ARQUITETAS EM REVISTA: um ensaio metodológico

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ARQUITETAS EM REVISTA

G y o v a n n a Te i x e i r a F r e i r e

um ensaio metodológico



ARQUITETAS EM REVISTA um ensaio metodológico

trabalho de curso desenvolvido com o intuito de solicitar a conclusão do curso de arquitetura e urbanismo na presente escola.

Gyovanna Teixeira Freire Orientação: Dra. Paula Gorenstein Dedecca Escola da Cidade, 2022


F862 FREIRE, Gyovanna Teixeira. Arquitetas em revista: um ensaio metodológico / Gyovanna Teixeira Freire. – São Paulo, 2022. 101 p..: il.; 30 cm. Orientadora: Paula Gorenstein Dedecca. TC (Trabalho de Curso) – Associação Escola da Cidade Arquitetura e Urbanismo, 2022. 1. mulheres arquitetas. 2. invisibilidade. 3. gênero. 4. arquitetura. 5. historiografia da arquitetura. I Título.


Para meus pais, Rosana e Volnei Freire. Em memória de minhas avós, Antonia Menegasso Teixeira e Maria Cândida Brito Gondim Freire.

“Placa de alabastro veda o vão, alívio no peso da pedra. Como explicar lá fora o sol, aqui o luar; como explicar ao muro opaco o que é translúcido?” por Adele Weber (arquiteta e poetisa).



AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Rosana e Volnei Freire, por serem minha luz, por todo amor, cuidado e dedicação nos últimos anos para me ajudar a ser quem sou hoje. Não existem palavras que possam expressar o quão sou grata por tudo o que me proporcionam – essa conquista é de nós três; À minha avó, Antonia Menegasso Teixeira que, durante os 16 anos que passou em vida comigo, incentivou meus estudos, me ensinou tudo o que aprendeu e sonhou viver esse momento de minha formatura ao meu lado – sei que a senhora está orgulhosa acompanhando tudo isso no plano em que vive agora. À minha orientadora, Dra. Paula Gorenstein Dedecca, por aceitar viver comigo as minhas investigações na história da arquitetura e por inspirar significativamente a minha trajetória acadêmica – este trabalho só

foi possível com seu apoio, muito obrigada por me ensinar tanto; À Escola da Cidade, pelo acolhimento antes e após meu ingresso e pela concessão de uma bolsa de estudos que me permitiu fazer parte da instituição, clareando os caminhos para minha formação; Às professoras e professores que fizeram parte de minha graduação, por cada incentivo e ensinamento; Às professoras Amália dos Santos e Sabrina Fontenele e à querida amiga Luiza Souza, por contribuírem com as discussões que elucidaram a escolha do tema deste trabalho e pelas lindas trocas e debates sobre gênero na arquitetura; Ao Jonas Delecave e à Raquel Schenkman por colaborarem com este trabalho, partilhando comigo as histórias sobre suas avós Gerda e Fanny. À querida amiga Juliana Chicon, pelos quase dez anos da mais linda amizade, afeto e apoio.; Ao querido amigo Marco Bondezan, por partilhar comigo as mais interessantes formas de pensar arquitetura; Ao querido amigo Andre Ferreira, pelo apoio e calma nos momentos caóticos.

Aos queridos amigos Eduardo Ferezim, Fernanda Ferreira, Felipe Furtado, Gabriel Lucena, Edson Merck, Marina Fávero, Vinícius Lopes e Vitor Antonio, pelo afeto e compreensão. Às queridas amigas que me acompanham desde a Universidade São Judas, pela parceria, apoio e lindas trocas: Amanda Nunes, Fayne Rafaela, Fernanda Galdino, Julia Lumena, Laura Matos, Letícia Souza, Nathalia Barboza, Priscila Almeida e Stephanie Cristina. Às queridas amigas que fiz nesta instituição, por tão bem me acolherem em minha chegada: Amanda Freitas, Ana Julia Parada, Clara Aguillera, Gabriela Fuganholi, Izabelle Basso, Marcella Frassinelli, Maria Thereza Azzuz, Tailane Morena e Tatiane Leandro. À Gyovanna, a mesma que aqui escreve, por superar todos os obstáculos dessa [extensa] graduação e fazer o seu melhor nessa linda jornada que construiu.



ÍNDICE 6

Este é um trabalho que parte das inquietações de uma mulher, feminista e quase arquiteta, que já sentiu na pele as consequências do sexismo dentro da profissão. Que essa militância dentro do meio acadêmico faça a diferença na maneira como nós, mulheres, somos vistas em nossa profissão - e sociedade - e que enfim a historiografia da arquitetura siga por este caminho de considerar a nossa existência e atuação profissional. Nós existimos e, sobretudo, resistimos. Continuemos em luta, ocupando todos os espaços.

RESUMO

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01. RELACIONANDO VIVÊNCIAS E A EPISTEMOLOGIA FEMINISTA

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02. UM OLHAR COLETIVO: CONCEITUANDO AS INTENÇÕES E METODOLOGIAS

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03. A REVISTA ACRÓPOLE E O BOLETIM IAB COMO FUNDAMENTOS DE PESQUISA

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04. ENTRE ACERVOS E CATALOGAÇÕES: DESAFIOS E QUESTÕES

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05. SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA E SEUS RESULTADOS EM NÚMEROS

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06. VERBETES

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07. ANÁLISE DAS PROBLEMÁTICAS DA INVISIBILIDADE E SUAS CONFIGURAÇÕES

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08. ANÁLISE FINAL E POSSÍVEIS CAMINHOS DE PESQUISA

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09. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



RESUMO

Esse trabalho de curso pretende contribuir para uma revisão historiográfica, buscando colaborar com o processo de dar visibilidade às mulheres que também fizeram parte da construção de nossas cidades. Pretende experimentar um método de pesquisa, que se inicia com a elaboração de mapas informativos sobre algumas das mulheres arquitetas que atuaram no Brasil na década de 1950, nomes estes sistematizados a partir de uma pesquisa nas publicações da Revista Acrópole. Para tanto, pretende-se utilizar, de modo introdutório, a prosopografia, realizando um levantamento coletivo de biografias e consolidando alguns produtos que exemplificam o método experimentado: uma tabela geral com principais informações biográficas de cunho pessoal e profissional; a elaboração de verbetes de trajetórias individuais

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escolhidas; a produção de um conjunto de materiais gráficos que nos permitam entender semelhanças, distinções e suas respectivas posições no campo profissional brasileiro do período. A pesquisa abarca trajetórias de todo o território nacional, desde que encontradas nas fontes bibliográficas. Palavras chave: arquitetura; gênero; historiografia de arquitetura; invisibilidade feminina; mulheres arquitetas

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ABSTRACT

This research aims to contribute to a historiographical review, seeking to collaborate with the process of giving visibility to women who were also part of the construction of our cities. It intends to experiment with a research method, which begins with the elaboration of a biographical map of some women architects who worked in Brazil in the 1950s, names systematized from a research in the publications of Revista Acrópole. To this end, we intend to use prosopography in an introductory way, carrying out a collective survey of biographies and consolidating some products that exemplify the tried method: a general table with the main biographical information of a personal and professional nature; the elaboration of entries of chosen individual trajectories; the production of a set of graphic materials that allow us to understand

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similarities, distinctions and their respective positions in the Brazilian professional field of the period. The research covers trajectories from all over the national territory, as long as they are found in the bibliographic sources. Keywords: architecture; gender; architecture historiography; female invisibility; women architects.

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01 RELACIONANDO VIVÊNCIAS E A EPISTEMOLOGIA FEMINISTA



RELACIONANDO VIVÊNCIAS E A EPISTEMOLOGIA FEMINISTA Considerando que, comumente, pesquisas partem também de motivações pessoais, posso dizer que este trabalho de conclusão de curso é um dos desdobramentos de minhas inquietações enquanto mulher, que se identifica com as lutas feministas e que busca atrelá-las ao pensamento da profissão de arquiteta. Ao mobilizar minhas experiências como justificativa para a motivação deste trabalho, transformo meus escritos em um tipo de contação de histórias, na qual busco transitar nessa introdução das minhas vivências pessoais às reflexões históricas sobre trajetórias de mulheres arquitetas. Por tal razão, opto por manter, ao longo deste escrito, o discurso em primeira pessoa, para evidenciar o caráter afetivo desse trabalho onde eu me torno narradora e sujeita. O famigerado feminismo, temido por

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muitos que não o conhecem de fato e que pode ser considerado como uma luta radical, segue sendo alvo de críticas, sobretudo quando usado para pensar uma profissão que se pretende universal e cujo discurso habitual se ampara na não distinção, no não preconceito, entre a atuação dos profissionais homens e mulheres. Mesmo no meio acadêmico, quando, de acordo com Fontes (2016, p. 15), o feminismo pode ser interpretado como algo contraditório, considerando o senso comum da imparcialidade do ato de desenvolver uma pesquisa, ele demonstra seu viés político, bem como revela o modo como a produção de conhecimento está inevitavelmente atrelada à desigualdade de gênero. Assim, levanto aqui uma segunda perspectiva, dialogando ainda com Fontes (2016): a pesquisa de caráter feminista como um ato de resistência, uma forma de militância dentro do meio acadêmico e uma ação, a partir das próprias experiências do agente pesquisador, para discutir, em um ambiente e em uma prática majoritariamente conservadora, as relações de poder entre os gêneros dentro do campo profissional. Cito também Margareth Rago para justificar a produção de um conhecimento científico amparado no feminismo, visto por ela como modo de operar uma crítica contundente

extra disciplinarmente. (RAGO, 1998. In: HOLLANDA, 2019. p. 370). Associando-a ao pensamento de Fontes, é possível afirmar que, com o surgimento da correlação entre debates feministas e suas temáticas em ascensão, repercutir e validar esse discurso dentro de um desenvolvimento acadêmico é uma das articulações já utilizadas como facilitadoras para tornar visíveis as mulheres e colocá-las em posição de sujeitas. Enquanto me aprofundava nas leituras sobre gênero, sobretudo a partir da perspectiva da arquitetura, encontrei outras mulheres, pesquisadoras e arquitetas, com a mesma sede que me levou a mergulhar de cabeça – e sem medo de quaisquer julgamentos por me autodeclarar ‘mulher feminista’ – nas discussões sobre a maneira como somos invisibilizadas dentro a profissão. São pesquisas que ganham cada vez mais volume e constroem novos espaços de articulação do debate, transformando a maneira como a historiografia registrava e continua registrando a presença de mulheres no campo. Tais reflexões foram parte essencial da minha formação ao longo da graduação e motivação para o desenvolvimento de meus próprios estudos sobre a temática de gênero na profissão¹.

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Sempre questionei os impactos do machismo em meus espaços de vivência. Me vi, por diversas vezes, como vítima deste ato dentro do campo profissional e na vida como um todo. Ainda como estagiária, durante o período acadêmico, me deparei com situações onde chefes do sexo masculino questionaram meu trabalho ou silenciaram de alguma forma minha atuação em seus escritórios, no momento, justamente, em que eu deveria estar em fase de aprendizado. Ao longo de minhas experiências, fui construindo minha percepção de que, enquanto mulheres, a todo tempo torna-se necessário provar a nossa capacidade profissional, bem como de que tal condição nos coloca o esforço dobrado para garantir que o mínimo de reconhecimento seja validado por aquele que nos questionou – ainda mais quando é nítida a posição de destaque de uma mulher em relação ao homem. Por tal razão, meus questionamentos sobre os impactos do machismo, não somente em minha posição profissional, mas também no coletivo, me levaram a questionar os motivos pelos quais nós, mulheres, somos colocadas à prova o tempo todo, enquanto os homens, em sua maioria, assumem papéis que vão além da colaboração dentro de um escritório. Revisitando o passado, é possível

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mencionar facilmente nomes que escancaram o contraste entre a legitimação profissional de grandes mestres da arquitetura e a de suas colaboradoras, como Charlotte Perriand, Denise Scott-Brown e Lily Reich². Hoje, graças ao esforço acadêmico de estudiosas interessadas em suas trajetórias, podemos reformular as narrativas sobre tais relações, não só de modo mais aprofundado, mas também partindo de outros termos de valoração, dando voz às suas histórias e revelando as relações hierárquicas que se estabeleceram, seja ao longo de suas vidas, seja através da consolidação historiográfica que as apagaram com o passar do tempo. Ainda que o feminismo seja um campo em debate, e mesmo em disputa entre as distintas militâncias, trata-se de compreender as muitas vivências a partir de um olhar afetivo e empático, já que raramente se escapa ao machismo estrutural. Segue sendo difícil, para muitos, conviverem com a presença de mulheres que se posicionam e que assumem lugares de poder, mas trilhamos um espaço cada vez mais extenso de afirmação da mulher na profissão, parte potente para a criação de outros modos de interação social e enfrentamento do amplo cenário de crise, social, cultural, moral, política, ambiental. Ao mesmo tempo em que

NOTAS

¹ Poderia citar aqui uma infinidade

de textos que colaboraram para a formação de meu pensamento sobre gênero na profissão. Entretanto, opto aqui por sugerir as seguintes leituras: a) Porto, 2021; b) Sá, 2016; c) Antunes, 2012; d) Colomina, 1998; e) Colomina, 1999; f) Rubino, 2002.

² Para melhor compreensão dos casos, sugiro as seguintes leituras:

a) Rubino, 2016; b) Brown, 1989; c) Colomina, 2010.

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eu vivia tais situações de questionamento em minha iniciação profissional, dei início a minha reflexão acadêmica, através de uma pesquisa de iniciação científica, que problematizava uma pretensa invisibilidade feminina no campo de atuação da arquitetura durante a década de 1950. Ao final, esse contato com a prática da pesquisa me instigou a seguir escrevendo e criticando o posicionamento da historiografia em relação à prática feminina da arquitetura, já que confirmou que muitas das arquitetas nesse momento tiveram uma atuação tão significativa quanto seus colegas do sexo masculino dentro do campo profissional. Ou seja, não foram invisíveis e sim invisibilizadas por uma historiografia canônica que não as registrou. Essa pesquisa de Iniciação Científica, desenvolvida entre 2020 e 2021 (FREIRE, 2021). Nela busquei desvendar e analisar a trajetória da arquiteta Giuseppina Pirro de Moreira, que também é mencionada neste trabalho. A trajetória de Dona Pina, como carinhosamente era chamada pelas pessoas ao seu redor, teve uma importante pluralidade profissional. Na intenção de recortar o tema da pesquisa, a primeira dificuldade foi onde entrar em contato com nomes de mulheres arquitetas que ainda não tinham suas trajetórias contadas pela

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historiografia, ou apenas eram mencionadas a partir de informações dispersas e desconexas. Foi ao me debruçar sobre a I Bienal de Arquitetura de São Paulo que encontrei a menção à Giuseppina, que figurava como a única mulher na organização do evento. Em uma breve pesquisa no Google, digitei seu nome e encontrei apenas informações difusas, que não revelavam quem ela era. Assim, grande parte da pesquisa de IC foi a coleta de informações variadas em materiais primários muito diversos, resultado da imersão em acervos digitais. Era uma estratégia que não anunciava, no seu início, se daria certo ou se a pesquisa se perderia em uma rua sem saída. Resgatei os mais antigos documentos, desde a lista de bordo do navio que trouxe Giuseppina para o Brasil, que nos indicava sua nacionalidade e a composição de sua família; sua certidão de casamento com o arquiteto Jorge Machado de Moreira; documentos das instituições em que atuou; notícias de jornal em que era mencionada; etc. Com tais documentos pude compreender melhor a pluralidade de sua trajetória. Ao final, com um ano de desenvolvimento, apresentei à historiografia quem foi Giuseppina Pirro e comprovei minha intuição: Giuseppina não era invisível, mas assim a tornaram. O processo de sistematização,

tratamento e fusão de informações foi intenso e exigiu um trabalho intenso de dedicação sobre o material coletado na tentativa de construir uma narrativa que pudesse tornar compreensível e mais visível a trajetória de Giuseppina Pirro. Por isso, utilizar os periódicos disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira como fonte primária principal foi essencial, seja para encontrar menções que pudessem revelar informações cruciais sobre sua trajetória, seja para apontar fontes complementares. O caso de Giuseppina é exemplo de uma pesquisa que se calça sobretudo em indícios históricos coletados em material documental primário, pois, já no período da pesquisa, a arquiteta já havia falecido e, a despeito de incontáveis tentativas de contato com sua família, a mesma não se disponibilizou para colaborar com minhas questões. Essa, infelizmente, é um possível cenário ao se desenvolver pesquisas biográficas póstumas. Cabe, portanto, também à família o esforço de querer disponibilizar suas histórias ou mesmo os arquivos para futuras pesquisas, muitas vezes permitindo a resolução de lacunas que só podem ser preenchidas desse modo. De todo modo, no caso de Pirro, o que pude encontrar nos acervos digitais foi suficiente para traçar a pluralidade de sua trajetória – e é dessa conclusão que partiu a

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Figura 1. Giuseppina Pirro e seu esposo, Jorge Machado de Moreira, ano não especificado. Fonte: Acervo do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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ideia inicial desse trabalho de curso. Em resumo, Giuseppina Pirro de Moreira foi uma mulher, imigrante italiana, naturalizada brasileira, formada pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e que trabalhou como projetista, desenhista e docente na mesma universidade onde se formou. Foi a primeira mulher a integrar a gestão do Instituto de Arquitetos do Brasil, participou de inúmeros eventos de arquitetura e representou o Brasil no primeiro Congresso da União Internacional dos Arquitetos. Casou-se com seu chefe de escritório, o arquiteto Jorge Machado Moreira, com quem compartilhou muitos anos dedicados à uma vida independente, porém inseparável. Sua trajetória múltipla me ajuda a responder o que julgo ser a principal questão da invisibilidade: essas mulheres foram invisíveis ou invisibilizadas? Com uma trajetória completamente ativa como a de Giuseppina, a resposta é óbvia. Durante o percurso da pesquisa, encontrei registros históricos de outros nomes com potencial para pesquisas similares, tais como os de Adele Weber Moura (arquiteta a qual tive acesso e, sua família se disponibilizou gentilmente a ajudar com meu trabalho, seja falando sobre Pina, seja sobre a própria Adele), Lygia Fernandes, entre outras mulheres que,

de diferentes formas, parecem ter atuado no campo da arquitetura no Brasil nos anos de 1940 e 1950, mas cujas trajetórias tampouco não foram registradas pela historiografia (FREIRE, 2022). Os anos de 1940 e 1950 foram relevantes para a consolidação do ensino da arquitetura no Brasil. Com as ainda recentes reformas no ensino da arquitetura, que andaram lado a lado com a modernização do ambiente construído no país e com a regulamentação da profissão de arquiteto naquele momento, muitas das escolas de arquitetura já existentes no país, e que eram vinculadas às escolas de engenharia ou às escolas de Belas Artes, tornam-se autônomas. Este período de transição da autonomia do curso de arquitetura se iniciou em 1945, com a criação da primeira escola de formação exclusiva para arquitetos, a Faculdade Nacional de Arquitetura (FNA-RJ) e, de acordo com Tamari (2018), foi base curricular para a criação de outras escolas similares criadas nos anos seguintes, como a Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, a Faculdade de Arquitetura Mackenzie, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (que se desvincula em 1948 da Escola Politécnica de São Paulo), a Faculdade de Arquitetura da Universidade

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Federal do Rio Grande do Sul, entre outras. Tal fato, dado o recorte temporal desta pesquisa, pode bem justificar o que apresento ao longo deste escrito sobre a concentração de mulheres cuja atuação se deu sobretudo no eixo São Paulo – Rio de Janeiro. Com o avanço das modificações no ensino da arquitetura, simultaneamente, podemos acompanhar a inserção feminina no campo profissional e acadêmico. Analisemos então como se deu a colocação destas mulheres nas faculdades de arquitetura. De acordo com Sá (2010), que desenvolveu em sua pesquisa análises década a década da relação percentual entre homens e mulheres nas escolas de arquitetura, tanto da FAUUSP quanto da FAU-UFRGS, podemos ver como a diferença entre o número de homens formandos era significativamente maior que o número de mulheres (sendo quase 90% frente aos 10% de figuras femininas nas turmas de formandos). Era algo esperado, já que, segundo ela, o pensamento social preponderante enraizava-se ainda na ideia de que mulheres deveriam cumprir a função de donas do lar e que o acesso à educação superior e a inserção profissional deveria ser algo destinado apenas aos homens – uma perspectiva que não deixava de ser confrontada por parte das mulheres,

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que, de modos diversos, traçavam estratégias em busca de posições no mercado de trabalho e no meio profissional. De fato, tratava-se de um momento no qual as mulheres buscavam o reconhecimento da sua posição enquanto indivíduo dissociado da figura masculina e, dadas as lutas por seus direitos, ainda perseguiam sua integração tanto no campo acadêmico quanto no campo profissional. De acordo com Sorj (in HOLLANDA, 2019; p. 102), mesmo que os direitos civis femininos ampliavam-se paulatinamente, estes garantiam às mulheres ainda uma lenta independência e sua efetiva entrada na vida pública³. Como sugere Sá (2010; p. 28), apesar de, ao que de tudo indica, não existir uma regra que proibisse abertamente a presença de mulheres nos cursos de arquitetura, os próprios entraves sociais impostos à época podem justificar o lento acesso das mulheres ao ensino acadêmico. Vale pontuar que este lento acesso é associado também à incompreensão social da mulher fora do ambiente doméstico. Ou seja, a inserção das mulheres no meio profissional e acadêmico dependia do enfrentamento ao contínuo desencorajamento colocado às mulheres, seja no ambiente familiar ou no ambiente social como um todo.

NOTAS

³ Quando falo em direitos civis femininos dentro do recorte temporal desta pesquisa, ressalto que este estava dentro da perspectiva do feminismo branco elitista. Pretendo abordar este tema formalizado mais ao final deste escrito, entretanto, destaco desde já a necessidade de compreender que mulheres negras e de classes sociais mais baixas ainda não estavam inclusas no acesso ao ensino superior.

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Se olharmos para o campo tal como nos sugere Gwendolyn Wright (2007), como um sistema com mecanismos de poder, hierarquia e certo conservadorismo, é possível compreender que o autoritarismo mitificado dentro da arquitetura, e reforçado por suas instituições, ilumina por si só a pouca quantidade de mulheres no campo e a ausência de um destaque feminino considerado significativo. Talvez, inconscientemente, mas partindo da veneração do homem arquiteto e da determinação de um gênio, o campo profissional e a historiografia da arquitetura passam a ignorar a atuação feminina e a colaboração, construindo a segregação entre “os grandes arquitetos e as mulheres arquitetas, como se fossem esferas diferentes” (WRIGHT, 2007; p. 02). (FREIRE, 2021; p. 30)

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Com o pensamento acima construído por mim na minha pesquisa de Iniciação Científica, digo aqui que me reconheço, portanto, em um esforço conjunto, fundamental, que se dedica a dar visibilidade a essas trajetórias femininas apagadas ao longo do tempo, mas que, conforme pude perceber em minha pesquisa de IC e na análise dos trabalhos de outras colegas pesquisadoras, nada tinham de invisíveis à época. Por tal razão, desenvolver uma pesquisa de iniciação científica voltada exclusivamente para uma trajetória, abriu reflexões sobre outras mulheres arquitetas com espaços igualmente problemáticos na historiografia consolidada. Tomar a decisão de seguir aqui com a linha de pensamento bastante similar à primeira pesquisa, mas agora, com enfoque no processo, na metodologia e na necessidade de abrir caminhos para futuros pesquisadores (inclusive para mim, em outras oportunidades de pesquisa) pode colaborar de alguma forma com a desconstrução de um pensamento patriarcal instaurado nas raízes da profissão, ainda perceptível na academia e na prática profissional. Afinal, de algum modo, ainda vivemos em um sistema ortodoxo que, apesar de se modificar constantemente através do ensino e da prática da arquitetura, ainda se

espelha na miragem da arquitetura produzida por gênios individuais, quase sempre masculinos. É um movimento construído dentro de uma perspectiva social machista, onde o próprio campo profissional demorou a incluir mulheres nas universidades e nos espaços de produção da arquitetura, sobretudo nos escritórios particulares. Deixo, portanto, aqui explícita a minha crítica ao modo como a historiografia não se preocupava com o registro dessas mulheres, que, em sua grande maioria, não estavam chefiando escritórios, e reafirmo que enquanto houverem estudos ou mesmo posicionamentos que questionem onde estão as mulheres arquitetas, teremos a possibilidade de enfrentar com uma nova narrativa a historiografia que nos manteve distante de quem realmente fez parte do campo profissional e atuou significativamente para o desenvolvimento do ambiente construído – e isso inclui não somente as mulheres, mas também outros agentes marginalizados. Ao optar por dialogar com o gênero tendo como ponto a figura feminina branca dentro da heteronormatividade, reconheço, porém, que este não é um grupo restrito à invisibilidade, mas, considerando o recorte temporal em que determinei para esta

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pesquisa, apenas mulheres brancas, cisgênero e de determinadas classes sociais, ainda que vítimas da invisibilização profissional e de todas as questões acerca desta, conquistaram com menos obstáculos o direito de fazer parte de um grupo muito restrito à figura masculina. Ou seja, considerando os resultados dessa pesquisa, é provável que a participação das figuras femininas negras, de classes sociais mais baixas ou de quaisquer outras características marginalizadas, seja muito baixa. Mas, lembremo-nos que, aos grupos marginalizados e oprimidos, não é possível a existência de uma hierarquia, de acordo com Lorde (2019, p. 235). Portanto, é preciso analisar a configuração de um momento social do recorte temporal para compreender os limiares entre opressão e privilégio. Este assunto, portanto, será retomado à frente, onde pretendo abordar a questão do feminismo branco, sua influência na integração das mulheres no campo profissional e a problemática da ainda atual invisibilidade de determinados corpos na produção do ambiente construído – ou o que podemos aqui chamar de a “violência do arquivo”, como bem descreve Hartman (2020) em seu texto sobre o arquivo da figura da mulher escravizada. Arrisco utilizar deste termo e o inserir no contexto do gênero na arquitetura

