Guia da Farmácia
ANUÁRIO
2012 Anuário Farmacêutico 2012
Farmacêutico
CARTA DO EDITOR
E
Prognóstico animador
Enquanto os mercados desenvolvidos registram crescimento pífio no setor farmacêutico, o Brasil acumula bons resultados. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, ao passo que nos países ricos não chega a 2%, segundo a IMS Health. E o prognóstico é dos melhores. O setor deve praticamente dobrar de tamanho até 2015, quando subiremos da sétima para a sexta posição do ranking global do setor. A movimentação do mercado é intensa. O processo de fusões e aquisições de laboratórios deve continuar, mas foi o varejo que apresentou o maior destaque em 2011. Em um período inferior a três meses, duas notícias foram responsáveis por agitar o canal. As quatro maiores redes de drogarias do Brasil resolveram unir forças. Em julho de 2011, a Droga Raia e a Drogasil anunciaram fusão, dando origem à Raia Drogasil e, em setembro, surge a DPSP, fruto da união das drogarias São Paulo e Pacheco. O ritmo de consolidação tende a ser grande ainda no futuro próximo. Se a expectativa do setor é dobrar de tamanho até 2015, o setor atacadista distribuidor de medicamentos deve estar preparado para acompanhar e viabilizar esse crescimento. Para os próximos anos, haverá um alto investimento em tecnologia de gestão de armazenagem e distribuição. Afinal, só capacidade de armazenagem não garante o aumento da demanda. As redes de farmácias e drogarias também se preparam para um salto. O canal prevê crescimento de 20% em 2011, em relação a 2010, apontando para um faturamento acima de R$ 20 bilhões. O setor dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e deve repetir o feito até 2016. E são as vendas de não medicamentos que registram as maiores altas no canal farma. A comercialização das categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC) e correlatos avançou 27,7%. Já nos medicamentos, o incremento foi de 16,25%. Com o objetivo de apresentar um estudo da evolução do setor, o Guia da Farmácia preparou o Anuário Farmacêutico 2012. Nas próximas páginas, você encontrará uma análise detalhada desses índices, além de conferir os principais fatos que marcaram 2011. Boa leitura.
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Anuário Farmacêutico 2012 3
SUMÁRIO
PRIMEIRA PARTE ANÁLISE SETORIAL 08 Panorama
Crise internacional não afetou varejo e indústria farmacêutica, que encerraram 2011 com bons resultados
11 Canal
17 Similares
15 HPC
20 Oportunidade
Desafio para ramo farmacêutico em 2012 é expandir em novas áreas
As vendas de não medicamentos registram as maiores altas no canal farma – sustentando um crescimento do setor de 20% 4 Anuário Farmacêutico 2012
Produção representa 65% da indústria farmacêutica e vem obtendo crescimentos expressivos
Mercado de dermo e nutricosméticos, além de fitoterápicos, cresce na casa dos dois dígitos e garante boa rentabilidade o ano todo
SEGUNDA PARTE OS FATOS QUE MARCARAM O ANO
TERCEIRA PARTE INSTITUCIONAIS
26 Futuro
O bom momento da economia brasileira abre novas perspectivas de negócios para o setor farmacêutico
30 Independentes
As farmácias independentes representam 42,7% do faturamento do setor, e somam cerca de 55 mil estabelecimentos espalhados por todo o País
33 Distribuição
Setor é responsável por garantir entregas diárias que giram em torno de 4 milhões de unidades
35 Biológicos
Biofármacos devem se tornar a grande fronteira da indústria farmacêutica nas próximas décadas
38 Atualidade
Entrou em vigor, em janeiro deste ano, a nova forma de cálculo do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por Substituição Tributária (ST) para medicamentos
44 Abbott 46 Daudt 48 FQM 50 Natulab 52 Sandoz 54 Teuto 56 União Química Anuário Farmacêutico 2012 5
6 Anuário Farmacêutico 2012
Foto: Shutterstock
Parte 1
Análise setorial
a
A taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%, fazendo com que o Brasil mantenha o sétimo lugar no ranking global, segundo a IMS Health. Posição que deve mudar até 2015, quando o País deverá subir para a sexta posição e registrará o dobro do faturamento anual. Os bons resultados do setor farmacêutico também são responsáveis por elevar os índices da produção industrial brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira cresceu 1,8% no começo do segundo semestre de 2011, enquanto o setor farmacêutico apresentou crescimento acumulado de 2,4%. Ou seja, o ramo farmacêutico é dos que mais têm se expandido nos últimos anos, aproveitando o bom momento da economia brasileira. Para o varejo farmacêutico, 2011 foi o ano da consolidação. As quatro maiores redes de drogarias do Brasil resolveram juntar forças. Da iniciativa, surgiu, em julho de 2011, a Raia Drogasil e, em setembro, a DPSP, fruto da união das drogarias São Paulo e Pacheco. O ritmo de consolidação tende a ser grande ainda no futuro próximo. Outro segmento que vai de vento em popa é o do setor de higiene pessoal e beleza. Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a comercialização das categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC) e correlatos avançou 27,7%. Já nos medicamentos, o incremento foi de 16,25%. A seguir, confira os principais indicadores do setor. Anuário Farmacêutico 2012 7
PANORAMA
Fatos que
marcaram 2011
Indústria e varejo farmacêutico não sentiram o baque da crise internacional e fecharam o ano com resultados positivos. Consolidação avançou para o varejo farmacêutico e o controle de antibióticos foi bem assimilado pelo mercado Por Marcelo de Valécio elevação do poder de compra das classes C e D continua a influenciar os resultados do setor farmacêutico. Indústria e varejo estão entre os segmentos que mais têm aproveitado os bons ventos da economia brasileira. De acordo com a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica (FIP), a taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil vem se mantendo seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos paí8 Anuário Farmacêutico 2012
ses ricos não chega a 2%. Em 2010, a indústria farmacêutica brasileira apresentou elevação de 20,1% em relação ao ano anterior, atingindo faturamento de R$ 36,2 bilhões. O crescimento se mostra ainda mais expressivo se a conta for feita em dólar: 33.96%, saltando de US$ 15,4 bilhões para US$ 20,6 bilhões. Em unidades, bateu-se o recorde de 1997, quando foram vendidas 1,8 bilhão de caixas de medicamento – 2,06 bilhões de caixas foram comercializadas em 2010. Segundo a consultoria especializada no mercado farmacêutico IMS Health, o Brasil ocu-
pa o sétimo lugar no ranking global, à frente de Reino Unido, Canadá e Espanha, e está nos calcanhares da Itália, a qual deverá ultrapassar até 2015. Em 2011 a indústria farmacêutica manteve a trajetória de bons negócios e deve fechar com crescimento na casa dos 13%, segundo a IMS Health (os números ainda estão sendo compilados). A entidade estima que o setor tenha faturamento na casa dos R$ 41 bilhões. Outro dado revela o peso da indústria farmacêutica. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Fotos: Shutterstock
no começo do segundo semestre de 2011, a produção industrial brasileira cresceu 1,8% em relação a agosto de 2010. Para chegar a tais índices foram analisados 27 setores da indústria, dos quais, 16 apontaram aumento na produção. Entre eles, o setor farmacêutico foi um dos que mais influenciaram para o resultado total, apresentando crescimento acumulado de 2,4%. Isso apesar da turbulência internacional, com consequente reflexo na economia brasileira, e de algumas mudanças no próprio setor. Novas regras de controle de antibióticos, adotadas no final de 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – RDC 44/10 e 20/11, repercutiram no setor em 2011. A medida, em um primeiro momento, fez as vendas desses medicamentos caírem perto de 30%. Contudo, o mercado voltou ao normal e o consumo de antibióticos cresceu 4,8% em um ano (outubro/2011), saindo de 90,3 milhões para 94,7 milhões de unidades. “Houve queda de vendas nos primeiros meses (entre dezembro de 2010 e maio de 2011) após a entrada em vigor da norma que exige a retenção de receita médica para a compra de antibióticos, mas depois as vendas se recuperaram”, revela Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). “No primeiro momento o impacto foi maior porque o consumidor era adepto da compra espontânea. Com o advento da medida, as pessoas passaram a recorrer aos médicos para obter a prescrição, como é o correto. A recuperação nas vendas demonstra que, na verdade, nunca houve uma automedicação tão exagerada quanto era imaginado no caso dos antibióticos. Ninguém toma remédio se não precisa”, completa. Outro destaque de 2011 foi o movimento de fusões e aquisições na in-
dústria, que se manteve ao longo do ano. O momento econômico continua favorável à prática da consolidação, tanto no plano externo – necessidade de ganho de escala com a crise internacional –, quanto no atraente e promissor mercado brasileiro. Em 2011, diversas operações foram realizadas, como as aquisições dos laboratórios brasileiros Bergamo, pela americana Amgen, e do Mantecorp pela Hypermarcas, de capital nacional. Já a belga Arseus anunciou acordo para comprar a brasileira Pharma Nostra. Recentemente, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição da Farmasa pela Hypermarcas, negócio fechado em 2008 e que garantiu à Hypermarcas importante avanço na área de medicamentos. No plano externo, as aquisições chegaram às empresas de ponta, como a americana Genzyme, que foi incorporada pela francesa sanofi-aventis, e a americana Pharmasset, que acaba de ser adquirida pela compatriota Gilead Sciences, todas elas empresas de destaque no setor de biotecnologia. Alguns especialistas avaliam, contudo, que o ritmo da consolidação tende a diminuir um pouco no próximo ano. “Dada a grande quantidade de fusões e aquisições registrada em 2009 e 2010, é natural que o ritmo caia, pois as melhores oportunidades já tinham sido aproveitadas”, pondera Nelson Mussolini. “Com a escassez de bons negócios, até porque os que são atrativos ficaram muito caros, a tendência a partir de agora deve ser a de integrar e ajustar as operações realizadas nos últimos três anos, no sentido de entregar aos investidores a rentabilidade prometida”, prevê. Já no varejo farmacêutico, 2011 foi o ano da consolidação. O movimento que começou timidamente em 2005, com a aquisição da Drogaria Santa Marca pela Pacheco, e teve seu negócio de maior impacto quando a Drogaria São Paulo assumiu o Drogão em 2010, de lá para cá, pegou fogo. As
Um dos destaques de 2011 foi o movimento de fusões e aquisições na indústria, que se manteve ao longo do ano. O momento econômico continua favorável à prática da consolidação quatro maiores redes de drogarias do Brasil resolveram juntar forças. Da iniciativa, surgiu, em julho de 2011, a Raia Drogasil e, em setembro, a DPSP, fruto da união das drogarias São Paulo e Pacheco. Com 691 lojas em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia) e faturamento de R$ 4,4 bilhões, a DPSP já nasce líder do mercado farmacêutico, com 8,7% de participação, e sétima maior varejista do País. Encostada no ranking, com 8,3% de participação, vem a Raia Drogasil, com 700 pontos de venda espalhados por oito estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – e Brasília (DF), com receita de R$ 4,1 bilhões. “O ritmo de consolidação tende a ser grande ainda no futuro próximo, mas acreditamos que isso vá se interiorizar para o País, pois em regiões como a Grande São Paulo o grau de concentração já está elevado”, afirma Kelly Carvalho, assessora econômica da Fecomercio-SP. “As oportunidades estão nas novas fronteiras físicas, ainda menos exploradas que os grandes centros.” Na prática, isso já vem se delineanAnuário Farmacêutico 2012 9
Panorama
do. A Brazil Pharma, holding de farmácias do BTG Pactual, anunciou no começo de novembro a compra do Grupo Big Bem, que possui 146 lojas nos estados do Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba e Pernambuco e faturamento na casa dos R$ 800 milhões. O grupo, que já havia comprado a rede pernambucana Guararapes, em 2010, também controla a Farmais, com atuação nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Segundo analistas, o movimento de consolidação deve se manter nos próximos meses, uma vez que o setor é bem pulverizado, com mais de 60 mil estabelecimentos em todo o País, e as cinco maiores empresas do setor não possuem mais do que 25% do mercado. “As duas maiores fusões do ano certamente deram o tom de mercado para o que pode vir a seguir. Não podemos descartar fusões entre redes intermediárias”, pondera Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Assim como o setor industrial, o varejo farmacêutico vive um bom momento. No âmbito da Abrafarma, que congrega as grandes redes de farmácia, a entidade prevê crescimento de 20%, apontando para um faturamento acima de R$ 20 bilhões em 2011. Um ramo em plena expansão tem atraído a atenção do setor farmacista, o varejo on-line, que tem apresentado crescimento médio de dois dígitos ao ano. Segundo a pesquisa WebShoppers, da consultoria E-Bit, o comércio eletrônico fechará o ano com faturamento de R$ 18,7 bilhões, um acréscimo de 26% sobre os resultados de 2010, que atingiu R$ 14,8 bilhões. Somente nos primeiros seis meses de 2011 foram faturados R$ 8,4 bilhões em bens de consumo via web, um avanço de 24% sobre o mesmo período de 2010 (R$ 6,8 bilhões). Nesse período foram finalizados 25 milhões de pedidos e a E-Bit prevê que, até o final de 2011, 54 milhões de pedidos devam ser registrados. Para se ter ideia do ritmo das vendas eletrô10 Anuário Farmacêutico 2012
As duas maiores fusões do ano certamente deram o tom de mercado para o que virá a seguir. Não se pode descartar fusões entre redes intermediárias nicas no País, apenas o faturamento do primeiro semestre deste ano supera o resultado de 2008 inteiro, que registrou movimento de R$ 8,2 bilhões. “O setor de bens de consumo cresce entre 30% a 40% ao ano e o varejo on-line representa atualmente cerca de 6% das transações totais do varejo brasileiro”, afirma Ludovino Lopes, presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net). Se no início houve alguma hesitação por parte das drogarias na venda on-line, hoje as empresas não querem perder tempo. A rede paulista Ultrafarma pretende aumentar sua receita em um terço apenas com os resultados do comércio eletrônico. “Hoje, cerca de 30%
das vendas totais são geradas pela internet. Nossa meta é crescer 30% até dezembro de 2012”, afirma Marcos José Menezes dos Santos, diretor de TI da Ultrafarma. O investimento médio de uma empresa de grande porte da área de farmácias em comércio eletrônico gira em torno de R$ 800 mil a R$ 1 milhão, avalia Santos. “A Ultrafarma reverte 4% do faturamento do site em investimento para o comércio eletrônico. Recentemente investimos na reestruturação do site para deixá-lo com layout mais agradável, facilitar a navegação, além de reforçar a segurança”, revela o executivo. São comercializados pelo site da Ultrafarma genéricos de uso contínuo e medicamentos isentos de prescrição.
