Revista da Papelaria 160

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Nesta Edição

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Entrevista

Diretor da Câmera Setorial de Livrarias e Papelarias da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar fala sobre sua experiência na Missão Orlando.

Mercado

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Setorização dos expositores é uma das principais mudanças da Office PaperBrasil Escolar 2011.

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Dossiê

Retrospectiva 2010

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Entre subidas, descidas e sacolejadas, 2010 encerra o fim da primeira década do novo milênio e o início de uma nova, aparentemente promissora.

Consultoria

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Não basta ter um estoque abastecido de novidades. É necessário saber como gerenciá-lo para otimizar as compras e melhorar os lucros.

EDITORIAL

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CIRCULANDO

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PERFIL DO VAREJO Paper Céu

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SAIBA MAIS Tesouras

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EM QUESTÃO Volta às aulas 2011

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TECNOLOGIA Corretivos

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MERCADO GLOBAL

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VITRINE

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ONDE ENCONTRAR

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Saiba o bê-à-bá para apostar sem medo em carimbos e fazer bonito em sua papelaria.

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Editorial

Fechar para

balanço?

A REVISTA DA PAPELARIA deste mês traz na capa a inevitável pauta sobre o que foi o ano de 2010 para o setor de papelaria. Como o ano culmina com o término de uma década, nossa retrospectiva fez naturalmente uma análise mais ampla e chegou à conclusão que inspirou a imagem de nossa capa. É, uma montanharussa é a síntese de uma década que vivenciou desde momentos de euforia econômica até o total descrédito e desesperança, tal qual a trajetória de tirar o fôlego do brinquedo ícone de fortes emoções. Decidir fechar os olhos para não ver o perigo dos abismos ou gritar à beira da esteria para amenizar a tensão nas mudanças de percurso nos trilhos da montanha-russa, definiu a sobrevivência das empresas. Há evidências de que as empresas que souberam ter tranquilidade para encarar os desafios, espiar a próxima manobra e se preparar tendo em mente que o caminho era inevitável conseguiram não só sobreviver, mas chegar ao final da década com saúde suficiente para ampliar a atuação e investir. Em nossa retrospectiva, valorizamos a visão de varejistas de diferentes área do país e registramos a lucidez dos empresários sobre as deficiências e obstáculos enfrentados, assim como, o otimismo e a perseverança próprios de quem está aberto para aprender com as dificuldades. E desse modo, a reportagem dá conta de um varejo de fôlego renovado e preparado para abraçar as oportunidades que surgirão diante de uma conjuntura de investimentos no mercado interno, proporcionado pelos grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, tendo como principais a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Tudo isso mostra que não há tempo para estar fechado para balanço. O momento é de preparação para atender às necessidades dos clientes e aos hábitos de consumo, que vão se estabelecendo entre nós, movidos pela comodidade da tecnologia. Sobre este aspecto, a entrevista deste mês é um reforço e tanto. Marco Antônio Gaspar, diretor da Câmara Setorial de Papelarias e Livrarias da CDL-BH, fala de seu aprendizado após a participação na Missão Orlando. Organizada pela CDL e pelo Sebrae, o projeto promove o intercâmbio de varejistas brasileiros com o mercado internacional. Ciente de que não é possível implantar tudo o que acontece no varejo norte-americano, por exemplo, Marco Antônio usou a sua participação no projeto para ponderar alguns conceitos e ampliar sua visão sobre a gestão de sua papelaria. Vale a pena se inspirar. É lógico que também selecionamos alguns produtos para revelarmos o potencial de negócios. Por isso é que você vai conhecer um pouco mais sobre carimbos, em Dossiê; corretivos, em Tecnologia; e tesouras, em Saiba Mais. Desejo aos leitores uma boa leitura e um inspirador balanço de final de ano. Até 2011!. &

Rosangela Feitosa - EDITORA rosangela@hamaeditora.com.br

ANO XVII – DEZEMBRO/2010 - Nº 160 ISSN 1516-2354 DIREÇÃO GERAL Jorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de Souza direcao@revistadapapelaria.com.br JORNALISMO Edição: Rosangela Feitosa Reportagem: Luciana D’Aulizio e Renata Medeiros Estagiária: Carolina Berger Revisão: Rita de Cassia Carelli Fotografia: Lula Aparicio jornalismo@revistadapapelaria.com.br ARTE Direção: Claudio Albuquerque Programação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque ATENDIMENTO AO LEITOR Luanna Coutinho atendimento@revistadapapelaria.com.br ADMINISTRAÇÃO Caroline Barros adm@revistadapapelaria.com.br CONSELHO EDITORIAL • Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR) conselhoeditorial@revistadapapelaria.com.br PUBLICIDADE Direção comercial: Jorge Vieira publicidade@revistadapapelaria.com.br ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULO Ericson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181 Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322 SEDE Av. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310 Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004 Tel./fax: (21) 2431-2112 DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadistas, distribuidores, representações e indústrias do setor e departamento de compras de corporações. PUBLICAÇÃO MENSAL

ASSOCIADA A

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Entrevista Marco Antônio Gaspar, participante da Missão Orlando

As lições do varejo

internacional A cidade de Orlando, nos Estados Unidos, é conhecida mundialmente pelo turismo aos grandes parques de diversão. Mas para os participantes da Missão Orlando, o cenário está mais relacionado a trabalho que lazer. O projeto leva brasileiros para conhecer o mercado varejista norte-americano. Marco Antônio Gaspar é diretor da Câmara Setorial de Livrarias e Papelarias da CDL – BH e fez parte do último grupo que saiu da capital mineira. Ele nos contou o que aprendeu para melhorar a Brasilusa, sua papelaria desde 1971. POR CAROLINA BERGER Como surgiu a ideia da Missão Orlando e qual é o objetivo do projeto? Marco Antônio: A Missão Orlando

nasceu de uma ideia do Sebrae em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, que fica em Santa Catarina. A CDL é responsável por divulgar o evento e intermediar o contato com os profissionais. Enquanto o Sebrae organiza a programação com uma agência de viagens e financia 70% das despesas, a outra parte é paga pelo empresário. O primeiro grupo da CDL de Belo Horizonte foi em 2009, e em julho desse ano, eu participei pela primeira vez, foram 25 empresários e um consultor do Sebrae. O programa é intenso, visitamos 42 lojas em quatro dias de viagem. Nós escutamos um representante de cada empresa, contando com

a tradução do consultor que nos acompanhou. Depois das visitas, fazíamos uma reunião para analisar o que observamos e também fazer críticas sobre cada estabelecimento. Como foi escolhida a cidade? Marco Antônio: Orlando é a

segunda cidade que mais recebe turistas no mundo, perdendo apenas para Paris. Como possui um clima que quase não é afetado por neve, o turismo é intenso durante o ano inteiro. Assim, o comércio está sempre muito movimentado, e eles têm que estar preparados para vender tanto aos turistas como à população local. Já realizamos uma missão para a National Retail Federation, em Nova York, da qual eu participei. É muito interessante, eles realizam quatro dias de palestras com cases de

sucesso. E temos planos de fazer uma também para a Paperworld, na Alemanha. Que argumentos atraem os empresários para que participem? Marco Antônio: Nós temos que

procurar sempre mais informação. O que me interessou foi visitar os mercados mais maduros, como o americano, porque são eles que ditam as tendências do varejo mundial. Como são escolhidos os estabelecimentos visitados, já que há participantes de diferentes segmentos do varejo? Marco Antônio: A seleção dos

estabelecimentos não é feita a partir do produto que é vendido, mas sim pela vantagem competitiva apresentada. Nós visitamos uma loja de cosméticos, por exemplo, apenas para ver uma gôndola diferenciada, que tinha uma iluminação muito chamativa. As vendas deles tinham falhas que nós analisamos depois, mas fomos lá só para ver a gôndola. Você acha que os participantes podem aproveitar os conhecimentos de um varejo em contexto diferente do brasileiro? Marco Antônio: Acredito que

sim, porque todos os vendedores têm um objetivo semelhante: maximizar o lucro. É claro que alguns costumes devem ser respeitados. Em Orlando, vimos muito mais produtos à mão do consumidor. Se fizermos assim, vai aumentar o índice de furto, temos que manter alguns itens atrás do balcão. Porém, a maior parte das estratégias pode ser adaptada aos nossos consumidores. Outra grande diferença

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Que momentos e aprendizados você destaca da Missão Orlando que participou? Marco Antônio: Fiquei impres-

Acredito que o pequeno varejista precisa ter foco. Muitos empresários querem abraçar o mundo. O problema disso é que cada cliente exige uma gestão diferente. é que lá não existe o pequeno varejo. Todas as lojas são grandes e fazem parte de redes. A loja que visitamos do segmento papelaria foi a Staples. Ela, por exemplo, tem 3.500 m². Eles vendem tudo de material escolar e office, até bebedouro para escritório! Essas grandes redes são equivalentes ao chamado “atacarejo” que concorre com lojistas menores aqui no Brasil? Marco Antônio: Não. O mercado

americano é mais maduro que o brasileiro. As grandes redes acabaram com as lojas menores. O processo deve ter sido prejudicial para os pequenos empresários, como o que está se iniciando aqui, mas a principal diferença é que essas redes são voltadas para o varejo. E as empresas de atacado vendem apenas atacado.

sionado com a loja da Staples, que tem apenas 18 funcionários. A mesma quantidade que eu tenho na minha “lojinha”! (risos). Na época de volta às aulas, a equipe aumenta em três vendedores. Eles conseguem isso investindo no autosserviço e na autoexplicação. Os produtos são acompanhados por uma breve descrição por escrito ao lado. Assim, precisa de menos gente para falar de cada item. Outro fator que contribui é que os funcionários são multifuncionais. Todos sabem operar as principais máquinas. Na minha loja, só dois sabiam utilizar a copiadora. Voltei e já ensinei a todos. Você já aplicou alguma outra prática que aprendeu em Orlando?

Como tem sido o resultado? Marco Antônio: Sim. Uma tática importante foi a redução do mix. Descobri que não preciso ter todos os produtos de todas as marcas. Posso ter todos os produtos da melhor marca. O consumidor quer delegar ao papeleiro a função de selecionar a melhor relação entre custo e benefício. Se oferecermos opções mais baratas com qualidade ruim, quem comprar não vai ficar satisfeito. Quando um boy vem aqui procurar um grampeador para 20 folhas, por exemplo, e encontra muitas opções, ele volta para perguntar

ao chefe qual deve levar. Se eu puder oferecer uma única opção de boa qualidade, é essa que ele vai comprar. A variedade muito grande acaba confundindo o cliente. Agora, estou tentando concentrar cada produto em apenas um fornecedor. Quando ele não atende a todas as necessidades, compro com dois. Isso acaba gerando também um melhor preço na compra, já que aumento a quantidade de volume na mesma empresa, além de contribuir para a organização da loja, já que não preciso colocar os expositores de todas as empresas, apenas da que escolhi. Mudei também um pouco o layout da loja. O balcão só não foi eliminado por causa daquele problema de furto. Mas ele foi reduzido, e a loja ficou mais espaçosa. Também melhorei a organização. Antes, eu separava os produtos por marca, agora, estou criando setores. Já montei um corredor todo de canetas e outro só de pastas. Depois da viagem, como você avalia o mercado brasileiro? Marco Antônio: Acredito que

o pequeno varejista precisa ter foco. Muitos empresários querem abraçar o mundo, vendendo para a escola, para o mercado corporativo, para os moradores da região e para compradores mais distantes. O problema disso é que cada cliente exige uma gestão diferente. Se o lojista optar por investir na região, por exemplo, ele tem que entender que não vai vender grande volume de produto. A loja vai ser um comércio de conveniência. Então, pode colocar preço de emergência e ter um estoque mais reduzido. &

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Assim, não há a grande diferença de preço alcançada por quem compra para atacado e revende para o varejo.

