HajaSaúde! Jan-Fev 2015

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HajaEntrevista! Nuno Gonçalves, presidente do NEMUM Página 5

FICÇÃO CIENTÍFICA HajaMemória!

A Histeria, uma História para rir (e chorar) Página 7

HajaCinema!

Concelhos da Rebecca!

E tu? Já acordaste hoje? Página 14

E assim nasce BECCA 2, ou re-BECCA. Porque é repetida. Página 27


HajaEditorial!

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HajaBreves!

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hajaEntrevista!

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HajaMemória!

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Haja Ciência!

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HajaTecnonologia!

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HajaBraga!

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HajaLivro!

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HajaCinema!

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HajaGalardões!

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HajaExpectativas!

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HajaDesporto!

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HajaConto!

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HajaSexualidade!

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HajaNEMUM!

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HajaDesafio!

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HajaPassatempos!

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HajaGula!

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HajaAgenda Cultural!

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HajaPaciência!

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HajaHumor!

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Joana Silva, 3º Ano

NELSON MANDELA

Passado um árduo e exímio ano de

Homem encontrar algo maior, o sonho do

trabalho, chega uma nova direção do HajaSaúde!, constituída por mim, editora,

conhecimento, o sonho de almejar o desconhecido, o sonho de se superar a si

pela Sofia Milheiro, editora adjunta e por

mesmo. Devido a esta ânsia de

todos os nossos colegas que tornam

conhecimento e de evasão da realidade,

possível a realização deste projeto.

surgiu a Ficção Científica, permitindo ao

Sendo este um jornal feito por alunos e para os alunos, durante este ano o nosso

Homem sonhar (ainda mais) com mundos paralelos e realidades distintas. Além disso, tal como o HajaSaúde!,

própria linguagem” dos estudantes da nossa

também o NEMUM estreia uma nova

escola, Assim, o HajaSaúde! marcará

direção, direção essa liderada pelo Nuno

presença nas festas organizadas pelo NEMUM (como aconteceu na Red Party) e

Gonçalves. Nesta edição poderás ler a entrevista que lhe fizemos e saber alguns

estreia, nesta edição, uma nova secção do

dos objectivos que pretendem cumprir neste

nosso jornal: o HajaDesafio!, para onde os

ano.

desafiados a enviar algo (um poema, um texto, um desenho, uma fotografia,…) que se relacione com o tema da edição em causa. Além disso, para os mais gulosos, temos uma pequena surpresa: folheia as páginas e vê por ti mesmo! Além disso, fica também aqui um desafio a todos vocês que estão a ler esta edição: se gostarias de colaborar connosco

Te r m i n o e s t e H a j a E d i t o r i a l ! congratulando a anterior direção do HajaSaúde! pelo seu magnífico trabalho e agradecendo à oportunidade que me cederam e a todo o apoio que me tem sido dado. Aos estudantes que lêem este nosso projecto e que nos apoiam: o nosso sincero obrigado. Sem mais, boas leituras e…

és sempre bem-vindo! Temos um lugar à tua espera e, quiçá, bolachas!... Por acaso não temos, mas podemos passar a ter. Desde as civilizações clássicas que o Espaço tem vindo a fascinar o Homem, sonhando este com outros mundos e outras realidades. O Espaço surge, então, como o desconhecido e como o sonho: o sonho do

... Deixem-se levar para outro mundo!

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objectivo será, cada vez mais, “falar na

alunos não integrantes da equipa são

HajaEditorial!

“Se falares a um homem uma linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na sua cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entralhe directamente no coração.


João Lima, 1º Ano

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HajaBreves!

Eleita Nova direção do HajaSaúde No passado dia 11 de Fevereiro tomou posse a nova direção do HajaSaúde!, tendo como Editora Joana Silva e Editora Adjunta Sofia Milheiro. A nova direção foi aprovada por unanimidade na 54.ª Assembleia Geral do NEMUM e foi congratulada e apoiada pelo atual Presidente do NEMUM, Nuno Gonçalves.

Escola de Ciências da Saúde con0nua a crescer...

Certamente, não passaram despercebidas as obras que estão a ser feitas junto à ECS. Para quem ainda não percebeu o que é, trata-­‐se do novo biotério da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho. Foi colocada, em Janeiro, a primeira pedra para a construção do novo biotério, que será um local onde serão criados e man0dos animais para servirem de cobaia em inves0gação cienJfica “de úl0ma geração e de acordo com aquilo que são as melhores prá0cas internacionais no domínio das ciências da vida e da saúde”, disse o reitor da Universidade do Minho, António Cunha. Se as previsões es0verem certas, a obra deverá estar concluída no úl0mo trimestre de 2015.

Nova técnica de extração de pedras nos rins “Extrair pedras nos rins demora atualmente duas horas e depende muito quer da experiência do cirurgião quer do uso de radioscopia, que pode ter consequências sérias de radiação no doente e no cirurgião. Na prá0ca, ‘pica-­‐se’ com uma agulha de 20 cenJmetros na zona lombar do paciente, abrindo caminho aos instrumentos cirúrgicos para a remoção. Mas a técnica que agora criámos é mais rápida, menos invasiva e permite ver no ecrã do computador a rota que a agulha deve seguir”, resume Estevão Lima, professor da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, cien0sta do Ins0tuto de Ciências da Vida e da Saúde e diretor do serviço de Urologia do Hospital de Braga. O novo processo, que demora, em média, um a dois minutos, facilita ainda a tarefa a médicos menos experientes e aumenta a segurança dos procedimentos.

A folha “Biónica” O químico Daniel Nocera e a sua equipa inventaram a “folha biónica”, através de um sistema que u>liza bactérias para converter energia solar em combusAvel líquido. “Esta é uma prova de que conseguimos colher a energia solar e armazená-­‐la sob a forma de um combusJvel líquido“, afirma a inves0gadora Pamela Silver, uma das autoras do paper. O próximo passo será aumentar a eficiência deste sistema, através da o0mização do catalisador e das bactérias. O obje0vo é conseguir 5% de eficiência, o que seria consideravelmente superior ao processo de fotossíntese natural, cuja eficiência é apenas 1%. “Estamos quase a uma taxa de 1% de eficiência na conversão de luz solar em isopropanol […] Houve 2,6 mil milhões de anos de evolução, e a Pamela e eu, em apenas um ano e meio a trabalhar juntos, já alcançamos a eficiência da fotossíntese.”, disse Daniel Nocera.


Rafael Machado, 1º Ano | Pedro Peixoto, 4º Ano

NUNO GONÇALVES

HS: Já que falas dessa inovação, quais é que vão ser os principais projetos este ano?

Nuno Gonçalves (NG): A minha motivação foi crescendo em sintonia com a minha paixão pelo associativismo e pelo NEMUM ao longo do último ano. Foi uma vontade de dar continuidade ao exímio trabalho realizado pelos meus antecessores e por uma vontade de fazer ainda mais, ainda melhor, de levar a representação estudantil dos alunos da ECSUM a um nível superior. É sem dúvida um enorme desafio que se revela numa motivação ímpar por parte de todos os elementos da minha direção. HS: Quais são as tuas prioridades para esta direção? NG: A principal será a representação estudantil e tudo que envolva os estudantes, ou seja, este ano também vamos dar muito foco às políticas de saúde e educação médica que estão constantemente a sofrer mudanças especialmente nos últimos tempos, tanto as mudanças ao nível do internamento médico e mesmo em termos a educação médica local nomeadamente em comunicação com a escola, com a presidência e com o diretor de curso. O nosso principal foco é mesmo esse. Mais tarde, iremos providenciar aos estudantes as melhores atividades tanto ao nível do

HS: Quais são os maiores desafios do NEMUM? NG: Os maiores desafios coincidem com o nosso maior foco, que é a educação médica e as políticas de saúde, sem dúvida. HS: Já que falas em educação médica, quais é que pensas virem a ser os pontos mais marcantes para os estudantes de Medicina, em Portugal? NG: A mudança da prova nacional de seriação, a existência ou não do ano comum, a inclusão da média de curso e a suscetível ponderação ou não. Penso que estes três pontos irão marcar muito, daqui para a frente, o futuro dos estudantes. HS: Como é que o NEMUM vai trabalhar as temáticas no seio da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM)?

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HS: Hoje estamos com o Nuno Gonçalves, o novo presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) que nos vai ceder uma entrevista para o HajaSaúde! e que sairá na próxima edição de janeiro/fevereiro. Boa tarde Nuno, gostava de começar por perguntar o que te levou a candidatares à presidência do NEMUM.

NG: Nós estamos neste momento a terminar um plano de atividades, porém já poderei revelar algumas que lá estarão. Manteremos o congresso, neste caso, a oitava edição do Minho Medical Meeting (MMM), a Aldeia Feliz e o Hospital dos Bonequinhos e serão mantidas as principais atividades anteriormente realizadas. Todavia, o p r i n c i p a l o b j e t i v o é m e l h o r ; é i n o v a r, é transcendermo-nos, e por isso serão criadas mais atividades. Neste momento, estamos em plano de criação do Primeiro Concerto Solidário do NEMUM, cujas receitas são revertidas para a vertente solidária. Estamos também a planear atividades aliadas à promoção da vida saudável e a pensar em atingir outros públicos-alvo, como é o caso de cidadãos com deficiência a nível motor, queremos inovar.

HajaEntrevista!

ENTREVISTA

complemento curricular, de congressos, de workshops como a nível recreativo e cultural. Dou como exemplo os workshops de Domínios Verticais, organizado pelo Departamento Cultural e Recreativo, para manter a vertente comunitária, a Aldeia Feliz, o Hospital dos Bonequinhos e, a nível de Marketing, a Feira do Livro Sublinhado, que se tornam muito importantes para os nossos estudantes; focar principalmente na melhoria destas excelentes atividades e tentar sempre inovar.


