ano XVII – setembro de 2010 – nº 157 – R$ 9,90 – ISSN 1516-2354 – www.revistadapapelaria.com.br
Papelaria REVISTA DA
IMPOSTOS
A incoerência no material escolar Há produtos com até 47% de impostos na lista escolar básica, como é o caso da caneta caneta. O governo ainda não conseguiu aplicar o princípio da essencialidade nesta área CADERNOS A coleção 2011 já está pronta para invadir a sua loja
PREMIAÇÃO Veja os finalistas do 4º Prêmio Brasil Excelência em Papelaria
LANÇAMENTOS Reunimos as principais novidades em produtos
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Nesta Edição
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Entrevista
“David – The Camelot”, ou simplesmente Davi Portes, dá várias dicas para empresários com sua improvável e inspiradora história de vida.
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Dossiê
Conheça os modelos de cadernos que vão estar na sua loja para a volta às aulas 2011.
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Capa
As alíquotas dos impostos sobre o material escolar são alvo de críticas de tributaristas e líderes do varejo.
Premiação
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Conheça os finalistas do 4º Prêmio Brasil Excelência em Papelaria.
Consultoria
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Especialistas comentam fachadas de papelaria e fazem vários alertas para a composição desta privilegiada área da loja.
Lançamentos
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Está aberta a temporada de lançamentos. Conheça os destaques entre os novos produtos para o setor.
E mais EDITORIAL
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CIRCULANDO
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SAIBA MAIS Pincel
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PERFIL DO VAREJO Papelaria Brito
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EM QUESTÃO Como montar o mix da loja?
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INFORMÁTICA Acessórios para crianças
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COMPORTAMENTO Ecologia vende?
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MERCADO Compras coletivas
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LICENCIAMENTO Julius
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MERCADO GLOBAL
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ONDE ENCONTRAR
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ARTIGO Ivan Corrêa
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Editorial
A essencialidade
da papelaria
Esta edição me apresentou um conceito instigante. Pautada para averiguar a carga tributária que incide sobre os produtos de papelaria, a repórter Renata Medeiros entrevistou o especialista do IBMEC, Gilberto Braga. Entre outros aspectos sobre tributação, ele explicou os critérios do Ministério da Fazenda para definir uma determinada alíquota de IPI. Foi neste momento que descobrimos o óbvio e subjetivo conceito da essencialidade, que nada mais é do que o seguinte: quanto mais um produto é essencial à vida das pessoas, menor será a alíquota de impostos sobre ele. A partir daí foi inevitável o desejo de descobrir o quanto os técnicos da Fazenda do governo federal avaliam como essenciais os materiais de papelaria, principalmente os que se relacionam diretamente com o processo educativo. Segundo pesquisa do IBPT, o quarteto lápis, caderno, borracha e caneta tem, cada um, mais de 30% de impostos sobre o seu valor. Neste caso, o instituto incluiu os impostos federais e o ICMS, fixado em 18%. Tributaristas e líderes do varejo de papelaria se posicionam diante de um assunto que rende muita discussão. Nesta reportagem, Renata foi até a questão da distribuição de material escolar aos estudantes da rede pública pelo governo. Na reportagem, você vai conhecer a cidade, de 65 mil habitantes, no interior de São Paulo, que encontrou um caminho para incluir o varejo de papelaria nesta distribuição. Além da atualidade desta questão, trouxemos notícias “fresquinhas” sobre a coleção 2011 de cadernos dos principais fabricantes. Mais uma vez, eles investiram em acabamentos gráficos e acessórios para tornar ainda mais difícil a escolha dos varejistas sobre quais modelos colocar na loja para a próxima volta às aulas. O consolo é que depois este desafio vai para o consumidor que sempre terá de decidir por algum. Em matéria de lançamentos, essa edição está insuperável. Antenada com a movimentação do mercado diante da realização da 24a Feira Office Paper Brasil Escolar, reunimos as principais novidades em produtos na seção Lançamentos, elaborada por Carolina Berger. A indústria e importadores concentram, neste momento, a apresentação de suas novas linhas. Por outro lado, a feira acontece no tempo certo para os lojistas conhecerem os produtos e planejarem suas compras com vistas ao período de volta às aulas do ano seguinte. Mas como o mercado de papelaria não é feito somente do segmento escolar, a feira deste ano promete apresentar um mix de produtos tão amplos quanto as possibilidades de negócios em uma papelaria. Além de muitas novidades em produtos, esta edição está cheia de dicas. O trabalho da jornalista Luciana D’Aulizio, na seção Consultoria, é um exemplo disso. Para falar sobre fachada das lojas, ela conseguiu que especialistas dessem um serviço completo sobre o assunto. O espaço está acabando, mas preciso mais uma vez dizer que toda esta edição foi elaborada sob uma única pauta: o seu sucesso a partir de informação relevante sobre o mercado de papelaria. Boa leitura e ótimos negócios! &
Rosangela Feitosa - EDITORA rosangela@hamaeditora.com.br
ANO XVII – SETEMBRO/2010 - Nº 157 ISSN 1516-2354 DIREÇÃO GERAL Jorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de Souza
JORNALISMO Edição: Rosangela Feitosa Reportagem: Luciana D’Aulizio e Renata Medeiros Estagiária: Carolina Berger Revisão: Rita de Cassia Carelli Fotografia: Lula Aparicio jornalismo@revistadapapelaria.com.br ARTE Direção: Claudio Albuquerque Programação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque Ilustração de capa: Uri Adriano ATENDIMENTO AO LEITOR Luanna Coutinho atendimento@revistadapapelaria.com.br ADMINISTRAÇÃO Caroline Barros adm@revistadapapelaria.com.br CONSELHO EDITORIAL • Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR) conselhoeditorial@revistadapapelaria.com.br PUBLICIDADE Direção comercial: Jorge Vieira publicidade@revistadapapelaria.com.br ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULO Ericson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181 Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322 SEDE Av. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310 Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004 Tel./fax: (21) 2431-2112 DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadistas, distribuidores, representações e indústrias do setor e departamento de compras de corporações. PUBLICAÇÃO MENSAL
ASSOCIADA A
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Canal Direto Envie sua dúvida, sugestão ou crítica para a Revista da Papelaria pelo e-mail jornalismo@revistadapapelaria.com.br ou ligue (21) 2431-2112. Dúvidas sobre produtos ou serviços de fornecedores serão encaminhadas, e suas respostas publicadas na edição seguinte. Use este espaço. Ele é o nosso canal direto com os leitores, como você. Lembre-se, também, de conferir as últimas notícias do mercado de papelaria no site www.revistadapapelaria.com.br.
Voltada para o mercado “A R EVISTA DA P APELARIA está muito legal. Gostei da mudança de nome, pois sentimos que a publicação está mais voltada para o nosso mercado mesmo. Interesso-Me pelas reportagens com fornecedores e pelo Perfil do Varejo, que sempre conta histórias de diferentes locais do Brasil. Sugiro matérias sobre a concorrência entre atacadistas e varejistas, pois na minha região há consumidores que preferem comprar um pouco mais para conseguir menor preço, o que prejudica nossa loja.” Haroldo Lucena Junior, Papelaria Lucena (Manaus/MA)
Planejamento “Acho a revista muito instrutiva. Uma das dicas que aproveitei foi sobre o planejamento para as datas comemorativas. Costumava deixar para a última hora, mas aprimorei minha organização nesse sentido. Gostei muito da consultoria da edição de julho, sobre a venda de artigos de festa. Minha sugestão é de uma matéria sobre a questão financeira, o fluxo de caixa e dicas de investimento. Seria legal abordar o tema voltado especificamente para papelarias.” Daby Souza Calaca, Papelaria Formosa (Formosa/GO)
As matérias de capa da REVISTA DA PAPELARIA costumam ser as mais História de produtos “Tenho adorado as últimas ediinteressantes. P . Gosto ções da R EVISTA DA
APELARIA
sempre de ler sobre lançamentos e a história dos produtos no Saiba Mais. Acho muito interessante.” Angelo Vilela Gomes, Papelaria Arte Digital (Caxambu/MG).
