial, oferece a oportunidade de redesenhar a estrutura urbana das periferias e suprir sua carencia de espaços públicos de qualidade, equipamentos públicos de saúde, cultura e educação e de criar um extenso eixo pontuado por polos comerciais e de serviço geradores de emprego. O grande parque fluvial urbano ao longo de toda a margem do Hidroanel, alem de se oferecer como importante elemento paisagístico e ecologico inexistente na cidade de hoje, ainda oferece a oportunidade de implantação de equipamentos públicos por toda sua extensão, para que o grande parque linear tenha um uso diversificado e constante, favorecendo sua apropriação por parte da população e garantindo sua vitalidade e sua influencia positiva na qualidade de vida da cidade. O projeto ainda propõe diversos equipamentos de infra estrutura, como portos, eco portos e draga portos que além de gerar empregos e ajudar a resolver alguns problemas da cidade, ainda podem atrair empresas privadas ligadas a estas atividades, como industras de


Ilustraçao do Relatório Conceitual do Hidroanel Metropolitano

reciclagem, processamento de entulho, logística, entre outras. Estes equipamentos podem ajudar a criar polos de desenvolvimento economico distribuidos por toda a extensão do Hidroanel, sem sobrecarregar a infra estrutura rodoviária da cidade, que já se encontra saturada, nem concentrar os empregos gerados em uma região específica. O projeto de implantação do hidroanel tem alguns trechos que se sobrepõem ao tecido urbano consolidado, e ainda prevê uma faixa de 200 metros que seria uma frente de requalificação urbana, para abrir a cidade para o rio, favorecendo o uso do parque linear pela população e a apropriação da água como bem público por parte da população. Exatamente neste punto ponto surgem diversas complicações. Como se daria a remoção dos habitantes, e para eles onde eles iriam? E como seria o desenho urbano desta Frente de Requalificação Urbana? São estas complicações que o projeto se propõe a solucionar. 15


INSERÇÃO NA METRÓPOLE HIDROGRAFIA HIDROANEL TIETE LESTE

LIMITE DOS MUNICIPIOS

GRU ITQ

SPA BAR

P OA

OSA

MOG

SPO SUZ

DIA

RIP RGS

SBC

16

S AN

0km

30km


O trecho Leste do Hidroanel

Detalhe a eclusa de São Miguel

O primeiro passo do projeto foi analizar o traçado do hidroanel para identificar aonde os problemas se apresentam com maior intensidade e com maior clareza. No trecho da zona Leste do município de São Paulo, entre os distritos de Ermelino Matarazzo e Jarddim Helena, Todos estes problemass se apresentam de forma clara e manifesta. Além disso, o Hidroanle se sobrepõe a tecidos urbanos diversos, como favelas, terrenos ocupados e a áreas urbanizadas formais.

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HIDROANEL TRECHO A-105 Guarulhos

LINHA CPTM FERROVIAS RODOANEL CORREDORES DE ONIBUS HIDROGRAFIA Rio

USP Leste

gag

Mon

V.Mara / Jd. Helena

ua

0km Rio u Jac Rio uera Itaq

18

1km

2km

3km


HIDROANEL TRECHO A-106 Guarulhos Rodovia Ayrton Senna

LINHA CPTM FERROVIAS RODOANEL CORREDORES DE ONIBUS HIDROGRAFIA T

V.Mara / Jd. Helena Rio

Itaquaquecetuba

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0km

1km

2km

3km

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Rio Itaquera

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Projeto 20

O Problema

Tietê Leste_São Paulo


O Rio Tietê e seus afluentes

Uma análise mais profunda de dados do IBGE e da própria prefeitura de São Paulo demonstram outros problemas socioeconômicos da região. Os piores índices de alfabetização, de saneamento básico, de números de empregos formais, poucos equipamentos públicos de cultura, lazer e saúde no município de São Paulo se encontram nos distritos da zona Leste margeando o rio Tietê. Inicialmente a análise da região foi realizada utilizando os distritos como unidade, comparando dados socio-economicos e estudando suas implicações na produção da cidade. Porém, ao analizar o relevo e a hidrografia da área, foi possivel observar a importancia das bacias hidrográficas dos rios Mongaguá, Jacu, Itaquera, Água vermelha, Itaim, Tijuco Preto e Três Pontes na constituição desta parte de São Paulo. A adoção das bacias hidrográficas como unidade para análise e planejamento urbano na implantação do Hidroanel faz mais sentido ainda quando associadas ao conceito de cidade fluvial e a recuperação das águas como bem público. Mais do que isso, oferece a possibilidade de adotar os afluentes do Tietê e suas nascentes como elementos estruturadores do desenho urbano das regiões da cidade que não margeiam o rio Tietê. Um tratamento urbanistico diferenciado em todos os corpos d’água, incluindo os menores e internos aos bairros, criaria uma rede de parques lineares pontuados por equipamentos públicos diversos que aumentaria o perimetro dos espaços públicos e aumentando muito a sua área de influencia no tecido urbano

