Cashew production in Mozambique PORT

Page 1

REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

“Quando distraidamente o consumidor (ocidental) saboreia as deliciosas amêndoas de caju, não imagina as voltas que o produto já deu até chegar às suas mãos. Efectivamente, aqueles frutos podem ter sido produzidos na Índia, no Brasil, no Vietname, na Tanzania ou na Guiné-Bissau, para citar apenas os cinco maiores produtores mundiais, não esquecendo obviamente Moçambique. Poderão ter sido descascadas na Índia – ainda o grande centro mundial desta actividade – com castanha importada para o efeito de quase todos os outros países produtores, ou o processamento ter tido lugar em países que se vem esforçando por agregar valor à sua produção local, exportando a amêndoa e não a castanha em bruto “(Menete, F. 04/04/2005. O passado e presente do sector do caju em Moçambique: Do pico à queda. Workshop sobre a Realidade do Comércio. DIAKONIA. Maputo) INCAJU – Instituto de Fomento do Caju


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

Desta citação se podem tirar algumas conclusões interessantes: Existe uma forte competição entre os países produtores; A Índia domina o mercado e recorre às importações de castanha para suprir o seu défice; A maioria dos países africanos são exportadores de matériaprima; Moçambique já não é dos principais protagonistas, caíu quase no esquecimento, a ponto de ser tratado em termos de “…,não esquecendo obviamente Moçambique.” O QUE TERÁ ACONTECIDO PARA MOÇAMBIQUE SER ASSIM TRATADO?

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

Moçambique: História Recente do Caju

Plantação do Cajual

Independência nacional

Produção mais baixa de sempre (18.000 ton)

1940/50 1971/72 1975 1982/83

Maior Produção de sempre (215.000 ton)

Colapso da Indústria

Novo pico de Produção (104.000 ton)

1994/5 1999/00 1997 2004/05

Privatização E Liberalização

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

Criação do INCAJU


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

Principais problemas do subsector: Baixa produção, devido a: Envelhecimento do parque cajuícola; Prevalência de pragas e doenças;

Escassez de financiamento (altas taxas de juro), particularmente de longo prazo. Governo criou, em Dezembro de 1997, o INCAJU, subordinado ao Ministério da Agricultura, com os seguintes objectivos: Promover o plantio de cajueiros; Promover a indústria de caju e seus derivados. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

Para responder a esses objectivos, INCAJU adoptou três opções estratégicas, amplamente discutidas: Maneio integrado (Limpezas, podas fitossanitárias, combate às queimadas descontroladas e pulverização (estratégia de curto/médio prazos, para estabilização e aumento da produção em quantidade (modesto) e qualidade); Produção e distribuição de mudas enxertadas (Estratégia de longo prazo que assegura crescimento contínuo e sustentável); Promoção da indústria de processamento, em particular: A pequena e média indústria; Que adopta tecnologia semi-mecânica de descasque; e Que se Localiza nas zonas rurais, próximo da fonte de matéria-prima.

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Produção e Distribuição de Mudas

Trata-se de opção estratégica de longo prazo para a renovação do parque cajuícola. Principais vantagens:

Precocidade: Produzem a partir do ano 2 (Contra o quinto ano do cajueiro comum) e atingem produção de cruzeiro por volta do ano 7; Adaptadas às condições agroclimáticas de cada região; Tolerantes a pragas e doenças.

Nos últimos 6 anos: Distribuídas cerca 6,3 milhões de mudas, a uma média de 1,2 milhões por ano; Principal constrangimento: limitada disponibilidade de árvores matrizes com as qualidades técnicas recomendadas para a produção de mudas enxertadas. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Pulverização de Cajueiros Faz parte do maneio integrado do cajual (podas, limpezas, etc.) e visa o combate a pragas e doenças e estabilização da produção; Vantagens a curto e médio prazo: Aumento da produção até 12 kg por árvore/ano, contra os 3 kg sem pulverização; Melhoria da qualidade da castanha e do falso fruto Auto-emprego: Em 2005, envolveu 2.146 provedores de serviço, 2.320 operadores de atomizador e 63 mecânicos.

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

Castanha com Oídio

Castanha sem Oídio

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Comercialização da Castanha

• Na campanha 2004/05 alcançou-se um pico recorde do pós-independência, com pouco mais de 104.000 toneladas; Em 2005/06 iniciou-se um novo ciclo, e foram comercializadas apenas 62.821 toneladas; INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

/2 00 20 3 03 /2 00 20 4 04 /2 00 20 5 05 /2 00 6

20 02

/2 00 2

20 01

/2 00 1

/2 00 0

120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 20,000 0

20 00

Comportamento biológico próprio dos cajueiros; Condições climáticas.

Comercialização (Ton.)

19 99

Nos últimos 5 anos a média de castanha comercializada foi de 60-70.000 toneladas/ano; Em geral os níveis de comercialização são afectados pelas variações cíclicas da produtividade dos cajuieros devido a:

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007

SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Comercialização da Castanha (Cont.)

Comercialização (Ton.)

