Revista Cip 11

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Primeiro Seder de Pessach na CIP

O rabino Ruben Sternschein e o chazan Alê Edelstein esperam por você para celebrar juntos 25 de março, às 20h, a primeira noite de Pessach no Salão Nobre da CIP Informações: 2808-6299 www.cip.org.br

logo após a reza de Arvit de Pessach às 18h45


Caros sócios e sócias, começamos o ano de 2013 com um calendário cheio

a escola lafer começa o ano de forma nova. esta-

de atividades. Podemos já contar sobre o sucesso das

mos com novos morim, alguns deles participantes do

machanot, acampamentos e colônias de férias com a

Shidrug, que é um programa avançado de liderança

participação de mais de 500 jovens e crianças nas saídas

focado em jovens que queiram ter uma carreira comu-

da avanhandava, chazit e colônia de Férias da ciP. a

nitária. Vocês poderão ler nesta edição sobre a viagem

Juventude merece todo o nosso apoio.

que o grupo fez a israel em janeiro, quando receberam

neste ano, as grandes Festas serão comemoradas

uma intensa programação educacional. além disso,

em um novo local. a ciP escolheu o auditório do

teremos na escola mais participação dos rabinos e dos

Memorial da América Latina para os serviços religio-

pais em aulas abertas, além da inclusão de aulas de

sos de rosh hashaná e iom Kipur de 2013. os lugares

culinária judaica e dança israeli.

serão alocados prioritariamente aos sócios, portanto,

a parceria com o colégio i. l. Peretz começa a ser

assim que o comunicado chegar em suas casas, entrem

implantada este ano. estaremos cuidando inicialmen-

logo em contato para a escolha e a confirmação. o

te dos estudos de bar-mitsvá dos alunos e, com isso,

novo local oferece uma infraestrutura mais adequada,

integrando nossas juventudes. Queremos fortalecer

segurança e fácil acesso, e permite uma expansão futu-

cada vez mais nosso relacionamento com a comunida-

ra caso necessário.

de paulistana, somando esforços em prol do desenvol-

gostaria de comentar sobre o ato solene realizado na

vimento comunitário.

ciP no Dia de recordação das Vítimas do holocausto.

estamos implantando também vários novos progra-

organizamos um grande evento comunitário conjun-

mas no serviço social. os candidatos da central de

tamente com a Fisesp, Unibes, KKl, Sherit hapleitá,

orientação ao Trabalho da ciP têm agora um novo

beth-el e Shalom que teve a presença de sobreviventes,

software que permite mais agilidade no encontro entre

autoridades religiosas e políticas, e lideranças comuni-

candidatos e empresas.

tárias, além do prestígio de um público de mil pessoas.

Termino este editorial apresentando algumas no-

não podemos nos esquecer do passado, sob o risco da

vidades sobre o lar das crianças, como a oficina de

história se repetir.

robótica e a prática de judô. Queremos melhorar a

Pessach é o próximo chag, e estamos organizando, como todo ano, o Seder comunitário da ciP, que

efetividade do lar em garantir uma boa educação aos seus frequentadores.

acontece na primeira noite (dia 25 de março). Façam suas reservas e venham celebrar com suas famílias. anualmente nos lembramos do nosso tempo de escravidão no egito e comemoramos a liberdade que temos hoje. mais uma vez, lembrar faz parte íntima de nossa tradição, e deve ser feito todos os anos.

SÉrgio KUliKoVSKY PreSiDenTe 3


MARIANA CHAMA

Presidente

Sérgio Kulikovsky

Rabinato

Michel Schlesinger Ruben Sternschein

Vice-presidente de Relacionamento com o Sócio

Ta t i a n a H e i l b u t K u l i k o v s k y

Pessach e o Ano Novo Segundo o calendário da Torá, nissan é o primeiro mês do ano e, como

Diretora de Comunicação e Marketing

consequência, Pessach é a sua primeira festividade. No novo ano civil, nossa

Colaboradores desta edição:

da Festa da Liberdade, e este é o tema principal desta publicação.

Laura Feldman

Adrián Gottfried Andréa Kulikovsky Andréia Hotz Guita Feldman Iehuda Gitelman Luciana Mautner Madrichim da Avanhandava Michel Schlesinger Paula Barouchel Caracini Ruben Sternschein Sérgio Kulikovsky Ta l y S i s t e r Ta m a r a S i e b n e r F r a n k e n Theo Hotz

Editora e jornalista responsável

primeira Revista da CIP também chega às casas de nossos sócios às vésperas Além disso, aqui os leitores encontrarão fotos do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que foi marcado na CIP pela união de diversas instituições judaicas. Federação Israelita do Estado de São Paulo, a Unibes e o Consulado Geral de Israel foram os apoiadores do evento, assim como o Keren Kaiemet LeIsrael (KKL) e as comunidades Beth-El e Shalom. Estas duas últimas foram nossas parceiras em alguns eventos de 2012, e já temos novos encontros previstos para este ano. Para fortalecer esta parceria interinstitucional, convidamos um líder religioso de cada uma das sinagogas para registrar suas visões de Pessach nesta edição. O rabino Adin Steinzaltz esteve no Brasil e a CIP teve a oportunidade de

Andréia Hotz (MTB 61.981)

formar um grupo exclusivo para se encontrar com ele. Steinzaltz realizou

Marketing

a tradução de todo o Talmud Babilônico do aramaico para o hebraico e o

Projeto Gráfico

texto clássico em nossos dias. Alunos do curso semanal de Talmud que re-

Simone Rosenthal Jam Design

Fotos

Arquivo CIP e Shutterstock

Esta é uma publicação da Congregação Israelita Paulista. É proibida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião da CIP. Fale com a CIP PA B X : ( 1 1 ) 2 8 0 8 . 6 2 9 9 cip@cip.org.br w w w. c i p . o rg . b r

Administrativo/Financeiro: (11) 2808.6244 Comunicação: (11) 2808.6256 Diretoria: (11) 2808.6257 Escola Lafer: (11) 2808.6219 Juventude: (11) 2808.6214 Lar das Crianças: (11) 2808.6225 Marketing: (11) 2808.6247 Rabinato: (11) 2808.6230 Relacionamento com o Sócio: (11) 2808-6258 Serviço Social: (11) 2808.6211

interpretou. Sua obra é a ferramenta mais importante para o estudo deste alizamos na CIP e mais alguns convidados tiveram a chance de conversar com este grande mestre. Dezembro e janeiro foram meses de muito movimento em nosso departamento de juventude. Vejam as fotos dos mais de quinhentos jovens que passaram por nossos diferentes projetos juvenis: machané da Chazit, acampamento da Avanhandava, Colônia de Férias da CIP e a viagem a Israel do grupo Shidrug. Muitos projetos estão sendo preparados para este ano nas mais diversas áreas da Congregação: Escola Lafer, Ação Social, Eventos, Relacionamento com os sócios, Culto, Juventude, Comunicação e MKT. Acompanhem de perto a divulgação de nossas atividades e participe porque, segundo a Torá, o ano está apenas começando.

Um abr aç o, R abino Michel Schlesinger 4


Índice

26 SEÇÕES

14 CAPA 22

O impacto de Pessach nas identidades do homem e de Deus texto do rabino Michel Schlesinger VALORES JUDAICOS 30

Pessach como um canal de nascimento artigo do rabino Adrián Gottfried, da Comunidade Shalom VALORES JUDAICOS 31

RELACIONAMENTO COM O SÓCIO 6 RADAR 8 CULTO 10 ACONTECE 12 LAR DAS CRIANÇAS 14 AÇÃO SOCIAL 16 RABINATO 18 ESPECIAL SHOÁ 20 PARALELOS 25 JUVENTUDE 26 ESCOLA LAFER 28 COM A PALAVRA 32 360 GRAUS 34

Pessach: um tempo espiritual artigo de Iehuda Gitelman, da Comunidade Beth-El

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RELACIONAMENTO COM O SÓCIO por Tamara Siebner Franken, coordenadora de Relacionamento com o Sócio

A CIP ‘de’ e ‘para’ seus sócios Ações com o objetivo de fazer com que o sócio frequente mais as atividades e festividades da comunidade vem sendo implantadas. Através de solicitações enviadas via site da CIP, os sócios têm sido recebidos para um bate-papo, onde suas críticas e sugestões são ouvidas juntamente com a área a que se referem. Ao mesmo tempo, o associado conhece mais detalhadamente os objetivos e as ações que estão sendo desenvolvidas. O canal está aberto e queremos sua participação, visite o site e preencha o formulário de contato (www.cip.org.br/fale-conosco). Para um contato mais próximo com os associados, foi desenvolvido um novo cartão de aniversário, que é enviado junto com um convite para que o aniversariante e sua família participem do Cabalat Shabat mais próximo à data. Acreditamos que a benção para mais um ano de vida pode ser celebrado na sinagoga entre familiares e amigos. Além disso, os rabinos e grupo de voluntários fazem ligações em momentos especiais, como o próprio aniversário, casamentos e nascimentos. A partir da experiência positiva dos jantares de Shabat

Memorial da América Latina

que foram realizados no último ano, a CIP decidiu manter o projeto em 2013. O associado poderá celebrar o mo-

que desejam. Assim, foi iniciado um processo de atuali-

mento junto a seus familiares e amigos em um gostoso

zação dos dados cadastrais. Caso você tenha mudado

ambiente judaico com a presença do rabino.

de endereço, ainda não nos forneceu seu email, teve

O próximo Jantar de Shabat será por adesão e está previsto para o dia 12 de abril. Reservem a

filhos ou tem dúvidas quanto aos seus dados, entre em contato através do email socios@cip.org.br.

data e aguardem mais informações. Também serão re-

Devido à reforma pela qual o Centro de Eventos São

alizadas cerimônias especiais de Cabalat Shabat com a

Luís está passando, as cerimônias de Grandes Festas

participação da Juventude, da Escola Lafer, da Colônia

da CIP terão seu local alterado. Depois de criterio-

de Férias, entre outros grupos.

sa procura, foi escolhido o Auditório Simón Bolívar

Porém, para que toda essa programação aconteça

do Memorial da América Latina, na Barra Funda, para

é necessário conhecer quem são nossos sócios, onde

receber os frequentadores habituais do São Luís e de-

residem, como podemos contatá-los, o que pensam e o

mais interessados.

