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Bio-hidrogénio - Uma alavanca ao
GREEN PIPELINE PROJECT Energia natural do hidrogénio está a chegar ao Seixal
A GGND apresentou em outubro o Green Pipeline Project, um projeto que reforçará a posição de liderança, inovação e compromisso da empresa com a descarbonização das atividades de distribuição de gás no nosso país.
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Nuno Nascimento+
AGGND (Galp Gás Natural Distribuição), detentora de nove empresas de distribuição regional de gás e líder do setor em Portugal, apresentou no passado dia 15 de outubro, no Seixal, o Green Pipeline Project, o primeiro projeto em Portugal de injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural. Este projeto, verdadeiramente pioneiro em Portugal, vai abranger cerca de 80 clientes, residenciais, terciários e industriais, dando assim um importante passo no plano de transição energética nacional. Estes clientes deverão receber a mistura de gás natural e hidrogénio já no primeiro trimestre de 2022, que arrancará com uma injeção de 2% de hidrogénio na rede de gás natural, subindo gradualmente esta percentagem até um máximo de 20% num período de 2 anos, duração estimada para a realização deste projeto piloto. Todo o processo será monitorizado e acompanhado em detalhe por um grupo de especialistas, de forma a que este projeto possa tornar-se uma referência de boas práticas, para muitos outros projetos que certamente irão ocorrer no futuro, tanto a nível nacional como internacional. Pela sua relevância, inovação e oportunidade no objetivo global do plano de transição energética nacional, o Green Pipeline Project conta com a participação de vários parceiros, desde a área da engenharia à construção, juntando os contributos da academia e de instituições públicas e privadas. De referir ainda que o hidrogénio verde, 100% renovável, vai ser produzido no Parque Industrial do Seixal, através da parceria com a empresa local Gestene.
Evento de apresentação com ilustres representantes do setor energético
No evento de apresentação do projeto, marcaram presença o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, o Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, o Diretor Geral da Direção Geral da Energia e Geologia, João Bernardo e o Membro da Comissão Executiva do Fundo de Apoio à Inovação, Bruno Veloso. Para Gabriel Sousa, CEO da GGND, “este projeto pioneiro é um marco importante para o sistema energético nacional, porque promove uma mudança para uma economia mais verde, tendo como base uma das redes de distribuição de gás mais modernas da Europa. Na qualidade do maior operador da rede de gás em Portugal, a GGND está profundamente empenhada em contribuir para o cumprimento das metas de descarbonização com que o país está comprometido.” Este projeto é financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação (FAI), tendo este atribuído ao Green Pipeline Project a avaliação de mérito excecional, pelo seu caráter inovador e relevância no momento atual. Para Bruno Veloso, Membro da Comissão Executiva do Fundo de Apoio à Inovação, “a atribuição de mérito excecional ao Green Pipeline Project, é o resultado de um projeto ambicioso, inovador e pioneiro no nosso país, que pretende democratizar o acesso a uma economia mais verde, fazendo desde já, chegar as moléculas de hidrogénio a casa das pessoas, garantindo as condições de segurança e minimizando os impactos pela sua utilização nos equipamentos de queima. Saliente-se ainda que os resultados e o conhecimento obtidos com este projeto serão do domínio público, particularmente do interesse de todos os stakeholders, fundamental para o rápido crescimento de projetos power-to-gas e garantindo que o investimento público resulta em benefício de todos.”
Aquisição de conhecimento em primeira mão
O Green Pipeline Project permitirá à GGND adquirir conhecimento direto das tecnologias relacionadas com a mistura e distribuição de misturas de hidrogénio/gás natural. O projeto abordará, entre tantos temas: • O comportamento dos diferentes materiais e equipamentos face à presença de hidrogénio; • A eficácia do processo de mistura idealizado pela GGND; • A medição da energia na mistura resultante; • Os processos de contabilização da energia consumida pelos utilizadores. O conhecimento adquirido, que será partilhável com as partes interessadas, colocará a empresa numa melhor posição para lidar com outros projetos de injeção de hidrogénio nas redes de gás, que estão a começar a surgir no nosso país.
O potencial do nosso país na transição energética
Portugal apresenta recursos naturais e endógenos extremamente vantajosos, por comparação com os restantes países da União Europeia. A elevada exposição a energias renováveis, nomeadamente em termos de sol, vento e água, oferece ao nosso país enormes vantagens competitivas no caminho da transição energética. Adicionalmente, beneficia também de ativos físicos importantíssimos, nomeadamente no que diz respeito à rede de gás natural, que é das mais }
recentes da Europa e construída 94% em polietileno, assegurando as condições adequadas para a distribuição futura de hidrogénio em toda a rede de gás atualmente existente. O Green Pipeline Project assume-se como o início de um processo de transição energética nacional, assegurando o aproveitamento das atuais infraestruturas disponíveis e contribuindo, assim, de forma determinante, para o compromisso de Portugal na autossuficiência energética, no desenvolvimento económico e na preservação do ambiente.
Impacte ambiental real
A introdução de 20% de hidrogénio verde na rede de gás natural, para o caso concreto do Green Pipeline Project, evitará a emissão anual de cerca de 60 toneladas de CO2 para a atmosfera, o equivalente a plantar cerca de 3.000 ha de floresta. l