Mercado corporativo “As matérias de capa da REVISTA PAPELARIA costumam ser as mais interessantes. Gostaria de ler sobre venda de material de escritório, pois vendo este tipo de produto e tenho tido dificuldades há mais ou menos dois anos. Como a venda para o mercado corporativo cresceu, os concorrentes utilizam margens de lucro muito pequenas, próximas a zero.” Marcelo de B. M. Tamaki, Nobre Papelaria (Uberlândia/MG)
DA
Bastantes lançamentos “Gosto da revista, principalmente no período da minivolta às aulas e no final do ano, quando tem bastantes lançamentos. Ela é muito útil para informar ao comerciante tudo o que acontece no mercado. Gostei da matéria sobre produtos coordenados e sempre leio as entrevistas e consultorias. Uma sugestão é sobre merchandising nas lojas, além da substituição tributária, que até hoje gera dúvidas, já que cada empresa realiza a cobrança de maneira diferente.” Ângelo Mota, proprietário da Papelaria Cópia e Cia (Resende/RJ) &
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Entrevista David Portes – EMPRESÁRIO
O talento
para o varejo
Em 1986, ao pedir dinheiro emprestado a um amigo, David não imaginava que a pequena quantia faria dele um empresário bem sucedido. Com apenas a 7ª série no currículo e uma boa dose de criatividade, ele conseguiu driblar as mais variadas dificuldades e se tornou “David, the camelot”, um dos palestrantes mais conceituados no Brasil e no exterior. Em um bate-papo descontraído, ele conta como conseguiu tamanha façanha e reforça a importância de sempre cativar e surpreender o cliente. “Temos que amar sempre nosso trabalho, porque amar que vem pra bem” (sic), frisa. Inspire-se! POR LUCIANA D’AULIZIO O que você fazia antes de ser empresário? David Portes: Eu cortava cana-deaçúcar. Saía às 4h para trabalhar em uma fazenda que ficava a uns 120 km de distância. A gente ia até lá a pé ou pegava carona em um carro de boi. Ficava lá até 15h30 ou 16h. Era duro. Naquela época, falavam que, no Rio, a vida era melhor, havia mais emprego. Então, vim em busca desse sonho. Não adianta esperar que as coisas aconteçam. É necessário ter meta, atitude. Minha esposa me acompanhou, ficou ao meu lado e também não desistiu, mesmo quando surgiram as dificuldades. Quando cheguei aqui, arrumei um emprego de motorista na Polygram. Como ela já estava ruim das
pernas, fui dispensado. Era a época do Plano Sarney, a inflação estava alta, toda hora a moeda mudava. Era muito complicado arrumar um emprego. Passei a viver de biscate. Catava latinhas na praia, vendia e trocava por um prato de comida. Sem dinheiro, fui despejado de um barraco que alugava lá na Rocinha e vivi um tempo com a minha esposa morando na rua. Como foi que você começou a vender doces? David Portes: Nós passamos a ficar em uma calçada da Avenida Presidente Wilson, ao lado do prédio da Vale. Na época, ela estava grávida de quase sete meses e sentia dores fortes. Então, peguei emprestado
o equivalente a R$ 12,00 com um porteiro de um dos prédios para comprar um remédio para medicála. Quando estava a caminho da farmácia, me deu um estalo. Já tinha visto que muita gente comprava doce naquela área, mas quase ninguém trabalhava com isso naquele ponto onde eu estava. Era a chance que tinha para mudar a nossa situação. Se gastasse tudo no remédio, não teria como devolver o dinheiro depois. Então, fui a um depósito de guloseimas e gastei tudo em paçoca, mariola, bananada. Quando ela me viu chegar com aqueles doces, começou a chorar. Pedi para que tivesse calma, pois sabia que aquilo mudaria as nossas vidas. Em uma hora e meia, vendi tudo e dobrei de capital. Aí, fui para a farmácia, comprei o medicamento e, logo em seguida, voltei para o depósito de doces. Em menos de uma hora, vendi tudo outra vez. Mas você já tinha trabalhado com comércio antes? David Portes: Sim, eu ajudava meu pai e meu irmão a venderem laranjas na estrada. Todo mundo gostava do meu pai, ele já tinha um jeitão que encantava as pessoas, era alegre, vivia sorrindo e contando piada. Isso passou para o meu irmão e, depois, para mim. Como surgiu a banca? David Portes: Conforme o dinheiro se multiplicava, comprei um tabuleiro e, aos poucos, fui investin-
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Como você criou um sistema de delivery para a banca de doces? David Portes: O cliente tem que ser encantado, surpreendido. Não é ele que tem que pegar chuva para comprar doce. Também havia o nosso call center. Através de pesquisas feitas com nossos fregueses, descobrimos um fenômeno: a fome das 15h. As pessoas sentiam vontade de beliscar algo quando batia esse horário, mas não tinham como descer para comprar. Precisavam que alguém levasse tudo até elas. Inicialmente, atendíamos os pedidos em um orelhão, mas depois, a Telemar descobriu e acabou tirando ele de lá. Aí, compramos duas linhas de celular. Passamos de 20 para 40 pedidos ao dia. Como essas pesquisas eram feitas? Elas deram algum retorno? David Portes: Ficávamos sabendo de tudo pela nossa caixinha de sugestões e pelas “davizetes”, moças contratadas para pegar essas informações com os fregueses. É muito importante fazer isso. A Coca-Cola, que é uma grande multinacional, gasta 15% de seu lucro líquido só em propaganda e pesquisa por saber que só assim terá sua marca na cabeça do cliente. Se ela deixa de fazer isso, sabe que perderá espaço para marcas mais populares de refrigerante que têm crescido, especialmente entre
as classes C e D. É fundamental divulgar a sua marca. No meu caso, fiz o que se chama de marketing de guerrilha. Colocava uns garotos para entregar folhetos anunciando as promoções do dia. Se um Baton normalmente saía por R$ 0,50, colocava seis pelo mesmo preço. Às vezes, nem tirava lucro, mas dava visibilidade à banca. E sempre tinha alguém que acabava comprando outra coisa. É verdade que você foi o primeiro camelô a ter um mailing? David Portes: Sim. Hoje, muita loja não aposta no campo tecnológico. Há 17 anos, eu, um camelô, já usava a internet para vender. Na época, os computadores estavam chegando ao Brasil, mas já “bombavam” nos Estados Unidos. Nesta fase, tínhamos o call center e, através das pesquisas, percebemos que várias pessoas queriam fazer pedidos, mas não conseguiam, pois a linha estava congestionada. Um cliente meu, que trabalhava no terceiro andar do prédio em frente ao qual eu ficava, sugeriu criar uma conta gratuita no Hotmail. Eu passei a fazer cartões com o nosso e-mail e ele passou a enviar o catálogo com os preços de todos nossos produtos. Depois, ele passava para mim, por uma cordinha, todas as encomendas anotadas, e eu pedia para alguém entregar os pedidos. Tudo era feito na camaradagem. Eu sempre oferecia lanche, mas raramente ele pegava. Você se lembra de mais alguma promoção que tenha dado bom retorno? David Portes: Sim. Certa vez, verificamos que as vendas estavam caindo. Só depois descobri que o fato estava relacionado ao aparecimento de cáries em nossos clientes. Diante disso, fiz uma parceria com
O cliente tem que ser encantado, surpreendido. Não é ele que tem que pegar chuva para comprar doce. Temos que fazer isso por ele. um dentista e comecei a cadastrar todos os fregueses. Cada um deles recebia um cartão nominal com 32 dentinhos. A cada R$ 5,00 em compras, um deles era pintado. No final, era dada uma remoção de tártaro e uma proteção com flúor, serviços muito baratos para um profissional da área. Nosso slogan era “O David suja, mas depois manda limpar”. Pelo que soubemos, mais de mil pessoas foram procurar o consultório. Chegando lá, sempre tem aquele paciente que gosta do serviço e pede pra fazer um orçamento. Logo, todos saíram ganhando.
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do em mercadorias diferenciadas, com ticket médio maior. De início, guardava todos os doces na banca de um amigo que era jornaleiro. Era uma parceria boa para os dois lados, porque eu ficava de olho em tudo quando ele tinha que sair e garantia movimento, o que ajudava a diminuir os assaltos. Um ano depois, eu já tinha a minha banca com mais de 300 itens e uma Kombi, onde passei a guardar os doces.
Muitos papeleiros alegam ter dificuldade com o pedido mínimo imposto pelos fabricantes. Isso te atrapalhou?
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Entrevista David Portes – EMPRESÁRIO destinada à reposição dos produtos, sempre procurei levar itens novos para os fregueses; a segunda, é para arcar com despesas pessoais, cuidar da minha casa e da minha família; e a terceira fica guardada. Eu sabia que tinha que fazer isso por ter um negócio de risco.
David Portes em dois tempos: na época de vendedor de rua e como um dos mais requisitados palestrantes do país.
David Portes: Não. Preferia fazer compras grandes dos produtos de maior giro para que eles saíssem mais barato e eu tivesse como repassar isso para os clientes. Agora, a dica que eu dou para lidar com isso é formar cooperativas de compras. Faço várias palestras pelo Brasil e entro em contato com empresários de vários setores. Tenho visto que isto tem dado muito certo para quem é do agronegócio. Vários fazendeiros têm se juntado para comprar insumos a preços menores. Vale a pena seguir o exemplo. Quando você estava começando com a banca, enfrentou alguma dificuldade em especial? David Portes: Sim, os “rapas” (como são conhecidos os fiscais da prefeitura) levaram todas as minhas mercadorias por quatro ou cinco vezes. Em cada uma delas, perdi, pelo menos, R$ 5 mil. A minha sorte é que sempre procurei não gastar mais do que ganho. Divido meu faturamento em três partes. A primeira é
Como você começou a carreira de palestrante? David Portes: Foi de repente. Já trabalhava há dez anos como camelô e estava aparecendo bastante na imprensa. Tinha saído no Fantástico, na Veja. O telefone do call center tocou, e, quando atendi, me disseram que não queriam comprar doce, mas sim o meu conhecimento. Recebi um convite para falar sobre minha experiência no 12° Fórum de Marketing Industrial, para os 180 principais empresários do Brasil. E eu nem sabia o que palestra queria dizer! Na verdade, acabou sendo um pingue-pongue. Agora é diferente. De lá pra cá, já fiz em torno de 880 apresentações. É verdade que o seu nome também mudou por conta da carreira internacional? David Portes: Essa ideia surgiu depois que comecei a ser chamado para fazer palestras fora do Brasil. Como comecei a sair na mídia internacional, e a banca se globalizou, deixei de ser Davi e virei “David, the camelot”. Hoje você também tem uma agência de publicidade? David Portes: Sim, ela não tem nem seis meses, mas nasceu para brilhar. Já fechamos contratos com a Schincariol, a Devassa e a Chevrolet, e todas as campanhas foram aprovadas. No final do ano, ficaremos à frente do Natal do Shopping Nova América, do Rio.