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Circulando

Biblioteca

Escola da sustentabilidade Mais de 400 colaboradores do varejo supermercadista já foram treinados na Escola de Consumo Responsável. Inaugurada em outubro, ela é um projeto que compõe o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de

Sacolas Plásticas, integrando indústria, varejo e população. O sistema consiste em treinar lideranças das redes varejistas sobre como é possível utilizar adequadamente as sacolas plásticas sem que haja prejuízo ao ambiente. “Pretendemos formar multi-

plicadores dos conceitos de sustentabilidade, voltados ao uso dessas embalagens”, explica Paulo Dacolina, diretor Superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP), uma das entidades idealizadoras do programa. &

Presença no mundo corporativo A Inforshop teve participação de destaque na HSM ExpoManagement. Quem visitou o estande pôde assistir ao vídeo institucional da companhia, exibido continuamente em uma TV. Além disso, foi promovida uma ação relacionada à palestra Gestão de Mudança, ministrada pelo gerente de marketing João Gabassi. Durante

a apresentação no auditório, foi anunciado que os certificados seriam impressos no próprio estande da empresa, por meio de parcerias com a Elgin e com a Canon, e assinados pelo palestrante. Outra atração foi o sorteio de kits da BIC, realizado pela coordenadora de promoções da fabricante de canetas, Meire Cristiane. &

Neste livro, o conceito de vender vai além do tradicional significado comercial. Coaching de Vendas – Conduza seu Cliente para a Solução e Venda parte de situações do cotidiano para solucionar problemas de vendas. “O método propõe a condução do cliente até que ele chegue à solução, sem apresentá-la explicitamente”, conta o autor, Paulo Gerhardt. Segundo ele, as pessoas praticam o ato de vender até quando convidam alguém para ir ao cinema. O livro traça um panorama dos mecanismos de venda, mostrando a sua evolução e percalços. Paulo Gerhardt / Editora Literalis – 212 páginas

Primeira feira no Nordeste Nos dias 9 e 10 do mês passado, foi realizado o 1º Encontro Paper de Pernambuco, em Recife. Promovido pelo Sebrae/PE e coordenado pela J&B Consultores, o evento reuniu mais de 200 visitantes, entre profissionais da região metropolitana e do interior. Christianne Fiúsa, di-

retora da J&B, acredita que o sucesso seja resultado da soma entre interesse da indústria e a demanda dos papeleiros, além do apoio das Associações Comerciais de Caruaru, Gravatá e Vitória. O encontro também promoveu palestras com temas que contribuíram para o fortalecimento das

estratégias adotadas pelos pequenos varejistas a fim de superar a crise causada pela concorrência com as grandes redes. Paulo Freire, dono da Livraria MEC, em Jaboatão dos Guararapes, aprovou o evento. “Achei a feira excelente. A ótima organização me surpreendeu e suportou o grande

fluxo de visitantes. O único problema é que não tinha espaço para mais expositores”, avaliou. &

a criatividade, a iniciativa influencia a compra, pois todo o material necessário para a participação no curso é vendido na papelaria. Os horários são flexíveis, e

é possível agendar aulas com turmas de um a seis alunos. Os temas são variados, entre eles, scrapbook, reciclagem, encadernação e origami. &

Ensinar, criar e vender Os consumidores da papelaria Espaço do Papel, localizada em Vila Madalena, São Paulo, não vão à loja apenas para comprar os produtos de papelaria e

artesanato. A dona, Martha Genta, utiliza sua habilidade para oferecer cursos que são mais um atrativo para os clientes frequentarem o local. Além de estimular

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Ajuda feliz O mercado de papelaria marcou presença na festa promovida pela empresa de marketing promocional Markausa com o objetivo de arrecadar fundos para o projeto da Operação Sorriso, fundação conhecida internacionalmente como World Craniofacial Foundation, responsável por ajudar crianças com

deformidade craniofacial. Para representar o apoio que dão ao projeto, o Grupo Bignardi e a Smart Marcas se uniram para trazer ao Brasil a marca So So Happy, que chega por aqui nos cadernos Jandaia. No evento, foram distribuídas cadernetas e garrafinhas estampadas com personagens da marca. “É muito

gratificante participar de um evento com esse perfil. A So So Happy está em sintonia com esse tipo de cerimônia pelo aspecto que os personagens traduzem no nome: nem tudo o que vemos é perfeito, mas tem uma razão de ser e divertir a todos em sua volta. Trata-se de um jeito novo de traduzir a inclusão social”, diz

Ivan Bignardi, diretor de marketing e exportações do grupo. Ele esteve na ocasião junto com o gerente de marketing Fabricio Pardo e o coordenador de produtos Rodrigo Rocha (foto). &

comunidade, foi fornecido material para reparos na sede do Projeto Aquarela, associação beneficente que atua no bairro. “Acreditamos que estamos colaborando de forma efetiva, propor-

cionando um espaço mais agradável e funcional para o programa desenvolver seu importante trabalho”, diz Márcia Bertollini, gerente de recursos humanos da Staples. &

Multinacional beneficente Staples Soul, canal social, da gigante multinacional do varejo de papelaria Staples, realizou o Dia da Comunidade no Brasil. O projeto começou ano passado em Amsterdã,

na Holanda, e chegou no dia 16 de outubro ao bairro Jaguaré, em São Paulo. Localidade próxima à sede da companhia no país. A ação alcançou 180 crianças. Além de diversas atividades para a


Perfil do Varejo 10

Direto da revenda

Paper Céu

O sucesso de quem aprendeu olhando Com estratégias simples como “tratar o cliente como gostaria de ser tratado” e acreditando que “a melhor propaganda é o boca a boca”, Luiz Narciso trabalha, há três anos, na Paper Céu, e, há muito mais tempo, no mercado de papelaria.

O proprietário Luiz Narciso, no balcão da Paper Céu, com a gerente Cida (à esquerda) e a vendedora Duda.

Nada melhor que ter um mestre experiente para aprender bem as principais práticas e estratégias de um negócio. Luiz Henrique Simões Narciso teve essa sorte. Desde criança, ele conviveu com o dono da famosa papelaria carioca Jou Jou, Jorge de Alberarria, que é amigo de seu pai. Por volta dos 13 anos, Luiz frequentava a loja dele, que unia produtos para animais e de papelaria. “Sempre ia para lá nas férias ajudar com as vendas do Natal e da volta às aulas. Tudo o que sei aprendi com seu Jorge.” Ele afirma que aprendeu mais com o amigo do que com a faculdade de economia, que cursou por completo.

Em 1989, o pai de Luiz, Manuel Narciso, comprou, com dois familiares, a papelaria Guidinha, no Leblon, região da zona sul carioca. “Eles largaram na nossa mão”, define o papeleiro, contando que ficou responsável pelo estabelecimento aos 17 anos, junto com o irmão Carlos Alberto, dois anos mais velho. Acabaram gostando e, em 2007, os dois compraram a Paper Céu, no bairro vizinho, Ipanema. Para dividir o trabalho, Carlos gerencia a Guidinha e Luiz ficou responsável pela loja então recém-adquirida. Durante esses anos, Luiz Henrique desenvolveu algumas estratégias. A mais importante delas é o atendimento. “Olho no olho do cliente, sou sincero com ele e não empurro produto”, revela. Essa prática é transmitida para os funcionários. “Meu treinamento é na conversa”, afirma o papeleiro que trata a equipe como se fosse sua família. Outra tática que considera importante é ter foco no mix de produtos. Ele tem tudo de papelaria em geral e um pouco de gift. “Não posso deixar de ter as

Nome: Paper Céu. Área: em torno de 100 m². Região que abrange: o bairro de Ipanema. Filiais: não. E-mail: paper_ceu@yahoo.com.br. Data da fundação: fundada em 1998 e adquirida por Luiz no início de 2007. Quantidade de funcionários: seis. Serviços oferecidos: encadernação, cópia, plastificação, impressão e fax. Perfil do cliente: moradores de Ipanema. Produtos mais vendidos: caneta, envelope e cartucho. Produto que gostaria de trabalhar: material de desenho. “Mas não tenho espaço”, lamenta. A vitrine precisa ter: variedade de produtos. “É importante colocar produtos âncoras, que chamem a atenção, como artigos de madeira. Mesmo que o cliente não queira, ele pode gostar e acabar entrando. Costumo enfeitar minha vitrine com um grande índio com penas”. Melhores fornecedores: Compactor, Mabian, Sertic, Sharpener e Paloni. Que aspectos do mercado precisam ser discutidos: “O Estado não pode deixar que as grandes acabem com as pequenas. É preciso criar leis que regulamentem o tipo de produto que o ‘atacarejo’ pode vender. Isso é perigoso para a economia. Muitas empresas pequenas empregam mais que uma grande.” COMO CHEGAR Rua Visconde de Pirajá, 98/B – Ipanema Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22410-003 Telefone: (21) 2287-2444

lembrancinhas, mas não posso ter só um pouco de cada, senão, fico sem excelência em nada”, ensina o empresário. Outro grande investimento na Paper Céu é a oferta de serviços, que Luiz compara à fábula sobre cigarras e formigas. “O serviço é nosso trabalho de verão que nos trará benefícios no inverno”, compara. &

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Tesouras

Segurança e precisão no corte Os detalhes sobre o objeto com o qual temos contato desde a infância e que acompanha o nosso dia a dia para sempre. É um objeto presente em todas as casas, útil para todas as famílias. Fundamental para abrir determinadas embalagens ou para contribuir com o desenvolvimento pedagógico das crianças. O produto em questão é a tesoura, que, por sua durabilidade relativamente longa, pode passar a ideia de que não é comprado com frequência. Por ter utilidades domésticas e estar em todas as listas de material escolar, o item é bastante vendido, sobretudo na volta às aulas. Para garantir que a ferramenta realmente seja de longa duração, os fabricantes recorrem a algumas estratégias. As duas partes são unidas por um parafuso, e o afrouxamento dessa fixação é um dos maiores desgastes decorrente do atrito entre as lâminas. Como

solução, geralmente, o próprio consumidor tem a possibilidade de apertar o parafuso. Outro recurso importante, já presente em algumas marcas, é o tratamento antiferrugem, já que as lâminas podem molhar e estragar facilmente, principalmente aquelas usadas em ambientes como cozinha, banheiro e áreas de serviço, locais em que é comum o manuseio da tesoura. Muito utilizadas nas fases escolar e pré-escolar, a principal preocupação dos pais é com a segurança dos filhos. Atentos a isso, os fabricantes possuem opções com pontas arredondadas e cabos ergonômicos e emborrachados, proporcionando mais firmeza e conforto a quem segura. Uma tecnologia importante presente no mercado é a produção das lâminas a partir de fibras de vidro, limitando o corte aos papéis, ou seja, não cortam a pele, o cabelo ou as roupas, além de não conduzirem eletricidade. Sendo mais que uma ferramenta auxiliar, as empresas fazem da tesoura uma aliada

do aprendizado. Exemp Exemplo disso são os modelos com mo molas, que tornam automática a aabertura das lâminas, auxiliando no desenvolvimento da coordenação motora infantil. Além de tesouras escolares e multiuso, há algumas opções específicas para determinadas atividades ou materiais, como artesanato e cartolina, EVA e cortiça, por exemplo. Assim, o público consumidor é diversificado, mas continua sendo composto principalmente por pais comprando para seus filhos. O preço é um dos principais critérios de escolha junto com a segurança, mas eles também prestam atenção no design e na capacidade de corte. Quando as crianças acompanham, elas são atraídas por personagens e cores, e existem algumas até com brilho. Se a loja vende tesouras para diferentes funções, é importante que cada uma esteja próxima aos produtos relacionados. As tesouras escolares devem ser expostas junto com o restante do material. Já as que são voltadas a profissionais, como as de bordado, o ideal é que fiquem próximas a tecidos, por exemplo. Há expositores com blister tester, permitindo que o consumidor teste os cabos e a maciez da lâmina antes de comprar. &

Características

Composição

Embalagens

Há certa variedade de modelos voltados para uso escolar, doméstico ou profissional. Os modelos mais tradicionais possuem lâminas retas, mas alguns têm formato em picote ou curvaturas especiais. Os espaços para colocar os dedos podem ser no padrão circular ou possuir um espaço diferente do outro para perfeito encaixe de cada dedo.

As lâminas podem ser em metal, como as mais tradicionais, ou em fibras de vidro. O cabo pode ser plástico (comum em uso infantil), metal, mais usado em modelos profissionais como os de costura, ou borracha. Este possibilita maior precisão no corte.