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BRÁS

ALTO DE ALVIM PINHEIROS

JAGUARÉ

CARRÃO

BLICA SÉ CONSOLAÇÃO

CARRÃO

GUAIANASES BELA CAMBUCI GUAIANASES MOÓCA CIDADE LÍDER VISTA LIBERVILA CIDADE LÍDER JOSÉ VILA ÁGUA JOSÉJARDIM FORMOSA BUTANTÃ ÁGUAPERUS FORMOSA RIO BONIFÁCIO DADE PAULISTA RASA BONIFÁCIO RASA PINHEIROS PEQUENO ARICANDUVA PARQUE ARICANDUVA PARQUE DO CARMO DO CARMO VILA TREMEMBÉ CIDADE RAPOSO SÃO MARIANA CIDADE VILA ANHANGÜERA SÃO TIRADENTES IPIRANGA VILA TAVARES LUCAS TIRADENTES IPIRANGA PRUDENTE MORUMBI LUCAS MOEMA PRUDENTE VILA ITAIM SÃO MATEUS SÔNIA SÃO MATEUS BIBI BRASILÂNDIA IGUATEMI IGUATEMI JARAGUÁ SAPOPEMBA SAPOPEMBA SAÚDE CACHOEISACOMÃ Ã VILA RINHA SACOMÃ CAMPO SÃO RAFAEL ANDRADE JAÇANÃ CURSINO SÃO RAFAELBELO RSINO CAMPO LIMPO SANTO AMARO MANDAQUI TUCURUVI JARDIM PIRITUBA ERMELINO HELENA JARDIM JABAQUARA ROS VILA MATARAZZO FREGUESIA SÃO ERMELINO HELENA CANGAÍBA MEDEIROS DO Ó DOMINGOS SÃO MATARAZZO MIGUEL CANGAÍBA SÃO LIMÃO CASA VILA CAPÃO ITAIM MIGUEL VILA SANTANA JACUÍJARDIM VERDE VILA REDONDO PAULISTA CURUÇÁCAMPO ITAIM VILA PONTE RASA CIDADE VILA SÃO LUÍS JACUÍ JAGUARA CURUÇÁ PAULISTA GRANDE MARIA ADEMAR GUILHERME PONTE RASA PENHA LAPA BARRA VILA MARIA BOM PENHA FUNDASOCORRO RETIRO VILA LAJEADO PARI TUAPÉ SANTA ITAQUERA VILA LEOPOLDINA ARTUR LAJEADO TATUAPÉ CECÍLIA MATILDE BELÉM ITAQUERA ALVIM VILA ARTUR PERDIZES MATILDE REPÚALVIM BRÁS CARRÃO ALTO DE JAGUARÉ BLICA PEDREIRA CARRÃO PINHEIROS GUAIANASESSÉ CONSOLAÇÃO CIDADE LÍDER VILA GUAIANASES JOSÉ BELA MOÓCA GUA CIDADE DUTRA CAMBUCI JARDIM ÂNGELA CIDADE LÍDER FORMOSA BONIFÁCIO VILA JOSÉ JARDIM VISTA LIBERASA ÁGUA FORMOSA BUTANTÃ ARICANDUVA BONIFÁCIO DADE RIO PAULISTA PARQUE RASA PINHEIROS PEQUENO ARICANDUVA DO CARMO PARQUE DO CARMO CIDADE SÃO A VILA TIRADENTES CIDADE LUCAS DENTE RAPOSO SÃO MARIANA VILA TIRADENTES IPIRANGA TAVARES LUCAS PRUDENTE SÃO MORUMBI MATEUS MOEMA VILA ITAIM IGUATEMI SÃO MATEUS SÔNIA SAPOPEMBA BIBI IGUATEMI SAPOPEMBA

AMBUCI

MOÓCA

Domicílios sem rede de esgoto

CAMPO LIMPO

SACOMÃ

Vulnerabilidade Social IPVS

Distritos

SÃO RAFAEL

GRAJAÚ CURSINO

Grupos de Vulnerabilidade

SANTO AMARO JABAQUARA

Distrito CAPÃO REDONDO

SAÚDE

SÃO RAFAEL CAMPO BELO

VILA ANDRADE

Domicílios sem água encanada

Subprefeitura CAMPO

JARDIM SÃO LUÍS

GRANDE

Distrito

SOCORRO PARELHEIROS Número de Domicílios

Quilômetros

12

18

Distrito

Fonte: IBGE. Censo, 2000; Número de Domicílios Elaboração: Secretaria Municipal de Planejamento – Sempla/ PARELHEIROS Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro.

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Até 3.500 De 3.501 a 8.500

Sem informação Distritos

1.501 ou mais

22.001 ou maisMARSILAC

Subprefeitura

Vulnerabilidade muito alta

De 1.101 a 1.500

De 14.001a 22.000

Distrito

Vulnerabilidade alta

De 701 a 1.100

De 8.501 a 14.000

GRAJAÚ

Vulnerabilidade média

De 101 a 700

De 3.501 a 8.500

6

Vulnerabilidade baixa

Até 100

Até 3.500 CIDADE DUTRA

0

Vulnerabilidade muito baixa

Número de Domicílios

PEDREIRA JARDIM ÂNGELA

Nenhuma vulnerabilidade

Subprefeitura

CIDADE ADEMAR

0

Subprefeitura

6

12 Quilômetros

18

Fonte: IBGE. Censo, 2000; Elaboração: Secretaria Municipal de Planejamento – Sempla/ Depto. Estatística e Produção de Informação – Dipro. Número dedeDomicílios

Até 100

0

6

Grupos de Vulnerabilidade

Quilômetros

12

18

Fonte: Fundação Seade. Nenhuma vulnerabilidade Elaboração: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Vulnerabilidade muito baixa Urbano – SMDU/ Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro.

Vulnerabilidade baixa

Vulnerabilidade média Vulnerabilidade alta


REPÚBLICA

MATILDE

BRÁS

A MOÓCA A LIBER-CAMBUCI DADE

VILA MARIANA TREMEMBÉ

ALVIM

CARRÃO

VILA FORMOSA

ÁGUA RASA

Distritos do Município de São Paulo

GUAIANASES

CIDADE LÍDER

2000

JOSÉ BONIFÁCIO

Taxas PARQUE de Analfabetismo da População de 15 Anos e Mais

ARICANDUVA

do Município de São PauloTaxa de analfabetismo Numero de empregos Distritos Formais 2000 DO CARMO

VILA PRUDENTE

IPIRANGA

SAPOPEMBA

Domicílios com renda menor do Domicílios com renda domiciliar salários mínimos deque 20 oudois mais salários mínimos

CIDADE TIRADENTES

SÃO LUCAS

SÃO MATEUS

IGUATEMI

AÚDE CURSINO JAÇANÃ

SACOMÃ

SÃO RAFAEL

URUVI UARA VILA MEDEIROS

HERME

CANGAÍBA

VILA MARIA

JARDIM HELENA

ERMELINO MATARAZZO

PONTE RASA

VILA JACUÍ

SÃO MIGUEL

VILA CURUÇÁ

Distribuição de Domicílios, segundo Faixa de Renda Distritos do Município de São Paulo 2010

ITAIM PAULISTA

Domicílios com renda domiciliar de até 2 salários mínimos

PENHA

BELÉM RA

TATUAPÉ

VILA MATILDE

ARTUR ALVIM

CARRÃO MOÓCA

RANGA

VILA FORMOSA

ÁGUA RASA

VILA PRUDENTE

GUAIANASES

CIDADE LÍDER ARICANDUVA

LAJEADO

ITAQUERA

PARQUE DO CARMO

JOSÉ BONIFÁCIO CIDADE TIRADENTES

SÃO LUCAS SAPOPEMBA

SÃO MATEUS

IGUATEMI

Distritos SACOMÃ

SÃO RAFAEL

Taxas (%)