Que dicas o senhor dá aos empresários de papelaria? David Portes: O empresário não pode ter medo de arriscar. Tem que ser ousado. Se não tivesse arriscado tudo em 1986, talvez ainda estivesse na rua. A vida é dura para quem é mole. Nós já temos o não. Temos que fazer de tudo para que ele se torne um sim. E o segredo de uma boa venda? David Portes: Vender não é bater metas e empurrar qualquer coisa para o consumidor. Tem que ser, antes de tudo, uma paixão. O vendedor tem que gostar do que faz, ser sempre honesto e transparente e ter domínio sobre o que oferece, até para não acabar trocando gato por lebre. Ele deve estar preparado para atender os mais diversos tipos de pessoas: as que são quietinhas, as que falam muito, as que são especialistas. Identificando o perfil, saberá fazer a abordagem da melhor forma possível. Então, a emoção tem um papel crucial? David Portes: Sim, o cliente quer ser surpreendido e bem tratado. Infelizmente, quando entro em várias lojas, vejo muitos sendo tratados com descaso. Conclusão: dificilmente voltarão a procurar o vendedor ou aquela loja. No entanto, se for feito um atendimento de excelência, o consumidor ficará satisfeito e falará sobre a loja para 3, 4 pessoas. Haverá um marketing de graça, todo feito por boca a boca. Com o tempo, ele vira uma bola de neve, e as vinte pessoas atendidas se transformam em 60 e por aí vai. Esta é a grande sacada. Assim, o funcionário terá vendas garantidas durante todo ano. Nunca podemos esquecer que um sorriso abre várias portas... e a carteira também. &
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Circulando
Biblioteca
Momentos do projeto em Ribeirão Preto, Goiania e Salvador: negócios a partir do conhecimento.
Projeto já levou treinamento a oito cidades do Brasil De março a agosto, o Gerando Demanda pelo Conhecimento promoveu a reciclagem profissional de atendentes e empresários do setor de papelaria de oito cidades. Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Ribeirão Preto, Salvador e Goiânia foram as cidades escolhidas para o trabalho de um grupo
de empresas fornecedoras que se uniram para apresentarem conceitos de marketing de relacionamento, liderança, fidelização de clientes, finanças pessoais e técnicas de venda. Entre os palestrantes, estão Lucas Portare, Lucas Huang e Fábio Nemer. Em cada programa, cerca de 100 profissionais são treinados e têm a
oportunidade de conhecer e tirar dúvidas sobre os produtos dos patrocinadores. Em 2010, o Gerando Demanda pelo Conhecimento vai estar ainda em São Paulo, durante a feira Office PaperBrasil Escolar, e em Belo Horizonte, por ocasião da Fenapel. Inscrições e outras informações pelo site: www. gerandodemanda.com.br.&
Cesar Souza / Editora CampusElsevier – 168 páginas
Lançamentos no lugar certo
Evento em Curtiiba recebeu as canetas da marca de luxo Sheaffer, da Bic.
A Sheaffer, marca do grupo Bic, participou da V Pen Show Sul, de 31 de julho a 8 de agos-
to, em Curitiba (PR). A gerente de desenvolvimento de canal da empresa, Glenda Carvalhal, explica que “a importância do evento justifica o interesse da empresa em mostrar os últimos lançamentos, uma
Segundo Cesar Souza, presidente da Empreenda Consultoria, a falta de grandes líderes afeta o mundo político, empresarial, familiar e acadêmico. Em seu livro Cartas a um jovem líder, ele apresenta uma visão crítica e profunda sobre o tema liderança visando o autodesenvolvimento em todas as áreas da vida. O livro pode ser lido por líderes em diversos níveis. Prepara os iniciantes, incentiva quem está no meio da carreira a buscar diferentes percursos, desenvolvendo a capacidade de alcançar os objetivos, e estimula a reinvenção da vida profissional para quem está próximo do fim da carreira.
vez que estarão reunidos os maiores colecionadores e fornecedores”. Por isso, a marca aproveitou a ocasião para expor as novidades. Na linha Sheaffer 100, o novo tinteiro tem acabamento suavizado, garantindo elegância, junto ao design fino e inovador. Com garantia de um ano, está
disponível nas lojas a partir de 1 de setembro. Na linha Sheaffer 300, foi mantido o formato tubular que torna a escrita confortável. A novidade está no acabamento cromado com detalhes niquelados e a nova laca negra que ainda recebe sofisticados detalhes em ouro. &
Baseado na cultura oriental, o jogo faz sucesso entre 600 mil jovens, com idade de 9 a 14 anos, em média. Os produtos escolares da linha virão com
código de barras que dá acesso a benefícios dentro da disputa na internet. Basta entrar no site e informar alguns dados da nota fiscal. &
Produto real, brinde virtual Os elementos virtuais estão cada vez mais presentes na vida real dos jovens. O jogo Takô Online é um desses sucessos, e agora tem relação direta com
produtos concretos. A Hive Entertainment, desenvolvedora do game, licenciou seus personagens, que estão em cadernos, estojos e fichários da Romitec.
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Circulando Em outras nações Com grande investimento no departamento de exportação da empresa, a Acrimet conquistou uma atuação regular e consistente em 28 países, entre eles os Estados Unidos e América Latina. Para fortalecer sua presença no exterior, a empresa conta com apoio direto de lojistas e distribuidores locais, como é o que acontece no Paraguai, Venezuela e Bolívia. A participação em eventos também tem sido usado como um instrumento para se manter no competitivo mercado internacional. No primeiro semestre,
a empresa participou da Home & Houseware, em Chicago, e da convenção de vendas da Tai Loy, distribuidor peruano líder no segmento escolar e de escritório. As feiras nos Estados Unidos, como a MarkerPlace, na Alemanha, a Paperworld Frankfurt, e na Turquia têm se mostrado bastante eficazes. Elas acabam também promovendo um intercâmbio entre os mercados do Brasil e do exterior, isso porque a Acrimet, neste eventos, programa a visita de empresas de fora do país para visitar a sua fábrica em São Paulo. &
Tecnologia para plantar mais A Suzano Papel e Celulose investe muito em reflorestamento. Para melhorar ainda mais seu desempenho nessa atividade, a empresa desenvolveu o Projeto Focus - Sistema Unificado de Colheita Florestal, com tecnologia digital para a gestão dos processos de
plantio. A tecnologia, que será aplicada inicialmente em São Paulo e Bahia, visa à implantação de gestão on-line, padronização e unificação dos processos florestais. “Otimizar o sistema de colheita e a gestão da informação é fundamental para viabilizar novas oportunidades de crescimento”, afirma João Comério, diretor executivo da Unidade de Negócio Florestal. &
Ortografia correta Em 2005, a Luz e Vida lançou a coleção Dia a Dia com Smilinguido e sua turma. Cinco anos depois, a editora revisou a publicação de acordo com a reforma ortográfica da língua portuguesa. A novidade foi apresentada na Bienal do Livro de São Paulo deste ano. A obra
contém 365 histórias, uma para cada dia do ano, e todas se passam na Floresdeira, a floresta onde vivem os personagens. Assim como nos livros devocionais para adultos, os textos são acompanhados por versículos bíblicos e perguntas para reflexão. &
Acima, o presidente da Acrimet, Luiz Carlos Gastaldo, no estande da empresa em Chicago e, abaixo, a participação na convenção da Tai Loy: iniciativas para uma presença sólida no mercado internacional.
Primeiro lugar
A Kingston foi eleita a número um no mundo em estudo sobre o mercado de módulos de memória DRAM (foto). A pesquisa foi realizada pela empresa independente iSuppli. De acordo com o relatório, a receita da companhia com módulos de memória foi superior a US$ 2,85 bilhões, o que correspondeu a 40,3% do total do mercado. “Os negócios começaram a se recuperar no primeiro trimestre de 2009. Os preços médios de vendas e a demanda cresceram, só temos que comemorar esta liderança. Sempre mantemos reservas de caixa, o que nos permitiu melhor adequação à maioria das oscilações do mercado”, declara John Tu, co-fundador da Kingston. &
Parceria pela tecnologia A Officer Distribuidora é a mais nova empresa credenciada para distribuição dos produtos Iomega, fabricante mundial de produtos de informática, que atua há 25 anos no Brasil. O crescimento da empresa gerou a necessidade da parceria com uma distribuidora presente em mais da metade dos municípios do país e acesso a mais de 12 mil revendedores. Por isso, a novidade tem sido bem vista pelos executivos da companhia. “Continuaremos investindo em bons parceiros de negócios para garantir que os usuários tenham acesso às mais avançadas tecnologias”, afirma Guilherme Soares, diretor regional de vendas da Iomega para o Brasil e Argentina. &
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Circulando A arte digital
Treinamento de liderança
Até o dia 2 de outubro será realizada a 1ª Mostra 3M de Arte Digital, patrocinada pela 3M do Brasil. A intenção da exposição é discutir a relação entre as novas tecnologias e a arte. Os artistas convidados estão apresentando pela primeira vez trabalhos que só tinham sido vistos na internet, celular ou vídeos. O evento acontece de segunda a sábado no Centro Histórico Mackenzie, em São Paulo. &
No dia 13 de agosto, João Luiz Gabassi (foto abaixo), gerente de marketing da Inforshop, falou sobre o tema Liderando com Entusiasmo, mesmo nome de seu livro, editado pela Hama Editora. O evento foi realizado em parceria com a FEMPI – Frente Pró-Empresarial de Itaquaquecetuba, que comemorou seis anos do seu grupo de RH. A palestra aconteceu no auditório da OAB da cidade paulista, onde 150 empresários e profissionais de compras participaram e receberam a sacola da Inforshop com produtos dos patrocinadores: 3M, Acrinil, DAC, HP, Lexmark e Report Suzano.&
Resultados concretos O mercado de papel reciclado tem crescido muito. A Bignardi Papéis, que investe há 18 anos na fabricação de papéis sem agredir a natureza, apresentou seus conceitos de sustentabilidade aplicados na linha de produção. A companhia acredita que esta divulgação, realizada na Expoprint, foi relevante para os últimos resultados. Só no setor de papéis, a empresa cresceu 28% em 2009, em relação a 2008. Para 2010, a expectativa é de 25%. E ano que vem, a produção deverá chegar a 72 mil toneladas por ano. &
Crescimento de compra online No primeiro semestre do ano, o comércio eletrônico teve destaque no Brasil. Segundo a 22ª edição do Relatório WebShoppers, elaborado pela e-bit, o faturamento do setor foi de R$ 6,7 bilhões, o que significa um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. O
e-commerce vem se fortalecendo principalmente pela maior confiança em realizar compras virtuais, gerando novos e-consumidores. O diretor geral da e-bit, Pedro Guasti, explica que “a Copa influenciou os resultados, pois as pessoas adquiriram produtos de maior valor agregado,
como televisores de tela plana”. A divulgação também apontou que o valor médio das compras foi de R$ 379,00. Na lista dos principais produtos vendidos pela internet no primeiro semestre de 2010, estão livros e assinaturas de revistas e jornais, informática e eletrônicos, entre outros. &
Novidades em tempo real Para quem está conectado ao mundo virtual, o perfil da Canon do Brasil já está acessível pelo Twitter. Só precisa buscar por CanonBR e seguir para acompanhar as novidades de consumo da empresa no país, inclusive informações e lançamentos de câmeras compactas e profissionais. &
Parceria pelo entretenimento Download ilimitado de músicas durante um ano nos novos modelos HP.
