R E V I S TA D A
out nov 2013
História judaica e
tishrê • cheshvan • kislev 5774
superação Vitórias e transformações do povo judeu
O sentido de Chanucá nos dias de hoje
Chanucá na CIP Acendendo o passado e iluminando o presente
Como os macabeus no passado, também nos renovamos
27NOV a 4DEZ 27NOV
30NOV
20h30 Acendimento da 1ª vela
14h00 Shaat Sipur, Avanhandava e Chazit
quarta-feira
sábado
Traga sua chanukiá ou compartilhe suas fotos nas redes sociais (#chanucanacip)
com atividades de Chanucá 20h00 Acendimento das velas
20h45 Reflexões de Chanucá com os rabinos Ruben Sternschein e Michel Schlesinger
01DEZ
domingo
28NOV
19h30 Abertura da exposição
quinta-feira
Ava 75 anos
19h30 Acendimento das velas 20h00 Rock’n Chanucá Esta noite musical promete pegar fogo
04DEZ
quarta-feira
29NOV
20h00 Hatsdaá à morá Miriam Gerber z’l Nossa homenagem àquela
sexta-feira
que teve um papel
18h45 Cabalat Shabat da Juventude da CIP
transformador na comunidade
e acendimento das velas Participe desta celebração seguida de kidush
Informações: 2808-6274 ou chanuca@cip.org.br www.cip.org.br
SACOLINHAS DE CHANUCÁ
Lar das Crianças da CIP Torne o final de ano das crianças do Lar ainda mais feliz! Doe um kit com roupas, brinquedos ou materiais escolares. www.sacolasdechanuca.com.br
Tefilá: todos os dias, às 18h45, seguida do acendimento das velas
Acompanhe a programação e compartilhe suas fotos
#chanucanacip
/cipsp
Juventude e identidade
Começo esta Revista contando sobre a felicidade de toda a equipe da CIP por termos feito um serviço de Grandes Festas de sucesso. Estávamos um pouco apreensivos quanto ao novo local, mas conseguimos, no final, realizar uma cerimônia digna e que deixou a todos felizes por estarmos juntos novamente. Para 5775, queremos repetir o sucesso e trazer algumas novidades que serão anunciadas em breve. Desde nossa fundação, investir na área da juventude tem sido uma das principais forças de criação e renovação de nossas lideranças. No final do mês de setembro comemoramos juntos os 75 anos da Avanhandava, nosso movimento juvenil mais antigo. Os movimentos juvenis estão cada vez mais integrados. No final de outubro tivemos um importante seminário em Campos de Jordão com a liderança das três tnuot, que cada vez mais trabalham juntas sem perder suas identidades. Estamos preparando as atividades de verão e contaremos com cinco saídas em São Paulo, além de uma viagem de jovens à Israel com o projeto Iad beIad. Também no final de outubro apoiamos a Fundação Vladimir Herzog em uma homenagem ao rabino Henry Sobel, que planeja voltar aos EUA depois de mais de 40 anos conosco. Nós só temos a agradecer por todos estes anos de trabalho. Somos hoje um reflexo direto de sua intensa dedicação. E, por fim, lembro que todos podem doar até 6% de seu imposto de renda (pessoa física) para os projetos do Lar das Crianças até dezembro. Ajude a entidade a continuar oferecendo a crianças e jovens a oportunidade de um futuro digno. Acesse o site da Prefeitura (fumcad.prefeitura.sp.gov.br) e, para conhecer melhor os projetos e ações do Lar, visite o site www.lardascriancas.org.br. Agradecemos a presença de nossos sócios em Sucot e Simchat Torá e também pela participação na campanha social que envolveu as duas festas. Foram arrecadados produtos de higiene para asilos em Campos do Jordão que participam do projeto Vida-Chai. Que possamos continuar contando com a participação de todos a fim de mantermos nossas tradições e ajudarmos quem precisa. SÉRGIO KULIKOVSKY PRESIDENTE
3
Presidente
Sérgio Kulikovsky
Rabinato
Ruben Sternschein Michel Schlesinger
Superação, tradição e inércia A superação, tema desta edição da Revista, além de mexer com uma das
Vice-presidente de Relacionamento com o Sócio
essências do judaísmo, mexe com um dos maiores orgulhos da nossa CIP.
Diretora de Comunicação e Marketing
visto em uma simples observação da historia. Mas também será explicado
Ta t i a n a H e i l b u t K u l i k o v s k y Laura Feldman
Colaboradores desta edição:
Alex Rutman Andréa Kulikovsky Andréia Hotz Daniel Borger Ethel Rosenfeld Guershon Kwasniewski Guita Feldman Michel Schlesinger Paula Barouchel Caracini Paula Lottenberg R a f a e l To n o n Ruben Sternschein Sérgio Kulikovsky Ta m a r a S i e b n e r F r a n k e n Theo Hotz
Editora e jornalista responsável
Andréia Hotz (MTB 61.981)
Marketing
Simone Rosenthal
Projeto Gráfico JAM Design
Que o judaísmo e os judeus são uma prova de superação, isso pode ser na matéria da capa desta publicação. A Congregação surgiu como uma contestação ao destino. Fugidos do horror nazista, nossos predecessores recusaram-se a abrir mão de seus valores e tradições. Junto a todas as dificuldades de começar em um novo país, eles assumiram mais uma: a de construir uma comunidade. E não qualquer comunidade. Uma comunidade comprometida com os ideais liberais de se manter constantemente relevante, em diálogo com a tradição e com a atualidade, com a Torá e com a sociedade, com a ética dos profetas e com os negócios do Brasil. E conseguiram. Os primeiros 75 anos são prova disso. Agora chegou nossa hora. Devemos continuar a construção e a renovação desses diálogos e pontes. Não poderemos nos acomodar na inércia. Em um mundo que muda e avança, o que não se movimenta fica para atrás, esquecido, e morre. Assim como depois da destruição do Templo, quando os sábios instituíram a reza que substituiu as oferendas de animais. Assim como nossos fundadores se adaptaram ao Brasil e criaram instituições diferentes das alemãs, como o Lar das Crianças, a Avanhandava, a Chazit Hanoar, o Clube das Vovós Lotte Pinkuss. Assim nós devemos fazer nossa parte. Rezar com maior profundidade, estudar mais para compreender melhor
Fotos
Arquivo CIP e Shutterstock
e descobrir novas interpretações de nosso judaísmo, criar novos espaços de
Esta é uma publicação da Congregação Israelita Paulista. É proibida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião da CIP.
ação judaica.
Fale com a CIP PA B X : ( 1 1 ) 2 8 0 8 . 6 2 9 9 cip@cip.org.br w w w. c i p . o rg . b r
Administrativo/Financeiro: (11) 2808.6244 Comunicação: (11) 2808.6228 Diretoria: (11) 2808.6257 Escola Lafer: (11) 2808.6219 Juventude: (11) 2808.6214 Lar das Crianças: (11) 2808.6225 Marketing: (11) 2808.6247 Rabinato: (11) 2808.6230 Relacionamento com o Sócio: (11) 2808-6258 Serviço Social: (11) 2808.6211 4
Os jovens já têm seus marcos. Os movimentos juvenis atendem às crianças e adolescentes, o curso Manhigut dá formação aos madrichim e o curso Shidrug aperfeiçoa os que mais se destacam e os colocam como profissionais e jovens líderes de nossa comunidade. É o momento dos adultos. Os convidamos a redescobrir, aprofundar e aperfeiçoar seu judaísmo: estude e discuta conosco nas diversas aulas semanais atuais e renovadas, ou forme seu próprio grupo, em sua casa, com seus amigos através do projeto CIP Babait. Contem conosco para assumir seu lugar e fazer sua diferença no seu judaísmo e na sua CIP. Um grande abraço. R abino RUBEN STERNSCHEIN
Índice
32 SEÇÕES RELACIONAMENTO COM O SÓCIO 6 RADAR 8
12
GASTRONOMIA 9 CULTO 10
CAPA 24
ACONTECE 12
A História Judaica como relato de superação
LAR DAS CRIANÇAS 16
texto do rabino Ruben Sternschein
AÇÃO SOCIAL 18 RABINATO 20
VALORES JUDAICOS 31
ESCOLA LAFER 22
Por que comemorar Chánuka em 2013?