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para discutirmos a importância de não utilizar apenas a invisibilidade destes corpos no campo profissional como o grande destaque deste trabalho, mas sim, a possibilidade de lhes garantir um registro satisfatório em meio a historiografia, priorizando assim seus feitos e suas trajetórias plurais. A discussão da invisibilidade pode refletir não somente nos diferentes corpos mencionados acima, mas também em figuras masculinas, sobretudo quando tratamos da questão da colaboração. Beatriz Colomina (2010) bem explica que as parcerias dentro da arquitetura podem ser categorizadas entre as que utilizam a preposição “E” (ex.: Jorge Moreira e Giuseppina Pirro; que implica em uma divisão por igual de tarefas e créditos de um mesmo projeto) e as que utilizam a preposição “COM” (ex.: Jorge Moreira com Giuseppina Pirro; que implica em uma perspectiva de pessoa ajudante, como um personagem secundário que somente colabora com o chamado “gênio individual”, geralmente o homem arquiteto que dirige o escritório, principal autor de um projeto e recebe para si todo o reconhecimento pela sua atividade). Retomo, portanto, uma discussão que apontei em minha pesquisa de iniciação científica e, para isso, utilizo como exemplo

o casal de arquitetos Jorge e Giuseppina para descrever escritório de arquitetura em que ambos trabalharam e onde a questão da invisibilização de profissionais dentro da posição da colaboração aparece com nitidez também ao falarmos dos homens. O Escritório Técnico da Universidade do Brasil (ETUB) era dirigido por Jorge Moreira (arquiteto que alcançou destaque por sua trajetória no campo profissional carioca), mas era formado por uma equipe de mais de vinte arquitetos, incluindo Giuseppina Pirro e outras mulheres. Apesar de encontrarmos em alguns textos da historiografia a citação de todos os nomes dos membros da equipe, estando na posição de diretor, muito do reconhecimento da autoria dos projetos recai sobre Jorge, enquanto aos outros resta um lugar secundário. Ressaltando o caso das mulheres, devido à proximidade de Jorge com algumas mulheres arquitetas, podemos refletir ainda sobre a possível flexibilidade de Jorge para recepcionar colegas de equipe do gênero feminino, assim como no campo profissional paulista acontecia no escritório do arquiteto Abelardo de Souza. è uma importante reflexão que talvez alguns arquitetos fossem mais abertos a acolher mulheres no meio do trabalho, diferentemente de outros. Destaco

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este como um possível caminho de pesquisa. A questão das autorias ainda é um importante ponto ao falarmos sobre a atuação nos departamentos públicos. Nestes casos, apesar de estarem atuando, as mulheres que atuam neste âmbito não aparecem como autoras desses projetos e muitas vezes esses também não são publicados em veículos de divulgação de projetos. Este é um dado que fica evidente ao folhearmos os periódicos da época como a própria Revista Acrópole, que apresenta sobretudo projetos de escritórios privados. A partir destes casos, fica claro que a questão de colaboração é algo que merece ainda um maior aprofundamento, para que mesmo nos dias atuais (quando ainda é possível notar a existência de apagamento dos colaboradores em muitos dos escritórios em atuação) consigamos que a história não se repita e que a historiografia se paute em uma lógica de incluir autoria e colaboração. Ressalto como sugestão para a desconstrução da crença do gênio individual que os escritórios da atualidade adotem a perspectiva de equipe, com a inclusão de todos os nomes participantes de um projeto, afinal, é quase impossível fazer arquitetura individualmente. Para o campo da historiografia, para

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que continuemos conhecendo a história de nossa profissão, que busquemos os nomes de todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento de determinadas arquiteturas, para que lacunas sejam enfim preenchidas. Afinal muitas das autorias atribuídas aos homens também são válidas e significativas, mas a maneira como a historiografia posiciona determinados arquitetos em um panteão precisa ser revista. Cabe à nós pesquisadores rever também o modo como escrevemos a história da arquitetura, sem nos ancorar na ideia de excepcionalidade. É como um segredo sujo que nós – todos os arquitetos – mantemos. Algo que nós sabemos e vemos, mas não nos obrigamos a falar sobre isso. (COLOMINA, 2010)

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02 UM OLHAR COLETIVO: CONCEITUANDO AS INTENÇÕES E METODOLOGIAS



UM OLHAR COLETIVO: CONCEITUANDO AS INTENÇÕES E METODOLOGIAS Na intenção de continuar minha contribuição acadêmica para o debate dos estudos de gênero na história da arquitetura e do urbanismo, mas sem pretender realizar novamente uma pesquisa focada em uma única trajetória, esse trabalho traz uma nova perspectiva para outras trajetórias femininas na arquitetura, agora em conjunto ⁴. Este olhar para a biografia de uma coletividade, que se aproxima livremente, por enquanto, do método da prosopografia⁵, tenta traçar um perfil de grupo com base em questões sociais, culturais e mesmo político-ideológicas. A partir da perspectiva de Bulst (2005, p. 50-51), que apresenta a prosopografia como um “catálogo de todas as pessoas de um grupo definido temporal e espacialmente”, e considerando o recorte coletivo de mulheres arquitetas e sua invisibilidade no campo histo-

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riográfico, sugiro para este trabalho a análise biográfica de um coletivo, no caso, de arquitetas mencionadas em um determinado periódico especializado - a Revista Acrópole - ao longo de um recorte temporal específico, a década de 1950. O trabalho se desenvolve a partir (1) da produção de uma sistematização dos nomes coletados; (2) da pesquisa em fontes variadas, em busca de dados comuns a todos os nomes; (3) da sistematização em tabela das informações coletadas; (4) da redação de pequenos textos, tais como se fossem verbetes, que, em um segundo momento torna-se uma análise textual e gráfica de conjunto. É, de algum modo, um pontapé inicial para que novas pesquisas possam ser realizadas em um futuro próximo sobre cada uma das profissionais que serão apresentadas. Mas, ao mesmo tempo, mantendo-me na posição de sobrevoo, assumo um modo de reconhecer aproximações, similaridades e distanciamentos na trajetória de mulheres arquitetas que atuaram em um mesmo momento, mas de modos muito diferentes. Mais do que um trabalho de reconhecimento de trajetórias, este é um trabalho que busca discutir metodologia de pesquisa, que busca analisar as possibilidades e as dificuldades de investigação para desvendar tal plura-

NOTAS

⁴ Destaco ainda que este trabalho foi

desenvolvido durante o período da pandemia de COVID-19. Apesar das restrições ainda existentes até a data de entrega final, este trabalho, em sua totalidade, conseguiu ser desenvolvido como esperado e dialoga ainda com a minha pesquisa de Iniciação Científica iniciada e entregue entre 2020 e 2021 (também dentro dos anos da mesma pandemia).

⁵ De acordo com Stone (2010), o conceito de prosopografia se dá a partir da “investigação de características comuns de um grupo de atores na história por meio de um estudo coletivo de suas vidas”. Ou seja, encontrar um coletivo de questões (pessoais, profissionais, etc.) que correlacione dois ou mais personagens entre si, a fim de compreender e estudar o coletivo.

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lidade de personagens em suas múltiplas dimensões de atuação. Desta forma, enquanto abre caminhos para futuras pesquisas e questiona o campo historiográfico, a pesquisa tem por objetivo apresentar, ainda que brevemente, os muitos modos de atuação das mulheres no campo profissional nos anos de 1950, sua pluralidade, mas também o que compartilharam. Para além da ideia de prosopografia, mas sem me distanciar do olhar coletivo, levanto uma conceituação que se mostrou relevante ao longo do desenvolvimento deste trabalho: a análise em redes. A partir do “pensar por redes” de Rodrigo de Faria (2018), aponto uma perspectiva, assim como a prosopografia analisa biografias pelo olhar coletivo, de traçar correlações de pontos em comum entre determinados agentes que são objetos da pesquisa. Compreendamos, portanto, o que podemos definir como um conceito para o termo “redes”, considerando o meio intelectual. De acordo com Fuschini (2000; in Faria, 2018), uma rede intelectual é um conjunto dos pontos de relação entre os intelectuais, sejam estes pontos interpessoais (como amizades, trocas de cartas, etc.) ou profissionais (como participação nos mesmos eventos e congressos, coautoria em livros ou estar inserido em uma mesma instituição de trabalho). Resgato

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ainda, a citação de Devés (2014; in FARIAS, 2018; p. 295) que justifica o sistema de redes como: um conjunto de personas ocupadas em la producción y difusión del concocimiento, que se comunican em razón de su actividad professional, a largo de los años [...] Las formas de relación entre quienes contituyen uma rede pueden ser variadas. Los encuentros cara a cara, las correspondência a través de diversos soportes y los contactos telefónicos dan lugar a congresos, campañas, publicaciones, comentários o reseñas de libros, citaciones reciprocas y otras tantas formas em que se establecen articulaciones em el mundo intelectual [...] La cuestión temporal es decisiva para distinguir los contactos esporádicos o casuales, de la real constituición de uma red, que necesita la frecuencia o la densidade em la comunicación. La densidade permite entender cuáles son los núcleos más activos de la red, así como los momentos de mayor o menor vitalidade. Sob tal perspectiva, podemos refletir a partir do conjunto de arquitetas que aqui apresento. Ou seja, considerando todas as informa-

ções colhidas e sistematizadas na tabela de dados desenvolvida neste trabalho, como podemos pensar uma rede de mulheres arquitetas a partir dos pontos que as correlacionam? E, para além, podemos, de fato, interpretar este conjunto como uma rede formal de mulheres arquitetas que atuaram no campo profissional brasileiro na década de 1950? Posso me compreender como parte de uma rede de mulheres pesquisadoras que discutem as questões de gênero da profissão? Trago, porém, a afirmação de que, ao olharmos o campo profissional da arquitetura como um todo, podemos encontrar nele diversas redes formais ou informais: as redes institucionais (como os membros do Instituto de Arquitetos do Brasil ou de outras associações de arquitetos criados ao longo do tempo), as redes de docentes (que atuaram nas mais diversas universidades de arquitetura do país), as redes de campos de atuação (os paisagistas, os urbanistas, os artistas, entre outros incontáveis), dentre outras, e que não necessariamente foram redes propositais, mas sim, formaram-se com o tempo. De acordo com Faria (2018, p. 299), podemos ainda pensar como a institucionalização, ou a formalização de uma rede, faz com que estas se tornem menos autênticas, ou seja,

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“não poderia ser categorizado e historiografado nos termos conceituais que a maioria dos autores citados opera em suas pesquisas sobre as redes”. Por isso, sobre as mulheres arquitetas, levanto a hipótese de que o fato de serem mulheres, arquitetas e estarem atuando em um mesmo período, pode ter constituído uma rede informal, afinal, de acordo com o que aqui foi levantado, não havia ainda, no Brasil, uma militância organizada pelas mulheres por se sentirem invisibilizadas. É claro que havia a consciência de que muitas estavam alçando, finalmente, um campo de atuação antes aberto somente a seus colegas homens, o que para elas já era uma grande conquista, mas em muitas reportagens encontradas, fica claro como as arquitetas também acreditavam serem tratadas com equidade no campo profissional. Mas é interessante pensar em alguns fatos pontuais. Já na década estudada, havia uma associação, fundada pela engenheira Carmem Portinho (que também foi engajada nas lutas feministas), a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA), em 1937. Não foi possível, porém, encontrar indícios de que todas as mulheres aqui apresentadas, além de Carmem, tenham alguma relação com a instituição. Entretanto, apesar de visualizarmos

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uma rede informal que proponho pelas citações de nomes femininos na Revista Acrópole, as arquitetas aqui estudadas não foram unidas por uma rede institucional formalizada sob os questionamentos da desigualdade de gênero que as correlacionem. Podemos, no entanto, analisar suas trajetórias e compreender que existem diversos pontos em comum entre elas, como atuações em um mesmo escritório, em um mesmo território ou em uma mesma instituição.

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03 A REVISTA ACRÓPOLE E O BOLETIM IAB COMO FUNDAMENTOS DE PESQUISA



A REVISTA ACRÓPOLE E O BOLETIM IAB COMO FUNDAMENTOS DE PESQUISA A ‘Acrópole – Arquitetura, Urbanismo e Decoração’ se caracterizam por ser a revista especializada em arquitetura de maior circulação no período estudado, com uma periodicidade regular, publicada ora mensal, ora bimestralmente. Criada nos “difíceis tempos de guerra” – atributo recorrentemente evocado em seus editoriais – apresentaria em sua primeira fase um conjunto eclético de projetos publicados que se embaralha frequentemente com os volumosos anúncios de construção e decoração. Este tênue limite entre propagandas e assuntos revela o foco comercial da revista, orientado por um conteúdo descritivo e informativo que focava a instrumentalização do arquiteto a partir de um viés repertorial, no qual as obras eram publicadas de forma pragmática, com pouca intenção analítica. (DEDECCA, 2012)

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A Revista Acrópole foi um dos mais importantes periódicos especializados em arquitetura que circularam no Brasil em meados do século XX. Com uma constância mensal de publicações, a Acrópole tinha um caráter comercial e, de acordo com Fontes (2016), foi financiada pela publicidade. Tendo acompanhado o crescimento das discussões do ideário modernista dentro do campo profissional, no início, o periódico ainda apresentava projetos ecléticos e, já na década de 1950, estava alinhada ao pensamento moderno em amplo debate naquele momento. Ainda nesta década, a revista estava em ascensão e, por isso, era frequentemente acompanhada por arquitetos e graduandos da profissão. Sendo um periódico que passou por diferentes formatações ao longo de seus anos de circulação (1938-1971), nos anos de 1950, contava com dois suplementos: “São Paulo Imobiliário” (publicado em edições entre 1940 e 1952) e o “Boletim IAB” (publicado em edições entre 1954 e 1959). Este último, portanto, foi também analisado e colaborou para a busca pelos nomes que aqui serão apresentados e pode justificar em parte a quantidade relevante de nomes femininos encontrados na pesquisa, pois, afinal, com tal incorporação, passaram a ser apontados eventos, novos associados, ges-

Figura 2. Capa da Edição 204 da Revista Acrópole. Primeira edição a publicar um projeto de autoria feminina. Fonte: Acervo FAU USP. Disponível em: < http://www.acropole.fau. usp.br/edicao/204>

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tões e outras temáticas importantes ao órgão. Sendo assim, para evitar possíveis equívocos de interpretação dos dados, para cada um dos nomes, a pesquisa apontou a condição específica de menção na publicação. Com as motivações e intenções de trabalho definidas, houve, portanto, o esforço de chegar até os nomes de mulheres, sabendo que este trabalho poderia enfrentar as mesmas dificuldades de acesso às informações que minha pesquisa sobre Giuseppina Pirro. Portanto, ainda em uma situação de pandemia, optei por fazer um levantamento em um universo determinado, disponível digitalmente, no caso as edições da Revista Acrópole publicadas nos anos de 1950, buscando citações e/ou projetos de mulheres arquitetas. Nesse sentido, é evidente, mas importante lembrar que, as mulheres apresentadas neste trabalho não foram as únicas que atuaram no período de interesse. Sabe-se que tais periódicos também estavam sujeitos a condições específicas de produção e, portanto, as arquitetas que lá publicaram, escreveram ou foram citadas não necessariamente são coincidentes com outros meios de difusão. Cada uma dessas revistas circulava por uma determinada localidade, dialogava com um determinado público, coletava materiais

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para a publicação de modos muito variados. Vale também pontuar que o recorte entre os anos de 1950 e 1959 se deu pois, em teoria, encontraríamos, para além de profissionais já atuantes nas décadas anteriores, uma primeira geração de mulheres formada nas novas escolas de arquitetura, já dissociadas das belas artes e da politécnica. Assim, com a intenção de encontrar citações a mulheres em meio aos muitos nomes masculinos, a escolha pela revista Acrópole se justifica também por sua circulação abrangente e por ser a revista de maior reconhecimento nacional na época. Dessa forma, ter a consciência que haveria um já existente padrão de consagração aos gênios individuais foi importante para compreender a relação numérica entre os homens e mulheres com projetos ou textos publicados, algo que será apresentado com maior aprofundamento mais adiante. Essa relação, porém, foi de grande notoriedade, pois a diferença é bastante significativa. As mulheres encontradas estavam, como veremos neste trabalho, em sua grande maioria, em função de colaboração e não em destaque na autoria do projeto, mesmo considerando que provavelmente muitas mulheres que trabalharam em projetos publicados nem ao menos foram mencionadas por ocuparem

lugares ainda mais desfavorecidos na hierarquia profissional. E, sendo um periódico com destaque principal para a divulgação de novos projetos, é muito mais evidente que as mulheres citadas na Revista Acrópole façam parte de campos de atuação voltados para projeto, seja de edificações, urbanos, paisagistas, etc. A primeira mulher que recebeu autoria exclusiva em um projeto publicado na Revista Acrópole apareceu após 23 anos de circulação do periódico, no ano de 1955 – a arquiteta Lygia Fernandes. Antes de Lygia, apenas uma única outra arquiteta foi citada em alguns projetos – a paisagista Suzan Osborn – que figurava não com seu nome diretamente, mas com seu escritório Osborn Coelho Cardozo, gerenciado em parceria com seu esposo Roberto Coelho Cardozo. Quando citada diretamente, seu nome sempre estava atrelado ao de Roberto. Veremos ambos os casos adiante. Como já explicitado, as pesquisas das edições da Revista Acrópole entre os anos de 1950 e 1959 deixam clara uma retroalimentação entre seus conteúdos e o campo profissional no sentido do reforço da desigualdade de gênero, reforçando o processo de validação e legitimação da produção masculina. Analisei cento e treze edições, entre os volumes 141 e 254 (com exceção da edição 168, que não foi

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possível acessar), dentre as quais quarenta e nove mencionaram nomes femininos. Dentre tais edições, nenhuma contemplava mulheres como parte do corpo editorial, ou na posição de fundadora, editora e diretora do periódico. Tal situação contrasta com outros periódicos da época, como a Revista A Casa (em circulação no Rio de Janeiro, em cuja comissão editorial constam nomes como o de Giuseppina Pirro) ou a Revista Habitat (dirigida por Lina Bo Bardi). Ao longo do próximo tópico, apresento uma análise numérica sobre minhas análises, a fim de compreender melhor essa relação entre a Revista Acrópole, o Boletim IAB e as mulheres arquitetas.

Nas páginas anteriores: Figura 3. Páginas 542 e 543 da edição n° 204 da Revista Acrópole. Projeto de Residência em Alagoas, por Lygia Fernandes. O primeiro projeto de autoria feminina publicado pelo periódico. Figura 4. Páginas 544 e 545 da edição n° 204 da Revista Acrópole. Projeto de Residência em Alagoas, por Lygia Fernandes. Fonte: Acervo FAU USP. Disponível em: < http://www.acropole.fau. usp.br/edicao/204>

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04 ENTRE ACERVOS E CATALOGAÇÕES: DESAFIOS E QUESTÕES



ENTRE ACERVOS E CATALOGAÇÕES: DESAFIOS E QUESTÕES Durante a pesquisa nas edições da Revista Acrópole circuladas entre 1950 e 1959, foram encontradas menções a cinquenta e cinco mulheres, sendo que dentre estas, nove foram descartadas para a etapa de verbetes por não fazerem parte do campo profissional brasileiro, recorte principal deste trabalho. Apesar disso, foram listadas para que tenhamos a ciência de que seus nomes também foram citados. Como já mencionado, foram coletadas citações do nome de arquitetas ou de escritórios que levassem esses nomes explicitamente, e, em decorrência, não foram incorporados os escritórios onde é possível que houvesse a colaboração de mulheres, mas cuja autoria não foi mencionada explicitamente nas páginas da revista. Destaco ainda que, apesar de este ser um trabalho que apresenta arquitetas,

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considerei ainda mulheres que, apesar de sua graduação não ter sido efetivamente em arquitetura ou urbanismo, atuaram inseridas de alguma forma no campo profissional arquitetônico – este totalmente plural e com diferentes vertentes, como as artes plásticas e a comunicação visual. Foi, de fato, inesperado alcançar este número de mulheres em um primeiro momento da pesquisa, ainda quando cogitavase incluir os anos de 1940, não foi possível encontrar uma única menção até 1945. Por tal razão, e por conta da viabilidade do TC em tão curto espaço de tempo, optei por restringir o recorte temporal à década de 1950. Afinal, de acordo com os levantamentos ainda em minha pesquisa de Iniciação Científica, eu pressentia que esta foi a década onde as mulheres começaram a estar, ainda que muito pouco na historiografia, em mínima evidência. Para uma melhor organização que pudesse colaborar com o entendimento de cada uma das edições da Revista Acrópole, sistematizei os nomes em planilhas que apontassem a edição pesquisada, o ano, o que consolidava essa situação (se era um projeto autoral, em parceria, citação no Boletim IAB, etc). Essa sistematização me permitiu ainda compreender possíveis

indícios de entrelaçamentos entre as mulheres encontradas e definir quais seriam os nomes escolhidos para o desenvolvimento de verbetes. Após a listagem dos nomes, o próximo passo foi pensar nas perguntas acerca de suas biografias que seriam pertinentes de serem pensadas em conjunto e que regeriam a busca de informações dos acervos. Nesse sentido, pude me valer de questões que emergiram ao longo de minha pesquisa de Iniciação Científica sobre Giuseppina Pirro e tais questões foram enfim transformadas em colunas que estruturam a grande planilha resultante desta pesquisa a fim de serem preenchidas com as informações colhidas. Compreender o todo, visualizando cada informação lado a lado, possibilita uma melhor compreensão para que os dados principais normalmente difusos possam se conectar em uma única linha, construindo a narrativa de cada trajetória particular. Em seguida, foi realizada a pesquisa específica para cada um dos nomes, através da busca nos seguintes acervos: Hemeroteca Digital Brasileira, Instituto de Arquitetos do Brasil, Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Acervo do Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio

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Grande do Sul e Acervo da Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil. Foram levantadas ainda teses e possíveis citações que estivessem disponíveis nos bancos de teses da seguintes universidades: Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Todos os arquivos foram pesquisados digitalmente, devido às condições ainda existentes de pandemia, durante o desenvolvimento deste trabalho. Para cada nome, uma condição diferente de pesquisa, e possibilidades distintas. Existem diferentes casos, que possibilitam a construção histórica destas trajetórias. Algumas das mulheres que aqui serão apresentadas já faleceram, o que impede o acesso direto às suas memórias de modo oral. De todo modo, apoiar-se em entrevistas não foi a intenção desse trabalho, pois, ainda que seja um procedimento importante, implica em tempos e metodologias distintas. A pesquisa de informações acerca de cada um dos nomes apoiou-se sobretudo em hemerotecas digitais da imprensa diária e de periódicos especializados do campo profissional da arquitetura e urbanismo. Encontrar registros, notas em periódicos ou artigos autorais destas arquitetas, colaborou com o retorno às

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principais questões estabelecidas, bem como com a construção de seu pensamento sobre arquitetura e outras temáticas. A colaboração de familiares também foi relevante, como é o caso da arquiteta Gerda Biassutti. Seu neto, Jonas Delecave, também arquiteto e pesquisador, contribuiu com informações através da perspectiva da família e memórias contadas por sua avó, que não seria possível acessar fisicamente pois seu acervo foi descartado em vida após sua aposentadoria. Casos como o de Gerda são bastante comuns, por isso destaco a importância da preservação da memória de cada trajetória na arquitetura. A pesquisa histórica biográfica, por menos aprofundada que seja, pode enfrentar dificuldades e obstáculos em relação ao acesso de materiais, seja por restrições de acervo, seja pelas ausências de registros historiográficos. Bem, este é o grande ponto deste trabalho: se não existem registros historiográficos, por onde começar a encontrar indícios deste nome? Assumi desde o início que, muito provavelmente, assim como de praxe nas pesquisas históricas, lacunas poderiam ficar em aberto, ou seja, questões permaneceriam, como de fato permaneceram, não respondidas. Houveram ainda casos de nomes sobre os quais não foi encontrada qualquer informação.

Uma lacuna não preenchida, evidentemente, não significa necessariamente que o nome em questão não produziu ou não foi importante o suficiente para ter um registro. Aqui a lacuna deve ser interpretada como a reafirmação do impacto da ausência da consolidação das memórias profissionais, que pode tornar uma trajetória esquecida na história, um edifício considerado só mais um na paisagem. Ao longo das pesquisas, foi necessário ainda compreender a existência de algumas armadilhas no que diz respeito aos dados encontrados. Às vezes, os fatos não se concretizam, como foi o caso da arquiteta Clementina Delfina Antonia de Ambrosis, que em determinado momento foi listada como formanda da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, quando na verdade, foi formanda da primeira turma da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Este foi um dado confirmado somente após o desenvolvimento da pesquisa, durante o processo de revisão, em conversa com a pesquisadora Gabriela Tamari (membra da minha banca de qualificação). Por isso, ressalto que houve a revisão dos dados que vez ou outra sugeria uma incompatibilidade. Os registros ainda poderiam apontar diferentes grafias para os nomes estabelecidos,

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dificultando assim o acesso às principais informações. Alguns casos, sobretudo de arquitetas imigrantes como Giuseppina Pirro, tiveram a necessidade de considerar tradução de nome ou sobrenome em sua chegada ao país, informações divulgadas erroneamente, ou mesmo a utilização de abreviações para se referir à pessoa. Vale ressaltar ainda que a troca de nomes de acordo com o estado civil da arquiteta também foi um fator que influenciou significativamente as pesquisas. Posso citar aqui a arquiteta Vera Fabrício Carvalho, nascida Vera Machado Fabrício. A questão dos nomes se estende ainda para os casos de nomes que não explicítam o gênero da pessoa em questão. Houveram dois principais casos que somente durante a pesquisa foi confirmado: Bela Torok e Jaguanhara de Toledo Ramos. Ambos os nomes, à princípio me fizeram intuitivamente acreditar que se tratavam de duas arquitetas. Com Bela Torok, pude, ainda no início da pesquisa, pude confirmar que se trata de um arquiteto, homem, através da pesquisadora Paloma Bello , que estudou as obras do arquiteto em um trabalho de iniciação científica (Bello, 2014). O segundo caso, de Jaguanhara, foi confirmado em conversa na banca final deste trabalho, através de discussão com Gabriela Tamari.