Chegaram, no Brasil, as novas linhas de notebooks Pavilion e Envy da HP. Os modelos são inovadores em design, no uso de materiais e oferecem melhor desempenho, refletindo a filosofia do projeto “Muse” (Materiais, Usabilidade, Sentidos e Experiências), mas o grande destaque é a par-
ceria inédita com a Universal Music, que oferece aos clientes que adquirirem os novos aparelhos download ilimitado de músicas durante um ano por meio do seu computador. Cláudio Raupp, vice-presidente do Grupo de Sistemas Pessoais da HP Brasil, comemora a união: “Inovamos em
oferecer entretenimento ao usuário por meio de download ilimitado de músicas da Universal.” Além disso, o ambiente de entretenimento da plataforma musical vai disponibilizar programa de TV e rádio online, além das notícias mais recentes dos artistas da gravadora. &
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Pincéis
Para todos os estilos
Existe um pincel para cada tipo de trabalho a ser executado. Uma pintura, seja na tela de um artista, num objeto de artesanato ou no papel de uma criança, é sempre a comunicação de seu autor com quem vê o resultado. Entre um e outro, há muito mais
Características Os pincéis possuem dois formatos básicos, os redondos têm pelos longos e compactos, o que faz com que retenham mais tinta e sejam bons para pintar grandes áreas. Os chatos são mais indicados para espalhar a tinta. Como há muitos modelos, muitas vezes os cabos possuem cores diversificadas para facilitar a identificação do pincel.
que imaginação e técnica. Para obter o efeito desejado com perfeição são necessários os instrumentos adequados, o que inclui a superfície que será pintada, as tintas e, claro, os pincéis. As cerdas naturais, fabricadas com pelos de animais, são ideais para a utilização de tinta a óleo e aquarela, por exemplo. Os que possuem formato redondo são ótimos para traçar linhas. Os chatos possibilitam que a tinta seja bem espalhada e a produção do efeito degradê. Enfim, são inúmeras as possibilidades quando o ponto de partida é a criatividade. Para atender a todas as opções de demanda, são muitos os modelos existentes. Os pincéis de cabo longo, por exemplo, são bons para quem pinta em uma superfície vertical, já para os que costumam apoiar suas pinturas sobre mesas, como os artesãos, o cabo curto oferece mais conforto e precisão. Com tanta variedade, os compradores de pincel formam um público amplo com diferentes critérios para comprar
Composição Os pincéis podem ser feitos de cerdas naturais (pelo macio de animais como porco ou marta) ou sintéticos (como filamentos de nylon extrudado). Os cabos, geralmente, são de madeira, mas há o plástico como uma opção mais barata.
Embalagem Os pincéis costumam vir guardados em embalagens plásticas ou blisters para pontos de autoatendimento. Alguns, mais sofisticados, são acompanhados por uma proteção plástica extra para as cerdas.
seu material. Os estudantes costumam buscar pincéis funcionais e baratos, artistas iniciantes preferem aqueles de simples utilização com preços acessíveis, e os profissionais valorizam a qualidade, não tendo o preço como fator determinante de compra. Conhecer o público-alvo é tão importante quanto investir na organização do que é vendido. Por isso, não se deve abrir mão dos suportes específicos para eles. Há displays para expor o produto solto, e prateleiras com ganchos para pendurar as embalagens com hanger. Outra dica é dispor os pincéis por tamanhos, formatos e tipos de aplicação, indicado pelo formato das cerdas. Pincel é um objeto delicado e, muitas vezes, tem um alto custo. Assim, existem algumas maneiras de preservar sua forma e qualidade. As principais são referentes aos cuidados com as cerdas, que devem ser lavadas logo após o uso com água e sabão, pois são danificadas pela tinta seca. Para obter um resultado ainda melhor podem ser usados xampu e condicionador. A limpeza não deve ser feita com água quente, o que pode alterar o formato dos pelos. Uma tática para preservá-los é passar os dedos no pincel limpo, delineando seu desenho original. Todos os modelos devem ser guardados em posição vertical com as cerdas para cima. &
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FONTES: ADRIAN ROSSANO, DIRETOR DE MARKETING DA VISITEX, E LARA VOHRINGER, GERENTE DE MARKETING DA KERAMIK
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Saiba Mais
Perfil do Varejo 26
Papelaria Brito (Brasília/DF)
Profissionalismo é a alma do negócio
Empreendedor, o exexecutivo investiu em capacitação da equipe, aprimorou as instalações e inaugurou filiais para dar uma nova dinâmica a um negócio que já tinha mais de 30 anos de vida.
Um quesito indispensável para se dar bem no mundo dos negócios é saber antecipar boas oportunidades. Foi exatamente o que fez o ex-executivo Hélio Brito. Depois de passar anos trabalhando nas empresas Elevadores Otis e Supergasbras; em 2004, ele resolveu dar novos rumos à carreira e fez uma proposta ao dono de uma papelaria onde passou anos comprando o material escolar da filha. “Já nos conhecíamos e conversávamos bastante. Certo dia, falei para ele,
em tom de brincadeira: ‘já que você está rico e não precisa mais disso, não tem interesse em passá-lo para mim?’. Depois de algum tempo, ele perguntou se estava falando sério. A partir daí, começamos as negociações”, recorda Brito. Sob nova direção, e agora como Papelaria Brito, a empresa mudou da água para o vinho, a começar por sua política interna. As primeiras providências tomadas pelo novo gestor foram investir na capacitação de funcionários que já atuavam na casa e contratar pessoas formadas na área de administração para assessorá-lo. “Reformamos a sede, que passou a ser climatizada e, aos poucos, mudamos a mentalidade da equipe. Investimos em treinamentos, feitos com a ajuda de nossos fornecedores, e melhoramos os salários para deixar todos estimulados. Hoje, é a papelaria que melhor paga na cidade. Na volta às aulas, os vendedores têm participação sobre o lucro líquido da firma”, conta o varejista.
A ações gerencias de Hélio Brito trouxe conquistas notáveis para a papelaria. De uma loja com 300m2, ele construiu uma rede de cinco lojas, onde a sede tem 1.000m2, um atacado e um faturamento anual de R$ 30 milhões. O mix da rede tem desde itens escolares, incluindo livros, uniformes e prestação de serviços.
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Como o mercado anda cada vez mais dinâmico, não há como manter aquela lógica familiar do início dos séculos de ter todos os parentes atrás do balcão. Brasília ainda é um Eldorado, mas só para quem é profissional. HÉLIO BRITO PAPELARIA BRITO
A estratégia foi para lá de acertada. Depois disso, a antiga sede – até então restrita a duas lojas que, juntas, somavam 300 m2 – triplicou de tamanho, e foram abertas quatro filiais em escolas importantes da região. Com isso, o faturamento anual passou de R$ 5 para R$ 30 milhões. “Como o mercado anda cada vez mais dinâmico, não há como manter aquela lógica familiar do início dos séculos de ter todos os parentes atrás do balcão. Brasília ainda é um Eldorado, mas só para quem é profissional”, ressalta. Outro segredo do êxito com o empreendimento foi arregaçar as mangas e buscar fornecedores e novos clientes. “Se você ficar dentro de um casulo, ninguém vai te achar. Não há como esperar para que tudo
aconteça; é importante ter iniciativa”, salienta Brito. Foi assim que o comerciante ampliou a participação da papelaria no segmento escolar e passou a ter postos instalados em alguns dos principais colégios da capital federal. “Começamos com essa ação, depois de termos conseguido bom resultado com um projeto chamado Brito Social. Ele visa à distribuição de doações de materiais e kits escolares a creches e ONGs da região”, detalha. Além disso, a empresa passou a atuar como atacado, o que permitiu a entrada no segmento corporativo e a participação em licitações feitas pelo governo. “Agora, compramos direto da indústria e temos como fugir da sazonalidade do mercado”, comemora o empresário.