HajaEntrevista! 6

NG: Vamos tentar sempre promover uma participação ativa e interventiva. Queremos mesmo transmitir a vontade e os desejos dos nossos estudantes, queremos marcar a nossa posição e queremos que os estudantes da ECS-UM sejam ouvidos no plano nacional. HS: O trabalho do NEMUM é importante tanto a nível nacional como a nível local, a integração no seio da AAUM e o trabalho com outros núcleos associativos inseridos na associação. Como é que esperas que o NEMUM fomente esse trabalho? NG: O NEMUM tem várias atividades em parceria com a Associação Académica e é nosso interesse continuar e até melhorar pois em qualquer associação há sempre espaço para melhoria, e é isso mesmo que nós pretendemos fazer. Temos como exemplo desta cooperação, a Gata na Saúde que providencia o apoio médico em atividades desportivas; porém, nós queremos envolver ainda mais os nossos estudantes nas atividades da associação académica. No caso dos núcleos, o mesmo queremos que suceda, através do contacto já com outras associações/núcleos da Universidade do Minho, de forma a criar uma relação mais estreita e profícua. HS: Relativamente à proximidade dos alunos da ECS-UM com o NEMUM, tens alguma perspetiva de como melhorar essa relação de proximidade? NG: Eu gosto de pensar que o NEMUM é para os estudantes e a verdade é que é… E é nosso objetivo que o seja, sendo algo que já tem vindo a melhorar desde os anos anteriores. Pretendemos que se torne um porto seguro e um local de conforto, um lugar de continuidade, não só um espaço escolar onde apenas se estude, que seja um local dos estudantes. Fomentamos uma melhor comunicação, que os estudantes nos procurem e que nós nos dirijamos a eles. Para nós esta proximidade é fundamental e são eles que nos enchem de motivação. HS: Para terminar esta entrevista, gostava de te perguntar qual é o balanço que fazes do trabalho da direção cessante? Qual é a imagem que o NEMUM tem atualmente na sociedade? NG: O reconhecimento do NEMUM tem vindo a crescer nos últimos anos, visto que, sendo nós uma associação recente e pouco conhecido há

uns anos, o NEMUM já é uma referência em algumas vertentes e em algumas atividades, mesmo na comunidade envolvente. Por exemplo, o Minho Medical Meeting, a Corrida Vital, a Aldeia Feliz, o Hospital dos Bonequinhos, muito têm contribuído para a imagem do NEMUM, o que nos deixa orgulhosos, motivados para fazer ainda melhor. Isto deveu-se, absolutamente, ao trabalho dos meus antecessores, foi um trabalho exímio, que pautou sempre pelo rigor, pela excelência e pela dedicação; é um legado que nos deixa receosos de não os atingir, contudo, têm-nos apoiado e encaminhado imenso, felizmente, com conselhos e dicas, tendo como máxima levar o NEMUM ainda mais além. HS: Gostavas de deixar uma nota final para esta edição do HajaSaúde!? NG: Antes de mais, queria dar os parabéns a esta iniciativa, porque é dos estudantes sem qualquer comparticipação financeira e, por isso, louvo a participação e o voluntariado; dou os meus parabéns ao HajaSaúde!. Deixo uma mensagem para os estudantes: O NEMUM tanto este ano como no futuro será sempre centrado neles, um lugar ou conjunto de elementos e de colegas que os d e f e n d e m , q u e o s re p re s e n t a m , q u e o s compreendem e que sempre os apoiarão. HS: Obrigado por esta entrevista ao HajaSaúde! e esperamos encontrarmo-nos num futuro para nos presenteares com o balanço positivo deste mandato.


Sofia Leal Santos, 4º Ano

(E CHORAR)

Há histórias que nos fazem olhar o passado com estranheza, trazendo consigo perplexidade: como pôde ser assim? Para quem vive neste momento histórico, elas parecem de tal forma bizarras, que mais se assemelham a ficção científica - mas aconteceram. Esta é uma delas.

Hipócrates terá distinguido, já no séc. V a.C., as crises da histeria das da epilepsia, explicando as primeiras (que tipicamente acometiam mulheres) como consequência de movimentos anormais do útero. Os movimentos migratórios do útero seriam desencadeados por “maus humores” acumulados por falta de atividade sexual adequada (vulgo, dentro dos laços do casamento) que promoveria a sua purga. Sugeria, por isso, o casamento como solução para as mulheres solteiras e viúvas que sofriam deste mal e, preferencialmente, a gravidez. Outra recomendação que foi difundida e seguida, ainda por vários séculos subsequentes, consistia em utilizar odores para guiar o útero de volta ao seu local correto: as senhoras deveriam, por exemplo, carregar consigo frasquinhos com maus odores para inalar, afastando assim o útero da cabeça e do tórax, quando o malandro as apoquentasse com as suas deambulações internas. Bons odores chamariam o útero de volta ao seu lugar. No séc. II d.C., Cláudio Galeno partilhou uma visão similar à de Hipócrates. Já Galeno propunha, como terapêutica, uma prática que foi reiterada e popularizada noutras épocas, como veremos adiante: a de massajar a genitália feminina até a doente atingir um “paroxismo”, ficando aliviada da sua tensão. Esta prática podia ser exercida por um médico ou uma parteira, no caso de a

doente não ter marido (ou de a sintomatologia persistir apesar das investidas deste). Este “paroxismo”, contudo, jamais era referido como um orgasmo – as mulheres, aparentemente, não tinham disso. Na Idade Média, as ideias destes autores e seus discípulos foram difundidas na Europa por Avicena (980-1037) e Maimonides (1135-1204), entre outros. Devido ao poder que a Igreja detinha, nesta época, e o crescimento da sua imposição política, a visão sobre as crises de histeria mudou também neste período. A partir do séc. XIII d.C., as crises de histeria eram vistas como sinal de presença do demónio, tendo as mulheres com estas manifestações que ser exorcizadas. Este exorcismo não era uma cura, mas sim um castigo – que foi, aliás, aplicado a propósito de outras patologias psiquiátricas. No Renascimento e restante Idade Moderna, as ideias de Hipócrates e Galeno continuavam a prevalecer entre a comunidade médica mas, nos países sujeitos à Contra-Reforma, era a visão demoníaca que dominava. Muitas mulheres terão sido julgadas e condenadas como “bruxas” por episódios de “histeria”, quando não por falsas confissões forçadas. Nos E.U.A., no séc. XVII, ocorreu o famoso caso das “bruxas de Salem”, que resultou em centenas de julgamentos e em vinte execuções, e que contaria também com episódios do género, num enredo mais complexo. Entretanto, as perspetivas sobre a histeria não haviam estagnado: no séc. XVI, a disseção anatómica acrescentara detalhe ao conhecimento prévio, nomeadamente graças a Andreas Vesalius e Ambroise Paré. Thomas Willis introduziu a noção de que os sintomas da histeria estariam ligados não ao útero mas ao sistema nervoso e Thomas Sydenham

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De entre os mal-entendidos históricos acerca da saúde mental, a histeria (do grego para “útero”, ou “do útero”) apresenta-se como um exemplo caricato. Descrita ao longo dos séculos de variadas formas, servindo de capa a inúmeras síndromes não esmiuçadas, esta patologia englobou sinais e sintomas como sensação de asfixia, sintomas de ansiedade extrema, alterações da sensibilidade, parésias ou até convulsões.

HajaMemória!

A HISTERIA, UMA HISTÓRIA PARA RIR


HajaMemória!

desaparecido, a prática tornou-se abertamente publicitada e incentivada, tendo constituído uma fonte de rendimentos brutal para muitos médicos

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acrescentou ao conceito de histeria uma panóplia mais vasta de sintomas somáticos, ambos no séc. XVII.

Charcot a demonstrar hipnose em doente com histeria, apoiada por Joseph Babinski, em aula no Salpêtrière.

O estudo sistemático das apresentações da histeria chegou com Jean-Martin Charcot, um dos pais da Neurologia moderna (cuja mente minuciosa pariu grande parte dos síndromes neurológicos que estudamos). Encarou a histeria como uma doença neurodegenerativa, de transmissão hereditária, e estudou o efeito da hipnose nas suas doentes no Asilo de Mulheres do Hospital Salpêtrière, em Paris, acreditando que estas apresentavam maior suscetibilidade à hipnose, e que esta replicava as fases da histeria. Na época vitoriana, segunda metade do séc. XIX, a histeria ganhou um destaque sem precedentes, entre a alta burguesia. Os terapêuticos frasquinhos com aromas ora desagradáveis ora convidativos, para orientar úteros desorientados, foram comummente usados. A terapêutica médica que consistia na massagem dos genitais das doentes até ao “paroxismo histérico” tornou-se muito popular nalguns países, nomeadamente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Embora nunca tivesse

que a exerciam. Esta prática trazia, contudo, um problema: cãibras nas mãos. E foi para solucionar este problema dos excelentíssimos doutores que surgiram, no despontar do séc. XX, os vibradores. Não, não foi para dar prazer às mulheres. É preciso relembrar: no discurso socialmente aceite, as mulheres não tinham orgasmo, não deviam ter desejo sexual ou, pior ainda, masturbarem-se. O vibrador foi assim o quinto eletrodoméstico a ser inventado, seguindo-se à máquina de costura, torradeira, chaleira e ventoinha. O aspirador e o ferro elétrico surgiram apenas uma década depois. Outro tratamento utilizado, este apenas em Spas, consistia em jatos de água fria dirigidos à região pélvica – com sessões terapêuticas limitadas a 4-5min, para evitar abusos. Nos anos 20, quando alguns instrumentos “terapêuticos” começaram a figurar em filmes pornográficos, deixaram de ser publicitados e vendidos como produtos medicinais para donas de casa terem por perto.


antes de mais, uma falha daquelas mulheres. Foi possível que a introdução de um espéculo para exame ginecológico levantasse pruridos a puritanos, mas que a masturbação-medicamente-assistida fosse tida como um ato meramente médico, já que não simulava o “verdadeiro” ato sexual. Foi possível que o discurso politicamente correto fosse este. Quanto aos discursos privados, pouco nos chegou, sobra-nos adivinhar; manter registos de práticas condenadas (hoje tidas como banais) poderia desonrar ou prejudicar gravemente mulheres e homens noutros tempos (ou, neste tempo, noutros pontos do mundo). Mas certamente muitas “doentes”, e muitos casais afortunados, sabiam o que se estava realmente a passar… e gozavam com tudo isso.

HajaMemória!