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Por fim, traço uma breve síntese sobre a estrutura estabelecida para o desenvolvimento deste trabalho. Considerando a catalogação em tabelas que compila cada uma das informações e o desejo, nesse momento, de estabelecer um olhar de sobrevoo e não de mergulho em uma determinada trajetória, optou-se pelo desenvolvimento de verbetes que pudessem apresentar à historiografia uma primeira sistematização de informação sobre algumas destas arquitetas. Com os verbetes, tenho a intenção de caracterizar uma perspectiva mais de cunho enciclopédico, que possa propor e facilitar o acesso às suas informações, para que futuros pesquisadores tenham o objetivo de estudar cada trajetória com o mesmo aprofundamento utilizado por mim ao estudar Giuseppina Pirro de Moreira. Retomando o conceito de prosopografia, ao consolidar verbetes algumas destas mulheres, mas também ao lançar um olhar analítico sobre a tabela consolidada, pretende-se formular uma breve análise do coletivo e o correlacionamento entre cada uma e seus caminhos profissionais. Com intuito ainda de apresentar graficamente tais correlações, pretendo ainda apresentar mais à frente o que chamo de “prosopografia visual”, em formato de mapeamento, da qual se possa

interpretar informações disponíveis sobre as arquitetas.

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05 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA E SEUS RESULTADOS EM NÚMEROS



SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA E SEUS RESULTADOS EM NÚMEROS Como comentado na introdução, toda a pesquisa foi sistematizada em planilhas para uma melhor organização que pudesse auxiliar, mesmo que visualmente, na conexão de informações difusas de uma mesma arquiteta, bem como uma possível correlação entre dois ou mais nomes. Pensando em métodos, posso afirmar que cada pesquisador define sua própria sistematização, de acordo com o desenvolvimento de cada pesquisa. Para mim, visualizar informações lado a lado, sobretudo ao se tratar do tema da invisibilidade, permite uma sobreposição de camadas históricas que auxilia a construção de uma determinada narrativa. Este desenvolvimento de planilhas é uma etapa prévia ao desenvolvimento dos verbetes, pois nelas é possível inserir cada mínimo detalhe encontrado para, ao final,

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transformá-los em uma análise propriamente dita. Buscando o maior número possível de informações a partir de uma pesquisa sistemática, foi realizado um levantamento década a década em busca de informações para compor a tabela. Ou seja, utilizando dos acervos citados no item I.IV deste trabalho, foi possível fazer uma busca por períodos, utilizando a pesquisa por nomes das arquitetas (incluindo ainda as mudanças de nomes, bem como as suas diferentes grafias). Para controle, foram estabelecidas categorias baseadas na quantidade de informações coletadas (dos nomes onde foi possível preencher todas as colunas àqueles onde os vazios representam a ausência das informações) completo (para nomes com as colunas 100% preenchidas); incompleto (para nomes com colunas em aberto, porém com uma ou mais informações encontradas); sem informações (para nomes que não apresentaram nenhum resultado de pesquisa). As questões que foram parte da sistematização efetuada em planilhas, e que constroem e correlacionam visualmente as trajetórias, foram transformadas nas seguintes colunas:

1. Nome encontrado: grafia do nome encontrado na Revista Acrópole; 2. Edição da menção: edição onde a arquiteta foi mencionada; 3. Ano da menção: ano da edição onde a arquiteta foi mencionada; 4. Fonte da menção: se o nome da arquiteta foi encontrado na Revista Acrópole ou no Boletim IAB 5. Tipo da menção: se a menção à arquiteta foi feita em uma notícia, texto autoral, tradução, propaganda, colaboração em projeto ou projeto autoral; 6. Nome oficial: nome oficial da arquiteta, sejam os nomes de nascimento, os de casamento (quando for o caso) e as diferentes grafias encontradas; 7. Nacionalidade: país onde nasceu e se assumiu a cidadania brasileira; 8. Data de nascimento: data exata ou o ano de nascimento; 9. Graduação: curso superior no qual se formou; 10. Local e ano de graduação: cidade, universidade e ano de formação; 11. Pós graduação: apesar do termo não ser utilizado na época, aponta qualificações desenvolvidas pela arquiteta após sua formação (mestrado, doutorado, pós doutorado ou livre

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docência); 12. Ano de pós graduação: ano em que desenvolveu sua qualificação do item anterior; 13. Outros cursos ou qualificações: outros possíveis cursos desenvolvidos pela arquiteta; 14. Campo de atuação principal: área principal da arquitetura, do urbanismo ou das artes a qual a arquiteta se dedicou; 15. Docência: se a arquiteta atuou ou não como docente; 16. Instituições de atuação: instituições (associações, sindicatos, universidades, revistas, entre outros) que integrou; 17. Local de atuação: cidade onde a arquiteta atuava principalmente; 18. Parcerias: nomes de colegas que dividiram vida profissional com a arquiteta em questão; 19. Escritório de atuação: escritórios, sobretudo os particulares, onde a arquiteta fez parte como colaboradora, chefe ou mesmo proprietária; 20. Projetos | Atividades: projetos e as atividades desenvolvidas ao longo da carreira; 21. Pesquisas autorais: pesquisas desenvolvidas; 22. Textos autorais: textos desenvolvidos; 23. Premiações: prêmios recebidos;

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24. Está viva: se a arquiteta está viva até a data desta pesquisa, e, quando for o caso, apresenta a data de falecimento; 25. Parentescos: nomes de seus familiares, quando encontrado; 26. Matrimônio: nome de seu esposo/ companheiro, quando for o caso; 27. Pesquisas sobre: lista pesquisas desenvolvidas exclusivamente sobre a arquiteta (que a tem como objeto central); 28. Observações: aponta informações adicionais encontradas ao longo do desenvolvimento da pesquisa; 29. Citações no Índice de Arquitetura Brasileira: aponta o registro de citações no Índice de Arquitetura Brasileira; 30. Breve citações: aponta textos que mencionam a arquiteta sem muito aprofundamento em sua trajetória; 31. Fontes: as principais fontes utilizadas para o desenvolvimento desta pesquisa, de acordo com cada arquiteta. Em um breve relato, explico a seguir o processo de pesquisa e compilação das informações encontradas. Com as questões definidas, o passo seguinte foi buscar as informações para o preenchimento da tabela, a partir da consulta aos acervos definidos como base documental. Resgatar os materiais da

Hemeroteca Digital Brasileira, novamente, foi essencial para o desenvolvimento da pesquisa em situação pandêmica. Muitas das lacunas, que dificilmente eu preencheria em pesquisa nas pesquisas já realizadas sobre a história da arquitetura e do urbanismo, puderam ser respondidas com simples menções à determinados nomes encontradas em jornais diários. Muitas das informações também puderam ser encontradas em acervos de universidades, que englobam materiais utilizados ou produzidos quando as arquitetas ainda eram estudantes; ou seja, documentos que comprovem sua passagem pela universidade, fotos, boletins, diplomas ou mesmo desenhos produzidos e assinados. Regularmente, alguns dos nomes também apareceram em breves menções em dissertações de mestrado, teses de doutorado ou artigos desenvolvidos sobre variados assuntos, os quais não davam enfoque para a trajetória que me interessava. E, em pouquíssimos casos, foram encontradas entrevistas, depoimentos ou textos que trataram de algumas das profissionais que compuseram minha lista. Nos nomes em que foi possível, houve o contato direto com familiares, que compartilharam informações valiosas para a construção das informações. E,

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apesar de frustrante, também houveram casos em que não obtive nenhum resultado na busca por informações. Evidencio, porém, que com o passar dos anos, registros se perdem, ou são danificados por fenômenos físicos, ou mesmo descartados pelas famílias (ou pelas próprias arquitetas). Por mais frustrante que seja, é preciso compreender a existência destes fatos como um dado. Por isso, ao desenvolver pesquisa histórica, é preciso assumir que lacunas são existentes, por vezes permanentemente, e bastante comuns, afinal, todos os fatores aqui citados se tornam mais uma questão para a discussão sobre o processo de invisibilização desses nomes. Entendendo este trabalho como uma revisão historiográfica, consideremos essas ausências também dados para o debate. Para tanto, como maneira de compreender a questão das lacunas na pesquisa, para além da ausência de informações, foi desenvolvido um desdobramento da tabela de catalogação geral, denominada como “cheios e vazios”, onde aponto quais são as questões ainda em aberto, permitindo uma análise mais aprofundada de que os vazios também podem ser compreendidos como informação, sobretudo quando se repetem nas trajetórias.

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A seguir, respectivamente, apresento os seguintes materiais gráficos: TABELA A | informações gerais: apresenta compilamento de todas as informações encontradas sobre cada uma das arquitetas. Por questões gráficas deste livro, optei por deixar a tabela disponível apenas no caderno digital para uma melhor visualização do leitor. Entretanto, como o principal elemento deste trabalho é a tabela, deixo ao lado o QR Code de acesso à versão completa para os leitores da versão impressa; TABELA B | cheios e vazios: apresenta lacunas preenchidas e lacunas em aberto, com base nos dados encontrados na tabela A; GRÁFICOS: apresenta os dados extraídos das tabelas; MAPEAMENTO | relações entre arquitetas e instituições: apresenta, como o próprio nome diz, as correlações entre cada uma das arquitetas e as instituições às quais integrou (desde a graduação, até atuação profissional).

QR CODE Aponte a câmera do seu celular para este QR Code para acessar a tabela completa:

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TABELA DE INFORMAÇÕES DAS ARQUITETAS PESQUISA STATUS

NOME ENCONTRADO

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Adina Mera

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Clementina Delfina Antonia De Ambrosis

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Élide Monzegllio

Francisca Franco da Rocha

Gerda Biassutti Delecave

Lina Bo Bardi

Vera Fabrício

EDIÇÃO DA MENÇÃO

Daisy Hoffenberg / Daisy Igel

Fanny Schenkman

Giuseppina Pirro

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Heleny Albuquerque Marques Lins

TIPO DA MENÇÃO

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Lygia Fernandes

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Maria do Carmo Novaes [Schwab]

Maria Tereza Barros Camargo

Marlene Picarelli

NOME OFICIAL

NACIONALIDADE

DATA DE NASCIMENTO

VIDA ACADÊMICA PARENTESCOS

MATRIMÔNIO

ESTÁ VIVA?

GRADUAÇÃO

LOCAL E ANO DE GRADUAÇÃO

PÓS GRADUAÇÃO

ANO - PÓS GRAD.

OUTROS CURSOS | QUALIFICAÇÕES

PESQUISAS AUTORAIS

VIDA PROFISSIONAL TEXTOS AUTORAIS

CAMPO DE ATUAÇÃO PRINCIPAL

CAMPO DE ATUAÇÃO SECUNDÁRIO

DOCÊNCIA

INSTITUIÇÕES DE ATUAÇÃO

OUTRAS INFORMAÇÕES

LOCAL DE ATUAÇÃO

PARCERIAS

Notícia

Lorenza Adina Mera

Argentina - Patagônia

05/12/1921 ou 1927 (ano confuso ainda) | há relatos de alteração nesta data por "vaidade"

-

-

Não. Faleceu em: 24 ou 25 de Julho de 1984.

Engenharia Industrial

Argentina (não se sabe em qual universidade), 1944

Urbanismo - FNA-UB (primeira turma de urbanistas em 1955)

1956 (recebe o título do CREA-RJ)

Curso de Botânica

1. Pesquisa social na PUC-RJ sobre o alargamento de Copacabana;

-

Planejamento urbano

Projeto de Urbanismo

Sim

IAB-GB(RJ) (membro da diretoria); Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM); Grupo Economia e Humanismo do Padre Lebret (SAGMACS);

Rio de Janeiro

Hélio Modesto; Burle Marx;

-

Plano diretor de Curitba

-

Ed. 224

1957

Boletim IAB

Notícia

Clementina Delfina Antonia De Ambrosis

Italiana, nascida em LavenoMombello

07.07.1928

Filha de Silvio de Ambrosis e Angela de Ambrosis

Leonardo Morolli

Não. Faleceu em 21 de março de 2018.

Arquitetura e Urbanismo

FAUUSP, 1954

-

-

-

-

Sim. Hemeroteca, incluir aqui.

Planejamento urbano

Projeto de Urbanismo

Sim

Prefeitura Municipal de São Paulo; Professora em Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (CEPAM), SAGMACS

São Paulo

Antônio Bezerra Baltar;

Sua ficha de matrícula da FAUUSP aponta que trabalhava em um escritório no endereço Praça da Bandeira, 40 - 13° Andar - Cidade, São Paulo - SP

Plano Urbanístico Básico para São Paulo (1960); Plano Diretor Estratégico para São Paulo (2002); Estudo e Planificação da Cidade de Ourinhos (1957, com Antonio Bezerra Baltar); Promorar de Manaus (sem maiores informações)

-

Ed. 231

1958

Boletim IAB

Notícia

Ed. 200

1955

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 141

1950

Revista Acrópole

Ed. 148

1950

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 150

1950

Revista Acrópole

Tradução autoral

Ed. 154

1951

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 156

1951

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 159

1951

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 164

1951

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 166

1952

Revista Acrópole

Texto autoral

Ed. 192

1954

Boletim IAB

Projeto autoral

Ed. 205

1955

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 209

1956

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 215

1956

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 221

1957

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 229

1957

Boletim IAB

Notícia

Ed. 232

1958

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 235

1958

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 237

1958

Revista Acrópole

Propaganda

Ed. 247

1959

Boletim IAB

Notícia

Ed. 174

Élide Monzegllio

-

19/04/1927

-

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 173

1952

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 193

1954

Boletim IAB

Notícia

Francisca Franco da Rocha

Brasileira, cidade de Juquery em São Paulo (atual Franco da Rocha)

-

Francisco Franco da Rocha e Leopoldina Lorena Ferreira Franco da Rocha (pais)

-

Não

Arquitetura

Gerda Biassutti / Gerda Biassutti Delecave / Gerda Biassutti Vasconcellos

Brasileira, nascida em Santa Teresa (ES) de uma família de imigrantes italianos.

02/05/1931

Jonas Delecave (neto); Paulo Delecave; Ernani Mendes de Vasconcellos ((2° esposo).

Paulo Delecave (1° esposo); Ernani Mendes de Vasconcellos (2° esposo).

Sim.

Arquitetura

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 196

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 244

1959

Revista Acrópole

Projeto autoral

Ed. 195

1954

Boletim IAB

Notícia

Ed. 175

1952

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 183

1953

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 232

1958

Boletim IAB

Notícia

1952

Revista Acrópole

1954

Revista Acrópole

Notícia

Ed. 204

1955

Revista Acrópole

Projeto autoral

1959

Boletim IAB

Notícia

Ed. 225

1957

Boletim IAB

Notícia

Ed. 195

1954

Boletim IAB

Notícia

Ed. 198

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 201

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 203

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 204

1955

Boletim IAB

Notícia

Ed. 205

1955

Boletim IAB

Notícia

Boletim IAB

Comunicação Visual

-

Sim

FAUUSP | Bienal (participou)

São Paulo

-

Academia de Belas Artes de São Paulo (1933)

-

Formou-se na Faculdade Nacional de Arquitetura da Existe uma dissertação em Universidade do Brasil. Fez o posse da família, mas não último ano em 1955 e foi se sabe de qual diplomada em 28/02/1956. No qualificação. portal do NPD, há alguns desenhos dela de estudante.

-

-

-

Revista A Casa: Uma entrevista em nossa redação - entrevista com arquiteto Michel B. Kamenka (1938); Escolas (1938); Uma casa divisível (1938); Escolas (1939); Residências Suburbanas (1939); Escolas (1939); Impressões sobre arquitetura de Berlim (1939); Escolas (1939); Pequeno Prédio de Apartamentos (1939); Casa para renda (1939); Reforma de fachade e acrescimo de uma garagem (1939); Congresso do Instituto Americano de Arquitetos (1939); A casa de George Washington (1940); Grandes Escolas - especial sobre escolas de ensino superior (1940); O Capitólio de Washington (1940); A casa misteriosa (1940); Aos nossos amigos do Paraná (1940). | Revista Acrópole: Ecos do 2 Congresso Anual de Arquitetos de New York (1940); O ferro esmaltado na arte decorativa Norte Americana (1945); Ultima creação no gênero apartamento (1948); O Rio Arquitetônico, o Rio lavra dois tentos (1950); VII Congresso Panamericano de Arquitetos (1950); Conclusões e recomendações aprovadas pelo VII Congresso Panamericanos de Arquitetos (1950); Texto sobre III Congresso interamericano de Municípios (1951); Grandiosa Solução do Problema da Vivenda Econômica (1951); Nova orientação - plantas em cruz (1951); Centenário do nascimento de Ramos de Azevedo (1951); Um novo organismo municipal (1952).

-

-

"Uma metodologia para o curso de planejamento de arquitetura" (concurso de livre-docência para as disciplinas do curso de planejamento de arquitetura da FAUUFRJ, de 1976)

"Considerações sobre o ensino de planejamento de arquitetura da FAU da UFRJ"

-

Atua como docente na FAUUSP, como parecerista da FAPESP e atuou como orientadora de trabalhos.

Katinsky, J. R., Sawaya, S. B., & César, J. C. de O. (2006). Élide Monzeglio. PosFAUUSP, (19) | Tese "Os Professores de Projeto da FAUUSP" de Luciene Ribeiro dos Santos. | Escavador: https://www.escavador. com/sobre/1300672/elide-monzeglio

-

Nery, J. C. (2013). Falas e Ecos na Formação da Arquitetura Moderna no Brasil. Oliveira, A. F. de. (2011). A regulamentação do exercício profissional da arquitetura no Brasil. Salvador: UFBA. Santos, R. E. dos. (2008). A armação do concreto no Brasil: história da difusão da tecnologia do concreto armado e da construção de sua hegemonia. Belo Horizonte: UFMG. | 249 construtores de cidades (por Sylvia Fischer) |

Foi a primeira mulher a receber o título de arquiteta pela Escola de Belas Artes de São Paulo. Mulher pioneira na arquitetura.

https://www.youtube.com/watch?v=HSGiCPMFXAI

Achilina Adriana Giuseppina Di Enrico Bo Bardi

Italiana (Roma), naturalizada Brasileira

05.12.1914

Filha de Giovanna Adriana Grazia e Enrico Bo, e irmã mais velha de Graziela Bo

Pietro Maria Bardi

Não, faleceu em 20.03.1992

Artes / Arquitetura

Liceu Artístico de Roma (1933); Facoltá di Architettura da Università degli Studi di Roma (1939);

-

-

-

-

Múltiplos. Não foi possível acessar a lista completa.

Sim

FNA/UB e FAU/UFRJ. Universidades Santa Úrsula e Bennett.

Rio de Janeiro

-

Trabalhava de modo autônomo

Ela fez diversos projetos de residências unifamiliares e consultórios odontológicos pelo Rio de Janeiro. Descartou quase todo o seu material de arquiteta depois de se aposenta.

-

-

-

Fernanda Fahl;

Arquiteta | Ela se tornou professora da FNA (Depois FAU UFRJ) assim que se formou, atuando em disciplinas de projeto de arquitetura (acho que ela ministrava a disciplina Grandes Composições, mas não tenho certeza). Pelo portal da transparência do governo federal, consta que ela se aposentou em 23/07/1982.

Família Delecave.

Casa de Vidro / Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, São Paulo, 1951 - originalmente a residência do casal e hoje sede do Instituto idealizado por eles; Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, 1958 - considerada sua obra prima; Casa do Chame-Chame, Salvador , Bahia, 1964; Casa Valéria Cirell, São Paulo, 1965; Solar do Unhão - Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, 1963 ; Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia- Minas Gerais, 1976; SESC Pompéia - Fábrica , São Paulo, 1977; Reforma do Teatro Politeama (Jundiaí), 1986; Teatro Oficina, São Paulo, 1990 ; Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo 1992 - inconclusa; Projeto de reforma da Casa do Benin, em Salvador, Bahia, concluído em 2014

Leão de Ouro (2021);

Rotas da modernidade: trajetória, campo e história na atuação de Lina bo Bardi, 1947-1968 (Silvana Rubino);

Aparece em todos os índices. Acesso online em: https://bibfauusp.wordpress.com/bibliotecavirtual/indice-de-arquitetura-brasileira/

Rotas da modernidade: trajetória, campo e história na atuação de Lina bo Bardi, 1947-1968 (Silvana Rubino)

-

Lina Bo Bardi: o que eu queria era ter história (Zeuler Lima); Lina: uma biografia (Francesco Perrotta-Bosch)

Congresso Mundial de Mulheres (Vera participou, verificar no link http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx? bib=108081&pesq=%22Vera%20Fabr%C3%ADcio% 22&hf=memoria.bn.br&pagfis=4175) | é a arquiteta com mais tempo de atuação no país (com mais de 90 anos, ainda trabalha em seu escritório); | Homenageada pelas instituições Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), SAERGS, CAU/BR, CAU/RS e AAI.

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=154083_01&pesq=% 22Vera%20Fabr%C3%ADcio%22&pagfis=14354

Projeto de edificações

Artes Plásticas

Não

Revista Habitat; Museu de Arte de São Paulo; Instituto Bardi; Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA); Bahia

Vera Fabrício Carvalho

Brasileira, Rio de Janeiro (consolidou sua vida no RS).

19 de novembro de 1928

Brasileira

-

Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1951

Marcelo de Carvalho

Aparentemen te sim.

Engenharia

Escola Politécnica da Universidade do Brasil, 1926

Urbanismo - FNA-UB

1936

-

-

-

Planejamento urbano

Arquitetura e Urbanismo

-

-

-

-

-

Sim, o artigo FRANCISCA FRANCO DA ROCHA, O CASO DE UMA ARQUITETA NA IMPRENSA BRASILEIRA, de Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. Giovanna Augusto Merli, Constanza wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturaRojas Romero, Francisca Salgado brasileira-1950-1970.pdf Rodriguez (Acesso em: http: //arquisur.org/web2018/wpcontent/uploads/2022/04/LibroCom pletoArquisur2021.pdf)

-

Projeto de edificações

-

Sim

IAB-RS | UFRS (professora e arquiteta)

Rio Grande do Sul

Projeto de Edificações

Não

Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (fundadora); Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura da Capital Federal (engenheira); Departamento de Habitação Popular da Prefeitura (engenheira); Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (vicepresidente); Colégio Pedro II (professora);Escola Superior de Desenho Industrial (diretora).

Rio de Janeiro

Pietro Maria Bardi; Giancarlo Palanti; Valeria Piacentini Cirell; Carlo Pagani; Marcelo Carvalho Ferraz; André Vainer; Bruno Zevi, João Filgueiras Lima (Lelé), Escritório Lina Bo Bardi; Studio Palma de Arte e Jon Maitrejean, José Carlos de Arquitetura; Figueiredo Ferraz; Pierre Verger (1902-1996) e o cineasta Glauber Rocha (1938-1981); Gió Ponti

Escritório de Arquitetura Arquiteta Vera Fabrício de Carvalho;

1a secretária do IV Congresso Brasileiro de Arquitetos (ao lado de Giuseppina Pirro, que foi a 2a); | Hospital de Clínicas de Porto Alegre (projeto que complementou o projeto de Jorme Machado Moreira) | Hospital Mãe de Deus e o Hospital Santa Rita, centro de combate ao câncer do Complexo Santa Casa | A serviço dos ministérios da Saúde e Educação, também colaborou com os projetos de hospitais em Recife (PE) e Fortaleza (CE).|

1. Categoria “Arquiteto e Urbanista do Ano – trajetória profissional” - CAU/RS em 2013; |

-

-

Nunes, L. F. R. (2016). Demétrio Ribeiro, Edgar A. Graeff, Edvaldo P. Paiva, Enilda Ribeiro, Nelson Souza. Os cinco professores comunistas. Porto Alegre: PROPAR-UFRGS. Mello, B. C. E. (2014). Quatro Décadas de Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul: 1973-2013. Revista de Arquitetura IMED, 3(1), 21–31. https://doi.org/10.18256/23181109/arqimed.v3n1p21-31 Kamimura, R. (2016). O problema social na arquitetura e o processo de modernização em São Paulo: diálogos, 1945-1965. São Carlos: EESC-USP. Nakandakare, F. S. (2018). O Instituto de Arquitetos do Brasil na disseminação da profissão do arquiteto moderno entre 1945-1969. Campinas: Unicamp. Silva, M. M. da. (2006). O Hospital das Clínicas de Porto Alegre: a presença de Jorge Moreira na arquitetura da capital gaúcha. UFRGS.

Afonso Reidy; Bertha Lutz;

Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura da Capital Federal (engenheira); Departamento de Habitação Popular da Prefeitura (engenheira)

Conjunto Pedregulho; "Capital do Brasil no Planalto Central"; Conjunto da Gávea;

-

Sim, o artigo de Flávia Britto.

-

-

Primeira urbanista brasileira; feminista;

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/carmen_portinho; https: //unifei.edu.br/personalidades-do-muro/extensao/carmen-velasco-portinho/; https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.015/853; https://www. archdaily.com.br/br/972893/carmen-portinho-e-a-vanguarda-domodernismo-no-brasil

Tese "Os Professores de Projeto da FAUUSP" de Luciene Ribeiro dos Santos, possui um verbete.

Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf

-

Docente.

-

Paisagismo e urbanismo: disciplinas femininas e feministas? (V ENANPARQ, 2018 -Gabriela Tamari)

Intercâmbio de seis meses na Holanda quando já era formada, ganhou da PMSP. Militou pelo Partido Comunista Brasileira por muitos anos. Tinha o hábito de fotografar arquitetura por hobby. Se naturalizou brasileira (informação consta em seu registro de matrícula na FAUUSP).