PARALELOS 28
artigo do rabino Guershon Kwasniewski,
JUVENTUDE 30
da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e
COM A PALAVRA 32
Beneficência (SIBRA), de Porto Alegre
360 GRAUS 34
5
RELACIONAMENTO COM O SÓCIO por Tamara Siebner Franken, coordenadora de Relacionamento com o Sócio
Etz Chaim, a árvore da nossa vida Entrando no hall da CIP, é possível deparar-se com a maravilhosa escultura Etz Chaim, criada pela artista Anita Kaufman. Folhas são vistas em seus galhos. A Árvore da Vida, como símbolo universal, simboliza sabedoria, proteção, graça e beleza. Já para a psicologia, a Árvore da Vida pode ser vista como um poderoso símbolo de crescimento, uma vez que é o único elemento vivo que continua a crescer ao longo de toda a sua vida. À medida que crescemos e nos desenvolvemos, uma personalidade mais complexa e madura começa a florescer e dar seus frutos. Finalmente, para entender o símbolo pelo viés judaico, podemos citar o rabino Michel Schlesinger: “A Torá também é conhecida como Etz Chaim, a Árvore da Vida. A ideia por trás desta metáfora é a de que se você se conectar com a ética da Torá, então sua vida gerará frutos frondosos, como os de uma linda árvore.”. O nome dado à sinagoga da CIP também foi Etz Chaim,
Há uma pequena história no Talmud que ilustra o caminho percorrido pela CIP. Enquanto Roni caminhava pela estrada, avistou um homem plantando uma alfarrobeira. Ele, então, perguntou ao homem: - Quanto tempo demorará até que esta árvore de seus frutos?
e esta árvore foi plantada em solo fértil, onde absorveu e
- Setenta anos - respondeu o homem.
continua absorvendo seus nutrientes, aprofundando cada
Roni insistiu - Você é tão saudável que espera poder co-
vez mais suas raízes. Seu tronco distribui a sabedoria e
mer destas frutas?
nossos valores e ética judaicos, que são levados através
Ao que o homem respondeu:
de sua seiva até as últimas folhas e frutos, caminhando
- Eu encontrei um mundo rico em frutas pois meus an-
por entre seus galhos, que se ramificam dia a dia. Quando
cestrais plantaram árvores para mim. Como eles, estou
surgiu, seus galhos mestres estavam ligados ao acolhimen-
plantando agora para as minhas crianças.
to, à motivação dos refugiados vindos da Alemanha, assim como a oferecer um vínculo com sua espiritualidade. Hoje, estes galhos se ramificam, dando mais folhas e frutos, como, por exemplo, a Central de Orientação ao Trabalho e as atividades realizadas pelos movimentos juvenis, engajados em ações sociais.
6
Esse crescimento continua sendo possível através das contribuições e doações de nossos comprometidos associados. Elas nos permitem cuidar da manutenção e do desenvolvimento desta árvore. Existem diversas formas para que a CIP consiga fornecer tais cuidados: a colocação de uma folha na escultura
Michele e Jonathan Kellner, acompanhados pelo rabino Michel Schlesinger, acrescentam uma folha à escultura Etz Chaim.
Etz Chaim em homenagem a nascimentos, casamentos, cerimônias de Bar ou Bat-mitsvá ou em memória a entes
A CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA
queridos; a colocação de uma urna de arrecadação em um
DÁ AS BOAS-VINDAS AOS NOVOS Sócios
evento festivo; a utilização de cartões personalizados do
seus projetos, entre em contato com o departamento de
• Adriana Besagio Ruiz • Alexandre Segre • Allan Pila e Renata Campos Sell • Andrea Eberhardt Birsztein e Marcelo Birsztein • Daniel Braulio Weikersheimer e Tatiana Kaz Weikersheimer • Hilton Katz e Luciana C Katz • Idel Marcio Ajzenberg e Lissandra Soares Ajzenberg • Luiz Gustavo Rosset e Mariana Bôscoli Rosset • Madeleine Jacqueline Blankenstein • Marcelo Elias Cattan e Paula Regina Schempf • Patrícia Levi Dutra e Ricardo Augusto Dutra • Roberto Schaffer e Cinthia Matos Ferreira Schaffer • Tiberiu Szattler e Maura Aguiar Szattler • Wiliam Gleicher e Claudia Helcer Gleicher
Relacionamento com o Sócio através do e-mail socio@cip.
BRUCHIM HABAIM
Lar das Crianças em datas comemorativas ou de cartões-presente (uma doação é feita em nome da pessoa a quem o cartão se destina), entre outros exemplos. O casal Michele e Jonathan Kellner, por exemplo, decidiu colocar uma folha em nossa Árvore da Vida por ocasião do nascimento de seus filhos. “A chegada dos gêmeos foi o momento de maior significado em nossas vidas, e queríamos dividir isso com a Congregação realizando esta mitsvá.” Para saber mais sobre a inclusão de folhas na escultura Etz Chaim e outras maneiras de ajudar a CIP a manter
org.br ou do telefone 2808-6258.
Visite o site da CIP para acompanhar toda a programação de eventos: www.cip.org.br
ATIVIDADES REGULARES DA CIP
Juventude
Outros
Ação Social
Manhigut Sextas-feiras, às 16h
Danças Segundas-feiras (lehacat Eretz), às 20h Terças-feiras – harcadá iniciante e intermediário às 20h Quintas-feiras (lehacat Nefesh), às 19h
Informática para Sênior Segundas e quartas, das 9h às 13h Costura da Boa Vontade Terças-feiras, às 13h Coral Sameach Quartas-feiras, às 15h
Culto Grupo de Estudos da Parashá Segundas-feiras, às 20h
Chazit Hanoar Sábados, às 14h Avanhandava Sábados, às 14h Shaat Sipur Sábados, às 14h30
Coral ABANIBI Quartas-feiras, às 20h30
Ensino Escola Lafer segundas, terças e quartas-feiras às 16h30 sextas-feiras, às 8h30 e às 16h30
RADAR po r Dan i el Borger, p resid ente d o C ons e l ho De l i b e r a ti v o
Todos juntos, voltados para os mesmos objetivos Frequento a CIP desde a época em que a Casa da Juventude ficava na rua Augusta, sob a coordenação do Sr. Speyer, de quem tenho ótimas lembranças. Costumava ganhar muitos cri-cris. Fui lobinho e escoteiro na Avanhandava e, depois, chaver Chazit, tendo, inclusive, participado do Machzor 64 do Machon Le Madrichei Chutz L’Aretz. Minha cerimônia de Bar-mitsvá foi realizada na Congregação e participei de diversas Colônias, tanto com o rabino Pinkuss como com o rabino Diesendruck.
Daniel Borger, presidente do Conselho Deliberativo da CIP
Atualmente presido o Conselho Deliberativo da CIP, que tem como principal função implementar os parâmetros determinados pelo Estatuto da CIP. Aprovamos o orçamento, acompanhamos o trabalho desenvolvido pela Diretoria, servimos de caixa de ressonância para as queixas
e de monitoramento, se realiza através das ações da Dire-
e manifestações de descontentamento, e motivamos a
toria, como a implementação de manutenção e pequenas
diretoria sempre que é possível.
reformas na sede, o sucesso na frequência da Colônia de
Em 2013, o foco principal tem sido adaptar o Estatu-
Férias em Campos de Jordão, a grande participação de
to para abranger a regulamentação do Fundo de Endow-
associados e frequentadores presença nos shabatot da
ment, cujos recursos financeiros serão geridos e desti-
CIP e do Lar, a realização das Grandes Festas, a forte
nados à perpetuidade da CIP, em um modelo semelhante
evolução da área de Comunicação e MKT, e a tranquilida-
aos fundos de endowment de universidades americanas.
de no trabalho realizado pelo Rabinato.
Os recursos aplicados nele serão sempre pertencentes à
O associado sente a atuação do Conselho quando perce-
Congregação e geridos por uma comissão independente,
be a harmonia e a sensação de que estão todos trabalhan-
notória e oriunda do mercado financeiro e que prestará
do juntos, numa mesma direção e objetivo, atingindo os
contas ao conselho deliberativo.
resultados desejados.
Também concluimos um acordo com o Fundo Comuni-
Nos próximos meses, nos dedicaremos ao processo
tário (relacionado à uma herança recebida) viabilizando
final da consolidação do Fundo de Endowment. Estreitar
a realização de projetos relacionados à Juventude e ca-
a definição da linha religiosa da CIP e viabilizar a reali-
pacitação de lideranças em Israel. Apoiar e incentivar os
zação das festas familiares judaicas, tais com Brit milá,
trabalhos desenvolvidos pela Diretoria está sempre em
casamentos e cerimônias de Bar e Bat-mitsvá na sede da
nossas prioridades.