Ávido por desaf ios, Hélio Brito chega a meados de 2010 já pensando em tirar da gaveta projetos para novas filiais. “Vivemos um momento favorável. A crise já passou, e o Brasil cresce 7% ao ano. Em 2011, a previsão é de 5%. Sem falar nos investimentos externos que serão feitos aqui por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Temos que tirar proveito disso”, finaliza. &
Além de trabalhar com televendas e prontaentrega, durante a volta às aulas, é oferecido encape e personalização de livros e cadernos. A vitrine precisa ter: mochilas, cadernos e fichários, de preferência com licenças, e pendrives. Produtos campeões de vendas: canetas, papel sulfite, toners e cartuchos. Melhores fornecedores: todas as grandes marcas, entre elas: 3M, Acrimet, Bic, Credeal, Epson, Faber-Castell, HP Brasil, Lexmark, Maxprint, Multilaser, Pimaco e Policart. Mercadoria com a qual gostaria de trabalhar: computadores e móveis voltados para escritórios e escola.
Gostaria de mais atenção: a pesada carga tributária que incide sobre o material escolar. “Ele deve ser barateado e encarado como item de primeira necessidade para que mais crianças e jovens tenham acesso à educação em nosso país”, reclama Brito. Do que mais gosta no trabalho: o desafio de montar estratégias para resolver os desafios que aparecem dia a dia. COMO CHEGAR: SHCGN 706/7, bloco H, loja 25, Centro Asa Norte - Brasília - DF CEP: 70.740-680 Tel.: (61) 3349-0880
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Direto da revenda Nome: Papelaria Brito Localização: todas as lojas ficam em Brasília. Site: www.brito.com.br Data de fundação: abril de 1971. Funcionários: 75 em todo grupo. Região que abrange: a sede atende moradores e frequentadores do centro da região Asa Norte. Filiais: quatro, além do atacado que tem 2.000 m2 e serve também de depósito. Área: a matriz tem cerca de 1.000 m2. Serviços oferecidos: a loja abrange os setores de papelaria, livraria, informática, escritório, uniformes e aluguel de armários escolares.
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Em Questão
O pulo do gato para acertar nas compras Como um lojista pode evitar mover mundos e fundos para repor o estoque e acabar o mês no vermelho e com a mercadoria encalhada. Para evitar esta situação e apostar em produtos tradicionais e lançamentos que tenham giro certo, cada papeleiro desenvolve a sua técnica. Uns são mais conservadores e só recorrem aos campeões de vendas e a poucas novidades. Outros gostam de estar sempre à frente no mercado e acompanham as tendências participando de feiras do Brasil e exterior, lendo publicações especializadas e, principalmente, prestando atenção no que o consumidor final quer. Fique por dentro das táticas de cada varejista e vá às compras com muito mais segurança e planejamento.
Toda atenção ao cliente SILVIO PORTO Supervisor da Papelaria Tropical (Macapá/AP) “Na loja, atendo clientes que buscam economia, e outros que prezam por qualidade. Sempre procuro ficar atento às informações preciosas que ‘antecipam’. Se ouço “como esse caderno é caro”, vou à busca de modelos mais em conta. Se ouço, “poxa, eu
queria um caderno com as folhas serrilhadas, com uma capa mais bonita e brilhosa”, corro atrás de versões mais trabalhadas. É importante estar sempre atento ao que o consumidor diz, além de acompanhar o que vem sendo comentado nos meios de comunicação. Em relação às quantidades, decido se aumento ou diminuo o meu pedido com base nas vendas registradas no ano anterior. Ao escolher os fabricantes, vou pelo melhor prazo de pagamento.”
Em busca de um meio termo MARLI DE LOURDES DE MARCO Proprietária da Plug Papelaria (Florianópolis/SC) “Em meu estoque, deixo sempre os commodities e não tenho problema com o abastecimento dos outros itens, já que temos fornecedores que se prontificam a fazer entregas no dia seguinte, caso não os tenhamos na loja. Adquiro produtos mais em conta só durante a volta às aulas. Como a lista é extensa, eles costumam ajudar os consumidores. No geral, trabalho sempre com um meio termo para que o cliente saia mais satisfeito por ter comprado uma mercadoria. No caso de material de escritório, por exemplo, escolho pelo valor, pela qualidade e pelo design das peças, e tem dado supercerto. Além disso, tomo cuidado de investir sempre em lançamentos que reúnam praticidade e visual moderno,
já que também trabalho com as classes A e B.”
Estoque só com campeões de venda ODETE ROSEMARI SZLACHTA Gerente de vendas da Sponchiado Informática (Erechim/RS) “Não há segredo para montar um mix. O lojista deve apostar na sua intuição, no conhecimento do mercado e nos clientes que mais pesquisam em sua loja. Geralmente, eles compram conforme a necessidade, o que torna cada vez mais difícil manter um estoque. Vale a pena ter nele só as coisas que giram.”
Inspiração no exterior NAÍSA CONSIGLIO Sócia-gerente da House of Paper (São Paulo/SP) “Fico atenta às expectativas dos clientes em relação aos produtos. Ouço o que eles dizem e busco desvendar o que de fato estão determinados a comprar. Também faço buscas diárias por novos produtos em sites, feiras de negócios e viajo, no mínimo, duas vezes por ano ao exterior em busca do que está sendo preparado para determinar tendências. Evito comprar o que é muito comum. É bem difícil determinar a quantidade de um item principalmente quando é lançamento. Neste caso, você não sabe bem o que vai acontecer, apenas acredita que vai dar certo. Eu aposto nas minhas
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Em Questão pesquisas de mercado, mas busco não deixar faltar o que tem maior rotatividade. Ao comprar as mercadorias, priorizo a qualidade e o diferencial que elas apresentam no mercado – e que nem sempre será o preço. Mesmo assim, dou preferência a itens mais em conta, que têm os valores sugeridos pelos próprios fabricantes.”
Público-alvo bem definido ANDRÉ LUIZ LISBOA COSTA Sócio da Duplapel (Rio de Janeiro/RJ) “Tento ficar antenado nas novidades dos fabricantes e no que é mostrado nas feiras ou pela mídia. Quando me deparo com lançamentos, vou sempre pela minha intuição na hora de adquiri-los. Se ainda não sei que tipo de freguês irá consumi-los, faço um pedido mínimo para ver a aceitação da mercadoria. Se a procura for acima da expectativa, faço a reposição. Graças à experiência adquirida ao longo dos anos e a pesquisas feitas periodicamente, conhecemos bem o perfil dos nossos consumidores, o que nos permite investir em itens de alto giro, adequados aos gostos deles. Como trabalhamos tanto no varejo quanto no atacado, voltado para o segmento corporativo, mesclamos artigos mais em conta com os que têm valores superiores. Quando esse segundo grupo nos faz um pedido e não sinaliza uma marca específica, oferecemos os artigos mais em conta, sem perder o foco na qualidade.”
Consumidor com voz ativa VICTOR OLIVEIRA SANTOS Gerente administrativo da Papelaria e Livraria Paper Art (Sobradinho/DF) “Há localidades em que os clientes são sensíveis ao preço, em outras
Acredito que o grande segredo para acertar na compra seja estudar o que está acontecendo no momento, ficar atento às tendências da moda e acompanhar novelas e programas de TV em geral. ANDRÉ LUIZ LISBOA DUPLAPEL
a qualidade é priorizada. Daí a importância de conhecê-los bem e de escolher os produtos de acordo com o que eles solicitam diariamente. Na minha empresa, eles têm voz ativa; pedem e eu corro atrás. Acredito que o grande segredo para acertar na compra seja estudar o que está acontecendo no momento, ficar atento às tendências da moda e acompanhar novelas e programas de TV em geral. Também procuro aproveitar os períodos sazonais e projeto minhas aquisições com base nas médias estatísticas registradas em anos anteriores.”
Prioridade aos fornecedores locais ANGELO MOTA Sócio da Papelaria Cópia & Cia (Resende/RJ) “Monto meu mix com base nas necessidades da vizinhança e das empresas próximas. Tomo conhecimento das tendências através de publicações do setor, como a Revista da Papelaria, e em sites de fabricantes. Para não ter problemas com giro, opto por fazer várias compras em pequenas quantidades com distribuidores que fazem entregas em dois ou três dias. Com a adoção da substituição tributária no Rio de Janeiro, passei a fazer negócio só com aqueles dentro do estado. O problema é que, apesar de terem preço mais competitivo, traba-
lham com mix mais reduzido. Quando quero adquirir lançamentos ou itens com cores e modelos diferenciados, tenho que recorrer a outros estados.”
Compras por instinto RICARDO COSTA BARBOSA Sócio da Asterisco Papelaria (São Paulo/SP) “Como minha papelaria se encontra em local diferenciado, próximo a escritórios, não seguimos tendência. Fazemos as compras por feeling. Na prática, peço sempre o mínimo necessário e trabalho por encomendas. Priorizo mercadorias com bom preço, mas também adquirimos itens de marca por imposição de alguns clientes.”