Distrito

Distritos

Subprefeitura

Taxas (%)

Empregos Até 9.999

Taxas (%)

De 10.000 a 19.999

De 20.000 a 29.999 De 30.000 a 39.999 De 40.000 a 49.999 50.000 e mais 0

6

12

Distritos 14,32 14,14 13,13 12,12 11,11 10,10 9,09 14,32 8,08 14,14 7,07 6,06 13,13 5,05 12,12 4,04 3,03 11,11 2,02 0 10,10 1,01 2010. 9,09 Projeção Estatística 0,30

18

Domicílios com renda domicilia de 20 ou mais salários mínimo

14,32 14,14 13,13 12,12 11,11 10,10 9,09 8,08 7,07 6,06 5,05 4,04 3,03 2,02 1,01 0,30

Distritos

Em % Até 10,00 De 10,01 a 20,00 De 20,01 a 30,00 De 30,01 a 40,00 40,01 e mais 0 6

12

18

>

6

12 Quilômetros

Distritos

Em %

18

Até 10,00

De 10,01 a 20,00 De 20,01 a 30,00 De 30,01 a 40,00

40,01 e mais Quilômetros Quilômetros Fonte: IBGE. Censo Demográfico da Amostra. Distrito 0 6 12 18 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano – SMDU/Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro. 8,08entre domicílios Quilômetros Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. Projeção Estatística Nota: 1 - As porcentagens indicam a relação de determinada faixa de renda e o número total de domicílios Subprefeitura da Amostra. Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - Rais 2005. 0 6 2 salários 12mínimos 18 Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Projeção Estatística da Amostra. permanentes. 2 - A distribuição domiciliar com até inclui domicílios sem rendimento. Nota: Realizado com Philcarto - os http://perso.club-internet.fr/philgeo. 7,07 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano – SMDU/Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro. Secretaria Municipal de Planejamento – Sempla/ Elaboração: Secretaria Municipal de Planejamento – Sempla/ Nota: 1 - As porcentagens indicam a relação entre domicílios de determinada faixa de renda e o número total de domicílios Quilômetros Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro. permanentes. 2 - A distribuição domiciliar com até 2 salários mínimos inclui os domicílios sem rendimento. Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro. 6,06

Empregos

Até 9.999 De 10.000 a 19.999

>

5,05 4,04 3,03

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. Projeção Estatística da Amostra. Nota: Realizado com Philcarto - http://perso.club-internet.fr/philgeo. Elaboração: Secretaria Municipal de Planejamento – Sempla/ Depto. de Estatística e Produção de Informação – Dipro.

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Região do Tietê Leste Rio Tietê Afluentes Linha 12 - CPTM Estação CPTM Viario Principal

Rodovia Ayrton Senna

Erm. Matarazzo

s

lhadore

Traba via dos

Rodo

Jd. Romano Roland Berrigan

Jd. Helena

Itaim

Av. Mal Tito

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24

100m

200m

300m


Região do Tietê Leste - Bacias Hidrográficas RIO TIETE AFLUENTES

. Rib s nte

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100m

200m

300m

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Diretrizes

Canais de Amsterdam

Vista aĂŠrea de Amsterdam

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Imagem dos lagos canais navegĂĄveis do Hidroanel Metropolitano


O Parque linear do Hidroanel

O projeto do Hidroanel Metropolitano prevê por toda a sua extensão um parque linear em sua margem, com calçadoes de 30 metros de largura e áreas verdes que variam entre 30 e 70 metros de largura. O calçadão percorre toda a extensão do hidroanel, e ainda inclui uma ciclovia e equipamentos para práticas esportivas. Ao longo do trajeto, estão previstos diversos passarelas para travessia de pedestres e pontes para travessia de automóveis. Um dos pontos cruciais para que o projeto exerça uma influencia positiva na qualidade de vida da população é a apropriação do espaço público por parte da popupulaçao e do poder público, de forma a fomentar usos diversificados e constantes por toda a sua extensão, garantindo vitalidade para o parque e o suprimento de demandas por qspaços públicos de qualidade por parte da população. O projeto do parque linear possui espaços para equipamentos publicos de grande porte, como centros culturais, CEUs, mercados públicos e centros esportivos alternados com áreas de lazer e contemplação aproveitando-se do valor paisagístico dos lagos-canais navegáveis do hidroanel, criando uma praia fluvial com atividades diversificadas e que atraia públicos de classes sociais, faixas etarias e interesses distintos. No entanto, o projeto do Hidroanel estabelece apenas o local e um programa genérico apenas dos portos e equipamentos ligados à operaçao dos lago-canais navegáveis. Outros equipamentos são apenas sugeridos no desenho, sem especificar exatamente a sua localizaçào ou o seu programa.

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Hidroanel Metropolitano - Implantação Básica Rio Tietê Afluentes Linha 12 - CPTM Estação CPTM Viario Principal

5 1

7

2 4

2

3 1

0m

28

3 4 5 6 7

6

100m

200m

300m

Parque Varzeas do Tiete Eclusa de S. Miguel ETE Ecoporto Centro esportivo Porto de dragagem CEU


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O tratamento dos afluentes do Tietê

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Ao entender a água como bem público que deve ser explorado da melhor forma possivel para mellhorar a qualidade de vida da cidade, não faria sentido restringir o tratamento apenas ao rio Tietê e ao Hidroanel. Para desenvolverr a cultura do uso público dos corpos d’água e projetar uma metrópole fluvial de fato, todos os corpos d’água devem receber um tratamento que o coloque como elemento articulador do tecido urbano, rompendo a lógica atual de restringir seu uso ao despejo de resíduos de todos os tipos e seu tamponamento para a implantação de uma avenida de fundo de vale. Ao cruzar os mapas de hidrografia e relevo com o mapeamento das favelas da região realizado pela Secretaria municipal da habitação, é possivel notar que as habitações irregulares mais precárias de toda a região se concentram nas margens dos afluentes do Tietê e suas nascentes. Percebe-se que o problema da água no espaço urbano e da moradia da baixa renda estão profundamente ligados. A população de baixa renda, sem recursos para se inserir no mercado imobiliário e sem amparo das políticas públicas de habitação, são obrigadas a ocupar espaços residuais e sem valor na cidade. Os rios, por sua vez, são confinados pelos fundos dos lotes da cidade formal e se tornam um elemento geográfico com a única função de receber todos os tipos de detrito e resíduos da dinãmica urvana. Além disso, nas épocas de chuva mais intensa transbordam e causam inumeros transtornos à população, inviabilizando o deslocamento das pessoas para seus empregos, destruindo moradias e oferecendo à população alto risco de contaminação por diversas doenças. O tratamento dos rios passa pela solução do déficit abitacional, e a soluçãodo déficit habitacional passa pelo tratamento dos corpos d’água como bem público. Os afluentes do rio Tietê que cruzam a área de estudo podem ser dividios em 3 trechos. As nascentes, os trechos intermediaros, e seus trechos baixos. Cada um destes 3 tre-