20

06

/2 0

05

/2 0

05

04 04

/2 0 20

20

03

/2 0

03

02 20

02

/2 0

01 01

/2 0

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

20

00 20

99

/2 0

00

120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 20,000 0

19

Apesar das oscilações anuais, o balanço das últimas sete campanhas mostra uma tendência crescente da comercialização (Vide linha de tendência no gráfico), em resultado das acções de fomento e extensão em curso Estima-se que na campanha 2006/07 sejam comercializadas cerca de 76.000 toneladas


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Indústria de Caju A capacidade instalada cresceu, neste período, de 3.750 toneladas/ano em 2001/02 para 32.800 em 2005/06 (23 fábricas; actualmente, 18 em pleno funcionamento); A indústria de caju empregou cerca de 6.300 trabalhadores, o que significa mais de metade dos postos de trabalho perdidos aquando do encerramento das grandes fábricas em 1999/2000; Em 2006/07 a indústria deverá processar cerca de 20.000 toneladas de castanha e empregar aproximadamente 5.600 trabalhadores

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Financiamento à Indústria Foi estabelecido em 2001/02 um “Fundo de Garantia”, que permite às empresas aceder ao financiamento bancário; Até 2005/06 as empresas obtiveram financiamentos estimados em 301 milhões de MT (12 milhões de USD), garantidos pelo sector público em 165,7 milhões de MT (55%, cerca de 6.4 milhões de USD); A taxa de reembolso de crédito é de cerca de 74%. Existem mecanismos de saneamento económico-financeiro e de cobrança coerciva às empresas devedoras; INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Exportações Globais do Caju As exportações de derivados de caju (Castanha e amêndoa) têm sido, em média, de 20 milhões de dólares anuais; na campanha 2004/05 atingiram os 48,5 milhões de dólares; Estima-se que em 2007 as exportações do sector atinjam os US$30-40 milhões, dos quais US$12-15 milhões com a exportação de cerca de 3.500 toneladas de amêndoa; Merece destaque a introdução da marca “Zambique” na exportação da amêndoa. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Os Desafios Futuros Apesar dos sucessos alcançados, há ainda um longo caminho a percorrer. Assim, os principais desafios do subsector são: Investigação: Desenvolvimento e certificação de clones de cajueiro de produção precoce, alta produtividade e resistentes a pragas e doenças; Desenvolvimento de soluções tecnológicas que conduzam a uma persistente e sustentável redução dos custos do combate a pragas e doenças, em particular do oídio, helopeltis e antracnose; Adopção crescente de modelos de gestão integrada de pragas e doenças (IPM), com particular destaque para o controlo biológico; Promovoção do uso da biotecnologia no fortalecimento da resistência das plantas a pragas e doenças; e Formação de investigadores. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Os Desafios Futuros Maneio Integrado de Cajueiros: Promoção, de forma mais consequente, do combate às queimadas descontroladas; Promoçao de maior envolvimento do sector privado na prestação de serviços e do associativismo;

Produção e Distribuição de Mudas: Investimento em infraestruturas definitivas de produção e sua maior aproximação aos produtores; Expansão territorial das zonas de cultivo do cajueiro, em função das condições climáticas e da disponibilidade e qualidade da terra; Promoção de um maior envolvimento do sector privado (incluindo industriais) na produção e distribuição de mudas; e Promoção de plantações comerciais de cajueiros. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Os Desafios Futuros Comercialização: Consolidação da capacidade nacional de inspecção, controle, teste e certificação; Promoção, de forma mais consequente, do combate às queimadas descontroladas; Promoçao do associativismo e da adopção de medidas de redução de perdas póscolheita; Adopção de mecanismos de incentivo à exportação e geração de emprego; Diversificação de mercados de exportação.

Processamento: Promoção da instalação de pequenas e médias empresas nas zonas rurais (incluindo reestruturação das empresas inactivas viáveis); Promoção de serviços industriais, assistência técnica e formação; Promoção do processamento do falso fruto. INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Os Desafios Futuros

Mecanismos de Financiamento: Manutenção da sobretaxa como principal instrumento de financiamento e protecção (temporária) da emergente indústria de processamento; Identificação de mecanismos inovadores de financiamento (Leasing, capital de risco, etc.), em cooperação com a banca comercial e de mciro-crédito; Mobilização de parceiros de cooperação para o financiamento (longo prazo) a projectos específicos, em particular nas áreas de produção e processamento.

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

Os Desafios Futuros Para enfrentar estes desafios com sucesso, é crucial fortalecer a parceria público-privado-ONG’s, incluindo ao nível do continente africano; Contamos, pois, com o apoio de entidades como a ACA, que constituem uma mais valia para todos nós; Só assim poderemos traduzir em realidade o nosso lema:

PRODUZIR CAJU PARA GERAR RIQUEZA INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


REUNIÃO ANUAL DA AFRICAN CASHEW ALLIANCE (ACA) SUBSECTOR DO CAJU EM MOÇAMBIQUE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENSADA

INCAJU – Instituto de Fomento do Caju

MAPUTO, 22-24 DE MARÇO DE 2007


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.