Normalmente, o produto vem em blisters individuais preparados para exposição na loja. Algumas vêm no blister tester para o cliente testar a tesoura. Outra opção é a caixa expositora, que organiza maior quantidade e permite exposição sobre o balcão, por exemplo.

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FONTES: TRAMONTINA; ANDREA MEDEIROS, GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO E COMUNICAÇÃO DA SUMMIT, E FERNANDA MADDALONI, COORDENADORA DE MARKETING DA MAPED

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Saiba Mais



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Em Questão Volta às aulas 2011

Além da venda

convencional

A volta às aulas é o período mais importante para as papelarias, aquela época em que há mais movimento e mais vendas. A cada ano, o desafio é se destacar no mercado, atrair os clientes e agradar a todos os gostos. Alguns lojistas dão dicas das estratégias que costumam usar para inovar e vender mais.

Brindes para o cliente Pagamento facilitado JOSÉ HEIMAR PINHEIRO JR. Loja e Papelaria Junaísa (Ceará-Mirim/RN)

LUCIANE PANCERA MANZOTTI Livraria e Papelaria do Coração (Nova Esperança/PR)

“A demanda aumenta muito na época de volta às aulas. Por isso, costumo contratar oito colaboradores a mais neste período. Sempre tenho o cuidado de pesquisar as listas escolares da minha cidade. Além disso, faço sorteio de prêmios e, quando o cliente compra livros didáticos, dou papel adesivo de brinde.”

“Enquanto eu costumo oferecer parcelamento em três vezes ao longo do ano, na época de volta às aulas, aumento para seis vezes, a partir de R$ 100,00, porque sei que os pais já têm muitos custos nesse período. Gosto de deixar o material bem acessível dentro da loja para o consumidor poder tocar e escolher melhor.”

Visual atrativo FRANCISCO DA SILVA JÚNIOR Lago Livraria e Papelaria (Lago Sul/DF)

“Na volta às aulas, gosto de investir bastante em cadernos licenciados e coloco todas as novidades de material escolar na vitrine, produzindo um visual bem colorido. Também aumento a quantidade de funcionários de quatro para seis. Outra estratégia que adoto é realizar ofertas com os produtos que saem sempre, como borracha e apontador.”

Exposição estratégica MAURO KOGA JÚNIOR Bazar Cruzeiro (Flórida Paulista/SP)

“Tanto na época de volta às aulas como no resto do ano, exponho na vitrine produtos de maior valor agregado e organizo o mix por personagem, marca e cores. Além de dividir as prateleiras por artigos femininos e masculinos, separo por tipo de produto e por escolaridade. Produtos para crianças menores ficam nas prateleiras,

possibilitando melhor visualização. Todo ano, contratamos funcionários temporários entre dezembro e fevereiro. E todos são registrados para não haver problemas trabalhistas. Nessa época, também distribuímos cupons para o cliente concorrer a prêmios e oferecemos brindes, tanto para os pais, como canetas, canecas e chaveiros, quanto para os filhos, que ganham balas e pirulitos.”

Tudo à vista do cliente RITA DE CÁSSIA COCITO Papel e Cores Papelaria (São Paulo/SP)

“Esse ano estou investindo mais em variedade que quantidade. Acredito que uma grande novidade serão os fichários que formam conjuntos com bolsas e estojos. Essas linhas são voltadas para o público feminino, que procura mais. Os meninos já são mais direcionados na compra. Tenho o cuidado de deixar tudo à vista do cliente. O balcão é todo de vidro, e, nas

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prateleiras, todos os produtos estão com o preço indicado. Tenho a vantagem de não precisar contratar mais funcionários porque alguns familiares e amigos vêm ajudar na venda de volta às aulas.”

mais espaço para o material escolar. Faço o mesmo com os artigos de presente, depois do Natal. Também aproveito a volta às aulas para realizar promoções de produtos bons que não venderam muito.”

Mix otimizado

Aposta no astro

ANTÔNIA SANTOS SOUZA Sinai Papelaria (Rio Maria/PA)

GILMARA BONFIM CARVALHO ABC Papelaria (Picos/PI)

“Para organizar melhor o espaço, nesse período, costumo diminuir a exposição de produtos que vendem menos no período, como envelopes e itens de informática. Deixo apenas um item de cada produto, conseguindo

“Acredito que o maior sucesso desta volta às aulas serão os produtos licenciados do Justin Bieber. Estou investindo muito em caderno. Este ano, solicitei a fabricação de dois expositores específicos para o produto,

melhorando a visualização e evitando bagunça e arranhões nas capas.”

Sorteio de videogame SÉRGIO ANTÔNIO URBANO Livraria e Papelaria Kometa (Cianorte/PR)

“Este ano, resolvi investir em uma novidade: as mochilas em formato de brinquedos, como carrinhos. Também vou organizar o sorteio de um Nintendo Wii. Os consumidores se inscrevem no momento da compra, e, em breve, vou divulgar a data do sorteio.” &


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Tecnologia Corretivos

Sem deixar

qualquer rastro

Depois de várias linhas, eis que surge um erro ou um borrão na escrita e... mais uma bolinha de papel para ser atirada no lixo, onde se encontram tantas outras. Já faz tempo que esta cena ficou praticamente restrita aos filmes e deixou de fazer parte do cotidiano de inúmeros escritórios, especialmente após a criação dos corretivos. A responsável por criar esta façanha foi Bette Nesmith Graham, secretária executiva e digitadora de um Banco de Dallas, cidade situada no estado norte-americano do Texas. Em 1951, ela criou o Mistake Out (expressão que, em inglês, significa Elimina Erros): um líquido branco à base de água. De secagem rápida, ele era passado no local do erro com um pincel de esmalte. A ideia fez tanto sucesso que, cinco anos depois, a empreendedora fundou a Mistake Out Company e mudou o nome da sua invenção, que passou a se chamar Liquid Paper. Passados dez anos, a firma já exportava

Errou? Não tem problema. Há vários corretivos no mercado, prontos para apagar rapidamente tintas de inúmeros tipos. E mais: sem deixar em segundo plano a preocupação com design, ergonomia e praticidade.

Corretivo líquido da Ebras: “rótulo encolhível” ajuda a manter o aspecto de novo por mais tempo

para 31 países, superando a marca de 25 milhões de frascos comercializados por ano. Décadas depois, a versão do corretivo que entrou para a história ainda serve de referência para vários fabricantes que, obviamente, tratam de aprimorar o formato original. A Ebras, por exemplo, foi a primeira a lançar um com “rótulo encolhível”. “Ele possui uma característica muito alta de resistência mecânica, permitindo que o usuário tenha o produto por anos sem que este perca o aspecto de limpo e novo. Atualmente, o padrão é usar o rótulo de papel, que é mais barato, mas possui baixa resistência mecânica. Quando molhado, já se esfarela e fica com cara de velho”, explica o gerente de marketing Max Lee, que ainda lista outros atributos do corretivo. “Eles não são feitos a partir de solventes, têm ótima cobertura e secam em cerca de 30 segundos”, complementa. Na Bic, os corretivos líquidos, representados pelo Bic ECOlution, ainda detêm a maior

fatia do mercado, mas não a exclusividade. “Eles têm composição à base de água e, por isso, não são considerados tóxicos. São usados principalmente pelas crianças e não agridem o meio ambiente”, conta a gerente de produto para a categoria de papelaria, Carina Narcizo. Em segundo lugar do pódio, vêm as canetas Shake’n Squeeze, com 8 ml de corretivo à base de solvente. “Elas são indicadas para alterações mais precisas. Têm maior aceitação entre jovens e funcionários de escritório. Recentemente, passamos a fabricar uma linha com 4 ml, a Mini Shake’n Squeeze”, observa a porta-voz da companhia, que coloca a BIC Fita Corretiva no terceiro lugar da lista. Com 8 m de comprimento, ela também tem tido cada vez mais saída

Kores: mix variado de corretivos para atrair diferentes tipos de consumidor

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caracteres. A Mini Caneta Corretiva tem fluxo fino e constante, secagem rápida e pode ser levada no bolso, assim como a Metal Tip, que tem tampa no sistema de clipe e ponta de metal.

Bem na fita Ciente desta demanda pelas fitas, a Henkel foca sua produção neste segmento desde 1955. Em 2002, a empresa trocou seus rollers de base-papel para base-filme, visando uma performance melhor e mais prática. Atualmente, são fabricados dois modelos nesse formato: Pritt Rolli Pop e Pritt Compact Roller. Ambos têm índices de venda similares, secagem instantânea, tampa protetora retrátil e ponta flexível. “Esta é uma característi-

ca exclusiva dos nossos produtos que garante aplicação suave do começo ao fim”, salienta Lilian Llorca, gerente de marketing de adesivos de consumo da multinacional. De olho na próxima volta às aulas, a Summit chega ao mercado com um novo modelo de fita corretiva. Batizada de TRIS Layer, ela tem 5 metros de comprimento por 5 mm de largura, zona de manuseio antideslizante e tampa protetora. Outra novidade do mix da empresa é a caneta TRIS Retok. De secagem

Feito à base de corretivo água, o corretiv ECOsolutions é o mais i popular l da Bic, que ainda fabrica versões no formato de caneta e fita

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no mercado, tanto é que a companhia lançou duas variações: BIC Speedy – com design diferenciado e duas rodinhas que facilitam a aplicação da fita – e Micro Tape Twist, uma versão em miniatura. Todas elas têm secagem instantânea. A Kores é outra que aposta em um mix variado de corretivos. Na linha mais tradicional, está o Aqua, líquido, atóxico e à base de água. Entre as canetas, há quatro versões. Com um moderno sistema de controle de fluxo, a Preciso é indicada para maior precisão, rapidez e facilidade de manuseio nas correções. A Kores Ball Tip Technology só libera o “líquido mágico” após suave pressão feita em sua ponta de esfera, e é ideal para correções finas de pequenos

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Tecnologia Corretivos

Henkel: produção focada no formato roller desde a década de 50

rápida e ponta metálica, ela tem 7 ml e é própria para correções sobre papel. A Yes também tratou logo de incorporar ao catálogo alguns modelos de fitas corretivas. A linha Tombow apresenta peças com design moderno e prático, anatômicas, atóxicas, de secagem imediata e cobrem diversos tipos de tinta. São vendidos nos tamanhos 4 mm x 6 m, 5 mm x 6 m e 6 mm x 6 m.

Funcionalidade Não há dúvidas de que os corretivos encontram-se cada vez com mais recursos. A questão que fica no ar para muitos papeleiros é o que efetivamente afeta a decisão do consumidor ao decidir que modelo será adquirido. Para Adelaide Anzolin, diretora comercial da Maxprint, ele está em busca de qualidade e preço justo. “É necessário que o corretivo seja atóxico e com boa cobertura do texto sobre o qual é aplicado. Os líquidos devem secar rapidamente e permitir escrita com perfeição sobre a superfície onde foram ap aplicados. Já as fitas Corretivos líquidos e do tipo fita da Maxprint. A companhia investe em qualidade e preço justo para seduzir o consumidor

não podem romper durante o uso e devem ter boa aderência. Outros pontos a serem levados em conta são a metragem delas e a quantidade depositada nos frascos. Muitas vezes, os produtos mais baratos têm conteúdo reduzido”, alerta. Paulo Boufleur, gerente da Mercur, enumera três fatores relacionados à decisão do cliente: poder de cobertura, preço e, por último, acabamento após a aplicação. Paula Martinez, da Henkel, é mais direta na resposta. Para ela, o fator de maior relevância é sim o preço, mas a segurança dos produtos também ocupa papel importante. “Além de não serem tóxicos, nossos produtos são livres de solventes e ácidos e, por não serem líquidos, não vazam, diminuindo as chances de o corretivo estragar outros materiais escolares”, aponta a gerente de marketing da linha Pritt. Por outro lado, Carina Narcizo, da Bic chama a atenção para a funcionalidade. “É essencial oferecer um produto eficiente e com um design atrativo para o público”, frisa.