Congregação também estão na lista de próximos traba-
Considero que o Conselho, por ser um órgão consultivo
8
lhos do Conselho.
gastronomia
Polpetone de Chanucá Ingredientes:
C
hanucá é uma festa que possui uma gastronomia muito específica e que as crianças adoram. Latkes (bolinhos de batata), sufga-
niot (sonhos), loukomades (bolinhos gregos de mel),
300 gr de carne de vaca moída
pfannkuchen (panquequinhas holandesas), zelebi
3 fatias de pão
(massinhas doces, fritas). Cada comunidade tem seu
1 cebola picada
prato tradicional, com a característica única que os
2 dentes de alho amassado
une: todos são fritos.
sal, pimenta e salsinha a gosto
Frituras são a base da alimentação durante os oito
3 ovos cozidos e picados
dias de festividade, que lembra o milagre do óleo que
3 colheres de sopa de azeitonas pretas picadas
durou oito dias ao invés de apenas um, mantendo a
2 colheres de sopa de azeite
menorá do Templo de Jerusalém acesa e marcando a
óleo para fritar
retomada dele pelos macabeus. Andréa Kulikovksy, chefe e consultora gastronômica
Modo de fazer: Coloque o pão de molho em água até amolecer as fatias. Tire o excesso de água e junte a cebola, o alho,
Dicas:
a salsinha, o sal e a pimenta. Misture com a carne e
• As azeitonas podem ser trocadas por tomate seco pi-
amasse bem até formar uma massa uniforme. Faça
cado ou por outro recheio que ajude a umedecer a carne.
bolinhas e recheie com as azeitonas e os ovos pica-
• Pode-se utilizar a mesma massa para fazer um bolo
dos. Passe os bolinhos em farinha de rosca e frite em
de carne recheado com o mesmo recheio da receita
óleo bem quente.
ou outro de sua preferência. 9
culto
Produtos judaicos Visite a CIP e adquira belíssimos produtos judaicos. Para informações sobre os horários de atendimento, entre em contato através do email:
Vários modelos de kipot
produtosjudaicos@cip.org.br.
Você sabia?... por Theo Hotz, coordenador do Depto de Culto, baal corê e moré da Escola Lafer Nossos sábios fixaram que devemos rezar o Halêl (salmos 113 a 118) em cada festividade judaica estabelecida pela Torá. Assim, entoamos o trecho em Rosh Chódesh, em Pêssach, Shavuót e Sucót (incluindo Sheminí Atséret e Simchát Torá). Em outras festividades não se recita o Halêl, mesmo que a festa tenha origem no Tanach. Por isso, não há Halêl em Purim. No entanto há em Chanucá, apesar de não ser uma festa de origem bíblica. As duas festas têm claros paralelos entre si: em Purim, os judeus poderiam ser exterminados, levando o judaísmo ao fim. Já na época dos Macabeus, o judaísmo estava sendo erradicado aos poucos, o que poderia levar os judeus ao fim. Nos dois casos, grandes milagres nos salvaram e, por isso, enaltecemos a Deus al hanissím (pelos milagres). Então, qual é a lógica dos rabinos do passado para não estabelecer o Halêl nas duas festas? A resposta é que o milagre de Chanucá é ligado não apenas ao povo judeu, mas também à terra de Israel, enquanto o milagre de Purim ocorreu na Pérsia. Seguindo esta mesma lógica, em pleno século XX os rabinos sionistas, tanto liberais quanto ortodoxos, fixaram que o Halêl também deveria ser dito em Yom haAtsmaút e Yom Yerushaláim, milagres dos tempos modernos, ligados ao povo e à terra de Israel.
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Serviços Religiosos da CIP Manhã de segunda a sexta-feira, às 8h aos sábados às 9h30 aos domingos e feriados, às 8h30 Noite de domingo a sexta-feira, às 18h45 26 de outubro às 18h45 sábados de novembro às 18h45 (2 e 9/nov) e às 19h (16, 23 e 30/nov) Shabat Às sextas: Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na Sinagoga Etz Chaim Shabat Ieladim, às 18h45, para crianças Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na sede do Lar das Crianças da CIP (nos dias 1 e 22/nov) Aos sábados: Shacharit, às 9h30, com leitura da Torá e prédica na sinagoga Etz Chaim Shacharit Neshamá, às 9h30, participativo e igualitário na Sinagoga Pequena com leitura e estudo da Torá
Velas para Havdalá
Chamsaot Mezuzot de diversos modelos
Pingentes com brachá para bebês
Mazal Tov
Leitura da Torá Outubro DIA 5 Noach (Rosh Chodesh II) DIA 12 Lech Lechá DIA 19 Vaierá DIA 26 Chaiê Sara
Novembro DIA 2 Toldot (Shabat Mevarchim) DIA 9 Vaietsê DIA 16 Vaishlach DIA 23 Vaieshev DIA 30 Mikets (Shabat Mevarchim)
Chevra Kadisha
A CIP está pronta para ajudar as famílias neste momento tão doloroso da perda de um ente querido, cuidando de todas as providências e detalhes burocráticos e religiosos. Plantão permanente: entre em contato com Sérgio Cernea, pelo tel/fax 3083-0005, cel. 99204-2668, ou e-mail: chevra@cip.org.br Falecimentos André Frank, em 2/ago aos 92 anos. Polia Lerner Hamburger, em 3/ago aos 83 anos. Karl Albert Hirsch, em 4/ago aos 88 anos. Eduardo Fischer, em 9/ago aos 91 anos. Vera Stern, em 11/ago aos 91 anos. Manna Rozen de Gerber (morá Miriam), em 17/ago aos 75 anos. Mania Kaufman, em 17/ago aos 101 anos. Mauricio Levin, em 18/ago aos 83 anos. Petr Muller, em 20/ago aos 88 anos. Lea Ajzen, em 25/ago aos 77 anos. George Eduardo Freund, em 31/ago aos 64 anos. Juan Blumenfeld, em 31/ago aos 74 anos. Osias Mutchnik, em 31/ago aos 83 anos. Lia Mindlin, em 1/set aos 93 anos. Vera Lucia de Campos Zaclis, em 2/set aos 50 anos. Nelson Waisman, em 2/ set aos 92 anos. Sara Margot Clara Westheimer Zweig, em 4/set aos 92 anos. Flore Somekh, em 10/out aos 94 anos. Heinz Schramm, em 12/out aos 86 anos. Raymond Clement Levy, em 16/out aos 86 anos.
SIMCHAT BEN Beni Kunreuther Simchat Bat
Gabriela Eshkenazi Sophia Saslavsky Maya Heilbut Kulikovsky Carolina Fridman Bulach Ana Louise Schlesinger Amanda Maria Novaes Eberhardt Carolina Salfatis Berdaque Sophia Salfatis
Cerimônia de nome judaico Samira Schempf Cattan Bar-mitsvá Ariel Schreiber Dines Pedro Stevani Schargel David Gabriel Lopes Lerner Hodara Erick Schlesinger João Rubinstein Zsigmond Henrique Sredni Robert Timoner Nuno Kuschnaroff Barbosa Fernando Moreira Kanarek Gabriel Markus Ortiz Gabriel Miltzman Casamentos Mariana Schvartsman e Rodrigo Heilberg Natália Rabinovitch e Denis Szyfman Cintia Michailovici e Eduardo Perlmann Deborah Frattini V. B. Gengo e André Kovari Luciana Goldhar e Alexandre Fucs
BODAS DE OURO Luiz Rodolpho Raja Gabaglia Travassos e Norma Fracalanza Travassos 11
acontece
1.
2.
3.
4. 01, 02 e 03. Rabino Gilad Kariv e Prof. Joshua Holo participam de atividades na CIP. 04 e 05. Delegação da CIP na Conferência ATID Massorti. 06. Encontro do projeto CIP Babait reúne a Juventude da Congregação.
6.
5.
12
7.
8. 9.
07. Crianças participam de workshop de shofar. 08 e 09. Acampamento da Avanhandava e Machané Choref da Chazit Hanoar. 10 e 11. Comemoração das Grandes Festas do Clube das Vovós Lotte Pinkuss. 12. Turma do projeto Trabalho Cidadão.
10.
11.
12.
13
acontece
13.
14. 15.