CANAL
Os caminhos do setor farmacêutico Apesar da crise internacional, varejo e indústria ganharam musculatura no País. Desafio agora é manter crescimento em 2012 e expandir em novas áreas Por Marcelo de Valécio e acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira cresceu 1,8% no começo do segundo semestre de 2011 em comparação a agosto de 2010. Para chegar a tais índices foram analisados 27 setores da indústria, dos quais, 16 apontaram aumento na produção. Entre eles, o setor farmacêutico foi um dos que mais influenciaram para o resultado total, apresentando crescimento acumulado de 2,4%. Ou seja, o ramo farmacêutico é dos que mais tem se expandido Fotos: Shutterstock
nos últimos anos, aproveitando o bom momento da economia brasileira. Com a elevação do poder aquisitivo das classes C e D aumenta a preocupação com a saúde e, consequentemente, faz crescer a produção e venda de medicamentos. De acordo com levantamento da consultoria especializada no mercado farmacêutico IMS Health, a classe C, que corresponde a 53% da população brasileira, representa atualmente 42% do consumo de medicamentos no Brasil, encostando nas classes A e B, que respondem por 48% do total e sempre foram os tradicionais consumido-
res de medicamentos. Não por acaso, a taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos, segundo a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%, fazendo com que o Brasil mantenha o sétimo lugar no ranking global, segundo a IMS Health. As contas de 2011 ainda estão sendo apuradas, mas já é possível aferir que o ano deve fechar com bons resultaAnuário Farmacêutico 2012 11
CANAL
O mercado farmacêutico brasileiro em 2011 se comportou de acordo com o esperado, e a expansão real ficou muito próxima da projeção inicial de 15%
casa dos R$ 41 bilhões, o que representa crescimento de 13% em relação a 2010. “O mercado farmacêutico brasileiro em 2011 se comportou de acordo com o esperado, e a expansão real ficou muito próxima da projeção inicial de 15%”, afirma Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindusfarma. O segmento de genéricos, responsável por uma fatia de 25% do setor farmacêutico, é o que mais tem motivos para otimismo. Segundo a Associação
res, nossas vendas apresentaram alta de 40%. Devemos fechar o ano com faturamento aproximado de R$ 8,5 bilhões”, afirma Odnir Finotti, presidente executivo da Pró Genéricos. Parte desses resultados se deve ao fim das patentes de medicamentos importantes, caso do Lipitor e do Viagra, da Pfizer, do Diovan, da Novartis, e do Livitra, da Bayer, fato que tem impulsionado a fabricação de medicamentos genéricos no País. “Algumas drogas como o Lipitor representam resultados importantes
dos para a indústria farmacêutica instalada no País. Apenas no primeiro semestre as vendas atingiram R$ 20 bilhões, representando aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2010, segundo levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Projetando os dados coletados pela IMS Health até outubro, a entidade estima que a indústria farmacêutica deva fechar o balanço do ano com faturamento na
Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), a previsão inicial era fechar 2011 com crescimento 25%, um crescimento expressivo, mas os resultados foram ainda melhores. No terceiro trimestre foi registrado aumento de 32% em unidades vendidas em relação ao mesmo período de 2010 e de 40% no faturamento, para R$ 2,3 bilhões. “Tivemos um desempenho acima do esperado em 2011. Esperávamos crescer 25% em unidades e já chegamos à marca de 32%. Em valo-
para o setor. Certamente a entrada de novas drogas fortalece e faz o mercado de genéricos crescer”, observa Finotti. “Mas outros fatores também influenciaram nos resultados, como o bom momento da nossa economia, o aumento da renda da população e o Programa Farmácia Popular.” Até o fim de 2012, cerca de 30 medicamentos com bons índices de venda devem ter sua patente expirada. Entre, eles Crestor e Nexium, da AstraZeneca, e Lexapro,
12 Anuário Farmacêutico 2012
da Lundbeck. No caso do Crestor, seu genérico (rosuvastatina) já foi aprovado pela Anvisa, mas a empresa tenta revogar na Justiça o registro. O Poder Judiciário não tem sido muito sensível ao pleito dos laboratórios. No início do ano o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia negado pedido da sanofi para estender o prazo de proteção à patente do Plavix. Segundo analistas de mercado, o vencimento de uma patente representa para os laboratórios criadores de deter-
macêutico – atualmente, dos cerca de 11 mil medicamentos registrados na Anvisa, quase 8 mil são similares. De acordo com Henrique Uchió Tada, diretor técnico executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), o mercado de medicamentos similares deve fechar 2011 ultrapassando a barreira de 2 bilhões de unidades comercializadas. O executivo destaca, ainda, a forte presença dos laboratórios nacionais nessa conta. “Vale dizer que a maioria dos laboratórios fabricantes de similares é de capital nacional. Mesmo
Prescrição (Abimip) é de que o setor tenha fechado 2011 com crescimento de 15%. Apesar das restrições que os MIPs sofreram nos últimos anos – obrigatoriedade de venda atrás do balcão e restrição à publicidade, que impactaram as vendas –, o segmento vem mantendo crescimento constante. Segundo levantamento da IMS Health, o faturamento do segmento MIPs saltou 22,74% de 2009 para 2010, passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,5 bilhões. Em unidades, passou de 623 mil para 740 mil cai-
minada droga uma perda de US$ 500 milhões em vendas. Projeções da Pró Genéricos indicam que em 2015 o Brasil pode se tornar o terceiro maior mercado de genéricos do mundo. Segundo Odnir Finotti, as empresas de genéricos, em sua maioria, estão operando com a capacidade máxima de produção. Quem também tem aproveitado os bons resultados do setor são os fabricantes de medicamentos similares. Esse ramo representa 65% do mercado far-
na indústria farmacêutica em geral, os laboratórios nacionais vêm crescendo em participação. Hoje perto de 50% do mercado total é composto de empresas de capital 100% nacional, sendo que em 2002 os laboratórios nacionais detinham apenas 32% do mercado farmacêutico brasileiro.” Outro segmento que tem crescido de forma importante é o de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). A previsão da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de
xas de medicamentos, representando elevação de 18,88% no período. “Não podemos nos queixar de 2011, foi um ano bom em termos de vendas e não houve medida de impacto que pudesse atrapalhar o planejamento”, afirma Aurélio Villafranca Saez, diretor executivo da Abimip. “MIPs tem evoluído em velocidade superior quando comparado ao mercado farmacêutico total, evidenciando que há grandes oportunidades de desenvolvimento”, acrescen-
O segmento de genéricos, responsável por uma fatia de 25% do setor farmacêutico, é o que mais tem motivos para otimismo
Anuário Farmacêutico 2012 13
CANAL
ta Laís Rosin, diretora de marketing OTC da Nycomed. Novos consumidores passaram a comprar medicamentos por conta do aumento da renda. Com maior poder aquisitivo, as classes C e D passaram a se cuidar melhor, tanto da saúde quanto procedimentos estéticos, estimulando a diversificação do mix de produtos das empresas. “Acreditamos no momento socioeconômico brasileiro bastante favorável e no potencial de nossas marcas. Prevíamos manter em 2011 o crescimento conquistado no ano anterior”, revela Laís, da Nycomed. Segundo Luciano Borges, gerente de marketing da Multilab, a categoria que tem mais crescido é a de suplemento nutricional. Ao mesmo tempo foi constatado o fortalecimento das marcas tradicionais, com a revitalização de uma série de produtos, ampliando a gama de opções ao consumidor e consequentemente impulsionando o setor como um todo. Na Aspen Pharma o crescimento para 2011 de 20% incluía a decisão de aumentar a fatia dos MIPs no portfólio. “Nosso objetivo é que o segmento chegue a 50% da área de varejo da empresa.” Já o presidente da Natulab Marconi Trindade Sampaio também se mostra otimista. “Para 2011, estamos prevendo crescimento de 50% no faturamento.” No caso da Boiron, o diretor geral da empresa no Brasil, Ricardo Ferreira, prevê crescimento expressivo do faturamento. “Em 2010, aumentamos consideravelmente o número de pontos de venda e alargamos as nossas operações de forma mais estruturada para o Rio de Janeiro e Brasília, após o sucesso verificado em São Paulo em 2009. “Estamos hoje com 86% de crescimento em valor, sendo que todos os nossos medicamentos apresentaram, em 2011, mais de 65% de crescimento, o que de fato demonstra a nossa capacidade de aproveitar o bom momento que vive o Brasil.” Assim como o setor industrial, o va14 Anuário Farmacêutico 2012
Produtos de higiene e beleza devem influenciar positivamente nos resultados do varejo farmacêutico de 2011. O Brasil é o terceiro país onde mais se compram esses artigos no planeta. A expectativa é crescer 13% rejo farmacêutico vive um bom momento. A estimativa do IMS Health é de que o crescimento de 2011 supere os 10%. No âmbito da Abrafarma, que congrega as grandes redes de farmácia, a entidade prevê crescimento de 20%, apontando para um faturamento acima de R$ 20 bilhões em 2011. “Tal comportamento está dentro do esperado, e representa a evolução natural do modo como as redes têm evoluído nos últimos cinco anos. As empresas associadas à Abrafarma dobraram de tamanho nos últimos cinco anos e devem dobrar novamente de tamanho até 2016”, revela Barreto. Para Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), 2011 correu sem surpresas, já que se esperava um ano bom. “O mercado farmacêutico cresceu mais do que o PIB e isso por si só já é uma boa notícia. Se aliarmos isso ao fato de no ano anterior termos crescido quase 20%, nos tornamos ainda mais oti-
mistas, pois crescemos em cima de uma base alta”, observa o dirigente. Luiz Fernando Buainain, ex-presidente da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), mostra ainda mais entusiasmo. ”Este ano surpreendeu de forma muito positiva, pois, apesar de 2010 ter sido bem representativo, 2011 está conseguindo manter um bom desempenho em crescimento de unidades comercializadas e com equivalência positiva também em reais.” Produtos de higiene e beleza devem influenciar positivamente nos resultados do varejo farmacêutico de 2011. De acordo com o Instituto Euromonitor, o Brasil é o terceiro país onde mais se compram esses artigos no planeta. Em 2010, o crescimento das vendas atingiu 12,6%, se comparado ao ano anterior, fechando com R$ 27,5 bilhões de faturamento. A expectativa do setor é crescer perto de 13% em 2011, atingindo R$ 31,1 bilhões de receita.
HPC
Dispostos a gastar Consumidores optam por farmácias e drogarias na escolha de produtos de alto valor agregado em higiene pessoal, perfumaria e cosméticos Por Tânia Longaresi
S
ão as vendas de não medicamentos que registram as maiores altas no canal farma e sustentam um crescimento do setor de 20% (janeiro a outubro de 2011 ante o período anterior). Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a comercialização das categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC) e correlatos avançou 27,7%. Já nos medicamentos, o incremento foi de 16,25%. Pesquisas da Nielsen apontam que o crescimento das vendas de HPC acontece em todos os canais, mas é nos formatos porta a porta, perfumaria, farmácias e drogarias que esse aumento é mais acentuado. Segundo o instituto de pesquisa, higiene e beleza crescem impulsioFoto: Shutterstock
O shopper de Farma-Cosmético é concentrado no Nível Sócio-Econômico (NSE) Alto
36,6
36,3
43,4
43,4
20,0
20,3
YTD 10
YTD 11
POPULAÇÃO
NSE Baixo
28,6
28,7
46,9
46,9
24,5
24,4
YTD 10
YTD 11
SHOPPERS NO CANAL FARMA
NSE Médio
18,3
18,9
47,2
46,2
34,4
34,8
YTD 10
YTD 11
GASTO NO CANAL FARMA
NSE Alto
Fonte: Nielsen/Shopper Visions
Anuário Farmacêutico 2012 15
HPC
nadas pelo incremento do tíquete médio. Em 2010, o shopper desembolsava a cada compra, em média, R$ 9,30. Esse valor subiu em 2011 para R$ 10,21. Com isso, o gasto médio anual da cesta passou de R$ 267,70 para R$ 293 no período analisado. “Esse aumento de tíquete médio é percebido em praticamente todas as categorias da cesta”, afirma Maria Fernanda Celidonio, coordenadora da pesquisa na Nielsen. O comportamento do consumidor muda de acordo com o canal de compra. A frequência de compras em farmácias e drogarias é mais baixa, mas, em compensação, o tíquete médio é alto. “Sinal de que o consumidor reconhece esse canal (farmácias e drogarias) como um local para adquirir produtos de alto valor agregado”, observa Maria Fernanda. No canal farma, o perfil do consumidor de higiene e beleza é da classe alta e média. Dados da Nielsen apontam que 24,4% são das classes A e B, 47,2% da classe média e 18,9% das classes D e E. “Mesmo com uma concentração na classe alta, o canal tem mais percepção de promoção nos produtos de higiene e
beleza. Isso é importante porque mostra que mesmo a população das classes A e B busca promoção e reconhece a farmácia ou drogaria como um canal importante”, complementa Maria Fernanda. O shopper da farmácia e drogaria opta por esse canal para compras de categorias não básicas, quando comparado com o autosserviço. “O ponto é como o canal farma se comporta frente a essa característica. O bronzeador e o creme para a face são dois bons exemplos, já que o nível de conversão em compra é bem maior no canal farma frente ao canal alimentar”, aponta. Já na escolha de xampu básico, no supermercado a conversão de compra é de 98%. As farmácias e drogarias têm uma performance melhor nos itens premium de cuidados com os cabelos. Esse quadro repete-se em outras categorias, já que há uma concentração nas categorias não básicas, e nas categorias básicas, o sortimento é mais premium no canal farma. Mas, segundo pesquisa da Nielsen, quem ganha espaço nas vendas das categorias de higiene pessoal são as farmácias e drogarias das redes e não as independentes. Nas independentes, o crescimen-
Aumento do tíquete médio é percebido em praticamente todas as categorias da cesta MENOR PENETRAÇÃO E MAIOR VARIAÇÃO DO TÍQUETE MÉDIO
MAIOR PENETRAÇÃO E MAIOR VARIAÇÃO DO TÍQUETE MÉDIO
CREME PARA PENTEAR COM -15% DE TÍQUETE MÉDIO
• Creme para pentear • Creme para o corpo • Xampu
CREME PARA FACE COM +12% DE PENETRAÇÃO
• Creme de tratamento • Sabonete em barra
• Desodorante • Bronzeadores • Tintura • Condicionador
MAIOR PENETRAÇÃO E MENOR VARIAÇÃO DO TÍQUETE MÉDIO NÃO HOUVE VARIAÇÃO DO CREME DENTAL
• Escova de dentes Fonte: Nielsen/Shopper Visions
16 Anuário Farmacêutico 2012
• Creme dental
• Creme para face • Sabonete líquido • Absorvente
As farmácias de cadeia são as grandes impulsionadoras do crescimento da cesta de H&B YTD 11 YTD 10
39,9 37,8
Cadeia
43,3 41,2
Independentes
% variação ACUM 11 vs ACUM 10 + 15,8
+ 4,5
Fonte: Nielsen/Shopper Visions
to das vendas de HPC apresentou alta de 4,5% em 2011 ante 2010. No mesmo período, a redes de farmácias e drogarias apresentaram um crescimento de 15,8%. Comparado com os shoppers do porta a porta, creme para a pele se torna a maior oportunidade de desenvolvimento para o canal farma, seguido das categorias creme para o corpo, desodorantes, sabonetes líquidos e bronzeadores. O estudo da Nielsen traz algumas reflexões para o setor. Para o varejista, é importante saber qual o posicionamento da sua loja: se é generalista ou especializada; se tem foco no abastecimento ou conveniência. “As farmácias e drogarias posicionam-se no meio do quadrante, não sendo consideradas nem especialistas, nem generalistas, mas com um perfil mais voltado para a conveniência”, conclui Maria Fernanda. Segundo a especialista, cabe ao profissional do setor buscar alternativas para garantir a lealdade do shopper em categorias não básicas, cujo canal porta a porta vem ganhando espaço.
SIMILARES
Dois bilhões de unidades vendidas em 2011 Um dos principais segmentos do setor, a produção de medicamentos similares representa 65% da indústria farmacêutica
O
crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos, segundo a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%, fazendo com que o Brasil alcance Fotos: Shutterstock
Por Marcelo de Valécio o sétimo lugar no ranking global, segundo a IMS Health, com a expectativa de chegar ao sexto posto até 2015, desbancando a Itália. Em 2011, o faturamento ficou na casa dos R$ 41 bilhões, o que representa crescimento de 13% em relação a 2010, segundo levantamento preliminar do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
(Sindusfarma) e da consultoria especializada no mercado farmacêutico IMS Health. Um dos principais segmentos do setor, a produção de medicamentos similares, que representa 65% da indústria farmacêutica – atualmente, dos cerca de 11 mil medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quase 8 mil são similaAnuário Farmacêutico 2012 17
SIMILARES
O vencimento da proteção patentária com certeza aquecerá o mercado com a possibilidade concreta de lançamento de medicamentos similares e de genéricos, o que eleva a competição e, principalmente, aumenta o acesso da população a medicamentos com preços menores
res –, vem obtendo crescimentos expressivos ao longo dos últimos anos. Em 2010, o segmento viu seu faturamento crescer 32% em relação ao mesmo período de 2009, enquanto as porcentagens de unidades vendidas registraram alta de 20% no mesmo período de comparação. Os dados são da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), que projeta crescimento significativo para o exercício de 2011. De acordo com Henrique Uchió Tada, diretor técnico executivo da Alanac, o mercado de medicamentos similares deve fechar 2011 ultrapassando a barreira de 2 bilhões de unidades comercializadas. O executivo destaca, ainda, a forte presença dos laboratórios nacionais nessa conta. “A maioria dos laboratórios fabricantes de similares é de capital nacional. Mesmo na indústria farmacêutica em geral os laboratórios nacionais vêm crescendo em participação. Hoje, perto de 50% do mercado total é composto de empresas de capital 100% nacional, sendo que em 2002 os laboratórios nacionais detinham apenas 32% do mercado farmacêutico brasileiro.” Para 2012, a expectativa também é grande, segundo Tada, tendo em vista as diversas patentes de medicamentos de referência que irão vencer ao longo do ano, favorecendo o mercado de similares. “O vencimento da proteção patentária com certeza aquecerá o mercado com a possibilidade concreta de lançamento de medicamentos similares e de genéricos, o que eleva a competição e, principalmente, aumenta o acesso da população a medicamentos com preços menores”, diz o executivo da Alanac. Tema frequentemente debatido quando se fala no crescimento desse mercado diz respeito aos testes
18 Anuário Farmacêutico 2012
Evolução de vendas GENÉRICOS
SIMILARES
MIPS
O segmento de genéricos é responsável por uma fatia de 25% do setor farmacêutico. No terceiro trimestre de 2011, foi registrado aumento de 32% em unidades vendidas em relação ao mesmo período de 2010 e de 40% no faturamento, para R$ 2,3 bilhões
Em 2010, o segmento cresceu 32% em relação ao mesmo período de 2009, enquanto as procentagens de unidades vendidas registraram alta de 20% no mesmo período. O mercado de similares deve fechar 2011 ultrapassando a barreira de 2 bilhões de unidades comercializadas
O setor de MIPs deve ter fechado 2011 com crescimento de 15%. O faturamento saltou de 22,74% de 2009 para 2010, passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,5 bilhões
de biodisponibilidade relativa, que até 2014 serão obrigatórios para todos os medicamentos similares. Qual deve ser o impacto econômico dessa medida para as empresas e para o consumidor? “Não haverá um impacto pontual, pois as empresas já vêm realizando os testes ao longo dos últimos anos. Ou seja, os custos vêm sendo amortizados com o tempo”, explica Henrique Uchió Tada. Segundo o executivo, a adequação dos medicamentos similares teve início quando saiu a primeira resolução da Anvisa sobre o tema em 2003 (RDC 134/2003). Já nessa fase ocorreu a adequação dos medicamentos similares de faixa terapêutica estreita e os medicamentos que não se adequavam tiveram seu registro cancelado. A segunda etapa de adequação teve início em dezembro de 2004 e foi concluída em 2009, quando foram
analisados os medicamentos antirretrovirais, antibióticos e antineoplásicos, que foram adequados e tiveram seus registros renovados. Na sequência, a terceira e última etapa de adequação teve início em 2010 e terminará em 2014, quando todos os demais medicamentos similares serão adequados, ou seja, passarão na sua totalidade pelos testes de biodisponibilidade relativa, que atesta a mesma eficácia e segurança que os medicamentos genéricos. Segundo estudo da Anvisa, divulgado no início deste ano, 92% dos medicamentos similares estavam adequados às normas sanitárias vigentes. “Não temos o dado atualizado, mas certamente esse percentual aumentou e caminha para os 100%”, observa Tada. Apesar disso, alguns médicos ainda resistem a receitar similares. Isso ocorre basicamente, se-
gundo o diretor da Alanac, por desinformação, “pois os similares são tão eficazes e seguros quanto os de referência e genéricos”, diz o executivo. “Todos seguem as rígidas normas da Anvisa, não existe espaço para aventuras e laboratórios operando de forma irregular. A agência fiscaliza em cima e os laboratórios que atuam atualmente no mercado já assimilaram há muito tempo a responsabilidade e compromisso de fabricar e vender produtos seguros, eficazes e com qualidade.” Uma confusão que acontece, segundo Henrique Tada, diz respeito ao nome empregado nos testes para similares e genéricos – biodisponibilidade relativa e bioequivalência. “Não existe diferença entre eles, apenas a nomenclatura muda”, revela. O teste de biodisponibilidade relativa é feito para medicamentos similares e o de bioequivalência é utilizado para os genéricos. “Em ambos os testes os critérios de avaliação do medicamento são rigorosamente os mesmos. A norma da Anvisa (Resolução RDC 1170/2006) inclusive é a mesma para a realização dos dois testes, que avaliam segurança e eficácia da formulação dos medicamentos similares e genéricos”, pondera o executivo. Qual a diferença, então, entre similares e genéricos? As únicas existentes, segundo o diretor da Alanac, estão no uso da marca (nome comercial) nos medicamentos similares e o nome do princípio ativo (Denominação
Biodisponibilidade e bioequivalência Bioequivalência é o teste feito para os genéricos, para comprovar que têm a mesma taxa de absorção que os de referência. O de biodisponibilidade confirma que os similares são absorvidos pelo organismo, na mesma velocidade que os de referência. O termo correto para os testes para similares é biodisponibilidade relativa, que pode ser simplificado para teste de biodisponibilidade. Já o teste de bioequivalência é exclusivo para genéricos. Outra coisa é que ambos os testes seguem as mesmas recomendações da Anvisa, por isso a norma é a mesma (Resolução RDC 1170/2006) e avalia segurança e eficácia da formulação dos medicamentos similares e genéricos. Até dezembro 2014 todos os similares vão precisar ter passado por testes de biodisponibilidade. Com os genéricos, isso já acontece desde 1999, com os testes de bioequivalência. Isso se faz necessário para que os medicamentos sejam produzidos em condições de uso e eficácia de atuação, ou seja, vai contribuir para a cura de doenças, ou ao menos vai controlá-las. O diretor-executivo do Instituto de Ciências Farmacêtucas (ICF), Leonardo Teixeira de Souza, laboratório do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), responsável por realizar testes, explica que quando um medicamento, independente de sua classificação, é produzido, a absorção dele pelo organismo precisa ser avaliada. “Para isso, o ICF recruta voluntários sadios, que se submetem a vários exames médicos. Este voluntário recebe uma dose do medicamento e a absorção é analisada no organismo, quando se consegue comprovar a qualidade, embora o laboratório produtor já tenha este controle com os testes in vitro.” O executivo revela que quando há uma formulação semelhante (similar), é preciso verificar se o organismo consegue dissolver a molécula na mesma velocidade que o de referência. Esta velocidade está no tempo de absorção; se não der certo, não pode ser comercializado. “85% dos produtos que recebemos têm a absorção necessária e 25% ainda não demonstram taxas corretas, caso em que voltam para redesenvolvimento”, explica.