Valorizando a mercadoria Ainda segundo a executiva da Bic, tão importante quanto abastecer a loja com mercadorias de qualidade é saber como explorar sua apresentação. No caso dos corretivos, a exposição deve seguir o fluxo de compra do consumidor, tentando tirar partido ao máximo do fato de este ser um “produto destino”. “Ele nunca deve estar na primeira posição para que o cliente possa conhecer e visualizar outros itens de valor agregado antes de chegar até o segmento de

Poder de cobertura, preço e acabamento pós uso são as características que definem a escolha do consumidor, segundo a Mercur

corretivos”, aconselha Carina, que sugere ordenar os itens por marca, colocando as líderes de mercado em destaque. “Ajuda a atrair o cliente e a aumentar a percepção de qualidade da papelaria”, justifica. Max Lee, da Ebras, aposta no contato direto com a mercadoria a ser vendida. De acordo com ele, é válido orientar o cliente a testá-la. “Temos várias campanhas focadas nisso e fornecemos amostras de alguns itens para teste. Desta forma, os fregueses podem comprovar melhor a relação custo x beneficio do mercado”, argumenta ele, que também sinaliza a importância de uma boa iluminação para corretivos com rótulo diferenciado. “No caso do Ecole, ela faz com que ele brilhe e salte aos olhos do consumidor, levando a preferência de compra”, defende. Já Adelaide Anzolin, da Maxprint, salienta a importância de manter os itens em questão em um local livre de umidade e sem calor excessivo, se possível perto de outros produtos que compõem a linha de escrita. Philipp Walser, diretor geral da Kores, vai além e recomenda que o espaço destinado a apresentação dos corretivos tenham ampla visibilidade. “Eles podem ser inclusive usados como peça de decoração de vitrine, quando o estabelecimento mantém uma”, propõe. &

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Mercado Office PaperBrasil Escolar 2011

Mudar para

se manter eficiente Francal anuncia novidades para a 25ª edição da Office PaperBrasil Escolar em 2011. Veja a opinião de empresários sobre os novos acessos ao pavilhão, o horário e a setorização dos expositores. POR CAROLINA BERGER (Av. Olavo Fontoura)

A Office PaperBrasil Escolar 2011 vai ganhar uma nova apresentação para acompanhar as necessidades trazidas por lojistas e fabricantes. A proposta foi apresentada oficialmente nos dias 19 e 20 de outubro, no lançamento comercial aos expositores da feira deste ano. O pavilhão do Anhembi, local em que o evento é tradicionalmente realizado, foi segmentado em

três partes por tipo de produto: Papelaria em geral; Escolar & Office e Mochilas & Acessórios. Entre as classificações que podem causar dúvidas, a Francal esclareceu que a primeira categoria inclui tudo o que não está nas outras, como expressão social e embalagens, e que os itens de tecnologia estão em Escolar & Office. “Com o mapa, a lista de expositores e a identificação visual que vamos desenvolver para os setores, o visitante poderá se localizar sem problemas”, garante Wanira Salles, gerente de negócios da Francal. Os expositores indicam em qual das categorias desejam ser alocados e negociam seu espaço. Com as áreas pré-definidas, já está determinado quantos estandes compõem cada setor, assim como seus tamanhos e localização. “Para segmentar da melhor forma, analisamos contrato por

Em 2011, a Office PaperBrasil Escolar completa 25 anos. A feira vai acontecer de 22 a 25 de agosto. As mudanças elaboradas pela promotora do evento já são consideradas um marco na comemoração da data. A planta, ao lado, mostra em verde a área destinada ao setor Escolar & Office; em azul, o setor Papelaria em Geral; e em rosa, Pastas, Mochilas & Acessórios. O retorno ao horário das 13h às 21h e a criação de múltiplas entradas e saídas para os visitantes são as outras novidades criadas para aumentar o potencial de negócios da maior feira de papelaria das Américas. (Marginal Tietê)

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Wanira Salles, gerente de negócios da Francal, esteve à frente do estudo detalhado para a proposta de setorização.

contrato. Produto por produto. Se determinada área estiver toda reservada, não poderei incluir o expositor em um estande que não seja de sua categoria. Haverá uma lista de espera diferente para cada setor”, explica Wanira. Fabrício Pardo, gerente de marketing da Jandaia, concorda com a decisão e vê a divisão por categorias como uma tendência de mercado. “A antiga papelaria, na qual se encontrava tudo através do balconista, também está se transformando na medida em que passa a organizar seus produtos nas gôndolas de maneira setorizada”, constata. Segundo a Francal, os indícios de que o mercado entendeu a proposta é o fato de que 80% da área do pavilhão para 2011 já foi comercializada no lançamento, em outubro. Mesmo os expositores que não têm certeza quanto aos benefícios estão dispostos a apoiar e testar a novidade. “Não sabemos se a setorização é positiva ou negativa, mas é uma tentativa de melhorar a feira. Então, vamos apoiá-la.”, afirma Mariana Pinheiro, do departamento de marketing da Dermiwil. Caroline Rossatto, do departamento de marketing da Choice Bag, confia que a proximidade

oferecida pela setorização vai ser boa para os dois lados. “O consumidor vai poder selecionar melhor as empresas do mesmo ramo, e para o expositor é positivo estar perto do concorrente, analisando as outras estratégias”, avalia. Maria do Socorro, gerente da Paloni Embalagens, reconhece que “quem visita pode dirigir-se especificamente às áreas que o interessa, sem andar por todo o Anhembi”. “Haverá mais tempo para visitar os outros expositores, já que não precisarão ir de um lado para outro”, diz Maria do Socorro. Para melhorar o fluxo, a Francal organizou uma mudança complementar fundamental: novos acessos, com diferentes entradas e saídas para o pavilhão. A gerente da Paloni aprova a medida. “Muitos dos nossos clientes se queixavam da concentração de pessoas em um único portão e da distância que tinham que percorrer antes mesmo de entrar no pavilhão”, alega. Já Elson Di Celio, diretor da Dello, acredita que era melhor o visitante passar por toda a feira. “Assim, o percurso será pulverizado e alguns não serão visitados”, analisa. Fernando Hachul, diretor comercial da Cromus, discorda, pois acredita que “o comprador já sabe quem vai visitar e procura direto o estande do fornecedor”. A grande polêmica da Office PaperBrasil Escolar 2010 foi o horário diferente: das 10h às 19h. Segundo a Francal, 83% dos expositores, ouvidos em uma pesquisa realizada durante a feira pela promotora, solicitaram a volta ao formato anterior, o que foi determinante para definir que, em 2011, o evento será realizado das 13h às 21h. &


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Dossiê Carimbos

Para investir Desde que adquiriu a Casa do Carimbo Papelaria (Maringá/ PR), há 16 anos, Vanderlei Gomes investe na produção de carimbos tradicionais, aqueles com base de madeira, e autoentintados, cuja almofada fica dentro da própria carcaça. O negócio vem dando tão certo, que a saída do produto representa 60% do lucro da loja. “Vendo carimbos inclusive para outras papelarias e pretendo, futuramente, tornar-me distribuidor. Mas é bom o papeleiro saber que para investir na produção de carimbos são necessários habilidade manual, treinamento e muita dedicação”, revela. Essa lição, o proprietário da Carimpel Carimbos e Papelaria (Suzano/SP) sabe muito bem. Na pequena oficina onde produz os carimbos, localizada dentro da própria papelaria, Garcez de Fátima José Pereira passa boa parte do tempo, enquanto outro funcionário atende os clientes no balcão. “É preciso que alguém fique por conta da produção, sendo esse um investimento que vale a pena. Os carimbos são o carro-chefe de nossa loja”, afirma.

Produção Quando o papeleiro resolve trabalhar com carimbo, ele tem três opções. A primeira delas é ser um revendedor, nesse caso, o dono da papelaria recebe o pedido do cliente em sua loja e o encaminha até um profissional

especializado, o chamado carimbeiro, que devolve o produto a papelaria, na maioria das vezes, no dia posterior. A segunda alternativa é possuir a carcaça na própria loja, contando com o trabalho do carimbeiro somente para a fabricação da borracha, lembrando que a papelaria também pode oferecer datadores ou carimbos pré-definidos com os dizeres “PAGO” e “RECEBEMOS”, por exemplo. E como terceira opção, o que o papeleiro pode ainda fazer é ele próprio produzir o carimbo. De acordo com Ulysses Stancati, gerente de vendas da Carbrink, que oferece produtos de marca própria e importados, a alternativa número três é a mais viável. Em primeiro lugar,

sem erros Qual carimbo é o mais adequado para a papelaria? Qual o investimento? O retorno financeiro é a curto prazo? Com o intuito de saber mais sobre o mercado de carimbo, a Revista da Papelaria foi atrás de fornecedores de equipamentos e insumos para a fabricação desse produto para trazer respostas a esses e a outros questionamentos. POR RENATA MEDEIROS

Na pequena oficina dentro da própria papelaria, Garcez se dedica à produção de carimbos. O investimento trouxe lucro à loja, e o produto acabou se transformando em carro-chefe da empresa.

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instrumentos para a produção de carimbos afirmam que há tempos o tradicional perdeu o lugar para o autoentintado, sendo ele hoje o preferido dos consumidores. “Considerandose todos os tipos de carimbos existentes, o autoentintado corresponde a 55% das vendas no Brasil, enquanto o tradicional fica com 40%, e o modelo flash, 5%. Eles caíram no gosto do público por serem mais práticos, mais limpos e mais fáceis de carregar”, explica Chang Mai Kwei, diretor da Glorimax, representante da Shiny no Brasil. “Mudanças constantes tornam os autoentintados atraentes e fáceis de usar, sempre com uma impressão limpa, clara e

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porque ao aumentar o leque de serviços em sua loja, o papeleiro consegue agradar e chamar a atenção do cliente. Sem o auxílio de terceiros, é ainda possível cortar despesas, e os fornecedores garantem: a margem de lucro a partir da produção e venda de carimbos é alta. “A partir do momento que o cliente faz o carimbo na papelaria, dificilmente mandará fazer em outro lugar e, além de aumentar o mix de produtos oferecidos, temos que considerar também a lucratividade presente nessa fabricação. O papeleiro que trabalha com carimbos em sua loja, mas terceiriza a produção, está deixando de ganhar dinheiro”, afirma. Representantes de empresas fornecedoras de insumos e

A máquina para a produção de carimbos da Carbrink vem acompanhada de um CD explicativo e um kit com produtos químicos para o início da produção. A empresa também investe em diferentes tipos de carcaças.

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Dossiê Carimbos

O valor acessível e o rápido retorno financeiro que ela geralmente oferece são algumas das principais características da máquina processadora em resina de fotopolímero líquido, como essa da Nova Era.

nítida. Eles tornaram-se uma ferramenta de trabalho bonita e prática para todas as finalidades, seja para uso contínuo ou esporádico”, completa Jackson Schneider Nunes, diretor da Globo Importação e Exportação, representante da Trodat no Brasil. O motivo que ainda garante a existência dos tradicionais no mercado, como afirma Ronaldo Bassi, diretor de marketing da Nova Era, distribuidora da Colop em nosso país, é o seu preço ainda mais baixo que os dos demais tipos de carimbos. Stancati, da Carbrink, vai mais além e diz que, futuramente, ele será totalmente substituído por modelos mais modernos. Opinião diferente possui Kwei. “A preferência por esse produto pode até diminuir ainda mais, mas não acredito em sua extinção. Não há pessoas que ainda hoje preferem o disco de vinil?”, compara. Tanto para a produção da borracha destinada aos carimbos tradicionais quanto aos autoentintados, o papeleiro vai precisar de uma máquina processadora em resina de fotopolímero líquido, capaz de produzir vários deles de uma só vez. “É possível fabri-

car cerca de 40 carimbos de assinatura de seis centímetros por dez centímetros ao mesmo tempo”, exemplifica Stancati. Para a produção de um carimbo tradicional, gasta-se entre 30 e 40 minutos, sendo necessário um espaço próprio para isso, onde, de preferência, deve haver, além da máquina, água corrente e um funcionário responsável especificamente por aquele serviço. O papeleiro pode também optar pela máquina a laser, capaz de produzir uma borracha de melhor qualidade. Esse tipo de equipamento, porém, não está somente relacionado à produção de carimbos. Ele pode gravar e cortar vários materiais como papéis, plásticos, entre outros, e ainda personalizar produtos como canetas, agendas e porta-retratos. Esse é o caso da Rayjet, da Trotec, empresa do grupo Trodat. “Por ser pequena, ela cabe perfeitamente na papelaria, e por possuir um software simples, permite que o proprietário logo expanda seus horizontes comerciais”, comenta Nunes. O carimbo flash é outro que pode ser produzido e comercializado em papelarias. A borracha sem relevo e com

capacidade fotográfica é um dos diferenciais do produto, capaz de imprimir não somente nomes e especificações, assim como fotos e até desenhos. Além disso, em um único carimbo é possível ter um misto de cores. “Pode-se ter o seu nome gravado em uma cor e o nome da empresa em outro”, exemplifica Kwei. O processo de confecção do flash é também mais limpo e mais rápido, sendo gastos cerca de três minutos para se ter o carimbo pronto. “Hoje, principalmente nas grandes cidades, o cliente não quer e não pode esperar muito tempo pela mercadoria, muito menos voltar no outro dia para pegála, o que torna o flash uma ótima opção”, opina. Por outro lado, esse produto, segundo os fornecedores, ainda não caiu no gosto do público brasileiro, realidade que, segundo o diretor da Glorimax, ainda pode mudar.

