Revista Interatividade

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Expediente Colégio Santa Cecília

Direção Ir. Eulalia Maria Wanderley de Lima Coordenação de Comunicação Ivan Guimarães Coordenação Editorial e Redação Janaina de Paula Projeto Gráfico e Diagramação Francisco Dantas Damião (Tchêsco) Lara Vasconcelos Revisão Aristene de Castro Colaboração Gustavo Pinheiro Fotografia Audiovisual do Colégio Falcão Jr. Jornalista Responsável Janaina de Paula – Mtb: CE01218JP Tiragem 3.000 exemplares Impressão Expressão Gráfica Ltda.



ed editorial

Chegamos aos 100 anos. Em toda chegada, uma nova partida, um novo recomeçar. É verdade que trazemos muita, muita bagagem. Não é um peso. É, sim, um desafio. Desafio porque fomos cativados e cativamos: estamos ligados. Nesta edição da Revista Interatividade o tom é de celebração. Depoimentos ao aniversariante emocionam pela simplicidade e gratidão. O Sr. Antônio, nosso querido motorista de tantas primaveras, presenteia-nos com boas histórias e sua simpatia, numa esclarecedora entrevista. Temos também curiosidades, resultados do Vestibular 2011, viagens, esporte e muito mais. Então, vamos comemorar juntos. Temos certeza que deste centenário você tem alguns meses, anos ou décadas, como amigo, educador, estudante ou pai, mãe ou responsável. Serão dois números comemorativos. Este é o primeiro. Aproveite a leitura. Abraço carinhoso,

Ir. Eulalia Maria W. de Lima Diretora do Colégio Santa Cecília

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o mundo é o limite

Vinte anos das Viagens Pedagógicas Uma Viagem Pedagógica é, antes de tudo, um passeio no tempo. Viajante é curioso, garimpa profundidades, detalhes, momentos. O desejo do viajante é se confundir com o tempo histórico, com os que vivem no local. Em Roma como os romanos, diz o antigo ditado. O Colégio Santa Cecília deseja formar cidadãos do mundo, de horizontes abertos, sem fronteiras, disponíveis para este planeta enorme e plural que existe e pulsa e muda o tempo todo. Como não percorrer as ruas de São Luís, Ouro Preto e Salvador e não enxergar aquele Brasil Colonial de séculos atrás? As ruas cobertas de pedras originais, polidas pelas rodas das carruagens e pelos cascos de cavalos nos convidam a descortinar os véus cerrados do passado e entrever um tempo tão diferente do nosso atual. Para o viajante atento, caminhar pelas vielas de Roma, cruzar os Foros, contemplar o Coliseu é, essencialmente, conversar com os séculos. É a chance de apurar os ouvidos e – quem sabe – escutar o brado dos gladiadores da arena, ou o burburinho dos mercados, ou os discursos de Cícero no Senado... No ano em que o Santa Cecília comemora o seu centenário, também celebramos os vinte anos da nossa primeira Viagem Pedagógica. O ano era 1991, realizamos o primeiro “Pronovo” para a Serra da Capivara, no Piauí. Desde esse projeto piloto até hoje, efetuamos excursões pedagógicas com os mais variados destinos.

Além das cidades do interior do Ceará, Natal, Recife, São Luís, Fernando de Noronha, Manaus, Salvador e Chapada Diamantina, Belo Horizonte e cidades históricas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Serras Gaúchas foram contemplados nas nossas viagens nacionais. Desde 1995, quando realizamos a nossa primeira EURO, inúmeros países e cidades do Canadá e da Europa foram visitados em dez edições dos projetos além-mar. Em 2010, por exemplo, mais de 500 expedicionários completaram jornadas que foram desde Aracati, no litoral leste do Ceará, até Edimburgh, na Escócia, próximo às Highlands. É sempre bom ressaltar que aqui concebemos nossas viagens como verdadeiras aulas de campo. A garantia dessa abordagem em relação ao estudo nas viagens vem de anos de prática que forjaram

*Max Roger

profissionais apaixonados pelo que fazem, cientes das suas responsabilidades e de que têm o enorme privilégio de usufruir da melhor sala de aula que existe. Afinal, nenhum recurso audiovisual ou software educativo ou material didático consegue rivalizar com a chance de estar in loco, ao vivo e em cores, protagonizando as suas descobertas e o seu próprio saber. Por isso somos tão empolgados com as nossas viagens, porque já vivemos momentos memoráveis em lugares extraordinários e diversos. E porque somos convictos de que os efeitos no aluno na construção da sua autonomia e aprendizagem são incalculáveis. Aprender viajando é bom demais!

* Max Roger é coordenador das Viagens Pedagógicas do Santa Cecília

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ar artigos

“Muitas felicidades, muitos anos de vida...” Em festa de aniversário é tradição: desejar o que há de melhor nesta vida a quem se quer bem. No ano do centenário do Santa Cecília, educadores, funcionários, alunos e ex-alunos tecem seus desejos de vida longa. “O Sol sempre nascerá para mim. Um dia, não nascerei para ele, assim como outros. Mas o Santa Cecília sempre estará aqui, nascendo todos os dias, assim como o Sol. Cem anos podem aparentar algo velho, mas enganam-se: Cada um tem a idade do seu coração, da sua experiência, da sua fé, da sua ousadia. O Santa Cecília é completo. Parabéns!” Gustavo Pinheiro – Comunicação Santa Cecília (curiosidade) Consultando a tabela abaixo A

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Observei que a soma das suas letras S+ A+N+T +A 19 + 1 + 14 + 20 + 1

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C+E+C+Í+L+I+A 3 + 5 + 3 + 9 + 12 + 9 + 1

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Corresponde a 97. E adicionado à Santíssima Trindade³. Você, SANTA CECÍLIA, é 100. Parabéns! Paulo Wagner – Professor

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“Deus lhe dê 100 vezes mais amizade, generosidade, eficiência, conhecimento e a sabedoria que só a maturidade é capaz de trazer.” Andréa Lemos – Recursos Humanos

“Fica difícil escrever em poucas palavras, quem tem tanto a agradecer. Parabéns, Colégio Santa Cecília, pelos seus 100 anos! Obrigada pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional que eu tive através desta Instituição.” Socorro Benevides – Tesouraria


“Há 17 anos faz parte da minha vida diariamente e estou presente na sua, tenho certeza! Minha rotina de trabalho não me faz calar da gratidão que sinto. Apesar de tudo, são 17 dos 100 anos. Muita coisa aprendi aqui e me vejo ainda aprendendo cada dia mais. Me sinto mais forte e cresço com as vitórias e tropeços que passo. Você também faz parte da minha família, esteve presente nos momentos difíceis da minha vida. Parabéns, Santa Cecíla, pelos 100 anos de vida! Continue assim na vida de cada um.” Noelma Gurgel – Audiovisual

“Cem anos formando pessoas, e que não são pessoas quaisquer, são todos homens e mulheres de bem, que levam em suas vidas a dignidade, o companheirismo, a boa educação; todos estes adquiridos neste ambiente tão acolhedor. Agradeço e me orgulho de ter passado a maior parte dos momentos da minha vida com você. Hoje tenho amigos de verdade, humildade e o mais importante: caráter. Parabéns! E que venham mais 100 anos de intenso sucesso.” Paulo Henrique Gurgel Fernandes – Ex-aluno

Um pouco da história Ponto de vista

“Com o coração aquecido pela ternura e respingando gratidão, parabenizo você, Colégio Santa Cecília, que ao longo do centenário me possibilitou a prevalência de significados de valores morais, afetivos e me fez beber na fonte da diversidade do saber acadêmico.” Marília Serra – Professora de História “Desejo ao Santa Cecília muita paz, alegria, felicidade, essas coisas básicas que a gente deseja em todo aniversário. Mas desejo também que os próximos séculos sejam ótimos como são hoje em dia.” Lívia Magalhães – 4º ano