Na senda de Charcot, neste período, Pierre Janet prosseguiu no estudo da histeria, recorrendo ao hipnotismo. Sigmund Freud, também aluno do mesmo mestre, dedicou-se a este tema, em parte c o m J o s e p h B re u e r. F re u d t ro u x e u m a perspetiva nova, explicando a histeria com base em experiências e conflitos de infância, que levariam a uma evolução sexual incompleta do indivíduo, e a incapacidade de satisfazer as suas necessidades. Apesar de considerar a doença predominantemente das mulheres, notou também a existência desta

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Duche pélvico francês, 1860 de Fleury, reproduzido a partir de Siegfried Giedion, Mechanization Takes Command (New York: Oxford University Press, 1948)

p a t o l o g i a n o s h o m e n s . O u t ro s a u t o re s abordaram mais tarde a questão da histeria nos homens, nomeadamente quanto a crises conversivas em soldados na I e na II Grandes Guerras. O termo “histeria” foi abandonado pela Sociedade Americana de Psiquiatria apenas em 1952, e o conceito de neurose histérica deixou de figurar na DSM apenas em 1980. De acordo com a classificação do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – IV, os quadros de histeria, hoje, inscrever-se-iam entre as ditas Perturbações Somatoformes e Dissociativas. Vale a pena pensar em como conceitos básicos acerca da sexualidade puderam mudar tanto nos últimos anos e, sobretudo, como puderam permanecer tantos séculos no mesmo estado. Sendo o discurso dominante androcêntrico, o prazer feminino nunca surgia como prioridade. Sendo o ato sexual canónico a penetração e nada mais, a incapacidade de três quartos das mulheres para atingir o orgasmo com esta prática não revelava lacunas ou outras necessidades; revelava,

Bibliografia: Maines, R P. (1999). The Job Nobody Wanted. In: Johns Hopkins University Press The Technology of Orgasm: ‘Hysteria’, the Vibrator, and Women’s Sexual Satisfaction. Baltimore: Johns Hopkins University. Tasca C, Rapetti M, Carta M G, Fadda B. (2012). Women And Hysteria In The History Of Mental Health. Clinical Practice & Epidemiology in Mental Health. 8, 110-119.


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HajaCiência!

António Mateus-Pinheiro, 4º Ano

E SE UM SIMPLES BRAIN SCAN PUDESSE AJUDAR NA PREVENÇÃO DE DOENÇA MENTAL PRECIPITADA PELA EXPOSIÇÃO AO STRESS?

À luz do conhecimento actual, temos nós a capacidade de prever como é que o cérebro de cada um reagirá perante eventos adversos do nosso dia-a-dia? Seremos nós capazes de saber o risco que determinado indivíduo tem para o desenvolvimento de patologia psiquiátrica? Os autores de um estudo recente, publicado na revista Neuron, crêem estar em bom rumo para responder a estas questões.

Um acidente de carro, a perda de alguém que nos é querido ou um exame integrado na ECS (sendo este último exemplo insuspeito, em absoluto…) são apenas alguns exemplos da miríade de stressores com que nos podemos deparar ao longo da nossa vida. Se é verdade que alguns lidam com estes desafios como se nada fosse, é também certo que estes eventos de vida são para muitos precipitantes de perturbações de ansiedade ou quadros depressivos. A pergunta que muitos neurocientistas se colocam é “podemos nós prever o quão bem ou mal iremos lidar com os maus momentos que inevitavelmente aparecerão na nossa vida?”. Uma pista para a resposta a esta questão poderá ter sido dada por um estudo da Universidade de Duke, isto segundo a autora Johnna Swartz: “O que queríamos saber era se poderíamos encontrar um marcador cerebral que nos desse indicação para que a pessoa procurasse tratamento antes de uma fase em que a doença se torne tão disfuncional que interfira gravemente com a vida da pessoa. Isto porque habitualmente pessoas com perturbações do humor ou de ansiedade procuram tratamento numa altura em que os sintomas estão já instalados e são severos”. Diversas abordagens têm sido adoptadas ao longo dos últimos anos, com especial ênfase na caracterização de potenciais biomarcadores hormonais ou genéticos com poder preditivo para o desenvolvimento de psicopatologia. Várias equipas,

com projectos financiados na casa dos milhões de euros, publicaram já os resultados dos seus estudos relativos esta busca pelo “predictor biológico de vulnerabilidade ao stress”, mas os resultados têm-se revelado francamente desanimadores. Agora, os autores deste estudo, publicado recentemente na revista Neuron, submeteram alunos universitários saudáveis a exames por ressonância magnética funcional (fMRI), enquanto lhes eram apresentadas caras com expressão agressiva ou assustada, que sinalizam perigo no meio que os rodeava. A exposição a expressões faciais deste tipo activam, na maioria das pessoas, a região da amígdala, e foram utilizadas para quantificar inicialmente o grau de activação desta região cerebral nos sujeitos em estudo. Após o scanning inicial, e durante 4 anos, os participantes preencheram a cada 3 meses um questionário online no qual registavam eventuais eventos stressantes pelos quais tivessem passado, assim como escalas de ansiedade e depressão. Curiosamente, os resultados do estudo revelaram que no grupo de sujeitos estudado, quanto maior os níveis de activação da amígdala, registados inicialmente por fMRI, maior a severidade dos sintomas de ansiedade e depressão descritos pelos participantes nos 4 anos seguintes. “Constatar que esta única variável medida no cérebro dos participantes do estudo é capaz de nos dizer algo acerca da susceptibilidade desses sujeitos a eventos stressantes, até 4 anos após o scanning é algo de verdadeiramente notável e novo” salientou o senior author do estudo, o Prof. Hariri do


Se quiserem saber mais, fica a referência do artigo: Johnna R. Swartz, Annchen R. Knodt, Spenser R. Radtke, Ahmad R. Hariri. A Neural Biomarker of Psychological Vulnerability to Future Life Stress. Neuron, Published February 4 2015. Fonte dos autores: Press release; Duke University

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Este estudo é parte de um projecto maior designado por Duke Neurogenetics Study, que recolhe dados relativos a genes, actividade cerebral, factores ambientais e caracterização sintomática relacionáveis com o desenvolvimento de doença psiquiátrica. O objectivo último do projecto é compreender porque é que alguns de nós são mais vulneráveis no desenvolvimento de doenças mentais. A próxima fase do estudo, já a decorrer, irá centrar-se na análise do DNA colhido a partir da saliva de cada indivíduo. Pretende-se assim tentar

e n c o n t r a r m a rc a d o re s p e r i f é r i c o s q u e s e correlacionem com os padrões de activação cerebral descritos neste estudo. Porquê? A razão é, na verdade, essencialmente prática: os autores pretendem saber se é possível através de uma simples amostra de saliva ter um indicador indirecto da actividade cerebral de cada indivíduo. Se de facto for esse o caso, seria possível estudar o risco ou a vulnerabilidade de cada pessoa para o desenvolvimento de psicopatologia sem ter que recorrer a exames neuroimagiológicos onerosos, bastando apenas analisar uma amostra de saliva. Se esta perspectiva é pura sci-fi ou realidade, cá estaremos para ver.

HajaCiência!

Duke Institute for Brain Sciences. “Queremos continuar a seguir estas pessoas para tentar perceber o que é que os padrões de a c t i v a ç ã o c e re b r a l n o s podem dizer quanto ao risco destas pessoas puderem vir a desenvolver psicopatologia no futuro”, diz o autor.

Jorge Silva, 4º Ano| Ana Sofia Milheiro, 4º Ano

Nesta edição, o HajaTecnologia! traz-vos duas icónicas ferramentas da célebre série de ficção científica britânica Doctor Who, assim como uma das tecnologias mais simples e versáteis que figura na série de videojogos Portal.

A primeira é nada mais nada menos que a nave espacial do Doctor: uma Time And Relative Dimensions In Space Tipo 40. As TARDIS são naves espaciais biológicas, que crescem a partir de uma espécie de coral oriundo de Galliffrey. Estas sencientes naves desmaterializam-se, atravessam o Space-time Vortex (Vórtex Tempo-Espaço) e voltam a materializar-se no local de destino, podendo este ser Veneza em 1580 ou The Library (A Biblioteca) no século 51. Para além destas suas capacidades, outra característica única das TARDIS é que o seu interior é maior do que suporíamos pelo seu exterior. Isto é facilmente explicado pela sua transcendência dimensional: o interior e o exterior da TARDIS existem em dimensões separadas. Esta característica é a responsável pela conhecida expressão “It’s bigger on the inside!” (“É maior no interior!”) ou, quiçá menos comum, “It’s smaller on the outsider!” (“É menor no exterior!”), sendo que o Doctor mostra uma clara predileção pela primeira forma. Como se isto ainda não fosse suficientemente espetacular, estas naves são ainda

O Doutor, vulgo The Doctor, é um alien originário do planeta Galliffrey, que viaja através do tempo e do espaço, com diversos companheiros,

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para salvar o Universo (Para compreender melhor termos como Gallifrey e outros afins que possam surgir ao longo deste texto, recomendamos, desde já, a sua consulta no motor de busca mais próximo).

HajaTecnologia!

Graças à tecnologia, o impossível é fácil!


O segundo objeto é bem mais pequeno,

Screwdriver (Chave de Fenda Laser); a Pandorica ou apenas perceber as múltiplas vantagens de utilizar um laço, veja a série! A série de videojogos Portal foi recebida com sucesso a nível universal, e conta a história da personagem principal Chell, que acorda subitamente nas instalações do Aperture Science Enrichment Center, e que tem de ultrapassar várias câmaras de testes com o recurso à tecnologia que aqui trazemos: o Aperture Science Handheld Portal Device (dispositivo manual de portais da Aperture Science). Este dispositivo muito útil permite a criação de “portais”, isto é, janelas colocadas em paredes que estão ligadas: basta disparar um portal azul num local e um portal laranja noutro, sendo que, ao entrar-se por um deles, sai-se através do outro criado. Ou seja, conseguimo-nos tornar em autênticos fantasmas que atravessam paredes!