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A cada ano que passa a CIP procura aperfeiçoar o

a conGreGaÇÃo iSraeLita PaULiSta dá

processo das Grandes Festas, visando uma maior facili-

aS BoaS-vindaS aoS novoS aSSociadoS

dade e conforto aos associados. Para tal, um grupo de

de Janeiro e Fevereiro.

voluntários, que foi formado especialmente para colaborar com este trabalhoso evento, desempenha função fundamental em toda parte operacional da organização, desde o planejamento até a entrega dos convites. O mesmo grupo participa também durante todo o ano de ações voltadas para a melhoria da relação entre o associado e a CIP.

• Alan Dubner e Deborah Marmelsztejn Dubner • Benny Finzi e Caroline Imaculada Blanco Fernadez Finzi • André Teofilo Leme e Claudia Bortolotti • Greice Naomi Yamaguchi • Karl Lagnado e Flávia Lagnado • Leonardo Szpigel Arenzon e Isabella Borja Reis do Valle BRUCHIM HABAIM

ATIvIDADeS ReGULAReS

visite o site da CIP para acompanhar toda a programação de eventos: www.cip.org.br

Ação Social

Juventude

outros

Informática para Sênior Segundas e quartas, das 9h às 13h

Manhigut Sextas-feiras, às 16h

Costura da Boa vontade Terças-feiras, às 13h

Chazit Hanoar Sábados, às 14h

Danças Segundas-feiras (lehacat Eretz), às 20h Terças-feiras – harcadá iniciante às19h30/ harcadá intermediário às 20h15 Quintas-feiras (lehacat Nefesh), às 19h

Coral Sameach Quartas-feiras, às 15h

Avanhandava Sábados, às 14h

Culto Grupo de estudos da Parashá Segundas-feiras, às 20h Princípios Básicos do Judaísmo Terças e quintas, das 19h30 às 21h30

Shaat Sipur Sábados, às 14h30

Coral ABAnIBI Quartas-feiras, às 20h30

ensino escola Lafer segundas e terças-feiras, às 16h30 quartas-feiras, às 8h30 e às 16h30 sextas-feiras, às 14h30


RADAR po r L au r a Feld man, d iretora d e MKT e C om uni ca çã o Ins ti tuci ona l

Divulgando e perpetuando a CIP aos sócios Há dois anos participei com minhas filhas das atividades das Grandes Festas dos Pequenos e notei a participação ativa de algumas mães, que estavam identificadas com uma camiseta que dizia ‘mãedrichá’. Abordei uma delas para saber sobre sua função e a explicação curta e simples foi a de que a CIP precisa de voluntários ativos para a sua continuidade. Esse foi um daqueles momentos da vida que o mundo ao seu redor pára e você faz uma retrospectiva da sua vida e daquilo que realmente importa. Após um almoço com voluntárias da CIP e depois de conhecer a meta principal dessa nova gestão (mais CIP para os sócios, mais sócios na CIP), passei a integrar o quadro de voluntários junto ao Departamento de Comunicação. O interessante dessa área é que, em pouco tempo, você consegue conhecer toda a complexidade do funcionamento e trabalho desenvolvido pela CIP. Essa instituição não é mais só a Juventude, o Cabalat Shabat e as Grandes Festas - como era para mim e deve ser para maioria de vocês, sócios. A CIP abrange muito mais que isso, muito mais que os seus próprios departamentos dizem, pois eles se desdobram, criam braços e pernas, e formam grupos de sócios interessados em alguma atividade. E é aqui que nasce algo novo, que enriquece o sócio com judaísmo, diversão, assistência social, crescimento profissional e como ser humano. Além disso, a Congregação pratica o bem ao sócio e à sociedade brasileira com os projetos de seu departamento de Serviço Social (que todos vocês devem conhecer melhor para ajudar ou serem ajudados). O Departamento de MKT e Comunicação Institucional está investindo para que todo esse “mundo CIP” esteja acessível a você. Desde o ano passado, estamos contando com a ajuda de voluntários para atualizar o nosso cadastro e, nesse semestre, além de ter sido iniciado um importante projeto para o aperfeiçoamento do sistema de mailing direcionado, um estudo de padronização de identidade visual de cada departamento e das atividades regulares começou a ser desenvolvido. Com o objetivo de fortificar o convívio comunitário, informar e enriquecer o sócio com as atividades regulares e especiais, as atualizações do site e das redes sociais (Facebook e Twitter) estão sendo realizadas diariamente. No evento realizado em janeiro, em homenagem às vítimas do Holocausto, a Comunicação atingiu a comunidade cipiana de forma bastante efetiva e trazendo à sinagoga da CIP cerca de mil pessoas. Esperamos ver a CIP sempre assim, atendendo os interesses dos sócios e trazendo mais judaísmo às nossas famílias e à comunidade em geral. Como ex-chanichá da Chazit, encerro plagiando a frase que me acompanha desde a adolescência: “Chazak Ve’ale le culam” “Chazak Ve’ale à CIP!”

8

Laura Feldman, diretora de MKT e Comunicação Institucional


gastronomia

D

urante Pessach, as leis de cashrut tornam-se mais

ashkenazim em geral não comem ktniyot (arroz, milho,

rigorosas. Além das regras tradicionais, algumas

gergelim, sementes de papoula, sementes de mostarda,

outras são adicionadas durante os oito dias de

amendoim, soja, lentilhas, feijões e outras leguminosas).

comemoração. Os alimentos proibidos são chamados de

Tradicionalmente, a matsá, pão não-fermentado, substitui

chamets e incluem os alimentos levedados (fermentados), derivados dos seguintes grãos: trigo, aveia, centeio, ce-

o pão normal durante os dias de festividade. Andréa Kulikovsky,

vada e espelta. Além do chamets, em Pessach, os judeus

chef e consultora gastronômica

Charosset sefaradi

Charosset ashkenazi

Ingredientes

Ingredientes

1 ½ xícaras de tâmaras picadas

1 kg maçã vermelhas sem casca e sem caroço

1 ½ xícaras de damascos argentinos picados

(cerca de 6 maçãs)

½ xícara de uvas passas brancas

2/3 xicara de nozes

(origem marroquina)

¾ de xícara de pistaches sem casca e sem pele. 3 colheres de sopa de açúcar ½ colher de chá de canela pó 2 colheres de sopa de mel ¼ xícara de açúcar 1 colher de chá de canela

modo de fazer Coloque os cinco primeiros ingredientes em um processador, e pulse por dois minutos, até que se torne macia, mas ainda com textura. Misture o açúcar e a canela em um prato. Forme bolinhas com a massa de frutas, como se fossem brigadeiros. Para enrolar, você pode umedecer a mão para o trabalho ser mais fácil. Seque a mão e role as bolinhas na mistura de açúcar, melhorando a modelagem das bolinhas, se necessário. Sirva em temperatura ambiente.

4 colheres de sopa de vinho tinto

modo de fazer Ralar as maçãs, triturar as nozes e misturar tudo.