Escolha O investimento inicial em uma máquina processadora em resina de fotopolímero líquido varia entre R$ 1.400 e R$ 2.500. Segundo a maioria dos fornecedores, ela é a mais indicada para o papeleiro que pretende começar a produzir carimbos, principalmente devido ao seu valor acessível e ao rápido retorno financeiro que ela geralmente oferece. Eles garantem que é possível ter de volta o montante inicial investido entre três e 12 meses, dependendo da clientela. Já para apostar na máquina para produção de carimbos a laser, o papeleiro precisa de-

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Dossiê Carimbos

Por meio da tecnologia flash, é possível fabricar carimbos capazes de imprimir não somente nomes e especificações, mas também fotos e até desenhos. A Glorimax é uma das empresas que oferece o produto.

sembolsar entre R$ 20 mil e R$ 45 mil. “Como ela possui outras funções, o dono da papelaria terá também que utilizá-las caso deseje um retorno mais rápido”, orienta Ronalo Bassi. A modernidade e versatilidade da máquina para fabricação do flash, assim como seu custo, de aproximadamente R$ 1.200, chamam a atenção. Por outro lado, alguns fornecedores lembram que poucas pessoas utilizam esse tipo de carimbo e, além disso, é possível a fabricação de somente um deles por vez. “Apesar de ser uma opção a mais para o cliente, essa não é a melhor alternativa para o papeleiro que pretende começar a produzir”, opina Bassi. “O flash é indicado para quem já trabalha com carimbos e deseja aumentar o seu leque de alternativas”, completa Stancati. De acordo com os fornecedores, no momento de escolher com qual produto trabalhar e se o investimento realmente vale a pena, o papeleiro precisa, antes de tudo, prestar atenção no seu público. “Sentir o mercado é o primeiro passo para quem pretende entrar nesse negócio. É preciso observar se há procura pelo material para então apostar nessa produção”, afirma o diretor de marketing da Nova Era. Mesma opinião possui Kwei. “É a localidade da loja e o tipo de cliente que frequenta o estabelecimento que vão definir qual carimbo é mais viável produzir e oferecer. É principalmente nisso que o varejista precisa estar atento”, garante.

Além da fabricação de carimbos, a Rayjet, da Trotec, empresa do grupo Trodat, permite o corte de papéis, plásticos e ainda a personalização de produtos como canetas e agendas.

Carbrink, Globo, Nova Era e Glorimax possuem máquinas para a fabricação de carimbos, carcaças e insumos para a produção de borracha, e todas elas garantem que o papeleiro não estará sozinho caso decida entrar no ramo e oferecem, além de assistência técnica, outras particularidades. Ao adquirir uma máquina na Carbrink, por exemplo, o investidor receberá um CD explicativo para ajudar na produção, além de um kit inicial com todos os produtos químicos necessários para a fabricação do produto, além de 200 bases plásticas de vários tamanhos e seis carimbos autoentintados. “Essa quantidade é suficiente para que ele inicie o negócio”, comenta Stancati. A empresa dá garantia de seis meses a datadores, numeradores e máquinas para fabricação de carimbos. Na Globo Importação e Exportação, os produtos Trodat possuem garantia contra defeitos de fabricação e são substituídos caso apresentem

alguma avaria. Nunes, porém, afirma que: “A produção na Áustria possui certificado ISO 9001 e ISO 14001 há anos, e nos orgulhamos de contabilizar índices irrisórios de defeitos”. A Colop dá cinco anos de garantia para a estrutura da maioria de seus produtos, e a Glorimax também oferece garantias, estando sempre preocupada em auxiliar o cliente caso seja necessário, como afirma Kwei.

Na loja Para começar a vender carimbos, é essencial mostrar ao público que o serviço está disponível na papelaria, e isso pode ser feito de várias maneiras. Umas das sugestões dos fornecedores é espalhar banners pela loja, assim como distribuir folhetos. Outra dica é montar uma vitrine com diversos produtos, como sugere Ronaldo Bassi, sendo também viável disponibilizar um display de teste. “Dessa maneira, o consumidor pode sentir o produto, certificando-se em relação à sua qualidade”, finaliza. &

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Uma luz no

fim do looping

Depois de passar dois anos atormentado pelo fantasma da crise, o varejo de papelaria encerra período das vacas magras e volta a crescer. Para veteranos e novatos da indústria e do varejo, o cenário é de otimismo. POR LUCIANA D’AULIZIO E CAROLINA BERGER A última década pode ser comparada a um passeio de montanha-russa. No início, a prazerosa sensação de estar nas alturas, em um nível bem diferente que o de costume. Esse gostinho de divertimento foi sentido tanto pelos brasileiros, em um mandato marcado pelo discurso da esperança contra o medo, quanto pelos americanos. Após sentirem os efeitos da crise de oferta de capitais, em 2001, estes comemoraram o estímulo à concessão de crédito a juros menores. A estratégia adotada pelo governo dos Estados Unidos para reaquecer a economia do país parecia dar certo até que, de repente... veio a hora da descida, com a explosão da crise de 2008. Como era esperado em tempos de globalização, a notícia e os impactos do golpe nos Estados Unidos reverberaram por todo o mundo. Com isso, bancos quebraram, empresas assistiram a diminuição de seus lucros, funcionários foram demitidos,

e foi instalada uma espécie de “consumofobia”. Logo em seguida, mais uma surpresa pela frente: o looping. Em estágio de suspensão, o mercado cobrava uma solução para o impasse, mas a aguardava estaticamente, paralisado pelo medo de despencar das alturas. Na época, entre os varejistas, o lema era “abasteça a loja com moderação”. Foi o conselho deixado pelo papeleiro Marcelo Tamaki, da Nobre Papelaria (Uberlândia/MG) em depoimento à REVISTA DA PAPELARIA – PAPEL & ARTE. “A volta às aulas de 2009 será tão imprevisível quanto o comportamento da Bolsa de Valores. Nunca sabemos se o dólar vai subir ou descer ou se as vendas serão boas ou não. Eu só sei que, ao contrário dos anos anteriores, quando tínhamos um certo equilíbrio, a incerteza vai imperar no final deste ano e início do próximo”, afirmou em novembro de 2008. Dito e feito. A previsão se concretizou em 2009, nebuloso

do início ao fim. Contudo, felizmente o feitiço foi quebrado, em 2010, marcado pela retomada do crescimento e pela certeza de que dias ainda melhores estão por vir. É o que espera Deise Somayama, gerente de marketing da Multilaser. “Este foi um ano de muitas conquistas para nós. Fizemos um grande trabalho de melhoria no processo de produção e qualidade. Aumentamos a equipe de engenheiros, tanto no Brasil como na China, e investimos na compra de novos equipamentos de testes. Essas ações impactaram diretamente nos bons resultados que tivemos. Estamos trabalhando para ter ainda mais sucesso em 2011”, comenta. A Bic também chega à reta final do ano com a sensação de dever cumprido – e da melhor forma possível, com direito a vários títulos. Em 2010, a companhia foi número 1 no quesito Instrumento de Escrita, no Prêmio Brasil de Excelência em Papelaria, e ficou ainda entre os vencedores do Prêmio Popai Brasil em duas categorias. De acordo com Luciano Santos, gerente de desenvolvimento do canal papeleiro, as vendas foram mais tímidas no início do ano, mas, com o passar dos meses, o varejo se aqueceu, tanto é que, até outubro, a empresa já tinha atingido 90% dos objetivos

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estabelecidos para a próxima volta às aulas. “Nesse ano, o consumidor foi às compras dos produtos de valor agregado, deixando os commodities de lado e aumentando o ticket médio das papelarias. Isso permitiu que aumentássemos nosso mix. Em 2011, queremos repetir o sucesso e treinar mais de três mil lojistas no projeto Empreender para Crescer”, comenta. Viviane Masetto, gerente de marketing e vendas da Waleu, comemora a performance da empresa ao longo de 2010, encerrado com todas as metas alcançadas. Na opinião dela, um dos fatores que contribuiu para o resultado satisfatório foi o aperfeiçoamento do planejamento feito pelos lojistas para a volta às aulas. “Internamente, nós também nos preparamos melhor, com um grande estoque”, acrescenta ela que prevê um crescimento de 30% para 2010.

De olho nas metas Planejamento também foi palavra de ordem na Pinte o Sete Comércio de Papelaria e Presente (Maceió/AL), comandada por Giliane Justino Inacio Lucena. Ainda receosa com um possível desdobramento da crise, ela preferiu fazer compras mais modestas para

2010. Resultado: pecou pelo excesso de precaução. “Deixei de vender por não ter produtos no estoque. Faço de tudo para não errar nas expectativas, mas às vezes acontece”, lamenta. A 2.354 km dali, na Papelaria Alves (Taboão da Serra/SP), Robson Domingos Alves garante que todas as metas feitas para este ano foram ultrapassadas, e que a crise é um episódio superado. “Como sou focado nos ramos de escritório e papelaria e no público corporativo, nem fui muito afetado quando ela explodiu. De qualquer forma, estou otimista. Ocorreu um aumento da venda de computadores que, consequentemente, acarreta o consumo de acessórios ligados às máquinas. Logo, é um mercado que tem muito a oferecer”, prevê. Há 40 anos à frente do negócio, o lojista fica de olho nas novidades que chegam ao mercado e procura sempre se adiantar em relação aos clientes. “Procuro tê-las antes que perguntem por elas. Não deixo faltar nada”, garante. Márcia Regina Seixas Ferreira, da Papelaria M. S. Ferreira (Manaus/AM), é outra que busca se adiantar nas encomendas, mas por um motivo diferente: a dificuldade de transportar mercadorias para o norte do país. “Como não há uma rodovia que nos

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Robson Domingos Alves, da Papelaria Alves, aposta no crescimento de acessórios de informática e procura estar a par das novidades para surpreender os clientes


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ligue diretamente a São Paulo e Curitiba, temos que nos adaptar, pois sabemos que não poderemos fazer o pedido em cima da hora. Se quero vender papéis de presente no Natal, não posso encomendá-los em novembro. Tenho que ter a mercadoria em outubro”, explica ela, que ainda destaca o lado positivo da distância. “Muitas vezes, conseguimos descontos dos fornecedores para compensar os encargos com transporte, mas é necessário estar legalizado”, avisa.