Região do Tietê Leste - Distribuição das favelas Rio Tietê Afluentes Linha 12 - CPTM Estação CPTM Viario Principal Favelas

0m

100m

200m

300m

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chos exigem abordagens e medidas distintas para preservar tanto a qualidade da água quanto a elaboração de espaços públicos que tomem proveito dela. Os trechos de nascente, espalhados por toda a bacia, exigem uma área de proteção maior, com uma vegetação ciliar. O trecho intermediário dos afluentes apresentam condições para se tornarem eixos importantes dos bairros por onde passam, possibilitando a construção de parques lineares em suas margens que ligam regiões afastadas do Tietê ao sistema de espaços livres e equipamentos públicos do hidroanel. Estes parques lineares, com uma escala menor, poderiam ainda ser pontuados com equipamentos públicos de uso local e de menor porte do que os equipamentos presentes no Parque do Hidroanel, como casas de cultura, escolas, creches e quadras esportivas. Além disso, uma faixa de terreno permeavel margeando os rios desacelera as águas vindas dos dos espigões entre as bacias e retardam a chegada dessa água na foz do rio, evitando problemas de enchente nos trechos baixos dos afluentes e no próprio Tietê. Os trechos mais baixos destes afluentes necessitam de espaços e equipamentos públicos que liguem os parques lineares dos trechos intermediários com o Parque do Hidroanel, além de incluir medidas para reduzir as enchentes, frequentes nestes trechos. Pelas caracteristicas da topografia da região, os afluentes se tornariam eixos estruturadores dos bairros no sentido norte-sul, ligando os bairros com o parque linear do hidroanel, que se apresenta como um importante eixo no sentido leste-oeste Seria interessante ainda criar eixos no sentido leste-oeste e nas diagonais que criem ligações entre os afluentes, com vias mais largass e arborizadas, calçadas mais largas e ciclovias nos trechos que o relevo permitir.. Esta organização quebraria a lógica radio-concentrica de organização da cidade, criando uma trama de eixos mais homogenea facilitando os fluxos entre os bairros. 32


Região do Tietê Leste - Trechos dos afluentes Rio Tietê Afluentes Linha 12 - CPTM Estação CPTM Viario Principal Trecho de nascente Trecho Intermediario Trecho Baixo

0m

100m

200m

300m

33


Recorte

Jd Helena

34


Jardim Helena e Vila Mara

O trabalho pretende elaborar uma proposta mais detalhada em uma escala menor, se aproximando o quanto for possível da escala do edifício, planejando intervenções em diferentes escalas na cidade. Para realizar esta proposta, foi feito um recorte que compreende o trecho baixo da bacia do rio itaquera e a bacia do rio . Esta área de estudo, compreendida no distrito Jardim Helena, se encontra sob a admnistração da subprefeiruta de São Miguel Paulista. A área compreende os bairros de Vila Mara e Jardim Helena, apresentando diversos problemas em muitas questões urbans, mas uma das questões estruturais que condiciona o surgimento de inúmeros outros problemass é o espaço físico e suas caracteristicas. Confinada entre o Rio Tietê e a linha 12 da CPTM, a região tem uma historia bastante complicada. Na decada de 30, quando a linha do trem foi projetada, a região nao era habitada. A linha férrea foi implantado sobre um dique construido sobre o limite do leito maior do rio Tietê, para evitar que as cheias danificassem os trilhos e trouxessem prejuizos para os operadores da linha. A faixa de terra entre a linha de trem e o próprio rio era uma área alagadiça, onde foram traçadas linhas de drenagem para garantir que o a água não se acumulasse acima leito maior. Na década de 50, quando se decidiu pela retificação do rio Tietê, esta faixa de terra alagadiça foi loteada e ocupada sem nenhum tipo de obra para evitar enchentes ou um projeto que favorecesse o uso do tiete como elemento paisagístico benéfico à cidade. Por ser uma região plana, toda a água vinda do alto das bacias inundam os bairros com frequencia. Por conta dos alagamentos, um bairro vizinho ã área de intervenção ficou conhecido como Jardim Pantanal. Recentemente, na época de chuvas, o Jardim Pantanal Permaneceu alagado por 2 meses. Toda a área possui apenas 3 transposições da linha de trem para automoveis, com uma distancia de mais de 2 quilometros entre elas, e mais 3 transposiçoes do rio Tietê, ligando a região com bairros de Guarulhos e com a Rodovia dos Trabalhadores. Há apenas 4 transposições da linha de trem para pedestres por meio de passarelas, mas a distancia entre elas chega a 1,5km. É uma região isolada da cidade, tendo a estação de trem Jd. Helena/V. Mara como única opção de transporte público para as regiões da metropole que concentram os empregos. 35