9


culto

Produtos judaicos Visite a CIP e adquira belíssimos produtos judaicos para Pessach. Para informações sobre os horários de atendimento, entre em contato através do email: produtosjudaicos@cip.org.br. Hagadá de Pessach

Você sabia?... por Theo Hotz, coordenador do Depto de Culto, baal corê e moré da Escola Lafer Você sabia que a matsá só pode ser feita a partir de cinco cereais? Trigo, cevada, centeio, aveia e espelta (trigo vermelho). estes são os cinco cereais com os quais é permitida a preparação da matsá. eles, contudo, são os únicos que são chamados de chamêts, caso ocorra sua fermentação. assim, nem tudo o que é fermentado é chamêts. o vinho do sêder, por exemplo, não é chamêts. Quaisquer outros grãos e cereais também não são chamêts, de acordo com a Torá, mesmo que estejam fermentados. Por este motivo, os sefaradím comem arroz, lentilha e grão-de-bico em Pêssach. o costume ashkenazí, em geral, é diferente e, como este é um assunto judaico, obviamente há mais de uma explicação para o assunto. no leste-europeu era comum que vários alimentos fossem trazidos de outras áreas da Ásia e da europa. o transporte era o mesmo para todos eles, e as sacas eram de pano. Uma saca de arroz poderia, facilmente, conter traços de farinha de trigo. Para resolver este problema, foi proibido o consumo de quaisquer cereais nesta época do ano. outra explicação é que os cereais proibidos nascem e crescem em formato de espigas. Por associação, foi proibido o consumo de todos os cereais que nascem desta forma, como o arroz e o milho – que são grãos. Por extensão, também foram proibidos os outros grãos (ktiniót), mesmo aqueles que não nascem em espigas (como a lentilha e o grão-de-bico). 10

Serviços Religiosos Manhã de segunda a sexta-feira, às 8h aos sábados às 9h30 aos domingos e feriados, às 8h30 Noite de domingo a sexta-feira, às 18h45 aos sábados: 2 e 9/março às 18h, e 16, 23 e 30/março às 17h45 6 e 13/abril às 17h30, e 20 e 27/abril às 17h15 Shabat Às sextas: cabalat Shabat e arvit com prédica, às 18h45, na Sinagoga etz chaim Shabat ieladim, às 18h45, para crianças cabalat Shabat e arvit com prédica, às 18h45, na sede do lar das crianças da ciP (nos dias 1 de março e 5 de abril) aos sábados: Shacharit, às 9h30, com leitura da Torá e prédica na sinagoga etz chaim Shacharit neshamá, às 9h30, participativo e igualitário, com leitura da Torá na Sinagoga Pequena


Taça para kidush

Porta-matsá

Keará de Pessach

Agradecemos pelas doações anônimas recebidas e lembramos que toda a renda obtida é revertida para as obras sociais da CIP.

Mazal Tov Leitura da Torá Março DIA 2 Ki Tissá DIA 9 Vaiak’hel-Pecudê (Shabat Mevarchim) DIA 16 Vaicrá DIA 23 Tsav (Shabat Hagadol) DIA 30 Pessach Abril DIA 6 Shemini (Shabat Mevarchim) DIA 13 Tazria-Metsorá DIA 20 Acharê Mot-Kedoshim DIA 27 Emor

Chevra Kadisha

A CIP está pronta para ajudar as famílias neste momento tão doloroso da perda de um ente querido, cuidando de todas as providências e detalhes burocráticos e religiosos. Plantão permanente: entre em contato com Sérgio Cernea, pelo tel/fax 3083-0005, cel. 9204-2668, ou e-mail: chevra@cip.org.br

Falecimentos Chipena (Fani) Killner, em 29 de novembro aos 88 anos. Rolf Herzberg, em 1 de dezembro aos 89 anos. Fábio Steinbruch, em 2 de dezembro aos 51 anos. Werner Freund, em 11 de dezembro aos 99 anos. Mina Fischbach, em 18 de dezembro aos 98 anos. Dwejra (Dora) Zylberkan, em 23 de janeiro aos 84 anos. Boris David Raznoszczyk, em 24 de janeiro aos 63 anos. Waldemar Leifert, em 4 de fevereiro aos 92 anos. Heinz Werblowsky, em 6 de fevereiro aos 90 anos. Ruth Tichauer, em 7 de fevereiro aos 91 anos.

Simchat Bat Gabriela Benaderet Maya Glicenstajn Elkis Melanie Rachman Sofia Zaniolli Cardoso Julia Carrafa Levis Sofia Pessolato Efraim Sasha Fresco Lafont Paloma Zylberman Sophia Frenkiel Ana Tavares Kirschbaum Simchat Ben Isaac Clasen Marchtein Bar-mitsvá Gabriel Frassei Newman Noivado Suzana Abramovicz e Maurício Mandel Casamentos Vanessa Scaburri e Marcelo Milnitzky Fernanda Neumann e Márcio Rosset Irit Epelbaum e Julio Vasconcelos Maria Fernanda B. S. Lamensdorf e Flávio Lamensdorf Michele da Mota Candido e Jonathan Evan Kellne Caroline Finzi e Benny Finzi Tamara Strauss e Claudio Klajman

11


acontece

2.

FOTOS 1, 2 E 3: ANDRÉ NEHMAD

1.

3. 1.

1, 2 e 3. Por ocasião do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, a Federação Israelita do Estado de São Paulo e a CIP, em parceria com a UNIBES e Consulado Geral de Israel em São Paulo, promoveram na sinagoga Etz Chaim uma cerimônia solene para marcar a data. 4. Machané da Chazit reuniu quase 200 chanichim. 5. Diversão e judaísmo na Colônia de Férias da CIP. 6. Acampamento da Avanhandava em Juquitiba.

4.

5. 6.

12


7.

8.

9. 7. A CIP esteve presente no Seminário Nahum Goldmann Fellowship, promovido pela Fisesp e pela Conib, e que reuniu líderes comunitários e debateu novas formas de identidade judaica nas comunidades latino-americanas. 8. Os jovens do projeto Shidrug estiveram em Israel com o rabino Ruben Sternschein e o sheliach André Wajnberg. 9. Grupo da CIP participou de uma tarde de estudos com o rabino Steinsaltz, que esteve no Brasil em janeiro. 10. O Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Paulo Jorge Lopes Lourenço, esteve na CIP e foi recebido pelo rabino Michel Schlesinger. 11. A celebração inter-religiosa realizada na Catedral da Sé e que lembrou os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 70 anos da morte de Anne Frank contou com a presença e participação do rabino Michel.

11.

LUCINEY MARTINS

10.

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LAR DAS CRIANÇAS por Luciana Mautner, diretora do Lar das Crianças da CIP

Envolver e desenvolver

O

foco principal do Lar das Crianças da CIP para o

Bloco. Com um educador experiente em tecnologia,

ano de 2013 é trazer novidades e aprimorar as

trabalhando com a educadora de informática Simone

atividades desafiantes e estimulantes que já são ofereci-

Burger, o mundo da robótica é introduzido a partir de

das para as crianças e jovens entre 12 e 14 anos.

conceitos básicos de mecânica e raciocínio lógico. Em

A exemplo da Orquestra Jovem de Violões, que é um

paralelo, o projeto é uma eficaz ferramenta para traba-

super case de sucesso, estão sendo criadas outras áreas

lho em grupo, resolução de conflitos, divisão de tarefas

de interesse, com o mesmo nível de excelência, de forma

e também gerenciamento de frustrações. As crianças e

que todos se identifiquem com pelo menos uma delas,

jovens participarão de torneios entre instituições parcei-

aumentando, assim, o leque de desenvolvimento e envol-

ras realizados pelo Instituto Aprender Fazendo.

vimento das crianças e jovens com o Lar. Confira, abaixo, as novas atividades que já estão sendo oferecidas.

Teatro O projeto, em conjunto com a Cia Vizinho Legal, que desen-

Ciências e tecnologia

volve o projeto social do laboratório Roche, tem por objetivo

Inúmeros estudos mostram que a falta do aprendiza-

motivar a leitura e interpretação de textos, além de trabalhar

do de ciências e tecnologia deixa uma lacuna na educa-

o aspecto comportamental e emocional das crianças. Seja

ção das crianças, principalmente quanto à capacidade

no aspecto pedagógico ou no aspecto artístico, assistido ou

analítica e crítica. A prática destas disciplinas alavanca

encenado, o teatro auxilia a criança em seu crescimento cul-

crianças e jovens, estimulando para que sejam cidadãos

tural e em sua formação como indivíduo.

plenos. No Lar das Crianças, o projeto de robótica, em sua fase inicial (embrionária), é uma parceria com o Ins-

Judô

tituto Aprender Fazendo que, em conjunto com a Lego

Foi firmada uma parceria com os professores de judô

Education, no Brasil, desenvolveu o programa Bloco a

Miriam Minakawa e Edson Minakawa do clube A Hebraica,

14


que desenvolvem, há cinco anos, na Unibes, o projeto social Judô Cidadão, que tem como objetivo incentivar a prática esportiva, incutir valores como disciplina e respeito, e desenvolver as habilidades motoras dos participantes. No Lar, a prática do judô, que já conta com tatame oficial e kimonos, é aplicada por um novo professor, que trabalhará junto com o Allan Lima, que vem fazendo um excelente trabalho de iniciação ao Judô e esportes gerais. Ambos serão coordenados pelos profissionais da Hebraica. As crianças,

Temos uma equipe técnica muito engajada e comprometi-

que têm aulas duas vezes por semana, participarão de tor-

da com o Lar, suas crianças e seus jovens, e isso faz toda a

neios, festivais e competições.

diferença. Após anos de trabalho da diretoria anterior, valori-

Além destes novos projetos, o Lar conta ainda com a

zando os profissionais, respeitando-os e, sempre com trans-

participação da voluntária Shirley Sacerdote, que está de-

parência, dando espaço para que exerçam suas funções

senvolvendo em conjunto com a coordenadora geral, Katia

com autonomia, os frutos só podem mesmo ser excelentes.

Honora, e com Nanci de Lima, que é a coordenadora pe-

A gestão atual está muito animada por dar continui-

dagógica, um programa de educação continuada para as

dade a este trabalho, fazendo do Lar uma instituição

educadoras da instituição.

sempre melhor.