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Paulo Freire) São atualmente 14 anos de convivência quase que diária com as pessoas que fazem o Colégio Santa Cecília. Inicialmente com meu filho Davi, quando, ainda na antiga alfabetização, começou a traçar seu caminho neste Colégio e, pouco tempo depois, chegava Beatriz, que, em fase ainda anterior, com apenas dois anos, entrava no nosso antigo I Período. São muitas as histórias, muitos os momentos marcantes, muitas conquistas, muito aprendizado, não apenas para eles, mas para toda a nossa família. O sucesso de Davi em todo o processo seletivo para o ingresso em 2011 na universidade por ele escolhida, processo vivenciado de forma madura, tranquila, e toda a paixão com a qual vivenciou seus últimos dias como ALUNO SANTA CECÍLIA ainda hoje me emocionam. Muito mais do que alguém que faz parte da história das pastilhas coloridas do Colégio Santa Cecília, Davi leva consigo a grande contribuição deste Colégio para a sua vida. Continuo a entrar e sair, vivenciar e compreender cada mudança, não apenas física, deste Colégio, quando acompanho Beatriz e, 14 anos depois, posso afirmar que o Colégio Santa Cecília foi e é parte da nossa história. Quando paro e reflito sobre a contribuição deste Colégio para o contínuo processo de formação, não apenas acadêmico, mas humano, espiritual, integral de nossos filhos, tenho a clareza de que acertei! Ticiana Maria Pinto Moreira Aires Mãe de Davi Moreira Aires (ex-aluno) e Beatriz Maria Moreira Aires (aluna do 8º ano)

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nos corredores

O Santa Cecília nas redes sociais

Uma coisa liga-se à outra. Não, uma pessoa liga-se à outra. Vêm do reino animal grandes exemplos de rede, de teia. A aranha, na sua sabedoria milenar, ao construir uma teia, sempre deixa uma linha que a permite desconectar-se com

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extrema rapidez do seu próprio labirinto de fios. Lançar-se nas redes sociais é permitir que os nossos exalunos, alunos, educadores, pais e amigos possam estar em sintonia conosco: do que fomos, do que somos e do que ainda

seremos. É estar disponível para dar continuidade à amizade que um dia nos aproximou. Os nossos amigos deixaram centenas de depoimentos no perfil do Santa Cecília no Facebook. Veja, curta, comente!

Cilis Benevides Quem passou os anos 80 e 90 nesta família em forma de colégio não esquece nunca! Encontrei uma maneira de regressar: ano que vem, minha filhota começa a estudar no Santa! Ricardo Cardoso Ow saudade, ainda me pego às vezes lembrando dessas pastilhas!!! Thiago Sousa Tive a honra de ser aluno desta maravilhosa Instituição de Ensino por três anos e digo que, além do aprendizado tirado dos livros e de grandes professores, ficam no meu coração os valores de respeito e união! Que Deus sempre abençoe esta brilhante Escola! Um grande e caloroso abraço a todos do Colégio Santa Cecília! Fernanda Bezerra Monteiro Que bom poder presenciar a transformação física deste Colégio! Concluí o Curso Normal em 1968, quando o Colégio era só para meninas. A Av. Estados Unidos ainda estava sendo construída, mas o Santa Cecília já estava lá. Madre Verônica era nossa Diretora. Tempos bons. Emyly Rebouças Nossaaaaaaa, qnt tempo! saudades do Paulo Wagner e do Aluisio... Raul Serafim Ponte O Ocelo é um grande mestre, um dos melhores professores que já tive. Sabe muita matemática e realmente se importa com o aprendizado dos alunos. Tenho muita saudade das aulas dele! Tiago Lima Torquato Que saudade da Suelene e do Professor Ocelo. É quando o tempo passa que percebemos como eles foram importantes para a nossa formação. Patty Carubbi Robériooooo!!!Saudadesssss Roberta Camara Maga, que saudade. Melhor professora de Português do mundo.


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evangelizando

Um olhar sempre no social “Se há algo que pode ser chamado de grande na terra é a dedicação ao próximo.” A frase da Fundadora da Congregação Damas da Instrução Cristã, Madre Agathe Verhelle, dá sentido a muitas das ações que o Santa Cecília vem desenvolvendo ao longo de seus cem anos em defesa de quem mais necessita, de uma sociedade mais justa. São muitos os parceiros, muitos os encontros com crianças e adolescentes da Casa do Menor São Miguel, do Iprede, do Lar da Criança Santa Maria e de tantas outras. Generosidade que contagia os que estão em sala de aula. Os projetos do SOR estão incansavelmente pondo crianças e adolescentes em contato com realidades bem diferentes das que eles vivenciam no dia a dia. No Projeto Geração, por exemplo, a convivência, o cuidado dedicado a idosos e crianças abrem o olhar para um mundo sempre maior. A sala de aula é também o lugar de aprender onde é preciso fazer frente ao consumismo, à degradação ambiental, onde é preciso aprender a reciclar e a ressignificar a relação com o mundo em que vivemos. A SICE a cada ano bate seus próprios recordes em arrecadação: em

2010 foram quase oito milhões em notas fiscais, 1.360kg de leite e 2.260 litros de óleo de cozinha. Desde 2010, a educação indígena está no foco das atenções da Escola. Trinta jovens Pitaguaris foram beneficiados com bolsas de estudos na Escola Profissionalizante João Piamarta, para cursar o Ensino Médio. Eles têm entre treze e dezoito anos e estão sendo contemplados com as bolsas de ensino integral através de uma parceria entre o Santa Cecília e o Movimento de Saúde Mental e Comunitária do Bom Jardim. “Esses jovens têm um potencial

enorme e só precisam de apoio para dar continuidade aos seus estudos, respeitando, claro, sua cultura e identidade”, diz a professora Maria Aparecida dos Santos (Cida). “Todas essas realizações são uma parcela mínima em um universo tão necessitado. Mas é muito gratificante saber que é possível fazer algo verdadeiramente concreto, com criatividade e dedicação, diante de tantos desafios da sociedade”, observa Irmã Ana Margarida, Diretora Administrativa do Santa Cecília.

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mu

mundo da arte

Teatro, dança e música no Centenário Imagine o que é convergir várias linguagens artísticas em um só espetáculo. O Santa Cecília presenteia a sua comunidade, no ano em que comemora 100 anos, com um musical no melhor estilo do gênero. Claro que, quando a ideia se espalhou pelos corredores da Escola, foi um corre-corre à procura de uma vaga para embarcar na dança (é preciso estar matriculado em alguma modalidade artística). Quem já vinha sonhando com esse momento pôde tirar proveito. Ana Beatriz Porto (1º ano - EM), que faz parte do grupo principal do Teatro, conta-nos que há muito especulava-se sobre esse encontro das artes no Santa Cecília. “Fiquei muito alegre e me preparando para este

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momento, eu que já faço Teatro e aulas de Coral e penso em entrar na Dança”, celebra. Bia se notabilizou em alguns memoráveis espetáculos como o Pessoas, no qual vivia um clown e O Bem-Amado, no papel de Odorico Paraguaçu. “A arte me faz muito bem, é onde posso recriar a realidade. O papel do ator é fundamental porque, através dele, estamos sempre discutindo a sociedade”, ensina a veterana. O Musical do Santa Cecília será apresentado nos dias 6 e 7 de dezembro (três apresentações), fechando as comemorações centenárias, no Teatro do Shopping Via Sul. A data ainda distante é só a ponta de um processo que já começa a acontecer. Para o Diretor Artístico do Espetáculo, Marcelino Câmara, esse encontro entre os professores para conceber e planejar o musical tem sido muito rico. “O congraçamento dessas artes – teatro, dança e música – é muito válido desde o momento da concepção. Cada professor traz a sua experiência, suas ideias que engrandecem a obra e levam ao crescimento do grupo”, observa. Tanto o roteiro quanto a direção e produção gerais do espetáculo trazem a assinatura de Max Roger, coordenador do Núcleo de Arte. O texto conta a história de uma adolescente que busca a todo custo a perfeição e, por essa razão, é estigmatizada. “Excelente é o mínimo que se pode dizer dela. No entanto, atualmente, nem sempre o bom

é pop”, diz Max. De uma maneira inusitada, a protagonista acaba por se inspirar na vida de sua homônima, a Santa que foi martirizada ainda adolescente por professar a fé cristã numa época em que isso era mais do

que impopular. Na verdade, poderia custar a vida. E custou, de fato, a dela. “Nada tão adequado quanto se inspirar na vida da Padroeira da Música para se montar um musical!”, argumenta o diretor geral. Este será o primeiro grande musical do Colégio Santa Cecília, mas o Núcleo de Arte não descarta a ideia de novas edições ocorrendo de dois em dois anos. Portanto, prepare-se, pois muita emoção virá por aí!