Area de projeto - Situação Atual

Rio Tietê ESCOLA ESTADUAL EMEI

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CRECHE

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HOSPITAL

Jd. Pantanal

Votorantim

DEPARTAMENTO DE POLICIA

R. Oliveira Freie Av. Alipio de Barros

Rio Itaquera

36

Estaçao Jd. Helena / V. Mara

0m

300m

750m


Imagens da rua Oliveira Freire

É possivel observar ainda uma tendencia de maior precariedade nas infra estruturas urbanas e nas próprias residencias em regiões mais afastadas da estação de trem. Ruas sem asfalto, calçadas sem manutenção, barracos e favelas sao observados com maior frequencia conforme vamos nos afastando da linha da CPTM e nos aproximamos da margem do Tietê. A região tem o uso predominantemente residencial, com arruamento padronizado com leito carroçavel estreito (variando entre 8 e 10 metros) e calçadas estreitas com algumas poucas ruas mais largas. Há alguns polos comerciais, sendo os maiores na Rua Oliveira Freire e na avenida Alipio de Barros. Estas duas vias sao mais largas que o padrao do bairro, com diversas lojas de variados tamanhos. A Avenida Alipio de Barros ainda conta com um canteiro central de aproximadamente 8 metros de largura, com um passeio pontuado por equipamentos de lazer e equipmanetos espeortivos de menor porte. Abaixo da Avenida Alipio de Barros corre o rio Água Vermelha, que foi completamente tamponado no trecho entre sua foz no rio Tietê e a linha da CPTM. A região da bacia do córrego São Martinho, onde se encontra o bairro Jardim Pantanal, é extremamente precária, com uma grande quantidade de favelas e assentamentos irregulares, com muitas ruas de terra e residencias precárias e pouco organizadas. É uma região muito carente de investimentos públicos e oportunidade de emprego para a população. Enchentes são comuns nesse bairro,e a população Na foz do rio Itaquera se encontram indústrias quimicas de grande porte. A Nitroquímica e uma indústria de Níquel do grupo Votorantim. Estas indústrias possuem altos muros e bloqueiam completamente o acesso da população à foz do rio, desperdiçando um grande potencial paisagístico, impedindo a ligação de um eventual parque linear ao longo do rio Itaquera e o parque linear do Hidroanel e oferecendo sérios riscos à qualidade da água e do solo da região.

37


Imagens da avenida Alipio de Barros

38

Imagens do RibeirĂŁo Ă gua Vermelha

Imagens do Rio Itaquera


Imagens da ocupação típica do bairro

Imagens do Jardim Pantanal

Detalhe da ponte sobre o rio Itaquera e o muro da fábrica da Votorantim

39


Intervenção

40


O delta artificial

Como medida para evitar as enchentes, o projeto propoe um canal de derivação paralelo à linha da CPTM na montate dos rios, e uma série de canais longitudianis e transversais que formem uma rede, se inserindo na malha viária do bairro que justamente foi construida sobre os canais de drenagem da ferrovia. Estes canais teriam o fluxo de água controlado por comportas e vávulas, para que o gargalo das passagens dos rios e córregos por baixo da linha da CPTM não transbordem e para que o terreno alagadiço sobre o qual foi construido o bairro não acumule água, funcionando como um delta artificial. A água teria a possibilidade de ser direcionada para a jusante do rio Tietê em épocas de chuvas mais intensas e situações em que uma grande quantidade de água viesse do alto das bacias. A solução se daria pelo escoamento da água para o corpo principal do Tietê Além disso, os canais se apresentam como um importante elemento paisagístico estruturador da região. O projeto propoõe uma rede de canais substituindo algumas das ruas. O sistema viária seria repensado, novas ruas teriam que ser abertas no tecido urbano existente. Os canais foram projetados com 8 metros de largura e 2 metros e meio de profundiade em relação ao chão, sendo que o nível da água ficaria a cerca de 80 centimetros do nivel do chão. Por meio de desapropriações, haveria um alargamento dos corredores por onde passassem os canais, desapropriando todos os terrenos em uma faixa de 32 metros de distancia dos eixos deles. Portanto, os canais passariam no centro de corredores com uma uma área livre de 64 metros de largura. Desta área, uma faixa de 12 metros de cada lado seria reservada para a construção de edifícios novos que servirão como transição da cidade existente para os novos canais. Sobrariam entao uma faixa de 40 metros totalmente desimpedida. Neste espaço são projetados calçadões arborizados, com áreas que poderiam ser usadas por serviços e comércios que eventualmente se abram para este espaço, como bares e restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. 41


Intervenção - Sobreposição do Hidroanel no tecido atual

Rios

0m

42

300m

750m


Intervenção - Traçado da rede de canais

Canais Rios

0m

300m

750m

43


12m

Corte do canal tipo

44

16m

8m

16m

12m

0m 3m

15m


IIlustraçao do canal típico

45


Desapropriações

46

O alargamento dos eixos dos canais é de extrema importancia, pois o bairro foi construido com ruas e calçadas estreitas. Não há como criar espaços públicos de qualidade sem remover parte do que já está construido. As desapropriações para o alargamento dos corredores dos canais têm duas consequencias. Primeiramente, um grande número de pessoas seriam obrigadas a deixar as suas casas recebenddo uma contrapartida financeira do governo. Esta é uma situação delicada, pois o que se observa nessas situações é que a pessoa é obrigada a ir para um local onde a habitação é mais barata por ter menos acesso aos grandes centros urbanos e uma oferta limitada de infra-estrutura urbana. Por outro lado, um grande espaço surge no tecido urbano, se oferecendo como possibilidade de constituição de um espaço público de qualidade, além da possibilidade de implantação de edifícios mistos, com apartamentos residenciais e conjuntos comerciais misturados, criando a possibilidade de atividades geradoras de emprego se instalarem na região e uma verticalização controlada poderia adensar a região e abrigar mais famílias que teriam então acesso ao sistema de espaços livres e equipamentos públicos propostos pelo projeto. Seria necessário organizar um plano para que a construção de novas unidades residenciais sempre precedam as desapropriações e remoções, para que as populações removidas tenham a oportunidade de ocupar as novas unidades construidas na região e não tenham que morar em regiões afastadas de sua memória afetiva. Outro aspecto importante a ser observado é a remoção das populações em favelas e assentamentos irregulares. Uma das preocupações do projeto é que estas populações tenham seu direito à moradia digna garantido, sendo incluidas na conta de novas unidades residenciais a serem construídas, e que a remoção se dê após a entrega destas unidades, para que nin-


Intervenção - Desapropriações dos canais

Faixa de desapropriação do calçadão Faixa de desapropriação dos novos edificios Canais Rios