Comum Brasileira) pelos medicamentos genéricos, e a questão da intercambialidade, que a lei determina que apenas os medicamentos genéricos sejam intercambiáveis com o seu respectivo referência.
Os similares são tão eficazes e seguros quanto os de referência médica e genéricos. Todos seguem as rígidas normas da Anvisa, não existe espaço para aventuras e laboratórios operando de forma irregular
“Como até 2014 todos os medicamentos similares já terão passado pelos testes de biodisponibilidade relativa, a lei deverá ser revista, não havendo mais argumento para que similares não possam ser intercambiáveis com o respectivo medicamento de referência. Além disso, todas as possíveis dúvidas quanto à eficácia dos similares serão sanadas, encerrando a questão de alguns críticos que dizem que os similares não passam pelos mesmos testes que os genéricos. Desde 2003 o processo de adequação vem ocorrendo”, afirma Tada. Anuário Farmacêutico 2012 19
oportunidAde
Novas apostas As categorias de dermo e nutricosméticos, além dos medicamentos fitoterápicos, crescem na casa dos dois dígitos e garantem boa rentabilidade ao negócio o ano todo Por Lígia Favoretto
n
os últimos anos, um número cada vez maior de pessoas tem exigido produtos que ofereçam alta tecnologia, saudabilidade, cosmética superior e resultados comprovados. Em função do alto valor agregado e da demanda crescente, algumas categorias tornaram-se atraentes para a indústria e para farmácias e drogarias, principais pontos de venda de dermocosméticos e nutricosméticos. Consideradas categorias destino, são as novas promessas de sucesso do canal farma, já que diversos fatores 20 Anuário Farmacêutico 2012
contribuem para os bons resultados alcançados, como a estabilidade da economia brasileira, o crescimento da expectativa de vida da população, o aumento do poder de compra e, sobretudo, a expansão das farmácias no País. Além disso, são produtos que associam ativos renomados, alta eficiência com estudos científicos e respaldados pela Dermatologia e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A mulher brasileira é muito vaidosa e preocupada com sua aparência. Elas não só buscam mais produtos e novidades, como também têm
muito mais acesso a esse tipo de informação, o que justifica os resultados. Segundo informa a gerente de Eucerin, no Aché Laboratórios, Thais Mattar Costa, o segmento de dermocosméticos apresenta crescimento de cerca de 20% ao ano. Em 2011, registrou 23%, impulsionado pela entrada de novas empresas e lançamentos de produtos, o que é muito comum nesse mercado. “É possível observar também a expansão de proteção solar, com crescimento de 24%, seguido dos produtos para rosto, com 18%, e produtos para o corpo, com 16%.”
A executiva afirma que isso demonstra o potencial da categoria comparado ao mercado em geral, uma vez que o discernimento e a preocupação da população com a saúde da pele vêm crescendo a cada ano. O laboratório acredita que a farmácia é o local de eleição para adquirir este tipo de produto, visto que o perfeito entendimento do modo de uso e mecanismo de ação, por parte dos balconistas, farmacêuticos e dermoconsultores, dá confiança e suporte na pós-prescrição aos consumidores, que por vezes têm dúvidas de como aplicar corretamente o item prescrito. “O Aché conta com uma área de trade marketing que negocia espaços para que os produtos sejam expostos ao consumidor da melhor forma. Uma equipe de promotores e representantes monitora a disponibilidade e exposição dos produtos no ponto de venda e conduz treinamentos frequentes”, revela Thais. Atenta às movimentações de mercado e querendo entrar em uma disputa acirrada, a marca Olay, da Procter & Gamble, chegou ao Brasil há um ano. O mercado brasileiro de Skin Care é o terceiro maior mercado em consumo de produtos para pele, dessa forma, a P&G Brasil quer ter no País a mesma representatividade registrada nos Estados Unidos, onde é líder de mercado. A gerente de marketing de Olay, Juliana Moretti, comenta que um dos grandes desafios para a marca é ingressar em um mercado de compra diferenciada, além de desenvolver uma comunicação dirigida a todas as consumidoras, já que grande parte das vendas é realizada no porta a porta. “Sabemos que, acima de tudo, a comunicação e o produto precisam ser relevantes, a fim de chamar a atenção da cliente para um universo de compra na farmácia, na qual ela não está tão habituada a comprar.”
A categoria de dermocosméticos é de extrema importância às farmácias e drogarias, pois tem alto valor agregado. São poucas unidades com um elevado rendimento Por este motivo, a empresa aposta nos diferenciais da marca, que são ciência e tecnologia, como a utilização da máquina Visia em alguns locais estratégicos. Trata-se de um equipamento que faz fotografias digitais, com luz ultravioleta, que pode flagrar marcas na pele invisíveis a olho nu. A partir dessas imagens, um programa de computador determina o número de rugas, manchas causadas pelo sol e poros excessivamente dilatados, que aumentam o risco de ocorrência de espinhas. “Com isso é possível identificar os produtos ideais para cada pessoa. Assim, conseguimos atender às diferentes necessidades das consumidoras para todo o dia.” A executiva diz que a categoria é de extrema importância às farmácias e drogarias, pois tem alto valor agregado. “São poucas unidades com um elevado rendimento. Para se ter uma ideia, 80% de nossas vendas estão no canal farma. Sabemos que o PDV representa 65% das escolhas, por isso, trabalhamos com mensagens educativas que abordam o benefício do produto investindo no visual.” No Brasil, a marca conta com 1,8% de market share no mercado de cuidados faciais, de acordo com dados da Nielsen – T.Brasil – setembro/ outubro de 2011. O diretor superintendente da Divisão Cosmética Ativa da L´Oréal, Délio de Oliveira, lembra que uma boa exposição dos produtos e a presença de dermoconsultoras são fatores que também ajudam na hora das vendas. “Essa categoria é res-
ponsável por trazer um novo tipo de cliente para a farmácia, que antes comprava no porta a porta ou em lojas especializadas.” A L’Oréal é uma das pioneiras no mercado de dermocosméticos no Brasil; começou em 2000, com o lançamento da marca francesa La Roche-Posay. “Na época, identificamos uma forte demanda por esses produtos em um grande potencial de crescimento. Foi uma aposta que deu tão certo que logo no ano seguinte trouxemos também Vichy ao mercado.”
Nutricosméticos
Existe um movimento crescente dos consumidores no mundo inteiro, e também no Brasil, de acreditar que a beleza deve ser resultado de uma abordagem holística/global. Ou seja, que além dos cosméticos tópicos e procedimentos estéticos, a via nutricional também aciona os mecanismos de beleza desde o interior da pele. O canal farma foi o escolhido para a venda de nutricosméticos, pois é o local onde a mulher se sente mais à vontade para conhecer as inovações do mercado. Trata-se de uma categoria de alta rentabilidade e grande crescimento devido à geração que gasta bilhões, ano a ano, no esforço de manter a aparência jovem e o bem-estar. O tíquete médio de compra é de cerca de R$ 200,00 ao mês. A Nutricé afirma que vários fatores têm contribuído para o crescimento da categoria. De acordo com o Grupo Kline, dados de 2008, Anuário Farmacêutico 2012 21
oportunidade
Os executivos revelam que quem mais investir vai aproveitar o momento de construção e solidificar a imagem de pioneirismo e de marca próxima e atualizada com a demanda dos consumidores. “Portanto, conforme as características e potencial individual de cada PDV, o gestor deve ficar antenado e construir a categoria o quanto antes.” Para 2012, a expectativa de crescimento da Nutrilatina em vendas e faturamento é superior a 25%. A empresa estima ainda aumentar a penetração em maior número de PDVs (chegando a oito mil).
Fitoterápicos
O canal farma foi o escolhido para a venda de nutricosméticos, pois é o local onde a mulher se sente mais à vontade para conhecer as inovações do mercado as vendas crescem mais de 11% ao ano, mas no Brasil o mercado é mais agressivo e registra crescimento em torno de 40% a 50% ao ano. O Japão e a Europa ocidental são mercados já firmados, e EUA e Brasil são países com um mercado ainda vasto e inexplorado, oferecendo grandes oportunidades. Estima-se que o mercado mundial de nutricosméticos em 2012 será de US$ 2,5 bilhões. Em 2008 a Integralmedica, que engloba a Nutricé, percebeu a oportunidade de mercado visitando países europeus e, junto de grandes multinacionais, trouxe a tecnologia para o Brasil. A empresa encerrou 2011 com o lançamento de seis produtos, três para emagrecimento e três para 22 Anuário Farmacêutico 2012
beleza da pele. A expectativa de crescimento da empresa para 2012 é de 40% no que diz respeito a vendas e faturamento. Além disso, estima lançar mais seis produtos especializados em beleza de dentro para fora – in to out care. Marcelo Fernando Fernandes, gerente nacional de vendas & trade marketing da Nutrilatina, e Juliana Peixoto Modé, diretora de marketing da mesma empresa, ressaltam que a categoria ainda é pequena no faturamento das drogarias, mas apresenta crescimento acima do dobro dos produtos farmacêuticos nos últimos cinco anos, com perspectiva de manter o mesmo ritmo de crescimento nos próximos cinco anos.
O aumento de pesquisas científicas e os novos hábitos dos consumidores, que buscam por medicamentos com menos efeitos colaterais, fazem dos fitoterápicos uma classe de produtos interessante ao canal. A Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit) estima que o mercado de fitoterápicos cresce cerca de 10% ao ano. Para o ano de 2011, a estimativa é de que o crescimento tenha fechado no movimento de US$ 1 bilhão. Especialistas dizem ser pouco, levando em conta o potencial da biodiversidade brasileira. Marconi Sampaio, presidente da Natulab, comenta que há uma demanda reprimida muito grande, fazendo com que haja uma tendência para o crescimento, além do trabalho da Anvisa para combater o consumo e o uso de ervas e extratos de forma irregular, sem comprovação da origem, da concentração dos extratos, comprometendo a segurança da saúde e da população. “Isso fará com que o consumo de fitos regulares nas farmácias cresça ano a ano no Brasil.” Fotos: Shutterstock
O objetivo de investir em fitoterápicos é atender à crescente demanda e à tendência de ampliação. Tudo se justifica pelo potencial que esses produtos têm de prevenir e tratar doenças com menos efeitos colaterais
Após a RDC 44/09, o interesse da Nycomed em investir em fitoterápicos aumentou, já que os produtos puderam ficar ao alcance dos consumidores. O gerente de marca OTC da Nycomed, laboratório do grupo Takeda, Bruno Gallerani, diz que eles são uma opção diferenciada para quem busca por medicamentos que têm qualidade e segurança atestadas pelo laboratório farmacêutico que os produziu, sempre de acordo com os rigorosos critérios da Anvisa e do Ministério da Saúde. “Tudo isso é atrativo para o frequentador da farmácia, facilitando o momento da compra.” Para o presidente da Natulab, o objetivo de investir em fitoterápicos é atender à crescente demanda e à tendência de ampliação deste mercado. “Tudo se justifica pelo potencial que esses produtos têm de prevenir e tratar doenças com menos efeitos colaterais e reações adversas que os medicamentos alo-
páticos convencionais têm. É por este motivo que conquistam cada vez mais participação no mercado, assim como a aceitação por boa parte da população e da comunidade médica.” Marconi afirma que oferecer produtos devidamente regularizados e com os estudos de eficácia e segurança comprovados é um serviço que as farmácias devem prestar aos seus clientes. A representatividade de vendas da categoria para a Natulab é de 13%. São sete fitomedicamentos em linha atual, e um total de 63 medicamentos produzidos hoje em dia pela empresa. A expectativa anunciada por Marconi é de que em 2012 o número de fitos dobre. Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é a entrada de empresas do exterior no segmento brasileiro de fitoterápicos. A Aspen Pharma trabalha com a aquisição de marcas internacionais e tem tido excelentes resultados. O gerente de
marketing da empresa, Jackson Figueiredo, explica que houve uma valorização do mercado farmacêutico. “Alguns produtos estão mais caros; assim, a entrada de empresas de fora dá um novo ‘gás’ ao setor.” Ele lembra que até junho de 2011 o laboratório viveu em sinal amarelo. “Mas agora, o sinal verde foi dado e em 2012 faremos a aquisição de novos produtos, para complementar o portfólio.” Figueiredo acredita que a aceitação dos fitoterápicos é uma realidade e não mais uma promessa e diz que se fosse feita uma campanha pelo governo, um número maior da população poderia conhecer e fazer uso desses medicamentos, já que passam pelos mesmos testes de eficácia que os sintéticos. 60% do faturamento da Aspen Pharma em 2011 foi com os fitoterápicos. Para 2012, a empresa prevê 12% em crescimento das vendas e 9% em volume. Anuário Farmacêutico 2012 23
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Foto: Shutterstock
PARTE 2
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Projeções Crescimento acima de dois dígitos. Assim o setor deve se manter nos próximos anos. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) prevê crescimento de 20% em 2011, em relação a 2010, apontando para um faturamento acima de R$ 20 bilhões. O mercado das farmácias independentes, que representam 42,7% do setor e envolvem cerca de 55 mil estabelecimentos espalhados por todo o País, também fechará 2011 com o mesmo patamar de resultado das grandes redes e muito otimismo para 2012. A expectativa é que as farmácias independentes apresentem um incremento de 10% em 2012. No último ano, o setor passou a ser uma importante opção de compra de produtos de higiene pessoal e beleza. De acordo com pesquisa realizada pela Nielsen em 2010, houve crescimento importante da quantidade de lares que preferiram comprar produtos de higiene e beleza no canal farma – aumento de 740 mil lares de 2009 para 2010. Com mais espaço disponível nas prateleiras, aumentou o potencial de mercado para que produtos de higiene e beleza sejam mais bem distribuídos nas lojas, sobretudo nas independentes, que precisam oferecer boa variedade de produtos para atrair a clientela. O setor de atacado e distribuição também se prepara para acompanhar o crescimento do setor. A expectativa é que esse canal, nos próximos anos, invista fortemente em tecnologia de logística de distribuição, armazenagem e transporte. Entre tantos números e expectativas, o setor tem alguns entraves pela frente, como a alta carga tributária. Falando em tributos, a nova Substituição Tributária de São Paulo já está valendo desde janeiro deste ano. Conheça essas e outras movimentações do setor. Anuário Farmacêutico 2012 25
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Perspectivas para 2012 Países centrais, sobretudo Europa e EUA, devem sofrer com mais um ano de economia em baixa. No Brasil, crescimento deve se manter na casa dos 4%. Setor farmacêutico mantém boas expectativas de ascensão Por Marcelo de Valécio
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ara os países que compõem a zona do euro e os EUA, 2012 será um ano difícil, com crescimento pífio e possibilidade de recessão. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta a economia mundial crescendo em torno de 4%, puxada principalmente pelos países em desenvolvimento, que devem crescer na casa dos 6%. No Brasil, o Produto Interno Bruto poderá avançar entre 3% e 4% no Fotos: Shutterstock
ano, ficando no meio termo entre o bom resultado esperado para China e Índia, que devem crescer 8%, e os problemas dos países centrais. Isso porque os asiáticos continuam comprando nossas commodities, o que nos favorece. Porém, a crise europeia prejudica nossas exportações de produtos industrializados. Por conta da possível recessão na Europa e nos EUA, alguns economistas preveem que o crescimento do PIB brasileiro em 2012 pode
não passar de 1%, devendo voltar a crescer forte apenas em 2013. “Em 2013, o País deve retornar às taxas de crescimento similares às do ano passado, de 7,5%. Para 2014, ano de Copa do Mundo, o crescimento deve se manter elevado”, revela o economista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria. Já o governo brasileiro acredita que, com o aumento do salário mínimo de 14% em janeiro, a trajetória de queda na taxa básica de juros (Selic) e as desonerações fiscais, o Brasil garante crescimento do PIB de pelo menos 4% em 2012. O Ministério da Fazenda estima que os investimentos no Brasil voltarão a subir impulsionados pela aceleração dos investimentos do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. O grande trunfo do Brasil para o ano será justamente a capacidade de o mercado interno demonstrar vigor, fator essencial para convencer investidores a apostar no País. Dados preliminares indicam que o Brasil fechou 2011 com a maior participação já registrada no fluxo global de investimento estrangeiro direto (IED), em torno de 5,4%. São mais de US$ 60 bilhões chegando ao País sob forma de investimento, já descontadas as aplicações no exterior. Com o avanço acentuado dos ingressos de IED, o Brasil saltou da 15ª posição entre os principais destinos de IED, em 2009, para o quinto lugar em 2010. O bom momento da economia brasileira associado ao crescente envelhecimento da população e ao aumento do poder de compra das classes C e D tem aberto novas perspectivas de negócios para o setor farmacêutico. Mas qual deve ser o papel do Brasil no cenário global: um grande consumidor, um produtor de tecnologia ou um grande fabricante de genéricos/similares?