Entrevista com Raquel Schenkmann

26.01.1903

-

Affonso Reidy

Não. Faleceu em 25 de junho de 2001.

-

sim

Arquitetura e Urbanismo

Instituto de Design de Berkeley / Illinois Institute of Tecnology, 1951

-

-

-

-

-

Projeto de edificações

-

Sim

FAUUSP (professora assistente de paisagismo, 1954-1957); Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI-UERJ; docente; década de 1960);

São Paulo

Roberto Cardozo Coelho; Jon Maitrejean;

Mies Van Der Rohe;

Edifício Sede da Ultragas (parceria com Hermuth Helms). Não encontrei outros.

Isaac Schenkmann (casou em 1954)

Não

Arquitetura e Urbanismo

FAUUSP, 1952 (primeira turma)

-

-

-

-

-

Projeto de edificações

-

Não

Prefeitura Municipal de São Paulo (ingressou em 1953, aproximadamente); IAB-SP (não se tem maiores informações);

São Paulo

Isaac Schenkmann (esposo)

Escritório do Vilanova Artigas (estagiária);

Conjuntos de residências no Butantã (sem maiores informações)

-

não

-

Escritório Tecnico da Universidade do Brasil (ETUB)

Edifício Claura (projetado por ela), Sede do Jóquei Clube (em equipe), Cidade Universitária UFRJ (em equipe),

2° lugar no concurso do Jockey Club

-

Aparece em: 1994-1995: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1994-1995.pdf

-

-

-

Planar Planejamento Assessoria Arquitetura (sócia gerente);

Ediffcio de apartamentos: EdifÍcio Carice (com Florismundo Lins) Acrópole (243; 1959). | Núcleo residencial do Ibura, Recife; (com Florismundo Marques Lins; em 1958). | Ginásio do SESC em Recife (com Florismundo M. Lins) Acrópole (297;1963) | Ambulatório do Hospital Getúlio Vargas, INPS, Recife; (com Marcelo Berenguer e Fernando Dias da Silva). CJ. Arquitetura (15; 1977)

-

-

Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf | 1971-1980: https: //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndicede-arquitetura-brasileira-1971-1980.pdf

Dedecca (2018); Gatti (2021); https://docomomobrasil.com/wp-content/uploads/2016/01/018-1. pdf

-

https://www.yumpu.com/pt/document/read/37678524/isr-luiz-donascimento-fundacao-joaquim-nabuco | Hemeroteca Digital Brasileira

Fernanda Fahl; TABOSA, Mayara (texto salvo)

A primeira mulher a ter um projeto autoral, exclusivo seu (sem parcerias), publicado na Acrópole.

https://marcosocosta.files.wordpress.com/2010/12/entrevista-lygia.pdf

A Arquitetura Moderna Brasileira: experiência e expectativa de modernização do Espírito Santo (Clara Luiza Miranda)

Primeira mulher a atuar como arquiteta no Espírito Santo (fonte: entrevista do CAU); uma das fundadoras do IAB/ES, sendo a 2ª presidente (1975); "Realizou uma série de projetos particulares de escolas, clubes, hospitais, igrejas e residências particulares, além de projetos de planejamento urbano" (fonte: entrevista do CAU)

https://www.caubr.gov.br/maria-do-carmo-schwab-primeira-arquiteta-eurbanista-do-es/#:~:text=Maria%20do%20Carmo%20Schwab%3A% 20Primeira%20arquiteta%20e%20urbanista%20do%20Esp%C3%ADrito% 20Santo,-Profissional%20carioca%20radicada

Aparece em: 1971-1980: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1971-1980.pdf

-

Filha de Maria Thereza Silveira de Barros Camargo, a primeira mulher prefeita do Brasil, por isso, encontra-se mais informações sobre sua mãe do que dela mesma.

-

Aparece em todos os índices. Acesso online em: https://bibfauusp.wordpress.com/bibliotecavirtual/indice-de-arquitetura-brasileira/

-

-

https://arquivo.arq.br/profissionais/marlene-picarelli | BECK, 2017 (acesso em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-22062017104327/publico/SebastianFriedrichBeck.pdf)

Daisy Ruth Igel Hoffenberg

Brasileira, Rio de Janeiro

20/08/1927

Ernesto Igel (pai); Pery Igel (irmã). Família Igel, proprietária da Ultrapar, de produção petroquímica - por isso, Daisy é considerada uma das bilionárias brasileiras, de acordo com a Forbes.

Frejda Blinder Schenkman

Polonesa, Berezne (chega em São Paulo com a família aos 6 anos)

07.12.1928

Rachel Schenkmann (neta); filha de Pinchus Blinder e Ejdla Blinder

Giuseppina Pirro Tonini (nome de solteira) | Giuseppina Pirro de Moreira (nome de casada)

Italiana, naturalizada brasileira

04 de fevereiro de 1921

-

-

não, morreu em 2010.

Arquitetura

Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil - Rio de Janeiro, 1945

-

-

-

"Método Denise-Gastão Gomes: no estudo das seções cônicas e na aplicação à arquitetura"

-

Projeto de edificações

-

Sim

Instituto de Arquitetos do Brasil (RJ), Faculdade Nacional de Arquitetura (UBUFRJ). Periódicos: A Casa, Revista de Arquitetura, L'Architecture D'Aujourd'hui.

Rio de Janeiro

Jorge Machado de Moreira, Francisco Bolonha, Lygia Fernandes, Adele Weber Moura, Israel Barros Correa, Maria Adelaide Rabelo Albano

Heleny Albuquerque Marques Lins

Brasileira, nasceu em Pernambuco

-

-

Florismundo Marques Lins Sobrinho

-

Arquitetura

Escola de Belas Artes do Pernambuco, 1950

-

-

-

-

-

Projeto de edificações

-

Não

Instituto de Arquitetos do Brasil (Pernambuco; foi membro da diretoria do instituto na gestão do ano de 1957).

Pernambuco

Florismundo Marques Lins; Marcelo Berenguer e Fernando Dias da Silva.

Notícia

Lygia Fernandes

Brasileira, Maranhão

27 de Setembro de 1919

-

Maria do Carmo Novaes Schwab

Brasileira, Espírito Santo

1930

-

13 de maio de 1928

Maria Thereza Silveira de Barros Camargo (mãe)

Maria Thereza de Barros Camargo

Marlene Picarelli

Brasileira - Limeira, SP

Brasileira - São Paulo, SP

09.09.1932

Filha de Rosalvo Picarelli e Dinorah P. Picarelli

Não, faleceu em 2011

Arquitetura

Faculdade Nacional de Arquitetura, 1945

Urbanismo

-

-

-

-

Projeto de edificações

Planejamento Urbano

Não

Prefeitura do Rio de Janeiro (diversos departamentos de projetos e obras); IAB (membro do conselho diretor); Revista A Casa;

Rio de Janeiro

-

-

Arquitetura

Faculdade Nacional de Arquitetura (RJ), 1953

-

-

-

-

SCHWAB, M. C. N. Considerações sobre Arquitetura e Ecologia. Vitória: Vitória, 1997

Projeto de edificações

-

Não

Governo do Estado do Espírito Santo; IAB-ES

Espírito Santo

Dirceu Carneiro; Jorge Minassa (engenheiro);

Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Distrito Federal (estagiária); Divisão de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo; Departamento de Planejamento e Obras e de arquiteta da Universidade Federal do Espírito Santo;

Residência Camilo Cola; Edifício Barcellos (1959, ES); Clube Libanês do Espírito Santo (1958, ES); Escritório de Campo, “Catetinho”, Campus Universitário da Ufes;

Benedito Carlos Roque Seroa da Mota

Faleceu em outubro de 2014.

Arquitetura

FAU-MACK, 1953 (Fonte: EC ABRUNHOSA)

Não

CEHAB-RJ, IAB (membro do conselho fiscal da gestão 1955) | SOCIP (Sociedade Civil de Informações da Indústria e Profissionais da Construção - fundadora e diretora ao lado de Elisabeth de Souza Reis)

São Paulo

Nilo Gomes de Mattos (na tese sobre "a conclusão de loteamentos particulares inacabados" apresentada no 1° Seminário Nacional de Cohabs) | Elisabeth de Souza Reis (fundadora da SOCIP ao lado de Maria Thereza)

CEHAB-RJ

Parque Ecologico do Tietê (Colaboradora do projeto de Ruy Ohtake) (revista módulo de 1978) | Tese sobre "a conclusão de loteamentos particulares inacabados" apresentada no 1° Seminário Nacional de Cohabs - não encontrou-se o nome, mas na lista de links há o acesso para reportagem sobre o tema |

Sim

FAUUSP; Convênio Escolar da Prefeitura Municipal de SP (programa de planejamento e projetos de escolas na PMSP) (fonte: O PATRIMÔNIO MODERNO DE EIXO HISTÓRICO DE SANTO AMARO, SÃO PAULO - Maria Augusta Justi Pisani (acesso em: https://sistema.atenaeditora.com.br/index. php/admin/api/artigoPDF/38398). | Fundo Estadual de Construções Escolares (fonte: BECK, 2017). |

Lúcio Grinover (esposo? a corfirmar)

Até onde se sabe, sim.

Arquitetura e Urbanismo

FAUUSP, 1958

-

Doutorado em Arquitetura e Urbanismo

-

FAUUSP, 1973 |

-

-

Livro "Oremas" (publicado postumamente, em 2015).

Livre Docência em Desenho Industrial (FAUUSP, 1983)

"ALGUMAS CONSIDERACOES SOBRE A CRIANCA E O AMBIENTE NO MUNICIPIO DE SAO PAULO" ( doutorado); O "ENSINO DO DESENHO INDUSTRIAL NA ITALIA"; "HABITAÇÃO: DESENHO INDUSTRIAL E TECNOLOGIA";

PICARELLI, M. . Como Construir Um Iglu. REVISTA GLOBO CIENCIA, n.30, p. 13-13, 1994. PICARELLI, M. . As Margens do Rio. 1993 (FILME, VIDEO OU AUDIOVISUAL DE DIVULGACAO CIENTIFICA REALIZADO). | PICARELLI, M. . O Desenho Industrial No Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Sao Paulo. SINOPSES, v. ESPEC., p. 46-61, 1993. | PICARELLI, M. . O Departamento de Projeto Aup - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Sao Paulo. SINOPSES, v. ESPEC., p. 12-23, 1993. | PICARELLI, M. . Habitacao: Representacao. SINOPSES, n.17, p. 42-48, 1992. | PICARELLI, M. . Editorial. SINOPSES, n.14 A 20, p. 3-3, 1990. | PICARELLI, M. . Alternativas Tipologicas da Habitacao. GUIA NACIONAL EDITEC/ARQUITETURA E CONSTRUCAO, v. X, p. 28-37, 1988. | PICARELLI, M. . Habitacao: Tecnologia Construtiva Para Sao Miguel. ESTUDOS ECOLOGICOS/MAB - UNESCO, p. 1-150, 1987. | PICARELLI, M. . Alternativas Tecnoligucas Sistemas Construtivos. SINOPSES, n.4, p. 65-79, 1983. | PICARELLI, M. . Habitacao e Transferencias de Tecnologia. SINOPSES, n.01, p. 154-164, 1981. | PICARELLI, M. . Natureza e Prioridades de Pesquisa Em Arquitetura e Urbanismo. SAO PAULO: FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, 1990. 259p . | PICARELLI, M. . Solucoes Construtivas: O Programa Habitacional. CAMPINAS: SIMPATICOM, 1987. | MARLENE, P. ; PICARELLI, M. . Habitacao: Uma Interrogacao. SAO PAULO: FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, 1986. 175p.

Projeto de edificações

Projeto de edificações

-

-

São Paulo

Hélio Duarte, Lúcio Grinover, Roberto Tibau

Escola de Belas Artes de Pernambuco, 1956

-

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-

-

"Necessidade de preservação de marcos valioros da arquitetura do passado" (apresentado no III Congresso Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, em outubro de 1954 em Porto Alegre) (SODRÉ)

Projeto de urbanismo

Projeto de Edificações

Não

IAB (conselho fiscal), Sindicato dos Arquitetos de Pernambuco (fundadora)

Pernambuco

Conceição Lafayette, Marcos Domingues e Sales Zaicaner (esposo)

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

Maria Adelaide Rabelo Albano

Ed. 150

1950

Revista Acrópole

Notícia

Maria Adelaide Rabelo Albano Pires

Brasileira - Fortaleza, Ceará

05/01/1914

Ildefonso de Abreu Albano (pai); Alfa Rabelo Albano (mãe)

Paulo Ewerard Nunes Pires

Não, faleceu em 28/12/1989

Arquitetura

ENBA (colou grau em 16/09/1944)

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Sim

Faculdade Nacional de Arquitetura

Rio de Janeiro

Paulo Ewerard Nunes Pires; Giuseppina Pirro de Moreira

Ed. 227

1957

Revista Acrópole

Projeto autoral

Maria Laura Osser

Polonesa, Varsóvia

1922

Henri Bergson (tio); família judia (fugiu da II Guerra); Stefan Osser (pai); Antonina Bergson Osser (mãe);

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Nao. Faleceu em Montreal, Canadá, 18.05.2011

Arquitetura

Faculdade Nacional de Arquitetura

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Projeto de edificações

Planejamento Urbano

Não

Instituto de Arquitetos do Brasil (comissão de bibliotecas); Revista Pilotis (ao lado de Marjan Glosgowski, trabalho em quatro edições entre 1949 e 1950);

São Paulo

Tese de Livre Docência (FAUUSP, 1983)

MAGNOLI, Miranda Maria Esmeralda Martinelli. Espaços livres e urbanização: uma introdução a aspectos da paisagem metropolitana.Tese de LivreDocência. São Paulo: FAUUSP, 1982.; "Contribuição ao estudo dos espaços livres do uso público nos grandes aglomerados urbanos" (Doutorado, 1973);

Espaço livre: objeto de trabalho. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 175-198, 2006. | O parque no desenho urbano. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 199-214, 2006. | O jardim na cidade é um fragmento de sonho. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 215-222, 2006. | Paisagem: pesquisa sobre o desenho do espaço. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 223-236, 2006. | Ambiente, Espaço e Paisagem. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 237-244, 2006. | Áreas Verdes de recreação. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 245-256, 2006. | Em busca de "outros" espaços livres de edificação. Paisagem e Ambiente , v. 21, p. 141-174, 2006. | SANTOS, E. A. ; MAGNOLI, M. M. E. M. . Por que planejar com a paisagem. Pós.Revista do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU/USP , v. 13, p. 100-123, 2003. | Paisagismo: ensino e pesquisa em pós-graduação. Pós.Revista do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU/USP , v. 8, p. 1-2, 2000. | Patrimônio Público e Parques Nacionais: Parque Nacional de Itatiaia. Sinópses (USP) , v. 17, p. 50-53, 1992. | Formacao de recursos humanos e meio ambiente. Sinópses (USP) , v. 11, p. 71-76, 1988. | Recursos humanos e meio ambiente. Paisagem e Ambiente , v. 1/2, p. 65-76, 1986. | Parques. São Paulo: ABAP / FAUUSP, 1979. | Áreas verdes de recreação: município de São Paulo. São Paulo: , 1970. v. 1. 11p . | Levantamento dos Espaços Públicos Municipais. São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, 1969. | Planejamento de Viveiros em São Paulo. São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, 1969. | O renascimento de uma paisagem. Obra: planejamento e construção, São Paulo, p. 11 - 12, 01 set. 1997.

Sim

FAUUSP (docente); PMSP (colaborador); Governo do Estado de SP (colaborador); Schneider Childrens Hospital (elaboração de diretrizes urbanas). Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo - DEPAVE, (responsável pelo setor).

Ed. 229

1957

Revista Acrópole

Projeto autoral

Ed. 195

1954

Revista Acrópole

Colaboração

Colaboração Miranda Maria Esmeralda Martinelli Magnoli

Miranda Maria Martinelli

Italiana, de Pádua | naturalizada brasileira

06.12.1932

Filha de Alfredo Martinelli e Maria Castellani Martinelli

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Não, faleceu em 24.07.2017.

Arquitetura e Urbanismo

FAUUSP, 1955

Doutorado

FAUUSP, 1973

Projeto autoral

Ed. 228

1957

Boletim IAB

Notícia

Ed. 249

1959

Boletim IAB

Notícia

Ed. 224

1957

Boletim IAB

Notícia

Ed. 228

1957

Boletim IAB

Notícia

Ed. 230

1957

Revista Acrópole

Projeto autoral

Ed. 233

1958

Revista Acrópole

Projeto autoral

Odiléa Helena Setti Toscano

Brasileira (São Bernardo do Campo, SP)

Rosa Grena Alembick Kliass

Brasileira. São Roque, SP

QUANTIDADE MENOR DE INFORMAÇÕES

Alice Costa Imparato

Ed. 231

1958

Boletim IAB

Notícia

Alice Costa Imparato

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QUANTIDADE MENOR DE INFORMAÇÕES

Edna Dutra

Ed. 225

1957

Boletim IAB

Notícia

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01.12.1934

15 de outubro de 1932

Projeto de paisagismo

Projeto de Urbanismo

São Paulo

Prefeitura Municipal de SP

Prefeitura Municipal do Recife e Escritório do Arquiteto Marcos Domingues

Francisco Matarazzo Neto; Lucjan Korngold; Francisco Bolonha; Henrique Mindlin; Desenhista no escritório de Francisco Matarazzo Marjan Glosgowski (projetos Neto; escritório de Lucjan Korngold; escritório de das Lojas Ducan); Maria Carlota Henrique Mindlin. Costallat de Macedo Soares (projeto do Parque do Aterro do Flamengo);

Abelardo de Souza, Lucjan Korngold, Roberto Coelho Cardozo, Rosa Kliass; Roberto Coelho Cardozo (estagiária); Abelardo de Souza (estagiária); Eduardo Corona (estagiária);

Estagiária em: Roberto Coelho Cardozo; Lucjan Korngold; Eduardo Corona; Abelardo de Souza; Arq. Paisagista em: PMSP; Governo do Estado de SP;

Kilza Setti e Paulo Roberto Fabiano Setti (irmãos); Guilherme, Ana Paula, Eduardo e Mariana (filhos); Orlando Setti e Hilda Tabet Setti (pais); Ítalo Setti (avô). (Fonte: Diário do Grande ABC, obituário).

João Walter Toscano

Filha de Chain Alembick e Sonia Alembick

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Não, faleceu em 07.04.2015.

Arquitetura e Urbanismo

FAUUSP, 1958

Mestrado e Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas

FAUUSP, 1981 | FAUUSP 1989

Mestrado e Doutorado

Doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP, 1989 Dissertação: “A Cidade contemporânea, A Visão de Piranesi“ Orientador: Prof. Dr. Julio Roberto Katinsky

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Artes plásticas

Projeto de Paisagismo

Sim

FAUUSP;

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Sim, a de Andrea Gatti

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https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42951/1/TESE%20Andr%C3%A9a%20Hal% C3%A1sz%20G%C3%A1ti%20Porto.pdf (Tese da Andrea Gatti)

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Recebeu o "Prêmio Instituto de Arquitetos do Brasil" junto com Giuseppina Pirro em agosto de 1946 no IAB.

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Parque do Aterro do Flamengo (com Maria Carlota Costallat de Macedo Soares); Cidade da Criança - Playground da Praia do Flamengo (com Maria Hanna Siedlikowski, 1964); Lojas Ducan (com Marjan Glosgowski);

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Sim; há um verbete publicado no livro "Dicionário dos refugiados do nazifascismo no Brasil", publicado pela Casa Stefan Zweig e um artigo chamado "Maria Laura Osser: una flâneuse para la arquitectura moderna del Brasil", redigido por Patricia Mendez e Giovanna Merli.

Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf

Immigrant architects in Brazil: old and new tools for a historiographical discussion. (Anat Falbel) | PROFISSÃO ARQUITETA: mulheres na Revista Módulo de 1955 a 1965 (CABRAL, Maria Cristina; LEMME, Alice B.; AGUDO DE SOUZA, Marina) | Recepção e difusão da arquitetura moderna brasileira nos números especiais das revistas especializadas européias (1940-1960) (Maria Beatriz Camargo CAPPELLO) | "Maria Laura Osser: una flâneuse para la arquitectura moderna del Brasil", (Patricia Mendez e Giovanna Merli) | Dicionário dos Refugiados do nazifacismo no Brasil (Casa Stefan Zweig);

Correspondente brasileira da L'Architecture D'Aujourdhui de 1946 à 1953 (à convite de André Bloc); Permaneceu no Brasil de 1940 (quando chegou ao país fugida da guerra) até 1963, em seguida se radicou no Canadá onde viveu até seu falecimento.

https://journals.openedition.org/craup/479 | https://www.facebook. com/media/set/?set=a.530128853700333.1073741827.508982475814971 &type=3 | https://docomomobrasil.com/wp-content/uploads/2021/12/Profiss% C3%A3o-Arquiteta-Mulheres-na-Revista-M%C3%B3dulo_com-autoria.pdf |

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Sim (Miranda Martinelli Magnoli: contribuição fundamental para uma teoria e ação do arquiteto na paisagem brasileira. Uma aproximação de seus escritos. Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. (acesso: https://www.academia. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf | 1992-1993: https: edu/27710197/Miranda_Martine //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndicelli_Magnoli_contribuição_funda de-arquitetura-brasileira-1992-1993.pdf mental_para_uma_teoria_e_ação _do_arquiteto_na_paisagem_bra sileira_Uma_aproximação_de_se us_escritos). > Beatriz Hubner vai fazer em seu TC.

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https://www.researchgate. net/publication/276846198_Depoimento_arquiteta_Miranda_Magnoli (entrevista); Miranda Magnoli também colaborou para a formação de um corpo de pesquisa sobre arquitetura da paisagem no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da FAU-UFRJ. Miranda foi ainda responsável pela equipe de projetos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo (DEPAVE).

https://arquivo.arq.br/profissionais/miranda-magnoli

"Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf | 1971-1980: https: //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndicede-arquitetura-brasileira-1971-1980.pdf | 1981-83: https://bibfauusp.files.wordpress. com/2014/07/c3adndice-de-arquitetura-brasileira1981-1983.pdf | 1984-1989: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1984-1989.pdf

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Odiléa ainda conciliou uma vida profissional extremamente produtiva com a difícil tarefa de ser mãe e criar 4 filhos, muitas vezes alternando troca de fraldas com os traços generosos e recortes de Letrafilm.

https://odileatoscano.com.br/artista

Análise do contexto regional e local, das implicações de caráter ecológico para limites de utilização dos recursos naturais e das potencialidades de desenvolvimento: Município de Bonito - MS. 2001. | Política de espaços livres e espaços verdes com propostas de caráter espacial para a área da Operação Urbana Água Espraiada / EMURB. 2000. | Espaços livres e arborização pública em expansões urbanas. 1994. | Entorno do canal do Ribeirão Eusébio - Franco da Rocha, SP. 1990. | Diretrizes para projetos paisagísticos do sistema viário principal de Florianópolis - SC. 1978.| Diretrizes para projeto paisagístico em Usina Térmica: Betim - MG. 1978. | Apropriação de grandes glebas para expansão urbana - Cotia - Itapevi, km.45 Raposo Tavares. 1974. |O desenho, os espaços particulares e públicos; edificados e livres: condomínios residenciais verticais - Real Parque (SP). 2006. | Planejamento urbano da Subprefeitura da Lapa (SP) no conjunto do Plano Diretor Estratégico. 2003.| O desenho, os espaços particulares e públicos; edificados e livres: novas percepções urbanas - Brooklin Paulista (SP). 2003.

Premiada na 1ª Bienal Internacional do Livro e das WILHEIM, Jorge. “Brasília: anteprojeto do plano diretor; equipe: Rosa Grena Kliass, Arnaldo Artes Gráficas de São Paulo, em Tonissi e Odiléia Helena Satti”, in: Habitat, n.40/1 p.19-29, mar./abr. 1957.| Professora no 1961, desenvolveu uma curso de formação de Professores de Desenho Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP (1963-1964) | Professora do Curso de Desenho Técnico de Comunicação Instituto de Arte e linguagem gráfica caracterizada Tem um site com toda seu acervo. por um desenho expressivo em Decoração - IADE (1968-1970) | Professora Titular da Disciplina Desenho de Mensagem https://odileatoscano.com.br/artista contrastes de preto e branco UNISANTOS - FAU (1972-1985) | Professora do grupo de Editoração e Jornalismo Escola de feitos com nanquim, abstraindo Comunicações e Artes - ECA - USP (1973-1976) | Professora Doutora - Departamento de a "geometria" inspirada nos Projeto - disciplina de programação Visual Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da tecidos do seu pai, com grande Universidade de São Paulo - FAUUSP (1974-2000). desenvoltura.

"Mênia Giske sempre louvou o irrestrito apoio dos pais para cursar arquitetura. O apoio recebido era raro na família, visto que, entre as primas, ela foi a única que obteve diploma de curso superior. Segundo depoimento de sua filha, também https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/42951/1/TESE%20Andr% arquiteta, Germana Zaicaner, o pai de Mênia levava lanche para C3%A9a%20Hal%C3%A1sz%20G%C3%A1ti%20Porto.pdf (Tese da Andrea Gatti) | Sodré, 2010 | a filha na faculdade para os pernoites de trabalho em grupo, diferentemente da maioria das moças do curso que não receberam autorização da família pra tais trabalhos noturnos (ZAICANER, 2018). " Em 1947 foi nomeada professor catedrático interino da FNAUB. Em 1950 concorreu com Giuseppina Pirro a cadeira de 'Geometria Descritiva' da FNA-UB, apresentando uma tese de livre docência. Maria Adelaide foi aprovada por unanimidade. | Ao longo dos anos, Maria Adelaide integrou bancas examinadoras de livre docência.