0m

300m

750m

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guem dependa do auxílio aluguel da prefeitura, que ao longo dos últimos anos tem se mostrado uma ferramenta ineficiente na solução do déficit habitacional. Neste ponto, o Jardim Pantanal se apresenta como uma questão extremamente delicada. As ruas de terra batida são estreitas e de traçado irregular, com pouca ou nenhuma infra estrutura, as residencias residencias são precárias e a ocupação é completamente irregular. O projeto propõe a remoção dos habitantes de favelas e a desapropriação dos lotes poucos lotes regularizados. Esta população seria então reacomodada nas moradias que serão construidas ao longo dos canais e nos núcleos residencias de maior densidade propostos. Outra importante desapropriação é a da indústria de níquel do grupo Votorantim. Apesar dos problemas de retirar uma atividade geradora de emprego e de renda da região, esta atividade indústrial pesada não é compatível com o ambiente urbano, ainda mais tão próximo dos corpos d’água. A indústria ocupa uma posição estratégica de grande importancia para o sistema de espaços livres do parque linear do hidroanel e do parque linear ao longo do rio Itaquera, impedindo a ligação do rio Itaquera com o rio Tietê. Pode-se observar na avenida Dr. José Artur Nova, na ponte sobre o rio Itaquera, que a industria ergueu um muro que impede a visão do rio e de sua foz. Além disso, uma indústria química representa um grande risco de saúde para os habitantes da região e à qualidade das águas do rio Itaquera e Tietê. Por estas razões se justifica a desapropriação desta indústira, mesmo que haja a necessidade de realização de estudos para avaliar a contaminação do solo antes que o terreno possa ser ocupado novamente.

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Intervenção - Desapropriações

Edificios mantidos Edificios desapropriados Canais Rios

0m

300m

750m

49


Intervenção - Lotes a serem mantidos

0m

50

300m

750m


Intervenção - Arruamento proposto

0m

300m

750m

51


Sistema viário

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A implantação da rede de canais na área de projeto exige uma reestruturação da malha viária da região. O sistema viário atual se estrutura em uma rede ortogonal regular, mas com modulações diferentes em trechos distintos. As principais vias, a Oliveira Freire e a Alipio de Barros serão subtituidas por canais na proposta de intervenção. No caso da Oliveira Freire, uma via paralela ao canal será construida no calçadão sul, que terá sua largura ampliada para que não haja um estrangulamento dos espaços públicos que prejudique a circulação de pessoas. O projeto ainda propõe um prolongamento da rua Oliveira Freire ate que ela encontre a avenida da orla fluvial no extremo leste da área de projetoe novas transposições da ferrovia. Outras vias serão abertas para criar as ligaçoes viárias que os canais irão interreomper. Essas novas vias serão abertas sempre com leito carroçavel de 12 metros e calçadas de no mínimo 2 metros, mas procurando manter uma média de 4 metros. Portanto, essas novas ruas serão abertas a partir de desapropriações de faixas de 20 metros ao longo das quadras em que forem necessárias. Um dos criterios da reestruturação viária é o princípio de que o cidadão se deslocando de automóvel pela cidade não tem prejuizos com desvios em seu trajeto na faixa de 800 metros. Esta distancia é percorrida em menos de tres minutos em uma velocidade de 20km/h. Para a circulação de pedestres não há prejuízo com a transformação de ruas em canais com calçãdões, pois eles podem caminhar tanto pelas ruas quanto pelos caçadões arborizados, onde havera usos variados que garantem circulação de pessoas em diferentes horários, e os canais ainda contarão com travessias de pedestres e intervalos reculares de aproximadamente 40 metros. A implantação dos canais torna os deslocamentos a pé e de bicicleta mais prazerosos e interessantes. Propõe-se tambem uma via de maior porte ao longo do parque linear, uma avenida pas-


Intervenção - Novas ruas Proposta de novas ruas

0m

300m

750m

53


sando por toda a orla fluvial, mas onde houvesse restrições de circulação de veículos de passeio e diversas medidas para reduzir a velocidade do tráfego, como quebra molas e lombadas eletronicas. Esta via teria como principal função a organizaçao do transporte coletivo, tomando cuidado para que ela nao se torne um obstaculo na transposição entre a cidade e o parque linear do hidroanel ao reduzir a velocidade do tráfego e limitando o número de veículos. Outro ponto importante para a estruturação do sistema viário é o sistema de transporte público. Ele se estrutura tendo como ponto central a estação da CPTM Vl.Mara/Jd. Helena, que é a única ligação da área com os centros de produção da metrópole através do transporte público. Foi dada tambem uma grande importancia para as transposições da linha férrea. Seriam 5 Linhas circulares com onibus de maior porte. Estas linhas circulares teriam com elemento central a avenida paralela à linha de trem, a avenida da orla fluvial (formando um circuito percorrendo todo o perímetro da área de projeto, a Oliveira freire da orla (atuando como principal eixo leste-oeste) e a Avenida Valle e a rua São Gonçalo do Rio das Pedras (atuando como eixo norte-sul). O transporte coletivo que serve o interior dos bairros seria realizado por uma rede de linhas de micro-onibus que adentreassem os bairros e passasse por todas as regioes, de modo que nenhum ponto fique distante mais de 250 metros de um ponto de onibus. Haveriam tambem linhas com partida e chegada em outros bairros externos à área de projeto que passariam pela avenida da orla, pela Oliveira Freira e na avenida paralela à linha ferrea.

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Intervenção - Linhas de Onibus Linha A Linha B Linha C Linha D Linha E

0m

300m

750m

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Novos edifícios

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Todos os canais propostos, alem da faixa de 16 metros dedicadas a calçadões e passeios públicos, prevêem uma faixa de no mínimo 12 metros dedicada à construção de novos edificios. Estes edifícios teriam como padrão um gabarito de 18 metros, tendo 4 andares além do térreo. Os edifícios padrão tem dimensões de 12x36, mas podendo variar entre 30 e 70 metros de comprimento, e tendo entre eles um recuo de 4 metros. Quando possível, haverá um recuo de 3 metros entre os nvos edifícios e os lotes existentes. Nestes edifícios propostos, haverão unidades alternando entre 30, 50, 70 e 90 m². Cada edifício abrigará aproximadamente 6 unidades residenciais por andar ao considerar uma média da área das unidades em torno de 55m. Para garantir a diversidade de uso dos calçadões, os terreos se alternam entre usos residenciais e comerciais e de serviços, de acordo com as características do local. Portanto, cada edrifício deste modelo abrigaria entre 24 e 30 unidades residenciais. Em alguns locais, como nos cruzentos dos canais longitudinais e transversais, há grandes áreas vazias resultantes de lotes maiores desapropriados. Nestes espaços, o projeto propoe edificios maiores que comportariam conjuntos comerciais, com um recuo em relação ao calçadão. Este recuo seria coberto por mezanino, e sobre estes edifícios se erguiriam torres de escritório e torres residenciais. Nas regiões proximas ao parque linear do hidroanel são propostos aglomerados residenciais com maior densidade, onde seriam construidas torres residenciais de 15x50m com 8 andares além deo térreo. Os edifícios residenciais, tanto os de 4 andares distribuidos pelos corredores dos canais quanto as torres sobre os conjuntos comerciais e as torres de 8 andares presentes nos aglome-