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AÇÃO SOCIAL por Paula Barouchel Caracini, Analista de Recursos Humanos do Departamento de Ação Social da CIP

Trabalho, liberdade e desafios atuais: uma reflexão para ação

E

m tempos de refletir sobre Pessach, pensamos

Mas algumas questões permeiam nossa mente ao pen-

imediatamente na palavra ‘liberdade’ como

sarmos em nossas escolhas e decisões em relação ao

autonomia e espontaneidade, elemento quali-

trabalho e à profissão: trabalhar ou não? Qual profissão

ficador e constituidor da condição dos comportamen-

seguir? Por dinheiro ou por vocação? Qual emprego eu

tos humanos voluntários. Jean Paul Sartre ensinou que

devo me candidatar? Como procurar o trabalho que eu

os seres humanos nascem para serem livres e que a

mais me identifique? Como lidar com os desafios atuais

liberdade significa também responsabilidade. Responsa-

do mercado de trabalho? Podemos fazer essas e outras

bilidade pelas nossas ações, escolhas e decisões que

perguntas quando nos referimos ao trabalho, e essas

tomamos no decorrer da vida.

perguntas significam liberdade de escolher os rumos de

O trabalho, assim como a liberdade, dignifica o homem.

16

nossa própria vida e refletir sobre esses caminhos.


A Central de Orientação ao Trabalho da CIP auxilia nessas e em outras questões. A Congregação oferece um espaço para profissionais refletirem sobre suas trajetórias no trabalho e auxiliam na mudança e na busca por um emprego formal. São realizadas entrevistas individuais e personalizadas com os candidatos a fim de verificar as competências e habilidades para, assim, oferecer uma orientação profissional mais diretiva, proporcionando mais êxito no enfrentamento do mercado de trabalho. Para apoiar o candidato de forma eficaz, são realizados encaminhamentos formais para as vagas de

A Congregação oferece um espaço para

empregos junto aos empregadores-

profissionais refletirem sobre suas

-parceiros, o que traz um resultado

trajetórias no trabalho e auxiliam na

mais dinâmico para aqueles que precisam de uma recolocação.

mudança e na busca por um emprego formal.

Para essa ação, a Central de Orientação ao Trabalho conta agora com um novo sistema

firma a vida, as escolhas e as conquistas, e é isso que

próprio para o processo de recrutamento. Ele oferece

proporciona a nossa liberdade.

uma rápida identificação dos candidatos com perfis

A Hagadá de Pessach ensina que não devemos desa-

mais próximos para as vagas disponíveis e auxilia os

nimar e que precisamos encarar o futuro com esperan-

candidatos em uma formatação ágil e adaptável do seu

ça, pensando e refletindo sobre o sentido da saída do

currículo profissional.

Egito. É nosso dever relatar a todas as gerações sobre

É importante ter em mente que inicialmente as pes-

essa busca pela liberdade, além de discutir seu significa-

soas se comprometem a trabalhar e buscar uma co-

do. Assim assumimos plenamente nossa missão como

locação profissional motivadas por sua sobrevivência,

indivíduos atuantes e responsáveis.

porém, com o decorrer do tempo, é possível perceber

A Central de Orientação ao Trabalho da CIP vem, en-

que o trabalho passa a ter um papel central em suas

tão, fortalecer essa busca pelo sentido do trabalho e

vidas, pois favorece sua identidade no meio social.

pela liberdade de escolha. Sua principal missão é a de

Ele possibilita o desenvolvimento individual, o relacio-

apoiar as pessoas no que se refere à empregabilidade,

namento com seus pares e auxilia a definir o que as

seja encaminhando para vagas de emprego ou com

pessoas desejam e escolhem para suas vidas. A visão

orientação profissional e esclarecimentos sobre os de-

primordial sobre o assunto é a de que o trabalho rea-

safios do mercado de trabalho atual.

17


R A B I N AT O po r rabino Ruben Sternsche i n

Presentes e limitações da

memória A

lbert Camus, antes de ser Prêmio Nobel de Lite-

A memória conquista o tempo e o espaço e os transcen-

ratura, foi criado por uma mãe abandonada pelo

de. Nesse sentido, podemos dizer que ela também liberta,

marido e uma avó analfabeta. No bairro pobre

uma vez que permite ultrapassar as barreiras do tempo e

de marroquinos franceses, eles eram os mais pobres em

do espaço de uma vida individual. Lembramos de nossos

todos os sentidos. Na sua autobiografia, Camus lembra que

entes queridos e voltamos a viver com eles, voltamos a

a pobreza espiritual não era menos dolorosa que a física ou

vê-los, a ouvi-los, a senti-los.

a econômica, e consistia principalmente na falta de memó-

Assim, Elie Wiesel, sobrevivente da Shoá e Prêmio Nobel

ria. Como não sabia nada, não vinha de nada, e não ia em

da Paz, disse certa vez: "Não sou eu que vivo no passado, é

direção a nada, era um ser solto e solitário no mundo. A falta

o passado que vive em mim". O passado continuava vivendo

de passado o tornava mais pobre que a falta de dinheiro, a

através dele. No presente dele. Em cada nova situação que

falta de história, mais fraco que a falta de comida.

ele levava suas memórias e as ressignificava.

Lembrar nos brinda um lugar no mundo, uma ponte com

Simon Wiesenthal, outro sobrevivente que dedicou sua

milhares de pessoas atrás e milhões de pessoas à frente.

vida a levar nazistas a julgamento, disse certa vez que

A memória é espaço e é tempo, é mundo e é história. Pois

quando ele subisse ao céu encontraria pessoas que diriam

através da memória ampliamos nosso tempo, vivemos

“eu construí casas e curei pessoas” e outras que diriam “eu

também outros tempos e outros cenários. Através dela fa-

fabriquei jóias ou roupas”, enquanto ele diria às vitimas da

zemos parte de alguma corrente de vida, evitamos a morte

Shoá: “eu me lembrei de vocês”.

total de quem nos precedeu e podemos guardar a esperança de que também nós não morreremos totalmente.

18

Steven Spielberg criou um projeto para gravar os testemunhos de todos os sobreviventes do Holocausto em


Aqueles que não tiveram descendentes e cujos conhecidos morreram junto com eles não têm quem os lembre. Os nazistas conseguiram sim apagar mundos inteiros nesse sentido, e reduzir pessoas, almas, histórias e memórias a nada.

todos os lados do mundo. O Museu do Holocausto e o Yad Vashem têm abençoadas iniciativas para guardar todo vestígio de memória das vitimas. Entretanto, aqueles que não tiveram descendentes e cujos conhecidos morreram junto com eles não têm quem os lembre. Os nazistas conseguiram sim apagar mundos inteiros nesse sentido, e reduzir pessoas, almas, histórias e memórias a nada. ‘Yad Vashem’ é a expressão através da qual Deus promete aos doentes sem filhos que Ele os lembrará: “e darei a vocês yad vashem, um monumento e um nome que não se apagará nunca”. Infelizmente todos os esforços são voltados às histórias e vidas que são conhecidas. E são vários

de nos autoadotar como seus descendentes, e lembrá-los.

milhões sobre os quais nada sabemos.

Até acharmos esse caminho, sugiro acrescentarmos o si-

No próximo Iom Hashoá, gostaria de sugerir que cada lei-

lêncio a todas as nossas memórias e atos, como ponte

tor destas linhas pensasse algum modo, quem sabe até de

com o nada a que foram reduzidos os desconhecidos. E

forma mística ou mágica, de recordar os desconhecidos,

assim render-lhes alguma homenagem.

CABALAT SHABAT NO LAR DAS CRIANÇAS DA CIP A CIP convida a comunidade judaica para o serviço religioso de shabat realizado, mensalmente, na sede do Lar, em Santo Amaro.

Programe-se para o primeiro semestre

1 de março 5 de abril

3 de maio 7 de junho

Sextas-feiras, às 18h45 Participe e leve sua família e amigos! Local: um passaporte para a vida

Informações: tamara@cip.org.br 11 2808.6258

Nas mesmas datas também serão realizados, na sede da CIP, o Cabalat Shabat e o Shabat Ieladim, um serviço religioso 19 preparado especialmente para as crianças.


ESPECIAL SHOÁ

CIP recebe comunidade e autoridades para homenagem às vítimas do Holocausto Por ocasião do Dia Internacional em Memória às Vítimas

deu. “Escolhi Israel para comemorar meus 25 anos de carrei-

do Holocausto, a Federação Israelita do Estado de São Paulo

ra. Tenho o maior orgulho em estar aqui hoje, e ficaria muito

e a CIP, em parceria com a UNIBES e Consulado Geral de

honrado em ser neto ou filho de um sobrevivente”, declarou.

Israel em São Paulo, promoveram na Sinagoga da CIP uma

A solenidade, conduzida pelos rabinos Michel Schlesinger

cerimônia solene para marcar a data.

governador Geraldo Alckmin, o pre-

"Foi uma solenidade muito comovente. Agradecida pela oportunidade que nos ofereceram."

feito Fernando Haddad, o senador

Lia Diskin, Palas Athena

Além de lideranças judaicas e de sobreviventes do Holocausto, o evento contou com a presença de autoridades políticas, religiosas e comunitárias, com destaque para o

Aloysio Nunes Ferreira e o Cardeal

e Ruben Sternschein contou com o acendimento de velas em homenagem aos sobreviventes e com discursos de Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Ilan Sztulman, Claudio Lottenberg, Sergio Kulikovsky, Mario Fleck, Celia Kochen Parnes e do sobrevivente Ben Abraham. Todos destacaram a importância da lembrança do Holocausto

Dom Odilo Scherer, além do ex-governador José Serra e

como um sinal de alerta sobre os limites além dos quais não

do ex-prefeito Gilberto Kassab, entre outros.

podemos ficar passivos. Os jovens que perderam suas vidas

Também esteve presente o apresentador Otávio Mesquita que foi homenageado pela série de reportagens que fez em

na tragédia de Santa Maria também foram homenageados com um minuto de silêncio.