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São Paulo

Miranda Magnoli; Roberto Coelho Cardozo; Suzana Coelho Cardozo; Abrahão Sanovicz, Jamil Kfouri, Jorge Wilheim, Ayako Nishikawa, Manoel Fernandes Filho e Marcelo Martinez; WILHEIM, Jorge. Arnaldo Tonissi e Odiléia Helena Satti;

Roberto e Suzana Coelho Cardozo; Rosa Kliass Planejamentos e Projetos

Reforma da Av. Paulista (1973); Vale do Anhangabaú; Parque da Juventude; Mangal das Garças; Parque do Forte; entre outros

Colar de Ouro - IAB (2019) (primeira mulher a receber)

Sim. O Livro da Rosa;

Aparece em todos os índices. Acesso online em: https://bibfauusp.wordpress.com/bibliotecavirtual/indice-de-arquitetura-brasileira/

ALMEIDA, Maisa Fonseca de. Revista Acrópole publica residências modernas: análise da Revista Acrópole e sua publicação de residências unifamiliares modernas entre os anos 1952 e 1971. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos, 2008 (Dissertação de Mestrado). BARBOSA, Antonio; PATERMAN, Rachel; RODRIGUEZ, Stella. “Entrevista com a arquiteta paisagista Rosa Kliass”, In: Entrevista, n. 063.04, Vitruvius, ago. 2015. <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ entrevista/16.063/5585>

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SODRÉ, 2010

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Arquitetura e Urbanismo

FAU-USP, 1955

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Dário Imparato

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Arquitetura

FAUUSP 1956 - SODRÉ, João; 2010

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Dario Imparato

Alice & Dario Imparato Arquitetos

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Rio de Janeiro

Ester Kercbian; Lilian Z. Brafman;

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Sim

"Trabalhou por 37 anos na Prefeitura do Recife, foi a única técnica de canais e retificação de rios. Na Prefeitura também fez muitos projetos de paisagismo, dizia-se paisagista e urbanista. Teve como chefe durante anos a arquiteta Conceição Lafayette, esposa do arquiteto Marcos Domingues, que logo a convidou para ser colaboradora no escritório. Sua rotina profissional consistia em ir pela manhã para a prefeitura e à tarde para o escritório de Marcos Domingues para onde muitas vezes levava a filha caçula. Se aposentou ainda jovem, no início dos anos 1980, para cuidar do seu pai que estava doente." Também trabalhou pontualmente com seu esposo Sales Zaicaner na empresa ASTEP, que construía estradas "Dada sua ampla experiência na Prefeitura do Recife, ela fez muitas vezes o planejamento paisagístico das estradas projetadas pelo marido, chegando a trabalhar inclusive no estado do Pará. (PORTO, 2021)"

João Walter Toscano Arquitetos Associados (arq. paisagista)

Sim.

Projeto de Urbanismo

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Aparece em: 1971-1980: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1971-1980.pdf

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Projeto de paisagismo

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São Paulo

https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquiteturismo/02.013/1404 | KLIASS, Rosa; MAGNOLI, Miranda. Levantamentos: características urbanas de 5 zonas de aproximadamente 25km2. São Paulo: Prefeitura do Município de São Paulo, 1967. 32p. | “Áreas Verdes de Recreação”. In: Paisagem e Ambiente, São Paulo, n.21, p. 245-256, jun. 2006. | KLIASS, Rosa. “Joinville e Curitiba: dois estudos paisagísticos”, in: Arquitetura, n.55 p.5-13, jan. 1967. | Parques Urbanos de São Paulo. São Paulo: Editora Pini, 1993. | “Made in Brazil”, In: Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: n.56, p. 56, out./nov. 1994. | Rosa Kliass: Desenhando paisagens, moldando uma profissão. São Paulo: SENAC, 2006.

Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – ABAP; Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura Municipal (DEPAVE);

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Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. Sim, o texto https://docomomobase. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1950-1970.pdf | 1994-1995: https: ufba.br/sites/docomomobase.ufba. //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndicebr/files/lygia.pdf de-arquitetura-brasileira-1994-1995.pdf

1987 Escola Estadual Alexandre de Gusmão (1965, publicado em Revista Acrópole ed. 314, p. 33 PROFESSOR TITULAR, de fev. de 1965 - com Hélio Duarte, Lúcio Grinover e Roberto TIbau) | Posto de Serviços (1964, publicado em Revista Acrópole ed. 302, p. 46, de janeiro de 1964) - com Hélio Duarte, Universidade de São Paulo/USP. Tese "Os Professores de Projeto da FAUUSP" de Luciene Ribeiro dos Lúcio Grinover e Roberto TIbau). | Escola Industrial de Santo Amaro, atual Senai Santo Amaro Santos, possui um verbete. 1985 (1951 - com Hélio Duarte, Lúcio Grinover e Roberto Tibau). | SENAI de Sorocaba, atual “Gaspar Ricardo Júnior” (1959 - com Hélio, Lucio e Roberto). | SENAI Bom Retiro (1970 - com PROFESSOR ASSOCIADO, Hélio, Lucio e Roberto também.); Universidade de São Paulo/USP.

Pires e Santos S.A. - Arquitetura - Engenharia Construção - Incorporação; | Não se sabe como foi sua atuação no escritório, mas sabe-se que ela foi sócia junto com Jorge Ferreira dos Santos, Paulo Ferreira dos Santos, Paulo Ewerard Nunes Pires, Guiomar Pacheco dos Santos e Maria Amélia Motta Santos.

Mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP, 1981 Dissertação: “A Cidade : Imagens” Orientador: Prof. Dr. Julio Roberto Katinsky

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Residência Jose Lyra, 1955; Residência Paulo Netto; | Em 1958, foi designada pelo prefeito do Rio de Janeiro para estudar ao lado de outros arquitetos o enquadramento dos conjuntos residenciais em vários locais do então Distrito Federal. | Atuou como Chefe de Planejamentos do Serviço de Planejamento do Rio de Janeiro; Atuou no Departamento de Parques e Jardins do Rio; Membro do Conselho Diretor do IAB. Trabalhou com Henrique Mindlin pós formatura, Escritório do Henrique Mindlin; Serviço de em seguida com Jorge Machado Moreira (não se sabe em qual posição, mas acredito que 2° lugar no concurso do Jockey Planejamento do Rio de Janeiro; Departamento como arquiteta colaboradora). | Concurso do Clube de Jockey Brasileiro (Rio de Janeiro, 1948) Club de Parques e Jardins do Rio de Janeiro; , com Giuseppina Pirro, Francisco Bolonha e Israel Correia| Prédio da Sociedade de Medicina de Alagoas (Alagoas, 1956) | Projeto para uma Concha Acústica (Rio de Janeiro, década de 1960) . | Colaborou nos projetos do Pedregulho, Conjunto Gávea, Conjunto Paquetá e no Marques de São Vicente. Aposentou-se no Departamento de Estradas de Rodagem, em 1989. | Também atuou como membro do conselho técnico da revista A Casa.

Francisco Bolonha, Giuseppina Pirro, Israel Correia; Affonso Reidy; Henrique Mindlin; Jorge Machado Moreira; Carmem Portinho;

Arquitetura

Rosa Kliass

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Atuou como professora assistente na cátedra de Desenho Artístico da FAUUSP a partir de 29/08/1958; Se tornou professora assistente em 01.01.1973. Se tornou professo doutor em 22.09.1973. Se tornou professor livre-docente em 23.11.1979. Se tornou professor adjunto em 15.06.1983. Se tornou professor titular em 31.03.1986. Se aposenta, enfim, em 10.04.1997. Foi presidente da Comissão de Pós Graduação da FAU (três gestões, sem data | até então era o único curso de pós graduação em arquitetura no Brasil). Vice diretora da FAU duas vezes, sendo uma delas na gestão de Julio Katinsky (entre 1994 e1997). 1958 - 1972

Trabalho realizado em equipe: " Painel eleito comoo melhor apresentado à 22a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química", Sociedade Brasileira de Química. (1999) | Homenagem a Professor Aparece em: 1971-1980: https://bibfauusp.files. Dedicação Docente /Título de Tese "Os Professores de Projeto da wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturaSócio Honorário, Associação FAUUSP" de Luciene Ribeiro dos brasileira-1971-1980.pdf |1992-93: https: dos Ex-Alunos da Faculdade de Santos, possui um verbete. | O //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndiceArquitetura e Urbanismo da ensino de comunicação visual na de-arquitetura-brasileira-1992-1993.pdf | 1994-95: Universidade de São Paulo. FAU USP: história, implementação e https://bibfauusp.files.wordpress. (1997) | Prêmio de Dsetaque características, de Dora Souza Dias com/2014/07/c3adndice-de-arquitetura-brasileiraem Pesquisa, Univrsidade de 1994-1995.pdf São Paulo. (1992) | Menção de Louvor no Concurso de Livre Docência, Congregação da FAU. USP. (1979) | Menção de Louvor pelo Título de Livre docente, Conselho do Departamento de Projeto. (1979)

Projeto de edificações

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QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

a)https://www.migalhas.com. br/arquivos/2021/4/DFB053070658D5_Acrisedapandemiacomofatorparaa. pdf; c) AMBROSIS, Clementina. Solo Criado. Ed. Brasília, mimeografada, p.4 Apud MONTEIRO, Yara Darcy Police. MONTEIRO Egle dos Santos. Transferência do Direito de Construir. In: DALLARI,Adilson Abreu. FERRAZ, Sérgio (Coords). Estatuto da Cidade: Comentários à Lei Federal 10.257/2001. São Paulo: Malheiros Ed. 2010, p.299.

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Sales Zaicaner

Odiléa Helena Setti Toscano

Professora em CEPAM;

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Germana Zaicaner (filha), Salmen Giske (irmão)

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

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São Paulo

19/06/1932

Revista Acrópole

Aparece em: 1971-1980: https://bibfauusp.files. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturabrasileira-1971-1980.pdf

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Revista A Casa; Revista Acrópole;

Brasileira, Recife

1957

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Não

Mênia Giske Zaicaner

Ed. 228

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Notícia

Revista Acrópole

Aparece em: 1950-1970: https://bibfauusp.files. Um artigo. No link http://anais. wordpress.com/2014/07/c3adndice-de-arquiteturaanpur.org.br/index. brasileira-1950-1970.pdf | 1971-1980: https: php/anaisenanpur/article/view/803/ //bibfauusp.files.wordpress.com/2014/07/c3adndice788 (base principal das informações de-arquitetura-brasileira-1971-1980.pdf anteriores)

Projeto de edificações

Boletim IAB

1956

FONTES | LINKS

“Pequeno prédio de apartamentos” e “Casa para renda” de março/abril de 1939 e “Reforma da fachada e acréscimo de uma garagem” de maio de 1939.

1956

Ed. 208

OBSERVAÇÕES Primeira mulher a formar-se Engenheira Industrial na Argentina. Membro da primeira turma de Urbanismo do Brasil. Sua qualificação em Urbanismo na FNA-UB, garantiu que Adina pudesse atuar e ser reconhecida como profissional em terras brasileiras. | Recortes de jornal apontam-na como "Engenheira Civil", "Arquiteta" e mesmo "Decoradora". | Atuou ainda, fora do campo do urbanismo, como modelo | Professora de Planejamento e Urbanismo em Escola de Administração Pública (IBAM) | Professora de Pesquisa em Equipamento Social no curso de Planejamento Físico no IABGB | Coordenadora das pesquisas urbanísticas para obras em GB.

CITAÇÕES NO ÍNDICE DE ARQ. BR.

Notícia

Ed. 252

1958

FAUUSP, 1972

Projeto autoral

Ed. 172 Ed. 190

Ed. 231

Faculdade de Belas Artes de São Paulo, 1953,

São Paulo

Carmen Velasco Portinho Ed. 203

Revista Acrópole

Artes Plásticas

“Sobre Design Belas Artes: um pensamento.” (publicado em 2001, sem informações); “A cor: O sensível e o racional” (texto de A) Interpretação do Significado de entrevista em 1999, sem informações); “Paisagens e Cores: Imaginários Naturais e Criados” (publicado em 1996, no periódico Cadernos Módulo/Cor: contribuição ao estudo da Paisagem Paisagens 1, da UNESP); “Vila Penteado, O Manifesto” (Publicado em 1995, na Revista PÓS, da FAU.USP); “Urban Visual cor e sua aplicação na programação de Culture-Typology Of Habitats Of The Periphery Of Sao Paulo” (publicado em 1985, por Perception Researches, Tucson/ USA); “A mensagens visuais. (Doutorado | Comunicação Visual Como Tecnologia Educacional: Uma Proposta Didatica de Projeto” (publicado pela FAUUSP, em 1984 - sem Orientação de Lucio Grinover, em maiores informações); Especialização em Metadesign pela 1972). | B) "Espaço;cor, unidade de “Mensagens Visuais Integradas: Arquitetura e Cidade.” (publicado em 1983 pela FAUUSP, sem maiores informações); “Poéticas visuais: FAUUP(1965), especialização em comunicação: estudo da indagação e criatividade. Desenvolvimentos experimentais.” (Publicado em 2006, no livro “Arte Brasileira: interfaces para a Introdução à Teoria da Comunicação interdependência perceptivocontemporaneidade”, organizado por Elza Ajzenberg); “Comunicazione ambientale e percezione dell’ambiente urbano. Proposta di pela FAUUSP(1966), comunicativa entre as linguagens do ricerca integrata.” (publicado no livro “Ecologia urbana applicata alla città di Roma” , organizado por Profa. Dra. Mirilia Bonnes, pela espaço e da cor, para metodológicos de Università degli Studi di Roma La Sapienza, em 1987); “Sistemáticas para metodologia de planejamento de assentamentos humanos.” programação visual da mensagem (publicado em 1985, no livro “Tecnologias Apropriadas para Assentamentos Humanos”, organizado pelo Dr. Lucio Grinover); “A cor, o ambiental. (Tese de Livre Docência | em sensível e o racional.” (publicado em 1999, por Design - Belas Artes - sem maiores informações); “Montevideo: UNESCO / ROSTLAC 1979). (Regional Office for Science and Technology for Latin America and the Caribbean)” (publicado em 1984, sem maiores informações);

CITAÇOES EM TEXTOS E TESES

PESQUISAS SOBRE

Texto autoral

1952

1959

-

não, faleceu em 21/05/2006

Arquitetura e Urbanismo (doutorado, FAUUSP) | Livre Docência em 1979 | Pós doc. ( pós-doutorado pelo Politecnico di Torino e pela Università La Sapienza)

Ed. 208

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

PREMIAÇÕES?

Boletim IAB

Mênia Giske [Zaicaner]

Maria Laura Osser

PROJETOS | ATIVIDADES

1958

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

ESCRITÓRIO DE ATUAÇÃO

Ed. 238

Ed. 243

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

FONTE DA MENÇÃO

Carmem Portinho

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE INFORMAÇÕES

VIDA PESSOAL

ANO DA MENÇÃO

Clube Militar (1960; com Ester Kercbian

W W

W W

W

W

W



TABELA B. CHEIOS E VAZIOS NOME ENCONTRADO

Adina Mera Alice Costa Imparato Carmem Portinho Clementina Delfina Antonia de Ambrosis Daisy Hoffenberg / Daisy Igel Dinaht Ramalho Cruz Edna Dutra Élide Monzegllio Elizabeth de Souza Reis Ellida Francisca Esch Engert Else Saft-Theilheimer Frejda Blinder Schenkman Francisca Franco da Rocha Gerda Biassutti Delecave Giacinta Palmieri Giuseppina Pirro Heleny Albuquerque Marques Lins Hiroko Kawaschi Lina Bo Bardi Luzia Helena Carlos de Oliveira Lygia Fernandes Lysette Machado Ferreira Maria Adelaide Rabelo Albano Maria Aparecida da Costa França Maria do Carmo Novaes [Schwab] Maria Laura Osser Maria Lucia de Paiva Castro Maria Lucia Mota de Athayde Maria Tereza Barros Camargo Marlene Picarelli Mênia Giske [Zaicaner] Miranda Maria Martinelli Odiléa Helena Setti Toscano Paola Pestalozzi Regina Zonta Rosa Kliass Stefani Brigitte Erdelyi Suelly Antunes Mary Suzan Osborn Valéria Piacentini Cirell Vera Fabrício Zelia Barreto de Almeida

NOME OFICIAL

NACIONALIDADE

DATA DE NASCIMENTO

PARENTESCOS

MATRIMÔNIO

ESTÁ VIVA?

GRADUAÇÃO

LOCAL E ANO DE GRADUAÇÃO

PÓS GRADUAÇÃO

ANO - PÓS GRAD.

OUTROS CURSOS E QUALIFICAÇÕES

PESQUISAS AUTORAIS

TEXTOS

CAMPO DE ATUAÇÃO PRINCIPAL

CAMPO DE ATUAÇÃO SECUNDÁRIO

DOCÊNCIA

INSTITUIÇÕES DE ATUAÇÃO

PARCERIAS

ESCRITÓRIO DE ATUAÇÃO

PROJETOS | ATIVIDADES

PREMIAÇÕES?

EXISTEM PESQUISAS SOBRE?

OBSERVAÇÕES

CITAÇÕES NO ÍNDICE DE ARQ. BR.

CITAÇOES EM TEXTOS E TESES

FONTES



GRÁFICOS Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

Fonte das menções

Menções ano a ano

Título do Gráfico

Tipo de menções colaboração traduções propaganda 2 (2%) 1 (1%) 7 (8%)

texto autoral

10 (11%)

boletim IAB 40 (43%)

notícias

revista acrópole 53 (57%)

50 (54%)

projeto autoral

22 (24%)

REVISTA ACRÓPOLE

BOLETIM IAB

O gráfico apresenta a quantidade de menções encontradas na Revista Acrópole e no Boletim IAB. Os dados são bastante próximos, mas não necessariamente comparáveis, já que o Boletim IAB passa a ser publicado somente a partir de 1954. O gráfico seguinte nos permite avaliar essa relação ao longo dos anos.

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

O gráfico apresenta a relação entre as menções ano a ano na Revista Acrópole e no Boletim IAB. É possível notar que, com a inserção do Boletim no periódico, a partir de 1954, o número de menções às mulheres aumenta. Este dado demonstra como a representação feminina no periódico se entrelaça muito mais aos noticiários (foco principal do Boletim IAB) e menos à veiculação de produção projetual (foco da Revista Acrópole).

NOTÍCIA

PROJETO AUTORAL TEXTO AUTORAL

PROPAGANDA COLABORAÇÃO TRADUÇÃO de menções O gráfico apresenta os tipos encontradas. Foi mais comum encontrar nomes vinculados às notícias do campo profissional, sobretudo em informações institucionais. Entre projetos autorais, somente um foi exclusivo de uma mulher. Os outros vinte e dois, associavam-se à homens. Por outro lado, a questão da colaboração se apresentou de modo tímido, devido a não menção dos autores aos colaboradores.

45


GRÁFICOS Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela.

Década de nascimento

Nacionalidade

1910-1914 1900-1904 1 (2%) 1 (2%) 1915-1919 2 (4%) 1920-1924 3 (6%)

Pós graduação

Título do Gráfico

HungriaArgentina 1 (2%) 1 (2%) Polônia 2 (5%) Itália

sim 7 (17%)

3 (7%)

1925-1929

6 (11%)

Brasil 19 (44%)

s/ informação

1930-1934

32 (60%)

8 (15%)

s/ informação

17 (40%)

s/ informação 35 (83%) 1900-1904

1910-1914

1915-1919

1920-1924

1925-1929

1930-1934

sem informação

O gráfico apresenta as décadas de nascimento predominantes entre as arquitetas. Com a questão das lacunas em aberto, não foi possível confirmar as datas de nascimento da maioria das arquitetas.

46

Brasil

Sem Informação

Itália

Polônia

Hungria

Argentina

O gráfico apresenta a nacionalidade predominante entre as arquitetas. Com ele, é possível analisar a porcentagem de brasileiras e imigrantes, dente as arquitetas cuja informação foi acessada.

Sim

Sem informação

O gráfico apresenta quantas arquitetas concluíram algum curso de pós graduação. Foi considerado, neste caso, o curso de Urbanismo da Faculdade Nacional de Arquitetura (que em determinado período era desvinculado à arquitetura), mestrado e doutorado.

arquitetas em revista: um ensaio metodológico


GRÁFICOS Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

Campos de atuação

Local de atuação

Inf. Urbana decoração Com. Visual 1 (2%) 1 (2%) 1 (3%) Plan. Urbano

s/ informação

8 (19%)

3 (7%)

Atuação como docente Título do Gráfico

Bahia Espírito Santo 2 (5%) 1 (2%) Pernambuco

s/ informação

7 (17%)

3 (7%)

sim

Paisagismo

13 (31%)

2 (5%)

projeto de edificações

Artes Plásticas

17 (42%)

2 (5%)

Rio de Janeiro 9 (21%)

Rio Gde. do Sul

1 (2%)

s/ informação

19 (44%)

14 (34%)

Bahia

O gráfico apresenta os campos de atuação predominante entre as arquitetas. Projeto de edificações recebe destaque, respondendo que, ainda que esta seja uma área predominantemente masculina na década de 1950, muitas mulheres aderiram ao campo, contrariando assim um suposto fluxo de inserção feminina em áreas mais poéticas da arquitetura. *** Conforme os dados encontrados na Hemeroteca Digital Brasileira.

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

22 (52%)

São Paulo Bahia

Espírito Santo

Pernambuco

não Rio de Janeiro

Rio Grande do Sul

São Paulo

Sem informação

O gráfico apresenta os locais de atuação predominante entre as arquitetas. O eixo Rio - São Paulo aparece evidenciado, sobretudo por concentrar as escolas de arquitetura, mas também por serem centros urbanos importantes para a profissão à época. A década foi marcada pela dispersão dos arquitetos pelo território brasileiro, o que não parece ser o caso das mulheres arquitetas por questões que serão aprofundadas adiante. De todo modo, as regiões que aparecem como locais de atuação, parecem estar ligadas com o fato de essas arquitetas já possuírem um vínculo com o local.

Sim

Não

Sem informação

O gráfico apresenta a porcentagem de arquitetas que optaram pela atuação acadêmica associada, ou não, à arquitetura.

47


GRÁFICOS Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

Menções em textos

Pesquisas

Título do Gráfico artigos 4 (7%)

múltiplos 5 (9%) tese de doutorado 4 (7%)

sim

47,60%

não

52,40%

não 45 (77%) sim

não

O gráfico apresenta quantas arquitetas já foram mencionadas em textos. Esse dado nos leva à reflexão sobre a perspectiva de informações disponíveis sobre cada uma, ou mesmo sobre pesquisas já realizadas.