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HajaTecnologia!

dotadas de um sistema de camuflagem, o Chameleon Circuit (Circuito Camaleão), que permite que estas assumam diferentes formas e feitios, de forma a melhor se esconderem no ambiente que as rodeia. Infelizmente, na TARDIS do Doctor, para além de múltiplas disfunções dos sistemas de navegação, este Circuito está avariado, pelo que esta ficou então presa na forma de uma antiga cabine azul da Polícia. Na nossa opinião, poderia ter sido bem pior.

mas não menos fantástico: a Sonic Screwdriver (Chave de Fenda Sónica). Este exemplo da avançadíssima tecnologia de Galliffrey consegue controlar as propriedades dos átomos e das moléculas à pequena escala. Deste modo, o pequeno dispositivo é convenientemente capaz de fazer exames médicos, funcionar como controlo remoto de outros dispositivos, detetar vida alienígena, apertar parafusos sem lhes tocar e, fundamentalmente, abrir fechaduras, com exceção das fechaduras de madeira e dos Deadlock Seals (Selos de Bloqueio?). É um instrumento que se autorepara, mas que, ocasionalmente, precisa de ser posto a carregar e com algumas limitações, pois não pode ser utilizado para ferir, mutilar ou matar seres vivos. Os diferentes Doctors já apresentaram diferentes designs e softwares da sua Sonic Screwdriver, sendo possível encontrar as mais variadas aplicações em cada um delas. Se quiser descobrir mais sobre este Universo como o amigável cão-robot chamado, por pura coincidência, K-9; a mortífera Laser

Por outro lado, podemos fazer recurso às leis da física, e ganhar algum movimento: colocando um dos portais no chão e outro numa parede, podemos saltar para o portal do chão e sair a voar pelo portal que colocamos na parede. O videojogo faz uso de todos estes mecanismos (e outros bastante mais complexos!) de modo a que a personagem consiga progredir ao longo dos vários níveis. Quais não seriam as possibilidades deste dispositivo se ele realmente existisse? Imagine deixar de subir escadas, de transportar pesos ou até passar a ter um meio de transporte realmente mais conveniente e rápido! Se ficou curioso, porque não visitar o Aperture Science Enrichment Center? Pode ser que até lhe ofereçam bolo!


Joana Silva, 3º Ano

BRAGA E O MUNDO AO CONTRÁRIO

HajaBraga! 13

Braga é uma cidade cheia de encantos, belezas e, mais do que isso, de mistérios… De mistérios como aquele que vos vou contar hoje. Quem já foi ao Bom Jesus de carro, por certo sabe ao que me refiro: ao mistério da estrada mágica do Bom Jesus! O fenómeno que acontece nessa dita estrada é que, se os condutores desligarem o motor ou se deixarem o carro em “ponto morto”, o carro aparentemente sobe uma rua que está a descer. Estranho, não é? Algumas lendas rezam que é bruxaria, outras dizem que se deve ao magnetismo terrestre, sobretudo do solo que se encontra debaixo daquela estrada, magnetismo esse tão forte que é capaz de “puxar” um carro estrada acima, outros dizem que naquele sítio em específico a gravidade funciona inversamente,… Eu até consigo inventar outra teoria que consiste em explicar o fenómeno através da aerodinâmica, aplicando o Princípio de Bernoulli (ou não), em como as correntes alteravam, de algum modo, a maneira do carro andar, projectando-o pela estrada acima. Mas não, chega de ficção científica! (momento subtil em que a autora relembra o tema da edição). O episódio é facilmente explicado não por algo complexo, mas sim algo tão simples que é, nada mais, nada menos, um fenómeno de ilusão óptica. Na verdade, o que parece ser uma estrada a descer é uma estrada a subir para outra estrada a subir. Assim, apesar de termos a ilusão de que estamos a descer uma estrada, na verdade estamos a subi-la, logo, se deixarmos o carro sem nenhuma “mudança”, ele vai descer a estrada, tendo nós a impressão de que ele está a subir. Na verdade, esta explicação pode ser comprovada por várias maneiras; por exemplo se largares um objecto não magnético, ele vai “subir”, obrigatoriamente, a estrada ou então, se colocares um nível topográfico no solo, conseguirão visualizar a sua verdadeira inclinação. Ainda não experimentaste este fenómeno? Então passa por lá – é a estrada que “desce” depois de vires do estacionamento do Bom Jesus -, mas passa lá à noite, que assim não causas constrangimentos ao trânsito (como muita boa gente faz, na verdade!) e, se estiveres acompanhado, quiçá podes fazer um desvio… Confuso acerca deste assunto? Visualiza a reportagem que a RTP1 fez, no link: hWp://www.rtp.pt/no[cias/index.php?ar[cle=218557&tm=8&layout=122&visual=61

Ana Sofia Milheiro, 4º Ano

À BOLEIA PELA GALÁXIA (1979), Douglas Adams Para esta edição, decidimos trazer-te um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica. À Boleia pela Galáxia é o primeiro livro de uma “triologia de cinco”, que conta ainda com os títulos: O Restaurante no Fim do Universo (1980), A vida, O Universo e Tudo Mais (1982), Até Mais, e Obrigad0 pelos Peixes! (1984) e Praticamente Inofensiva (1992). Em celebração do 30º aniversário da saga (2009) e cumprindo o desejo do falecido Douglas Adams (que pretendia escrever outro livro), finalizando a série, foi ainda escrito um sexto e último livro, por Eoin Colfer, autor da saga Artemis Fowl.

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O livro foi adaptado para o cinema em 2005, num filme com o mesmo nome, dirigido por Garth Jennings, e que conta com nomes célebres do mundo do cinema como Martin Freeman, Warwick Davis, Zooey Deschanel, Richard Griffths, John Malkovich e Stephen Fry.

HajaLivro!

(Classificação Goodreads: 4,18/5)


HajaLivro! 14

Naquilo que parecia uma quinta-feira aparentemente nada extraordinária, a vida de Arthur Dent, um simples inglês, muda drasticamente. Não só perde a sua casa e o seu planeta, como o seu melhor amigo Ford Prefect revela ser um alien disfarçado de ator desempregado a fazer pesquisa de campo para a nova edição do melhor guia de viagens interplanetário, O Guia do Mochileiro das Galáxias. Assim começa a nossa história, com as imprevisíveis, para Arthur Dent, demolição da sua casa e, para a maioria dos seus habitantes, a do planeta Terra. Apenas segundos antes, Arthur Dent e Ford Prefect conseguem escapar, apanhando boleia de uma nave espacial alienígena. Nesta inesperada aventura, Arthur Dent, um inexperiente viajante interplanetário, vai aprender coisas essenciais tais como a incrível utilidade de uma toalha e a resposta para o sentido da vida, comummente designada “A Resposta” e conhecer personagens inesquecíveis como Slartibartfast, o alien que ganhou um prémio pela criação dos fiordes Noruegueses.

Com interessantes personagens e com humor nonsense, o livro retrata situações mirabolantes e hilariantes, mas acaba por também por em causa diversos pressupostos que temos sobre a vida humana e a sua organização social e não só. É fácil perceber por que é esta “triologia” um m a r c o d a l i t e r a t u r a d e fi c ç ã o c i e n t í fi c a , especialmente quando nos lembramos de quando foi escrito. Apenas 10 anos após o homem ter posto o pé na Lua, Douglas Adams já punha em causa a significância deste pequeno planeta e sonhava em tudo o mais que poderia estar além das estrelas mais distantes. No entanto, percebemos que a ficção cientifica e este sentido de humor são algo que se adora ou simplesmente não se compreende, para os primeiros, digo-vos: não fica muito melhor que isto! Para outros, talvez um peixe de Babel ajude?!

João Dourado, 2º Ano | Núria Mascarenhas, 2º Ano

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HajaCinema!

Crí[ca a “A Origem” (Classificação IMDb:8,8/10) Nesta edição dedicada à Ficção Cientifica, resolvemos falar sobre um clássico que Christopher Nolan (diretor, roteirista e produtor de célebres longas e curtas metragens tais como: Memento, Insomnia, a saga Batman, Transcendence, Interstellar, etc.) demorou 10 anos a escrever: Inception – A Origem Esta peça cinematográfica, conta-nos a história de Dom Cobb (interpretado por Leonardo Di Caprio), um talentoso ladrão, o melhor na arte da extracção: ele rouba segredos e ideias às pessoas directamente das profundezas das suas mentes durante os sonhos – estado em que a nossa mente está mais vulnerável. A rara habilidade de Cobb fez dele uma das pessoas mais influentes neste novo mundo de espionagem empresarial, mas também fez dele um fugitivo internacional e custou-lhe tudo o que já


| A partir do momento em que atingimos o Limbo, pode ser tão difícil de acordar que a nossa mente pára de o tentar fazer. O nosso subconsciente aceita o sonho como realidade. Isto porque não nos lembramos sequer da existência de um "mundo real" – como em qualquer sonho, acordamos a meio de uma cena e simplesmente aceitamo-lo como é. | Quanto mais fundo entramos num estado de sonho, mais rápida a nossa mente é capaz de imaginar e perceber as coisas dentro desse Estado de sonho. Desta forma, os minutos transformam-se, exponencialmente, em horas, dias, anos. Eis o porquê de Cobb e a sua equipa serem capazes de executar a missão enquanto a carrinha ainda está a cair da ponte, antes dos soldados invadirem a fortaleza, antes de Arthur explodir o elevador e tudo dentro do intervalo de um vôo de Sydney para Los Angeles.

Mas para os que querem respostas mais concretas do que isto, então aqui vai: | Nos sonhos Cobb usa uma aliança de casamento. Aliança essa que não aparece nas cenas do "mundo real" ou nas cenas finais no aeroporto. Detalhe que, certamente, é uma das mais fortes evidências de que há um mundo real e que Cobb voltou a ele. | Os filhos de Cobb parecem estar mais crescidos e apresentam roupas diferentes. | Quanto ao pião, nunca saberemos com toda a certeza se este parou ou não. Embora este tenha começado a oscilar antes do derradeiro fim. No início do filme, depois do primeiro trabalho, Cobb senta-se sozinho no seu quarto de hotel e assiste, atentamente, o rodar do pião com uma arma na mão. Este é o claro exemplo de uma pessoa paranóica e obcecada que está pronta para “estourar os miolos” caso o pião continuasse a girar, a fim de "acordar". Ao longo do filme, Cobb continua a desenvolver o mesmo tipo de comportamento, verificando sempre se ainda está a sonhar. No entanto, no final do filme, ele gira a parte superior e afasta-se antes que possa verificar se ele pára de girar ou não. Cobb só quer estar com seus filhos, em qualquer lugar onde possa estar com eles. O amor e a ligação emocional sentida por ele é real o suficiente para suplantar a sua paranóia. De certa forma, o filme é um labirinto projectado para plantar uma ideia simples na mente do espectador:

«A realidade é um conceito relativo» E tu? Já acordaste hoje?