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reportagem

100 anos: é correr para o abraço

Parece que foi ontem. Damas desbravadoras abrindo caminhos... Há 100 anos Dona Almerinda, uma cearense pioneira na educação, fundava o Santa Cecília. Anos depois, a Escola passou às mãos das Damas da Instrução Cristã – uma instituição religiosa fundada na Bélgica que faz história na educação brasileira. Pensar a formação de seres críticos e atuantes em Fortaleza sem a participação do Santa Cecília é um exercício um tanto difícil. Pelos corredores das famosas pastilhas, pelos jardins floridos, pelas salas de aulas, pelas quadras e espaços culturais desta Escola passaram muitos cidadãos que hoje são médicos, jornalistas, dentistas, artistas, educadores, advogados, engenheiros, psicólogos... Profissionais que, certamente, fazem toda a diferença neste mundo que pede sempre um olhar mais generoso. O Santa Cecília este ano relembra e comemora. Relembrar é buscar referências nesta história construída de passinho em passinho, resultado do destemor das Irmãs e da dedicação afetuosa de educadores e funcionários. Comemorar é, no jargão do futebol, correr para o abraço... Afinal, é sempre muito bom estar aqui. Nas próximas páginas, um pouco de história e saudade.

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Recordar é viver Tem sempre alguém com uma boa história para contar em se tratando de Santa Cecília. Ivan Guimarães, do Setor de Comunicação, pôs-se a ouvir e trouxe para nós algumas delas. Imagine o que é uma tarde na companhia do Professor Bosco? Ou mesmo uma imersão em papéis e documentos que remontam algumas décadas? Para dizer o mínimo: um deleite. A COR VINHO

A SICE

Nos anos 70, os alunos do Santa Cecília, por série, tinham fardas de várias cores: verdes, laranjas... Houve então uma eleição para definir uma única cor. Para alegria de todos, a cor escolhida foi o vinho. Essa cor permaneceu até o final dos anos 90, quando foi feita outra pesquisa para saber se o vinho ainda deveria ser a cor da Escola. Batata! Uma imensa maioria preferiu essa cor. Assim esticamos até o ano de 2011, quando, cada vez mais, o vinho é uma cor amada por alunos e educadores.

A SICE começou a ter o formato atual em 1995. A Escola partiu para a idealização de uma grande noite de abertura. A festa era inovadora e envolvia alunos e educadores. O engraçado é que a empresa que foi contratada para

O RIA

AS BARRACAS DE SÃO JOÃO

Até o ano de 1995, os alunos tinham uma agenda estudantil toda vinho que se chamava RIA (Roteiro de Informação do Aluno). Em 1996, com os 100 anos da chegada das Damas ao Brasil, a agenda passou a ser integrada, descontinuando o RIA. As escolas que aderiram foram: Damas, Santa Sofia, Imaculada Conceição, Madalena Sofia, Nossa Senhora da Graça, Santa Cristina, Regina Mundi, Santa Cecília e São Francisco de Assis. A agenda seguiu novos e modernos padrões e tendências, contudo, deixou uma legião de exalunos com saudade do RIA.

A festa de São João era um evento grande na Escola. Alunos, pais e educadores, além das quadrilhas, ficavam responsáveis pelas barracas por série. A competição era acirrada e o resultado era revertido em ações solidárias. Alguns meses antes da festa, o coordenador Roberto Wagner, com o seu característico bom humor, colou sobre a mesa da reunião um pacote de dinheiro, em dólar, dizendo ser uma doação para a sua série. Foi uma correria geral para superar tamanha desvantagem. Só alguns dias depois ele revelou que, na verdade, aquele dinheiro não era da festa, mas fazia parte

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iluminar o ginásio nessa nova SICE reformulada prometeu que a noite viraria dia. No momento do evento, uma sobrecarga de energia queimou vários refletores. Nos bastidores, após passado o sufoco, ficou a frase: a noite vai virar dia!

de suas economias para financiar a viagem de uma das filhas aos EUA. Era tarde: já tinha virado lenda e tornado aquele São João um dos mais animados.


PONTO DE VISTA A NOVA MARCA No ano de 1999, foi lançado o desafio, fazer um lift de marca, ou seja, uma releitura da logomarca do Colégio. A nossa querida Lídia Marôpo, então jornalista da Escola, juntamente com a equipe de comunicação, ficou responsável por essa empreitada de ser o elo entre a Escola e a agência criteriosamente escolhida. Foi amor à primeira vista pela versão que temos ainda hoje. A Escola investe agora na nova sinalização dos espaços.

CD FACES Em 2001, os educadores do Santa Cecília, em parceria com artistas da cidade, lançaram o CD FACES, com o apoio cultural da Escola, sob a coordenação da Irmã Ana Margarida. Um momento de encontro entre a arte e o saber. Entre os artistas: Luizinho Calixto, Magareth, David Duarte, Chico Pio, Xico Barreto, Melquíades, Lúcio Ricardo, Érico Baymma, Isaac Cândido, Joaquim Ernesto. Entre os educadores: Marcos Melo, Gerardo Lima, Valda Maia, Paulo Wagner, João Cesar, Marília Holanda, Maria Teresa, Aluísio Júnior, Tonico Lacerda, Elaine Pimentel, Soraya Santos, Regina Stella. Um momento cheio de talento e emoção.

Enroladinho de queijo

Por Janaina de Paula

Em setembro de 2002 eu comecei a trabalhar no Santa Cecília e, desde então, há um sentimento que até hoje me intriga: o bem-querer de alunos e ex-alunos por esta Escola. Eu, que vinha de uma instituição de ensino “famosa” na cidade por seus resultados e ali nunca mais pus os pés depois de concluído o ensino médio, não entendia porque esses meninos e meninas se tornavam gente grande e, mesmo assim, continuavam enredados afetivamente a este Colégio. Os anos me disseram o porquê. Bom, melhor que tentar explicar pelas minhas próprias palavras é ilustrar este sentimento com uma troca de e-mails aparentemente banal entre nós e uma ex-aluna, afinal, ela só queria a receita do enroladinho de queijo das Irmãs. 30 de outubro de 2010 Karla Rolim escreve: Boa tarde! Sou ex-aluna e atualmente moro em Bauru, SP, e hoje estava aqui lembrando-me dos salgadinhos de queijo vendidos na cantina na minha época de aluna e fiquei desejando... Na época, eram vendidos para os alunos e servidos para os professores durante o intervalo. Há anos penso nesse salgadinho (enroladinho, na verdade, assado no forno) e já pesquisei na internet, mas nunca encontrei nada parecido. Seria possível me arrumar essa receita? Devem estar pensando que sou louca! Mas sou louca mesmo por esse salgado... Por favor, mandem um abraço para a Irmã Eulalia, talvez ela se lembre de mim, pois somos cinco filhos (Karla, Helio, Cristiano, Marcelo, Tyciana) e eu, a mais velha. Terminei o 3º ano em 1993. Muito obrigada! OBS.: Não tenho intenções de comercializar, apenas de fazer para mim mesma. Abraços, 3 de dezembro de 2010 Setor de Comunicação escreve: Prezada Karla, Desculpe pela demora, só agora conseguimos a receita do famoso e saboroso enroladinho de queijo. Segue em anexo. Karla responde: MUUIIIIIIITTTTTOOOOO OBRIGADA! Vou fazer hoje mesmo e lembrar-me de uma vida de Santa Cecília (15 anos no Colégio!). Disseram-me que eu era louca por pedir a receita ao “Fale Conosco” do Colégio e eu respondi: vocês não conhecem aquelas pessoas que trabalham lá! Obrigada!!! *Mande você também as suas histórias para o e-mail do Santa Cecília: cemanos@santacecilia.com.br