O bom momento da economia brasileira associado ao crescente envelhecimento da população e ao aumento do poder de compra das classes C e D tem aberto novas perspectivas de negócios para o setor farmacêutico “Por sua extensão territorial, tamanho da população e pujança econômica, o Brasil tem potencial para desempenhar todos esses papéis simultaneamente”, afirma Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). “O País já é o 7º do ranking mundial e um grande fabricante de genéricos e similares. E começa a investir de forma consistente, embora ainda tímida, na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos.” O montante de investimentos em pesquisa de novos medicamentos no Brasil gira em torno de R$ 4 bilhões ao ano, algo próximo de 10% do faturamento do setor. Em termos percentuais, é a metade do que investem os EUA. De acordo com a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica, a taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil vem se mantendo seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos. A média de expansão gira em torno Anuário Farmacêutico 2012 27
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A taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil vem se mantendo seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos. A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2% de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%. Segundo a consultoria especializada no mercado farmacêutico IMS Health, o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking global, à frente de Reino Unido, Canadá e Espanha, e está nos calcanhares da Itália, a qual deverá ultrapassar até 2015. Tal potencial tem estimulado novos investimentos do setor farmacêutico no País. A Novartis revelou projeto de construir sua primeira fábrica de vacinas no Brasil, naquele que deve ser o maior investimento da empresa no País. Serão investidos US$ 300 milhões em uma nova planta em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, que terá sua construção iniciada até 2012, com previsão de operar a partir de 2014. A unidade, que exportará 100% da sua produção, vai fabricar vacinas 28 Anuário Farmacêutico 2012
contra o meningococo B, micro-organismo causador da meningite cérebro-espinhal epidêmica. A Novartis conta com quatro plantas no Brasil – uma no Paraná, que produz genéricos, duas em São Paulo, que produzem medicamentos gerais, e uma no Rio de Janeiro, dedicada à produção química. Em 2012 a empresa também programou vários lançamentos. “Pesquisa é o DNA da Novartis, que busca constantemente oferecer novas soluções para a saúde. Nosso objetivo é lançar oito novos medicamentos por ano”, afirma Alexander Triebnigg, presidente do grupo Novartis no Brasil. Com expressivo crescimento de 33% (até outubro) em 2011 em comparação ao ano anterior, a brasileira Geolab espera crescer ainda mais em 2012. Para tanto, pretende mais do que dobrar sua
área construída para 23 mil metros quadrados até o final do ano, em uma área total de 75 mil m². Hoje a empresa está instalada em uma área de 53 mil m², com 12 mil m² de área construída. Essa ampliação permitirá aumentar em 50% a capacidade produtiva da empresa, permitindo lançar, pelo menos, 13 produtos ao longo do ano, de acordo com Rodrigo Nóbrega, gerente de marketing da Geolab. “Pretendemos crescer bastante em genéricos e similares e ter boa presença em MIPs. Lançaremos também nosso primeiro medicamento de uso controlado”, diz o executivo. Visando dobrar sua capacidade de produção de medicamentos genéricos a partir de 2013, o laboratório Teuto vai investir R$ 90 milhões em 2012. A capacidade atual de produção do laboratório é de 22 milhões de unidades por mês. “Somente em 2012 investiremos R$ 40 milhões para aumento de capacidade produtiva e lançamentos de produtos”, revela Marcelo Henriques, presidente executivo da empresa. Serão 200 novos produtos nos próximos dois anos, entre similares, genéricos e OTCs. Henriques lembra, ainda, que 2011 foi o primeiro ano da parceria do Teuto com a Pfizer e várias sinergias já aconteceram. “Iniciamos o projeto de visitação médica, com produtos Teuto, por meio da Pfizer. Em 2012 estaremos ainda mais próximos do ponto de venda, de forma que nossas respostas às mudanças de mercado sejam cada vez mais rápidas.” A aquisição parcial do Teuto pela Pfizer fez ampliar o alcance da população a tratamentos como o do colesterol, explica Gustavo Petito, diretor de Planejamento e Negócios da Pfizer Brasil. “Isso possibilitou lançamentos de genéricos da atorvastatina (Lipitor, para tratamento do colesterol) e citrato de sildenafila (Viagra, indicado para disfunção erétil).” A Pfizer finaliza um ciclo de investimentos
na ampliação da capacidade produtiva da manufatura instalada em Guarulhos. No total, foram investidos R$ 40 milhões em cerca de dois anos, o que possibilitou incremento de aproximadamente 20% na capacidade de produção. Houve ainda aquisição de equipamentos, maquinário e melhorias gerais na infraestrutura da operação. No caso do laboratório Boiron, 2012 certamente marcará sua consolidação, uma vez que foram feitos elevados investimentos nos últimos três anos. Segundo a empresa, 2011 foi extremamente positivo e de crescimento acentuado – 86% em valor. “Todos os nossos medicamentos apresentaram em 2011 mais de 65% de crescimento, o que demonstra a nossa capacidade de aproveitar o bom momento que vive o Brasil”, afirma Ricardo Ferreira, diretor da unidade brasileira da Boiron. “O Brasil vive um momento próspero, de crescimento e de boas oportunidades. Seguramente o País será uma das filiais do grupo Boiron no futuro. Para isso temos in-
A aquisição parcial do Teuto pela Pfizer fez ampliar o alcance da população a tratamentos como o do colesterol. Isso possibilitou lançamentos de genéricos da atorvastatina e citrato de sildenafila tensificado o trabalho para regulamentar, tanto na França quanto no Brasil, de forma a podermos registrar novos medicamentos e opções para o mercado brasileiro. Temos dois focos principais: a pediatria e o ponto de venda.” Para 2012, o laboratório Eli Lilly manterá a estratégia de maximizar o portfólio nas áreas de oncologia, neurociências, saúde do homem, saúde da mulher e diabetes. Atualmente a empresa possui mais de 70 moléculas em desenvolvimento clínico, sendo que 33 estão em testes na Fase II ou Fase III. “Continuamos a construir um portfólio consisten-
te com moléculas de qualidade”, revela Regiane Salateo, diretora de Assuntos Corporativos, lembrando que a empresa vem colhendo bons resultados com Trayenta, lançado recentemente em parceria com a Boehringer Ingelheim. Em 2011, o laboratório Aché encerrou o projeto de modernização e ampliação do parque fabril com investimentos de R$ 267,3 milhões. A modernização de máquinas e equipamentos ocorre em paralelo e de forma continuada. Com isso, a empresa espera aumentar de forma significativa seu portfólio. Há mais de uma centena de novos produtos em desenvolvimento na companhia e parte deles deve chegar ao mercado em 2012. Já a brasileira Apsen declarou que vai investir R$ 55 milhões em 2012 para triplicar sua capacidade de produção. Parte dos recursos também será destinada para o desenvolvimento de novas tecnologias e expansão do laboratório. A Medquímica, por sua vez, está investindo R$ 23 milhões em nova planta fabril, que tem previsão de inauguração em junho de 2012. Na nova fábrica, a produção de sólidos, que será a primeira parte concluída, irá aumentar em 50%. “O ano de 2011 foi marcado por um mercado muito concorrido, mas conseguimos crescer de acordo com o projetado pela empresa. Temos alguns lançamentos previstos para 2012 aguardando liberação dos registros”, relata o diretor comercial Vinícius Braga Quintão. Também o laboratório Cristália pretende aplicar R$ 60 milhões na expansão de sua unidade farmoquímica e na construção de uma planta-piloto de produção biotecnológica em Itapira, interior paulista, que devem estar concluídas no primeiro semestre de 2012. Com a medida, o laboratório passará a produzir quase 50% dos insumos necessários para seus medicamentos. Hoje esse índice não passa de 30%. Anuário Farmacêutico 2012 29
independentes
Otimismo também no pequeno varejo Segmento de farmácias independentes fecha 2011 com bom resultado e projeta 2012 com crescimento na casa dos 10% Por Marcelo de Valécio a mesma forma que o setor industrial, com trajetória ascendente nos resultados em 2011 – crescimento de 13% e faturamento previsto para o ano na casa dos R$ 41 bilhões, segundo a consultoria especializada no mercado farmacêutico IMS Health –, o varejo farmacêutico vive um bom momento. Luiz Fernando Buainain, ex-presidente da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), revela que o setor caminha a passos largos e que 2011 superou projeções. ”O ano surpreendeu de forma muito positiva, pois, apesar de 2010 ter sido bem representativo, 2011 conseguiu manter um bom desempenho em crescimento de unidades comercializadas e com equivalência positiva também em reais.” Entre as grandes redes de farmácia, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) prevê crescimento de 20%, apontando para um faturamento acima de R$ 20 bilhões em 2011. “O resultado representa a evolução natural do modo como as redes têm crescido nos últimos cinco anos. As empresas associadas à Abrafarma dobraram de tamanho nos últimos cinco anos e devem dobrar novamente de tamanho até 2016”, revela Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma. 30 Anuário Farmacêutico 2012
Fotos: Shutterstock
O mercado das farmácias independentes, que representam 42,7% do setor e envolvem cerca de 55 mil estabelecimentos espalhados por todo o País, também fechará 2011 com o mesmo patamar de resultado das grandes redes e muito otimismo para 2012. Para Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), 2011 correu sem surpresas, já que se esperava um ano bom. “O mercado farmacêutico cresceu mais do que o PIB e isso por si só já é uma boa notícia. Se aliarmos isso ao fato de em 2010 termos crescido quase 20%, ficamos ainda mais otimistas para 2012, pois crescemos em cima de uma base já elevada”, observa o dirigente, que prevê em cerca de 10% o crescimento do próximo exercício. No âmbito da Febrafar, que reúne 34 redes que representam um grupo de 5.300 farmácias e drogarias associativas, a previsão é de fechar 2011 com faturamento de R$ 5,7 bilhões e 630,6 milhões de unidades vendidas. Apesar do mix de produtos cada vez mais variado comercializado nas farmácias, os medicamentos ainda repre-
sentam o item mais vendido nos estabelecimentos. Segundo levantamento da Febrafar, os de referência representam 42,53% do total comercializado nas lojas, seguidos pelos genéricos (13,62%) e similares (15,57%). Mas isso não quer dizer que outros segmentos não sejam representativos. A área de perfumaria e cosméticos é uma das que mais têm crescido e representa 20,14% das vendas, seguida por itens variados, com 8,13%. Segundo alguns analistas, produtos de higiene e beleza estão entre os itens que mais devem influenciar positivamente nos resultados do varejo farmacêutico. De acordo com o Instituto Euromonitor, o Brasil é o terceiro país onde mais se compram cosméticos no planeta. Em 2010, o crescimento das vendas atingiu 12,6%, se comparado ao ano anterior, fechando com R$ 27,5 bilhões de faturamento. A expectativa do setor é crescer perto de 13% em 2011, atingindo R$ 31,1 bilhões de receita. De acordo com pesquisa realizada pela Nielsen em 2010, houve crescimento importante da quantidade de lares que preferiram comprar produtos de higiene e beleza no canal far-
ma – aumento de 740 mil lares de 2009 para 2010. O setor industrial tem sabido aproveitar isso e também o fato da mudança de perfil que as drogarias foram obrigadas a realizar por conta da regulamentação da Anvisa de colocar os medicamentos atrás do balcão. Com mais espaço disponível nas prateleiras, aumentou o potencial de mercado para que produtos de higiene e beleza sejam mais bem distribuídos nas lojas, sobretudo nas independentes, que precisam oferecer boa variedade de produtos para atrair a clientela. “De forma geral, os itens do segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos têm atraído muitos clientes às farmácias e drogarias, devido à extensa gama de produtos existentes na categoria”, revela Edison Tamascia. A conveniência parece ser também um dos caminhos para alavancar o setor, principalmente para as drogarias independentes. Alguns serviços que já foram tradicionais nas farmácias estão voltando, como medir pressão, tomar injeção, fazer inalação e até furar a orelha de crianças. São serviços que valorizam
A conveniência parece ser também um dos caminhos para alavancar o setor, principalmente para as drogarias independentes Anuário Farmacêutico 2012 31
independentes A fidelização advém de um conjunto de ações que, se bem aplicadas, encantam o cliente a ponto de ele eleger o estabelecimento como o mais adequado para as suas compras
ainda mais a farmácia, bem como seus profissionais farmacêuticos, no que tange à assistência à saúde da população. “Obviamente, isso atrai um número maior de clientes. Mas a fidelização advém de um conjunto de ações que, se bem aplicadas, encantam o cliente a ponto de ele eleger o estabelecimento como o mais adequado para as suas compras”, afirma Tamascia, que faz uma ressalva. “Esses serviços agregam valor à farmácia, mas alguns deles, como
em que estão instaladas nesses locais. “Por conta das transformações do mercado, principalmente no que diz respeito à legislação, nota-se que as práticas de vendas têm respeitado o perfil do público-consumidor. Ou seja, a tendência é vermos cada vez menos a prática do fiado – muito tradicional nos pequenos estabelecimentos comerciais”, diz o presidente da Febrafar. Algumas redes de drogarias têm apostado no e-commerce para ala-
Por sua própria característica, as farmácias independentes conseguem oferecer atendimento personalizado aos clientes, devido à maior proximidade com eles e ao tempo em que estão instaladas nesses locais a medição de glicose ou aferição da pressão, por exemplo, exigem dos estabelecimentos uma reestruturação do espaço físico.” Por sua própria característica, as farmácias independentes conseguem oferecer atendimento personalizado aos clientes, devido à maior proximidade com eles e ao tempo 32 Anuário Farmacêutico 2012
vancar as vendas, mas para grande maioria das farmácias essa tendência ainda demora um pouco para se espalhar, na opinião de Edison Tamascia. “Sabemos que essa é uma tendência, mas esbarramos na legislação e, sobretudo, na característica do produto em si, pois se vamos comprar um eletrodoméstico podemos esperar
uma semana para recebê-lo, mas ao comprar um medicamento isso não é possível”, pondera. “Outro fator importante é não viabilizarmos economicamente a entrega via correio ou por transportadora, dado o valor médio dos produtos”, diz. Sendo assim, segundo o executivo, o comércio se limita à região em que a drogaria atua, ou seja, nas redondezas do estabelecimento e de forma que a entrega possa ser feita por motoboy. Se for usar o serviço dos Correios, é preciso verificar se o produto pode ser entregue; se for psicotrópico ou antibiótico, por exemplo, a entrega não poderá ser feita. Caso for uma solução ou qualquer outro tipo de líquido, os Correios têm uma serie de restrições. O tipo de produto e o valor do custo do correio podem inviabilizar a operação. “O que existe hoje é apenas uma nova forma de captação do pedido. Imagine alguém morando em uma cidade do interior e pedir um medicamento para uma rede de São Paulo. Como operacionalizar isso? Dependendo do tipo de produto e do valor do custo do envio não há como viabilizar a operação. O senso de urgência do usuário também inviabiliza. São muitas variáveis a serem equacionadas ainda”, diz Tamascia.