Qualidade e valor justo PEDRO FERREIRA JÚNIOR Diretor de marketing e negócios da Papelite Livraria e Papelaria (João Pessoa/PB) “Acompanho as tendências pelo que vejo na feira Escolar PaperBrasil. Para estipular as quantidades, tomo como base o período anterior e procuro acrescentar ou reduzir produtos conforme a nossa projeção. Como preço não é o primeiro ponto de decisão de uma compra, e sim, atendimento seguido de qualidade, optamos por oferecer itens de qualidade por um valor justo.” &
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Dossiê Cadernos 2011
Opção para
todos os gostos
Fabricantes investem em imaginação, acabamento gráfico e acessórios para levar aos revendedores e aos consumidores finais um misto de beleza e modernidade ao produto mais procurado nas papelarias: o caderno. POR RENATA MEDEIROS Grandes ou pequenos, básicos ou coloridos, simples ou sofisticados, eles possuem características em comum. Além de serem os produtos mais procurados nas papelarias, principalmente quando as férias chegam ao fim, os cadernos fazem parte da vida de variados grupos de pessoas. Desde aquelas que estão aprendendo o “bê-á-bá”, até as que usam suas páginas para as anotações do curso universitário, passando por quem utiliza suas pautas para registrar dados diversos ou guardar receitas. É para atender à necessidade desse público diversificado que os fabricantes investem no produto, trazendo sempre novidades para o consumidor. É só conhecer um pouquinho dos lançamentos para a volta às aulas 2011 para entender que, se “sempre existe um chinelo velho para um pé cansado”, também para cada tipo de pessoa existe um caderno adequado.
No Brasil, segundo informações de especialistas do ramo, são produzidos, por ano, entre 140 e 150 mil toneladas de cadernos, sendo que o produto é o carro-chefe nas vendas da maioria dos fabricantes. No Grupo Bignardi, responsável pela produção dos cadernos Jandaia, ele representa 40% do faturamento total da empresa. Na São Domingos, o número gira em torno de 40 a 45%, enquanto na Foroni, ele chega a 65%. “Sem dúvida, o caderno é um dos produtos mais procurados nas papelarias, mas não podemos esquecer que ele também depende de uma força conjunta que está ligada a outros itens de desejo, como toda a parte da escrita, brinquedos e acessórios de escritório em geral”, afirma o coordenador de produtos da Jandaia, Rodrigo Rocha. “O caderno é um dos itens de maior valor agregado no período de volta às aulas, mas é essencial que o ponto de venda tenha o mix completo da categoria de papelaria, pois é neste momento que acontece a venda por impulso e, dessa forma, surge a necessidade de oferecer novidades em todos os segmentos”, lembra a gerente de produto para a categoria de papelaria da Bic Brasil, Carina Narcizo. É exatamente nesta época do ano que os fabricantes não somente produzem mais cadernos, como investem de maneira mais intensa em publicidade. O objetivo: preparar-se para o período de volta às aulas do início do ano. Durante os meses de
junho e julho também há aumento na venda do material devido ao chamado “minivolta às aulas”. De acordo com os fabricantes, porém, o período é inexpressivo se comparado à época entre setembro e fevereiro, quando acontece, respectivamente, o lançamento dos produtos, chegada dos mesmos às papelarias e procura do consumidor final. Com tanto caderno disponível, é preciso investir pesado se o objetivo é conquistar o público. É por isso que as empresas, a cada ano, precisam inovar e apresentar produtos cada vez mais sofisticados e modernos. Em 2011, essa realidade não será diferente, como destaca o gerente comercial da São Domingos, João Antonio Corniani. Em seu portfólio, a empresa possui quase 60 coleções, com aproximadamente 240 capas diferentes, sendo que cada uma possui uma particularidade, como aplicação de verniz, laminação, glitter ou textura variada. Outra característica da São Domingos é o investimento na substituição das bolsas plásticas por bolsas de papel ecologicamente corretas. “Temos uma coleção que promete surpreender todos os clientes e consumidores finais”, afirma. Para o próximo volta às aulas, a empresa vai produzir entre 12 e 13 mil toneladas do produto, o que representa, em média, 23 milhões de cadernos. A Jandaia também aposta no stamping metalizado, no glitter e
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Como mostrar as novidades
Licenciamento Novos licenciamentos não poderiam ficar de fora quando o assunto é a busca por novidades. Além de investir em produtos alinhados aos desejos femininos e em capas que valorizam os traços dos grafiteiros para conquistar o público adolescente masculino, a BIC, que entrou no mercado dos cadernos para a volta às aulas 2009, pela primeira vez aposta no licenciamento para esse segmento. Rebecca Bondon, uma buldogue francesa idealizada por Yuko Shi-
mizu, também criadora da Hello Kitty e Sugar & Babe, é um desses investimentos. Outro é o Looney Tunes Baby. “Essa é uma licença já trabalhada pela BIC México. Os personagens são consolidados no mercado e possuem forte apelo com as mães”, alegou a gerente de produto para a categoria de papelaria da BIC Brasil. O investimento em cadernos teve início após parceria com a empresa chilena Rhein. Enquanto ela fabrica o produto, a BIC fica responsável por sua distribuição e comercialização em todo o Brasil. Para 2011, a Foroni investe em mais de 10 novas licenças, lançando mais de 40 diferentes tipos de cadernos, fato que, de acordo com a diretora de marketing da empresa, Marici Foroni, merece ser destacado. “Esses são números 20% maiores do que o de anos anteriores”, justifica. Cadernos que homenageiam times de futebol brasileiros, a nova coleção Hot Wheels e a linha Barbie Pets com pelúcia na capa são algumas das novidades da Foroni para 2011, empresa que, anualmente, produz, em média, 35 milhões de cadernos. “Todo caderno possui a sua particularidade, sua diferenciação”, diz Marici. Para chamar a atenção dos consumidores, uma das alternativas encontradas pela Tilibra foi acreditar no poder da sétima arte. Para a volta às aulas no próximo ano, a empresa adquiriu novos licenciamentos como Tron Legacy, filme previsto para ser lançado, no Brasil, ainda em 2010, um dos primeiros a utilizar computação gráfica, e Avatar, longa ganhador de três Oscars e sinônimo de inovação cinematográfica. “A Tilibra sempre licencia marcas em evidência, seja no segmento de personagens, moda, beleza, saúde, diversão, fil-
A seguir, você pode conhecer a experiência de profissionais de duas grandes papelarias brasileiras, sobre como eles resolvem a exposição dos cadernos nas lojas durante a volta às aulas.
“Para disponibilizar o produto na loja, nossa primeira preocupação é com o tipo do caderno. Se ele é espiral ou brochura, ¼ ou universitário. Separá-los pelo número de páginas também é importante. O segundo passo é dividilos em três subgrupos: meninos, meninas e office, que englobam as linhas escritório e universitário. Procuramos colocar os cadernos bem segmentados, pois isso facilita a vida do cliente. Na Casa Ribeiro, primamos pela arrumação e pela organização para que o consumidor se sinta “em casa”. No início do ano e também em julho e agosto, procuramos colocar os cadernos mais na frente da loja, geralmente perto do setor de presentes, para dar destaque ao produto e chamar a atenção do consumidor.” Depoimento de Esmeralda Vitória da Costa Barbosa, diretora de compras da Casa Ribeiro (Rio de Janeiro/RJ)
“Separamos os cadernos por quantidade de páginas, matérias e por público: masculino e feminino. O brochura e o espiral também são disponibilizados em locais distintos. Fazemos isso para facilitar a compra do cliente, que consegue chegar à papelaria e encontrar exatamente aquilo que ele deseja sem precisar da ajuda dos vendedores. Nossos cadernos são colocados em cinco gôndolas, contendo dois lados cada uma. Elas estão situadas perto das mochilas e das lancheiras por dois motivos. Primeiro, porque um produto leva ao outro. Segundo, porque quando a criança quer voltar à escola com seu personagem preferido estampado nesses diferentes produtos, ela e seus pais encontram tudo ali, em um só local.” Depoimento de Ana Paula Saraiva, gerente da Papelaria Brito (Brasília/DF)
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no verniz que acende no escuro. Para os adolescentes, o miolo do caderno é bastante colorido, enquanto para os adultos a parte interna se torna mais clean. A empresa investe também em gifts como chaveiros, pingente de celular, porta-moedas, fitilhos personalizados, marcadores de páginas, pingente em espelho, gloss e brilho labial. “A cada ano esse trabalho se apresenta como um grande desafio. Dia a dia tentamos ser pioneiros em tudo aquilo que criamos”, comenta Rocha. Para chamar a atenção principalmente das adolescentes, a Norma, entre outros lançamentos, investiu em cadernos que trazem na capa o cantor Luan Santana, atual ídolo do teen sertanejo/pop. “Nosso objetivo é atender ao anseio dos milhares de fãs do cantor, que agora poderão levar um pouco do Luan para as salas de aula”, diz Liliane Galindo, gerente de marketing da empresa. A Norma investe também em uma linha de cadernos que possui um encarte que, quando recortado e montado, se transforma em porta-treco. Para os pequeninos, a empresa traz a personagem Dora e cria os cadernos meia-pauta e caderno duplo dentro da linha Meu Primeiro Caderno.
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Dossiê Cadernos 2011 produtos voltados para o público masculino infantil, investindo em personagens como Bob Esponja e nas linhas Ben 10, que foi repaginada, Alien Force (Força Alienígena) e Onde está Wally? Quando se fala em meninos, é claro que os esportes radicais não poderiam ficar de fora.