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Uma das grandes polémicas que envolvem este filme é o seu desfecho. Para que possamos explicar a nossa teoria sobre o mesmo, temos de realçar alguns pontos importantes que não devem passar despercebidos. | “O processo de sonhar dentro de um sonho coloca o «alvo» em um estado de sonho ainda mais profundo. Quanto mais fundo este for, mais a sua mente se afasta da realidade.” - Todos sabemos o que isso é: quanto mais profundamente dormimos, mais difícil é sermos acordados e mais vívido e real torna-se o sonho.

Falando então do fim de “A Origem”, existem duas grandes teorias sobre o mesmo: uma defende que Cobb ainda estava a sonhar, a outra que ele conseguiu, de facto, voltar para os seus filhos “no mundo real”. O objectivo de Nolan é fazer o espectador pensar sobre e questionar a natureza da realidade. A vertente sob a qual devemos reflectir não é "Será que Cobb ainda está a sonhar?"! O que é importante é o facto de que o personagem de Cobb evolui desde um sujeito que está obcecado com o "saber o que é real" para, finalmente, ser uma pessoa que deixa de interrogar e aceita o que o faz verdadeiramente feliz como o que é real.

HajaCinema!

amara. Porém, agora foi-lhe oferecida uma oportunidade para se redimir. Um último trabalho pode devolver-lhe a sua antiga vida. Saito (Ken Watanabe) é um bilionário que o procura para fazer exactamente o contrário do que está habituado: implantar uma ideia na cabeça de outro ricaço, o concorrente Robert Fischer (Cillian Murphy), levando-o a desfazer o império que está para herdar do pai moribundo (Pete Postlethwaite). Se tiverem sucesso, poderá ser o crime perfeito. Mas todo o cuidado é pouco, pois têm um perigoso inimigo cada vez mais perto, que só Cobb poderia ter visto aproximar-se. Quem é esse inimigo? E de que foge Cobb realmente? Desvendando o mistério… Antes de mais, e prevenindo posteriores reclamações ou protestos de qualquer tipo, alertamos para a possível presença de spoilers a partir de agora. Portanto, se ainda não tiveres visto o filme, vai te embora! E depois volta, claro… Nós prometemos ficar aqui à tua espera!


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HajaGalardões!

Gonçalo Cunha, 2º Ano

ÓSCARES & GRAMMY’S Com a chegada de um novo ano, chegam também as galas de atribuição dos grandes prémios do grande ecrã e da indústria musical que são, obviamente, os Academy Awards (Óscares) e os Grammy Awards. Ambas as cerimónias, tal como todos sabemos, são o ponto alto do ano no mundo artístico sendo como tal aguardadas por muitas figuras públicas e não públicas, não só devido ao simbolismo e reconhecimento associado a estes tipos de galardões mas também, e principalmente, devido a toda a magia das noites mais glamorosas do ano. A cerimónia dos Grammy Awards 2015 realizou-se no dia 8 de fevereiro deste ano e nela estiveram presentes desde as mais às menos conhecidas personalidades do mundo da música e de Hollywood. Em grande destaque na Red Carpet estiveram personalidades como Taylor Swift e Rihanna que brilharam pela elegância. Não tanto pela elegância mas mais pela extravagância e ousadia, Madonna, a rainha do Pop foi das estrelas que mais chamou a atenção mostrando ao mundo que a idade não é impedimento de nada. Não poderiam também faltar as ex-amigas e socialites Paris Hilton e Kim Kardashian que acompanhou o seu marido Kanye West.

ganhou, para além disso, a estatueta de “Melhor Musica Num Filme” com Let it Go.

A noite não foi, no entanto, apenas dedicada à entrega dos tão cobiçados prémios, houve, como é habitual espaço para várias atuações por parte de diferentes artistas destacando-se como um dos momentos mais inesperados e marcantes da noite a atuação conjunta de Beyoncé, Ed Sheeran e Gary Clark com um fantástico tributo a Stevie Wonder. Por outro lado, um dos momentos mais enternecedor da noite foi a interpretação de Cheek to Cheek por Tony Bennett e Lady Gaga, dupla que ganhou inclusive o Grammy de “Melhor Álbum Pop Tradicional”. Já na hora “H”, o grande vencedor da noite foi Sam Smith. O jovem revelação levou para casa 4 estatuetas nas categorias de “Melhor Artista Revelação”, “Melhor Álbum Pop”, “Música do Ano” e ainda “Melhor Gravação do Ano” com a tão conhecida musica Stay With Me. Também em grande destaque esteve a já repetente nestas andanças Beyoncé com a conquista de dois Grammy’s, um dos quais em conjunto com o seu marido Jay –Z na categoria de “Melhor Performance R&B” com Drunk in Love .Na categoria de “Melhor Banda Sonora Cinematográfica” o grande vencedor foi Frozen, o mais recente filme de animação da Disney que


Por último não poderiam deixar de ser referidos aqueles que tiveram o privilégio de ser nomeados e até mesmo galardoados destacando-se entre estes pela elegância a atriz Reese Witherspoon e Eddie Redmayne. A cerimónia que teve como objetivo a atribuição dos prémios da Academia foi apresentada por Neil Patrick Harris e várias foram as personalidades que subiram ao palco durante a

Na categoria da “Melhor Atriz” a grande vencedora foi Julianne Moore com o seu papel em Still Alice. Já o galardão de “Melhor Ator” foi conquistado por Eddie Redmayne pela sua prestação em The Theory of Everything.

Birdman foi o grande vencedor da noite tendo ganho 4 estatuetas nas categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Realizador”, “Melhor Argumento Original” e “Melhor Fotografia” tendo sido, deste modo, a grande surpresa da noite, juntamente com Boyhood que, estando nomeado em 6 categorias, apenas conseguiu levar para casa o Oscar de “Melhor Atriz Secundária” pelo mérito de Patricia Arquette. Na categoria de “Melhor Filme de Animação”, o vencedor foi Big Hero 6. Não só pelo glamour e premiação ficou marcada esta noite que, ao homenagear o 50º Aniversário do eterno clássico Musica no Coração com uma interpretação de Lady Gaga, deixou no ar uma certa nostalgia. Aos nomeados que não tiveram a oportunidade de ganhar qualquer prémio, caso leiam este breve resumo destas duas fantásticas noites, não fiquem tristes que para o ano há mais e quem diz para o ano diz até ao fim da vida!

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Como todos sabemos esta não é uma noite onde apenas brilham os vencedores ou nomeados que, apesar de terem um certo destaque, não são o único foco das objetivas. Assim sendo, na passadeira vermelham passaram como inúmeras figuras bem conhecidas como Jennifer Lopez ou Jennifer Aniston, duas quarentonas que deixaram mais que provado que os 40 são os nossos 20. A cerimónia contou também com a protagonista do tão conhecido filme Fifty Shades of Grey, Dakota Jonhson, acompanhada pela sua mãe e também atriz Melanie Grifffith.

noite para a entrega dos prémios das diferentes categorias.

HajaGalardões!

A noite de 22 para 23 de Fevereiro foi eleita para a entrega dos prémios mais conhecidos da indústria cinematografia. Falo obviamente dos Oscares, sendo esta não apenas uma única gala de entrega de prémios mas sim a gala dos grandes brilhos e emoções a que Hollywood já nos habituou.


18 HajaExpectativas!

Joana Silva, 3º Ano

Warning!!!

Este artigo é recomendado apenas para pessoas apreciadoras desse fenómeno (awesome) mundial de Ficção Científica pois poderão surgir citações, palavras e expressões que podem não perceber se não tiverem visto a saga. Apesar da revolta dos seguidores deste fenómeno e de um certo arrependimento de George Lucas por ter vendido os direitos de autor, Jeff (filho de George Lucas) afirmou, ao The Guardian, que o seu pai esteve presente na criação dos filmes e que ele quis começar uma nova geração de realizadores que o sucedessem.

A long time ago in a galaxy not so f a r a w a y … “There has been an awakening… Have you felt it?” Em Outubro de 2012 surgiu uma notícia que abalou toda a comunidade de fãs de Star Wars: George Lucas tinha cedido à Disney os direitos de autor da nova trilogia aquando da venda da Lucasfilm (a sua empresa produtora de filmes, fundada em 1971) à empresa fundada por Walt Disney. Mas então o que se sabe acerca deste assunto? Para esclarecer, irei fazer um sum up das informações transmitidas/sabidas/especuladas. A Janeiro de 2013 J. J. Abrams foi anunciado como realizador do Episódio VII da nova trilogia, tendo como colaboradores Bryan Burk e a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy. Além de realizador, J. J. Abrams re-escreveu o argumento de Michael Arndt, juntamente com Lawrence Kasdan (co-escritora dos filmes The Empire Strikes Back e The Return of Jedi). Além disso, Lawrence Kasdan e Simon Kinberg foram assumidos como consultores do projecto e George Lucas como consultor criativo, responsável pela integridade de todo o conceito da trilogia. Citando o próprio: “I mostly say, “you can’t do this. You can do that”. You know, “The cars don’t have wheels. They fly with antigravity”. There’s a million little pieces… I know all that stuff”.