13. Costura da Boa Vontade faz doação ao Hospital Infantil Darcy Vargas. 14. Rabino Michel e o cônego José Bizon participam do 107º Fórum do Comitê da Cultura de Paz, realizado pela Associação Palas Athena com o apoio institucional da UNESCO e do MASP. 15 a 18. Sucot na Congregação.
16.
17.
18.
14
20.
19.
21. 19. Coral Sameach participa do III Encontro de Corais da Unibes. 20 e 21. Day Camp dos 75 anos da Avanhandava. 22 e 23. Avanhandava e Chazit na Intertnuot 2013.
22.
23.
15
LAR DAS CRIANÇAS
Inspirar e promover a superação
I
nstituição premiada e reconhecida dentro e fora da
foi diferente. O Lar criou um bom caminho para mim“, conta.
comunidade judaica, o Lar das Crianças da CIP pos-
Hoje, Czarnotta cursa o mestrado em História Econô-
sui uma trajetória repleta de exemplos de superação
mica na Universidade de São Paulo e coordena cursos de
e sucesso, principalmente na vida das crianças, jovens e
MBA em uma escola de negócios em Campinas e na capital
famílias que são atendidas pelo Lar desde 1937.
paulista. Segundo ele, o Lar deu a disciplina e toda a base
Além de formação moral, ética, social e profissional, a
necessária para que pudesse trilhar um bom caminho.
entidade promove também a importância da capacidade
O incentivo ao desenvolvimento e à independência profis-
pessoal de superação, de fazer o melhor para alcançar
sional e financeira são pontos importantes para Daniel Be-
seus objetivos e de não se abalar com as dificuldades que
mergui que, apesar das dificuldades, sempre acreditou em
aparecem no caminho.
seu próprio crescimento. “Aproveitei as portas que o Lar
Renato Czarnotta, que foi apoiado pelo Lar dos três aos
me abriu: fiz curso de informática, participei do programa
catorze anos de idade, é um bom exemplo dos valores que
Passaporte para a Vida e recebi auxílio para estudar pro-
a instituição se esforça por incutir naqueles que atende. Filho
gramação de transmissão em áudio e vídeo. Meu primeiro
de sobrevivente da Segunda Guerra, teve uma infância com-
emprego foi na Congregação Israelita Paulista. Formei-me
plicada, marcada pelo temperamento difícil do pai. “Se minha
em Comunicação Social com ênfase em rádio e tv e hoje
criação tivesse sido dada somente em casa, talvez eu tivesse
trabalho na minha área de conhecimento”.
me tornado uma pessoa revoltada. Minha trajetória, porém,
16
Os valores éticos aprendidos desde muito cedo na institui-
ção são para Bemergui como um indicador de caminho seguro. “Minhas decisões seguem traçadas muito em virtude do que aprendi no Lar, do que é certo ou errado, e de sempre seguir o caminho do bem. Assim quero permanecer”. Camila Duarte, de 15 anos, também menciona a importância e legitimidade da educação moral recebida no Lar das Crianças: “O Lar tem me dado a base para ser uma boa cidadã para o mundo. Isso não tem preço. No futuro, imagino seguir meu trabalho, construir uma família e ajudar o Lar, porque senti na pele como ele pode ajudar uma pessoa. E ele pode ajudar ainda muitas outras”. Saiba como ajudar a entidade a continuar mudando e inspirando vidas. Entre em contato através do e-mail lardascriancas@cip.org.br ou do telefone 2808-6225. Leia mais sobre exemplos de superação no livro Histórias de Vidas, que está disponível no site da instituição: www.lardascriancas.org.br/historias-de-vidas.
Crianças do Lar nas décadas de 1960 e 1970.
CABALAT SHABAT NO LAR DAS CRIANÇAS DA CIP A CIP convida a comunidade judaica para o serviço religioso de shabat realizado, na sede do Lar, em Santo Amaro.
Programe-se para os próximos
1 e 22/11 • 6 e 20/12 Sextas-feiras,
às 18h45
Participe e leve sua família e amigos! Local:
um passaporte para a vida
Informações: tamara@cip.org.br 11 2808.6258
Nas mesmas datas também serão realizados, na sede 17um serviço da CIP, o Cabalat Shabat e o Shabat Ieladim, religioso preparado especialmente para as crianças.
AÇÃO SOCIAL por Paula Barouchel Caracini, coordenadora de Projetos de Empregabilidade
Superação profissional
Q
uando a palavra “superação” chega à nossa
A Central de Orientação ao Trabalho (COT) da CIP conta
mente, rapidamente a associamos à ideia
com o projeto Trabalho Cidadão, que tem como objetivo a
de ultrapassar um limite, progredir, se de-
superação dos alunos através do desenvolvimento humano
senvolver. A superação vem da vontade de
e do despertar das potenciais competências adormercidas
realizar algo maior, de ser extraordinário nos diversos
nos participantes. É oferecido um curso de capacitação
aspectos da vida, como, por exemplo, no esporte que
profissional com carga horária de 20 horas e que é minis-
praticamos, no hobby que escolhemos e também no
trado pelo professor e palestrante Odair Silvestre, parceiro
que se refere às escolhas, às decisões e ao desempe-
da COT há sete anos.
nho da nossa vida profissional.
Segundo Silvestre, o projeto é único por trabalhar con-
Superar-se não está estritamente relacionado a algo gran-
ceitos e vivências de autoestima, autoconhecimento e va-
dioso, mas sim às ações diárias para as quais decidimos
lorização do ser humano, além de oferecer uma dimensão
oferecer nosso melhor e pelas quais enfrentamos as crises
do mercado de trabalho a partir de exemplos de aconteci-
com sabedoria. É a atitude e o entusiasmo que faz a diferen-
mentos e relações cotidianas. Dessa forma, são unidos os
ça em nossa vida e nos auxilia no processo de superação.
aspectos comportamentais e profissionais baseados em
18
competências curriculares, técnicas e comportamentais.
O Trabalho Cidadão, desde sua criação, tem se man-
“O Trabalho Cidadão vai além das expectativas e oferece
tido em transformação, se adaptando aos diversos pú-
um novo olhar para problemas que são considerados inso-
blicos que já atendeu: jovens e maiores de 60 anos à
lúveis. Faz com que os candidatos acreditem em si, como
procura de seu primeiro emprego; mães que, motivadas
realizadores, empreendedores e inovadores, em um proces-
pela busca de seus filhos, se juntaram a eles na procu-
so contínuo de aprendizado a partir de seus próprios erros”,
ra por uma melhor colocação profissional; pessoas em
completa o professor.
situação de vulnerabilidade social que se reencontraram
Ainda segundo o professor, o projeto é de extrema importância para o desenvolvimento e superação dos alunos
consigo mesmo e passaram a acreditar que coisas boas são possíveis.
pois o conceito básico implementado durante o curso é o
A CIP e o projeto Trabalho Cidadão acreditam em seu
de que nossas escolhas direcionam nossos resultados e
papel como facilitadores do processo de superação e pro-
nosso desempenho. Quando internalizado, esse conceito
movem a consciência de que acreditar em si e nas inú-
particulariza nossos atos e nos impulsiona em busca de
meras possibilidades da vida é essencial para o sucesso
superarmos nossos objetivos.
profissional e pessoal, em todas as suas esferas.
19
R A B I N AT O po r rabino Michel Schlesinge r
O poço e a
Chanukiá
A
fascinante história de Iossef começa a ser conta-
um poço todos os seus problemas estariam resolvidos.
da na parashá Vaieshev e se estende até o final do
Quantas vezes em nossas vidas não temos vontade de jo-
Bereshit, o primeiro livro da Torá.
gar alguém ou alguma coisa dentro do poço? Poderíamos jo-
José era o filho preferido e por isso ganhou um presen-
gar certos professores no poço, nossos pais e irmãos quan-
te especial: uma túnica de listras (cutônet passim). Além
do nos irritam, nossos filhos quando nos dão muito trabalho,
disso, Iossef tinha sonhos que sugeriam que seus pais e
o rabino quando faz uma prédica demasiadamente longa ou
irmãos um dia se curvariam de maneira servil diante dele.
não está presente em um momento de necessidade, um
Tudo isso foi suficiente para fazer com que os irmãos
médico que nos transmite um diagnóstico que não quere-
tivessem muito ciúme de José e armassem um plano
mos ouvir, um patrão exigente, um concorrente implacável,
para se livrar do irmão. Na primeira oportunidade que ti-
um sócio desleal, um cônjuge infiel, um amigo que nos de-
veram, pegaram Iossef e o jogaram dentro de um poço.
cepcionou. Tenho a impressão que, em determinados dias,
A solução encontrada pelos irmãos de José foi bastante simples: acreditavam que jogando o irmão dentro de
20
temos vontade de jogar nós mesmos dentro de um poço. No entanto, a história de Iossef nos ensina que um
problema atirado no poço continua sendo um problema. A história de José não acabou dentro do poço, mas teve uma grande reviravolta que terminou com José acolhendo seus famintos irmãos no Egito quando ele tornou-se o homem mais poderoso depois do Faraó. Assim como na história de Iossef, jogar nossos problemas dentro do poço faz com que deixemos de enxergá-los por alguns instantes, contudo, nem por isso deixam de existir. A metáfora da história de José nos
Jogar nossos problemas dentro do poço faz com que deixemos de enxergá-los por alguns instantes, contudo, nem por isso deixam de existir.