GRÊMIO JOSÉ DE ALENCAR As sempre belas alunas do Santa Cecília foram convidadas a participar de um encontro com os alunos do Grêmio José de Alencar, do Colégio Cearense. A chegada, no Cearense, foi um verdadeiro acontecimento. Um grupo de Irmãos Maristas, de forma cuidadosa, acompanhou as moças pela travessia na Escola até a sede do grêmio. Por onde elas passavam, provocavam aquela animação nos estudantes (no período, o Cearense era apenas para meninos). Isso tudo aconteceu no início dos anos 70.

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re

reportagem

Um pouco da história Tudo começou em Maranguape, no dia 16 de janeiro de 1911. Pelas mãos dedicadas e firmes de Dona Almerinda Albuquerque, o sonho de uma escola diferenciada, que primasse pela boa educação e valores sólidos, tornou-se realidade. Fortaleza ainda era uma pequena cidade, com menos de 100 mil habitantes, no fi-

nal dos anos 20, quando acolheu o Colégio Santa Cecília, que se instalou num agradável casarão cercado de fruteiras e espaço para as crianças cor-

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rerem, onde hoje funciona o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC. Os primeiros carros começavam a circular. Um misto de molecagem, orgulho e força para realizar ia tecendo a personalidade do fortalezense. A vida pulsava no centro, nas suas praças, teatro, comércio e bulevares. Uma urbana e promissora Fortaleza despontava. Nos anos 50, a cidade já estava duplicada e se espalhava por novos bairros. Foi quando aqui as Damas da Instrução Cristã chegaram, um grupo de sete religiosas, tendo à frente Me. Bernadette Loyo. Instituição belga por fundação, mas com Irmãs brasileiras em missão. Fortaleza começava a florescer, embora já com as dificuldades de uma metrópole em expansão. No início dos anos 60, o Colégio Santa Cecília enfrenta o desafio da mudança da sede do casarão do Benfica para a Aldeota,

lugar que ainda era uma aventura. Hoje o Colégio Santa Cecília completa 100 anos. Com sotaque cearense, hábitos refinados, olhar seguro e alegria contagiante, cativa a todos. O ano de 2011 é de festa, para

Primeira sede do Colégio Santa Cecília em Fortaleza

celebrar e guardar com carinho e orgulho. Um tempo para dizer obrigado às generosas graças de Deus e ao apoio de tantos. Chegamos aos 100 anos como uma criança, cheios de energia para seguir.


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estamos na disputa

Campeonatos que marcaram nossa história Difícil eleger os resultados mais significativos dos esportes diante de uma história que começou há quase 100 anos. A título de ilustração, o Serviço de Educação Física e Desporto do Santa Cecília vasculhou registros e selecionou alguns grandes resultados da última década, que certamente marcaram a Escola e a vida desses campeões. FECECO Vôlei Masculino Juvenil - Campeão FESTCIMM Futsal Juvenil - 1º Lugar XXVII JOGOS DAS ESCOLAS CATÓLICAS Futsal Juvenil - 1º Lugar OLIMPÍADAS ESCOLARES DO CEARÁ (2ª Divisão) Futsal Juvenil - 2º Lugar 2009 OLIMPÍADAS ESCOLARES BRASILEIRAS Basquete Feminino (12 a 14 anos) - 1º Lugar Basquete Masculino (12 a 14 anos) - 2º Lugar 2002 III JOGOS DA AMIZADE Vôlei Feminino (12 a 14 anos) - 1º Lugar III INTERDAMAS Vôlei Feminino Juvenil - 2º Lugar 2004 IV INTERDAMAS Basquete Masculino Juvenil - 1º lugar Basquete Feminino Juvenil - 2º lugar I COPA SINEPE Vôlei Feminino Infantil - 1º Lugar Vôlei Feminino Juvenil - 1º Lugar 2006 XXVII JEC/AEC Basquete Feminino Pré-mirim - 1º Lugar Basquete Feminino Juvenil - 2º Lugar Futsal Masculino Pré-Mirim - 1º Lugar Futsal Masculino Infantil - 1º Lugar Vôlei Feminino Infanto - 2º Lugar Vôlei Masculino Mirim - 2º Lugar Vôlei Masculino Infantil - 1º Lugar Vôlei Masculino Juvenil - 2º Lugar Judô Pré-Mirim - 1º Lugar Judô Mirim - 1º Lugar Judô Juvenil - 2º Lugar

FECECO Futsal Masculino Pré-Mirim - 1º Lugar COPA LOURENÇO FILHO Basquete Feminino Juvenil - 2º Lugar IV JOGOS ESCOLARES DO CEARÁ

Vôlei Feminino (12 a 14 anos) - Campeão (Divisão B) Vôlei Feminino (15 a 17 anos) Vice-Campeão (Divisão A)

FESTCIMM Vôlei Feminino Pré-mirim - 2º Lugar IV JEC/SEJUV (Divisão B) Vôlei Feminino Infantil - 1º Lugar IV COPA CEFET Vôlei Feminino Infantil - 1º Lugar 2007 XXVII JEC Vôlei Masculino Juvenil - Campeão

2010 III INTERCÂMBIO DAMAS Basquete Feminino (17 anos) - 2º Lugar FESTCIMM Basquete Feminino (17 anos) - 1º Lugar XXX JEC Basquete Masculino Mirim - Campeão Geral Basquete Masculino Infantil - Campeão Geral Basquete Masculino Juvenil - Campeão Geral Vôlei Masculino Mirim - 1º Lugar Vôlei Masculino Infantil - 2º Lugar Futsal Masculino Mirim - Campeão Geral FESTCIMM Basquete Masculino (13 anos) - 1º Lugar Basquete Masculino (15 anos) - 1º Lugar Vôlei Masculino Mirim - 2º Lugar Futsal Masculino Pré-Mirim - 1º Lugar Futsal Masculino Mirim – 1º Lugar

FESTCIMM Vôlei Masculino Juvenil - Vice-Campeão

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di diga lá!

III Seminário de Pais do Santa Cecília Escola é lugar de crianças e adolescentes, mas é também espaço para os adultos que os cercam. É pensando o processo de educação de forma integrada que o Santa Cecília dedica aos pais, a cada dois anos, um seminário exclusivo para eles. O encontro chega à terceira edição trazendo como tema “100 anos de Educação – quando os caminhos transcendem o tempo”. No ano em que o Santa Cecília comemora seu centenário, claro que a reflexão sobre sua existência e o papel que ocupa não poderia passar ao largo do envolvimento das famílias. Pensar nos 100 anos é refletir sobre o próprio fazer cotidiano. Na abertura, dia 20 de maio, a Escola trará uma educadora e filósofa, autora de vários livros, que tem refletido muito sobre a relação pais e filhos. A carioca que acaba de lançar “Filhos: manual de instruções para pais das gerações x e y” irá discorrer sobre o tema “Princípios e saberes: uma discussão necessária”. O dia seguinte é dedicado aos minicursos, nos quais os pais poderão se inscrever de acordo com o tema de maior interesse.