Israel para o Programa Claquete (TV Bandeirantes). Profunda-

Como neste ano a data coincidiu com Tu Bishvat (festividade

mente emocionado, ele destacou seu apreço pelo Estado Ju-

que comemora o ano novo das árvores no calendário judaico),

20


FOTOS: ANDRÉ NEHMAD

"Obrigada por proporcionar um evento desta magnitude àqueles que tanto amamos e que jamais esqueceremos. Estava muito bem organizado, todos os sobreviventes estavam emocionados com a forma com que foram prestigiados. Os representantes comunitários, religiosos e políticos, todos sem exceção, que lá estavam, merecem nosso agradecimento."

nagem em Israel, simbolizando a continuidade e a vida, e que

Parabéns pela concepção e organização do evento. Alto nível como o assunto exige e como só a CIP sabe fazer. Muito obrigado por ter incluído a Shalom.

foi entregue por jovens representantes de movimentos juvenis.

Enio Lewinski, Presidente da Comunidade Shalom

Rosita Klar Blau Filha de sobrevivente da Shoá

os sobreviventes também ganharam do KKL BRASIL um certificado de que um plantio de árvores foi realizado em sua home-

Um dos pontos altos do evento foi o momento em que subiram ao palco representantes de diversas religiões, que

nosos, nem uma pequena e relevante instituição. Trata-se de

juntos fizeram uma benção inter-religiosa e entoaram as can-

um país, que ao mesmo se prepara para uma outra barbá-

ções Imagine e Salam, com a plateia fazendo coro.

rie, que é a destruição do Estado de Israel. Aprendemos no

Quem compareceu ao evento também pôde conferir a ex-

Holocausto que ninguém defenderá os judeus se eles não

posição “Sublime: o poder da arte na vida do sobrevivente

estiverem prontos a se defender. Hoje aqui lembramos, mas

da Shoah”, que reuniu obras de artistas sobreviventes do Ho-

também conclamamos: o nosso Brasil, um país que tem me-

locausto, cadastrados na agência Claims Conferece/UNIBES.

mória da ausência de liberdade, da escravidão à ditadura,

“Trata-se de uma iniciativa da equipe da UNIBES que identificou

não pode ser tolerante nem passivo diante da maior força

dons, de transmitir através da pintura, mensagens leves e co-

viva na busca da negação do Holocausto e da sua repetição.

loridas, apesar do cinza que uma vez tingiu seus passados”,

Que nossos líderes saibam se distanciar de nefastos carras-

declarou a presidente da Unibes, Celia Kochen Parnes.

cos e predadores da humanidade. Holocausto Nunca Mais!”.

A ameaça de Ahmadinejad foi destacada no discurso de

Já o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando

Mario Fleck: “A negação do Holocausto está sendo espalha-

Haddad destacaram a importância da diversidade e da con-

da por um dos principais países do mundo, o Irã. Não se

vivência em harmonia entre os diversos povos que vivem em

trata de um grupo de assassinos, nem um grupo de crimi-

São Paulo. “A minha própria existência é resultado de tudo que aprendi com os judeus e desejo que o Brasil celebre

Parabéns pelo maravilhoso evento organizado por vocês. Foi tudo perfeito e muito tocante. Para nós, sempre é um prazer participarmos e divulgarmos o que vocês fazem. Marlene Mangabeira Albernaz, Diretora de Culto da Comunidade Beth-El

a tolerância e a convivência fraterna”, destacou Haddad. “A sociedade que afasta e apaga da memória os fatos corre o risco de ver a história se repetir. Hoje homenageamos milhões de pessoas barbarizadas e mortas pelo nazismo. Que a memória das vítimas da Shoah nos inspire no caminho de novos tempos”, complementou Alckmin. *Fonte das informações: Assessoria de Imprensa da Fisesp 21


C A PA por rabino Michel Schlesinger

o impacto de Pessach nas identidades do homem e de Deus

A

Monte Sinai, no egito

história da escravidão do Povo de Israel no Egi-

(uma vez que falar de judaísmo no Egito seria anacrônico)

to começa a ser contada em Shemót (Êxodo), o

e, finalmente, veremos como o nome do próprio Deus, e

segundo livro da Torá. A palavra shemót significa

Seu “RG”, sua identidade, foram impactados, de maneira

‘nomes’. Como demonstrarei a seguir, os nomes desempe-

definitiva, pela travessia do Mar Vermelho.

nharam uma função essencial na narrativa que descreve

Em um ato de desobediência civil, duas parteiras deci-

a passagem de uma vida de servidão para outra de liber-

dem desafiar a ordem do Faraó de atentar contra a vida

dade com responsabilidade. Discutirei a ausência de um

dos recém-nascidos hebreus. No lugar de sacrificar os

nome para o Faraó e a presença dos nomes das parteiras

meninos gerados no ventre das mulheres descendentes

com suas ambiguidades. Em seguida, farei a releitura de

de Sara, Rebeca, Raquel e Léa, as parteiras as auxiliam na

um midrash que também vê na nomeação um dos fatores

tarefa de burlar a determinação faraônica e a vida prevale-

decisivos da sobrevivência dos hebreus e seu hebraísmo

ce sobre a morte.

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O comentarista Nahum Sarna nos chama a atenção para

Além dos nomes das parteiras e do Faraó, também os

o fato do Faraó não ser designado por um nome próprio;

nomes dos israelitas são objeto de discussão da nossa

ele é apenas chamado de Faraó. As parteiras, por outro

tradição oral. Num midrash, uma alegoria rabínica, nossos

lado, são recordadas de forma nominal. O objetivo da nar-

sábios ensinaram que fomos libertados do Egito devido a

rativa bíblica, segundo o comentarista, seria indicar que

quatro diferentes fatores: fomos libertados porque não mu-

a maldade, a tortura, a crueldade, a perseguição e o mal

damos os nossos nomes, porque não abandonamos nos-

morrem com o desaparecimento do ditador, e seu nome

so idioma, porque não revelamos nossos segredos e não

não merece nem ser recordado. O bem, a solidariedade,

deixamos de lado o ritual da circuncisão (Ialcút Shimoni).

a defesa da vida, a empatia e o auxílio, ao contrário, são

Embora estivéssemos vivendo em um ambiente estra-

eternizados e duram para sempre, como a lembrança dos

nho ao nosso, conseguimos conservar algumas caracterís-

nomes de Shifrá e Puá.

ticas essenciais de nossa identidade religiosa e cultural e

Outra curiosidade gira em torno da falta de informação

isto nos garantiu a liberdade.

sobre a origem das duas parteiras. Seriam elas egípcias

Em um mundo globalizado, temos a falsa impressão de

ou hebreias? Não sabemos. A Torá utiliza a expressão am-

que a liberdade está associada à possibilidade de apagar

bígua “meialdót ivriót”, que tanto pode significar “parteiras

todas as diferenças culturais e possibilitar a criação de

hebreias”, como entendeu Rashi na França do século XI, ou

uma grande comunidade global em que todos são iguais.

“parteiras das hebreias”, como preferiram outros comenta-

Neste caso, incorporaríamos uma mesma língua, uma

ristas. Talvez a mensagem contida nesta ambiguidade seja a

mesma religião, uma mesma identidade.

de que a identidade das parteiras é irrelevante. Quando op-

No entanto, a abdicação de nossas particularidades é

tamos por fazer o bem, isso não depende de etnia, religião,

justamente o que nos conduz a escravidão. Quando dei-

condição social, gênero ou qualquer outra característica.

xamos de ser um grupo específico de pessoas com uma

Finalmente existe uma última ambiguidade que vale a

história própria, com tradições, leis e costumes peculiares,

pena mencionar. Não fica claro qual teria sido a recom-

abrimos mão da prerrogativa de sermos diferentes e abra-

pensa das parteiras. Assim está escrito: “E Deus fez bem

çamos a escravidão do comum.

às parteiras; e o povo aumentou e se tornou muito forte”. Ytzchak Caro (1458-1535, Espanha) afirma que o fato do

A sobrevivência na globalização baseia-se no reforço de nossas identidades particulares. Desta forma, o mundo

povo ter crescido muito foi a recompensa das parteiras. O número de partos aumentou e elas puderam trabalhar mais e ganhar mais dinheiro. A teologia envolvida nesta análise é a de que se agirmos da forma correta, Deus nos dará sustento digno. No entanto, Zalman Sorotzkin (1881-1966, Lituânia, Jerusalém) acredita que a recompensa não é material, mas uma consequência intrínseca da atitude corajosa das parteiras. Assim como ensinaram nossos rabinos, “sechar mitsvá, mitsvá”, a recompensa de uma mitsvá é a própria mitsvá. As parteiras que tinham a missão de ajudar a gerar vida tiveram a recompensa na segurança de que vidas estavam sendo geradas.