48

Artigo

Múltiplos

Tese de doutorado

Não

O gráfico apresenta quantas arquitetas já foram personagem de pesquisa em artigos, iniciações científicas, dissertações ou teses. Assim como no gráfico anterior, esse dado nos leva à reflexão sobre a perspectiva de informações disponíveis sobre cada uma, ou mesmo sobre pesquisas já realizadas.

arquitetas em revista: um ensaio metodológico


Da isy I

ge

lH of

fen

be r

g

Fanny Blinder Schenkmann

Maria do Carmo Novaes Schwab

Giuseppina Pirro

Campos de atuação predominantes entre as arquitetas Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

Heleny de Albuquerque M. Lins

MAPEAMENTO

Vera Fabrício de Carvalho

Projeto de Edificações

Elizabeth de Souza Reis

Maria Thereza B. de Camargo

Paolla Pestalozzi

Cenografia

i

el

ar

Zo a gin Re

Pic

tti

ssu

Valeria Piacenttini Cirell

Lysette M. Ferreira

Infraestrutura Urbana

Mênia Giske Zaicaner

e

Bia

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

Maria Lucia de Paiva Castro

Decoração

Odiléa Helena Setti Toscano Suzana O. Coelho Cardozo

len

s

Campo de Atuação Arquitetas

rda

ias Kl

Élide Monzeglio

Comunicação Visual

Adina Mera

Miranda Magnoli sa

LEGENDA

ar

Planejamento Urbano

Ro

Projeto de Urbanismo

M

Clementina D. A. de Ambrosis

Ge

Maria Laura Osser Carmem V. Portinho Lygia Fernandes

nt a Francisca Franco da Rocha

Lina Bo Bardi

Artes Plásticas

Projeto de Paisagismo 49



Graduação

Graduação

as su tti ia Bi

nc

oc ê

er da G

Facoltá di Architettura da Università degli Studi di Roma

FAU USP

Fundadora

re to ra Di

a T. Ra du mos aç ão ra G

gu an ha r Ja

Arquiteta

Fu Engenheira nd ad or a

Élide Monzeglio

Élide Monzeglio

Graduação

Docência

Politecnica de Milão

Autora frequente

R. Acrópole

Francisca Franco da Rocha

FAU MACK

Lina Bo Bardi Graduação

Graduação

Alice Costa Imparato

Regina Zonta

Graduação

Graduação

Professora assistente

M (19embr 54 o d -19 e g 56 est ão )

SICOP

Giacinta Palmieri Graduação

Instituto de Design de Berkeley / Illinois Institute of Tecnology

Graduação

Instituto de Belas Artes (UFRGS)

Sindicato dos Arquitetos de Pernambuco

Academia / Faculdade de Belas Artes de São Paulo

Hiroko Kawaschi Graduação Luzia Helena Carlos de Oliveira Graduação | Docência Friejda Blinder Schenkmann

Rosa Kliass Graduação

Arquiteta

Graduação | Docência

ta

e

i el ar cia Pic ên oc |D

ão aç

len

ria giá

ar Arquiteta

Paisagista

Urbanista

Setor de aprovações / Subprefeituras Prefeitura Municipal de SP

Es

M

du ra G

Miranda Magnoli

ta

Graduação | Docência

gis

Odiléa Toscano Graduação | Docência

isa

Pa

es

Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas

Fundadora

Instituto Bardi

Escola Superior de Desenho Industrial Daisy R. I. Hoffenberg Docente

ta

DHP Prefeitura de RJ

Fundadora

uite

Prefeitura de RJ

Dep. de Parques e Jardins de RJ

Vera Fabrício Carvalho

Dir. Obras e Viação Prefeitura de RJ Ass. Br. de Engenheiras e Arquitetas Federação Br. pelo Vice-pres. Progresso Feminino

ra to re Di Engenheira

ta

ite

qu

Ar

Sem informação

Membro de gestão (1956, IIAB-PE)

Graduação

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

rt A s la o Be uc de b la am co ern Es o P d

Instituições Arquitetas

Graduação

Arq

Graduação | Docência

Mênia Giske Zaicaner Maria Lucia M. Athahde

Sueli Antunes

Graduação

LEGENDA

Graduação

Graduação

Heleny Albuquerque M. Lins

Graduação

Graduação Paola M. T. Pestalozzi

R. A Casa

ra

ito

Ed

Membro de gestão (1951-1954)

Sem Informação

Lygia Fernandes

ra

ito

IAB

ra

ito

Ed

Graduação

Ed

Docência

R. L’Architecture D’Aujourd’hui

Correspondente internacional

Membro de gestão (1957, IAB-PE)

Ca

cia

n ro Pir cê a Do pin o | p ã e ç ius a G adu r G

Membro de gestão (1955)

Maria Lucia de P. Castro

Fundadora

MAM Bahia

Graduação

R. de Arquitetura

FAU UFBA

Sem Informação

|D

o çã ua ra d

Graduação

ho rtin Po ção em dua rm ra G s Pó

R. Pilotis Escola de Belas Artes da Bahia

Fundadora Maria T. de B. Camargo

CEHAB-RJ

Revista Habitat

Docência

Maria do Carmo N. Schwab Graduação

Zelia Barreto Graduação

ENBA Universidade do Brasil

Ellida Francisca Engert Rizzo

Correspondente (1949 - 1950)

Elizabeth de Souza Reis

U Be niv nn ers et id t ( ad RJ e )

Docência

Docência

Graduação

G

Maria Adelaide Rabelo Albano

Maria Laura Osser

Fundadora

Docência

Liceu Artístico de Roma

U Sa niv nt ers a id Úr a su de la (R J)

CEPAM

SAGMACS Adina Mera

Pós Graduação Clementina de Ambrosis

IBAM Faculdade Nacional de Arquitetura

ia

Docência

Relações entre instituições e arquitetas Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

ênc

Docência

Doc

MAPEAMENTO

Escritório de Vilanova Artigas

Convênio Escolar Prefeitura de SP

Schneider Childrens Hospital

SVMA | DEPAVE Prefeitura de SP

51



MAPEAMENTO

Arquiteta Artista

Valeria Piacentini

Estúdio Lina Bo Bardi

Escritórios

Arquitetas

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

Escritório de Abelardo de Souza

Escritório do Arquiteto Marcos Domingues

Escritório de Francisco Matarazzo Neto Escritório de Mies Van Der Rohe

Alice e Dario Imparato Arquitetos

Arquiteta Fundadora

Escritório de Rosa Kliass Planejamentos e Projetos

LEGENDA

Desenhista

Maria Adelaide Rabelo Albano Arquiteta - sócia

Rosa Kliass

Maria Laura Osser Arquiteta

Escritório de Henrique Mindlin

Suzana Coelho Cardozo Arquiteta - sócia

Estagiária Estagiária

Studio Palma

Roberto Coelho Cardozo e Suzana Osborn Coelho Cardozo Arq. Paisagistas

Estagiária

Arquiteta

Planar Planejamento Assessoria Arquitetura

Lygia Fernandes Arquiteta

Pires e Santos S.A.

Estagiária

Arquiteta

Lina Bo Bardi Arquiteta

Ellida Francisca Esch Engert

Friejda Blinder Schenkmann Estagiária

Escritório de Eduardo Corona

Escritório de Lucjan Korngold

Escritório de Vilanova Artigas

Menia Giske Zaicaner Arquiteta

Miranda E. M. Magnoli Estagiária

Odiléa Helena Satti Toscano Arquiteta

Heleny de Albuquerque Marques Lins Arquiteta-sócia

João Walter Toscano Arquitetos Associados

Escritório de Arquitetura Arquiteta Vera Fabrício de Carvalho

Vera Fabrício de Carvalho Arquiteta

Elizabeth de Souza Reis Arquiteta - sócia

Escritório Técnico de Construção Elizabeth e Flávio Souza Reis

MMM Roberto Arquitetos Associados

Escritório de Arquitetura Walter & Paola Pestalozzi

Elizabeth de Souza Reis Arquiteta - sócia

Relações entre escritórios privados e arquitetas Desenvolvidos a partir das informações compiladas na tabela

Alice Costa Imparato Arquiteta - sócia

Daisy Igel Hoffenberg Arquiteta

Gandolfi & Viganó

Giacinta Palmieri Arquiteta

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06 VERBETES



VERBETES Para o desenvolvimento dos verbetes, selecionei cinco nomes com intuito de compreender a estruturação de uma análise individual para cada trajetória e como seria possível organizar e analisar as informações coletadas, sistematizadas anteriormente em planilha. Ressalto que, dado o curto espaço de tempo para desenvolvimento do trabalho de curso e da longa dedicação para desenvolver cada verbete, não seria possível redigir um texto para cada arquiteta. Como se trata de um ensaio de método, tampouco chegou a ser minha intenção. Por isso, decidi, juntamente à banca de qualificação, que redigir o texto para cinco arquitetas seria suficiente para demonstrar a viabilidade para futuras pesquisas. Reforço que a tabela de informações pode ser vista como o principal produto gráfico deste trabalho, afinal, a partir dela, será

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

possível extrair as informações essenciais de cada arquiteta, para que outros pesquisadores desenvolvam análises individuais de cada uma, bem como complementem com a pesquisa em outras bases documentais. As arquitetas foram selecionadas a partir da filtragem da tabela, considerando, sobretudo, àquelas cujas lacunas aparecem mais preenchidas. Adotei esta seleção para facilitar a apresentação de um verbete mais próximo do completo, que possibilite o entendimento dos métodos para que em um futuro, possam mesmo utilizar desta mesma estrutura de verbete para a redação similar de outros nomes que aparecem nesta tabela. Para tanto, os nomes escolhidos foram: Clementina Delfina Antonia de Ambrosis; Élide Monzeglio; Gerda Biassutti; Lygia Fernandes; e Vera Fabrício de Carvalho. Não por acaso, estes nomes representam diferentes campos de atuação, como veremos. Busquei, em cada um dos verbetes, me aprofundar um pouco além da elaboração da tabela, nas informações encontradas. Ressalto, porém, que sendo um ensaio de método, este é um trabalho que foi se construindo paulatinamente, assim, os limites de cada passo foram sendo colocados bem como as bifurcações de caminho. No caso

dos verbetes, este foi o primeiro passo pós formação da tabela. Escolher ficar nos cinco verbetes, foi uma decisão tomada por saber que seria inviável continuar fazendo um verbete para cada arquiteta no presente trabalho. Por isso, houve a necessidade de repensar estes verbetes, e uma decisão de pensar essa sedação entre os entrelaçamentos dessas mulheres. Por isso, sugiro a possibilidade de repensar os verbetes como uma redação mais coletiva e não individual de fato. A seguir, apresento a estrutura final estabelecida para o desenvolvimento dos verbetes, com campos determinados como resultante das colunas desenvolvidas na tabela principal de informações. Nome: [nome de nascimento] [nome de casamento] [outros registros e grafias] Nasceu em: xx/xx/xxxx – País, cidade Faleceu em: xx/xx/xxxx – País, cidade Campo de atuação: Parágrafo geral: Projetos (mencionando parcerias): Escritos (mencionando parcerias): Fontes de pesquisa: Iconografia:

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CLEMENTINA DELFINA ANTONIA DE AMBROSIS Nome: Clementina Delfina Antonia de Ambrosis [nome de nascimento] (Não foram encontradas alterações ou diferentes grafias para seu nome) Nasceu em: 1928 - Itália, Laveno-Mombello Faleceu em: 2018 - Brasil, São Paulo Campo de atuação: Planejamento Urbano

Figura 5. Clementina Delfina Antonia de Ambrosis, já aposentada. A foto faz parte do acervo pessoal de suas amigas e utilizada no obituário da Folha de São Paulo. Fonte: Neves (2018; in Obituário, Folha de São Paulo).

58

Nascida em 1928, em Laveno-Mombello, uma comuna na região da Lombardia da Itália, Clementina Delfina Antonia de Ambrosis chegou ao Brasil, especificamente em São Paulo, três anos após seu pai ser convocado para atuar nas Indústrias Matarazzo para ensinar pintura em cerâmica. No entanto, não sabemos sua idade de chegada ao Brasil, nem a data exata. Pela profissão do pai, podemos pensar que Clementina esteve em contato com as artes desde sua infância e isso pode justificar sua escolha pela arquitetura. Cursou, no Rio de Janeiro, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Estima-se que sua formatura

ocorreu na segunda metade da década de 1950, já que, de acordo com Tamari (2018), estagiou entre 1953 e 1955 na Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais (SAGMACS), um escritório interdisciplinar responsável por projetos e estudos sobre planejamento do desenvolvimento urbano e regional (Derenzo, 2012). Esse interesse de Clementina pelo campo do planejamento urbano seguiu durante toda trajetória profissional, na qual pode-se destacar a sua atuação no Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (CEPAM), instituição que buscava auxiliar municípios do Estado de São Paulo nas questões de gestão e desenvolvimento de políticas públicas. Lá, Clementina atuou como docente e superintendente realizando pesquisas, planos e oferecendo capacitações sobre o tema. Em 1974, Clementina foi a única mulher participante do curso de curta duração sobre “métodos de planejamento” no Departamento de Desenho Urbano da Universidade de Edimburgo, ao lado de outros cinco brasileiros. São eles: Valdir Vacari (arquiteto do Banco Nacional da Habitação); Paulo Amaro Cassunde (engenheiro e funcionário da Universidade Federal do Pernambuco); Heraldo Santos Dutra

arquitetas em revista: um ensaio metodológico


(sociólogo de Belo Horizonte e da Fundação João Pinheiro); Mário Franzolin (economista de Santos, funcionário da PRODESAN - Progresso e Desenvolvimento de Santos); e Marcos Mayerhofer Rissin (arquiteto no Instituto Brasileiro de Administração Municipal). Clementina participou regularmente de congressos e seminários, majoritariamente focados nas questões do planejamento e desenvolvimento urbano com ênfase no municipalismo, nos quais frequentemente representou o CEPAM. Em 1964, ao lado de Antonio Antunes, Haron Cohen, Jorge Wilheim, Rosa Kliass e Waldemar Cordeiro, constituiu a comissão organizadora do Seminário “O Homem e a Paisagem Paulistana” (São Paulo), promovido pelo IAB-SP. Além desse evento, podemos citar sua participação no I Congresso Goiano de Municípios (Goiânia, 1969) com uma aula sobre planejamento local integrado, também apresentada no I Reunião Regional de Prefeitos e Vereadores (Bragança Paulista, 1969); na IX Reunião Regional de Prefeitos, Vereadores e Funcionários Municipais (Registro, 1970) onde apresentou um documentário sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado ao lado de Antônio Cláudio Moreira Lima e Moreira e debateu a Lei Orgânica de Municípios; no Seminário “A

arquitetas em revista: um ensaio metodológico

Prefeitura e o Distrito Industrial” (1971) no qual colaborou com um estudo sobre a cidade industrial de Cubatão; no I Encontro Nacional das Entidades Municipais de Planejamento e Serviços Urbanos (São Paulo, 1972), no qual compôs a mesa de encerramento com Cláudio Moreira ao redor do tema “Cadastro Técnico”; no Seminário Regional: Litoral Norte (Ilhabela, 1975). Ministrou uma aula para novos prefeitos sobre “Planejamento Local Interno” no Seminário sobre Administração e Desenvolvimento Municipal (1977). Por fim, em âmbito internacional, fez parte da comissão brasileira do XII Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos (Madrid, 1975). Membra de equipes que propuseram planos diretores e projetos urbanísticos, Clementina contribuiu fortemente em discussões sobre o planejamento de diversas cidades do Estado de São Paulo, atuando na área até seus últimos anos de vida, com destaque para sua colaboração no desenvolvimento do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo de 2014. Ao longo de sua trajetória, foi autora dos textos “O Problema da Habitação” (1956), “O Humanismo Prevaleceu” (1976) e “O Solo Criado” (1977; escrito em parceria com Domingos Theodoro de Azevedo Netto, Antônio Cláudio Moreira

Figura 6. Recorte da ed. 16 da Revista de Arquitetura, de 1977, com o texto “O Solo Criado” de Clementna D. A. de Ambrosis. Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/142328/6038>

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Lima e Moreira e Dalmo do Valle Nogueira Filho), dentre outros, que apresentam seu pensamento sobre planejamento urbano, nos quais problematiza a ausência de poder público no enfrentamento às demandas de serviços básicos para a população, e sai em defesa do “bom desenvolvimento urbano”, desde a questão de uso do solo até a garantia habitacional universal. Sem filhos, a arquiteta foi companheira de Leonardo Morolli, também arquiteto, com quem conviveu até seus últimos dias de vida no litoral de São Paulo. Clementina Delfina faleceu em 2018, aos 89 anos, vítima de insuficiência cardíaca. Projetos: Estudo e Planificação da Cidade de Ourinhos (1957, com Antônio Bezerra Baltar); Plano Urbanístico Básico para São Paulo (1960); Plano Diretor Estratégico para São Paulo (2002); Promorar de Manaus (data não encontrada; Clementina atuou como coordenadora de equipe; sem mais informações). Não foram encontrados outros projetos. Escritos: “O Problema da Habitação” (publicado em “Revista A Ordem, vol. VI, n° 2 de agosto de 1956, p. 51”); “O Humanismo Prevaleceu” (1976).

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“O Solo Criado” (1977; com Domingos Theodoro de Azevedo Netto, Antônio Cláudio Moreira Lima e Moreira e Dalmo do Valle Nogueira Filho);

Referências Bibliográficas: AMARANTES Reune os Prefeitos. A Tribuna, São Paulo, ano 1970, n. 00258A, 25 jan. 1970. 2º Caderno, p. 11-11. AMBROSIS, CLEMENTINA DELFINA ANTONIA DE. O Problema Habitação. A Ordem, Rio de Janeiro, ano 1956, v. LVI, n. 02, p. 51-52, 1 ago. 1956. CONGRESSO Panamericano de Arquitetura e Urbanismo. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, ano XXVI, n. 10.267, 26 abr. 1956. 2ª Seção, p. 10. DOCUMENTOS. Revista de Arquitetura, Rio de Janeiro, ano 16, n. 16, p. 7, jan. 1977. FRANÇA, Jan Devonec. Carta Aberta aos Arquitetos do XII Congresso Nacional da UIA: Criatividade Básica. Revista da Arquitetura, Rio de Janeiro, ano 1975, n. 9, p. 78-79, 5 out. 1975. GOVERNO faz reunião de prefeitos. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, n. 23549, p. 10, 22 jan. 1970.

Figura 7. Recorte da ed. 16 da Revista de Arquitetura, de 1977, com o texto “O Solo Criado” de Clementna D. A. de Ambrosis. Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/142328/6038>

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GOVERNO precisa e deve ajudar a Baixada. A Tribuna, São Paulo, ano 1971, n. 8, 2 abr. 1971. 1º Caderno, p. 7-7. MAURÍCIO, Jayme. Itinerário das Artes Plásticas: O Homem e a Paisagem Paulistana. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano 1964, n. 21.950, 23 out. 1964. 2º Caderno, p. 2-2. MEMORANDO. Revista de Arquitetura, Rio de Janeiro, ano 16, n. 16, p. 3-5, jan. 1977. MORTES: urbanista, herdou o dom e o gosto pelo belo. Folha de São Paulo, [S. l.], 28 mar. 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol. com.br/cotidiano/2018/03/mortes-urbanistaherdou-o-dom-e-o-gosto-pelo-belo.shtml. Acesso em: 20 abr. 2022. NETTO, Domingos Theodoro de Azevedo. Experiências similares ao solo criado. Revista de Arquitetura, Rio de Janeiro, ano IV, n. 16, p. 44-54, jan. 1977. O PLANEJAMENTO Ideal, no fim do I Encontro. A Tribuna, São Paulo, ano 1972, n. 00153, p. 3232, 26 ago. 1972. O SOLO criado. Revista de Arquitetura, Rio de

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REFORMULAÇÃO do Código de Obras em São Vicente. A Tribuna, São Paulo, ano 1979, n. 137, p. 6-6, 9 ago. 1979. REFORMULAÇÃO do Código de Obras em São Vicente. A Tribuna, São Paulo, ano 1979, n. 137, p. 6-6, 9 ago. 1979. RONALDO propõe trabalho comum no encontro com os prefeitos. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 150, n. 90, p. 10, 18 jan. 1977. ROTATIVIDADE, obstáculo também a desconcentração. Jornal da República, Rio de Janeiro, n. 22, p. 10, 20 set. 1979. SÃO Paulo é uma cidade desumana: Mas pode “modelar-se”, segundo o padre Lebret. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, ano 1958, n. 2.485, p. 21-21, 10 mar. 1958. SÃO Paulo tem Seminário Municipal. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, n. 23542, p. 9, 14 jan. 1970. SEOESP poderá ajudar na reconstrução das casas: Entidade dos morros. A Tribuna, Santos/ SP, ano 1979, n. 270, p. 8-8, 20 dez. 1979.

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STIPANICH, Darcy; GIAXA, Arnaldo. CEPAM mostra a Prefeitos como elaborar Plano Diretor: Foguete de 5 Estágios. A Tribuna, São Paulo, ano 1970, n. 261, p. 32-32, 29 jan. 1970. TAMARI, Gabriela Tie Nagoya. Paisagismo e urbanismo: disciplinas femininas e feministas? In: V ENANPARQ, 2018, Salvador, Bahia. Anais do evento [...]. [S. l.: s. n.], 2018. Tema: História e teoria da arquitetura, da cidade e do urbanismo, s.p. Disponível em: https://www.academia. edu/43872741/Paisagismo_e_urbanismo_ disciplinas_femininas_e_feministas. Acesso em: 20 abr. 2022. URBANISTAS brasileiros fazem curso na Escócia. O Fluminense, Rio de Janeiro, n. 21680, p. 12, 3 mai. 1974. USO do solo debatido com técnicos do CEPAM. A Tribuna, São Paulo, n. 213, p. 6, 24 out. 1980. VILA defende Liderança em Anápolis. Correio Brasilense, Brasília/DF, ano 1969, n. 2.912, p. 2222, 15 jun. 1969. XII Congresso Mundial da UIA: A Participação Brasileira. Revista da Arquitetura, Rio de Janeiro, ano 1975, n. 9, p. 8-8, 5 out. 1975.

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ÉLIDE MONZEGLIO Nome: Élide Monzeglio [nome de nascimento] (Não foram encontradas alterações ou diferentes grafias para seu nome) Nasceu em: 19/04/1927 - Sem informação Faleceu em: 21/05/2006 - Sem informação Campo de atuação: Artes Plásticas | Acadêmico

Figura 8. Élide Monzeglio Fonte: Dias (2015; p. 67).

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Formada em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes de São Paulo, em 1953, Élide Monzeglio se aproximou da arquitetura através de sua prática docente no campo da plástica e da estética. De acordo com Dias (2015, p. 67), a sua trajetória sempre esteve conectada com o campo artístico, tendo feito diversos cursos livres como “História da Arte” no Museu de Arte Moderna de São Paulo e “Plástica e Composição” ministrado pelo professor Caetano Fraccaroli e “Estética” no Centro Acadêmico de Belas Artes. Provavelmente no início de sua trajetória, Élide atuou como desenhista técnico-científica em uma clínica ortóptica, onde também cursou

“Conhecimentos de Óptica e Fisiologia da Percepção”. Em 1956, Élide foi indicada por Zenon Lotufo para o cargo de instrutora na disciplina de “Desenho Arquitetônico” da FAUUSP, porém o processo foi indeferido. Em 1958, ingressou na instituição como docente após indicação do professor Ernest de Carvalho Mange, ocupando o cargo de professor assistente da disciplina de “Desenho Artístico”. Na década de 1960, após a reforma do ensino na FAUUSP, Élide permaneceu como docente, ministrando a disciplina de “Comunicação Visual I” até 1970, quando, de acordo com Dias (2015), a mesma passou a se chamar “Expressão e Representação I”. Além da atuação específica em disciplinas do curso de arquitetura, Élide ainda ministrou cursos de curta duração sobre “Luz e Cor” entre os anos de 1992 e 1993, não se tem a informação da instituição onde ministrou os cursos. A docente desenvolveu os materiais didáticos para suas disciplinas, o que denota a provável ausência de literatura especializada em sua área de atuação. Já como docente, em 1973, Élide defendeu na FAUUSP sua tese de doutorado intitulada “Interpretação do significado módulo/ cor”, orientada por Lúcio Grinover e, em 1979, defendeu, na mesma universidade, sua tese de

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livre docência intitulada “Espaço/Cor, unidade de comunicação”, que recebeu “Menção de Louvor”. Em 1985, cursou seu primeiro pósdoutorado na Facoltà di Architettura da Politécnico di Torino e, em 1991, seu segundo pós-doutorado no Istituto di Psicologia na Università degli studi di Roma la Sapienza. Paralelamente à sua atuação docente, Élide foi editora da Revista Sinopses da FAUUSP. Regularmente, além dos textos editoriais, a docente produziu resenhas e prólogos de textos dentro do seu campo de atuação. Seus escritos, portanto, expressam um pensamento sobre o modo de lecionar comunicação visual. De acordo com Dias (2015), o objetivo do ensino da disciplina de desenho na FAUUSP era preparar o aluno desde o primeiro contato com a técnica para o então domínio da linguagem tanto como expressão artística como ferramenta técnica da arquitetura. Por isso, a disciplina de Comunicação Visual desenvolvia “a capacidade sensível dos alunos, de percepção e de representação objetiva dessa percepção sensível do arquiteto” (DIAS, 2015, p.68) e assim, ainda que Élide defendesse o uso da experiência manual das técnicas tradicionais (lápis e papel) para estimular a liberdade, utilizavam-se também

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as tecnologias que foram introduzidas com o tempo no curso. Mesmo tendo sua formação em artes plásticas, ao longo de sua atuação docente no campo da arquitetura, Élide adequou seu modo de lecionar relacionando aos temas do cotidiano da profissão. Foi parecerista do CNPQ e da FAPESP, assessora científica nas faculdades de arquitetura e comunicação visual da Universidade Estadual de São Paulo, Universidade Estadual de Londrina e no Politécnico di Torino, na Itália. Recebeu o “Prêmio Destaque em Pesquisa” da Universidade de São Paulo, em 1992. Foi vice-diretora da FAUUSP durante duas gestões (entre 1994 e 1997) e, mesmo após se aposentar em 1997, continuou atuando, até falecer em 2006, aos 79 anos, no Programa de Pós Graduação da mesma instituição. Sobre sua vida pessoal, nada foi encontrado. Escritos: “Sobre Design Belas Artes: um pensamento.” (publicado em 2001, sem informações); “A cor: O sensível e o racional” (texto de entrevista em 1999, sem informações); “ Paisagens e Cores: Imaginários Naturais e Criados” (publicado em 1996, no periódico Cadernos Paisagem Paisagens 1, da UNESP); “Vila Penteado, O Manifesto” (Publicado em

1995, na Revista PÓS, da FAU.USP); “Urban Visual Culture-Typology Of Habitats Of The Periphery Of Sao Paulo” (publicado em 1985, por Perception Researches, Tucson/ USA); “A Comunicação Visual Como Tecnologia Educacional: Uma Proposta Didatica de Projeto” (publicado pela FAUUSP, em 1984 sem maiores informações); “Mensagens Visuais Integradas: Arquitetura e Cidade.” (publicado em 1983 pela FAUUSP, sem maiores informações); “Poéticas visuais: indagação e criatividade. D esenvolvimentos experimentais.” (Publicado em 2006, no livro “Arte Brasileira: interfaces para a contemporaneidade”, organizado por Elza Ajzenberg); “Comunicazione ambientale e percezione dell’ambiente urbano. Proposta di ricerca integrata.” (publicado no livro “Ecologia urbana applicata alla città di Roma” , organizado por Profa. Dra. Mirilia Bonnes, pela Università degli Studi di Roma La Sapienza, em 1987); “Sistemáticas para metodologia de planejamento de assentamentos humanos.” (publicado em 1985, no livro “Tecnologias Apropriadas para Assentamentos Humanos”, organizado pelo Dr. Lucio Grinover); “A cor, o sensível e o racional.” (publicado em

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1999, por Design - Belas Artes - sem maiores informações); “Montevideo: UNESCO / ROSTLAC (Regional Office for Science and Technology for Latin America and the Caribbean)” (publicado em 1984, sem maiores informações); “A cor como elemento da transformação simétrica.” (dissertação de mestrado apresentada à FAUUSP em 1965). “Interpretação dos dipolos dialéticos da teoria da informação na comunicação visual cromática.” (Tese de douturado apresenteda à FAUUSP em 1966); “Espaço/cor, unidade de comunicação” (tese de livre docência apresentada à FAUUSP em 1979);

Referências Bibliográficas: DIAS, Dora Souza. O ensino de comunicação visual na FAU USP: história, implementação e características. 2015. Dissertação (Mestrado em Design e Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. doi:10.11606/D.16.2016. tde-07032016-180008. Acesso em: 2022-0420.

RECADO do Presidente. Correio Braziliense, Brasília, n. 8914, p. 15, 7 set. 1987. PEDROSA, Mário. Representação brasileira na Bienal. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, n. 259, p. 6, 7 nov. 1957.