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PROGRAMAÇÃO PALESTRA DE ABERTURA

Princípios e saberes: uma discussão necessária Tania Zagury – Filósofa, Mestra em Educação (UFRJ), escritora com 21 livros publicados e conferencista na área de educação com mais de 2 mil palestras e cursos ministrados no Brasil. 20 de maio de 2011 20h Hotel Vila Galé MINICURSOS 21 de maio 9h às 11h Colégio Santa Cecília E o que mais a cidade nos ensina? Fausto Nilo – Arquiteto e urbanista. Conferencista, sempre versando sobre a forma urbana, controle do crescimento urbano, mobilidade e em particular sobre os problemas das zonas urbanas centrais. Espiritualidade num mundo multicultural e multirreligioso Padre Eugenio Pacelli – Pároco da Paróquia de Cristo Rei. Licenciado em Pedagogia com bacharelado em Filosofia e Teologia. Pós-graduado em Psicologia da Religião e em Atualização Teológico-Catequética. Afeto, uma forma eficaz de defender a vida Ruth Cavalcante – Psicopedagoga pela Escola de Pedagogia Social de Colônia, Alemanha. Pós-Graduada em Educação Biocêntrica e Psicologia Transpessoal e Consultora na área de Processos Humanos. O planeta precisa de gentilezas Flávio Paiva – Jornalista. Colunista do Diário do Nordeste e autor de livros nas áreas de cultura, cidadania, gestão compartilhada, mobilização social, infantil e infanto-juvenil. O impacto das mídias na formação das crianças e dos jovens Inês Vitorino – Doutora em Ciências Sociais (Unicamp). Professora da PósGraduação em Comunicação (UFC) e autora de livros e artigos sobre infância, adolescência e comunicação. Onde somos educados? Xênia Benfatti – Pedagoga (UECE). Especialista em Planejamento Educacional (UFC). Mestra em Educação (UFC). Doutoranda em Educação (UFC). Professora e pesquisadora da UNIFOR.


co

conhecendo as profissões

“O que eu aprendo aqui vou levar aonde quer que eu vá!” Poucos imaginam a repercussão que tem na vida ter passado pela experiência de uma liderança. O Projeto Liderança deste ano privilegiou o relato de ex-alunos, hoje universitários, que foram descobrindo sutilmente a importância de um dia terem representado seus colegas. O projeto, aliás, passou por reformulações e, no processo de preparação, já era possível perceber um envolvimento ainda maior tanto dos ex-alunos como dos educadores do Santa Cecília. “Foi muito interessante a troca de ideias com ex-alunos que já foram líderes de sala porque eles trazem uma vivência posterior. Apontam a importância do projeto no papel que ocupam hoje, na postura, na independência, na coragem para enfrentar as discussões em grupo”, avalia Neide Sales, do NAP. O tema deste ano é “O que eu aprendo aqui vou levar aonde quer que eu vá!”, que privilegia justamente o papel dessa vivência nas escolhas futuras. As lideranças estudantis do Santa Cecília já entendem, por exemplo, que serão eleitas como representantes de turma, e não como únicas lideranças. E os alunos já foram às urnas. Conheça os novos líderes.

LIDERANÇA 2011 6º ano A - Beatriz Soares e Geovana Pinheiro B - Lígia Aguiar e Beatriz Oliveira C - Júlia Freire e Lara Oliveira D - Felipe Ary e Ciro Moreira E - Bianca Fontenelle e Thais Fontenele G - Vinícius Studart e Gabriel Prudente 7º ano A - Lize Correia e Alice Vasconcelos B - Maria Clara e Manuela Maria C - Laura Priante e Ricardo Carvalho D - Pedro Jorge e Leandro Mello E - Deib Neto e Matheus Valença G - Ana Dayse e Beatriz de Castro 8º ano A - João Santana e Kaio Maia B - Eduardo Linhares e Davi Mendes C - Camille Almeida e Marina Levy D - Isabela Borges e Luana Éllery E - Emanuelle Carvalho e Letícia Sousa G - Waldemar e Maria Teresa

9º ano A - Lara Lima e Larissa Mota B - Mariana Fontenelle e Anna Luiza C - Othon Neri e Matheus Albuquerque D - Sara Dibe e Ilzane Moraes G - Clarissa Alves e Helena Sydrião 1º ano A - Ana Beatriz e Livia Andrade B - Maria Clara e Iana Magalhães C - Flávia Esteves e Myrian Dourado D - Ricardo Victor e Marcelo Sabino 2º ano A - Vitória Miná e Guilherme Lacerda B - Chrystian Weslley e Roberta Vládya C - Ayrton Frota e Renan Barros D - Maria Manuela e João Carlos 3º ano A - Iamê Vale e Caio Thiers B - Matheus Ângelo e Sarah Guimarães C - Diego Gomes e Matheus Barbosa D - Sarah Dummar e Stephanie Brock

PONTO DE VISTA A experiência de representação da liderança de sala nasceu de uma forma muito natural, para mim. Foi mais uma necessidade que se encaixava com o que acredito que a mera vontade de ser “líder”. Depois de dois anos, é interessante voltar para falar e, consequentemente, refletir sobre momentos que ficaram bem marcados enquanto eu era aluna, e que foram fundamentais na minha formação, como as articulações para a SICE ou o piquenique na cantina. Mais que isso, é uma forma de retribuir à Escola pelo que foi vivido entre as paredes coloridas e tentar dar uma leve contribuição aos que virão, esperando que levem para o mundo o que cultivaram no Santa Cecília. Camila Mont’Alverne Ex-aluna do Santa Cecília e estudante de Comunicação Social da UFC

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en entrevista

“Já estou indo, seu Antonio” Uma conversa pautada pela simplicidade. A entrevista desta edição do Interatividade, não por acaso, é com quem viveu ao longo de anos o cotidiano de uma Escola que foi sendo erguida com a bravura de religiosas e dos homens e mulheres de bem que sempre as cercaram. Seu Antonio Miguel de Moura, 70 anos, foi motorista de muitas gerações no Santa Cecília. Por todo canto, ouvia-se o bordão: “Já estou indo, seu Antonio”. Com 18 anos, ele já cortava estradas pelo País, percorrendo de escola em escola os ensinamentos das Damas da Instrução Cristã. E mais: começou no Colégio quando ainda era exclusivo para moças, no bairro Benfica; viu ser erguida a atual sede, tijolo a tijolo. Ele é parte de uma história de educação que perdura há 100 anos. Obrigado, Seu Antonio. Interatividade – Como foi o começo dessa sua história com o Santa Cecília? Antonio Miguel – Quando comecei, em 1960, ainda era Ginásio Santa Cecília, a sede era no Benfica. Isto aqui, na Aldeota, era um deserto. Quem me deu o primeiro emprego foi Madre Verônica da Costa Aguiar, Superiora Geral na época. Cheguei muito novo, com 18 anos, pedindo o emprego e, no começo, houve um problema porque a Madre Verônica não quis me aceitar, ela achava que eu era menor de idade

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e, para convencê-la, deu trabalho! Comecei dirigindo uma kombi e, com a mudança para a nova sede, eu passei a pegar alunas dirigindo o ônibus. Eu ia buscá-las no Benfica, Jacarecanga, Bairro de Fátima, onde estava a maioria das residências. O Colégio não era misto e tinha o internato. Dirigi esse ônibus até venderem. I – Como era dirigir um transporte escolar, portanto, ser responsável pela locomoção de dezenas de meninas, logo no seu primeiro emprego? AM – Foi um tempo maravilhoso!