Criação
Quando um menino chega na loja, vai direto à gôndola que possui o que lhe agrada. Ele não terá paciência de percorrer todo a papelaria em busca do que procura. MARICI FORONI FORONI
mes ou entretenimento”, comenta o presidente da empresa, Rubens Passos. Para as meninas, a Tilibra traz a licença Moxie Girlz, representada por uma boneca de rosto meigo e cabelo farto, lançada pela Estrela este ano no Brasil. Para 2011, a empresa investe também no licenciamento de personagens que foram sucesso nos anos 80 e 90, como Thundercats e Os Simpsons. Outra personagem que promete mexer com a imaginação das meninas é Betty Boop, que aparece nas capas dos cadernos da Credeal. Entre outros licenciamentos, a empresa também investe na linha Smilinguido, composta por oito diferentes capas, e na linha Gormiti, que traz os “Senhores da natureza”, série apresentada desde janeiro deste ano na TV Globinho, da Rede Globo, e que logo chegará ao cinema, segundo informações do fabricante. Sem deixar o público feminino de lado, a Grafon’s, para a volta às aulas 2011, aumenta os
Para a volta às aulas, as opções para o consumidor final são diversas, mas se engana quem imagina ser fácil criar produtos que agradem e conquistem diferentes públicos e gostos. O processo de produção do caderno exige percepção, ousadia, além de um trabalho árduo, que tem início meses antes da data de lançamento das novas coleções. Tanto as feiras nacionais quantos as internacionais voltadas para o setor papeleiro são, de acordo com os fabricantes, locais ideais para se avaliar novas tendências e ter novas ideias. “Todos os anos, visitamos feiras como a Paperworld, que acontece em Frankfurt, na Alemanha, e a Licensing Expo, em Las Vegas, nos Estados Unidos, para verificar o que está na moda e na cabeça dos jovens”, destaca o coordenador de produtos da Jandaia. Apesar das feiras serem alternativa, a inspiração maior dos fabricantes, porém, vem de outra fonte: seu público-alvo. É ele quem revela as tendências a serem exploradas, o assunto a ser discutido, o personagem que merece destaque. “O processo de criação passa por uma série de análises que vai desde pesquisas de comportamento do público que queremos atingir até as tendências de moda e arte, passando também pelas definições de preços e praça”, explica a gerente de marketing da Norma. “Ouvimos de forma muito atenta as solicita-
ções, sugestões e reivindicações de nossos consumidores. É da beleza, da criatividade e da sofisticação de nossos produtos que depende o sucesso da nossa volta às aulas”, completa o gerente comercial da São Domingos. De nada adianta os cadernos serem bonitos, modernos e sofisticados se não estiverem expostos de maneira correta, oferecendo conforto e praticidade ao consumidor. É aí que entra o papel do lojista, que deve ficar atento à melhor maneira de oferecer a mercadoria em seu estabelecimento. A organização é uma das peças-chave para garantir o sucesso das vendas, como orienta Carina. “Recomendamos ao lojista que exponha seus produtos de acordo com o ponto de vista do consumidor, que procura pelo item de acordo com seu mundo: kids (crianças), teens (adolescentes), jovens e office (material para escritório/faculdade)”, afirma. “Quando um menino chega na loja, vai direto à gôndola que possui o que lhe agrada. Se os cadernos estiverem espalhados, essa criança não terá paciência de percorrer todo o estabelecimento em busca daquilo que ela procura, avalia Marici. Outra dica é que as lojas tenham um portfólio bastante variado, que atenda e agrade aos mais diversos tipos de pessoas. Mais importante, porém, é que o lojista esteja atento às novas tendências, sempre em sintonia com as necessidades dos seus clientes. “Os lojistas devem conhecer muito bem o seu público, e a loja deve estar sempre atualizada. É também preciso que o lojista confie no que ofertamos em nosso catálogo de produtos, pois sempre tentamos levar a eles e aos consumidores finais a melhor solução”, garante Rocha. &
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Para as meninas ROMÂNTICAS
Alice A menina que viveu emoções no País das Maravilhas agora está pronta para passar agradáveis momentos com as garotas na sala de aula, sendo um dos investimentos da Jandaia.
Fadas Uma das novidades da Kajoma é a linha Magia das Fadas, que estampa o mundo encantado de duas belas fadinhas com muito brilho, adesivos, além de miolo personalizado e colorido.
Jolie A meiguice da menininha continua a encantar, sendo sucesso de vendas da Tilibra ano após ano.
Moranguinho Campeã de vendas, a Moranguinho, da Foroni, continua a encantar também na volta às aulas 2011.
Mila & Co
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Mila e sua turma, da Jandaia, vão agitar a volta às aulas e serão os companheiros de muitas garotas em 2011.
Rapunzel A princesa de longos cabelos, que terá sua história contada nos cinemas em janeiro, é um dos investimentos da Norma.
Hello Kitty Marca mundialmente conhecida, a gatinha, sempre lembrada pelas meninas de todas as idades, ilustra a capa do caderno da Tilibra.
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DESCOLADAS 4 Ever Kids As bonequinhas da linha da São Domingos prometem encantar o público feminino de todas as idades.
Sugar & Babe A gatinha da Foroni volta com tudo em 2011 para tornar a volta às aulas das meninas ainda mais animada.
Milky Way Além de bonitas e divertidas, as meninas da linha Milky Way da Jandaia são modernas e prometem encantar as garotas.
Punk Gloss Para as meninas de personalidade forte, o lançamento da Kajoma é uma das opções, misturando rebeldia e romantismo.
Menininhas As personagens, da Tilibra, já são tão populares entre crianças e adolescentes que não poderiam ficar de fora.
With it A linha With it é uma das novas licenças da Jandaia para fazer a cabeça das garotas.
Pink Rock É outro investimento da Norma, em cores fortes e capas divertidas, além de ousadas.
So So Happy A nova licença da Jandaia traz uma coleção de cadernos coloridos, modernos e despojados.
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SOFISTICADAS Bad Cat A gatinha manhosa e sensual da São Domingos, que é sucesso na coleção de agendas, agora empresta seu charme também à linha de cadernos.
Barbie Ela continua a fazer parte do imaginário das meninas e é uma das personagens escolhidas pela Foroni. A linha Barbie Pets traz pelúcia na capa.
Betty Boop Com 80 anos de história, milhares de produtos licenciados em todo o mundo, a personagem sex appeal continua sendo sucesso e é um dos lançamentos da Credeal.
Rebecca Bondon Rebecca, uma buldogue francesa moderna e vaidosa, sempre antenada com o mundo da moda, é uma das apostas da BIC.
BÁSICAS Amizade Na Joy Paper, a amizade virou tema de capa de caderno. Beleza e praticidade são marcas registradas do produto, que vem também com adesivos.
Para os apaixonados por Desenho animado Olívia e Popeye, personagens que marcaram gerações, são a novidade da São Domingos, que pretende agradar um público variado, de diferentes sexos e idades.
Cinema Para a volta às aulas 2011, a São Domingos investe também no filme de aventura e fantasia “The Last Airbender”, baseado na série animada de televisão Avatar.
Luan Santana Cadernos que trazem o atual ídolo do teen sertanejo/pop na capa ganharam destaque na Norma, e é de se esperar que eles sejam sucesso absoluto entre as fãs do astro.
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Para os meninos LOUCOS POR CARROS Velocidade Carros velozes, bonitos e coloridos são uma das apostas da BIC para conquistar os garotos que "se amarram" em modernidade.
Hot Wheels Os carrinhos de brinquedo e o desenho animado sustentam a atenção de uma legião de pequenos fãs. Os carros Hot Wheels estampam as capas dos cadernos da Foroni.
Disney “Carros”, filme da Disney, continua a ser sucesso e é um dos investimentos da Foroni.
APAIXONADOS POR ESPORTES Bicicleta A linha Sport, da Jandaia, traz, entre outros esportes radicais, o ciclismo.
Moto O famoso “MotoGP” é sensação e virou tema para as capas da Foroni.
Athleta Sofisticada e ao mesmo tempo básica, a linha Athleta, da Jandaia, provavelmente será capaz de agradar gostos diversos.
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QUE GOSTAM DE NOVIDADES
FÃS DE FUTEBOL Torcedor Com a linha Torcedor, da KM Papel, os meninos vão poder mostrar o quanto são loucos pelo futebol, esporte que é paixão nacional.
Tantoys Inspirados na mania mundial da Toy Art, a linha Tantoys, da Kajoma, é irreverência e criatividade em forma de cadernos que trazem adesivo e miolo criados especialmente para a turma acima de 14 anos.
Times Com os lançamentos da Foroni, vai ser possível ir para a escola com o time do coração dentro da mochila.
AVENTUREIROS Ben 10
Surfing O esporte radical, apreciado principalmente pelos adolescentes, foi escolhido para ser estampa da linha lançada pela KM Papel.
Gormiti A linha da Credeal traz, na capa, a bravura dos personagens de “Senhores da Natureza”, série animada que também está em jogos e DVDs.
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A linha da Grafon’s, que traz um garotinho louco por momentos de adrenalina, volta repaginada e com força total na volta às aulas 2011.
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Dossiê Cadernos 2011
Para os pequeninos Meu primeiro caderno Nessa linha voltada para as crianças, a Norma lança, para 2011, os cadernos duplos e meia pauta.
Turbinhos Os carrinhos que tanto agradam a garotada ilustram a linha Turbinhos, da Kajoma, que possui adesivo e pauta personalizada.
Sabichinhos O novo produto da Kajoma traz quatro bichinhos de espécies diferentes em situações muito divertidas. O objetivo é desenvolver a imaginação e incentivar o estudo da criançada.