ELIDE Monzeglio. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: http:// enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa217129/ elide-monzeglio. Acesso em: 18 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. EXPOSTO os melhores cartazes para a Bienal de S. Paulo. A Tribuna, São Paulo, n. 5, p. 7, 31 mar. 1965. KATINSKY, J. R.; SAWAYA, S. B.; CÉSAR, J. C. de O. Élide Monzeglio. PosFAUUSP, [S. l.], n. 19, p. 242-248, 2006. DOI: 10.11606/issn.2317-2762. v0i19p242-248. Disponível em: https://www. revistas.usp.br/posfau/article/view/43476. Acesso em: 20 abr. 2022.

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GERDA BIASSUTTI Nome: Gerda Biassutti [nome de nascimento] Gerda Biassutti Delecave [nome do primeiro casamento] Gerda Biassutti de Vasconcellos [nome do segundo casamento] Gerda Biassuti [outras grafias] Nasceu em: 02/05/1931 - Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil Campo de atuação: Arquitetura | Acadêmico

Figura 9. Gerda Biassutti Fonte: Acervo da família Delecave

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Filha de uma família de imigrantes italianos, Gerda Biassutti nasceu em 1931, no município de Santa Teresa, no Espírito Santo. Cursou Arquitetura na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, onde foi diplomada em 28/02/1956. Depois de formada, seguiu para o campo profissional da arquitetura, trabalhando como autônoma, desenvolvendo projetos como residências unifamiliares e consultórios odontológicos no Estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, não existem materiais que apresentem essa produção, pois, de acordo com a família, a arquiteta descartou seu acervo após sua aposentadoria.

Também atuou como docente na área de Projeto de Arquitetura da Faculdade Nacional de Arquitetura, especificamente na disciplina “Grandes Composições”. Em 1976, Gerda apresentou sua tese de Livre Docência na mesma instituição, que discorria sobre a possibilidade de metodologia de ensino voltada para o Planejamento da Arquitetura, apresentando a proposta de um novo programa para a disciplina, considerando a interdisciplinaridade, métodos de ensino básico, essencial e fundamental, sistematizados a fim de garantir uma formação aos arquitetos que permitiria um enfrentamento da realidade do campo profissional a partir de uma visão ampla, que incorporasse conhecimentos teóricos, práticos, técnicos e culturais. Aposentou-se da instituição em 23/07/1989, aos 58 anos. De acordo com a família, Gerda também atuou como docente nas instituições cariocas Universidade Santa Úrsula e Centro Universitário Bennett. Em 1954 se casou com o então Oficial da Marinha Brasileira, Paulo Delecave, com quem teve filhos e compartilhou a vida por alguns anos. De tal enlace, assumiu o nome Gerda Biassutti Delecave. No ano de 1981, casou-se com seu ex-professor, Ernani Mendes Vasconcellos, arquiteto que gozava de grande

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legitimidade no meio profissional brasileiro, passando então a chamar-se Gerda Biassutti Vasconcellos. Gerda, atualmente com 91 anos, vive na cidade de Ituiutaba, no Estado de Minas Gerais. Escritos: Uma Metodologia para o Curso de Planejamento de Arquitetura (Tese de Livre Docência, FAU-UFRJ, 1976). Referências Bibliográficas: Destaco aqui que a principal fonte deste verbete foi conversa com o neto de Gerda, Jonas Delecave, que gentilmente cedeu informações, via entrevista por e-mail, sobre sua avó. FAHL, Fernanda Alves. Representatividade feminina na arquitetura: modelos para difusão de obras e análise histórica. Trabalho Final de Graduação (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020. FACULDADE Nacional de Arquitetura. Diário de Notícias, [S. l.], n. 8699, p. 16, 4 mar. 1951. Figura 10. Desenho de Edifício Hospitalar, projetado por Gerda Biassutti, quando ainda era graduanda pela FNA-UB. Fonte: Núcleo de Pesquisa e Documentação da UFRJ (disponibilizado para reprodução)

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NO LAR e na sociedade: Casamentos. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, n. 9917, p. 11, 5 mar. 1955.

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LYGIA FERNANDES Nome: Lygia Fernandes [nome de nascimento] (Não foram encontradas alterações ou diferentes grafias para seu nome) Nasceu em: 27/09/1919 - São Luís, Maranhão, Brasil Faleceu em: 2011 – Sem informação Campo de atuação: Projeto de Edificações

Figura 11. Lygia Fernandes Fonte: ESPINOZA; VASCONCELOS (2019)

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Lygia Fernandes nasceu em 1919, no município de São Luís, no Maranhão. Filha de um oficial do exército brasileiro, Lygia morou em diversos lugares do país ao longo de sua infância e adolescência. Ao final da década de 1930, morava na cidade do Rio de Janeiro e, após a transferência de seu pai para Maceió devido ao trabalho, Lygia manteve-se na capital carioca para iniciar seus estudos em Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes. Com a mudança na grade curricular, o curso de arquitetura passou a integrar a então Faculdade Nacional de Arquitetura, e Lygia integrou a primeira turma de formandos da instituição,

no ano de 1945. Sua formação, portanto, se desenvolve em um período de grande debate sobre a modernização da arquitetura e suas várias linguagens possíveis, dentre elas a do modernismo. Ao acompanhar de perto os debates movidos pelo campo profissional daquele momento, Lygia aproximou-se da arquitetura moderna. Ainda estudante, Lygia integrava o conselho editorial da Revista A Casa, ao lado de Alfredo Galvão, Angelo Bruhns, Benjamin da Cunha, E. P. Sigaud, Georgina de Albuquerque, Giuseppina Pirro, Moacyr Fraga, Rafael Galvão e S. Batalha. Ao se formar arquiteta, em 1945, Lygia trabalhou no escritório de Henrique Mindlin, uma experiência sobre a qual pouco se sabe. Tempos depois, após convite do arquiteto, trabalhou com Jorge Machado Moreira no desenvolvimento de projetos hospitalares. Em ambos os casos, apesar de não haver registros, supõe-se que a arquiteta atuou como colaboradora. Em 1948, desenvolveu um projeto para o Concurso do Jockey Clube Brasileiro, localizado no Rio de Janeiro, em parceria com seus colegas de universidade, os arquitetos Giuseppina Pirro, Francisco Bolonha e Israel Correia. Apesar desta atuação inicial em escritórios privados, Lygia optou por se dedicar

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ao serviço público, quando foi nomeada para trabalhar no Departamento de Habitação Popular do Rio de Janeiro, ao lado de Affonso Reidy e Carmen Portinho. Foi chefe do Serviço de Planejamento, setor que trabalhava com o planejamento de residências e conjuntos habitacionais. Em entrevista a Costa (2002), Lygia relatou que, em seus anos de DHP, projetou diversas pequenas residências populares e colaborou com os projetos do Conjunto Pedregulho, o Conjunto Marquês de São Vicente, o Conjunto Paquetá e o Conjunto Gávea, tendo ainda fiscalizado semanalmente as obras. Em 1960, Lygia é transferida para o Departamento de Parques e Jardins e, tempos depois, para o Departamento de Estradas e Rodagem, onde atuou até se aposentar em 1989. Simultaneamente à sua trajetória no serviço público, desenvolveu projetos de modo autônomo. Foi a primeira mulher a ter um projeto autoral e sem parcerias publicado na Revista Acrópole, na década de 1950. Todos os seus projetos dialogam com o ideário e a linguagem da arquitetura moderna, mas também com um momento no qual a prática do projeto de edificações se profissionalizava e se autonomizava da construção, fato que pode ser percebido no rigor e detalhamento de

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seus desenhos, de acordo com Tabosa (2018), que incluíam projetos hidráulicos, elétricos, detalhamentos construtivos, paisagismo, arte dos azulejos e mesmo móveis, em alguns casos, assinados pela própria arquiteta. Apesar de formada e de sua atuação intensa no serviço público do Rio de Janeiro, seus projetos autorais são, sobretudo, na região nordeste do Brasil. Atuou como membra do conselho diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil nas gestões de 1954 à 1955 e de 1955 à 1956, sendo a segunda mulher a fazer parte de uma gestão da instituição em âmbito nacional. Em 1964, Lygia integrou a equipe que representou o Brasil no VII Congresso Panamericano de Arquitetos, ao lado de Rubens de Almeida Serra e Nestor de Figueiredo. Não se tem maiores informações sobre sua vida pessoal. Lygia faleceu em 2011, aos 92 anos.

no Brasil” de Henrique Mindlin); Residência José Lyra (1955; projeto publicado na Revista Acrópole); Residência Paulo Netto (1955; projeto publicado na Revista Habitat); Prédio da Sociedade de Medicina de Alagoas (1956); Projeto de Concha Acústica no Rio de Janeiro (década de 1960); Residência na Tijuca (1949).

Projetos: Concurso do Jockey Clube Brasileiro (1948; em parceria com Francisco Bolonha, Giuseppina Pirro, Israel Correia; projeto publicado na Revista L’Architecture D’Aujourd’hui); Residência de João Paulo de Miranda Neto (1953; publicada no livro “Arquitetura Moderna

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Figura 12. Capa da revista L’Architecture D’Aujourd’hui, apresentando o projeto do Jockey Club Brasileiro, 1948.

Figura 13. Recorte da revista L’Architecture D’Aujoud’hui apresentando o projeto do concurso para o Jockey Club Brasileiro.

Fonte: ESPINOZA; VASCONCELOS (2019)

Fonte: ESPINOZA; VASCONCELOS (2019)

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Figura 14. Recorte da revista L’Architecture D’Aujoud’hui apresentando o projeto do concurso para o Jockey Club Brasileiro. Fonte: ESPINOZA; VASCONCELOS (2019)

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Figura 15. Desenhos técnicos do projeto da Casa de Final de Semana na Tijuca, 1952. Fonte: ESPINOZA; VASCONCELOS (2019)

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Referências Bibliográficas: ENTREVISTA com a Arquiteta Lygia Fernandes, maio 2002. Disponível em: https:// marcosocosta.wordpress.com/2010/12/24/ entrevista-com-lygia-fernandes/. Acesso em: 18 abr. 2022. ESPINOZA, José Carlos Huapaya; VASCONCELOS, Clara Demettino Castro. Lygia Fernandes: Uma arquiteta modernista. In: 13° SEMINÁRIO DOCOMOMO, 13., 2019, Salvador, Bahia. Anais do evento. 2019. Tema: História e Historiografia da Arquitetura e do Urbanismo Modernos no Brasil. Disponível em: https://docomomobase.ufba.br/sites/ docomomobase.ufba.br/files/lygia.pdf. Acesso em: 18 abr. 2022. TABOSA, Mayara. A PRESENÇA DAS MULHERES NA CONSTRUÇÃO DA MODERNIDADE NO BRASIL: UMA NARRATIVA A SER AMPLIADA. Revista FÓRUM PATRIMÔNIO: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, [S. l.], v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://periodicos. ufmg.br/index.php/forumpatrimo/article/ view/34195. Acesso em: 18 abr. 2022.

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VERA FABRÍCIO DE CARVALHO Nome: Vera Machado Fabrício [nome de nascimento] Vera Fabrício Carvalho [nome de casada] (Não foram encontradas alterações ou diferentes grafias para seu nome) Nasceu em: 19/11/1928 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil Campo de atuação: Projeto de Edificações | Acadêmico

Figura 16. Vera Fabrício de Carvalho Fonte: CAU/RS (2013)

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Filha de pais gaúchos, Vera Machado Fabrício nasceu em 1928 na cidade do Rio de Janeiro, onde residia sua família como resultado da atuação de seu pai como médico. Quando Vera completou 12 anos de idade, a família retornou para Porto Alegre, onde a jovem concluiu seus estudos e deu início à sua vida universitária. Em sua juventude, cogitava ser química industrial, mas optou por arquitetura após uma conversa com o escritor Érico Veríssimo, amigo da família, que a incentivou a seguir a profissão. Vera ingressou no curso de arquitetura e urbanismo do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, onde se formou

em 1951 ao lado de Claudio Paulo Walter, Euz Flores Barros, Gustavo Conceição Airosa Muzell, Jerson José Moyer, Léa Maria Bastos de Oliveira (única mulher da turma, além de Vera), Nelson Souza e Osmar Ramires Moreira. A turma já formada, em 1952, realizou uma longa viagem de estudos à Europa acompanhada por Demétrio Ribeiro e Fernando Corona, docentes da instituição. Ao longo de 196 dias, visitaram Portugal, Espanha, França, Suíça e Itália. Em julho de 1955, Vera Machado Fabrício muda seu nome para Vera Fabrício Carvalho, ao se casar com Marcelo Carvalho. Não foram encontradas maiores informações sobre seu casamento ou de sua vida pessoal, mas sabese que sempre houve a consciência de Vera em relação às dificuldades para relacionar a vida profissional e a vida doméstica, que exigia uma organização pessoal rigorosa que possibilitasse tal feito. Em entrevista, apesar de não se aprofundar no comentário, Vera aponta brevemente a importância da colaboração das mães para que as arquitetas conciliassem sua vida pessoal e profissional. Sua atuação principal se deu dentro do campo do projeto de edificações, sobretudo na área hospitalar, como o projeto final do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (iniciado por Jorge Machado Moreira, mas finalizado

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internamente por Vera), provavelmente o encargo que mais recebeu destaque em sua trajetória, o Hospital Mãe de Deus (data não encontrada; Porto Alegre, RS) o Hospital Santa Rita (data não encontrada; Porto Alegre, RS), o Centro de Combate ao Câncer do Complexo Santa Casa (data não encontrada; Porto Alegre, RS). Atuou ainda como parte do Programa de Melhoramento do Ensino Superior, do Ministério da Educação e Cultura, onde colaborou com projetos de hospitais e centros de saúde integrados às universidades, como o Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pernambuco (data não encontrada; Recife, Pernambuco). Simultaneamente à sua atuação como arquiteta, Vera ainda atuou como docente na Escola de Arquitetura de Porto Alegre, parte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lecionando “Geometria Descritiva”. Não se sabe exatamente por quanto tempo a arquiteta atuou como docente, mas, considerando um registro encontrado que aponta que já no ano de 1965 Vera era tratada como professora, supõe-se que sua atuação como docente tenha se iniciado na primeira metade da década de 1960. Sua atuação se contrapõe à modelos historicamente associados à mulher, onde distanciavam-se da técnica e aproximavam-

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se de vertentes da arquitetura consideradas mais poéticas, como o paisagismo e o design de interiores, enquanto Vera seguiu para o desenvolvimento projetos hospitalares, por exemplo, e como docente em uma disciplina matemática. Atuando até o presente momento, Vera Fabrício é a profissional que exerce há mais tempo a profissão no Estado do Rio Grande do Sul, de acordo com os registros do CAU/BR, tendo completado mais de 70 anos de registro na instituição. No ano de 2013, a arquiteta foi premiada na categoria “Arquiteto e Urbanista do Ano - trajetória profissional” pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul. Além desta premiação, foi homenageada pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (SAERGS) e pela Associação dos Arquitetos de Interiores. Projetos: A complementação do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (projeto inicial de Jorge Machado Moreira; Porto Alegre, Rio Grande do Sul); o Hospital Mãe de Deus (Porto Alegre, Rio Grande do Sul); o Hospital Santa Rita (integrado à Santa Casa de Misericórdia. Porto Alegre, Rio

Figura 17. Registro do diploma de Vera Fabrício no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Fonte: Arquivo Histórico do Instituto de Artes - AHIA/UFRGS (disponibilizado para reprodução)

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Grande do Sul); o Centro de Combate ao Câncer do Complexo Santa Casa de Misericórdia (Porto Alegre, Rio Grande do Sul); Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pernambuco (Recife, Pernambuco). Não foram encontrados os nomes que atuaram em parceria com a arquiteta.

Figura 18. Diploma de Vera Fabrício no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Fonte: Arquivo Histórico do Instituto de Artes - AHIA/UFRGS (disponibilizado para reprodução)

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Figura 19. Foto da turma de formandos em arquitetura de 1951, com Vera Fabrício (sentada à esquerda) no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Fonte: Arquivo Histórico do Instituto de Artes - AHIA/UFRGS (disponibilizado para reprodução)

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Figuras 20 e 21. Ficha de notas da aluna Vera Fabrício no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Fonte: Arquivo Histórico do Instituto de Artes - AHIA/UFRGS (disponibilizado para reprodução)

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Referências Bibliográficas: COMISSÃO divulga empresas classificadas para construção de Hospital das Clínicas: Qualificação da Comissão. Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, Recife, ano 1977, n. 224, p. 34-34, 15 nov. 1977. ENTREGUE à UFPE o Projeto para Centro de Saúde: Projeto. Diário de Pernambuco, Recife, ano 1977, n. 224, p. 34-34, 20 ago. 1977. ENTREVISTA com a arquiteta e urbanista Vera Fabricio Carvalho. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, ano 2013, p. 1-1, 23 ago. 2013.

VERA Fabricio Carvalho: décadas dedicadas à saúde. Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, Rio Grande do Sul, ano 2015, p. 1-1, 10 mar. 2015. VERA Fabrício: Fazendo história na Arquitetura Gaúcha: Arquiteta e urbanista foi estimulada na profissão pelo renomado escritor Érico Veríssimo. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, São Paulo/SP, ano 2018, p. 1-1, 1 mar. 2018.

INSTALADO o IV Congresso. Correio Paulistano, São Paulo, ano 1954, n. 29.994, p. 02-02, 19 jan. 1954. INTENSOS Preparativos para o Congresso Mundial de Mulheres: Novas Adesões. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, ano 1953, n. 1370, p. 0303, 14 mar. 1953.

Figura 22. Atestado que aponta Vera Fabrício como professora pela Escola de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Fonte: Arquivo Histórico do Instituto de Artes - AHIA/UFRGS (disponibilizado para reprodução)

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NOTÍCIAS da Província de Paraíba: I Festival de Arte e Música de Bento Gonçalves. Revista do Círculo de Arte Moderna, Santa Catarina, ano 1951, n. 19, p. 48-49, 1 jan. 1951.

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07 ANÁLISE DAS PROBLEMÁTICAS DA INVISIBILIDADE E SUAS CONFIGURAÇÕES



ANÁLISE DAS PROBLEMÁTICAS DA INVISIBILIDADE E SUAS CONFIGURAÇÕES O esquecimento das mulheres arquitetas também está embutido nos próprios modelos que usamos para escrever a história da arquitetura. O formato monográfico, que por muito tempo dominou o campo, se presta à celebração do “gênio heróico” tipicamente uma figura masculina definida por qualidades como ousadia, independência, dureza e vigor - todos os quais foram codificados na cultura ocidental como traços masculinos. Além disso, a monografia é geralmente concebida como uma espécie de genealogia, que coloca o arquiteto em uma linhagem de “grandes homens”, apresentando tanto os “mestres” dos quais descendeu e os seguidores impressionantes em seu rastro. Para quem busca escrever outro tipo de narrativa, a monografia tem se sentido como uma camisa de força intelectual, principalmente ao

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contemplar a vida e a carreira de mulheres que não se enquadram nos contornos prescritos. Algumas das primeiras histórias de mulheres arquitetas usaram o modelo monográfico para produzir um fino substrato de mulheres “grandes”, mas não desafiaram com isso a ideia de que a melhor arquitetura é criada por rebeldes. Com certeza, nas últimas duas décadas, historiadores interessados em histórias mais amplas e de base social se afastaram do formato restrito da monografia. Mas continua poderoso e continua a ser a bíblia do star system. Arquitetos proeminentes que buscam consolidar suas posições no panteão da história muitas vezes escrevem ou encomendam suas próprias monografias, projetos que raramente são autocríticos. (STRATIGAKOS, 2016, p. 66)

Produzir história pode se caracterizar por reproduzir privilégios dentro do campo contemporâneo. Por isso, desenvolver uma metodologia a partir do estudo de um coletivo que partilha uma mesma característica (no caso ser arquiteta e mulher) e suas configurações constrói um pensamento que potencialmente se contrasta à ortodoxia do campo acadêmico. Ao desenvolver essa pesquisa, não me posiciono em um lugar que busca somente incluir novos nomes dentro de uma narrativa que valida a mesma lógica de autoria, genialidade e individualismo, mas sim me proponho a pensar um novo modo de narrar através de uma metodologia que questiona parte da produção contemporânea da história da arquitetura, ou seja, pensar outro modo de narrar a história da arquitetura a partir das colaborações e dos agentes extra disciplinares. Para isso, penso que contribui minha opção por desenvolver este escrito como narradora interessada, estratégia que enxergo como uma resistência dentro do meio acadêmico inserido em um mecanismo já regrado, que evita o posicionamento individual. Ou seja, não desenvolvi este trabalho em primeira pessoa apenas pelo fato de ser o meu trabalho de curso, mas também porque estou questionando a maneira como

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algumas pesquisas vêm sendo desenvolvidas ao longo dos anos sob o pressuposto da imparcialidade e da objetividade do fazer história. Aqui, envolvo meus questionamentos e minhas próprias experiências para contribuir com todo um campo, me enxergando como parte de uma rede de pesquisadoras que desenvolve questionamentos diversos sobre a problemática de gênero no campo profissional da arquitetura. Sendo parte desta rede, posso afirmar que este trabalho tem a contribuição de muitas delas – afinal, as trocas de informações durante discussões sobre o tema, ou mesmo o compartilhamento de dados, foram algumas de minhas principais motivações para elucidar a temática deste trabalho – e que ele se justifica pela minha oposição ao mecanismo de ineditismo enraizado no campo das pesquisas. Entendo esse trabalho como mais uma jogada nesse campo em disputa, no qual me entendo dentro de um coletivo. Por isso, nestas breves considerações finais, pretendo avançar mais um pouco nas relações entre o feminismo e este trabalho, além de apontar as possibilidades de pesquisa que se abrem e, ainda, algumas questões que me surgiram ao longo de seu desenvolvimento e que podem ajudar a pensar a questão da invisibilidade de

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determinados corpos na profissão. Além da problemática de gênero apresentada, ao longo da pesquisa, me deparei com arquitetas que imigraram para o Brasil em duas situações: ou quando ainda eram crianças, passando por todo o processo de formação acadêmica já no Brasil, como é o caso de Clementina Delfina Antonia de Ambrosis; ou depois de adultas, já formadas arquitetas, como é o caso de Giacinta Palmieri. Pesquisas já mostraram a dificuldade de atuação no Brasil dos arquitetos estrangeiros, que se formaram em outros países, e que travaram longo embate para garantir o reconhecimento e a regulamentação de seus diplomas localmente, como é o caso de Jacques Pilon, Lucjan Korngold, entre outros (SILVA, 2010). Neste caso, não tive acesso a pesquisas que delineassem como isso se deu em trajetórias de mulheres estrangeiras, para além do caso de Lina Bo Bardi⁶. Pode-se imaginar que tenha sido um caminho ainda mais difícil. Não existem dados sobre a naturalização brasileira de todas estas arquitetas, entretanto, posso citar o caso de Giuseppina Pirro, que se naturalizou em 1944, pouco antes de sua formatura como arquiteta. É provável que a eminência de sua formatura tenha sido um fator importante para

NOTAS

⁶ . Existem incontáveis pesquisas sobre a arquiteta que bem explicam sobre sua trajetória na Itália e no Brasil. Sugiro a leitura: PERROTTA-BOSCH (2021).

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tal decisão, porém a questão da naturalização vai muito além do que o reconhecimento de um diploma. Consideremos, portanto, que suas imigrações foram influenciadas por uma questão muito maior, que envolve muitas questões políticas que afetou o mundo nas décadas antecedentes. Ou seja, a imigração deve ser entendida ainda como a busca por um território seguro frente às guerras, à fome, assim como o exílio seguro que garantisse seguridade social em um contexto geral, com acesso à educação e saúde dignas. Como citei anteriormente, no caso dos arquitetos Pilon e Korngold, o reconhecimento do diploma perante a constituição brasileira exigia um esforço burocrático significativo. Portanto, naturalizar-se antes mesmo da graduação, era uma possível saída para evitar problemas referente a sua atuação. É uma condição que deve ser verificada caso a caso. Por exemplo, a polonesa Maria Laura Osser, que veio ao Brasil ao longo da II Guerra Mundial, formou-se na Faculdade Nacional de Arquitetura, mas rumou em seguida para o Canadá, onde continuou atuando como arquiteta e onde permaneceu até o fim de sua vida. Se esta provavelmente não se naturalizou, Lina Bo Bardi, por exemplo, chegou ao Brasil já arquiteta e, em 1951,

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se naturalizou, permanecendo em terras brasileiras até seu falecimento. Não podemos ignorar ainda que para algumas arquitetas, a questão do estrangeirismo era também uma das dificuldades para inserção no campo profissional. Mas, penso ainda em uma hipótese de que o fato das comunidades de imigrantes pode ainda ter sido um elemento facilitador de inserção no mercado, ou seja, um impulsionamento de uma rede de apoio desenvolvida pelos próprios membros das comunidades.

“Eu disse que o Brasil é meu país de escolha e, por isso, meu país duas vezes. Eu não nasci aqui, escolhi este lugar para viver. Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu escolhi o meu país.” Cada palavra era articulada de modo claro. Pausado. O tom da voz continha algo de melódico, mas não que fosse afinado. Os erres não eram expressos de modo forçado, porém claramente bem marcados sempre que fossem uma letra intermediária da palavra falada. Também não havia substituição do “l” pelo “u” ao pronunciar a palavra “Brasil”. A fala poderia se assemelhar a um eloquente discurso ufanista, mas, quando emitida com um peculiar sotaque italiano, não soava patriótica. Queria sim rememorar, ao seu interlocutor e a si mesma, o encantamento inicial da descoberta de um “país inimaginável”. Lina Bo Bardi tinha atravessado o oceano Atlântico seis anos e meio antes da data em que renunciara à nacionalidade do país onde nascera, tornando-se brasileira.”