NOVO CURSO
ensina que devemos enfrentar as dificuldades na medida em que elas aparecem, porque jogá-las dentro de
ra grega foram abortados pela coragem de um pequeno
um poço nunca é a melhor solução.
grupo liderado por Iehudá Hamacabi e seus irmãos.
Em oposição a escuridão do poço existe a luz repre-
Que os oito dias de Chanucá nos sirvam de reflexão.
sentada pelas velas de Chanucá. Os macabeus enfren-
Que possamos criar coragem para enfrentar nossas di-
taram com coragem os gregos e trouxeram claridade e
ficuldades exteriores e interiores. E que a escuridão do
esperança para os judeus da Judéia. Os planos obscuros
poço seja substituída pela coragem representada nas
de helenizar os hebreus e impor a eles a prática da cultu-
luzes de Chanucá.
Quintas-feiras, às 19h, após o Arvit
a partir de 24/out
PENSAMENTO JUDAICO na Torá, no Talmud, na Filosofia e na Cabala com o rabino Ruben Sternschein Informações: 2808-6299 ou secretaria@cip.org.br
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ESCOLA LAFER po r And réa K ulikovksy, d ire tor a de E ns i no
Nossa eterna morá N
esta edição da Revista da CIP, que falamos especialmente de superação, escolhi falar sobre a morá Mi-
riam Gerber z’l, que nos deixou no início deste semestre. Mas como falar de alguém tão querida? Como mostrar a todos a mulher incrível, que conseguia conhecer uma pessoa com um olhar, cuja vida toda foi dedicada a ensinar? Esposa, mãe, amiga, tutora, morá. Pedi ajuda para sua família me ajudar a lembrar de todos os detalhes de sua história, uma vez que somente sua trajetória já é uma lição de vida e superação. Recebi de seu marido, Hugo, companheiro da vida inteira, o relato abaixo, cheio de amor e admiração. Manna Rozen nasceu em setembro de 1937 em Tetuan, no Marrocos Espanhol. Os pais, alemães que fugiram da Alemanha quando começaram as perseguições aos judeus, tentaram registrá-la como ‘Miriam’, mas o cartório muçulmano do país não permitiu. Anos depois a família se mudou para Tanger e ‘Miriam’ teve a chance de freqüentar a única boa escola da região, a Alliance Française. Ela fala francês na escola, alemão em casa e espanhol com sua babá. No início da década de 1940, o cônsul inglês ofereceu a eles, diante do perigo de uma invasão alemã ao país, a
como todas as meninas de sua idade, vestindo sua saia azul
oportunidade de emigrar para alguma colônia inglesa. Esco-
e camisa branca e dançando pelas ruas da cidade.
lheram a Palestina e foram morar em Rishon-leTzion. Logo
Em 1952 mudou-se com sua família para Buenos Aires,
depois mudaram-se novamente, desta vez para a cidade de
onde morava um irmão de sua mãe. A família não se reunia
Haifa, onde Manna, agora oficialmente Miriam,retomou seus
há quase trinta anos. Ele era, praticamente, toda a família
estudos na Alliance Française e começou a estudar violino.
que restava, uma vez que os demais, com exceção de uma
Ela sempre contou muitas histórias dessa época, como
irmã do pai de Miriam e sua filha, tinham morrido nos cam-
a de quando uma granada árabe caiu perto dela quando
pos de concentração.
estava a caminho da aula de violino. O explosivo a fez voar
Miriam fez toda a escola primária argentina em um ano,
até o outro lado da rua, mas ela não largou seu instrumento
e logo depois entrou para a mais prestigiosa escola normal
que, aliás, a família conserva até hoje.
de professorado em línguas vivas da Argentina, se especiali-
Durante toda a Guerra da Independência a família viveu
zando em Francês. Ao mesmo tempo, começou o Seminário
em Haifa. No dia da Declaração do Estado, ela estava,
de Professores da AMIA, onde se formou com louvor como
22
professora de Hebraico e Iídiche (obrigatórios na época). Começou a lecionar logo depois, aos quinze anos de idade. Em 1959, entrou para a Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires e, em março do mesmo ano, começou a cantar no coral universitário da Faculdade de Engenharia, onde nos conhecemos. Dividimos nossa vida por mais de 53 anos. Sete meses depois, em dezembro do mesmo ano, nos casamos em Buenos Aires. Em 1968, por conta do meu trabalho, viemos para o Brasil e Miriam começou a lecionar no Colégio I. L. Peretz. Logo depois, a partir de 1970, passou a dar aulas no Colégio Bialik, onde ensinou Tanach e chegou a ser coordenadora da área de Hebraico. Em agosto de 1975, começou a trabalhar, pela primeira vez, como professora de Hebraico na CIP, e ficou na entidade até dezembro de 1987. Durante o período, desenvolveu projetos importantíssimos como o disco “Tempo de Cantar”, e a peça “José e seu Manto Tecnicolor”, que marcaram toda uma geração. Depois de nos mudarmos para Belo Horizonte e após muitos anos na direção da Escola Theodor Herzl, Miriam foi novamente chamada à CIP, dessa vez para coordenar a parte pedagógica do Ensino. No final do ano de 1992, novamente por motivos relacionados ao meu trabalho, nos mudamos para Miami, nos Estados Unidos. Lá, Miriam lecionou na Hebrew Academy. De volta ao Brasil, em 2010, a Congregação Israelita Paulista, pela terceira vez, pediu que Miriam voltasse ao Ensino, agora Escola Lafer. Tornou-se Coordenadora de Ensino e trabalhou quase até o final de sua vida. Entre os que foram seus alunos estão, entre muitos, empresários, médicos, professores, chazanim e até rabinos. Seu trabalho e dedicação mudaram a vida de muitas pessoas de nossa comunidade. Miriam não apenas ensinou, mas dedicou sua vida a formar famílias judias. Ela e seu trabalho, como alguém já disse, tornaram-se ‘larger than life’. Miriam foi e será sempre a nossa morá. Hugo Gerber
23
C A PA por rabino Ruben Sternschein
A História Judaica
como relato de superação
Q
ual é o segredo do povo judeu? Os assírios, os
um mundo com compaixão, com perdão, com segundas e
babilônios, os persas, os gregos e os romanos
terceiras chances poderia existir. Esse, segundo o Talmud,
foram grandes povos que se tornaram grandes
seria este mundo, que começou com a segunda letra.
impérios e que hoje não existem mais em sua essência. Os
No segundo capítulo do Gênesis, parece que tudo volta
judeus foram sempre pequenos e viram todos eles chegar
ao início mais uma vez, já que o relato é completamente
ao ápice e cair, e ainda estão aqui com a mesma essência.
diferente daquele do primeiro capítulo. O nome de Deus é
Qual é o segredo que permitiu essa sobrevivência?”
outro, a essência humana e o lugar da mulher são outros.
Mark Twain
Dez gerações depois, tudo é destruído através do dilúvio e, ao saírem da arca, Noé, seus filhos, esposa e noras re-
Vários começos
cebem de novo o mandamento de crescer e se multiplicar,
Parece que foram várias as vezes que o mundo começou.
porque tudo começaria mais uma vez.