O pessoal me deu uma confiança grande. No dia do meu aniversário, você precisava ver como ficava esse ônibus de presentes. Cada aluna que queria me trazer um presente melhor! Eu nunca vou esquecer esse período. Elas faziam uma bagunça de ouro! Eu mandava descerem da cadeira, fazer menos barulho, mas com pouco tempo se danavam de novo. Nunca houve uma reclamação dos pais comigo e me considero feliz porque soube administrar tudo na paz. Isso é motivo de muita felicidade.


I – O senhor trabalhou por muitos anos no Santa Cecília. Como foi a sua rotina ao longo desses anos? AM – Trabalhei efetivo por 15 anos, mas continuei prestando serviço até bem pouco tempo. Saí e fui trabalhar como autônomo, mas nunca me desliguei do Colégio totalmente. Nas viagens longas era sempre eu, depois o meu filho que fazia. Eu era um motorista novo, mas logo comecei a viajar pelas casas (escolas) do Nordeste. Fui até Bragança Paulista, Caxias do Sul, Paraná, Argentina, Paraguai. Conheci quase todo o Brasil, graças às Irmãs. Na inauguração do Colégio Regina Mundi, em Maringá, eu saí daqui e fui pegando as Irmãs em todas as casas do Nordeste. Foram muitas viagens. Desses lugares todos, eu gosto mesmo é da minha terra, quando eu volto para minha casa. I – O senhor tem medo da estrada? AM – Não. Medo, medo, não. Eu tenho cuidado, procuro evitar

determinadas situações que eu sei que existem. Graças a Deus as minhas viagens foram sempre em paz. Peço muito a Deus a proteção. Quando eu estou na estrada, fico tão tranquilo, acho tão bom, vem uma paz.

aos sábados no Colégio. A gente ainda socorria as pessoas da comunidade vizinha.

I – Nesses anos todos, o senhor conviveu com muitas religiosas. O que ficou dessa convivência?

AM – Só lembro coisa boa! Eu só posso contar coisas boas do Santa Cecília! Viajei muito e sei que, aonde este Colégio chega, leva um bom conceito. E sempre fui tratado como alguém muito mais que um motorista. Elas iam para um teatro, eu tinha que ir, queriam que eu estudasse, aprendesse francês. Só trago lembranças boas.

AM – As Religiosas da Congregação Damas são muito corajosas. Elas não tinham limite para a caridade, não tinham hora, faziam tudo o que era possível. Madre Verônica da Costa Aguiar foi a que mais me marcou. Ela era amazonense. Parece que estou vendo ela aqui na minha frente. Era uma ótima gestora, tanto é que fez tudo isto aqui 60 anos atrás e a construção está até hoje atualizada. Irmã Augusta também me marcou muito. Ela era uma pessoa muito boa, trabalhadora, a exemplo das outras. Eu trabalhava muito e ainda ajudava no Movimento de Cáritas, com merenda escolar, que ela realizava

I – Quando o senhor passeia por este Colégio, quais são as suas principais lembranças?

I – Quando chega aqui, hoje, o que percebe de mudanças? AM – Ah, são mudanças a olhos vistos. Estou pelo menos há dois anos sem vir aqui e, ao chegar, só vejo melhorias. Posso dizer que conheço as educadoras Damas da Instrução Cristã em todo o Brasil, e elas são excelentes educadoras.

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Resultados 2011

Uma conquista de alunos, pais e educadores. É emocionante sentir o olhar marejado de ex-alunos quando encontram marcas da sua infância ou adolescência nos espaços da Escola. Um elemento em especial contém essa particular capacidade: são as pastilhas multicoloridas que revestem os corredores do Colégio. Uma maneira singela de traduzir o quanto é gratificante saber que tudo que foi vivido, mesmo pequenino como as pastilhas, pode permanecer fortemente ali, naquele lugar. Isso porque um dia chega a hora de partir, de seguir na direção da Universidade. Mesmo com o sabor da despedida, o clima não é de tristeza, mas de serenidade. Quem vai sabe que deixou e levou amigos, experiências, conhecimento, calor, alma e possibilidades. Uma frase é dita de parte a parte: Seja feliz, nos veremos em breve. Melhor dizendo: Uma parte de mim segue, outra aí fica, por 100 anos, ou para sempre, o que a vida nos permitir primeiro. ADRIANA BARBOSA SOBREIRA

BRUNO ROCHA MEIRELES

Direito (Unifor)

Medicina (Uece)

AMANDA CAMPOS MOREIRA

Medicina (Unifor)

CAIO CAVALCANTE LUNDGREN

Odontologia (Unifor)

GABRIEL DIÓGENES FEITOSA

ANA BEATRIZ REBOUÇAS EUFRÁSIO

Engenharia Civil (UFC)

CAIO LIMA LOPES

Ciências da Computação (Uece)

Engenharia de Controle e Automação (Unifor)

Engenharia Civil (Unifor)

Administração (Fa7)

Publicidade (Fa7)

ANA BEATRIZ ROCHA BANDEIRA

CAMILA BRITO CARVALHO

Fisioterapia (Faculdade Christus)

Engenharia Civil (UFC)

Nutrição (FIC)

Engenharia de Produção (Unifor)

ANA CLARA FÉLIX LOPES

CAMILA CÂMARA FERNANDES ROCHA

Arquitetura e Urbanização (UFC)

Arquitetura e Urbanismo (Unifor)

CAMILA SERRA RODRIGUES

Ciências Sociais (UFC)

CIRCE MACENA DE SOUZA

Terapia Ocupacional (Unifor)

CLARICE DIÓGENES PINHEIRO

Educação Física (UFC)

Medicina (Faculdade Christus)

ANA LUÍSA ALENCAR DE MESQUITA

DANIEL MONTE MALVEIRA

Ciências Ambientais (UFC)

Psicologia (Unifor)

DANIELA BASTOS CARVALHO

Engenharia Civil (Unifor)

ANA LUIZA CRUZ BODIÃO

Relações Internacionais (USP)

DAVI COSTA BARBOSA DE ARAÚJO

Psicologia (UFC)

Ciências Biológicas (UFC) Ciências Contábeis (Fa7)

ANA LUIZA FARIAS DOS MARTINS COELHO

DAVI MOREIRA AIRES

Direito (UFC)

Engenharia Civil (UFC)

Letras-Inglês (Uece)

Ciências da Computação (Uece)

Direito (Unifor)

Engenharia de Controle e Automação (Unifor)

ANA LUÍZA MAPURUNGA GONÇALVES

Sistemas de Informação (Fa7)

DÉBORA TOMÉ DE SOUSA

Ciências Econômicas (UFC)

ANDRÉ FILIPE DUMMAR DE AZEVEDO

Direito (Unifor)

Administração (Unifor)

Ciências Contábeis (UFC)

Administração (Fa7)

EDUARDO ALBUQUERQUE CASTELO BRANCO

ANNA FLÁVIA GUERRA ACCIOLY

Agronomia (UFC)

Engenharia Mecânica (Unifor)

Direito (FIC)

ANTONIO EDUARDO JOCA BAYMA FILHO

EDUARDO GROSSI CAVALCANTE BEZERRA

Administração (Faculdade Christus)

Engenharia de Telecomunicações (Unifor)

ARTUR MOURA AGUIAR

ERICK FRAGA REBOUÇAS

Engenharia Teleinformática (UFC)

Ciência da Computação (Unifor)

FÁBIO MARCOS CARVALHO BARBOSA JUNIOR

Aceito nas Universidades:

Administração (Unifor)

VIRGINIA TECH - USA

Administração (Fa7)

MICHIGAN STATE UNIVERSITY - USA

Administração (Faculdade Christus)

Medicina (UFC)

BEATRIZ CASTRO ALVES DE LIMA

FELIPE ALVES DA COSTA SILVA

Direito (Unifor)