IIlustraçao do edifício típico de 12x36m implantado no canal

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rados residenciais, teriam uma diversidade de unidades em seu projeto. Dentro de cada edifício as metragens das unidades variam entre 30, 50, 70 e 90m², de modo a cirar uma diversidade nas características da populção, promovendo um saudavel convivencia entre diferentes classes sociais, faixas etárias e estrutura familiar, evitando tambem a segregação e a criação de guetos baseadas nestes critérios. Os canais, os calçadões e os diversos espaços públicos criados pela proposta criam uma rede com caminhos variados e interessantes. Cada canal possui uma paisagem única, cada qual com disposições únicas de edifíicios e de atividades, o pedestre pode optar pelo caminho mais prazeroso ou conveniente. Distribuídas pela área de projeto, ainda se apresentam situaçãos que fogem ao padrão de ocupação proposto pelo projeto. Um dos exemplos desta ocupação diferenciada é no elevado proximo ao CEU, que faz a transposição do rio Tietê. Usando o elevado como cobertura, são propostas unidades comerciais, e em ambos os lados são construidas praças lineares acompanhando o alinhamento dos predios proximos. Outro detalhe inusitado é uma em um trecho onde 3 canais se encontra, e se configura uma grande illha-praça. Estas regiões diferenciadas ajudam a criar a indentidade da vizinhança ao dar a cada regiào elemntos únicos com os quais a população pode se relacianar e se apropriar, evitando que a implantação regular de edifícios com tipologias semelhantes se torne repetitiva e desinteressante.

58


IIlustraçao dos canais com os novos edifícios

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Ocupação - Disposição de novos edifícios

Implantação típica dos novos edifícios

Unidades Residenciais Unidades Comerciais Calçadão

Corte AA

A

A

0m

60

50m


IIlustraçao da disposição dosnovos edifícios

61


Ocupação - Disposição de novos edifícios Implantação do trecho elevado

Unidades Residenciais Unidades Comerciais

B

Calçadão

Corte AA

A

Corte BB

B

A

0m

62

50m


IIlustraรงao da regiรฃo do elevado

63


Numeros do projeto

Distrito

habitantes

Area(ha)

hab/ha

Jardim Helena

92.081

750

78

Capão Redondo 268.729

1360

197

Itaquera

204.871

1410

140

Lapa

65.739

1000

65

Perdizes

111.161

610

182

Jd. Paulista

88.692

610

145

República

56.981

230

247

Município

11.253.503 152.327

64

73

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo e do IBGE, atualmente o distrito Jardim Helena tem uma densidade demográfica de 78 habitantes/ha, com uma área total de 750ha. Para efeito de com paração, a tabela ao lado apresenta dados de densidade demográfica de alguns distritos do município de São Paulo. Analisando estes dados, pode-se observar que a densidade demografica do distrito Jardim Helena é muito próxima da média do município, mas muito mais baixa do que a de outros distritos, como Itaquera, Capão Redondo ou mesmo Jardim Paulista. A densidade é um pouco mais alta do que a Lapa. Mas ao observar que praticamente não há verticalização no distrito, com pouquíssimas edificações mais altas do que dois pavimentos, e levando em consideração que os dados de densidade demográfica computam as áreas públicas, como ruas, praças e parques, percebe-se que o Jardim Helena tem uma área construída muito grande. Para o projeto de implantação dos edifícios, foi considerada a densidade de uma quadra isolada, para examinar o densidade demográfica da região e compreender como ela se manifesta no espaço construído. O diagrama da ao lado apresenta três situações. A primeira é uma quadra de 100x100m e área de 1ha, com uma ocupação bastante comum no bairro. Observam-se 55 lotes, sendo 6 comerciais e 49 residenciais. Segundo o IBGE, a densidade média do distrito é de 3,5 habitante por domicílio. Portanto, neste hectare médio habitam 171 pessoas. Analisando o edifício típico do projeto, com 12x36m, e imaginando o terreo sendo ocupado por atividades comerciais, haveriam entao 4 pavimentos com área de 432m². reservado 20% da área dos pavimentos para circulação, temos uma área útil de 345m² por pavimento. Adotando uma média de 55m² por apartamento, cada pavimento comporta em média 6 unidades. Portanto, cada edifício da proposta possui 24 unidades habitacionais. Com a média de 3,5 hab/dom do distrito, prevê-se que cada edifiçio abrigue 84 pessoas. A segunda situação apresentada na página 65 demonstra a mesma quadra de 100x100 comportantdo 3 edifícios. Este cenário reproduz uma densidade de 252 hab/ha, efetivamente adensando a


Situação 1

Situação 2

171 hab/ha

252 hab/ha

Situação 3

0m

50m

433 hab/ha

65


ocupação da região tendo um significativo ganho em área livre, possiblitando um substancial aumento na área permeável, o que seria muito desejável em uma região que sofre com frequentes enchentes. A terceira situação apresenta um exemplo da implantação adotada pelo projeto. Nesta quadra, foram feitas 21 desapropriações, para garantir os 8 metros do canal, a faixa de 16 metros do calçãdão e a faixa de 12 metros para a cosntrução de novos edifícos. Porém, pela configuração dos lotes desapropriados, a faixa reservada para a construção de novos edifícios ficou com 36 metros de largura. Esta largura possibilita uma disposição transversal dos edifícios. Com 8 metros de recuo entre eles, foi possível dispor 4 edifícios e ainda implantar uma praça de 1000m² ligada ao calçadão do canal. Com as 21 desapropriações, foram desalojadas 74 pessoas, mas os novos edifícios propostos abrigam por volta de 336 pessoas em 96 unidades. Com esta intervenção, a população deste hectar passou de 171 habitantes para 433 habitantes. Pelo porte da intervenção que representa a implantação do Hidroanel Metropolitano e o sistema de parques lineares nos afluentes do rio Tietê, e pelo pesado investimento necessario para a implantação do sistema de canais do delta artificial e a reestruturação do sistema viário, a opção do projeto é aumentar a densidade da ocupação na região para que as intervenções beneficiem o maior número possível de pessoas, ao mesmo tempo que se crie um novo polo de atividades economicas e geradoras de renda, de forma a evitar que este adensamento sbbrecarregue ainda mais os sistemas de trasporte que ligam o Jardim Helena ao centro da cidade. Esta é a estratégia do projeto para a conquista do espaço público no tecido urbano consolidado através do adensamento na ocupação de cada quadra.