23


passa a ser enriquecido por nossa diversidade reafirmada. Em uma interpretação contemporânea do midrash, percebemos que aquilo que manteve os israelitas unidos durante a escravidão egípcia serve ainda de defesa para a comunidade judaica do século XXI contra a ditadura da uniformização cultural e da assimilação. Para garantir sua liberdade em meio ao sofrimento do cativeiro egípcio, os israelitas conservaram também seu idioma. Em nossos dias, o hebraico precisa ser valorizado e estudado. Esta é a língua que pode aproximar judeus de todas as partes do mundo. O aprendizado do ivrit deve

continuam preciosos. Não podemos substituí-lo pela es-

servir de fator determinante de nossa identidade enquanto

cravidão do nada. Precisamos dedicar tempo para refletir

judeus e reforçar nossos laços com o Estado de Israel.

sobre o formato que deve adquirir o Shabat do século XXI.

Segundo os rabinos, também fomos salvos do Egito por-

Vivemos uma nova forma de escravidão. Abandonamos

que não revelamos nossos segredos. Embora seja possível

tudo o que nos torna particular e abraçamos o vazio cosmopolita. A pós-modernidade faz com que identifiquemos

Vivemos uma nova forma de escravidão. Abandonamos tudo o que nos torna particular e abraçamos o vazio cosmopolita.

em nosso particularismo a chave para a liberdade. A democracia de uma nação mede-se pela possibilidade que seus cidadãos têm de permanecerem diferentes uns dos outros. Se mantivermos nossos nomes, idiomas, solidariedade e rituais, nos tornaremos dignos da travessia do Mar Ver-

interpretar esta afirmação de diferentes formas, gostaria de

melho. Quando reafirmamos nossa identidade particular

acreditar que um escravo não revelava aos escravizadores

tornamo-nos dignos da liberdade do mundo globalizado.

os segredos do outro escravo. Desta forma, constituiu-se

E por falar em identidade, Deus tem sua auto-imagem

uma forte rede de solidariedade entre os hebreus que os

impactada de forma definitiva pelo episódio da saída do

ajudou a se proteger dos opressores egípcios. Em nossos

Egito. De forma simbólica, é possível dizer que a travessia

dias, devemos também nos libertar do egoísmo escraviza-

do Mar Vermelho delegou uma nova identidade ao Criador

dor e adotar uma postura de empatia libertadora.

do Universo.

Finalmente, ainda segundo o midrash, os israelitas man-

Quando Deus vai se apresentar no Decálogo, identifica

tiveram o ritual de circuncisão durante os difíceis anos em

a si próprio como o deus do êxodo do Egito. Assim, a

que serviram ao Faraó. Manter o brit-milá simboliza uma

liberdade do homem passa a ser parte da identidade de

reverência profunda às leis e tradições judaicas. A moderni-

Deus. Hashem não pode conceber um mundo sem a possi-

dade pode relativizar a prática deste ou daquele ritual, mas

bilidade dos homens e mulheres escolherem seus próprios

não anula o valor expresso por esses mesmos rituais. Po-

caminhos e, assim, assumir responsabilidade por essas

demos dizer que o judeu da aldeia global não pode se com-

mesmas escolhas.

portar como o judeu do shteitl. No entanto, precisamos

Com o final da escravidão dos Filhos de Israel, Deus

buscar uma nova forma de manutenção dos valores que

mudou seu RG. A partir de então, no campo em que se

são expressos por nossos mandamentos. O Shabat pode

lê “nome”, após os dois pontinhos aparecerá: “Eu sou o

não ser o mesmo do judaísmo medieval, mas seus valores

Eterno Teu Deus, que te tirei da Terra do Egito”.


PA R A L E L O S por R i ca rdo B e r ki e ns z ta t, v i ce - pre s i de nte d a F e de r a çã o Is r a e l i ta do E s ta do de S ã o Pa u l o

Conectividade e segurança As redes sociais vieram para ficar. Esta nova ferramenta atrai todas as faixas etárias e proporciona uma rápida conexão entre pessoas, ideias e causas. Nossas entidades judaicas não podem ficar de fora desta realidade. Em uma época em que a sustentabilidade e o meio ambiente estão em voga, o uso indiscriminado do papel vem sendo substituído pela internet e seus mecanismos. Facebook, Twitter, You Tube e outros já fazem parte do vocabulário de todos nós. Este uso é benéfico pela agilidade com que atinge as pessoas e pela possibilidade de difusão imediata de comunicados, eventos, posições políticas e avisos importantes. Atinge a todos e pode ser disseminado em poucos segundos. Mas, toda esta tecnologia requer extremo cuidado institucional. Uma notícia colocada nas redes sociais sem o cuidado necessário pode macular a imagem da instituição. Não há ponto de retorno. Do momento em que a informação é postada, ela se tornar reversível, ou como dizemos na linguagem da informática, viral. Outra grande preocupação a ser tomada é com os chamados “amigos virtuais”. Algumas pessoas, por detrás de um computador, assumem outras personalidades e podem, através de perfis falsos, interferir na comunicação. Pessoas com outros interesses, por vezes, se cadastram apenas para mapear outras pessoas e terem acesso a informações restritas. Para termos perfis seguros, há a necessidade de um profissional conhecedor dos meandros destas ferramentas, que possa acompanhar diariamente todos os dados da rede e ter um discernimento ao aceitar “amigos virtuais” e mediar os fóruns de debates envolvidos. Não temos e nem devemos fugir ou temer a tecnologia. Ela vem nos auxiliar e, se bem utilizada, serve para vitaminar a comunicação e nos conectar com o mundo externo e interno. Cabe a todos nós estarmos vigilantes a fim de aperfeiçoarmos, cada vez mais, a utilização destes meios. O mundo se tornou pequeno e o tempo exíguo. Temos que nos adaptar. O futuro já é hoje. E temos que estar preparados para ele. 25


Coragem para fazer a pergunta certa Todos sabemos que o número de viagens de jovens judeus da diáspora para Israel vem aumentando nos últimos anos em nossa comunidade brasileira. Cada uma delas, apesar de ter propósitos específicos, acaba levando a lugares sempre parecidos: lindas paisagens, kibutzim que revelam um país que se construiu com a força braçal de seu povo, e ainda rastros arqueológicos que evidenciam nossa ligação histórica e milenar com a Terra de Israel. Agora, imagine só levar um grupo de jovens para Israel com a proposta de fazê-los ter a coragem de fazer uma pergunta: o que significa ser judeu no século XXI e como uma sociedade nacional judaica israelense pode dar conta desse dilema? O Shidrug é uma nova proposta de curso para jovens que querem continuar a ter uma vida judaica significativa, após passarem pelos movimentos juvenis de nossa comunidade. Somos universitários e pós-universitários que acreditamos que o judaísmo pode nos fornecer diversas perguntas e respostas para a vida da era da globalização, na qual perdemos a possibilidade dos encontros humanos e de experiências que deixam marcas relevantes. Ir para Israel, então, nos apresentou desde um judeu ortodoxo sionista que coloca na mesa para conversar, líderes ultra-ortodoxos judeus e mulçumanos que moram na Cisjordania; até um passeio por um parque arqueológico fundado por Ben Gurion e

que preserva as espécies da época bíblica. Fomos também a um encontro O grupo do Shidrug em visita ao Parlamento de Israel acompanhado do presidente da comissão de organiza-

com jovens universitários de Jerusalém que atuam voluntariamente em ção das últimas eleições no país, Giora Sirves, e do espaços públicos para promover sua cidade culturalmente e socialmen- apresentador israelense Jacob Eilon; e, na segunda

te, e tivemos a oportunidade de conversar com o fundador do Instituto imagem, posando em frente ao monumento em homeMelton Center para Educação Judaica, o professor Eliezer Sweid. Esperamos agora ter a coragem de trazer novas perguntas à nossa comunidade e de poder inventar respostas criativas de como ser um judeu moderno em São Paulo. Taly Sister Coordenadora do curso Manhigut e participante do projeto Shidrug

26

nagem ao educador Janusz Korczak no Yad Vashem.