DISTRIBUIÇÃO
Sinalizações na estrada
Atacadistas e distribuidores de medicamentos devem investir fortemente em infraestrutura e tecnologia nos próximos anos para acompanhar o crescimento do setor
O
setor farmacêutico no Brasil deve subir uma posição no ranking global até 2015, quando ocupará a sexta colocação. Ao analisar os números desse mercado, o salto é ainda mais expressivo. Em 2010, segundo dados da IMS Health, o setor faturou 62,3 bilhões de dólares – desses R$ 40 bilhões referem-se às vendas no varejo. Esse valor deve Fotos: Shutterstock
subir para 110 bilhões de dólares em 2015; desse montante, 60 bilhões de dólares serão faturados pelo varejo. “O maior crescimento deve ser registrado em patologias e medicamentos de alto custo, subsidiados pelo governo. Já as despesas com medicamentos nos maiores mercados farmacêuticos emergentes, como o Brasil, são sustentadas pelo forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para cada ponto que cresce do PIB, o setor sobe dois pontos”, explica Marcelo de Albuquerque, diretor da Pharma Solutions América Latina. Se a expectativa do setor é dobrar de tamanho até 2015, o setor atacadista distribuidor de medicamento deve estar preparado para acompanhar e viabilizar esse crescimento. “Nossos centros de distribuição e a logística de entrega e armazenaAnuário Farmacêutico 2012 33
DISTRIBUIÇÃO
gem precisam dar suporte para viabilizar essa meta do setor. Acredito que os investimentos em gestão de armazenagem, automação do CD e tecnologia da informação devam se intensificar. Só capacidade de armazenagem não garante o aumento da demanda. É preciso investir para deixar os nossos processos ainda mais produtivos”, analisa o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), Juliano Vinhal. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), o atacadista distribuidor de medicamentos é responsável por garantir entregas diárias que giram em torno de 4 milhões de unidades, que atendem todos os municípios brasileiros – sendo que 90% deles em geral têm menos de 30 mil habitantes. Nesses, as grandes redes do varejo farmacêutico nacio-
do mercado de distribuição. O Nordeste consolida o segundo lugar no total de medicamentos distribuídos, com participação de 17,30%, correspondente a R$ 3,37% bilhões. Há dois anos, a região passou a ocu-
O atacadista distribuidor de medicamentos é responsável por garantir entregas diárias que giram em torno de 4 milhões de unidades, que atendem todos os municípios brasileiros – sendo que 90% deles em geral têm menos de 30 mil habitantes nal não fincam as suas bandeiras pela inviabilidade comercial. “O varejo independente sobrevive pela atuação dos distribuidores de medicamentos e produtos de higiene pessoal, que os abastecem em mais de 90% por via terrestre”, posiciona-se a Abafarma. Dados da IMS Health, referentes ao primeiro semestre de 2011, revelam que o número de medicamentos comercializados segue em alta no Nordeste e no Centro-Oeste. No total, o volume de distribuição chegou a R$ 19,52 bilhões, o que representa um crescimento de 19% 34 Anuário Farmacêutico 2012
par esta posição, ultrapassando o Sul – que caiu de 17,6% em 2009 para 16,85% nos seis primeiros meses de 2011 (R$ 3,28 bilhões). Já o Centro-Oeste saltou rapidamente no mesmo período de 6,20% para 7,13% (movimento de R$ 1,39 bilhão). Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento da renda e crescimento populacional, o que fortalece o comércio farmacêutico. O Sudeste continua à frente do ranking, com 54,18% (R$ 10,57 bilhões), enquanto o Norte representa 4,54% (R$ 886,2 milhões). Do total de unidades de
medicamentos computadas no levantamento, aumentaram sua fatia Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, São Paulo e Tocantins. “Os dois maiores estados do País ainda mantêm larga liderança, mas todos os demais apresentam expansão vigorosa. É um termômetro da eficiência, mas também dos desafios da atividade atacadista, cada vez mais estratégica”, atesta Luiz Fernando Buainain, ex-presidente da Abafarma.
Uma pedra no meio do caminho
A carga tributária é considerada hoje uma das pedras do caminho de crescimento do mercado farmacêutico. “O País evoluiu muito. Criou novas leis e se aparelhou para fiscalizar com mais eficiência o nosso setor, mas não trabalhou para diminuir a carga tributária dos medicamentos, que gira em torno de 36%”, critica o presidente da Abradilan. Se o preço de um medicamento é R$ 10,00, desse valor R$ 3,40 são destinados a impostos. Já o medicamento veterinário tem carga tributária zero. “Uma carga tributária tão alta impossibilita novos investimentos e freia o ritmo de crescimento do setor”, conclui Vinhal.
Biológicos
A nova era dos medicamentos
Biofármacos devem se tornar a grande fronteira da indústria Por Marcelo de Valécio farmacêutica nas próximas décadas O medicamento age em um alvo específico que pode ser diretamente em determinada célula ou tumor
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m novo tipo de tratamento, cada vez mais individualizado, vem ganhando força nos últimos anos. Com menos efeitos colaterais e mais eficiência terapêutica, os medicamentos biológicos ganham espaço nas decisões médicas, sobretudo para tratar doenças complexas, como câncer, artrite reumatoide e fibrose cística. “Os medicamentos biológicos estão inseridos no conceito de medicina
personalizada, que adapta o tratamento a cada paciente para desenvolver soluções terapêuticas e drogas mais eficazes. Ele se baseia na observação de que pacientes com o mesmo diagnóstico reagem de forma diferente ao mesmo tratamento”, afirma Ed Marins, gerente médico da Roche Farma. “São medicamentos inovadores, produzidos a partir de organismos vivos e moléculas complexas.” Curiosamente chamados de remédios do futuro, os biofármacos são
conhecidos há mais de dois séculos pela medicina – as vacinas são os exemplos mais emblemáticos. Porém, de uma década para cá, a indústria farmacêutica resolveu apostar em uma nova abordagem para esses medicamentos obtidos a partir de células vivas, desenvolvendo drogas capazes de agir praticamente de forma individualizada em determinados tratamentos, ampliando as possibilidades de cura e minimizando efeitos colaterais. A técnica utilizada na produção dos medicamentos bioAnuário Farmacêutico 2012 35
BIOLÓGICOS
lógicos consiste em fazer com que as células de animais ou bactérias cultivadas passem a produzir determinadas substâncias a partir da inserção de material genético previamente modificado em laboratório. “Medicamentos biológicos são proteínas produzidas em escala industrial por células de organismos vivos (bactérias, fungos ou células de mamíferos) geneticamente modificados”, explica o professor doutor em Clínica Médica e Reumatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Valderilio Feijó Azevedo. Diferenciam-se, portanto, dos sintéticos, que são obtidos somente por métodos químicos, sem necessidade de engenharia genética ou grandes aparelhos para produção industrial. Em termos de aplicação, a principal diferença entre biológicos e sintéticos relaciona-se à personalização do tratamento, avaliando a condição clínica de cada indivíduo e as características da doença. “O medicamento age em um alvo específico que pode ser diretamente em determinada célula ou tumor, por exemplo, concentrando sua ação no problema”, destaca Ed Marins. “A capacidade única de se ligar a alvos específicos no interior do corpo feita pelo medicamento biológico contribui significativamente para a melhora da sobrevida, com o aumento da expectativa de vida e melhor qualidade de vida para os pacientes”, acrescenta Marco Silva, diretor de especialidades da Sandoz. Enquanto os medicamentos biológicos agem seletivamente no órgão ou sistema envolvido na doença, os sintéticos convencionais agem de maneira mais difusa, geralmente sem um alvo ou foco específico. “Biológicos usados no tratamento da artrite reumatoide, por exemplo, inibem proteínas que mediam o processo inflama36 Anuário Farmacêutico 2012
tório e, portanto, inibem a inflamação, que é a causa da destruição das articulações”, completa Valderilio Feijó Azevedo. Pela complexidade envolvida no processo produtivo – aporte de muita tecnologia, estudos e mais testes clínicos do que um produto químico –, a produção de medicamentos biológicos requer altos investimentos, fazendo com que tenham seu valor elevado. Normalmente eles custam de 50 a 1.000 vezes mais do que os medicamentos sintéticos. Na maioria das vezes, são necessários dez anos de pesquisa para que um novo produto chegue ao mercado. “Medicamentos biológicos possuem estruturas moleculares complexas e processos de produção específicos, que contemplam métodos analíticos e testes pré-clínicos. As moléculas são desenvolvidas em situações especiais e seguem processo rigoroso de acompanhamento”, revela Ed Marins. “Muitos biofármacos já são produzidos em escala industrial, mas o preço só cairá quando essas moléculas perderem sua patente e surgirem cópias correspondentes”, avalia o professor Azevedo. Estima-se que com o fim das patentes dos biológicos inovadores e a produção de medicamentos biossimilares o custo dos tratamentos com biofármacos poderá cair entre 10% e 20%, permitindo o acesso de mais pacientes a eles e reduzindo o impacto financeiro para o sistema público de saúde. Segundo especialistas, em pouco mais de uma década, os medicamentos biológicos devem responder pela maioria da produção farmacêutica. Estudos preveem que, a partir de 2014, produtos biotecnológicos passem a representar 50% dos fármacos mais vendidos em todo o mundo. Se tudo der certo, a próxima geração
Em pouco mais de uma década, os medicamentos biológicos devem responder pela maioria da produção farmacêutica. A partir de 2014, produtos biotecnológicos devem passar a representar 50% dos fármacos mais vendidos em todo o mundo de medicamentos movimentará perto de US$ 1 trilhão até 2020 em todo o mundo. “No futuro, o conceito de medicina personalizada deve prevalecer e, com isso, o uso de medicamentos biológicos”, acredita Ed Marins. “Existe a necessidade de se aumentar a eficácia e a segurança dos tratamentos e há um número considerável de pacientes que estão recebendo tratamento inadequado para suas necessidades. Características individuais, relacionadas à doença ou ao indivíduo, influenciam o modo como a droga atua, e essas diferenças não são levadas em conta quando se adota uma abordagem genérica, tratando todos os pacientes da mesma forma. A medicina personalizada tem potencial para aumentar a eficácia e a segurança do tratamento por ser uma abordagem que lança mão de conhecimentos cada vez mais sofisticados sobre as diferenças entre pacientes, a base molecular
das doenças e o modo de ação dos medicamentos”, diz o gerente médico da Roche Farma. Para Marco Silva, da Sandoz, o futuro da indústria farmacêutica é o medicamento biológico, mas isso não quer dizer que ele vai substituir o sintético. “Acredito que existe mercado para os dois produtos, que pertencem a classes terapêuticas diferentes. Os medicamentos biológicos são extremamente complexos e visam maior sobrevida e uma maior taxa de resposta do paciente. Isso não quer dizer que ele seja superior, mas o objetivo dos medicamentos biológicos é ser seletivo. Um exemplo disso é o tratamento oncológico.” Na opinião do vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, a nova fronteira dos medicamentos biotecnológicos, assim como aquela baseada na nanotecnologia, vem se somar aos nichos tradicionais da indústria farmacêutica e inclui medicamentos fitoterápicos, de síntese química e os biológicos de primeira geração (vacinas). No Brasil já é possível encontrar medicamento biológico produzido internamente. É o caso do hormônio do crescimento injetável Omnitrope, primeiro medicamento biológico produzido pela Sandoz brasileira. Ele é utilizado para o tratamento de crianças e adultos com deficiência do hormônio do crescimento (DGH), síndrome de Turner, insuficiência renal crônica, síndrome de Prader Willi e recém-nascidos pequenos para idade gestacional. Sua substância ativa é a Somatropina. Mundialmente, a Sandoz produz também o Binocrit, para tratamento de anemia em pacientes com falência renal crônica, e Zarzio, destinado
A medicina personalizada tem potencial para aumentar a eficácia e a segurança do tratamento por ser uma abordagem que lança mão de conhecimentos cada vez mais sofisticados sobre as diferenças entre pacientes, a base molecular das doenças e o modo de ação dos medicamentos ao tratamento da neutropenia. A Roche, que afirma destinar 20% do faturamento global para produção de novos medicamentos, investe em biológicos para tratamento de doenças complexas como o câncer. O Herceptin (trastuzumabe), por exemplo, é usado para casos de câncer de mama. Em seu portfólio estão ainda o Mabthera (rituximabe), Pulmozyme (alfadornase), Avastin (bevacizumabe) e Actemra (tocilizumabe). No laboratório Aché há dois produtos biotecnológicos em desenvolvimento, com perspectiva de realização em
curto prazo, segundo a empresa. A companhia negocia também uma parceria público-privada que envolverá o fornecimento de um medicamento para esclerose múltipla (betainterferona 1-a) para o Ministério da Saúde e a transferência da tecnologia de produção para o Instituto de Tecnologias em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para o Aché, o contrato vai aportar robustez aos negócios em biotecnologia, possibilitando uma base sólida para a construção de uma fábrica própria. Anuário Farmacêutico 2012 37
AtuAlidAde
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Nova ST em São Paulo O ano de 2012 começou com novas regras na forma de cálculo do ICMS por Substituição Tributária em São Paulo
38 Anuário Farmacêutico 2012
d
esde o dia primeiro de janeiro deste ano, entraram em vigor novas regras na forma do cálculo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por Substituição Tributária (ST) para medicamentos. As mudanças estão previstas na portaria CAT 101, de 30 de junho, que estabelecia que as novas regras entrariam em vigor a partir de 1º de outubro desse ano. Mas, em 28
de setembro, o governo publicou a portaria (CAT 137) prorrogando o prazo para 1º de janeiro de 2012. De acordo com o consultor da Desenvolva Consultoria Luiz Antonio de Lima, a mudança principal do tributo é a base de cálculo, e isso tem ocorrido com frequência. “Em 2008 a base era de acordo com as listas, isto é, a positiva: calculava-se 38,23% sobre o preço de compra vezes 18%. A negativa era 33% vezes 18% e a neuFotos: Shutterstock
A Substituição Tributária é um regime de recolhimento do ICMS em que se atribui a determinado contribuinte a responsabilidade pelo recolhimento do imposto relativo ao fato gerador praticado por terceiro tra 41,38% vezes 18%. Em janeiro deste ano a base era de acordo com a categoria do produto referência (inovador), genérico e similar, sendo 49,26% e 68,54% de Margem de Valor Agregado (MVA), tendo como teto o Preço Máximo ao Consumidor (PMC)”, relembra o especialista. Ele acrescenta que a partir de janeiro de 2012, a base de cálculo passou a ser de acordo com um redutor sobre o PMC, que terá a variação de acordo com a categoria. A Substituição Tributária é um regime de recolhimento do ICMS em que se atribui a determinado contribuinte a responsabilidade pelo recolhimento do imposto relativo ao fato gerador praticado por terceiro. Na prática os governos estaduais imputam a responsabilidade à indústria, que recolherá o imposto relativo ao restante da cadeia. “A novidade em São Paulo não é algo novo para o restante do País, que já utiliza o redutor como base de cálculo, portanto, para os paulistas haverá grandes mudanças em
todas as categorias”, lembra Lima. Segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS em Substituição Tributária e a forma de retenção do tributo seguem a mesma sistemática. Porém, em vez de se utilizar a MVA como meio principal para determinação da base de cálculo, será utilizado o PMC fixado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), menos o desconto médio praticado nas farmácias, apurado conforme pesquisa da Fipe, a partir dos dados da Nota Fiscal Paulista. Até 2011 esse imposto é pago com base nas margens sobre o preço faturado pela indústria e, a partir de janeiro de 2012, o imposto antecipado passa a ser recolhido com base no Preço Máximo ao Consumidor (PMC). Como os preços praticados pelas farmácias estão abaixo do PMC, a nova portaria permite aplicação de descontos no valor do PMC e é sobre esses valores com descontos que o ICMS será calculado. O decreto nº 57.608, de 12 de dezembro de 2011, disciplina a concessão de regime especial às empresas varejistas que reduzam operações com mercadorias por meio de centros de distribuição no Estado de São Paulo, para fins de retenção e recolhimento do ICMS incidente sobre a saídas subsequentes. Por final, a Secretaria da Fazenda
do Estado de São Paulo publicou a Portaria CAT 169, de 26/12/2011, onde institui que a base de cálculo para os medicamentos comercializados no âmbito da Farmácia Popular devem obedecer ao “valor de referência” divulgado pelo Ministério da Saúde.