Com a bola cheia

LINHA DO TEMPO

A Copa do Mundo também deu aquele empurrãozinho nas vendas durante o recesso de férias, período que costuma ser morno para inúmeros varejistas do ramo. Empolgados com a possibilidade de a seleção conquistar o tão esperado hexacampeonato, vários amazonenses foram à papelaria comprar papéis coloridos, barbantes e tantos outros itens para caprichar na torcida à distância. O sonho do título infelizmente morreu na praia, porém o fatu-

JANEIRO Te m o s u m novo nome: REVISTA DA PA P E L A R I A . A mudança foi o tema do editorial de Rosangela Feitosa, que relembrou a trajetória da publicação e assegurou que o comprometimento em tratar temas de relevância no mercado continua o mesmo. Prova disso é a matéria de capa que ensina o bê-á-bá para ser um bom vendedor.

ramento foi satisfatório. “Não podemos deixar de explorar este segmento, até porque, daqui a quatros anos, seremos uma das cidades que sediará o mundial. Pensando nisso, reformaremos o estabelecimento para que ele fique mais bonito para receber os visitantes”, conta Márcia. Assim como Márcia, Celiames Longui, proprietária da D Longui Papelaria (Tarauaca/AC), fez fé no mundial de futebol, decorou a loja e se deu bem. “Vendi muita coisa”, vibra. Atenta ao calendário, ainda tirou partido de outros dois eventos marcantes para a região: o aniversário de 95 anos da cidade e as eleições estaduais e federais. “Nesta época, vendi tintas, pincéis, toneres e papéis especiais e no formato A4. Um produto puxava o outro”, recorda ela, que já está cheia de ideias para a próxima volta às aulas. “Vamos elaborar um informativo que será distribuído em escolas e bancos, promover sorteios e já contratamos funcionários para o Natal, que também trabalharão no início

FEVEREIRO Frankfur t é o melhor lugar para saber que tendências nortearão o varejo mundial de papelaria. Como é de praxe, fomos até lá conferir as novidades que deram o que falar. Na seção Tecnologia, a estrela foi o papel fotográfico, procurado cada vez mais por fotógrafos profissionais e amadores.

de 2011. Não contrataremos de última hora pessoas que nem sabem onde estão as coisas na loja. Cometi este erro em 2010 e não o repetirei”, promete. Maria do Carmo Barros da Silva, da Papelaria Josys (Araguainha/TO), concorda com a colega varejista. “É fundamental estar atento às datas, até para verificar qual a melhor forma de expor os produtos. Ao contrário, a loja fica tumultuada”, diz. Entre junho e julho, ela vendeu vários itens usados para decorar ruas e casas. Mesmo assim, as vendas anuais ficaram abaixo do esperado. “Honramos todos os compromissos, mas ficamos com produtos do estoque. Um dos fatores que nos prejudicou foi o reajuste das mercadorias feito pela indústria em decorrência desses eventos. Nos

MARÇO O último volta às aulas foi marcado pela disputa acirrada entre varejistas, atacadistas, supermercados e lojas de departamento. Ele foi o destaque da edição que também mostrou as novidades do projeto Gerando Demanda, voltado para o treinamento de empresários e balconistas.

Estreante no segmento de papelaria, a Ludi, do grupo Imaginarium, unificou todas as suas operações em Florianópolis e se destacou no mercado por suas opções divertidas de presentes

ABRIL Qual o se gredo para completar 100 anos firme e forte no mercado? Fomos atrás de Antônio Barroso, proprietário da Casa Ribeiro, para descobrir a resposta. Segundo ele, é importante ter uma equipe que sinta prazer em trabalhar. “Assim, ao fazer um balanço das ações do dia, cada um de nós sentirá que foi útil para alguém”, frisou.

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D Longui Papelaria: vendas subiram graças à Copa do Mundo, às eleições e ao aniversário da cidade

Estreia com pé direito Os últimos doze meses não beneficiaram apenas os veteranos no mercado. Em 2010, vários iniciantes, inclusive es-

MAIO Ouvimos re l ato s re lacionados à venda de brinquedos e vimos que este nicho só vale a pena para quem concorre diretamente com “atacarejos”, supermercados e lojas especializadas. Outro ponto alto foi a cobertura da 16ª Edição da Feira de Istambul, que contou com 200 expositores e reuniu 25 mil visitantes.

treantes, mostraram que chegaram para ficar e conquistar seu lugar ao sol. Exemplo disto é a Ludi, criada pelo Grupo Imaginarium, importante rede de lojas de presentes e decoração. “Através de pesquisas, vimos que várias papelarias e livrarias estão se diversificando para agregar outras categorias de produtos, entre elas a de presentes. Logo, concluímos que haveria público para o fun design, que abrange itens criativos, divertidos e coloridos, voltados para um público jovem e antenado. E estávamos certos. Não só alcançamos como superamos todas as expectativas”, destaca o gerente comercial e de varejo, Alexandre Lima. Entre os pontos fortes das mercadorias, ele destaca a possibilidade de elevar o tíquete

JUNHO A n o n o v o, agenda nova. Para que você ficasse a par das apostas para 2011, garimpamos o que havia de melhor no segmento papeleiro. Ainda aproveitamos para ressaltar o potencial das fragmentadoras. Utilizadas para destruir documentos com segurança, elas têm saída tanto para o mercado corporativo como para o doméstico.

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meses próximos às eleições, por exemplo, ocorreu um aumento no valor do sulfite porque havia mais pessoas interessadas em comprá-lo”, analisa. A varejista não é a única a ter chutes a gol que terminaram como tiros de meta. Para Dacilene Venas Pereira dos Santos, da Work Papelaria (Salvador/BA), a Copa mais atrapalhou do que ajudou. “Os jogos eram transmitidos de manhã e de tarde, o que nos obrigou a fechar a loja nos horários de pico. Na época, as vendas caíram. Agora, com a proximidade da volta às aulas, o movimento está bem melhor.


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LINHA DO TEMPO

médio do negócio e o forte apelo estético em relação aos consumidores, favorecendo as compras por impulso. Porém, admite que a aparência não foi o único fator crucial para o sucesso. Há ainda outros dois: o aumento do poder aquisitivo do público feminino e da classe C e a unificação de todas as operações da companhia em Florianópolis, Santa Catarina. “Integramos as áreas da empresa e ganhamos mais agilidade. Ficamos mais próximos de nossos fornecedores e diminuímos custos”, observa. Cautela também não faltou a Maira Margareth Rosso Barbosa, que está há dois anos à frente da Papelaria e Cia (Curitiba/PR). Assim como no caso da Ludi, ela fez uma pesquisa para verificar a viabilidade do negócio, só que bem mais modesta. “Quando levava meus filhos para a escola, notava que as mães passavam um sufoco para comprar até uma folha de papel almaço. Tinham que ir até o shopping ou ao supermercado porque não havia uma loja por

JULHO Itens certos nas listas de material, os lápis de cor foram destaque em nossas páginas. Mostramos modelos tradicionais, licenciados, aquarelados e até ecologicamente corretos. Além disso, ouvimos a expert em marketing digital, Sandra Turchi, para obter dicas de como usar a internet para expandir negócios e fidelizar clientes.

perto. Sabendo disso, peguei meu Fundo de Garantia e investi em um imóvel”, conta. Em 2010, o estabelecimento teve três pequenas reformas e, no ano que está por vir, passará por novos ajustes. “Temos que ajeitar a parte elétrica e aumentar a altura do local. Com isso, teremos mais espaço para organizar nosso mix”, explica Maira. Focada em expandir a cartela de clientes, ela diz não poupar esforços para correr atrás de mercadorias de qualidade e com preços bons. “Nem sempre é necessário comprar da fábrica. Muitas vezes, compensa recorrer a um distribuidor. Em todo caso, é crucial ouvir a opinião dos alunos, das mães e dos professores. Se experimentamos um item e vemos que eles não o aprovaram, não encomendamos novamente. Deixamos sempre livres para dizer o que acharam até para servi-los melhor”, diz. A ex-professora de matemática Andreia Aparecida Gosman comprou a Livraria e Papelaria Portal (Bento Gonçalves/RS), em 2009, e também se deu bem.

AGOSTO Fizemos um balanço do ramo de arte s a n ato e vimos que ele é promissor se houver investimento na formação de vendedores e consumidores. Na entrevista do mês, Vitor Tavares, da Associação Nacional de Livrarias, falou sobre a Lei do Preço Único, medida que colocará as livrarias em pé de igualdade com sites de vendas e supermercados.

No primeiro ano como empreendedora, basicamente colocou a casa em ordem. Abasteceu o estoque com clássicos e novidades, entrou em contato com antigos clientes e fez de tudo para conquistar novos fregueses. Em 2010, ela começou a colher os frutos da primeira “safra” e já está cheia de planos para conseguir resultados ainda melhores em 2011. Um de seus objetivos é fazer com que os moradores de Juventude – bairro onde a loja se localiza – recorram apenas a ela e não se desloquem para as papelarias do centro da cidade. “Sei que tenho que melhorar a parte de divulgação que anda meio fraca. Desta vez, quero trabalhar com, no mínimo, três tipos de veículos: panfletagem, spots em rádios e carros de som. Ainda devo implementar na empresa uma política de metas com comissão para os vendedores. Quero que eles se sintam mais valorizados, pois sei que isto fará com que fiquem mais motivados”, justifica. Outro calouro no ramo, Ivo Soares Ribeiro, é a prova viva

SETEMBRO O impacto dos impostos no preço do material e s co l a r fo i discutido por tributaristas e líderes de entidades do ramo de papelaria em nossa matéria de capa. Outro tema em foco foi a criatividade no varejo, tratada na inspiradora história do camelô David Portes, que se transformou em publicitário e palestrante.

OUTUBRO Tivemos uma edição especial sobre a 2 4 ª Ed i ç ã o da Office PaperBrasil Escolar, que atraiu 12.552 visitantes e confirmou o segmento do ramo de escritório. “Começamos a colher os frutos na parte de tecnologia, que tem tido participação expressiva no evento”, disse Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, responsável pela feira.

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Empolgada com as vendas durante a Copa, Márcia Regina Seixas Ferreira, da Papelaria M.S. Ferreira, quer fazer reformas na loja para receber turistas que assistirão jogos em Manaus

NOVEMBRO Cada vez mais lojistas firmam parcerias com escolas que não se restringem à volta às aulas e incluem apoio a atividades culturais e esportivas. A estratégia foi abordada com detalhes na principal reportagem da edição de novembro. Em Mercado, entrevistamos comerciantes que foram assaltados e buscamos soluções para garantir segurança em papelarias.

Promessas para os próximos meses Embora estejam otimistas em relação ao ano que vai nascer, todos os lojistas entrevistados foram unânimes em reconhecer que há pontos a serem melhorados para que o setor se desenvolva ainda mais. Celiames Longui, da D Longui Papelaria, por exemplo, chama a atenção para a precária infraestrutura de transporte do Acre. Na região, as estradas só são liberadas nos meses de seca. Nos outros, as encomendas são enviadas para Rondônia e, de lá, seguem de balsa para o Acre, o que atrasa consideravelmente a entrega dos pedidos. Segundo ela, já aconteceu de alguns serem entregues após a volta às aulas. “Para fugir disso, temos transportado certos itens por

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de que não existe tempo ruim para quem está disposto a pegar no batente. O comerciante resolveu assumir a Livraria e Papelaria Futura (Serra/ES) há três anos, pouco antes de os efeitos da crise chegarem no Brasil. Mesmo assim, se manteve firme e forte no mercado. “É bem melhor começar algo em momentos de dificuldade, pois o aprendizado é muito maior. Temos sempre que ter a cabeça no futuro”, frisa. Tão logo ficou à frente da loja, investiu em variedade de mercadorias e já viu resultados. Em 2010, o comerciante tomou

mais uma decisão acertada: a de ampliar o expediente da empresa. “Antes, ela funcionava das 8h às 18h. Com o tempo, vimos que era interessante abrir por volta de 6h40, visando os estudantes que estão a caminho da aula, e fechar às 19h, para atender os que estão voltando do trabalho”, comenta. Empolgado com o crescimento da cidade, possibilitado pela descoberta do pré-sal na região, ele pretende continuar a investir em novidades ao longo de 2011, mas com precaução. “É necessário conhecer bastante um representante antes de comprar dele, principalmente se a firma é nova no mercado. Caso contrário, o papeleiro pode ficar com produto no estoque e perder dinheiro”, alerta.


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avião. O problema é que temos que pagar R$ 13,00 pelo quilo, tornando o frete muito caro. E ainda há a pesadíssima carga tributária que incide sobre os produtos”, conta. Maira Margareth Rosso Barbosa, da Papelaria e Cia, cita outro assunto largamente discutido: o valor do pedido mínimo imposto pela indústria. “As fábricas deveriam adotar uma política de preços e de quantidade de itens diferenciada para distribuidores e varejistas. Elas precisam oferecer algum diferencial para nós, seja em preço ou em prazo de pagamento. Caso contrário, valerá até mais a pena comprar de um distribuidor”, argumenta. Já Antônio Sereno, diretor da Brasil Escolar, direciona sua cobrança aos governos estadual e federal para que sejam revistos os procedimentos adotados para a compra de material didático para as escolas públicas.