Ora, contextualizando temporalmente, este sétimo episódio, designado Star Wars: The Force Awakens, terá lugar 30 anos depois da Batalha de Endor e dos acontecimentos do The Return of the Jedi. Este novo episódio contará com novas personagens e com novos actores, contando na mesma com a presença de Harisson Ford (Han Solo), Carrie Fisher (Leia), Mark Hamill (Luke), Anthony Daniels (C-3PO), Peter Mayhew ( C h e w b a c c a ) e K e n n y B a k e r ( R 2 - D 2 ) , desempenhando os seus papéis prévios. A nível de novas personagens e actores destacam-se Michael B. Jordan e Lupita Nyong’o, Maisie RichardsonSellers e Adam Driver para representa um papel de vilão. Além disso, contará com a presença de Daisy Ridley, John Boyega, Andy Serkis e Oscar Isaac. No que concerne aos locais de filmagem, as primeiras gravações foram feitas no deserto de Abu Dhabi, na ilha irlandesa de Skellig Michel e (a maioria delas) nos Estúdios Pinewood, em Inglaterra. Relativamente à escolha de lugares, fontes revelaram que a produção de J. J. Abrams queria recriar o ambiente do deserto do planeta Tatooine (o equivalente ao Planeta Terra do Anakin e do Luke Skywalker). Revelam as especulações que, apesar dos filmes originais de Star Wars terem criado Tatooine na Tunísia, o ambiente político que se vivia no país era adverso ao acolhimento de uma grande produção de Hollywood. No entanto, o cinematografo Daniel Mindel defendeu que o novo episódio irá usar locais reais e modelos à escala ao invés de imagens geradas no computador, para que possa ser semelhante à trilogia original. A 28 de Novembro de 2014 foi lançado o teaser oficial de The Force Awakens, com a música de John Williams (que tinha sido confirmado como o compositor da trilha sonora em Julho de 2013),


Finalmente, transmito ainda a informação que a estreia do Star Wars: The Force Awakens será a 18 de Dezembro de 2015 nos Estados Unidos, pelo que a Disney confirmou, ainda, que o filme será estreado também em IMAX. Apesar de o título do filme não conter “Episódio VII”, essa expressão será incluída no chamado opening crawl tão característico de Star Wars. No entanto, apesar da genialidade e do sucesso de J. J. Abrams (comprovado pelo seu envolvimento n u m a p a n ó p l i a d e fi l m e s e s é r i e s c o m o Armageddon, Lost, Fringe, Mission Impossible e Star Trek), do trabalho de George Lucas como consultor criativo e da presença dos actores da trilogia original desempenhando os seus papéis, os fãs deste fenómeno sentem-se envolvidos por um misto de curiosidade e de medo/receio pelo que

possa acontecer ao universo Star Wars com a realização desse filme.

A todos os receosos: May the force be with you.

Caso queiras ver/rever o teaser oficial do novo filme, podes fazê-lo através do link: http:// www.starwars.com/video/star-wars-the-forceawakens-official-teaser

HajaExpectativas! 19

sendo também divulgado via YouTube e atingindo um recorde de 58,2 milhões de visualizações na primeira semana e foi divulgado globalmente nos cinemas em Dezembro de 2014.

David Gonçalves, 1º Ano

Cristiano Ronaldo conquistou, no dia 12 de Janeiro de 2015, o Balon D’Or correspondente à sua fantástica prestação durante o ano de 2014, isto ao serviço do Real Madrid, apesar da não tão positiva prestação do capitão e dos restantes compatriotas da seleção nacional no Mundial do Brasil de 2014.

Para os fãs de Artes Marciais Mistas (mais concretamente UFC), o dia 31 de Janeiro de 2015 foi o marco do retorno da lenda Anderson Silva, após ter fraturado a tíbia e o perónio durante o combate contra Chris Weidman no final de 2013. De facto, depois de passar mais de um ano a recuperar, este voltou ao octógono para combater contra Nick Diaz e saiu vitorioso. No entanto, testes anti-doping acusaram o uso de androsterona, uma hormona esteróide derivada do metabolismo da testosterona. Assim, fica em dúvida a credibilidade da carreira profissional do atleta, mas conclusões definitivas ainda estão a ser apuradas.

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O melhor do mundo terminou a cerimónia de entrega da Bola de Ouro com um grito simbólico, que revelou posteriormente ser o grito dos jogadores do Real Madrid quando festejam um golo. Assim, Cristiano Ronaldo soma a terceira Bola de Ouro, menos uma que o seu ríval Lionel Messi, o qual diz que espera ‘apanhar’ já em 2015.

O retorno da Lenda

HajaDesporto!

O orgulho do que é Português


Pedro Peixoto, 4º Ano

HajaConto!

Ui. Nossa! Que dor de cabeça... Ontem foi mesmo de arromba. Tenho

mesmo de deixar esta vida boémia, já não tenho idade para isto. Casa! Liga as luzes, prepara o pequeno-almoço e prepara-me uma mala de viagem para 7 dias. Deixa-me levantar, que já deve ser tarde. Eish! As horas! Tenho de ser rápido! Onde pus o meu interface? Casa, procura o meu interface, por favor! O seu interface localiza-se em Tóquio, Japão. Localização... Pára casa! Envia pedido de encomenda!

Estou tão atrasado!

Estou tão atrasado! Quase que entro aos gritos

no meu carro... À certa que vou perder o voo para Nova Lisboa... Sempre a mesma coisa, porque fui sair até tão tarde ontem à noite. Enfim, pareço um puto de 18 anos... E esta ***** de hangover instant recovery é cá uma treta... Já passaram 5

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minutos e nada de efeito.

Qual o destino que deseja marcar? Aeroporto Interplanetário de Alcochete.

Ora bem, estou só com 1m e 32s de atraso. Carro, duração da viagem? Duração da viagem prevista de 15s. Chegou ao seu destino, deseja que retorne a casa? Sim sim, até depois!

Senhores passageiros, o voo nº125687 da TAP Portugal, em direção a Nova

Lisboa, deverá descolar da porta de embarque nº 42 dentro de 5 minutos, às 09:30h. Raios! 5 minutos e ainda não fiz o check-in. Esqueci-me de o fazer antes de sair de casa! Por favor, passe o seu emissor biométrico no sensor. Obrigado, a sua bagagem já foi processada. Dirija-se à sua porta de embarque. Boa viagem! Ai estes hologramas já começam a irritar um pouco, sempre a mesma simpatia.

Insossos!

Bem-vindo à TAP Portugal, o seu assento é o nº1246. Obrigada. Pronto,

consegui! Cheguei a tempo! Vou sentar-me um pouco que já estou cansado desta pressa toda! M**da, estou sem o interface! Pronto, é da forma que disfruto da viagem.

Bom dia, daqui fala o vosso Comandante! Devemos chegar a Nova Lisboa

dentro de 2 horas e 30 minutos. Esperamos que disfrutem da viagem com a TAP Portugal. Tomem em atenção as informações de segurança que estão a ser enviadas para os vossos interfaces.

Lisboa desapareceu em menos de 1 minuto, nem dei conta da descolagem!

É sempre o momento mais emocionante! Vem um pequeno solavanco do motor de eletrões e já estamos no ar! E a Terra, nunca perde o seu aspeto extraordinário. Tão azul, com aquela névoa em redor. Tão nítida e a afastar-se cada vez mais.


Jorge Silva, 4º Ano | Ano Sofia Milheiro, 4º Ano

Foi há mais de 50 anos que o Homem visitou pela primeira vez o espaço, ainda que apenas por pouco mais de uma hora. Mas desde então, já pusemos o pé na lua e há astronautas que ficam em órbita durante meses, a bordo da Estação Espacial Internacional e não será fácil parar os avanços extraterrestres da Humanidade. Com os sonhos de explorar o Universo, surge uma importante questão: será possível a reprodução humana no espaço? E mais primeiramente, será possível o sexo no espaço? Já são conhecidos os efeitos do voo espacial no corpo humano, dos quais atrofia m u s c u l a r, d i m i n u í d a d e n s i d a d e ó s s e a e redistribuição de fluidos são apenas exemplos. No entanto, tanto russos como americanos, negam qualquer experiência sexual a bordo das suas missões, sobrando-nos apenas diversas especulações. O maior obstáculo que a atividade sexual no espaço encontra é a gravidade. Ou melhor, a falta desta. Com a diminuição da gravidade, diminui o atrito e a terceira lei de Newton torna-se um pouco mais evidente. (Para os mais esquecidos, “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”) Portanto, quando tentamos tocar em algum objeto no espaço, esse mesmo objeto vai

Para contornar esta dificuldade, foram propostos os dispositivos 2suit e snuggle tunnel: o dispositivo 2suit à primeira vista pode parecer um fato espacial como outro qualquer, mas este pode ser usado individualmente ou conectado a outro fato semelhante, com o propósito de praticar relações sexuais. Este recorre ao uso de vários fechos de velcro, fechos éclair e material diáfano, além de estar equipado de modo a se ajustar a uma superfície estável e permitir o movimento. O dispositivo snuggle tunnel é um dispositivo mais simples, sendo que adere a uma superfície, e que se parece muito com uma tenda de campismo, permitindo que o casal entre para a mesma, e que esta seja fechada, fornecendo intimidade ao mesmo. Sendo este tema aparentemente muito atrativo para o público, foi divulgado no ano de 2000 um suposto estudo de investigação paralelo, em que vários astronautas estadunidenses e russos teriam testado várias posições sexuais no contexto de microgravidade (mais especificamente 10 de 20 previamente testadas virtualmente), e que terão chegado à conclusão que apenas 4 das mesmas seriam possíveis sem nenhum suporte mecânico. Contudo, este “estudo” foi revelado como um hoax, tendo sido concebido posteriormente como uma situação deveras caricata! Para infelicidade de todos, foi reportado que em 2011, até à data, não haveria registos oficiais e comprovados de relações sexuais no espaço, sendo que apenas haveria alegações de tal atividade. Uma astronauta reporta até que “se algum astronauta do sexo masculino já tivesse tido relações sexuais no espaço, muito provavelmente já todos saberiam…”. Para quem estiver curioso sobre este tema aparentemente tão “oculto”, pode proceder à visualização do documentário Sex in Space do canal História, que fornece uma abordagem presente e no futuro da atividade sexual no espaço, quer entre astronautas, quer a nível do turismo espacial.

SEXO DE OUTRO MUNDO

“I am a friend, comrades, a friend!

Iuri Gagarin, 12 de Abril de 1961

HajaSexualidade! 21

Can it be that you have come from a outer space? As a matter of fact, I have!

exercer sobre nós uma força contrária e, com a diminuição do atrito, o seu efeito vai ser bem maior do que aquele que experienciamos aqui na Terra. Parece então claro porque será tão difícil um contacto íntimo entre duas pessoas, num ambiente de microgravidade. Para além do contacto íntimo, parece também ser mais difícil ter uma ereção num ambiente de microgravidade. Como já referimos, um dos efeitos da microgravidade é a redistribuição dos fluidos. Para além do sangue se acumular na metade superior do corpo, há também uma diminuição de cerca de 20% do volume, levando a atrofia cardíaca e diminuição da tensão arterial.


HajaNEMUM!