Cálculo da nova ST
A nova ST vem com um conceito atualizado para a base de cálculo. Trata-se de usar um valor como base de cálculo fixo tendo como referência o PMC, usando um redutor de acordo com a categoria em que o medicamento se encontra (referência, genérico ou similar). Anteriormente, a base de cálculo usava um índice que era aplicado sobre o preço de nota fiscal, fazendo com que a base se tornasse flutuante. O impacto do imposto em % era sempre o mesmo, enquanto que no novo momento esse impacto depende do valor da nota em relação ao valor fixo definido. Portanto, quanto menor o valor da nota do fornecedor substituto tributário, maior será o imposto a ser retido por substituição tributária. O cálculo da nova ST é feito através da redução do PMC de acordo com o grupo do produto. Abaixo você terá uma tabela, veja o exemplo: 1) O que preciso saber para o cálculo Medicamento com o PMC: R$ 100,00 Grupo Referência – Lista Positiva Índice Redutor do PMC: 21,91%
Percentual (%) de desconto Categoria
Referência
Genéricos
Similares
Outros
Positiva
21,91
31,83
19,86
22,94
Negativa
16,53
26,39
16,85
18,23
Neutra
20,32
28,17
16,93
20,52
Anuário Farmacêutico 2012 39
atualidade
2) Cálculo para descobrir a base de cálculo da nota 100 x 21,91% = 21,91 100 - 21,91 = 78,09 (base de cálculo da ST) Para um produto de PMC 100,00 da lista positiva o preço de fábrica é de 72,34. Se comprarmos com um desconto de 30,88%, o preço da nota será de R$ 50,00. 3) Cálculo para descobrir o valor do Imposto na Nota 78,09 – 50,00 = 28,09 28,09 x 18% (alíquota SP) = R$ 5,06 este é o valor da ST 50,00 (valor do medicamento) + 5,06 (valor ST) = R$ 55,06. Neste caso receberemos a nota no valor de R$ 55,06.
Impactos no caixa
Conforme apontam as simulações, ocorrerá sim um impacto na rentabilidade dos produtos. Esse impacto pode ser ainda maior de acordo com a característica de venda da farmácia, pois o grupo dos medicamentos de referência terá o valor da ST reduzido, sendo que o de genéricos e o de similares sofrerão acréscimos. Segundo especialistas no setor e da própria indústria, o aumento médio do custo das mercadorias com ST será em torno de 4%. De acordo com a tabela abaixo, em uma situação proposta com um genérico da lista positiva, a margem com a nova ST cai, impactando no negócio.
lizar suas estratégias de compensação. Com o DRE (Demonstrativo de Resultado) é possível ajustar seus custos e não praticar nenhum desconto sem antes fazer cálculos. 2) Conheça o estilo de venda de sua farmácia Gerencie a rentabilidade de cada categoria dentro de sua farmácia. Faça as contas de rentabilidade e utilize indicadores de gestão. Com a nova ST, os descontos lineares devem acabar. Será mais vantajosa a prática com base na estratégia adotada, no gerenciamento específico de cada categoria. Um exemplo: os descontos maiores adotados nos produtos que melhoram a imagem de percepção de preço.
Como calcular pmc
pf
Desc. compra
Preço custo
st
custo s/ st
desc. venda
preço líq.
margem líq.
margem %
momento atual
138,23
100,00
60%
40,00
4,93
44,93
20,00%
110,58
65,65
59,37%
a partir da nova st
138,23
100,00
60%
40,00
9,76
49,76
20,00%
110,58
60,82
55,00%
manter o mesmo valor da margem
138,23
100,00
60%
40,00
11,44
49,76
16,51%
115,41
65,65
56,88%
manter a mesma porcentagem na margem
138,23
100,00
60%
40,00
11,44
49,76
11,40%
122,47
72,71
59,37%
O impacto desta mudança independe do modelo de tributação em que a drogaria esteja
Implicações para a farmácia
O impacto ocorrerá, sim dependendo exclusivamente das características de venda da farmácia.
Impacto devido ao modelo de Tributação
O impacto desta mudança independe do modelo de tributação em que a drogaria esteja, isto é, tanto no regime do Super Simples, Lucro Presumido ou Real, esse impacto é o mesmo. 40 Anuário Farmacêutico 2012
Algumas ações para compensar as perdas
Como há muitas variáveis e estas impactam diretamente no cálculo das perdas, vejam algumas atitudes que visam minimizar as perdas: 1) Conheça exatamente o valor do impacto Para isso é necessário utilizarmos o Demonstrativo de Resultado1, por meio do qual você poderá conhecer e medir seu ponto de equilíbrio e rea-
3) Tenha uma farmácia orientada para as vendas Muitas vezes existe uma grande negociação para ganhar 2% do fornecedor, mas os profissionais de venda oferecem descontos sem necessidade. O comprador cada vez mais deve se inteirar de como estão sendo vendidos os produtos, bem como condições comerciais. Com a nova ST, o comprador deverá estar sempre ciente da característica de venda da farmácia e vender o
Mudança na prática pmc
pf
Desc. compra
Preço custo
st
custo s/ st
desc. venda
preço líq.
margem líq.
margem %
momento atual
138,23
100,00
50%
50,00
4,43
54,43
55,00%
62,20
7,77
12,49%
a partir da nova st
138,23
100,00
50%
50,00
10,43
60,43
55,00%
62,20
1,77
2,85%
que for mais rentável. É preciso respeitar as leis e exigências vigentes – por exemplo, troca de receitas, casos e situações. 4) Quer uma situação que impactará com a nova ST? A política de remuneração da farmácia X a venda de produtos. A nova ST reforça que o vendedor deve vender todos os produtos e não apenas uma ou duas categorias. a) Redução de descontos por parte dos gestores Para absorver esse impacto, o empresário paulista terá de reduzir os descontos na comercialização dos genéricos ao consumidor final em 20%, respeitadas as margens dos produtos e o perfil de contribuição de cada um deles na rentabilidade do estabelecimento. b) Mudança nas relações comerciais (Comentários) • Mudança no PMC Poderia haver uma alteração,
pela indústria, em relação ao PMC, pois somente assim seria possível obter uma diminuição da base de cálculo. • Diminuir o desconto na Nota Fiscal e colocar no boleto Se o fornecedor adotar a medida de diminuir o desconto na nota, haverá o impacto de aumentar o preço de custo do produto. Automaticamente, a ST diminuirá e para isso teria de haver uma compensação financeira no boleto. As empresas de PBMs terão de alterar toda a sua modalidade comercial, pois se até agora a ST era calculada de acordo com o preço da NF, tornando-a flutuante, a partir do novo modelo o valor é fixo e baseado no PMC, portanto, o impacto será muito grande. Veja demonstração abaixo: • A Demonstração de Resultados é mapa que mostra a forma como se atingiram os resultados num determinado período. Ao contrário
do Balanço, que mostra determinadas grandezas num certo momento, a Demonstração de Resultados indica como se formaram os resultados ao longo de um determinado período.
Concorrência e a nova mudança da ST
O setor deve ficar atento aos descontos para não colocar em risco a margem do negócio
Grandes redes normalmente têm nas suas vendas um índice menor em genéricos e similares, que terão o maior impacto. Não deverá ocorrer mudanças fortes nos descontos em geral, apenas um ajuste na comercialização de genéricos e similares. O setor deve ficar atento aos descontos para não colocar em risco a margem do negócio.
Serviço
No portal do Guia da Farmácia (www.guiadafarmacia.com.br), dentro do menu Serviços – Ferramentas de Gestão, você tem acesso às planilhas digitais de simulação de cálculo da nova Substituição Tributária para medicamentos genéricos, similares e de referência. Anuário Farmacêutico 2012 41
42 Anuário Farmacêutico 2012
Parte 3
Patrocinadores
L
Textos: egle leonardi
Laboratórios anunciam investimentos e suas estratégias para manter o ritmo de crescimento para o próximo ano. Setor aposta em pesquisa e amplia a infraestrutura. Conheça os detalhes do planejamento das principais empresas do canal farmacêutico, patrocinadoras deste Anuário 2012.
Anuário Farmacêutico 2012 43
INSTITUCIONAL
Abbott investe US$ 3,7 bilhões em pesquisa clínica Em 2012, a companhia completa 75 anos de atuação no Brasil, onde é uma das dez primeiras empresas farmacêuticas
A empresa comercializa produtos em mais de 130 países, com equipe de mais de 90 mil funcionários, distribuídos por 100 centros entre pesquisa e desenvolvimento, produção e distribuição
A
sede mundial da Abbott fica em Chicago, nos Estados Unidos. A empresa comercializa produtos em mais de 130 países, com equipe de mais de 90 mil funcionários, distribuídos por 100 centros entre pesquisa e desenvolvimento, produção e distribuição. No Brasil, são cerca de 1.400 empregados. Sua sede administrativa fica São Paulo (SP) e há duas fábricas no País – uma localizada em Jacarepaguá (RJ) e outra, em Taboão da Serra (SP). Em 2011, a afiliada brasileira foi considerada, pelo segundo ano consecutivo, uma das Melhores Empresas para Tra-
44 Anuário Farmacêutico 2012
balhar pelo Instituto Great Place to Work; a companhia é também considerada um empregador de primeira linha em outros 25 países. O faturamento global da Abbott é de US$ 35,2 bilhões (2010). No Brasil, é uma das dez primeiras empresas farmacêuticas e foi classificada nos Estados Unidos na 69ª posição, segundo o ranking das 500 maiores empresas da revista Fortune 500 (2010) e a quarta maior nos Estados Unidos no segmento de indústrias farmacêuticas. Em 2010, a companhia investiu US$ 3,7 bilhões em pesquisa. Atualmente emprega sete mil cientistas e conduz cerca de 350 estudos clí-
nicos. Suas principais áreas de pesquisa são oncologia, neurociência e dor, hepatite C, doença renal crônica, imunologia, doenças vasculares, nutrição, saúde da visão e da mulher. A Divisão de Produtos Farmacêuticos Patenteados conta com 35 novas entidades moleculares em fase final de estudo, 15 medicamentos biológicos em desenvolvimento e cerca de 20 novos compostos em fases dois ou três de desenvolvimento. A Divisão Abbott Vascular prevê o lançamento de 20 novos produtos nos próximos cinco anos. Já a Divisão de Diagnósticos Moleculares (AMD) deverá lançar 12 novos produtos e a Abbott Fotos: Divulgação
Vascular tem mais de 10 novas tecnologias, ambos com previsão de lançamento para os próximos cinco anos. Suas áreas de especialização incluem produtos farmacêuticos divididos entre a unidade de farmacêuticos patenteados e a unidade de produtos estabelecidos. De forma geral, a linha de produtos farmacêuticos contempla medicamentos destinados ao tratamento de pessoas com HIV, terapias para portadores de artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, osteoporose, enxaqueca, epilepsia e mania associada aos transtornos bipolares, além de medicamentos antidepressivos, antibióticos, tratamentos para vertigem e síndrome de Meniere, para distúrbios de tireoide, colesterol, hipertensão, para síndrome do intestino irritável e, mais recentemente, vacina contra o vírus da gripe. Em produtos nutricionais, a premissa da empresa é oferecer aos profissionais de saúde e consumidores opções seguras e inovadoras baseadas na ciência da nutrição. A divisão é a segunda maior da Abbott, com 16% do negócio global, ficando atrás apenas da unidade de produtos farmacêuticos. No Brasil, a Abbott Nutricional (ANI) vem crescendo rapidamente nos últimos anos e a
previsão é de que, nos próximos quatro anos, sejam lançados mais de 20 novos itens. A Abbott Brasil trabalha com três linhas de nutricionais, que atendem à nutrição pediátrica, adulta e terapêutica. Já os produtos médicos levam inovação ao mercado em constante evolução da tecnologia médica, trazendo avanços para o diagnóstico de doenças, cuidados com a visão, controle do diabetes e tratamento de doenças vasculares. A Divisão de Diagnóstico Rápido (Abbott Point of Care – APOC) oferece aparelhos capazes de analisar amostras de sangue no momento da coleta e na presença do paciente, gerando informações sobre parâmetros críticos para decisões rápidas na conduta terapêutica.
Programas sociais e meio ambiente
A companhia acredita que suas estratégias para crescimento empresarial são inseparáveis de suas estratégias em cidadania corporativa e sustentabilidade. A equipe tem o compromisso de aproveitar sua experiência e especialização profissional para melhorar a saúde global e promover avanço sustentável com reduzido impacto no meio ambiente. Suas metas incluem a redução em cerca de 50% do consumo de água até 2015 – volume suficiente para
implantar um lago de um quarto de milha no meio do deserto do Saara. A empresa pretende reduzir aproximadamente 15% de suas emissões de carbono até 2015, com média de redução de 277 toneladas cúbicas entre 2005 e 2015 – o equivalente a tirar 53 carros das ruas durante um ano; com a melhoria da qualidade do ar, há redução da incidência de doenças cardíacas e asma, entre outras. Além disso, seu objetivo é reduzir em 50% a produção de lixo até 2015, ou cerca de 86 mil toneladas/ano – equivalente a uma cidade de 80 mil pessoas sem despejar nenhum tipo de lixo por um ano. A Abbott Brasil tem programa de captação de água das chuvas dos telhados de sua sede administrativa em São Paulo. A água é usada para manutenção, limpeza geral e para irrigação de jardins. Com isso, a empresa está economizando 10% do consumo de água potável. Além disso, grande parte da frota de 750 veículos é movida a etanol; periodicamente, a frota é submetida a revisões, para manter a eficiência e reduzir as emissões de carbono. A fábrica do Rio de Janeiro segue padrões restritos para controle de gás carbônico. A empresa está adotando novos padrões para uso sustentável de material de embalagem, contribuindo para cumprimento da meta global de redução de volumes de embalagem para produtos nutricionais, farmacêuticos e médicos até 2013.
Em 2010, a companhia investiu US$ 3,7 bilhões em pesquisa. Atualmente emprega sete mil cientistas e conduz cerca de 350 estudos clínicos
abbott abbott center Site: www.abbottbrasil.com.br Anuário Farmacêutico 2012 45
INSTITUCIONAL
Daudt completa 130 anos de atuação A empresa vem se ampliando por meio de lançamentos de novos produtos e ações bem-sucedidas. Ela cresceu 47% em 2010 e 13% em 2011 O parque fabril, localizado no Rio de Janeiro, produz mais de seis milhões de unidades anuais. Atualmente a companhia tem mais de 30 produtos em desenvolvimento. Em 2012 pretende lançar pelo menos mais quatro novos itens
O
Laboratório Daudt, ao longo dos seus 130 anos de vida, vem tendo como principal preocupação o cuidado com a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Dentro do seu portfólio destacam-se os produtos OTC que atendem diversas áreas da saúde: tratamentos de feridas, descongestionante, analgésica, tosse, tratamento de problemas gástricos, dermatologia, odontologia, entre outros. Conta com um parque fabril e uma filial administrativa localizados no Rio de Janeiro (RJ); sua produção alcança mais de seis milhões de unidades anuais. “A qualidade dos produtos Daudt é fruto de uma política eficaz adquirida por meio dos seus 130 anos de experiência como indústria farmacêutica, e vem se aperfeiçoando a cada dia”, comenta o diretor de marketing e novos negócios, Gustavo d’Oliveira. As instalações são
46 Anuário Farmacêutico 2012
atestadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o Certificado de Boas Práticas de Fabricação e comprovam o cumprimento das rigorosas exigências no processo fabril. “Em 2012 o Daudt completa 130 anos e o momento é oportuno para lembrar a todos os clientes há quanto tempo o Daudt se dedica à saúde e em manter um relacionamento de confiança e respeito com todos que o rodeiam. Por isso o laboratório lançará uma campanha de comemoração desse marco”, revela o diretor. A política de qualidade do Laboratório Daudt envolve: trabalho em equipe, aquisição de máquinas e equipamentos de última geração, testes clínicos de eficácia para produtos e testes de segurança de produtos e validação de fornecedores, todos visando o aperfeiçoamento da qualidade dos processos e serviços internos, assim como o respeito ao
meio ambiente. Seus mais de 230 funcionários estão presentes em todo o território nacional. A meta em 2012 é uma ampliação da equipe de vendas para atuação em novas áreas não trabalhadas anteriormente, visando aumentar o número de clientes atendidos. “O nosso investimento em mar-keting gira em torno de 20% do faturamento da companhia. Em termos de ações específicas que influenciam diretamente o canal farma, para 2012 estamos aumentando em 25% o número de visitadores médicos para ampliação da visita aos consultórios, farmácias e hospitais, visando à expansão da demanda dos produtos Daudt em todo o território nacional”, projeta Gustavo A empresa cresceu 47% em 2010 e 13% em 2011, e para 2012 está projetando o crescimento de 20%, principalmente por conta de lançamento de produtos, ampliação de Fotos: Divulgação
Trajetória
O Laboratório Daudt foi fundado por João Daudt Filho, no sul do Brasil, em 1882 durante o reinado de D. Pedro II. Em 1904, Daudt Filho mudou-se para o Rio de Janeiro, onde construiu uma unidade industrial no centro da cidade. A unidade industrial passou a se chamar Laboratório Daudt Oliveira e Cia. e a produção se voltou para medicamentos populares. Foram lançados, na época, importantes produtos, como o Bromil, a linha Saúde da Mulher (marco na história da empresa) e a pasta dental Odol. O Laboratório Daudt registrou, em 1894, o primeiro produto farmacêutico comercializado no Brasil: o Bora Borácica, um cicatrizante que foi sucesso por mais de cem anos. Nos anos 20, o Daudt Oliveira fechou o maior contrato de publicidade do Brasil na época, cujo valor foi destinado ao marketing direto e à mídia outdoor, bondes e os primeiros painéis luminosos do País. Em 1922, gerava-se um volume tão grande de impressos que o Laboratório fundou sua própria gráfica. Em 1979, a empresa obteve da Rede Globo de Televisão licença para a utilização da marca Sítio do Pica-Pau Amarelo em uma bem-sucedida linha de produtos de higiene infantil. Durante todos esses anos, o Daudt vem modernizando sua produção, com equipamentos e instalações e tem ampliado a sua linha de produtos com lançamentos e aquisições: em 1980 (Laboratório Brasileiro de Medicamentos – Labratos), em 2005 (Laboratório Primá) e em 2010 (Saniplan).
novas áreas de atuação, como a contratação de representantes dedicados ao canal hospitalar, e de visitadores de trade para aproximação da empresa com a farmácia e para fornecer serviços e condições diferenciadas. Além disso, sua função inclui auxiliar o ponto de venda na exposição e comercialização do portfólio. Atualmente a companhia tem mais de 30 produtos em desenvolvimento. Em 2012 pretende lançar pelo menos mais oito novos itens, ampliando assim a atuação no mercado farmacêutico. Gustavo d’Oliveira ressalta que os produtos são selecionados rigorosamente para oferecer o que há de melhor em cada área terapêutica através de uma avaliação de profissionais médicos e são feitos todos os testes, de forma rigorosa, para disponibilizar linhas confiáveis e eficazes para o consumidor.