A Torá começa dizendo Bereshit bara Elohim... (No começo,
O começo do mundo na Tora é um reflexo ou uma profe-
Deus criou...), e na tradição judaica explicou-se que o come-
cia do sistema humano de prova e erro. Constante supera-
ço, com a letra ‘b’, segunda também no alfabeto hebraico,
ção. Busca pelo aprimoramento.
deve-se ao fato deste ser o segundo começo. Houve um mundo anterior que não prosperou pois pretendia se apoiar
As superações dos patriarcas
apenas na justiça e no mérito. Uma vez que o homem deste
Também os patriarcas começaram mais de uma vez
mundo é imperfeito, esse mundo não chegaria a existir nun-
seus percursos. Abraão sai da terra de seu pai, da tradição
ca. Se tudo dependesse de fazer tudo exata e corretamen-
de sua família, e começa um novo caminho.
te para merecê-lo, ele antes ou depois sucumbiria. Apenas
24
Isaac, em Israel, uma e outra vez começa de novo a criar
suas condições de subsistência, pois a cada vez que esca-
Tábuas foram feitas de restos das primeiras, mostrando jus-
vava seus poços, eles eram roubados pelos vizinhos. Em
tamente esse conceito de prova, erro e conserto constante.
todo momento, vê a dificuldade como uma oportunidade de superação e de criar o bem para todos. Afasta-se por
Outras superações: luta dos macabeus,
uns anos de sua região e, ao retornar, encontra seus poços
estudo talmúdico e sinagoga
contaminados e fechados. Então começa mais uma vez a
A vida na terra de Israel foi difícil na antiguidade como
cavar poços de água, para seus ladrões e para si próprio.
é na atualidade. Diversos povos invadiram, conquistaram,
Jacó deixa sua casa e sua família para fugir do irmão
mataram e exilaram. Houve diversas reações judaicas. Po-
que enganou. Ele aprende o dever da retidão depois de ter
demos discutir os custos, as estratégias e talvez até os
sido enganado várias vezes por seu sogro e, finalmente,
valores de algumas ou de outras. Mas, na retrospectiva,
luta contra um anjo, que é interpretado como Deus ou ele
todas mostram um sucesso: a capacidade de superar a
mesmo, e sai totalmente renovado. Inclusive muda para
adversidade, agindo e se reinventando para sobreviver.
sempre seu nome, que passa a ser Israel.
Diante da invasão helênica, os judeus reagiram de três
A história dos patriarcas são exemplos de transformação
modos: alguns abraçaram a novidade como substituta da
e superação constante. Cada experiência é aproveitada
tradição pessoal; outros procuraram um meio termo que in-
para aprender, crescer, mudar ou se fortalecer.
tegrasse ambas as tradições, mas recuaram ao ver que o invasor trocou os termos suaves por imposições forçadas; e
Quebra e superação nos dois eventos
os macabeus optaram pela oposição firme, arriscando a vida
fundamentais da História e da Tradição
em uma luta que incluiu combates físicos. Celebramos o su-
A saída do Egito e a entrega das Tábuas da Lei são, sem
cesso da opção macabeia anualmente na festa de Chanucá,
dúvida alguma, os dois eventos fundamentais da história do
quando lembramos a reinauguração do templo recuperado e
povo judeu. Ambas detém uma quebra, uma mudança e uma
a soberania cultural e religiosa resgatadas.
superação. Os judeus no Egito eram escravos e, para poder
Nos tempos romanos, Bar Kochba tentou, sem sucesso,
se tornar um povo, deviam, antes de tudo, estar dispostos,
uma revolução parecida com os alunos de Rabi Akiva. Para-
acreditar em suas capacidades, em seus líderes e no futuro.
lelamente, Iochanan Ben Zacay negociou uma soberania par-
Deviam se atrever a tomar decisões como pessoas livres, a
cial para estudar, educar no judaísmo e legislar em assuntos
administrar seu tempo e seus bens, a respeitar os direitos a as forças dos outros. Essas mudanças eram extremamente difíceis e eles conseguiram, em parte, alcançar esses objetivos. Souberam sair, porém não tiveram a coragem necessária para ser livres e substituir a dependência e a queixa pela Fé e pela ação. Foram seus descendentes quem superaram esses modelos escravizados e entraram na terra da liberdade. As Tábuas da Torá que acompanharam nossos antepassados foram sua segunda versão, já que as primeiras tinham sido quebradas por Moisés. Elas também mostram uma segunda chance, um segundo começo, um avanço, um aprimoramento, um perdão. Segundo a tradição, as segundas
25
internos. O resultado deste modelo é praticamente todo o judaísmo prático e conceitual de hoje, desenvolvido primeiraPortrait of Maimonides, Corbis
mente nas discussões dos sábios na academia de Ben Zacay e, depois, nas de seus alunos, na Mishná, no Talmud e no restante da literatura rabínica. O Seder de Pessach, a forma dos tefilin, o Bar-mitsvá e a maioria de nossas rezas são alguns exemplos do que foi criado por estas discussões. Foram estes mesmos sábios que, ao ver a destruição do Segundo Templo, enxergaram a oportunidade de substituir as oferendas por rezas, os animais mortos pela voz da alma: instituíram as sinagogas e o livro de rezas (sidur)
espírito judaico. Tudo está dado, mas precisamos de todas as
como os conhecemos hoje.
pessoas de todos os tempos para acabar de revelar e compre-
Todavia, mesmo tendo criado tanto do nosso judaísmo atual,
ender. Cada um tem uma porção insubstituível. Cada um supe-
esses sábios estabeleceram que a obra não estaria completa.
ra o anterior e o completa. Por isso, não é com você acabar
Não naquele momento e nem séculos depois. Porque cada
a obra, mas você não pode se desentender dela (Pirkei avot).
geração e cada individuo deveria acrescentar sua parte. Só então alcançaríamos a imagem completa do judaísmo. Tudo que
Idade Média, Iluminismo e nosso tempo
inovará no futuro um aprendiz de sábio diante de seu mestre,
Na Idade Média, os ashkenazim chassídicos criaram uma
já foi dado a Moisés. (Talmud de Jerusalém, Pea). Ou seja, não
teologia capaz de enfrentar a tragédia constante das cru-
é que tudo já foi dito e não precisa mudar. Nada mais longe do
zadas sangrentas, enquanto os judeus sefaradim desenvolviam seu século de ouro nas facilidades ibéricas, dialogando com a filosofia, as artes e as ciências. Na emancipação, os judeus europeus foram os continuadores destes modelos e souberam aproveitar os insights que a abertura iluminista permitiu revelar no próprio judaísmo. Um judaísmo que sabia conversar tanto com Kant como com Goethe. Finalmente o Estado de Israel responde contundentemente à catástrofe da Shoá e recria até hoje, para quem está disposto, os mais variados tipos de judaísmo contemporâneo. Reflexão final Talvez as Grandes Festas sejam justamente Rosh Hashaná e Iom Kipur porque celebram o que mais temos feito e devemos fazer: ticun e teshuvá. A introspecção constante à luz das mudanças que nos cercam a fim de aproveitá-las para nosso próprio aprimoramento infinito. “Sou judeu porque, para a fé de Israel, o mundo e o homem ainda não estão plenamente criados. Os homens e o
Manuscrito de Maimônides
tempo os vamos criando.” (Edmond Fleg).
Programe-se para as
férias de verão!
AVANHANDAVA Grupo de escoteiros e bandeirantes com atividades de teor judaico 7 a 15 anos
17 a 22/dez
COLÔNIA DA CIP Nitzanim 7 a 10 anos 17 a 23/dez
CHAZIT
Alonim 11 anos até Bar/Bat-mitsvá 17 a 26/jan 2014
Sharsheret Bar/Bat-mitsvá até 15 anos 6 a 16/jan 2014
Movimento juvenil judaico-sionista 7 a 14 anos Omanim a Amelim 17 a 23/dez
Informações e inscrições: juventude@cip.org.br ou 2808.6214
Shovavim e Solelim 19 a 23/dez
AVANHANDAVA
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PA R A L E L O S
O caminho da superação Enfrentar as adversidades da vida não é fácil. Mas, quando conseguimos subjugar os problemas, saímos restaurados, firmes para continuar em frente. Isso é resiliência, afinal
indivíduo saia da crise ileso”, afirma a psicóloga Maria Angela Mattar Yunes. Os especialistas, então, passaram a buscar um con-
Intrigados em descobrir o que levava algumas pesso-
ceito mais exato e emprestaram da física um termo que
as a enfrentar tão bem os contratempos da vida, espe-
tinha tudo a ver com essa característica: resiliência. A
cialistas em comportamento humano passaram a estu-
palavra é usada para indicar a capacidade que um ma-
dar as habilidades e os traços desses sobreviventes. Os
terial tem de retornar ao seu estado original após so-
primeiros psicólogos chegaram à conclusão de que se
frer uma grande pressão. O resiliente consegue emergir
tratava de uma invulnerabilidade nata, algo como um ver-
mais forte de experiências desastrosas. Encara as ad-
dadeiro dom com o qual essas pessoas nasciam e que
versidades como oportunidade de mostrar e aprimorar
não deixava que elas se abalassem com os infortúnios.
sua competência, seu entusiasmo, e encontra soluções
Porém, há pouco mais de uma década, passou-se a
criativas e determinadas para se levantar do chão.
questionar o termo invulnerabilidade: ele parecia sugerir
O conceito ainda é novo, mas já se sabe que, apesar
que essas pessoas seriam totalmente imunes a qualquer
do número de resilientes de alto nível ser realmente pe-
tipo de desordem, e não é bem assim. “Essas pesso-
queno (cerca de 20% da população), é possível fazer
as conseguem reagir positivamente aos problemas, ser
esse percentual subir. Afinal, todo mundo tem um grau
mais resistentes a eles, o que não significa que esse
de resiliência, por menor que seja.