Administração (FAECe)

BEATRIZ DE OLIVEIRA VIDAL

FELIPE BRAGA DE OLIVEIRA CIPIAO

Arquitetura e Urbanismo (Unifor)

Engenharia Civil (Unifor)

BRUNA ALBUQUERQUE BORTOLOTTI

FERNANDA CRISTINA MESSIAS GUIMARÃES

Arquitetura e Urbanização (UFC)

Engenharia de Produção (UFC)

BRUNA MONTEIRO BARBOSA

FERNANDO OTO SCIPIÃO DE BRITO

Arquitetura e Urbanização (UFC)

Engenharia Civil (Unifor)

BRUNO AGUIAR CHASTINET

FLÁVIA TOMÉ FROTA LEITÃO

Administração (Unifor)

Letras-Português (Uece)

Administração (Fa7)

Direito (Unifor)

BRUNO MELGACIO

GABRIEL CANTAL GONCZAROWSKA

Engenharia de Produção (UFAm)

Engenharia de Produção (UFC)

Direito (Unifor)

Ciências Ambientais (UFC)

Arquitetura e Urbanismo (Unifor)

GABRIELA LEMOS CARVALHO

Ciências da Nutrição (Unifor) Letras-Espanhol (UFC)

GUILHERME SEABRA PINHO

Teatro (IFCe)

Computação (UFC)

Medicina (UFC)

ANA ELOÍSA NÓBREGA ARAUJO

GERMANA GERVIZ TELES CELESTINO

Arquitetura (FIC)

ANA CLÁUDIA FREIRE BARRETO LIMA

Engenharia de Pesca (UFC)

GABRIEL NAPOLEÃO CARDOSO

Direito (Unifor)

HANNA VASCONCELOS DE BARROS

Oceanografia (UFC)

Oceanografia (UFBa)

IAGO BORGES NORJOSA

Estatística (UFC)

IGOR OLIVEIRA LOPES DE FREITAS FARIA

Engenharia de Computação (Unifor)

ISABEL SCHREIBER ROCHA SCARLAZZARI

Sistemas e Novas Mídias (UFC)

Design de Produtos (UFRj)

Publicidade/Propaganda (Unifor)

ISABELLY CYSNE AUGUSTO MAIA

Letras/Literatura (UFC)

Direito (Unifor)

Letras/Português (Uece)

ISADORA BARROSO FERREIRA PINTO

45,7% APROVAÇÃO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS

Odontologia (Unifor)

IVNA LACERDA PEREIRA NÓBREGA

Medicina (Unifor)

JADE COSTA CAMINHA

Ciências Biológicas (UFC)

Psicologia (Unifor)

JOÃO GUILHERME VEGINI

Engenharia de Produção (Unifor)

JOÃO PEDRO HUPPES CAVALCANTE

Engenharia de Controle e Automação (Unifor)

JOSÉ VINÍCIUS GIRÃO GOMES

Engenharia Mecânica (UFC)

Física (Uece)

Engenharia de Controle e Automação (Unifor)

JOSIAS PINHEIRO OSÓRIO

Administração (Unifor)

Administração (Faculdade Christus)

JOYCE ALVES MARQUES

Odontologia (UFRN)

JÚLIA ANDRADE FERNANDES

Psicologia (UFC)

Psicologia (Unifor)

JULIA D’ALGE MONT’ALVERNE BARRETO

História (UFC)

Direito (Unifor)

Direito (Faculdade Christus)

JULIANA DE ABREU E TRÉZ

Engenharia Civil (UFC)


JULIANA MARINA DE FAÇANHA E CAMPOS

PEDRO HENRIQUE AZEVEDO MOREIRA

Direito (Fanor)

Psicologia (Unifor)

JULIANA RODRIGUES ANDRADE

PEDRO NUNES E SOUZA

Ciências Biológicas (UFC)

Administração (Unifor)

Farmácia (Unifor)

Administração (Fa7)

KAROL ANDRADE ARARIPE

PRISCILLA CARVALHO BARROS DE OLIVEIRA

Nutrição (Fanor)

Pedagogia (UFC)

LARISSA GUILHERME LOPES

RAFAEL ERNESTO LAROCCA QUINDERÉ

Ciências Sociais (UFC)

Administração (Faculdade Christus)

LETÍCIA CARACAS BASTOS

RAFAEL PORTO LEITE

Arquitetura (FIC)

Medicina (UFC)

LETÍCIA MARIA RODRIGUES RAMOS

RAFAELA SCHRAMM VIANA

Engenharia de Alimentos (UFC)

Nutrição (Uece)

RAFAELLA PEREIRA FRANKLIN THOMÁZ

Engenharia Ambiental (Unifor)

LÍVIA BRANDÃO MOTA CAVALCANTI

Jornalismo (UFC)

RAIMUNDO ALVES CAMPOS NETO

Arquitetura e Urbanização (UFC)

Direito (Unifor)

Engenharia de Pesca (UFC)

LOUISE PAMPLONA BEDE MEZZEDIMI

Negócios Imobiliários (Fa7)

Administração (Fanor)

Jornalismo (Unifor)

LUCAS BATISTA WENYE

RAÍSSA BENEVIDES VELOSO

Ciências Contábeis (Faculdade Christus)

Jornalismo (UFC)

LUCAS CANTAL DE SOUZA LIMA

RAUL OLIVEIRA LIMA

Engenharia de Teleinformática (UFC)

Direito (Luciano Feijó - Sobral)

LUCAS GURGEL DE ALENCAR

REBECA MARIA CAMINHA JUNQUEIRA

Ciências Contábeis (Faculdade Christus)

Ciências da Nutrição (Unifor)

MARCELA PONTES BAQUIT

RENAN BEZERRA DE OLIVEIRA

Engenharia de Produção (UFC)

Administração (Uece)

RENAN VASCONCELOS PINHO

Engenharia de Produção (Unifor)

Ciências Biológicas (UFC)

Ciências Biológicas (UFC)

MARCELO CARVALHO LIMA

RUHAMA MARIA PINHEIRO REBOUÇAS

Ciências Biológicas (UFC)

Medicina Veterinária (Uece)

RUTH ANDRADE DE NORÕES BRITO

Direito (Unifor)

Estatística (UFC)

Administração (UFPi)

MARIA CECÍLIA FONTES MORAIS

Direito (Faculdade Christus)

Engenharia Civil (UFC)

SÉRGIO DE CASTRO BEZERRA

Engenharia Civil (Unifor)

Administração (Faculdade Christus)

MARIA EDUARDA MORAIS GURJÃO

SOPHIA FERREIRA LIMA DA ROCHA

Psicologia (UFC)

Psicologia (Unifor)

MARIA FERNANDA RENNER DEUSDARÁ

Design de Moda (Marista)

STELA MARIS OLIVEIRA L. DE VASCONCELOS

Design de Moda (UFC)

MARIANA BARBOSA NOBRE DE ALMEIDA

TACIO RIBEIRO BRAGA

Engenharia de Pesca (UFC)

Biotecnologia (UFC)

MARIANA CAMPOS FONTENELLE

TALES CHAVES GURGEL

Engenharia Civil (Unifor)

Engenharia Civil (Unifor)

MARIANA MOURA DE ALMEIDA

THAIS SICSU JACKMONTH

Publicidade (Marista)

Educação Física (UFC)

MARÍLIA MOURA DE ALMEIDA

THAÍS TEIXEIRA GUIMARÃES

Publicidade (Marista)

Direito (Martha Falcão – Manaus)

MARINA PORTO ALMEIDA

Publicidade (UFC)

THAISA CAVALCANTE GOMES

Publicidade (Unifor)

Ciências Econômicas (UFC) Direito (Unifor)

MATEUS FERREIRA MENEZES

THIAGO MESQUITA CÂNDIDO

Comércio Exterior (Unifor)