As principais ações de marketing ligadas à promoção dos produtos Daudt estão voltadas basicamente para a classe médica, o que inclui visitação, eventos científicos para divulgação de novos conceitos e atualização de profissionais e de exposição no PDV em espaços diferenciados com uso de materiais que destacam os produtos para os consumidores.
Apoio à sociedade
O programa Geração Sorriso, iniciado em 1998, visa à prevenção e educação odontológica e atende alunos até os 10 anos de idade. Com o apoio do Daudt, o projeto consiste na realização de atividades preventivas semanalmente em escolas com o intuito de prevenir cáries e criar o hábito da higiene bucal em crianças. Já para a manutenção da saúde
Acima, prédio no centro do Rio de Janeiro onde funcionavam os laboratórios, escritórios comerciais e de propaganda do Daudt, no início do século XX
bucal adequada em crianças em tratamento quimioterápico, o Daudt apoia o Programa INCA Voluntário, aliado ao Instituto Nacional do Câncer, com a doação de cremes dentais infantis da linha Malvatrikids. O laboratório realiza também doações de alimentos, cosméticos e materiais a diversas instituições carentes, como Instituição CAS na Taquara e Casa Francisco de Paula. Já a parceria com a empresa de Engenharia Consig visa à doação anual de artigos de higiene oral para a comunidade Nanci em Belford Roxo (RJ), que atende a mais de três mil famílias, ação realizada há mais de dez anos. daudt SAC: 0800 7070987 Site: www.daudt.net Anuário Farmacêutico 2012 47
o al de s de dos
INSTITUCIONAL
A excelência do Grupo FQM O compromisso do Grupo FQM é promover a saúde, o bem-estar e melhor qualidade de vida, sempre baseada nos pilares da ética e do respeito
Nova sede administrativa do Grupo FQM situada no complexo empresarial O2, no Rio de Janeiro
O
Grupo FQM é composto pela indústria farmacêutica Farmoquímica, pela unidade de negócio especializada em dermatologia, FQM Derma e pelo laboratório Herbarium, referência em fitoterápicos no Brasil. Com ampla atuação, o Grupo FQM vem construindo resultados significativos e se consolidando como um dos maiores Grupos farmacêuticos do mercado brasileiro. Suas conquistas são resultado da valorização de seus funcionários e de investimentos constantes na modernização, ampliação de sua capacidade produtiva e na renovação da linha de produtos.
Evolução e inovação
Com crescimento médio de 20% ao ano a Farmoquímica atua nas principais especialidades médicas, como cardiologia, clínica geral, 48 Anuário Farmacêutico 2012
O crescimento do Grupo FQM no mercado farmacêutico é resultado do talento de funcionários, com atitudes criativas e inovadoras, que atuam nas diversas áreas da empresa dermatologia, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, reumatologia, otorrinolaringologia, pediatria e pneumologia. Essas linhas detêm medicamentos inovadores, obtidos por meio de desenvolvimento local e licenças internacionais exclusivas. Sua fábrica se localiza no Rio de
Janeiro (RJ) e ocupa área de 26 mil metros quadrados. No local são produzidos sólidos, líquidos orais, gotas, pomadas, injetáveis e sólidos hormonais. A linha de produtos conta com mais de 40 medicamentos de marca, que atuam em diversos segmentos terapêuticos e estão presentes em mais de 90% das farmácias de todo o Brasil, cuidando assim da saúde desde a infância até a maturidade. A fábrica de sólidos hormonais tem 1.200 metros quadrados de área construída e equipamentos de última geração, podendo produzir até 360 milhões de comprimidos por ano, o que tornou a FQM pioneira na produção desses medicamentos. Há também um centro de distribuição com capacidade para armazenagem de mais de três milhões de unidades. A FQM está presente há quase oito décadas no mercado farmacêuFotos: Divulgação
tico e tem histórico de pioneirismo e inovação. Por conta disso, a Farmoquímica vem conquistando espaço e posicionando seus produtos entre os mais prescritos pela classe médica. Para a divulgação dos medicamentos a esses profissionais, sua força de vendas está presente não apenas nos principais centros urbanos, mas também em pequenas cidades do interior, muitas vezes desatendidas. Além disso, a empresa vem obtendo forte crescimento no mercado por meio do lançamento de novidades terapêuticas e produtos de alta relevância para o dia a dia do receituário médico.
Liderança em fitoterápicos
O Herbarium é atualmente o maior laboratório produtor de fitomedicamentos do Brasil e possui o maior número de fitoterápicos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um dos principais diferenciais dos produtos da marca é o rígido controle de qualidade a que são submetidas as matérias-primas e a produção de cada medicamento. Por isso, Herbarium é referência em fitoterapia, suplementos nutricionais e funcionais no Brasil.
Saúde e beleza em equilíbrio
A FQM Derma é a unidade de negócios do Grupo FQM especializada em dermatologia. Conta com força de vendas exclusiva na especialidade, focada na prescrição médica e presente em 574 cidades do Brasil, o que representa 72% do mercado em que atua. Em pouco tempo já ocupa lugar de destaque no ranking do mercado de dermocosméticos, apresentando índice de evolução superior à média do mercado. Essa nova unidade de negócios promove no Brasil produtos exclusivos e inovadores, incluindo os dermocosméticos da linha francesa SVR. Seus itens são selecionados especialmente para a pele brasileira,
como o cuidado diário da pele acneica, prevenção de envelhecimento e sudorese excessiva.
Colaboradores
O Grupo FQM investe no desenvolvimento profissional e patrocina cursos para a capacitação de seus colaboradores. Também promove programas de bem-estar que contribuem para o equilíbrio entre a mente e o corpo, oferecidos gratuitamente para o time, como a meditação transcendental, shiatsu e a ginástica laboral, entre outros. É reconhecida por seus colaboradores como uma das melhores empresas para trabalhar. Por quatro anos consecutivos, a FQM foi destaque na revista Valor Carreira, ficando entre as dez Melhores em Gestão de Pessoas no Brasil. Seus líderes são treinados para manter foco no desenvolvimento de profissionais cada vez mais capacitados, integrados e motivados nas diversas áreas de negócio.
Responsabilidade social e ambiental
A companhia tem preocupação constante com o meio ambiente, por isso implementou uma série de políticas internas voltadas ao gerenciamento dos recursos naturais e de
resíduos. Com a diminuição de desperdícios e gerenciamento dos impactos ambientais, o Grupo FQM busca a melhoria contínua de seus processos internos, cumprindo com seus compromissos e contribuindo para a preservação do planeta. Já sua atuação social conta com programas mantidos pela companhia, como o Projeto Eu Sou, desenvolvido para mais de cem crianças e jovens da comunidade do Jacaré/Rio de Janeiro. Há também o atendimento médico à comunidade, para a prevenção de doenças, doação de materiais e objetos (nos processos de reposição da empresa) e o estímulo ao voluntariado dos colaboradores nas diversas campanhas de doação, como Campanha do agasalho, Natal sem fome etc. O crescimento do Grupo FQM no mercado farmacêutico é resultado do talento de funcionários, com atitudes criativas e inovadoras, que atuam nas diversas áreas da empresa. E é baseado nas pessoas e nos seus valores, que o Grupo FQM vem conquistando seus excelentes resultados.
Sede do laboratório Herbarium no Paraná
FQM SAC: 0800 250110 Site: www.fqm.com.br Anuário Farmacêutico 2012 49
INSTITUCIONAL
Natulab crescerá 50% em 2012 Baseada em inovação e forte investimento em pesquisa, a empresa disponibiliza medicamentos de marca, MIPs, fitoterápicos e suplementos
Com faturamento próximo de R$ 80 milhões, a Natulab possui portfólio contendo mais de cem produtos, entre medicamentos de marca, isentos de prescrição (MIPs) e fitoterápicos, além de suplementos
A
s três plantas fabris da Natulab, localizadas na Bahia, englobam linhas de produção de sólidos, líquidos, semissólidos, pós, efervescentes, controlados, suplementos e nutracêuticos. Sua área de 15 mil metros quadrados tem capacidade de produção instalada de 100 milhões de unidades ao ano. Recentemente foi adquirida uma área de 35 mil metros quadrados para a implantação de três novas linhas de produção e um novo CD em 2012/13. Nesses locais atuam 490 funcionários.
50 Anuário Farmacêutico 2012
Com faturamento próximo de R$ 80 milhões, a Natulab possui portfólio contendo mais de cem produtos, entre medicamentos de marca, isentos de prescrição (MIPs) e fitoterápicos, além de suplementos. “Projetamos um crescimento de 50% para o próximo ano, baseado em lançamentos e no fortalecimento da parceria com a rede de distribuidores para melhorar o posicionamento da linha no ponto de venda”, ressalta o presidente da Natulab, Marconi Sampaio. O executivo conta que em 2010
foi executado um projeto de ampliação da estrutura de pesquisa, por meio do desenvolvimento farmacotécnico e analítico. Foram construídos novos laboratórios e estruturados com novos equipamentos. Já a equipe de pesquisa foi reforçada, sendo contratados novos pesquisadores com vasta experiência no setor. “A área de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Natulab aumentou ainda mais sua atuação no campo farmacotécnico, para o incremento de produtos que consFotos: Divulgação
Histórico da Natulab
A Natulab tem o compromisso de produzir medicamentos com tecnologia para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Ela foi fundada em 1999, em Santo Antônio de Jesus (BA). Entre 2000 e 2005 passou por um período de forte crescimento com a expansão no portfólio de produtos, a certificação em Boas Práticas de Fabricação (BPF) e a entrada dos primeiros sócios investidores. A partir daí, a empresa iniciou um consistente processo de crescimento e consolidação no mercado, com investimentos constantes em tecnologia, ampliação das linhas de produtos com medicamentos de marca, medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e fitoterápicos, fortalecimento da governança corporativa e entrada de novos sócios investidores. Tudo isso fez com que a Natulab completasse uma década como uma das maiores e mais conceituadas indústrias farmacêuticas do Nordeste brasileiro, atuando em todo o território nacional. Ela gerencia a qualidade de forma estratégica, investindo em pesquisa, tecnologia, desenvolvimento e capacitação de pessoal, cumprindo rigorosamente as normas de Boas Práticas de Fabricação e Controle de Medicamentos (BPFc).
tituem verdadeiras oportunidades de mercado, buscando continuamente a implementação dos diferenciais que são característica marcante da linha Natulab e que garantem a boa inserção desses produtos no setor”, comenta ele. A empresa ainda ampliou parcerias com instituições de pesquisa e órgãos de fomento à ciência e tec-
nologia, para o desenvolvimento de produtos inovadores neste ano. Alguns projetos estão nas etapas finais para geração de produtos farmacêuticos e seguem em parceria com órgãos como a Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (Fapesb), Financiadora Nacional de Estudos e Projetos (Finep), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti) e Universidade Bandeirante (Uniban). Com relação aos produtos, Sampaio explica que o posicionamento dá grande destaque para a marca Natulab. “As ações de marketing para produtos, bem como ações de comunicação interna e com o público externo, buscam a unificação da identidade da empresa e da imagem projetada no mercado, de forma a comunicar os atributos e benefícios dos produtos e da marca”, diz Sampaio. As diretrizes do setor incluem a adequação da linguagem, foco nos diferenciais, determinação do target específico e utilização de meios e veículos que permitam melhor cobertura e direcionamento das mensagens. Para isso são utilizados meios como internet, revistas especializadas, TV, rádio, outdoor, materiais impressos, ações em PDV e campanhas internas de venda. “Os investimentos em marketing vêm crescendo a cada ano, e orçamos para os próximos anos cerca de 7% do faturamento para ações”, revela o presidente.
Atuação social e ambiental
A Natulab realiza programas, projetos, campanhas e eventos que valorizam seus colaboradores e a comunidade, com a inclusão de jovens no mercado de trabalho e promoção de benefícios em áreas como educação, saúde e participação nos resultados. Dentre algumas práticas, estão as políticas de inclusão social (com a contratação de portadores de
necessidades especiais), limpeza e manutenção de praças no município onde possui sua unidade industrial, convênio com creches e apoio constante e incentivo a eventos culturais e esportivos. A empresa é sócia-honorária da Associação Brasileira dos Distribuidores dos Laboratórios Nacionais (Abradilan) desde o início. Ela acredita na força do associativismo como única forma de sobrevivência e fortalecimento da indústria e dos distribuidores nacionais. Por esse motivo, tem participado de todas as edições do principal evento da entidade, apoiado todas as suas iniciativas e buscado contribuir, com ideias e opiniões, para a sua consolidação. Já sua política ambiental é estabelecida por meio do gerenciamento dos resíduos industriais, adotando critérios internos de acordo com as normas vigentes, lado a lado com os órgãos reguladores e parceiros especializados na área ambiental, para evitar e minimizar os riscos ao meio ambiente. A qualidade é gerenciada de forma estratégica, alicerçada nos princípios universais da gestão da qualidade: foco no cliente, padronização e melhoria contínua. Isso garante investimentos em equipamentos e pessoas por meio de treinamentos e desenvolvimento de colaboradores. Assim, a empresa se preocupa com a garantia da qualidade em todas as etapas de fabricação e armazenamento dos medicamentos, mantendo rígidos procedimentos de controle que asseguram a conformidade e a eficácia dos medicamentos. Atualmente, a empresa está certificada em Boas Práticas de Fabricação para todas as suas linhas. Natulab SAC: natulab@natulab.com.br Site: www.natulab.com.br Anuário Farmacêutico 2012 51
INSTITUCIONAL
Liderança da Sandoz O mercado brasileiro é prioridade para a Sandoz, já que cresceu 32,5% e comercializou 264 milhões de unidades no primeiro semestre de 2011
A empresa tem uma fábrica instalada em Cambé (PR), de onde 50% da produção atende ao mercado interno e 50% são exportados
D
ivisão do Grupo Novartis, a Sandoz é uma das líderes mundiais em medicamentos genéricos e líder global em produtos biológicos e diferenciados. Seu portfólio, formado por cerca de mil compostos, inclui medicamentos para tratamento do sistema nervoso central, distúrbios do aparelho digestivo, cardiovasculares, anti-infecciosos, respiratórios e oncológicos, bem como medicamentos para o sangue e distúrbios do sistema hematopoiético. Em 2010, a Sandoz empregou mais de 23 mil pessoas em diversos países e alcançou vendas líquidas de US$ 8,5
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A trajetória da empresa A Sandoz foi criada em 1886, quando Alfred Kern (1850-1893) e Edouard Sandoz (1853-1928) fundaram, na Basileia (Suíça), a empresa química Kern & Sandoz. A pesquisa farmacêutica teria início 31 anos depois com a criação de um departamento farmacêutico, que lançaria seu primeiro produto, para cefaleia, em 1918. Em 1939, chegou ao Brasil já sob o nome corporativo de Sandoz e, 25 anos depois, iniciou-se a expansão, com a inauguração do primeiro centro de pesquisas fora da Suíça, em East Hanover (EUA). Em 1996, em fusão com a empresa Ciba Geigy, deu origem ao Grupo Novartis, primeira empresa farmacêutica de pesquisa a investir em genéricos. Em 2001, deu-se início às atividades da Novartis Genéricos no Brasil, sendo que, dois anos depois, o Grupo tomou a decisão de unir todas as unidades de negócios de medicamentos genéricos sob a marca global Sandoz. A marca passou a ser utilizada no Brasil a partir de 2005.