O passo a passo da superação Mas o que determina o grau de resiliência de um indivíduo? Algumas características são mais notáveis, como a curiosidade, o bom humor, a determinação, a criatividade. O que determina um resiliente é sua capacidade de ser flexível em decorrência de muitas qualidades de sua personalidade equilibrada. São tanto otimistas quanto pessimistas, sérios e alegres, lógicos e criativos, altruístas e egoístas, compassivos e indiferentes, trabalhadores e preguiçosos. “Esses pares de qualidades paradoxais são sinais de um avançado desenvolvimento emocional e flexibilidade superior”, explica Al Siebert, diretor do Resiliency Center, nos EUA, e um dos maiores pesquisadores sobre o assunto. Como superar A psicoterapeuta e consultora Cláudia Riecken se especializou em estudar os comportamentos humanos e, sobretudo, em pesquisar as características dos sobreviventes. E garante que todos nós podemos nos tornar mais resilientes com algumas práticas estruturadas, que
1. Otimismo: O bom humor é necessário nas adversidades. Recuse-se a se ver como vítima e mantenha o pensamento positivo. 2. Flexibilidade: Aceite que existem altos e baixos. Jogo de cintura é imprescindível. 3. Legitimidade: Procure reconhecer seu valor: você é quem melhor pode se ajudar a enfrentar os problemas - e a sair deles. 4. União: Conte com as pessoas para ajudá-lo: compartilhar ajuda a enfrentar os problemas. 5. Humildade: Reconheça que os problemas exigem de você uma postura diferente: é preciso aprender maneiras novas de agir perante eles. 6. Ação: Renove suas energias e mantenha sempre a disposição: não basta querer, é preciso ter vontade e agir. 7. Liberdade: Livre-se dos padrões de certo e errado: busque alternativas segundo seus instintos e crenças. 8. Fé: Determine um sentido espiritual para sua vida para reger o significado de sua existência.
ela reuniu no livro SobreViver - Instinto de Vencedor. Talvez a mais primordial delas seja querer seguir em frente. “Quando você decide não desistir, o simples fato de continuar no jogo lhe abre portas e opções inimaginá-
Seja humilde
veis”, diz o rabino Nilton Bonder. A verdade é que temos
Um aspecto para se restaurar e prosperar fortalecido
a impressão de que nossas capacidades - todas elas -
é perder o próprio preconceito e não ter vergonha de
desaparecem quando surge uma situação não prevista,
estar por baixo. As pessoas que nos cercam são impor-
turbulenta, ameaçadora. E é assim com todo mundo,
tantíssimas quando nos deparamos com situações de
acredite.
dificuldade. “É preciso buscar ajuda no outro e predis-
Mas, após o furacão passar, é preciso reagir e colocar
por-se a compartilhar os desafios”, afirma José Tavares,
a casa em ordem. O segredo é não ficar se lamuriando
psicólogo da Universidade de Aveiro, em Portugal. Ele
pelos problemas e evitar, a todo custo, enxergar-se como
defende que a resiliência não deve ser apenas um atri-
vítima das circunstâncias. “O problema é que, quando se
buto individual, mas estar presente nas instituições e
porta como vítima, você se exclui do problema e não
organizações, gerando uma sociedade mais resiliente.
tem poder para superá-lo ou transformá-lo. Você fecha portas de possibilidade”, atesta o consultor empresarial
* Matéria de Rafael Tonon publicada na edição 0061 da
e educacional Eduardo Carmello.
revista Vida Simples.
juventude • avanhandava
Tempo de comemorar
Nesse ano de grandes comemorações, a Avanhandava acabou de completar seus 75 anos. Em junho tivemos nossa primeira grande comemoração, que foi o Shabat da Ava, quando conseguimos unir as mais diversas gerações de participantes de nossa querida tnuá e contamos com discursos dos lobinhos, do boguer (ex-membro da Avanhandava) Pedro Herz e de um dos onze fundadores da Avanhandava. Demos continuidade às comemorações com o acampamento de julho, que teve muita diversão e um fogo de conselho gigantesco que animou chanichim e madrichim, e fez os bogrim que participaram relembrarem seus tempos de Ava. No fim de agosto, os ramos fizeram saídas relacionadas ao meio ambiente. Os mais novos visitaram o zoológico, os mais velhos fizeram rafting e os Jr’s A Ioni Netanyahu e B1’s Osher passar um dia incrível em Bertioga com sua kvutzá e madrichim na praia. O Day Camp que aconteceu em 29 de setembro foi a principal comemoração dos 75 anos na Ava. Passamos um dia inesquecível com os atuais chanichim, seus pais e madrichim, e também nossos queridos bogrim, que contaram histórias incríveis para nós. Como vocês podem ver, só nesse ano a Avanhandava fez muita história. Assim, para fechar o ano de comemorações, será realizado o ExpoAva, uma exposição na CIP sobre toda a trajetória da tnuá, desde a sua fundação, em 1938, até os dias atuais. Sempre alerta para servir.
Alex Rutman e Paula Lottenberg Madrichim da Avanhandava 30
VALORES JUDAICOS Po r Guershon Kwasniewski, l í de r re l i gi os o da S oci e da de Is r a e l i ta B r a s i l e i ra d e Cul tur a e B e ne f i cê nci a (S IB R A ), de Por to A l e g re
Por que comemorar Chánuka em 2013? O maior desafio das comunidades israelitas da diáspora é encontrar sentido nas comemorações das festividades judaicas. O caráter histórico de algumas das datas não sensibiliza o congregante do mesmo jeito que as festividades que reúnem a família em torno de uma mesa em forma massiva – como acontece em Pêssach – ou as festividades que reúnem centos de pessoas nas sinagogas – como o caso de Rosh Hashaná e Kipur. O fato de celebrar Chánuka sempre próximo da época natalícia coloca a festividade num outro patamar.
Outra mensagem que aprendemos em Chanuka é à força do povo quando se junta para atingir um objetivo.
O acendimento da chanukiá é a melhor vitamina que en-
A história dos macabeus deixa as claras à inconformida-
contramos para reforçar a nossa identidade num tempo no
de de uma família de sacerdotes que levou todo um povo a
qual o fascínio, especialmente das crianças pelas luzes de
se sublevar contra o inimigo grego.
Natal, pesa como influência cultural. Hoje não reinauguramos mais o Grande Templo de Jerusalém para comemorar esta data, mas sim reinauguramos
Chánuka ensina a sermos criativos sem limites, não existe uma regra para construir uma chanukiá – candelabro com oito braços mais um que utilizamos para acender as velas.
a chance de reafirmar e fortalecer o nosso judaísmo pelo
Chánuka é uma festividade que repudia o egoísmo que
caminho mais simples se pensamos no contexto e na era do
existe dentro de cada um de nós. As velas devem ser acessas
desenvolvimento tecnológico que vivemos.
do lado da janela externa da casa com o objetivo de compar-
Acendemos “velas” – elemento primário e transformador – todas as noites durante os oito dias da celebração, para lembrar o espírito macabeu.
tilhar a luz, sem interessar com quem. Mas o objetivo nobre é compartilhar, ação que escasseia no mundo atual. A história de dois judeus, duas opiniões se reforça em Chánuka. Beit Shamai – a Escola de sábio Shamai – pregava
Diversas perspectivas para entender o porquê
acender toda a chanukiá na primeira noite e depois restar
de comemorarmos Chánuka
uma vela, enquanto o Beit Hilel pregava acender uma vela
Coloco o foco na cidade de Modiin, hoje uma cidade radian-
por noite até completar o acendimento na oitava noite. O
te e em constante crescimento, moderna, próxima do aeropor-
conceito da Halachá estabelece “demaalin bakodesh velo
to de Lod e na metade do caminho entre Jerusalém e Tel Aviv.
moridin“ – subimos na santidade e não diminuímos. Portanto,
Modiin concentra uma população jovem em relação a outras cidades, não encontramos árabes nela, nem grupos de judeus ortodoxos. Deve ser uma das cidades de Israel com maior quantidade de praças por número de habitantes. Mas o interessante é que esta mesma cidade que hoje existe e que albergou o verso da revolução contra os selêucidas, não é assunto do passado o que torna a festividade ainda mais legítima.
hoje acendemos conforme a tradição da Escola de Hilel. Culinária: no último ano passei a festividade em Jerusalém, cidade que fica toda enfeitada. Imperdível é chegar até alguma padaria, especialmente na área de Machané Iehuda – o mercado -, a variedade de sufganiot - sonhos - é inacreditável. Seja qual for a sua motivação, comemore!! Você faz parte do povo de Israel! Chag Aaurim Sameach!