De acordo com o porta-voz da instituição varejista, o principal problema deste tipo de ação é não envolver as papelarias de todo país. “Dessa forma, tem gerado muito desemprego e falência das menores. Muitas lojas fecharam nos últimos três anos, mesmo período em que está sendo aplicado esse programa de doar material escolar. Acredito que a melhor solução de resolver esta questão seja a criação de um vale-educação para os alunos e os pais irem à papelaria”, sugere. Por outro lado, Sereno também reconhece um avanço obtido pelo governo federal: o projeto para a isenção do IPI, PIS e COFINS sobre material escolar. Criado pelo senador José Agripino, ele tramita na Câmara dos Deputados e pode ser aprovado em 2011. Se aprovada, a medida será mais que bem-vinda para varejistas de pequeno e médio porte. “Essa é

Líderes do setor já aprovam 2011 Não só indústria e comerciantes ficaram satisfeitos com o desenrolar de 2010. Os líderes de entidades importantes para o setor também fazem um balanço positivo e se encontram otimistas com o ano que vai nascer. “Formamos boas parcerias, melhoramos o acesso a preços e lançamentos e investimos no trabalho de mais de 260 balconistas, com oito palestras motivacionais realizadas na nossa sede. Ao entrarmos em contato para obter um retorno da iniciativa, muitos relataram que se sentiram valorizados e que conseguiram aplicar o que aprenderam”, comemora Antônio Nogueira, do Simpa. Outro aspecto destacado pelo líder varejista é a tomada de consciência por parte dos empresários de que é imprescindível investir muito no negócio. “Prova disso é que alguns têm aberto mão do fim de semana para vir conosco discutir o dia a dia do comércio”, conta. Antônio Sereno (foto), diretor da Brasil Escolar, também faz elogios aos últimos 12 meses, porém mais modestos. “O mercado foi melhor que o ano passado, mas não muito. Tivemos crescimento entre 5% e 10% melhor, e a crise foi superada em 70%”, analisa. Em 2011, ele espera incrementar a prática de compra conjunta pelos membros da associação. “Estamos intermediando a negociação com os fornecedores para que os associados comprem mais barato. Vai começar em São Paulo e gostaríamos de expandir para todo o Brasil”, anuncia.

nossa maior briga na Brasil Escolar. No entanto, a mudança tem que ser feita com cuidado entre a data da promulgação e da realização efetiva para que os lojistas não percam o investimento nos produtos do estoque que foram comprados com imposto”, alerta. Antônio Nogueira, presidente do Sindicato do Comércio varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região (Simpa), sinaliza outro fato importante que deve movimentar o mercado em breve: a regularização do material escolar, comandada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Prometidas para setembro de 2010, as regras ainda não foram anunciadas e só deverão ser conhecidas ao longo de 2011. Após serem divulgadas no Diário Oficial, o tempo de adequação será de 18 meses para fabricantes de artigos brasileiros e importadores e de 36 para o comércio. “É bom colocar ordem na casa. Há lápis preto que é cinza, borracha que borra em vez de apagar”, diz. Entre curvas e rodopios, mais dez anos ficam para trás. Apesar da onda de calmaria e de alegria instalada, é necessário ter em mente que o passeio continua, assim como as surpresas no percurso. Afinal, nunca se saberá se, nos próximos metros, haverá uma subida, uma descida ou mesmo um looping. Fica a torcida para que, em 2011, fabricantes, atacadistas, distribuidores e, especialmente, varejistas tenham fôlego para curtir novas emoções e, é claro, sobreviver a boas sacolejadas. &

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Consultoria

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Estoque: como gerenciar e comprar certo

Investimento

mais que necessário Além de reduzir perdas materiais e financeiras, o gerenciamento de estoque é capaz de melhorar a eficiência das compras e alavancar os negócios. Conhecer as reais necessidades dos clientes também é essencial para o papeleiro que não pretende ter prejuízo ou mercadoria encalhada na loja.

Foto Morguefile

POR RENATA MEDEIROS

Em 2005, a realidade da papelaria Bazar Brasil (Taguatinga/ DF) mudou. Foi naquele ano que seu proprietário, Welington Faria Ribeiro, passou a investir pesado no contole de estoque, deixando para trás seis anos de perdas e prejuízos. O fichário em que os funcionários anotavam o que saía do estabelecimento foi trocado por um sistema de gerenciamento informatizado. “Às vezes alguém esquecia de dar baixa, outra vez marcava-se como vendida uma mercadoria que ainda estava na loja. Quando fazíamos o balanço anual, dificilmente as informações batiam com aquelas do fichário. Não sabíamos quantos produtos tínhamos e acabávamos comprando tudo no ‘achismo’. Chegamos a adquirir uma determinada mercadoria do fornecedor e só depois nos demos conta de que já tínhamos aquele

material estocado”, lembra. Segundo Ribeiro, o investimento trouxe lucro para a papelaria, e o cliente também parece ter sido beneficiado pela mudança, já que hoje, ao entrar no Bazar Brasil, ele tem informações sobre a mercadoria que deseja de maneira rápida, eficaz e sem erros. “Já aconteceu do consumidor querer um produto que achávamos estar no estoque. Quando íamos pegar o item pedido, ele não estava lá. Agora fazemos essa checagem por computador”, conta. Ao permitir que Ribeiro saiba exatamente o que entra e sai de sua loja, o controle de estoque o ajuda também a conhecer mais os frequentadores de sua papelaria. “Dessa maneira, percebo quais são as preferências desse público, podendo investir nos produtos certos”, comemora.

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Para Sônia Flecha, consultora da Faculdade de Tecnologia do Comércio (Fatec Comércio), da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/ BH), Ribeiro está no caminho certo. Isso porque, segundo ela, o varejista precisa de foco em relação àquilo que oferece. “O empresário ainda acredita que a loja deve estar abarrotada de produtos. Porém, não é necessário ter um pouco de tudo, mas sim o produto realmente desejado pelo cliente. O varejista aumenta a eficiência nas compras reduzindo perdas quando conhece o perfil do consumidor. Ele deve começar a compreender que é o cliente quem puxa a compra, e não o fornecedor”, alerta. Ausência de normas, falta de tempo e de capacitação dos funcionários, de acordo com Sônia, ainda são esses os empecilhos

Confira alguns softwares: Automagazine versão Book – Totalmente desenvolvido na plataforma Windows, o Automagazine versão Book é o software da SCE Sistemas Computacionais e Engenharia específico para papelaria. Entre suas funcionalidades, destacam-se a administração de consignações, listas escolares e encomendas. O investimento nesse software sai a partir de R$1.600 com treinamento e implantação.

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Kad Papelaria – Desde 2008, a Enkad oferece como opção o Kad Papelaria, voltado para pequenas e microempresas. Por meio desse software é possível controlar o número de xerox e impressões disponibilizadas pela papelaria, gerar relatórios de vendas, orçamentos para clientes, além de outros serviços. Para adquirir o produto, o papeleiro vai pagar R$ 229, sendo ele próprio o responsável por sua instalação via dowload. Siapel – O Siapel (Sistema de Automação de Papelarias e Livrarias) é a alternativa de software para papelarias desenvolvido pela Autoloja (Automação Comercial de Lojas). O controle de encomendas e de lista escolar são somente alguns dos recursos desse produto, criado em 1986. Preço sob consulta.

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Consultoria Estoque: como gerenciar e comprar certo para o comerciante quando o assunto é o controle de estoque. A informática, capaz de auxiliar nesse processo, também acaba sendo considerada um impasse, principalmente pelos pequenos varejistas. “Além de oferecer agilidade na informação, essa ferramenta possibilita a emissão de vários relatórios, baixa imediata do estoque, abastecimento do sistema pela leitura do código de barras, evitando erros de digitação, entre outros serviços. O problema é que empresários de pequenas empresas enxergam a informática como custo, e não como investimento. Um sistema básico para gerenciamento de estoque custa cerca de R$ 1.500, quantia que se recupera em pouco tempo em cima do próprio investimento”, avalia. Apesar de estar há 16 anos no mercado, foi há um mês que a Papelaria Somatex (Mossoró/RN) implantou um sistema informatizado para o gerenciamento de estoque. De acordo com o auxiliar de almoxarifado da loja, Frank Ranielli, outras prioridades contribuíram para que o investimento fosse deixado de lado. “O estabelecimento estava sendo ampliado. Dessa maneira, não foi possível apostar antes nessa ferramenta”, explica. Apesar da implantação recente do sistema, ele conta que já colhe bons frutos. “Temos quatro andares de depósito e precisávamos percorrer todos eles para procurar uma determinada mercadoria. Agora isso não é mais necessário. Ganhamos tempo e cansamos menos”, comenta. Segundo Sônia, o pequeno varejista precisa excluir a ideia de que o gerenciamento de estoque é uma preocupação

O problema é que empresários de pequenas empresas enxergam a informática como custo, e não como investimento. Um sistema básico para gerenciamento de estoque custa cerca de R$ 1.500, quantia que se recupera em pouco tempo em cima do próprio investimento. somente das grandes redes. Para lidar com lojas que trabalham com menos de 500 produtos, ela sugere até o uso do Excel para organização do estoque, desde que o comerciante domine o programa. “Essa não é a melhor opção, mas já é um começo. O pequeno empresário deve se conscientizar e saber que a agilidade da informação é um diferencial competitivo. Caso haja dificuldade em relação a esse gerenciamento, ele deve buscar alternativas como cursos de capacitação e assessoria externa”, sugere. “O não investimento pode até mesmo comprometer o patrimônio do lojista”, completa. A desorganização do estoque pode trazer vários problemas para a papelaria, como o encalhe de mercadoria. Quando isso acontece, uma das alternativas adotadas pelos papeleiros é a promoção. Sônia, porém, pondera, dizendo que é preciso ficar atento a essa questão. “Muitos empresários fazem saldões oferecendo o produto abaixo do preço de compra para recuperar o capital investido, mas essa prática deve ser evitada. Uma sugestão para lidar com mercadoria encalhada é a compra casada – compre um e leve outro”, afirma.

Volta às aulas Para o período em que é necessário encher as prateleiras para atender às necessidades de estudantes que se preparam para retornar à escola, o papeleiro precisa apostar na mercadoria certa. Para garantir que produtos não fiquem encalhados após a corrida de pais e alunos às lojas, a Papelaria e Bazar Arco Íris (São Miguel do Oeste/SC) fica atenta às listas de material escolar de várias instituições de ensino, além de pesquisar até mesmo o número de alunos matriculados em várias delas. “Quem não se preocupa em gerenciar seu estoque acaba perdendo dinheiro”, comenta a gerente da loja, Waleska Woitchunas. “O cliente da papelaria é exigente. Ele quer o produto atual, o lançamento. Não há como vender a mercadoria do ano passado neste ano e, por isso, é preciso fazer com que ela gire rapidamente”, aponta Ribeiro. Sônia diz que, pricipalmente durante o período que antecede a volta às aulas, é preciso encarar com cautela as indicações de revendedores, distribuidores e fabricantes. “O papeleiro não pode se deixar levar pelas tentações para não comprometer o estoque. É o concorrente quem vai adorar se ele não apostar nesse controle”, finaliza. &

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Mercado Global

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Mercado Global Agenda internacional 2011 Em 2011, o mercado de papelaria internacional promete novidades, como a Paperworld Midlle East, ainda inédita. Confira abaixo alguns dos eventos realizados no primeiro trimestre de 2011 que prometem agitar o segmento e programe-se. Janeiro

Março

9 a 12 – Nova York, EUA O Retail’s BIG Show, organizado pela National Retail Federation (Associação Nacional do Varejo), vai comemorar sua 100ª edição. Serão mais de 500 expositores. A entrada é gratuita para varejistas, designers de lojas e profissionais do mercado visual. www.nrf.com/annual11.

03 a 05 – Kiev, Ucrânia A feira World of Stationary pretende ser uma oportunidade para empresas ucranianas e estrangeiras. Os expositores e visitantes buscam fazer bons negócios. Mais informações sobre a feira realizada pela ACCO International em www. stationery-expo.com.ua.