Foto: Divulgação
bilhões. Em todo o mundo, são 30 fábricas que atendem à demanda de mais de 130 países. Em 2010 registrou vendas líquidas de US$ 8,5 bilhões para o ano inteiro no mundo. No Brasil há cerca de 700 colaboradores entre administrativos, força de vendas e produção. A empresa tem uma fábrica instalada em Cambé (PR), de onde 50% da produção atende ao mercado interno e 50% são exportados. “Dentro da matriz de produção global da Sandoz, Cambé é considerada centro de excelência no desenvolvimento de hormônios, fabricando contraceptivos que são comercializados no Brasil e na Alemanha, por exemplo”, ressalta a diretora de Comunicação da Sandoz no Brasil, Patricia Pêcego. A companhia está entre as líderes na produção de medicamentos para o sistema nervoso central (SNC). O Brasil é o maior mercado da América Latina e uma das prioridades globais para a Sandoz, que está empenhada em alcançar a liderança sustentável de longo prazo, alinhada com a sua posição no mercado global. “O mercado brasileiro é visto com bons olhos, pois cresceu 32,5% e comercializou 264 milhões de unidades no primeiro semestre de 2011, segundo dados da Pró Genéricos”, comenta Patricia. Os investimentos são globais e focados no desenvolvimento de produtos genéricos e genéricos de marca, além dos medicamentos difficult to make, como os biológicos – medicamentos que demandam entre sete e oito anos de desenvolvimento. A empresa também apoia a produção científica e, por isso, lançou em 2011 o Prêmio Professor Sebastião Cabral Filho, com o objetivo de premiar projetos inovadores de estudantes e residentes de medicina na área de oncologia. A iniciativa conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
Portfólio
O portfólio global da empresa apresenta cerca de mil princípios ativos, em mais de cinco mil apresentações. Além de pioneira no desenvolvimento e comercialização de medicamentos biológicos, ela atua nas seguintes linhas de produtos: genéricos, medicamentos de marca, oncológicos e medicamentos isentos de prescrição médica. Entre os lançamentos que chegaram recentemente ao mercado brasileiro destacam-se: • Omnitrope: hormônio de crescimento injetável indicado para o tratamento do distúrbio do crescimento. Foi o primeiro produto biológico lançado pela Sandoz no mercado brasileiro. • Rosuvastatina cálcica: a versão genérica da Sandoz, comercializada em duas apresentações – 10 mg e 20 mg –, possui a mesma molécula do medicamento referência e tem sua bioequivalência comprovada. • Lizzy: com bioequivalência comprovada, o anticoncepcional faz parte da estratégia de crescimento da empresa no Brasil no segmento de saúde feminina. • Candesartana cilexetila: comercializado nas apresentações de 30 comprimidos revestidos de 8 mg ou 16 mg, o medicamento é voltado para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial leve, moderada e grave. A Sandoz também tem uma forte presença no mercado brasileiro de medicamentos para o sistema nervoso central (SNC), que possui uma parte importante no segmento de genéricos de marca, com vários lançamentos em 2011, incluindo: • Ziledon (Cloridrato de Donepezila), para doença de Alzheimer. • Zopina (Olanzapina) e Neotiapim (Quetiapina), ambos para esquizofrenia. • Livipark (Pramiprexol), para Parkinson.
O Brasil é o maior mercado da América Latina e uma das prioridades globais para a Sandoz, que está empenhada em alcançar a liderança sustentável de longo prazo, alinhada com a sua posição no mercado global De olho no atrativo mercado brasileiro, a Sandoz implementou ainda uma nova política comercial, que alterou o perfil da força de vendas. Mais do que representar a marca, o profissional tornou-se um consultor de negócios, com ferramentas que facilitam a negociação e visam ampliar a rentabilidade também do ponto de venda. A companhia segue os pilares da Cidadania Corporativa do Grupo Novartis. A companhia e seus colaboradores têm o compromisso de ajudar a melhorar a vida das pessoas por meio do trabalho que desempenham e por meio do seu relacionamento com os stakeholders, incluindo as comunidades localizadas no entorno de suas unidades. “A empresa incentiva o voluntariado por meio do Dia da Parceria com a comunidade e, junto com a Novartis, apoia entidades e ações voltadas para a erradicação de doenças, como a hanseníase”, conclui a diretora. Sandoz SAC: 0800 4009192 sandoz@sandoz.com Site: www.sandoz.com.br Anuário Farmacêutico 2012 53
INSTITUCIONAL
Balanço positivo em um ano de parceria Teuto Pfizer No primeiro ano de parceria, foram várias integrações: desde projeto de visitação médica pela Pfizer com produtos Teuto, até intensificação das ações no ponto de venda
Em 2011, foi enriquecida a carteira de produtos de ambas as empresas, fortalecendo as capacidades competitivas da Pfizer e do Teuto
A
pós um ano da aquisição de 40% do Teuto pela Pfizer, a atuação e a sinergia entre as duas empresas geraram aumento do faturamento, incremento do portfólio, distribuição de medicamentos, lançamentos de produtos, ações de visitação médica, participação em congressos médicos, compliance, feiras do setor farmacêutico, lançamento
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de nova linha de genéricos e a produção de medicamento. Tudo sem perder o foco no ponto de venda. Em 2011, foi enriquecida a carteira de produtos de ambas as empresas, fortalecendo as capacidades competitivas da Pfizer e do Teuto, por meio do fornecimento de produtos e troca de dossiês. A meta é, até o início de 2012, ter pelo menos 40 produtos (20 de cada em-
presa). O primeiro fruto do projeto é o lançamento, pela Pfizer, do Cicloxx, com a marca Wyeth, medicamento para dor e inflamação do portfólio do Teuto. Outra complementação na área comercial é a força da Pfizer com as grandes redes, e a capilaridade do Teuto com farmácias independentes do País. “Cada empresa atendia a determinadas regiões a que, Foto: Divulgação
Ações de marketing
• Concurso Hipoderme – Tem grande aceitação junto ao públicoalvo do produto. A cada edição, são milhares de bebês inscritos através do site. Os vencedores são escolhidos por votação popular. • Palpite Premiado – Envolve a participação de todos os profissionais de farmácia do Sul do país. Os palpites são feitos através do site da campanha. É um grande sucesso entre os participantes. Uma ação de ativação do patrocínio oficial que o Laboratório Teuto faz ao campeonato gaúcho desde 2009. • Concurso 12 Anos de Genéricos – Voltado para os profissionais de farmácia, vem crescendo a cada ano em divulgação e participação do público. Os vídeos são enviados pelo hotsite. • Ações com classe médica – Além da participação em diversos congressos médicos no ano de 2011, o Teuto, através da equipe Pfizer, teve visitação médica apresentando produtos da companhia brasileira e também a própria indústria. • Ação diferenciada do Teuto – Inédita no mercado farmacêutico, é realizada desde 2009 e é focada com pontos de venda específicos no Rio de Janeiro. A parceria oferece uma matéria semanal com os donos de farmácia, para a divulgação no programa Show Mix. • Ações de relacionamento customizadas com a classe médica por meio do Dr. Teuto http://drteuto.com.br/ e ações de relacionamento customizadas com o público farmacêutico no Espaço Farmacêutico http://www.espacofarmaceutico.com.br.
antes da parceria, não conseguiríamos chegar. Na prática isso significa que agora mais pacientes têm acesso aos medicamentos com a qualidade Teuto e Pfizer, com custo apropriado à sua realidade”, esclarece Marcelo Leite Henriques, presidente-executivo do Teuto. Assim como em 2010, o Laboratório não parou de crescer. De janeiro até julho de 2011, teve um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2010. “A parceria deve potencializar esse crescimento, mas esse aumento foi orgânico no faturamento do Teuto, ou seja, ainda sem a participação expressiva dos produtos Pfizer”, explica Henriques. O portfólio Teuto também foi expandido com 15 medicamentos Pfizer, entre eles Viagra, Ponstan, Motrin, Feldene e Mansil. Além destes medicamentos, no ano passado foram lançados os genéricos atorvastatina (Lipitor) e sildenafila (Viagra) e os genéricos de marca Viasil (sildenafila) e Liphtal (atorvastatina), todos
comercializados pelo Teuto. Uma nova linha de genéricos está sendo lançada pelo Teuto com a marca Wyeth. Estes medicamentos são as versões genéricas do Viagra e do Lipitor, que eram patentes da Pfizer. O Teuto lançou também os genéricos de marca desses dois produtos no mercado: o Tantrix (sildenafila), nova versão do Viagra, e o Zarator (atorvastatina) representando o Lipitor, os dois produtos lançados pela marca Wyeth e comercializados pelo Teuto. Ainda em 2011, outra grande integração das empresas foi concluída com a visitação médica. A ação, feita pela equipe Pfizer, apresenta não só o Teuto aos médicos, mas também a promoção de itens como Pyloritrat, Finarid, Protanol, Prozen, e Glafital – similar de Cosopt (para o tratamento do glaucoma). “Esta ação com os médicos é muito importante, porém vamos intensificar o contato direto com as farmácias, redes, distribuidores, farmacistas, farmacêuticos e balconistas. Nos-
so crescimento sempre esteve apoiado no PDV e isso não vai mudar”, analisa Ítalo Melo, diretor de marketing do Teuto. “A filosofia de estar sempre próximo ao ponto de venda faz com que o laboratório consiga flexibilidade para identificar as mudanças e necessidades do mercado e atendê-las com prontidão”, complementa o diretor.
Atuação nacional
A produção do Teuto é centralizada em Goiás, sendo o maior complexo farmacêutico da America Latina, com mais de 2.100 colaboradores diretos. Há também um Centro de Distribuição em São Paulo. A empresa possui mais de 500 apresentações de medicamentos, entre genéricos (que representam 50% da linha), MIPs, linha hospitalar, similares, fitoterápicos, suplementos alimentares, cosméticos e produtos para saúde. Para os próximos três anos está programado o lançamento de 200 novos produtos. O laboratório investe 7% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de oferecer um portfólio atualizado e alinhado com as necessidades do mercado. A companhia desenvolve ações sustentáveis constantemente, através do Comitê de Desenvolvimento Sustentável. As estratégias estão apoiadas em três pilares: o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Alguns exemplos são: o Centro de Educação Infantil Hipoderme, entidade de ensino que atende filhos de colaboradores e crianças carentes da região; a Reserva Follium, também dentro do complexo industrial do laboratório, em uma área de 700 mil metros, e os diversos programas de saúde e qualidade de vida que a empresa promove para seus colaboradores e para sociedade. teuto / Pfizer Sites: www.teuto.com.br www.pfizer.com.br Anuário Farmacêutico 2012 55
INSTITUCIONAL
Novos produtos serão lançados em 2012 Com inovações e ampliação de portfólio a empresa pretende aumentar sua participação no mercado nacional Em 2012 a parceria com o laboratório Thea somará a vinda de dois novos produtos para o Brasil, que terão seus lançamentos no segundo semestre
C
om a entrada em novos mercados, em 2012 a União Química ampliará sua presença no País. Seu portfólio de dermocosméticos ganha mais força com a Linha Mamy, oferecendo seis lançamentos com foco na gestante e no bebê. Outra novidade é o segmento de alimentos, que inaugura sua primeira linha com o produto Fibralev, disponível em pote e sachê. “Em 2012 a parceria com o laboratório Thea somará a vinda de dois novos produtos para o Brasil, que terão seus lançamentos no segundo semestre”, revela Fernanda Marques Pinto, responsável pelo marketing institucional. O laboratório tem mais de 500 apresentações, sendo os produtos mais conhecidos o Vodol, Ciclo 21 e Bonalem. Vodol é uma marca líder na indicação para micoses e frieiras, com venda de 2,6 milhões de unidades/ano (IMS – out/2011). O Ciclo 21 é o anticoncepcional mais vendido no Brasil, com movimentação anual de 15 milhões de unidades/ano (IMS – out/2011). A União Química prevê faturamento em 2011 de R$ 480 milhões e com parte desses recursos, a empresa investe no marketing institucional e de produtos, principalmente os medicamentos isentos de prescrição (MIPs). “No canal farma estamos implantando o conceito de trade marketing com foco em produtos farma e novas campanhas para os MIPs”, diz Fernanda. Os dois mil funcionários diretos atuam em três plantas: Brasília (DF), Embu Guaçu (SP) e Pouso Alegre (MG). A fábrica de Embu
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atualmente é voltada para a produção da linha veterinária e as duas outras apenas para linha humana. Para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos a União Química mantém mais de 40 profissionais focados em ações que envolvem a geração de conhecimento e a adaptação e transformação das tecnologias já
existentes que resultem na criação de novos produtos e processos, essenciais para atender às necessidades e anseios da população e do mercado. Além das pesquisas internas realizadas por seus profissionais, a União Química investe em parcerias com várias instituições públicas e privadas do País, que se traduzem na realizaFotos: Divulgação
Um pouco da história
ção de estudos e pesquisas científicas voltados à identificação de novas moléculas e inovações no tratamento das doenças. Destacam-se como parceiros da União Química a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Butantan, de São Paulo, cujos trabalhos já resultaram em patentes no Brasil e no exterior. “Alem disso, nossa forte atuação social pode ser percebida também por meio da parceira estabelecida com o GRAACC, que possibilita
no sistema de refrigeração, onde há torres de resfriamento garantindo um ambiente climatizado e com recirculação programada de ar limpo. O Programa de Tratamento de Águas Residuais segue um sistema fechado, ou seja, trata o efluente gerado com qualidade e o disponibiliza para a maior parte da área verde como irrigação. A captação de água de chuva, desde o telhado até as áreas pavimentadas, é redirecionada para um lago que recebe, além de todo o efluente
A União Química prevê faturamento em 2011 de R$ 480 milhões e com parte desses recursos, a empresa investe no marketing institucional e de produtos, principalmente os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) doações mensais em medicamentos e espécie. Apoiamos ainda a revista Sorria, cuja verba é revertida para o hospital”, comemora Fernanda.
Sustentabilidade
A indústria procura por meio de atividades minimizar seus impactos no que tange à área ambiental, estabelecendo em suas dependências ações sucintas, mas de grande retorno para o meio ambiente. Uma delas é o reaproveitamento de água
tratado, as águas pluviais que servem para irrigação dos jardins e áreas verdes da planta fabril. “A telha ecológica é resultado de um trabalho conjunto entre o Departamento de Meio Ambiente, a Universidade Católica de Brasília e a Empresa Ibistetra que com estudos sistemáticos conseguiu transformar o blíster, cartela de medicamento composta por alumínio e plástico, em telha”, explica Fernanda, que complementa: “Já o projeto Tijolo
A trajetória da empresa teve início em 1936, data de fundação do Laboratório Prata, que em 1971 foi adquirido por João Marques de Paulo, cuja visão empreendedora deu origem à União Química. Com capital 100% nacional, a empresa está posicionada entre as dez maiores indústrias farmacêuticas no mercado brasileiro. Sua estrutura está focada em duas Divisões de Negócios: Saúde Humana conta com seis linhas de produtos (Hospitalar, OTC, Farma, Genéricos, Genom Oftalmologia e Genom Dor/SNC), e Saúde Animal integra as linhas Grandes Animais e Pet. Em mais de sete décadas de atuação, a empresa passou por várias transformações, efetuando diversas aquisições de empresas, marcas e linhas de produtos, assim como estabeleceu parcerias importantes no Brasil e no exterior.
A indústria procura por meio de atividades minimizar seus impactos no que tange à área ambiental, estabelecendo em suas dependências ações sucintas, mas de grande retorno para o meio ambiente
Ecológico foi elaborado pela Engenharia de Brasília com intuito de aumentar a área de absorção de água de chuva e facilitar a recarga do aquífero”. Seu tamanho é de 50 cm por 40 cm, contendo quatro quadrados internos para escoar a água de chuva e possibilitar o crescimento de grama, contribuindo assim para um ambiente mais saudável no que tange à área ambiental. “Para conscientizar o público interno, são disponibilizados informativos ambientais que ficam dispostos em displays no refeitório, e atualizados duas vezes na semana, com iniciativa do Departamento de Meio Ambiente”, diz a gerente. união química SAC: 0800 111559 Site: wwww.uniaoquimica.com.br Anuário Farmacêutico 2012 57
serviços Abafarma www.abafarma.com.br
E-Bit Consultoria www.ebitempresa.com.br
Nutrilatina www.nutrilatina.com.br
Abbott www.abbottbrasil.com.br
Eli Lilly www.lilly.com.br
Nycomed www.nycomed.com/br
Abfit www.abfit.org.br
Euromonitor www.euromonitor.com
Pfizer www.pfizer.com.br
Abimip www.abimip.org.br
Farmoquímica www.fqm.com.br
Pharma Solutions www.pharmasolutions.com.br
Abradilan www.abradilan.com.br
Fecomercio www.fecomercio.com.br
Procter & Gamble www.pg.com/pt_BR
Abrafarma www.abrafarma.com.br
Febrafar www.febrafar.com.br
Pró Genéricos www.progenericos.org.br
Aché Laboratórios www.ache.com.br
Geolab www.geolab.com.br
Ricam Consultoria www.ricamconsultoria.com.br
Alanac www.alanac.org.br
IBGE www.ibge.gov.br
Roche Farma www.roche.com.br
Anvisa http://portal.anvisa.gov.br
ICF www.icf.com.br
Sandoz www.sandoz.com.br
Apsen www.apsen.com.br
IMS Health www.imshealth.com
Aspen Pharma www.aspenpharma.com.br
Kline & Company www.klinegroup.com
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo www.fazenda.sp.gov.br
Boehringer Ingelheim www.boehringer-ingelheim.com.br
L´Oréal www.loreal.com.br
Boiron www.boiron.com.br
Medquímica www.medquimica.ind.br
Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico www.camara-e.net
Multilab www.multilab.com.br
Cristália www.cristalia.com.br Daudt www.daudt.net Desenvolva Consultoria www.desenvolvaconsultoria.com.br
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Natulab www.natulab.com.br Nielsen http://br.nielsen.com Nutricé www.nutrice.com.br
Sindusfarma www.sindusfarma.org.br Teuto www.teuto.com.br UFPR www.ufpr.br Ultrafarma www.ultrafarma.com.br União Química www.uniaoquimica.com.br
Rua Leonardo Nunes, 194 • Cep 04039-010 • Vila Clementino • São Paulo • SP www.contento.com.br • www.eutenhoconteudo.com.br 6 Agenda anual de gestão 2011