Shidrug


juventude • avanhandava

Que venham mais 75 No ano de 1938, jovens judeus cujas famílias fugiram do nazismo criaram o grupo escoteiro Avanhandava. Mais de 75 anos depois, com inúmeras gerações e incontáveis fogos de conselhos, continuamos a educar jovens nos mesmos ideais vislumbrados naquela época. Ao longo desses anos, sofremos algumas mudanças: adotamos o bandeirantismo e incorporamos estruturas de tnuot, mas continuamos a carregar o legado das gerações que fundaram e passaram pelo 4º Grupo Escoteiro de São Paulo. Não poderíamos deixar de celebrar um momento tão especial quanto esse. Quem passou diversas noites nas barracas, catando lenha ou cozinhando nas fogueiras improvisadas, sabe o quão especial nossa tnuá é, e por isso mesmo convidamos todos os bogrim (ex-integrantes), pais, chanichim e membros da CIP para participar conosco nestes marcos. Afinal todos sabem que “uma vez Avanhandava, sempre Avanhandava”. Esperamos que esse seja um momento de reencontros entre as antigas gerações, além de uma oportunidade para mostrar a cara atual da Avanhandava. No dia 21 de junho teremos um Cabalat Shabat comemorativo na CIP, e dia 7 de setembro (aniversário oficial), um Day Camp. Durante o ano também pretendemos realizar diversos eventos menores. Quem quiser nos contatar ou receber outras informações pode nos enviar um email para avanhandava@cip.org.br ou visitar nosso site www.avanhandava.org. Sempre Alerta, Madrichim da Avanhandava

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escola lafer

Parceria com o colégio I. L. Peretz Um novo ano está começando na escola lafer, cheio propostos pelos rabinos. É uma ótima chance para a de novidades, projetos bacanas e renovações. com um família se envolver no processo de bar e bat de seus finovo fôlego, a entidade recebeu novos professores, lhos, debatendo e entendendo melhor uns aos outros, adicionou a dança judaica no currículo das aulas, está aprendendo e se desenvolvendo juntos. montando uma tizmoret (banda) que será formada por

outra oportunidade de vivência judaica e envol-

alunos da escola e participantes de nossos movimen- vimento da família que será estendida aos alunos do tos juvenis, e o mais importante: os rabinos da ciP te- curso oferecido no Peretz é o já tradicional “Final de rão em 2013 uma participação ainda maior na grade semana de pais e filhos”, quando os alunos e seus pais curricular da lafer. conteúdo e diversão serão metas têm a chance de passar um fim de semana na sede da indiscutíveis para o ensino da congregação.

ciP na cidade de campos do Jordão. o rabinato e a

o maior dos projetos é uma parceria para a forma- equipe pedagógica da escola lafer promovem ativição de bnei-mitsvá entre a escola lafer e o colégio dades lúdicas e uma intensa vivência judaica, fortai.l. Peretz. através desta iniciativa, os professores e lecendo ainda mais o vínculo entre os participantes. rabinos da ciP ministrarão o curso preparatório de

Para saber mais detalhes sobre este projeto ou sobre

bar-mitsvá para alunos do Peretz. o projeto também as demais atividades desenvolvidas pela escola lafer, está aberto a alunos de outras escolas judaicas que entre em contato através do telefone 2808-6219 ou do achem a localização da escola mais conveniente. Para os alunos do Peretz é uma comodidade, já que eles não precisarão se deslocar até a ciP para as aulas. e para a ciP é um maravilhoso desafio: atender mais famílias e trazê-las para nossa comunidade. os pais destes alunos também terão a oportunidade de participar das aulas abertas dos rabinos, que fazem parte da grade curricular da lafer. nestas aulas, pais, mães e alunos discutem assuntos judaicos

email escolalafer@cip.org.br. Andrea Kulikovsky, diretora da escola lafer da ciP


Yom Ha’atzmaut

65º aniversário do Estado de Israel

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Enquanto no fundo de nossos corações palpitar uma alma judaica, o olhar volta-se as nossas raizes. Vamos festejar juntos a terra e o povo de Israel!

16 de abril de 2013, às 14h Local: Teatro Arthur Rubistein (Clube A Hebraica - Rua Hungria, 1000)

Participação especial de Claudio Goldman

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VALORES JUDAICOS po r r abino Ad rián Gottfried , d a C om uni da de S ha l om

Pessach como um canal do nascimento Aviva Zornberg explica que a travessia pelo mar dos juncos dos israelitas se transformou num processo do nascimento para nossa identidade. Nós emergimos do Mar Vermelho renascidos como o povo de Deus. A palavra hebraica para Egito, Mitzraim, significa um lugar estreito e também pode ser interpretado como o lugar onde acontecem as contrações. O rebe chassídico Shneur Zalman expande esta ideia quando sugere uma associação com a estreiteza do ventre. Assim como o Egito ofereceu um santuário para as setenta almas da família de Jacob que fugiram da fome em Canaã, assim o ventre oferece sustento, calor, e proteção ao feto. Quando o feto alcança a maturidade, o ventre que o nutriu se torna opressor. Do mesmo modo, à medida que a família de Iaacov crescia e

sés, Miriam, e os filhos de Israel pela primeira vez cantam

prosperava, o Egito era transformado num lugar de servidão.

louvores de gratidão a Deus. Até esse momento os israeli-

A imagem da abertura do mar sugere as águas que se

tas eram céticos. Eles não acreditavam que poderiam es-

derramam exatamente antes do nascimento. O êxodo se tor-

capar da opressão do Faraó. Com o milagre do mar, eles

na uma passagem através do canal do nascimento.

percebem que a libertação é possível. Do mesmo modo, nós

Por que Deus não tirou os judeus imediatamente do Egito? Qual era a necessidade de responder à resistência do Faraó com pragas? A resposta é que essas foram necessárias, como estágios no processo da redenção. Eles precisavam confrontar a mentalidade escrava inseri-

experimentamos a alegria quando somos libertados; nós vivenciamos a liberdade de escolha ao invés da compulsão. E assim é após a travessia do Mar Vermelho, após passarem através das águas do renascimento espiritual, que algo surpreendentemente novo aparece: a primeira canção.

da, não apenas deixar a terra da opressão. Pessach é um

Na canção sentimos mais profundamente o ar que respi-

convite para que cada um de nós faça a sua jornada de nos-

ramos. As palavras hebraicas para “respiração”, neshima, e

so próprio Egito, para deflagrar o nosso próprio processo

“alma”, neshama, vêm da mesma raiz e não poderiam estar

de libertação.

mais próximas.

Facilmente podemos cometer o engano de imaginar que

Nossa jornada se iniciou nos poços lodacentos de tijolos

a experiência da libertação é de alegria e alívio. Entretanto,

do Egito. Ao cruzarmos o Mar Vermelho, passamos pelas

a libertação é geralmente estressante e cheia de incertezas.

águas do renascimento. Celebramos nossa redenção e can-

Nossa própria libertação também pode ser estressante.

tamos muitas, muitas canções de louvor.

Assim, a história da abertura do mar nos oferece uma ima-

Neste Pessach vamos cantar como se tivéssemos acaba-

gem típica da luta que vivenciamos quando nos desconecta-

do de descobrir a canção! Vamos cantar com a intenção e

mos da nossa antiga identidade.

o fervor que inspiramos de nossa primeira canção na outra

É somente depois do milagre da abertura do mar que Moi-

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margem do Mar Vermelho.


VALORES JUDAICOS por Ie huda G i te l m a n, da C om uni da de B e th-E l

Pessach: um tempo espiritual O Êxodo é lembrado na Torá 150 vezes. Em cada menção, em cada símbolo, se expressa também o afeto pela ideia. A lembrança sem devoção é só uma letra morta. A retentiva humana é breve e precisa de sensações que a renovem permanentemente. Por isso nos lembra: “e as atarás como sinal na tua mão, e serão por frontais entre os teus olhos”, no caso dos tefilin, ou “foi neste mesmo dia, que tirou o Eterno os filhos de Israel da terra do Egito”, na lembrança do Êxodo. Mas se não praticamos a experiência, a lembrança se torna vazia. Esta repetitiva declaração de independência da casa da escravidão e os inacabados intentos de extirpar os signos de submissão do coração servem para perpetuar a importância da liberdade. E esta liberdade não é um objetivo por si mesmo, é sim um meio para lograr o destino próprio, para poder servir ao que importa. Porque a liberdade nos devolve o direito de opinar, a possibilidade de fluir no conhecimento. Pessach nos faz

do tempo para ser livres. Devemos “guardar as matzot-

mais humanos, nos restitui a liberdade que não tivemos

-mitzvot”, para não desperdiçá-las, para não desaprovei-

por trás das grades, que nem todos quiseram abandonar.

tar a ocasião. O mesmo verbo do substantivo ‘chametz’

Esta mesma liberdade é que nos autoriza a receber a Pa-

indica fermentar, acidificar, como também desperdiçar,

lavra da Lei no Monte Sinai, e abrir a boca, a fim, também

malgastar, desaproveitar, perder.

para nos queixar, sempre e quando se possua a liberdade

Não havia tempo. Tinha que dedicar-se a surgir. Sair da

interior para romper as barreiras, para elevar nosso grito

escravidão não dá tempo de expressar a alegria, embora

às alturas. Para agradecer e nos expressar.

se saiba da importância de ser livre. Não pode haver júbi-

Ler a Hagadá incorporando seu significado e analisando

lo quando há seres humanos que sofrem.

sua essência e mensagem pode nos servir para romper

Pessach nos obriga a aceitar a difícil tarefa de organizar

as barreiras da escravidão e sermos donos do nosso pró-

nosso tempo e de descansar de acordo ao nosso desejo.

prio destino. Enriquecer o relato e transmiti-lo é exercer

Pessach dá sentido a nossa existência enquanto nos permi-

o direito obtido no Êxodo. A saída de Egito nos entrega à

te nos localizar tanto no tempo espiritual, como no espaço,

possibilidade de termos nosso tempo.

com identidade própria, desta vez por nossa vontade.

A matzá não deve fermentar. Não será símbolo de liberdade se não for cuidadosa de seu tempo. O controle

Que possamos neste Pessach imaginar a nós e a todas as pessoas como totalmente livres.