66


O parque linear na orla do Tietê

O projeto do Hidroanel metropoplitano prevê em alguns pontos equipamentos pouco especificos por toda sua extensão, mas a sua maioria estão ligados às atividades de logística e operação dos lago-canais navegaveis. Mesmo assim, o projeto cria espaços onde equipamentos públicos poderiam ser instalados. A proposta do trabalho é aproveitar estes espaços para a proposição de alguns desses equipamentos, considerando as demandas da população local e o potencial paisagístico para diferentes atividades. Porto Jardim Helena: O projeto do hidroanel prevê um porto com��������������������������������������������� programa de recebimento e destinação de alimentos e hortifruti, eco porto com atividades educacionais e atividades turisticas que tomem proveito dos valores paisagísticos do lago-canal navegável. O trabalho propõe que este porto seja ligado a um mercado público construído na proximidade, oferecendo suporte às atividades log’siticas e turísticass do porto e possibilitando o escoamento dos produtos de hortifruti que chegam neste porto. Centro Cultural: O projeto propõe um centro cultural com espaços de exposição, oficinas, telecentro, estudios de gravação e edição audiovisual, biblioteca e outras atividades culturais. Sua implantação, no local atualmente ocupado pela fábrica da votorantim, articularia a ligação da foz do rio itaquera, do parque linear na orla do Hidroanel e sua relação com os canais de drenagem propostos pelo projeto.

67


CEU Jardim Helena: Um CEU com o programa padrão, instalado em uma península com vista para o lago-canal navegável para leste e para oeste. Centro Esportivo: Um dos espaços reservados para equipamentos públicos pelo projeto do Hidroanel Metropolitano é uma ilha retangular no lago canal, proxima a um trecho do parque linear com 175 metros de largura. Neste trecho a proposta do trabalho é a implantação de um complexo esportivo, com quadras poliesportivas, campos de futebol, campos de futebol society e pista de atletismo, tanto na ilha quanto no trecho mais largo do parque linear. Centro de Cinema e Teatro: O projeto propõe ainda um centro de cinema e teatro, um conjunto com salas de cinema e teatro, ligadas a um centro comercial que faça uso do parque linear e que atenda a demanda da região de atividades culturais e de entretinimento e lazer. Porto Jardim Pantanal: Outro porto previsto pelo projeto do Hidroanel Metropolitano, a proposta inclui o redesenho da ilha onde se instala o porto e propõe ainda uma marina para uso da população, possibilitando o uso da água voltado para o lazer e fortalecendo o vínculo da população com os rios.

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Parque Linear do Hidroanel - Implantação dos Equipamentos

5 5 7 4 6

1 2

3

1. Porto Jardim Helena 2. Mercado Publico 3.Centro Cultural 4.CEU 5. Centro Esportivo 6. Centro de Cinema e Teatro 7. Porto Jardim Pantanal

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Ilustração do porto do Jardim Helena e do mercado Público

70


Ilustração geral do parque linear do Hidroanel

71


Ilustração do porto do Centro Cultural

72


Ilustração do porto do CEU Jardim Helena

73


Ilustração do porto do Jardim Pantanal

74


Ilustração do canal da rua Oliveira Freire

75


Ilustração do porto do Centro Esportivo

76


Ilustração do nascer do sol no delta artificial

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Conclusão 78

A lógica de produção da cidade adotada atualmente pelo poder público é insustentável. A estratégia de estruturação radio-concentrica de São Paulo é incompatível com o a quantidade de pessoas habitando a região metropolitana. A situação piora ainda mais com o sucateamente da rede de transporte público, que recebe poucos investimentosco, obras de transporte de massa que sofrem repetidos atrasos em seus cronogramas enquanto os automóveis são os principais beneficiários dos grandes investimentos públicos na área de transporte. O resultado conhecido é a concentração de empregos em regiões mais centrais, ricas em infra-estrutura e cercadas por regiões residenciais com custo de vida elevado. A grande massa da população não tem opção que não seja morar em regiões afastadas dos centros economicamente ativos, onde o custo de vida é barato devido à escassez de infra-estruturas e serviços públicos de qualidade. Esta lógica condena as classes mais pobres a grandes deslocamentos diários em vias saturadas, tendo como opção o transporte privado, caro e que piora a o quadro geral ao ocupar uma grande área no sistema viário, ou o transporte público, sobrecarregado, realizando viagens demoradas e desconfortáveis. Há também a questão do déficit habitacional. Um grande numero de pessoas simplemente não tem condições financeiras para se inserir no mercado formal de imoveis. São obrigadas a morar em submoradias, em barracos e em terrenos invadidos. O dever do Estado é fornecer moradia digna a esta população. O que se vê atualmente nas ações do poder público é justamente o contrario, com o estado favorecendo os grandes grupos economicos com interesse de mercado imobiliário e ignorando as reivindicações das classes mais pobres. Em paralelo há a questão dos corpos d’água no ambiente urbano, que sempre foram ignoradas em seu potencial paisagístico e ambiental. A cidade brasileira dá as costas para


os rios, usando-os apenas como forma de se desfazer de resíduos de todos os tipos. Neste contexto, o hidroanel, como uma obra de infra estrutura que reestrutra a lógica de organização da cidade, oferece a oportunidade de aplicação de novos conceitos de cidade e a solução de alguns dos problemas que afligem a metrópole. A intenção deste projeto é um exercício de imaginação de uma cidade possiblitada pela adoção de novos conceitos e novas lógicas de produção e operação das atividades existentes em São Paulo.

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metropolefluvial.fau.usp.br/ ibge.gov.br capital.sp.gov.br/portalpmsp/ habisp.inf.br/

ReferĂŞncias Internet

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82


83


Gustavo Vescovi Meirelles


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