10 a 13 – Hong Kong, China A Hong Kong Stationery Fair, realizada pela Messe Frankfurt, espera, para o ano que vem, mais de 250 expositores e 15 mil visitantes de todo o mundo. O evento terá a segunda edição do prêmio Hong Kong Stationery Award com o tema Berço da Criatividade. www.hkstationeryfair.com.

07 a 09 – Dubai, Emirados Árabes A estrutura da grande feira alemã Paperworld será levada ao mercado varejista do Oriente Médio. Com o objetivo de expandir o mercado para as empresas do setor de papelaria, a cidade mais populosa dos Emirados Árabes foi a escolhida para a realização do evento. www.paperworldme.com.

21 a 23 – Milão, Itália A CartExpo é uma ótima oportunidade de contato profissional entre varejistas e indústria do mercado de papelaria, além de ser uma grande exposição das novidades de produto escolar, de escritório e gift. A realização é da OPS e acontecerá no espaço Fieramilano City. www. cartexpo.it.

13 a 15 – Paris, França O Salão de Artes e Artesanato é uma oportunidade única para expositores e visitantes de portes variados estabelecerem contato. Além de produtos especificamente de papelaria, a feira também abrange o setor de trabalhos manuais, como artesanato, pinturas e bordados. Todos os detalhes do evento estão no site www.smacparis.com.

Fevereiro

15 a 17 - Cidade do México, México Segundo organizadores da Feria Nacional de Escolares y Oficina, o México possui um mercado promissor e em crescimento no setor de material escolar e para escritório. Assim, esta é uma excelente oportunidade para desenvolver estratégias de negociação e trocar informações sobre o mercado. Horários, endereços e outros detalhes estão em www.feriaescolaresyoficina.com.

29/01 a 01/02 – Frankfurt, Alemanha Paperworld Frankfurt é a mais relevante feira do mercado mundial de papelaria. A organizadora, Messe Frankfurt, realizará, ao mesmo tempo, a CreativeWorld, voltada para o mercado artístico e de artesanato. Os dois eventos vão totalizar 2.111 expositores e esperam mais de 45.500 visitantes. paperworld.messefrankfurt.com.

CONEXÃO* VENEZUELA Desde 1974, a Kores atua em território venezuelano e, de acordo com o CEO da empresa, Peter Koreska, os planos são investir ainda mais naquele país. Novas instalações na cidade de Cúa, próxima à capital, Caracas, vem fortalecendo a infraestrutura da companhia e, segundo declarações de Walter

Knudsen, titular da Kores Venezuela, já há planos para a aposta em fabricação local. COLÔMBIA A Edding anunciou que nos próximos 24 meses concentrará esforços no mercado colombiano. A empresa vai oferecer suporte a quem comercializa a marca, ofere-

cendo, por meio de campanha, material publicitário e capacitação. Há cinco anos, os produtos Edding são distribuídos no país pela empresa Scriba Línea Colombiana. PARAGUAI No Paraguai desde 1995, a 3M pretende aumentar sua atuação no país nos próximos cinco anos. Para

isso, a empresa promete investir em um plano agressivo de vendas. ÍNDIA A Luxor, empresa fabricante de canetas, tem como meta dobrar o seu número de exportações nos próximos três anos. O seu plano de investimento entra em prática em 2011.

* Com a colaboração das revistas associadas a Ispa (International Stationery Press Association).

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Vitrine Organização para todos Para se adaptar a todo tipo de organização, as Caixas de Correspondência da Carbrink são ótimas opções. Há modelos duplos e triplos, que podem ser fixos ou móveis. As unitárias ainda podem ser encaixadas, aproveitando o espaço de trabalho. Assim, é possível organizar documentos com praticidade. O produto é de alta qualidade, produzido em poliestireno cristal. &

Wii em segurança Uma das principais características do Nintendo Wii é a sua portabilidade. Ela permite que os fãs dos jogos transportem o videogame e levem a diversão para todos os lugares. Por isso, é importante ter cuidado ao transportálo. A Integris desenvolveu uma bolsa especialmente para acomodar o console e seus controles. O produto impede possíveis danos e é feito em nylon, com costura reforçada e forro acolchoado. (11) 3392-1018. &

Licença dos anos 90 A novidade da Foroni é a coleção Emily the Strange. A personagem, criada em 1990, é uma garota de 13 anos que adora matemática e ciências. Seus melhores amigos são seus quatro gatos pretos, e suas frases preferidas são “seja você mesmo” e “faça você mesmo”. Sua perspicácia e maneira irreverente de se expressar (com mensagens em camisetas e adesivos) fizeram com que a menina se tornasse um ícone da contracultura, conquistando fãs no mundo inteiro. A presença em cadernos vai aumentar sua popularidade no Brasil. A linha inclui quatro opções de capa nos modelos universitário, ¼ e fichário, além de bloco para fichário e cartela de adesivos. (11) 2067-2000. &

Natal para todos Para manter os votos positivos do Natal e, ao mesmo tempo, ter um diferencial com mensagens criativas, a Teca trouxe linhas de cartões de expressão social para todos os gostos. A linha Receitas para a vida é a mais criativa, transformando os desejos em receitas de bolo. A mais tradicional é a linha Grafia, disponível em vermelho, branco e preto. Já as estampas clássicas estão nas linhas Enjoy e Ícone. (11) 4538-3112. &

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Vitrine Estilo durável Com várias divisões, bolsos, logos costurados e exclusivo chaveiro de lagartixa, a Yes lançou a linha All Yes. As mochilas são confeccionadas em nylon 1200 estampado, material que garante maior durabilidade e facilidade na hora da limpeza. Estojos com a mesma estampa completam a linha. (11) 3288-7722. &

Tudo fotografado Alguns consumidores não abrem mão de levar a máquina fotográfica para todos os lugares. Isso se tornou mais viável com a novidade da Multilaser, que uniu alta qualidade ao design moderno e compacto. Além de fotografar em 3.1 MP, a Mirage Pocketcam filma em HD. Disponível na cor preta, possui tela de LCD de 2”, zoom digital de 4X e vem com cartão SD de 2GB, podendo receber cartões de até 16 GB. Seus recursos modernos permitem a visualização de vídeos e fotos com alta nitidez. A saída para conexões AV e HDMI e o conector USB retrátil possibilitam ótimas visualizações na TV e no computador, assim como prática transferência de arquivos. (11) 3616-8600. &

Muito além do retrato Quem não quer revelar as fotos digitais pode aderir ao novo porta-retrato digital da Clone. Além da memória interna de 16MB, a novidade vem com entrada USB e comporta cartões de memória SD, MS e MMC. Podem ser exibidas imagens em formato JPG e vídeos VOB, DAT, MPEG e AVI. Muitos outros recursos estão disponíveis, entre eles, programador para ligar e desligar, calendário e relógio interno com despertador. (11) 2141-6000. &

Variedade em alta Pinguins de Madagascar, Como Treinar o seu Dragão e Shrek – três produções da Dreamworks – são as apostas da Luxcel para as mochilas do próximo período escolar. Outros carros-chefes da empresa são os veteranos Snoopy e Penélope Charmosa, dois personagens queridíssimos pela garotada. A firma também trabalha com várias licenças próprias. Courage, Princess, Daisy, Força 3 e Truck Monster são algumas delas. (11) 2191-2999. &

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Onde Encontrar Entrevistados e anunciantes ABC Papelaria (89) 3422-3666 Autoloja (11) 3294-0840 www.autoloja.com.br Bazar Brasil (61) 3964-8220 Bazar Cruzeiro (18) 3581-1257 BIC 0800-0252959 www.bic.com.br CDL – BH (31) 3249-1666 www.cdlbh.com.br

Ebras (15) 3275-7588 www.ebras.com.br

Kores (16) 8112-0961 www.kores.com

Editora Literalis (51) 3332-0279 www.literalis.com.br

Lago Livraria e Papelaria (61) 3248-2178

Enkad (35) 3434-1030 Escola de Consumo Responsável www.consumoresponsavel.com Espaço do Papel (11) 3814-9612 www.purpurinapapeis.com.br

Livraria e Papelaria Futura (27) 3341-3019 Loja e Papelaria Junaísa (84) 3274-2775 Livraria e Papelaria Kometa (44) 3629-1239 Luxcel (11) 2191-2999 www.luxcel.com.br

Francal Feiras (11) 2226-3100 www.francal.com.br

Ludi (48) 2107-5959 www.ludipresentes.com.br

Globo 0800-7010040 www.globocarimbos.com.br

Maped (11) 3141-0733 www.maped.com.br

Chies (51) 2131-4200

www.chies.com.br

Glorimax (11) 3868-4008 www.glorimax.com.br

Maxprint 0800-7017252 www.maxprint.com.br

Choice Bag (11) 5078-0000 www.choicebag.com.br

Grupo Bignardi (11) 3328-6688 www.bignardi.com.br

Clone (11) 2141-6000 www.clone.com.br

Henkel 0800-115010 www.henkel.com.br

Cromus Embalagens (11) 4214-8000 www.cromus.com.br

Inforshop (11) 5682-2525 www.inforshop.com.br

Dello (35) 3435-8900 www.dello.com.br

Integris (11) 3391-1018 www.integrisbrasil.com.br

Dermiwil (11) 2797-9797 www.dermiwil.com.br

Jandaia (11) 4442-8300 www.bignardi.com.br

D Longui Papelaria (68) 3462-1633

Kingston www.kingston.com.br

Carimpel Carimbos e Papelaria (11) 4747-3131 Casa do Carimbo Papelaria (44) 3226-4940

Abrin – página 49 Acrilex – página 2 Acrimet – página 52 AF – página 9 Atco Plástico – página 43 Brasil Escolar – página 41 BIC – página 51 Carbrink – página 43 Colorgil – página 43

Papelaria e Bazar Arco Íris (49) 3622-0824

Livraria e Papelaria do Coração (44) 3252-8844

Foroni (11) 2067-2000 www.foroni.com.br

Carbrink (11) 2555-8666 www.carbrink.com.br

Papelaria Josys (63) 3421-4046

Mercur (51) 3719-9500 www.mercur.com.br Multilaser (11) 3616-8600 www.multilaser.com.br Nobre Papelaria (34) 3255-9009

Papelaria e Cia (41) 3319-0003 Papelaria M. S. Ferreira (92) 3671-8013 Papelaria Somatex (84) 3317-2146 Paper Céu (21) 2287-2444 Pinte o Sete (82) 3328-4597 SCE (21) 2506-0700 www.sce-rj.com.br Sebrae 0800-5700800 www.sebrae.com.br Sinai Papelaria (94) 3428-1173 Staples (11) 3824-7474 www.staples.com.br Summit (51) 3348-7649 www.summitbr.com.br Teca (11) 3081-4311 www.teca.com.br

Nova Era 0800-9792250 www.ne.com.br

Tramontina (54) 3461-8000 www.tramontina.com.br

Paloni Embalagens (11) 2061-5544 www.paloniembalagens.com.br

Waleu (11) 4071-1142 www.waleu.com.br

Papel e Cores Papelaria (11) 2941-5381

Work Papelaria (71) 3351-8187

Papelaria Alves (11) 4787-3622

Yes www.yesbrasil.com.br

Dallec – página 25 Ecologic – página 17 Ernest Reiner – página 39 Imex – páginas 31, 33 e 35 Ispa – página 45 Ludi – página 15 Nagem – página 19 Nova Era – página 29 Paperworld China – página 47

Plavitec – página 11 Polycart – páginas 20 e 21 Raber – página 43 Tramontina – página 5 Visitex – página 23 VMP – página 27 Waleu – página 13

CORRIGINDO... A Fenapel, realizada em outubro, movimentou cerca de R$11,5 milhões em negócios, de acordo com sua empresa organizadora, a L&C Eventos, e não 1,5 milhão como informado em uma das legendas de foto da matéria “Uma feira em busca do crescimento”, publicada na edição de novembro. O número para contato com as empresas Bic e Pimaco é 0800-0252959. O telefone divulgado no Onde Encontrar de novembro está incorreto.

dezembro de 2010




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