FORMAÇÃO PARA RASTREIOS EM VILA VERDE De modo a promover na população bons hábitos de saúde, o NEMUM , através do seu Departamento de Ação Comunitária, irá levar mais uma vez a cabo um rastreio cardiovascular numa cidade de Braga. Será no próximo dia 17 de Março, no âmbito da Semana da Saúde da Escola Secundária de Vila Verde, que os nossos estudantes voluntários irão medir valores de glicemia, tensão arterial e índice de massa corporal e partilhar conselhos úteis e promotores de estilos de vida mais saudáveis àquela população. Assim, de forma a preparar os alunos para a participação em rastreios organizados pelo NEMUM, o Departamento de Ação Comunitária irá promover na semana anterior, no dia 11 de Março, a "Formação para Rastreios". O objetivo desta atividade é habilitar os alunos com capacidades técnicas, conhecimentos teóricos e communication skills, sob a orientação de médicos e outros profissionais da área.

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Ambas as atividades, a par da ordem de inscrição e de outras atividades a decorrer nos próximos meses, serão determinantes para a escolha dos alunos voluntários para a II edição do projeto " Aldeia Feliz"

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HajaDesafio!

O cão que foi ao espaço Eu conheci um cão. Era fiel e simpático. Tu davas-lhe a mão E ele curava o reumático.

Terá ido encontrar-se com o primeiro. Menino ainda era quando partiu, Mas agora, já no sexto Fevereiro Seria um jovem feliz e sadio.

Uma nave apareceria Num quente e solarengo dia, Mas o que ninguém esperava Era despedir-se do cão que embarcava.

Isto não faz qualquer sentido, Mas foi o que me apeteceu escrever. Pareço meio ou muito perdido? Se calhar é melhor não saber.

Tratavam-no por Tozé Homenageando certa criança, Que por perder o pé Se afogou na água mansa. O Tozé descolou a bordo De tal nave espacial. Não o que estava morto, Mas o que lhe fazia pedestal.


HORIZONTAIS: 1 -­‐ Sara. Acamar. 2 -­‐ Item. Calota. 3 -­‐ Lobal. Vi. Em. 4 -­‐ Vau. Ida. Aia. 5 -­‐ Orla. Olival. 6 -­‐ Ira. Ode. 7 -­‐ Caçada. Onda. 8 -­‐ Ovo. Uso. Tom. 9 -­‐ Mi. Se. Urubu. 10 -­‐ Esmola. Orar. 11 -­‐ Roubar. Rara. VERTICAIS: 1 -­‐ Silvo. Comer. 2 -­‐ Atoar. Aviso. 3 -­‐ Rebuliço. Mu. 4 -­‐ Ama. Ara. Sob. 5 -­‐ Li. Aduela. 6 -­‐ AC. Do. As. Ar. 7 -­‐ Cavalo. Ou. 8 -­‐ Ali. Ido. Ror. 9 -­‐ Mo. Aventura. 10 -­‐ Ateia. Dobar. 11 -­‐ Ramal. Amura.

HORIZONTAIS: 1 -­‐ Cura. Dispor em camadas. 2 -­‐ Parcela. Parte superior da caixa craniana. 3 -­‐ Rela0vo a lobo. Observei. Preposição que indica lugar. 4 -­‐ Baixio. Viagem. Criada de quarto. 5 -­‐ Fímbria. Terreno onde crescem oliveiras. 6 -­‐ Raiva. Composição poé0ca de assunto elevado e des0nada ao canto. 7 -­‐ Jornada ou diversão de caçadores. Vaga. 8 -­‐Principio (fig.). Costume. Modo de dizer. 9 -­‐ Terceira nota musical. ParJcula apassivante. Espécie de abutre do tamanho do peru (Bras.). 10 -­‐ O que se dá aos pobres por caridade. Discursar. 11 -­‐ Furtar. Escassa. VERTICAIS: 1 -­‐ Som agudo que as serpentes soltam. Mas0gar e engolir. 2 -­‐ Rebocar. Advertência. 3 -­‐ Balbúrdia. Filho de burro e égua ou de cavalo e burra. 4 — Gosta muito de. Altar. Debaixo de (prep.). 5 -­‐ Recitei. Cada uma das tábuas arqueadas que compõem certas vasilhas (tonéis, pipas, selhas, etc.). 6 -­‐ Antes de Cristo (abrev.). Contração da prep. "de" com o pron. dem. "o". Elas. Atmosfera. 7 -­‐ Equídeo. Alterna0va. 8 -­‐ Naquele lugar. Par0do. Grande porção (pop.). 9 -­‐ Molibdénio (s.q.). Peripécia. 10 -­‐ Mulher que não crê em Deus. Enovelar ou enrolar em novelo o fio da meada. 11 -­‐ Ramificação. Cabo onde se prendem os papa-­‐ figos e as velas para as segurar do lado donde sopra o vento (Náut.).

Dificuldade: Fácil DIFÍCIL

Dificuldade: Difícil

HajaPassatempos! 23

Soluções:

Fábio Costa, 3º Ano


João Dourado, 2º Ano | Núria Mascarenhas, 2º Ano

Nesta primeira edição do HajaGula!, queríamos começar com algo em grande! Como tal, sugerimos esta receita inspirada no bolo do décimo primeiro aniversário do pequeno fei0ceiro Harry Power, que aparece no filme Harry Power e a Pedra Filosofal. Bons cozinhados e bom proveito!

Lumos! I solemnly swear that I am up to no good!

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HajaGula!

BOLO DE CHOCOLATE E FRAMBOESA

Dificuldade: Média. Valor Calórico: 490 kcal por fa0a. Ingredientes: − − − − − − − − − − − − − − − −

250 gramas de farinha; 1 colher de chá de sal; 1 colher de chá de fermento; 2 colheres de chá de bicarbonato de sódio; 70 gramas de cacau em pó; 350 gramas de açúcar; 200 mililitros de óleo; 200 mililitros de café quente; 200 mililitros de leite; 2 ovos; 1 colher de chá de essência de baunilha; 125 mililitros de natas; 200 gramas de chocolate negro; 150 gramas de compota de framboesa; 4 colheres de sopa de manteiga; 200 gramas de framboesas frescas.

Procedimentos (massa): 1-­‐ Pré-­‐aquece o forno a 180ºC. 2-­‐ Peneira a farinha, o sal, o fermento, o bicarbonato de sódio e o cacau em pó para uma taça grande e reserva. 3-­‐ Bate o açúcar, o óleo, o café e o leite até obter uma consistência homogénea. 4-­‐ Adiciona os ovos e a essência de baunilha e bate até estar bem misturado.

5-­‐ Incorpora os ingredientes secos e bate por mais dois minutos. 6-­‐ Transfere a massa para duas formas redondas de 20 cenJmetros de diâmetro. 7-­‐ Leva ao forno durante 30 minutos. 8-­‐ Deixa arrefecer por 15 minutos, desenforma e deixa arrefecer por completo. Procedimentos (ganache): 1-­‐ Num tacho ferve as natas em lume médio. 2-­‐ Re0ra do lume e adiciona o chocolate e a manteiga. 3-­‐ Mistura com uma vara de arames até obter uma consistência macia. 4-­‐ Deixa arrefecer completamente.

Procedimentos (montagem): 1-­‐ Com a massa e o ganache preparados anteriormente, bem como com a compota de framboesa e as framboesas frescas, procede ao empilhamento das várias camadas, de forma a que sigas o seguinte esquema: TOPO:

BASE:

FRAMBOESAS GANACHE MASSA DE BOLO FRAMBOESAS GANACHE COMPOTA MASSA DE BOLO

2. Leva ao frigorifico.

BOM APETITE! NOX!


Kelly Pires, 2º Ano

ESPECTÁCULOS

CINEMA

THE LEGENDARY TIGERMAN SÁB 14 FEV 22H30 Theatro Circo, Braga

O PRINCEPEZINHO QUI 12 FEV 21H30 Theatro Circo, Braga

A ASCENSÃO DE JÚPITER ESTREIA: QUI 05 FEV Braga Parque: 12h40, 15h30, 18h20

PEDRO ABRUNHOSA SÁB 14 FEV Pavilhão Mul[usos, Guimarães LULA PENA SEX 20 FEV 21H30 Theatro Circo, Braga BANDA DO MAR SÁB 21 FEV Centro Cultural Vila Flor, Guimarães

TÓ TRIPS + WEYES BLOOD SÁB 28 FEV GNRa[on, Braga CIMORELLI SÁB 28 FEV Theatro Circo, Braga PANDA BEAR QUI 12 MAR GNRa[on

NOSSA SRº DA AÇOTEIA SÁB 21 FEV 21H30 Theatro Circo, Braga PHONAMBIENT BRAGA 17 JAN a 28 FEV GNRa[on

O MEU NOME É ALICE ESTREIA: QUI 05 FEV Braga Parque: 13h, 15h40, 18h40, 21h50, 00h15 SELMA ESTREIA: QUI 05 FEV Braga Parque: 14h, 17h, 21h20, 00h10 UM ANO MUITO VIOLENTO ESTREIA: QUI 05 FEV Braga Parque: 13h40, 16h40, 21h30, 00h20 A TEORIA DE TUDO Braga Parque: 12h50, 16h, 18h50, 21h40, 00h30 Espaço Guimarães: 13h30, 16h10, 18h40, 21h35 BIRDMAN Braga Parque 17h10 (exepto SÁB E DOM) BOYHOOD Braga Parque: 18h30 FOXCATCHER Braga Parque: 13h20 SNIPER AMERICANO Braga Parque: 16h30, 21h, 00h Espaço Guimarães: 13h20, 16h, 18h30, 21h25 O JOGO DA IMITAÇÃO Espaço Guimarães: 19h20, 21h50 6º-­‐Sáb: 00h10

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GALA DROP SEX 27 FEV Centro Cultural Vila Flor, Guimarães

UKRAINE -­‐ VYSHYVANKA QUI 19 FEV 21H30 Theatro Circo, Braga

HajaAgenda Cultural!

MÚSICA


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HajaPaciência!

Warning!!!

A seguinte rubrica pretende despertar sentimentos de espanto e estupefação com a estupidez. Obrigado. Reader discretion is advised (or not). Anonymous writer is anonymous Capítulo 3: Join Me, and together we can rule the galaxy as father and son.