31


RICARDO FUNARI

com a palavra

Escrav id ã o c o n t e mpo râ ne a Para milhares de trabalhadores brasileiros liberdade ainda é um sonho a ser conquistado. Exploração do trabalho escravo persiste de maneira desumana

A

exploração do trabalho escravo, uma das mais graves violações de direitos humanos, apesar

de abolida formalmente, continua a existir no Brasil e no mundo. Dos maranhenses sujos de carvão ao lado

e Paraguai, também têm sido atraídos por promessas

de fornos clandestinos no interior do Pará aos bolivia-

de melhorias, raramente cumpridas. Recrutados pe-

nos costurando sem parar em oficina apertada e sem

los assim chamados “gatos”, tais trabalhadores acabam

ventilação em São Paulo, milhares de trabalhadores

encaminhadas para trabalhos desumanos em empre-

ainda são submetidos a condições absurdas no país,

endimentos econômicos tão diversos quanto latifún-

sem liberdade, sem opções. Desde 1995, quando o

dios de soja no centro-oeste, projetos de pecuária na

Brasil reconheceu formalmente a existência de escravi-

Amazônia, produção de carvão no Pará, e confecções

dão contemporânea e adotou programas para combate

e obras no sudeste. O trabalho escravo contemporâneo

à prática, mais de 43 mil pessoas foram resgatadas em

não esta apenas nos rincões do país; a exploração se dá

ações de fiscalização. Só em 2012, 2.094 pessoas foram

também nos centros urbanos.

resgatadas. São trabalhadores submetidos a condições

As 43 mil libertações realizadas no país dão uma

até piores do que as dos escravos explorados na época

ideia da dimensão do problema; mas não permitem

colonial no país. Se antes da abolição oficial ser decre-

um retrato exato justamente pelo fato de tal crime en-

tada os trabalhadores eram considerados mercadoria,

volver relações clandestinas, muitas vezes marcadas

e, portanto, sua saúde era uma preocupação para os

por violência física e psicológica. É difícil indicar com

proprietários, os escravos contemporâneos são tidos

precisão quantas pessoas são vítimas de tal violência

como bens descartáveis, facilmente substituíveis.

hoje e onde a exploração acontece. O esforço conjun-

Os explorados de hoje, em boa parte migrantes

to de autoridades, acadêmicos e movimentos sociais

aliciados em regiões paupérrimas, são submetidos a

envolvidos na luta pela erradicação da prática permi-

condições degradantes e de risco com regularidade. O

te, no entanto, delinear algumas particularidades e

Maranhão, estado com os índices sociais mais baixos

tendências. Hoje é possível, por exemplo, relacionar

do país é o principal pólo de aliciamento, mas não o

o trabalho escravo ao desmatamento da Amazônia

único. Nos últimos anos, além de moradores das regi-

para abertura de pastos para pecuária. Devastação e

ões pobres, migrantes de países vizinhos, como Bolívia

superexploração de trabalhadores andam juntas.

32


O Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos organizam uma relação com o nome de todos os empregadores flagrados com escravos – antes de serem incluídos em tal cadastro, mais conhecido como “lista suja” da escravidão, todos têm de 10% dos que estão na “lista suja” hoje estão também na relação de proprietários com áreas embargadas pelo Ibama por terem cometidos crimes ambientais. Na última atualização, mais de um terço eram pecuaristas, a maior parte de fazendas na Amazônia.

JOÃO ROBERTO RIPPER

chance de defesa em processos administrativos. Cerca

As ações de fiscalização explicitam também problemas sistêmicos em alguns setores – como a superexploração de costureiros que trabalham para grifes.

O combate ao trabalho escravo no Brasil, que teve

Collins, Gregory, Marisa, Pernambucanas e Zara es- início durante o governo do presidente Fernando tão entre as empresas em cujas cadeias produtivas fo- Henrique Cardoso (PSDB) e continuidade nos goverram encontrados escravos recentemente.

nos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff

O cadastro oficial serve como base para bancos pú- (PT), tem sido elogiado e hoje é considerado referência blicos restringirem financiamentos e também como no exterior. Para a Relatora Especial da Organização parâmetro para as empresas signatárias do Pacto das Nações Unidas sobre Formas Contemporâneas Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que de Escravidão Gulnara Shahinian, o país foi o que se comprometem a não realizar relações comerciais mais avançou em 2012 no aprimoramento de mecacom os escravocratas modernos. O que significa nismos institucionais anti-escravidão. No ano passaque, quem comete violações de direitos humanos no do, a Proposta de Emenda Constitucional que prevê Brasil pode ter prejuízos. A construtora MRV, por confisco de propriedades de escravocratas avançou exemplo, enfrentou dificuldades devido aos flagran- no Congresso Nacional, tendo sido aprovada pela tes. Principal construtora do programa Minha Casa Câmara dos Deputados. E a lei que prevê a cassação do Minha Vida, a empresa foi inserida em duas ocasiões registro de ICMS de empresas proposta deputado esdiferentes na lista após três diferentes flagrantes. Ao tadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB) foi aprovada em unaentrar no cadastro, a empresa não pôde mais recorrer nimidade pela Assembleia Legislativa de São Paulo. a novos financiamentos na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil. Não por acaso, a empresa acio-

* Artigo escrito pela equipe da Organização Não

nou a Justiça para suspender ainda que temporaria- Governamental Repórter Brasil a pedido da CIP. Mais mente a inclusão. Assim como outras marcas famosas informações sobre combate ao trabalho escravo concomo a grife Zara, o episódio fez com que as ações da temporâneo podem ser encontradas no site http://www. construtora caíssem na Bolsa de Valores.

reporterbrasil.org.br 33


360º po r Guita Feld man acadêmico da biblioteca nacional de israel, professor haggai bem Shamai. esses documentos foram achados por acaso numa gruta ocupada por raposas há uns dois anos ao norte do afeganistão e guardados sob a terra segundo o costume de enterrar documentos de cunho religioso. essa geniza afegã, muito distante de israel e nunca encontrada, está hoje em mãos de colecionadores e ‘marchands’ pelo mundo afora. Foi recentemente comprada pela biblioteca nacional de israel das mãos de um ‘marchand’ em israel e mostrada à imprensa.

Ano novo, velhos problemas o presidente da autoridade palestina, mahmoud abbas, assinou um decreto presidencial no inicio do ano, impondo às áreas administrativas o uso do logo “estado da Palestina” no lugar do usado até agora, onde consta “autoridade nacional Palestina”. a medida criou um movimento de crítica forte por parte de organismos judaicos americanos por julgarem que a criação desse logo demonstra que o Fattah não está re- Sorvete da paz na galiléia, um muçulmano e um kibbutznik abriram almente interessado em fazer a paz com israel. uma sorveteria onde a língua comum é o som de uma Boas notícias lambida. adam Ziv e alaa Sawitat são os donos da sorFoi desmantelada uma célula terrorista da al-Qaëda, veteria bouza (sorvete, em árabe) que tem uma clientela na etiópia. o serviço de espionagem etíope afirmou ter de muçulmanos, cristãos e judeus e onde pode-se ouvir prendido um grupo de pessoas que trabalhavam na cé- hebraico, árabe e inglês entre uma lambida e outra. mas lula terrorista afiliada ao al-Qaëda. Segundo a polícia, é o gosto que traz clientes de volta, diz Ziv. “não somos foram apreendidos manuais de aprendizado, vídeos e apenas uma novidade por ser uma sorveteria muçulmaarmas. a corte de justiça etíope já havia reconhecido no-judaica. nós fazemos sorvete que as pessoas gostam.” como culpados no final de 2012 outro grupo de terro- bouza tem clientes de escolas (que pagam o equivalente rista por atos similares. a apenas 1,25 dólares se eles vêm em uniforme escolar) e Ziv é o encarregado de fazer o sorvete enquanto Sawitat Judeus no Afeganistão lida com o lado financeiro do negócio. os ingredientes Uma série de documentos antigos encontrados em são um mix de produtos locais e as importações italianas uma gruta no afeganistão e levados a Jerusalém dá como pastas de nozes e chocolate escuro. uma imagem inédita do cotidiano da comunidade judaica na idade média na Ásia central. “É a primeira “cure o Passado, vez que recolhemos uma importante coleção de doviva o Presente, cumentos que evocam a cultura de judeus que viviam sonhe o Futuro.” nessas terras no início do século Xi”, disse o diretor (Provérbio irlandês) 34


C 100 M 70 Y 0 K 10 C 0 M 60 Y 100 K 0

Alan Zelazo, Bernardo Parnes, Paulo Sergio Goes, Andrea e Paulo Kulikovsky, Hannelore Sara Blum Schonmann, profissionais da Gerdau e do ItaúUnibanco e doadores anônimos.

Graças a estes

parceiros, centenas de

crianças vão ter

a chance de ser alguém quando

crescer. O Lar das Crianças agradece o apoio de todos os seus parceiros. Com a ajuda de vocês, podemos trabalhar por um futuro digno para crianças e jovens, que recebem alimentação, atendimento em saúde, atividades educativas, sociais, culturais e recreativas.


A Juventude da CIP convida para o

Cabalat Shabat Especial de Iom Haatsmaut Os jovens da Congregação farão sua tradicional homenagem ao aniversário de independência do Estado de Israel com um Cabalat Shabat muito especial. Juntos, madrichim e peilim da Avanhandava, Chazit Hanoar e Colônia de Férias conduzirão o serviço e farão a prédica e o kidush. Traga sua família e prestigie.

12 de abril às 18h45 na sinagoga Etz Chaim Informações: 2808-6214

CAMPO DE ESTUDOS FRITZ PINKUSS


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