(PERROTTA-BOSCH, 2021)

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A segunda questão que acho importante colocar é a de que o grupo de mulheres que emerge em minha pesquisa demonstra um evidente recorte via raça e estrato de renda. Conforme Porto (2021, p. 256), “sabendo-se as questões de gênero indissociáveis das questões de raça e classe, onde quer que haja uma das manifestações de opressão, deve haver denúncia e luta”. Portanto, pensemos sobre a configuração social dada no recorte temporal contemplado por esta pesquisa, a partir da interseccionalidade de gênero, raça e classes e a dissociação de grupos marginalizados. Antes de retomarmos a análise nos aproximando do campo da arquitetura, proponho aqui retomar os conceitos do feminismo branco. Betty Friedan, em ‘A Mística Feminina’ (1971), delineava possibilidades para que mulheres brancas e de classes privilegiadas tivessem acesso a algo além da vida domiciliar – uma profissão. Anos depois, bell hooks⁷, em seu livro ‘Teoria Feminista: da margem ao centro’ (2019), faz uma crítica da visão parcial de Friedan ao não incluir mulheres negras em seu discurso: “Friedan deixa claro que as mulheres vistas por ela como vítimas do sexismo eram as mulheres brancas com ensino superior e condenadas pelo sexismo ao confinamento doméstico” (HOOKS, 2019; p. 31). Trata-se de

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um debate interessante para refletirmos sobre o acesso das mulheres brasileiras ao campo acadêmico e profissional da arquitetura. Quando hooks questiona a maneira como Friedan desconsidera a existência de outras raças e classes em seu discurso, ela está problematizando a dissociação entre as lutas de gênero, raça e classe e nos indicando como, no caso dessa pesquisa, é impossível questionar a invisibilidade feminina na arquitetura sem considerar a invisibilidade racial; é impossível pensar arquitetura e planejar cidades apenas para corpos privilegiados; e é impossível pensar o feminino em nossos espaços ocupados dissociando-o de outras lutas. Reforço, porém, que este trabalho tem como principal objetivo revisar a historiografia ao redor do debate de gênero na arquitetura, com enfoque principal no trabalho em estúdios de arquitetura. De todo modo, acho necessário ressaltar a necessidade de um outro esforço a se somar com este do gênero, raças e etc., de pesquisas sobre quem atua nos canteiros, nas construções em geral. Por isso, deixo aqui a sugestão para uma pesquisa sobre a invisibilidade dos colaboradores em canteiro. É recente a força ganha pelos questionamentos raciais dentro de nosso campo profissional e dentro do ‘fazer

arquitetura’. Ainda pensando em minha graduação, consigo contar nos dedos das minhas mãos a quantidade de colegas negras e de baixa renda. Sequer consigo mencionar professoras negras tive em minha formação. Vivemos tempos em que políticas públicas permitem, apesar da resistência dos governantes de ideais neofascistas, as cotas raciais ou cotas de renda. Mas, ainda não posso deixar de destacar que a questão racial na arquitetura não diz respeito somente à negritude, mas também se estende à todas as pessoas racializadas⁸. É fato que a questão racial gira em torno de uma complexidade e não podemos pontuar um grupo e excluir outros. Por isso, levanto aqui a suposição de que arquitetos cuja origem é asiática sofreram também com a mesma exclusão e dificuldade de acesso ao campo profissional que outros grupos de pessoas racializadas. Temos como exemplo o caso de Hiroko Kawauchi, uma das arquitetas aqui apresentadas, cujo acesso de dados foi bastante restrito. Assim como outros temas, este não pôde ser aprofundado pelas inviabilidades da pesquisa, mas mantenho o destaque como um bom caminho de pesquisa. Desde minha entrada no curso de arquitetura, ouvi o quão privilegiado tem de ser

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um aluno para cursar arquitetura; ou o quão privilegiado tem de ser alguém para ter acesso a um projeto de arquitetura. Consideremos os parâmetros históricos e políticos do Brasil. É claro que, diante das opressões, não é possível que coloquemos escalas de hierarquia, mas enquanto as mulheres brancas e, obviamente de classes sociais privilegiadas, buscavam seu ingresso e sua paridade acadêmica com seus colegas homens, com o intuito que hooks (2019) descreve como digno de mudança, mas que não era a principal problemática da maior parte da população feminina naquele momento, já que mulheres negras e de baixa renda pouco poderiam cogitar tal possibilidade antes de garantir sua mínima sobrevivência. Nesse sentido, aponto dois projetos: ‘Arquitetas Invisíveis’⁹, que faz um bonito levantamento, que também inspirou este meu trabalho, sobre muitas das nossas arquitetas que permaneceram à sombra ao longo dos anos; e ‘Arquitetas Negras’¹º, organizado pela atual vice presidente do IAB-SP, Gabriela de Matos, um necessário exemplo para trazer a reflexão sobre a ausência sintomática de figuras femininas negras dentro da arquitetura. Neste trabalho, não pude chegar às informações de raça, mas, tenho como hipótese, considerando o cenário socioantropológico

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brasileiro na época, que a presença de mulheres negras na lista de arquitetas apresentadas aqui é nula. Entretanto, só será possível corfirmar a uma possível pluralidade racial em uma análise nas fichas de matrícula das arquitetas, que possivelmente estão disponíveis em acervos das próprias universidades, e que em alguns casos são contempladas com fotos e informações sobre a declaração de cor. Sobre as arquitetas imigrantes, é possível compreender, em tabela, a presença de nomes como, por exemplo, Clementina Delfina Antonia de Ambrosis, Lina Bo Bardi, Adina Mera, entre outras. Sem contar àquelas cujas nacionalidades não foi encontrada, portanto, não podemos afirmar se faz parte ou não do grupo de imigrantes. Neste caso, é mais comum a presença da primeira geração das herdeiras já brasileiras de famílias imigrantes ingressando na profissão da arquitetura. Tenhamos, portanto, a consciência de que o panorama da invisibilidade feminina vai muito além dos nomes aqui citados, e considerando outros preconceitos enraizados da mesma maneira que consideramos o preconceito de gênero, conseguimos visualizar como a arquitetura por muito tempo se manteve segmentada.

NOTAS

⁷ A escritora bell hooks é citada aqui

com a grafia em letras minúsculaas, apontando o posicionamento político da autora, de rompimento às hegemonias linguísticas, destacando assim o seu trabalho autoral. Esta é uma prática adotada pela própria escritora e que eu opto por respeitar neste trabalho.

⁸Utilizo aqui o termo “pessoas racializadas”, uma tradução ideal do termo “people of color” de Franz Fanon e que abrange todas as pessoas não brancas e enfatiza a divisão étnica como uma criação do homem branco. ⁹ Sugiro leitura do artigo do coletivo

publicado no ArchDaily, que conta com uma série de nomes de arquitetas negras estrangeiras: Arquitetas Invisíveis (2019). Sugiro ainda acompanhamento do projeto nas redes sociais. Instagram: @arquitetasinvisiveis; site: https://www. arquitetasinvisiveis.com/

¹º O projeto desenvolve um mapeamento coletivo de arquitetas negras e dá visibilidade através das redes sociais e da primeira edição do livro intitulado com o mesmo nome do projeto. Sugiro leitura e acompanhamento nas redes sociais. Instagram: @arquitetasnegras. Sugiro ainda, o episódio 45 do podcast Betoneira, onde Gabriela de Matos debate sobre gênero e raça no campo da arquitetura (BETONEIRA, 2022).

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08 ANÁLISE FINAL E POSSÍVEIS CAMINHOS DE PESQUISA



ANÁLISE FINAL E POSSÍVEIS CAMINHOS DE PESQUISA Denominar essa pesquisa de ‘ensaio metodológico’ permite uma análise dos caminhos da construção de seus resultados. Trata-se de pensar que, mais do que apresentar exaustivamente as mulheres encontradas ao longo da pesquisa, como é possível reunir um conjunto de informações e propor novos caminhos de análises para suas trajetórias. No trabalho de pesquisa, é muito comum que cada pesquisador tenha seu próprio método de compilação de dados, que normalmente ficam nos bastidores, ainda que por vezes sejam anunciados. Neste caso, o principal resultado deste trabalho é a enunciação do caminho percorrido e a grande tabela, que permeia os dados encontrados de cada arquiteta. Portanto, penso ser importante discutir brevemente a partir desta peça de condensação e enunciação fundamental para o entendimento de meu

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trabalho, que soma resultados com potencial para novas pesquisas. Considero o acesso às informações como principal desafio desta pesquisa, bem como o grande volume de dados que implicam em um difícil tratamento, seja pela extensão, seja pela complexidade e variedade. Registrar mulheres na historiografia depende deste resgate profundo. Foi necessário, então, me aprofundar na Hemeroteca Digital Brasileira e fazer a busca, ainda que preliminar, nome a nome, para percorrer os caminhos esperados. Esta pesquisa foi de grande valia, mas não respondeu todas as questões. Houve ainda uma busca por acervos, quando necessário, por exemplo, para a redação do verbete de Vera Fabrício com o resgate de documentos de sua graduação, de sua docência, os registros de algumas de suas viagens pelo Instituto de Belas Artes. Assim, algumas questões vão sendo respondidas, seja com a pesquisa na Hemeroteca, seja no mergulho em outros acervos a partir de diretrizes mais específicas. Outras permanecem em aberto, à espera do mesmo esforço, e outras serão, talvez, para sempre mantidas sem resposta, já que se trata de condição normal do se fazer história. Nesta pesquisa desenvolvi um cenário bastante delineado a partir dos nomes

encontrados durante análises na Revista Acrópole e no Boletim IAB na década de 1950. Foi meu ponto de partida analisar meticulosamente cada edição do periódico do recorte temporal selecionado. Folheei página a página com um único objetivo: encontrar nomes de mulheres que fizeram parte da arquitetura. Também retomo o termo ‘revista’, dado no título como uma espécie de trocadilho entre desenvolver uma revista sobre suas trajetórias encontradas no periódico ‘Revista Acrópole’. Antes, claro, foi necessário compreender o que foi a Revista Acrópole e quais foram seus enlaces com a arquitetura brasileira e sua divulgação. Como arquitetas, sabemos que os veículos de imprensa, em quaisquer épocas que estejamos atuando, se integram à profissão de modos variados, contribuindo para a construção de um sistema de valores disciplinares e construindo um entendimento compartilhado, público, do que é a arquitetura e o arquiteto. Com o avanço do modernismo no país, os periódicos especializados cumpriram a função de traduzir um pensamento social dos arquitetos, que se moldava através do projeto arquitetônico. No caso da Revista Acrópole, que priorizava em suas páginas a apresentação de projetos, ficou evidente a quantidade significativamente maior

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de autores homens em relação às autoras mulheres. É tarefa de nova pesquisa verificar se há, ou não, coincidência entre a proporção de homens e mulheres que têm seus projetos publicados nas páginas da revista com o modo como tal relação se dá no campo profissional efetivamente. Afinal, não podemos esquecer que a revista é, em si, espaço de legitimação e valoração, ao qual, talvez, as mulheres tivessem menos acesso do que seus colegas. Com o processo lento de ingresso das mulheres nas escolas de arquitetura, também é de se esperar que a inserção feminina na profissão siga os mesmos passos. O fato de que muitas das mulheres que se formavam em arquitetura não atuavam à frente de escritórios, e sim como colaboradoras, é um dado que antecede a não credibilidade das mulheres a partir da visão social. Parece muito mais aceitável lidar com mulheres na posição de colaboração, onde é possível invisibilizá-las, do que na posição de liderança. No entanto, apesar de ter consciência de que estou lidando aqui com a questão da invisibilidade feminina na arquitetura, retomo o conceito de Hartman (2020) sobre a “violência do arquivo” para reforçar que a somatória entre o método de análise e os resultados desta pesquisa tem como prioridade focar nas trajetórias e

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problematizar a maneira como essas mulheres foram invisibilizadas, sem apontar as ausências como o centro do trabalho. Por outro lado, como bem aponta Porto (2021; p. 256), tampouco podemos focar na questão da busca pela equidade de oportunidades profissionais, que, também não sendo a única solução para a questão, “tem gerado efeitos muitas vezes não desejados, como por exemplo as escritas historiográficas distintas e premiações também segregadas” (PORTO, 2021; p. 256). Este trabalho é, portanto, um modo de questionar e pressionar a historiografia a partir do debate das atuações, com o desenvolvimento de uma metodologia que abre novas possibilidades de pesquisa a partir de nomes já encontrados. Mais do que isso, se, enquanto graduandos, não tivermos acesso às trajetórias femininas da mesma maneira que temos às trajetórias masculinas, ou continuarmos priorizando o que dizem os grandes manuais da arquitetura que pouco revelam sobre os projetos de outros tipos de autoria que não a masculina branca heterossexual, avançaremos a passos lentos na questão de repensar o modo como registramos o processo de construção disciplinar. Consideremos, porém, que nos dias atuais emergem muitas novas pesquisas sobre

trajetórias marginalizadas pela historiografia, em conjunto aos muitos posicionamentos que denunciam e problematizam o sexismo na profissão. Tendo isso em consideração, reforço a importância de que, já na graduação, os planos curriculares se esforcem para inserir esta nova produção como referência. Como apresentei anteriormente, a ideia de prosopografia aqui utilizada surge como uma análise das correlações entre as trajetórias de cada uma das arquitetas. Sem dúvida, foi possível delinear alguns pontos em comum, mas, pensando no conceito de redes, é importante indicar que não existem indícios de formalização de uma rede que as relacione. De todo modo, pensando em um conjunto de mulheres que atuam em um mesmo campo profissional, é possível enxergá-las e, sobretudo, analisá-las dentro de um sistema de conexões, mesmo que não houvesse a consolidação intencional de uma rede de viés feminino ou feminista. É possível que muitas destas mulheres tenham integrado espaços em comum, seja cursando a mesma universidade, atuando em um mesmo escritório ou sendo associada de uma mesma instituição. Apesar disso, nada garante que tenham se relacionado apenas por serem mulheres arquitetas. Afinal, com exceção de Carmem

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Portinho, que atuou ao lado de Bertha Lutz frente aos movimentos da luta feminista na época, e Giuseppina Pirro, que comenta sobre a [des]igualdade de gênero na profissão em seu momento de atuação (PIRRO,1952), em nenhuma destas imersões sobre a trajetória de cada arquiteta foi encontrada relações sobre ‘ser mulher’, ‘ser arquiteta’ e ‘ser mulher arquiteta’. O Brasil havia acabado de passar por um período autoritário de viés fascista (SCHWARCZ; STARLING, 2015; p. 375) e o início da década de 1950 contava com o retorno do governo Vargas ao Poder Executivo, trazendo consigo o projeto de nacionalismo e desenvolvimentismo no país, seguido pelo processo de redemocratização com a chegada de novos governantes ao poder após seu suicídio. Ou seja, naquele momento, o feminismo, que frequentemente vivia períodos de adormecimento conforme o cenário político brasileiro, certamente não era uma prioridade, afinal não parece que sequer havia a consciência da existência do machismo enraizado dentro da profissão. Por isso, levanto aqui a hipótese de que este seja o principal fator do porquê o feminismo não aparece nítido nos resultados, mas sim indiretamente no caráter desta pesquisa. Por isso, o mantenho como uma interrogação nesta época. É fato, o feminismo

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existia – Carmem Portinho militava neste exato momento. Por outro lado, não houve uma militância institucional intencionalmente construída entre essas mulheres arquitetas, seja pelo fato de que a disputa naquele momento se centrava sobretudo no campo político, como por exemplo os questionamentos em torno do comunismo, etc., seja porque algumas arquitetas acreditavam que já havia uma paridade existente entre homens e mulheres na profissão. Se, enquanto em minha pesquisa de iniciação científica eu cogitava que Giuseppina Pirro teria sido uma exceção por ter escolhido seguir em um campo de atuação que até então se mostrava masculinizado, durante este TC foi possível analisar que minha primeira impressão era imprecisa. Foram muitas as mulheres que seguiram por outros caminhos que não a atuação no campo da decoração ou das artes, por exemplo. Além de Giuseppina, Maria Adelaide Rabello Albano seguiu os mesmos passos e atuou como docente em geometria descritiva, por exemplo; ou Lygia Fernandes atuou ao lado de Carmem Portinho e Affonso Reidy nos projetos de habitação do Rio de Janeiro; e, indo mais além, Adina Mera e Clementina Delfina Antonia de Ambrosis foram produtivas planejadoras urbanas,

com posicionamentos fortes em relação às problemáticas dos municípios brasileiros. De fato, com essa análise, podemos cogitar que, dentro do pensamento das mulheres da década de 1950, não parecia fazer sentido uma ideia de áreas feminilizadas ou masculinizadas, ou melhor, parecia não ter importância para essas arquitetas. Talvez seja por este fato que haja relatos dessas mulheres, como o de Giuseppina em uma entrevista para um jornal (PIRRO,1952), acreditando já estarem em equidade com seus colegas homens no sentido do acesso às oportunidades. Em contrapartida, as arquitetas se depararam com o nítido fator da binaridade existente entre lidar com o trabalho e o lar. Ou seja, apesar de a década de 1950 ser um significativo período na formulação do papel social da mulher e todos os direitos conquistados por elas, este ainda continuava inserido no pensamento da vida doméstica. Apesar de cada vez mais mulheres conseguirem o acesso à vida pública, certamente a sociedade as cobrava por uma conciliação desta atuação com as tarefas domésticas – funções estas que jamais seriam, e continuam não sendo para muitos nos dias atuais, cobradas do homem arquiteto. Afinal, ele poderia continuar seguindo com sua vida dedicada ao trabalho, com a garantia de que

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seu lar estaria lhe aguardando ao final do dia com a devida organização doméstica. Por que então existem pouquíssimas mulheres titulares de escritórios de Arquitetura, mesmo tendo idêntica capacitação profissional? A resposta triste não tem nada a ver com capacidade nem criatividade. Também não tem nada a ver com a pretensa autoridade de um homem para dirigir uma empresa, discutir com clientes, etc. O que impede que mulheres ocupem mais posições de direção em escritórios de Arquitetura (ou em outras empresas) é a sua menor disponibilidade de tempo. Em geral, quando alguém atinge uma posição profissional, já tem no mínimo 30 anos – pois bem, essa é justamente a idade em que as mulheres casadas têm filhos pequenos, filhos na escola, casa montada, etc. e esse período dura no mínimo 20 anos. Aí, com 50 anos, ninguém começa mais nada em nosso país. Aliás, aqui não se contratam pessoas com menos de 25 porque não tem experiência, nem com mais de 35, porque tem experiência demais. A faixa de escolha é extremamente restritiva para quem quer trabalhar. Então profissionais mulheres extremamente capazes serão sempre funcionárias, mas raramente titulares de escritórios de arquitetura, ainda que possuam todas as qualidades técnicas e

criatividade para isso. O pior é que as mulheres no Brasil aceitam essa condição machista, e mesmo em casos típicos

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onde sejam mais criativas, mais capazes e melhor remuneradas que os maridos, são elas que perdem tempo, levando filhos na escola. Nos países desenvolvidos, a norma é muito objetiva: o que ganha menos é que faz isso e ponto final. (TEPERMAN, 1994. In SÁ, 2010, p. 111)

Analisando as informações incorporadas na tabela, podemos então compreender que os pontos de correlação principais entre as arquitetas estão na variedade de seu campo de atuação (que permeia entre projetos de edificação, planejamento urbano, paisagismo, artes plásticas, etc.) e nos locais tanto de formação, como de atuação (afinal, a década de 1950 foi um período de transição e onde muitas escolas de arquitetura estavam em desenvolvimento ou desmembramento das escolas politécnicas e de Belas Artes). Este fato, porém, nos revela que era ainda muito comum que muitos alunos de diferentes regiões do país migrassem para o eixo Rio – São Paulo para sua formação em arquitetura e, considerando a situação da época para o desenvolvimento de projeto e mesmo a ascensão da modernização do país, este era o local que mais abrigava escritórios e escolas de arquitetura. Com exceção Mênia Zaicaner

Giske e Vera Fabrício que tiveram sua atuação exclusiva e respectivamente no Nordeste e no Sul do país, e Lygia Fernandes que, apesar de ter sua atuação focada no serviço público do Rio de Janeiro, desenvolveu projetos em sua região natal – o Nordeste – todas as outras arquitetas as quais foi possível ter acesso às informações, não avançaram para outras capitais ou Estados do país. Ou seja, as mulheres que se graduam e atuam fora do eixo Rio – São Paulo, ali se mantém pois já possuem um vínculo formado com a região, em suma por serem sua região natal ou mesmo por já residirem. Este fato nos leva à reflexão da diáspora dos arquitetos. De acordo com Dedecca (2018), a década de 1950 foi marcada pelo movimento migratório dos arquitetos brasileiros, sobretudo a “segunda geração, já formada pela Faculdade Nacional de Arquitetura, criada em 1945” (DEDECCA, 2018; p. 160), que pelo fluxo de encomendas em outras regiões, acabavam seguindo para diversas outras cidades brasileiras. Sobre os arquitetos que migram, Dedecca cita nomes como Acácio Gil Borsoi, Glauco Campelo e Ítalo Campofiorito. Levanto, portanto, a hipótese de que a diáspora dos arquitetos não chega, ou não incorpora, as mulheres já que o fator

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social (como a família de nascimento, ou a família formada pós casamento) contribui fortemente para que este contexto não se aplique a elas. Deixo, portanto, a sugestão da elaboração de um mapa adicional com intuito de levantamento de dados territoriais sobre a atuação dessas arquitetos. Como bem descreve Porto (2021; p. 256), “ao se verem ausentes nos livros, nas posições de docência, nas premiações, etc., muitas mulheres assumem que as parcerias foram positivamente uma forma de acolhimento em um campo profissional tão hostil com as mulheres, facilitada, por um lado, pela presença dos maridos”. Avaliando as informações da tabela, é possível encontrar que, em significativo número de arquitetas, encontramos parcerias com seus colegas homens. Em alguns casos, como Giuseppina Pirro, Marlene Picarelli, Suzana Osborn Coelho, entre outras, houve parceria com seus maridos. Não é possível afirmar se em todos os casos a parceria veio antes do matrimônio, ou do primeiro contato afetivo, entretanto, tenho como exemplo Giuseppina (que formalizou o matrimônio com seu chefe, Jorge Moreira) e Gerda Biassutti (que, após o divórcio, ou desquite, de seu primeiro esposo, formalizou o matrimônio com seu professor de faculdade, o

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arquiteto Ernani Vasconcellos). Posso deduzir ainda que esta mesma geração de arquitetas foi pioneira na docência de arquitetura e urbanismo. No gráfico “Atuação como Docente”, localizado no item 05 deste trabalho, entendemos que uma significativa parcela das arquitetas apresentadas atuaram como docentes de ensino superior, seja nas disciplinas de projeto, seja em disciplinas no campo das exatas (tal como geometria descritiva) ou no campo artístico (como na disciplina de plástica). É muito provável que, enquanto graduandas (sendo a maioria composta por formandas de turmas anteriores à década de 1950), tenham pouco se deparado com mulheres docentes. Este processo do ingresso de mulheres na docência, assim como as novidades no ensino da arquitetura, estava em construção. Entretanto, podemos notar que, ao longo dos anos, especialmente após a década de 1950, como é o caso de Élide Monzeglio (que apesar de artista plástica, atuou como docente na arquitetura), o surgimento de arquitetas atuando como docente foi surgindo com mais nitidez. Dos caminhos em potencial para novas pesquisas, podemos pensar no avanço das reflexões sobre o registro de mulheres

em outros periódicos especializados em arquitetura (e mesmo em novos recortes temporais em Acrópole) e que, a partir dele, seja possível extrair novas trajetórias ou mesmo informações que preencham parte das lacunas em aberto neste trabalho. Como possibilidade, sugiro ainda um mergulho na perspectiva das mulheres arquitetas imigrantes e como suas atuações se relacionam com o desenvolvimento da arquitetura brasileira. São incontáveis os caminhos a serem extraídos deste trabalho. Com o intuito de propor um ensaio metodológico, e ao mesmo tempo apresentar dados para o preenchimento de muitas das lacunas em aberto provocadas pela maneira como a historiografia se desenvolveu nas últimas décadas, este trabalho, ao mesmo tempo em que tentou abrir caminhos para novas pesquisas, busca afirmar que podemos desenvolver pesquisa de maneira “parcial” – ou melhor, expressar nosso lugar de fala, já que todos os trabalhos, de um modo ou de outro, são enunciados por vozes específicas – e que este pode ser um bom caminho para questionar as maneiras canônicas de se interpretar a história da arquitetura. Dessa forma, se apoia ainda no feminismo como possibilidade de entrelaçar questões sociais e antropológicas

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ao registrar a arquitetura. Por isso, sugiro que sigamos mantendo esta rede de pesquisas desenvolvidas sobre trajetórias e autorias femininas e que sejamos resistência frente ao cânone da historiografia. Assim, quem sabe, poderemos enfrentar um processo cíclico de legitimação de um modo de fazer arquitetura, centrado na ideia de gênio e do individualismo, que se retroalimenta das narrativas passadas e atuais sobre a prática, e que, cada vez mais, revela sua incapacidade de fazer frente ao pernicioso processo de deterioração de nosso ambiente construído. Com todos estes nomes aqui apresentados, é possível desenvolver diversas análises, desde projetuais, até em imersões nas trajetórias como fiz em minha pesquisa sobre Giuseppina Pirro. Apesar da fundamental atuação feminina no campo profissional da arquitetura moderna, a historiografia nos manteve longe de seus registros. Ou seja, apesar das grandes reflexões sobre essa temática nos últimos anos, tenho a consciência que temos longos anos de luta para garantir que tenhamos nosso digno espaço frente à arquitetura. Por isso, incentivo aqui que continuemos desenvolvendo trabalhos e discussões sobre nossa posição na arquitetura e que sigamos em resistência.

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“[...] Acreditamos que assim as questões relativas ao sombreamento e até mesmo as invisibilidades identificadas tenderão a ser minimizadas. A representação e o reconhecimento, embora tardio, será sempre bem-vindo.” [PORTO, 2021; p. 257]

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09 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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