Nutrição (Fanor)

MATEUS OLIVEIRA DE FREITAS

ÚRSULLA MAGALHÃES DE C. COSTA

Engenharia Mecânica (UFC)

Engenharia Mecânica (Unifor)

VICTOR BRAID CARANNANTE

Engenharia Civil (Unifor)

MAURO REIS ALBUQUERQUE

VITOR MARTINS LIMA SALES

Psicologia (UFC)

Sistemas de Informação (Fa7)

MILENA GOMES ROCHA B. DE MENEZES

YAN CAMPOS ALVES DIAS

Direito (Unifor)

NATÁLIA SANTOS DE SOUSA

Arquitetura e Urbanismo (Unifor) Engenharia Civil (Unifor)

Química (UFC)

NATHALIA FERNANDES DE SOUZA

Arquitetura e Urbanismo (Unifor)

PAULA PAMPLONA COSTA LIMA

Psicologia (Unifor)

Relações Internacionais na USP

85,2% APROVAÇÃO TOTAL

Ela foi aprovada no vestibular mais disputado do Brasil, com mais de 100 mil inscritos. Ana Luiza Bodião nem bem terminou o 3º ano do Ensino Médio no Santa Cecília e já viu seu nome estampado na lista de aprovados no vestibular da FUVEST. Ela é uma das mais novas estudantes da USP, no curso de Relações Internacionais (o terceiro com maior concorrência, a terceira cearense a ingressar nesse curso). A rotina atípica não roubou a tranquilidade da jovem que mais parece saltar das imagens de papel de carta, com seus cachos escuros e pele branca. Ana Luiza se dividiu entre a preparação para o ENEM (atingiu a nota para o curso de Psicologia da UFC) e as duas fases extensas da FUVEST. A aprovação veio por merecimento! Nada de deslumbramentos, ela é firme nos propósitos, na sensibilidade social e sabe bem o que quer do mundo. “Acredito que o curso de Relações Internacionais vai me abrir muitas portas, é muito abrangente, tenho possibilidade de atuar em muitas áreas e viajar muito”, diz. Filha de professores universitários, o ambiente familiar é, sem dúvida, bastante propício ao aprofundamento dos estudos e ela também aponta os méritos do Santa Cecília em sua aprovação: “Com a realização de tantos provões, a gente vai aprendendo a fazer provas, administrar o tempo, manter a tranquilidade. Cada um vai descobrindo o jeito próprio de responder às questões”. Morando sozinha em São Paulo, com a supervisão dos familiares que vivem ali, Ana sabe bem o valor da liberdade. “Na verdade, ter liberdade exige muita responsabilidade. É você, e não mais seus pais, que terá discernimento pra decidir o que é bom ou ruim”. Assim como Ana Luiza, mais de 85% dos alunos do Santa Cecília estão encarando a nova fase, a vida na universidade. Parabéns a todos eles!


ho

hora de brincar

É na infância que tudo começa No Santa Cecília, ser criança é ter muitos direitos: a um desenvolvimento saudável, a sonhos infinitos, a brincadeiras compartilhadas, a um mundo que passeia entre o real e a imaginação. Convidamos, então, a um pequeno percurso por parte dos nossos projetos. No Tempo Integral, os alunos percorrem a História da Arte desde os primeiros registros. Imagine o que é ter contato com esse universo a partir dos desenhos rupestres e, em uma mágica linha do tempo, percorrer a Arte Antiga (Grécia e Egito), a Arte na Idade Média (Renascimento...) e a Arte na atualidade? “Com esse projeto, as crianças podem também explorar diferentes linguagens, como desenho, pintura, colagem, teatro, entre outros”, explica a coordenadora Ray.

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A Arte, aliás, é o foco de muitos projetos. No Infantil 2, os pequenos cantam e dançam com Toquinho. Por meio da música, incentiva-se o desenvolvimento motor, linguístico e afetivo. A literatura também ganha destaque em dois projetos da Sala de Leitura: no primeiro, “Hora do Conto”, as crianças do Infantil 2 mergulham nos clássicos infantis. No segundo, “Roda de História: Texto e Autor”, crianças do Infantil 3 e 4 têm contato com autoras como Ana Maria Machado, Ruth Rocha e Eva Furnari. Desenvolvimento saudável passa também pela construção da identidade. Com o projeto “De corpo inteiro”, as crianças do Infantil 4 passam a se perceber corporalmente, a se situar no espaço físico, a diferenciar suas características

físicas, seus gostos, opiniões e, progressivamente, a compreender e respeitar a existência de si e do outro. E como pensar em si sem pensar no planeta em que vivemos? Infantil 5 e 1º ano trabalham com o projeto “Planeta terra, nossa casa”, que desperta a consciência pela preservação ambiental. Através do entrelaçamento de muitas linguagens, os pequenos são sensibilizados para o cuidado com o outro e com o planeta.


es

estamos em sala

Sala de aula: lugar de lembranças e celebração Fotos dos alunos

Sala de aula e seus arredores: bons lugares para refletir e celebrar os 100 anos do Santa Cecília. E não há limites para recontar esta história e projetar o futuro. Nas aulas de História da professora Silvia Helena (6º ano), os alunos desenvolveram uma pesquisa histórica sobre o Santa Cecília, seguindo critérios de um bom historiador: “Eles reconstituíram os 100 anos através de entrevistas com Irmãs, professores, alunos e exalunos. E ainda pesquisaram na internet, no projeto políticopedagógico e fotografaram. Há trabalhos belíssimos e todos eles ressaltaram a evolução do Santa Cecília”, avalia a professora. A SICE (Semana de Integração, Cultura e Esporte), um dos mais importantes eventos do Colégio, também será voltada ao centenário, a começar pelo tema: “100 anos celebrando a memória e transformando a história”.

Exposições, oficinas itinerantes, apresentações artísticas, gincana e atividades esportivas trarão a memória e a celebração como questões centrais. Este ano, o encerramento envolverá também os alunos do Ensino Fundamental I e o que veremos incorporados às coreografias são a história, as viagens, o processo cognitivo etc. Nas salas temáticas, exalunos irão compartilhar suas experiências com os nossos alunos. E vêm ainda outras surpresas por aí. Em se tratando de cultura e arte, o projeto do professor Ferreira Junior, com alunos do 1º ano do Ensino Médio, “Um jeito de cuidar de ser”, já virou tradição. Em seu quarto ano, a iniciativa que envolve fotografia, poesia e música volta-se ao centenário. “São imagens e textos retratando o sentimento do aluno como parte desta grande família”, explica Ferreira.

SENTIMENTO TRANSBORDANTE “Quando entrei no colégio, eu não acreditava muito na frase “aqui você se realiza”, não acreditava que dentro de um colégio pudesse haver tanta união entre os alunos e apoio dos professores, e acreditava muito menos quando as pessoas diziam que o Santa Cecília é uma grande família. Senti o que nunca havia sentido: aqui os professores são como amigos dos alunos, preocupam-se com eles. Posso dizer que características assim são de uma família, em que uns se preocupam com o bem dos outros. Nossa jornada por aqui está a cada dia mais perto de acabar, mas acredito que as amizades que fizemos são para a vida toda.Talvez alguns de nós nos afastemos, mas garanto que nunca esqueceremos os valores que aqui nos foram ensinados e, ao lembrar, sentiremos saudade. Saudade de um passado que não volta mais, que se faz presente, pois aqui nos realizamos mesmo!” Amanda Borges (1° ano)

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Av. Senador Virgílio Távora, 2000 – Aldeota – Cx. Postal 52728 – CEP 60151-970 – Fortaleza/CE Fone: (85) 3064.2377 – Fax: (85) 3064.2367 – www.santacecilia.com.br – e-mail: scecilia@santacecilia.com.br


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