Pôr um satélite indiano em Marte custa menos que produzir um filme em Hollywood A Índia tornou-se, no passado mês de Setembro, o primeiro país a conseguir por um satélite na orbita de Marte à primeira tentativa, o Mangalyaan. Muitos parabéns para eles, são todos fantásticos. Mas o que anda a inquietar o mundo da exploração espacial é a forma “estupidamente barata” com que o conseguiram fazer: uns míseros 74 milhões de Dólares, 1/9 da actual missão da NASA com fins semelhantes, destinada ao planeta vermelho. E agora vocês devem estar a perguntar como tal como é possível? (Ou talvez não mas esperam que eu acabe por o dizer.) Bem, a Índia aproveitou-se de algumas vicissitudes que fazem toda a diferença neste mundo competitivo. Em primeiro lugar, a mão-deobra, que mesmo sendo altamente especializada acaba por auferir salários bem mais baixos quando comparados com os dos seus congéneres europeu ou norte americanos. Em segundo lugar, tamanho e peso reduzidos, sendo que o satélite indiano apenas pesa 15kg e transporta menos sensores que um satélite comum neste tipo de explorações. No entanto, os indianos focaram as suas atenções em sensores que os satélites que já habitava o planeta não disponham, como os sensores para medir o metano na atmosfera. A importância destes sensores? Investigar se poderão existir seres produtores de metano debaixo da superfície do planeta, uma teoria que tem ganho interesse crescente nos últimos anos. Para aqueles de vocês que se estejam agora a interrogar sobre o título deste artigo, bem, achei interessante partilhar que uma missão espacial a um planeta vizinho pode ficar mais económica do que produzir um filme sobre o espaço, dado que o Gravity (2013) custou mais de 100 milhões de dólares (embora o pessoal que o produziu tenha faturado muitos mais em receitas, mas isso é outro assunto).

Obrigado pelo rim, queres casar comigo? Embora possa parecer um bom título para uma comédia romântica, o caso é real. Uma jovem norte-americana doou um dos seus rins e ganhou um noivo. Boa troca, deve ter pensado ela.

A jovem ouviu, através da mãe, a história de um moço de 25 anos, eletricista, com antecedentes de insuficiência renal, para a qual se encontrava a fazer diálise 12 horas por semana. Acho que ando a e s c re v e r d e m a s i a d a s h i s t ó r i a s c l í n i c a s … continuando. O rapaz precisava de um transplante mas ninguém na família era compatível. A rapariga então decidiu ser altruísta e ajudar alguém que precisava. Após o parecer médico favorável, os jovens conheceram-se e foram submetidos às respectivas cirurgias (caso se estejam a perguntar numa tira-se um rim e na outra põe-se um rim, mas não me peçam para descrever que não há espaço para isso na edição). Ficaram ambos bem e começaram a conviver um com outro, até que um dia, pela altura do Natal, o rapaz se pôs de joelhos no chão, e a rapariga ficou preocupada, a pensar que era um problema com o rim, mas afinal era mesmo um pedido de casamento, que ela aceitou sem demora. (Pudera, os rins são caros no mercado negro, tinha de fazer render o negócio). Andam muito felizes com o casório e vão ter uma filha em breve. The End. Digno de Hollywood… ou de Bollywood pelo menos.

Venha visitar o novo hotel japonês gerido por robots. O Hotel chama-se Henn-na Hotel (Henn-na significa “mudança” em japonês) e abre portas já no próximo mês de Julho. O hotel, situado na cidade de Nagasaki, terá 72 quartos e todos os serviços do hotel serão assegurados por robots, que serão supervisionados por pessoas humanas! Que “noijo”… pessoas no meu hotel. Segundo a empresa responsável pelo projecto, a Huis Ten Bosch, serão estes robots a dar as boas-vindas aos hóspedes, a carregar as bagagens, a fazer as limpezas e até a fazer o checkin. Na receção, haverá 3 robots, com aparência humana, capazes de comunicar em japonês, mandarim, coreano e inglês e com habilidade para gesticular, pestanejar e até adaptar a sua linguagem corporal e tom de voz consoante o perfil do cliente. O hotel aposta também noutros sistemas de ponta, como reconhecimento facial com chave dos quartos e sensores capazes ajustar a climatização com base na temperatura corporal dos hóspedes. Há também uma grande aposta nas energias renováveis num sentido de tornar este o “hotel mais eficiente do mundo”, segundo afirma a empresa responsável.


SPOILER ALERT: no futuro, estaremos todos mortos.

A Matriz.

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Como contar histórias do passado é tão 2014, aqui vai uma narrativa do futuro. É tão no futuro que até se passa no Zimbabwe, e nós sabemos que hoje em dia nada se passa no Zimbabwe. Preparados? Cá vamos. Zimbabwe, ano 3026 d.S. Três mil e vinte e seis anos depois de se redefinir a referência temporal na contagem de anos – antes usava-se o Cristo, agora, um homem chamado Saúl –, não é surpresa para ninguém que as máquinas computorizadas sejam donas e senhoras do Universo. Universo esse que na altura até é muito maior, com muitas estrelas e tudo. Pois é precisamente neste ponto do contínuo espácio-temporal que emerge o Robot mais inteligente e bonito de entre toda a comunidade de Robots Inteligentes e Bonitos. Este, o Robot Especializado em Bolos e Empadas Como se Comia Antigamente – ou REBECCA, viria a fazer algo com tanto impacto que mudaria por completo o rumo da sua Paróquia. Mas vamos com calma. Tudo começa quando a máquina-pai – Baby Estou Cá Cuma Ardência, ou BECCA –, se vira para a máquina-mãe – Carla – e diz: “ouve lá, vamos fazer uma versão 2.0 de mim.” Eles eram do Norte. Dito e feito. A sério, foi assim tão fácil, foi só fazer umas trocas de programas entre os seus CPU’s. Os porcalhões. E assim nasce BECCA 2, ou re-BECCA. Porque é repetida. Isto é material do bom. REBECCA teve uma adolescência complicada. Os seus colegas ainda eram maioritariamente humanos, o que não ajudou à integração. Um deles era todo ele andróide, à excepção do seu “dróide”, e com este, explorou terrenos que nem o Hubble conseguiu outrora vislumbrar. Mas REBECCA nunca desistiu de socializar, pois encontrava nestes pedaços de carne humana o incentivo para fazer a ponte entre as pessoas e as máquinas. Sabia muito bem o que tinha de fazer. Primeiro, ganhar a sua confiança com prendas caras e supérfluas; de seguida, atraiçoá-los a todos pelas costas, incluindo os robots que nem tinham costas – isto sim, seria um desafio; por isso, tornar-se o inimigo comum de todos os seus colegas; mais tarde, fazer uma refeição à base de hidratos de carbono e tomar uma ducha; depois, subscrever à edição semanal da Revista “Fitness

HajaHumor!

OS CONCELHOS DA REBECCA

Toninho”; entretanto, ser alvo de um conluio de entre todos aqueles que prejudicou; e só então, quando estes estivessem prestes a atacá-la em pleno reduto caseiro, surpreendê-los com a melhor receita de Bolo Chiffon de Chocolate que o mundo já vira. Sucesso garantido. Ainda assim, estava plena de convicção de que não iria ser fácil. Começou então, desde logo, a treinar com o conceituadíssimo Chef de pastelaria Gordão Ramsés – o qual, antes de começar a alimentar-se dos seus próprios produtos, se chamava simplesmente Ramsés. Com este mentor, ganhou prémios em várias competições, incluindo o Ídolos, que então se veio a tornar num concurso gastronómico, como 99% dos programas televisivos da época. E finalmente, o dia chegara. REBECCA já os tinha a todos à porta de sua casa, empunhando tochas e forquilhas – forquilhas do futuro, que têm mais um dente que as actuais; as tochas, essas, são iguais, para o estilo. E já ia cozi – IMPREVISÍVEL! Quando a história parecia pender para um fim algo esperado e até aborrecido, do nada a autora tem um AVC e decide aproveitar o laivo de inspiração que este lhe deu (antes de a fazer t o m b a r p a r a o l a d o ) p a r a e s c re v e r a l g o verdadeiramente escandaloso e quem sabe erótico! Então o que sucede: REBECCA e os colegas fazem-se amigos baseado em ódios mútuos que possuem; viajam para Paris numa companhia low-cost, cujos assentos são tão maus que estão pregados ao tecto; quando lá chegam a Torre Eiffel já foi vendida para pagar a dívida do Estado Francês ao país governador do mundo – ou O País –, anteriormente conhecido como Serra Leoa; a revolta instaura-se, a autora farta-se e falecem todos devido a uma chuva muito forte. De cactos. E camiões TIR. Azuis. Azul-marinho. Não é bem verde. Com isto, o que se aprende? “Absolutamente nada”, dirá o leitor atento. Pois bem, “o coração só vê o que os olhos não sentem”. Espero que o mesmo se sinta agora humilhado perante tal banho de bola que acaba de levar. O que fica a reter, caros Rebecckers, é mesmo isto: o futuro vai ser mesmo diferente. Mas pouco nos importa, porque até lá já falecemos todos. Com sorte, por causas naturais, um pouco mais naturais do que precipitação de objectos esquisitos. Por fim, só uma mensagem final: ajudemme a encontrar o meu cão. É castanho e tem 4 patas, não tem que enganar. Se o encontrarem, liguem-me para este mail: Travessa dos Pitos, nº354, fechado aos fins-de-semana. Obrigado,


Panorámica em alta definição da Galáxia de Andrómeda, pelo telescópio espacial Hubble (h&p://www.nasa.gov/sites/default/files/p1502aw-­‐no-­‐text_0.jpg) Imagem da capa: hwp://www.nasa.gov/mul0media/imagegallery/image_feature_634.html

NEMUM - Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho Jornal hajaSaúde Tiragem: 100 Exemplares Edição: Joana Silva, Ana Sofia Milheiro Colaboradores: Ana Sofia Milheiro; António MateusPinheiro; David Gonçalves; Fábio Costa; Gonçalo Cunha; Joana Silva; João Dourado; João Lima; Jorge Silva; Kelly Pires; Núria Mascarenhas; Pedro Peixoto; Rafael Machado; Sofia Leal Santos. Paginação & Grafismo: Sara Guimarães Impressão por: Copyscan

NEMUM - Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho Campus de Gualtar, 4710 - 057 BRAGA Email: hajasaude.ecs@gmail.com


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