31
com a palavra
O convívio humano é mais importante do que o próprio viver Ethel Rosenfeld
A
os 13 anos, quando perdi a visão, tive também
colas comuns. Naquela época não havia os recursos de
sério comprometimento motor, recuperando
hoje, e enfrentei dificuldades que também foram supe-
plenamente meus movimentos aos 15 anos. Foi
radas com a inestimável ajuda de minha família e meu
difícil adaptar-me à nova vida. Com o amor da família,
desejo de prosseguir.
apoio dos amigos e com minha determinação, consegui
Aos 17 anos, quando percebi que, apesar de ter fica-
enfrentar com coragem a nova forma de viver. Tive que
do cega, eu era uma pessoa privilegiada que continuava
reaprender as coisas mais elementares, como andar, co-
tendo tudo que precisava, principalmente o convívio
mer, ler, escrever e vestir-me. A lembrança das cores me
com minha família e amigos, prometi a mim mesma
ajudou para a escolha das roupas.
que dedicaria minha vida à causa das pessoas cegas.
Depois de um ano e meio, voltei a estudar, mas não
Especializei-me em educação de pessoas com deficiên-
mais no meu colégio, e sim no Instituto Benjamim
cia visual e cheguei à universidade, onde cursei Português
Constant (IBC), escola especializada para pessoas cegas
- Inglês. Concluído o curso universitário, em 1973 alcancei
e com baixa visão. A mudança foi grande, mas foi no
mais uma vitória: fui a primeira professora cega a ingres-
IBC que aprendi a ser cega, no convívio diário com os
sar no magistério público do antigo Estado da Guanabara.
novos amigos também cegos. Ao terminar os estudos no
Trabalhei junto à Secretaria Municipal de Educação, Ins-
Instituto, começaram os problemas de adaptação às es-
tituto Helena Antipoff, por 15 anos. Em 1987 pedi trans-
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ferência para a Secretaria Municipal de Saúde, Instituto e, principalmente, no horário nobre da Rede Globo, as Municipal de Medicina Física e Reabilitação Motora Oscar inúmeras e diferentes situações que envolvem a vida das Clark, onde trabalhei outros 12 anos. Por fim, fui convi- pessoas cegas, desde a rejeição familiar até a inclusão sodada para trabalhar na Fundação Municipal Francisco de cial, veio de encontro ao meu grande sonho de mostrar Paula, FUNLAR-Rio hoje, Secretaria Municipal da Pessoa para todo o Brasil, não só o trabalho e a importância de com Deficiência. Na fundação não mais trabalhei com pes- um cão-guia na vida de uma pessoa cega, mas também a soas com deficiência, mudei meu foco e comecei a traba- oportunidade de esclarecer e modificar os mitos criados lhar com todas as pessoas, objetivando um melhor relacio- em relação às pessoas com deficiência em geral. namento entre pessoas com e sem deficiência. Em paralelo ao trabalho formal, sempre estive presente
* Consultora, Ethel trabalha com a sensibilização e a
em manifestações e movimentos em favor da causa, ten- capacitação de pessoas para um melhor relacionamento do participado de 1986 à 1989 do Grupo Nacional de Tra- com deficientes visuais. balho, que elaborou os artigos que garantem os direitos das pessoas com deficiência nas Constituições Federal, Estadual e Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro. Entre outros trabalhos, participei ainda em 1994 com renomados especialistas dos estudos e das redações da Política Nacional de Educação Especial e da Política Nacional de Reabilitação, trabalhos promovidos pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, hoje Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Secretaria de Direitos Humanos. (2010) Durante todos esses anos, que não são poucos, acredito que venho cumprindo com determinação minha promessa. Apesar da longa estrada, minha caminhada está sempre começando. Em abril de 2004, fui procurada pela pesquisadora de teledramaturgia da novelista Gloria Perez e, nossa história, minha e de Gem (meu primeiro cão-guia) serviu de inspiração para a construção de um personagem cego com um cão, o Jatobá e o Sr. Quartz. Depois do segundo encontro com Gloria Perez surgiu a Flor, uma personagem que retratou a vida de uma criança que nasce cega, mostrando todas as dificuldades para a inclusão da mesma nas escolas e na vida. Flor foi interpretada pela atriz Bruna Marquezine. De encontro em encontro, fui convidada para ser consultora do núcleo de deficiência visual da novela América. Essa oportunidade, de mostrar através de uma novela 33
360º po r Guita Feld man
peito por dez segundos antes e após a alimentação. O resultado sai em segundos e acompanha uma escala explicativa de seus significados. A empresa esta iniciando as vendas na Europa, extremo oriente e EUA.
Natalie Portman Natalie Portman escolheu uma obra do escritor israelense Amos Oz, A Tale of Love and Darkness, que já vendeu 1,3 milhões de cópias no exterior, para seu primeiro longa-metragem como diretora e atriz. Oz disse que Portman pediu os direitos para fazer a adaptação
Krav Magá conquista os EUA e a Rússia O Krav Magá é uma luta de defesa pessoal desenvolvida
para o cinema, cinco ou seis anos atrás. "Concordei pelo respeito por seu trabalho".
pelas Forças de Defesa de Israel. Trata-se de uma com-
Em breve Portman visitará Israel para definir as loca-
binação de técnicas provenientes de Boxe, Muay Thai,
ções, mas as filmagens começarão em janeiro do próxi-
Wing Chun, Judô, Jiu-Jitsu e Wrestling que se tornou
mo ano. Não se sabe se o filme será em inglês ou hebrai-
popular na Europa, no Brasil, nos EUA e até mesmo na
co. Natalie nasceu em Jerusalém, é fluente em hebraico e
Rússia. A polícia de Nova Iorque está incluindo no currí-
tem cidadania conjunta dos EUA e de Israel.
culo de preparação dos policiais essa técnica, e o Serviço de Segurança da Rússia também está dando aulas básicas da técnica a fim de aperfeiçoar o combate ao crime. Não é raro em centros de preparo para Krav Magá encontrar algum mestre na arte de defesa oriundo de Israel.
Aleitamento materno Algumas mães costumam se preocupar por não saber a quantidade de leite que seus bebês estão recebendo após a amamentação e, não raro, escolhem alimentar seus filhos com mamadeiras que mostram a quantidade. Essa tendência manteve pediatras interessados no assunto. Após muita pesquisa, foi criado o Milk Sense - primeiro dispositivo para estimar a quantidade de leite materno que o bebê ingere após cada aleitamento. O kit é comercializado pela B-livre, uma marca israelense de produtos amplamente exportados, como mamadeiras e chupeta. O dispositivo portátil deve ser colocado no 34
“Nunca deixe que nenhum limite tire de você a ambição da superação.”. Barbara Coré
BAR E BAT-MITSVÁ 2015 NA ESCOLA LAFER DA CIP Prepare seus filhos para esse momento tão especial
MATRÍCULAS ABERTAS •
Meninas que farão Bat-mitsvá no 1º semestre de 2015
•
Meninos que farão Bar-mitsvá no 2º semestre de2015
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apresenta
CLAUDIA RAIA JARBAS HOMEM DE MELLO EM
UM MUSICAL DA BROADWAY
26 DE NOVEMBRO, TERÇA-FEIRA, ÀS 20h30 Complexo Cultural Ohtake • R. dos Coropés, 88 • Pinheiros Informações e ingressos: ingresso@cip.org.br ou 2808.6225 e 2808.6281 Realização:
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