Princesinha Simpática e sorridente, a princesinha da São Domingos será a melhor amiga de muitas garotinhas nessa volta às aulas.
Para os encantados por animais... NA FICÇÃO
OU NA VIDA REAL Dama A cadelinha do clássico “A Dama e o Vagabundo” é uma das estrelas das capas da Foroni.
Smilinguido A formiguinha mais famosa do Brasil, que agrada ao público infanto-juvenil, divulga, estampadas nas capas da Credeal, mensagens positivas de amor, fé e esperança.
Pet A beleza, exuberância e delicadeza dos animaizinhos são retratadas na linha Pet da Jandaia.
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Dossiê Cadernos 2011
Para os clássicos e discretos Simplicidade A Tilibra investe também em capas mais sérias, mas que não deixam de lado o charme e a beleza.
Classic, Young Design e Work line Elegantes, as linhas distribuídas pela BIC são voltadas para o público masculino executivo.
MAS NEM TANTO Coloridos Cadernos da BIC mostram que é possível fazer a combinação entre o básico e um misto de cores.
Zoo York É outro lançamento da Jandaia que promete agradar a diferentes públicos.
Caderno G Bandeira Contendo cartela de adesivos, calendário e folhas com picote, o lançamento da Joy Paper pode ser usado na escola, no trabalho e no dia a dia.
Rip Curl Girl A linha Rip Curl Girl, da Jandaia, também aproveita para colocar juntos irreverência e estilo.
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Capa Tributação sobre produtos
Os impostos A volta às aulas bate novamente à porta e, junto a ele, vem um problema que continua a assombrar os pais dos alunos e também o setor papeleiro: o alto imposto cobrado sobre o material escolar. Projetos e promessas que têm como objetivo a diminuição ou até a isenção de tais tributos continuam estagnados e sem nenhuma perspectiva de serem colocados em prática ainda este ano. Por outro lado, quando o assunto é a participação do varejo no sistema de distribuição de kits escolares realizada pelo governo, a situação é diferente. Mudanças, embora ainda tímidas, vêm surgindo, e já há o que se comemorar. O vale educação, por exemplo, que permite ao aluno da rede pública adquirir o seu material escolar na papelaria mais próxima à sua casa, não é somente um projeto, mas uma realidade que vem sendo muito bem recebida pelos estudantes, por seus pais e, é claro, também pelos papeleiros de algumas cidades. POR RENATA MEDEIROS
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não dão trégua Quando os pais de uma criança vão até uma papelaria para comprar material escolar, não adianta fugir. Os chamados tributos de consumo estão ali, embutidos nos preços das mercadorias, sendo alguns deles o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Mas esses não são os únicos vilões dessa história. Sobre uma simples borracha, por exemplo, incidem ainda PIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Contribuição Social, Imposto de Renda, entre outros tributos que podem aumentar o preço de um determinado produto em até 65%. A existência de um tributo sobre o artigo industrializado é garantido pela nossa Constituição, ficando o valor do IPI a cargo do Ministério da Fazenda. Para se definir o percentual do imposto em cima de cada produto, leva-se em consideração o princípio da essencialidade. “Quanto mais um produto é necessário e vital à vida de um indivíduo, menor é a alíquota sobre ele”, explica o professor de finanças do IBMEC Rio de Janeiro, especializado em finanças, Gilberto Braga.
Bebida alcoólica e artigos de perfumaria possuem IPI elevado, diferentemente do que acontece com produtos de necessidade básica, como materiais de higiene. “Esse imposto varia entre 0 e 365%. Essa alíquota máxima é aplicada ao cigarro”, exemplifica o professor. Já o ICMS, também constitucionalmente regulamentado, é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Cada um deles tem autonomia para definir a sua alíquota, que vai variar de acordo com as necessidades daquele determinado local. O Rio de Janeiro possui a alíquota mais alta de todo o Brasil, chegando a 19%, enquanto a média do restante do país é de 17%. Segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região (SIMPA), o IPI sobre uma caneta é de 20%. O da régua e o da pasta de cartolina é de 15%. O material escolar está diretamente relacionado à educação, o que, de acordo com especialistas em tributação e nomes ligados ao setor papeleiro, faz dele um artigo de primeira necessidade. Seguindo essa lógica, seria de se esperar que a alíquota sobre ele fosse mínima ou até mesmo inexistente. “Não há cabimento essa
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Capa Tributação sobre produtos
O governo alega estar preocupado com a educação. No período das eleições, candidatos dizem que ela é prioritária, mas, na prática, tudo é bem diferente. ANTÔNIO MARTINS NOGUEIRA PRESIDENTE DO SIMPA
tributação tão alta sobre o material escolar. O material de construção possui IPI de 3%, enquanto o do carro varia entre 7 e 11%”, compara o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike. Mais que baratear os produtos, ele defende que menos impostos pesando sobre os artigos essenciais ao aprendizado seria uma maneira de incentivar a educação. “O material escolar ficaria mais acessível, o que seria de grande valia para
Qual é o valor do imposto? PRODUTO
TRIBUTOS Impostos federais e ICMS*
Agenda escolar
43,19%
Borracha
43,19%
Caderno universitário
34,99%
Caneta
47,78%
Cola branca
42,71%
Estojos para lápis
40,33%
Fichário
39,38%
Folhas para fichário
37,77%
nossos jovens e suas famílias”, comenta. “Uma lista de material que fica em R$ 1.000,00 sairia por volta de R$ 780,00, não fossem os tributos sobre ela. Essa seria uma grande economia”, completa o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel), José Aparecido da Costa Freire. A isenção de pelo menos alguns dos impostos sobre o material escolar beneficiaria os consumidores finais, que levariam para a casa cadernos, lápis, canetas e borrachas por um preço mais baixo. Mas a medida também seria uma oportunidade para os papeleiros. Isso porque, de acordo com Freire, trabalhar com esse tipo de produto facilita as negociações e incentiva as vendas. O presidente do Simpa, Antônio Martins Nogueira, garante que a principal intenção do sindicato em lutar para que a alíquota que pesa sobre o material escolar chegue a zero é garantir que o consumidor tenha redução em seu custo, mas ele não esconde que a medida também seria positiva para os papeleiros. “Dessa maneira, não seremos acusados de careiros e aproveitadores da situação”, alega.
Lancheiras
39,74%
Lápis
34,99%
Mochilas
39,62%
Papel sulfite
37,77%
Pastas plásticas
39,86%
Pincel
35,70%
Medidas
Régua
44,65%
Tinta guache
36,13%
Na tentativa de garantir a isenção total dos tributos que incidem sobre o material escolar, em novembro do ano passado, o SIMPA
*Levando-se em consideração o ICMS a 18% Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)
apresentou tal proposta à Federação do Comércio de São Paulo, que foi encaminhada ao Ministério da Educação. No mesmo período, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, declarou que o Governo Federal passaria a estudar a possibilidade de lançar um pacote de incentivo fiscal para baixar o preço do material escolar. A ideia recebeu apoio inclusive do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e os impactos da desoneração começaram a ser calculados pela Receita Federal, que avaliaria também quais produtos ficariam livres dos tributos. Quase um ano depois, porém, nada de concreto foi definido. “A iniciativa foi boa, mas está parada desde aquela época. O governo alega estar preocupado com a educação. No período das eleições, candidatos dizem que ela é prioritária, mas, na prática, tudo é bem diferente”, reclama Nogueira. O Ministério da Fazenda, por meio da sua assessoria de imprensa, informou à R EVISTA DA PAPELARIA que só se pronuncia sobre medidas efetivamente tomadas, o que não é o caso, já que a proposta anunciada ainda não é uma realidade. Outra esperança em relação ao fim da alta tributação é o projeto
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Capa Tributação sobre produtos
Os empresários de papeleiras devem se unir e, juntos, lutar para que o varejo em todo o país faça parte desse processo de distribuição do material escolar. ANTONIO SERENO REDE NACIONAL DE PAPELARIAS BRASIL ESCOLAR
de lei do senador José Agripino (DEM-RN), que prevê isenção de IPI, PIS e COFINS sobre o material escolar. O documento foi apresentado em 2007 e aprovado no Senado no último ano. Hoje, na Câmara dos Deputados, ele já foi aprovado, em maio, pela Comissão da Educação e Cultura da Casa, como informou o assessor técnico da liderança dos Democratas no Senado, Augusto Viveiros. O projeto precisa passar ainda pelas Comissões de Finanças e Tributação, e Constituição e Justiça, para então chegar ao Plenário e, se aprovado, ser sancionado pelo presidente. “Devido às eleições, não creio que teremos a aprovação do projeto ainda este ano. A expectativa é que isso aconteça em 2011”, acredita Viveiros. O projeto de lei isenta de tais impostos a cola, artigos de plástico, canetas, lápis, cadernos, agendas, pincéis e borrachas. Reduzir o IPI de automóveis e eletrodomésticos foi uma das maneiras encontradas pelo governo de fazer com que o Brasil não sentisse tão profundamente os efeitos da
crise financeira que assolou o mundo entre 2008 e 2009. O professor Braga explica que, apesar de ter-se perdido dinheiro com a arrecadação desse determinado imposto, houve fortalecimento da economia. “Com os preços mais baixos devido à diminuição do tributo, o consumo disparou”, lembra. No caso do governo trabalhar em cima da desoneração do IPI, o consumidor poderia comprar mais material escolar, e consequentemente os cofres públicos lucrariam mais em cima de impostos como Contribuição Social e Imposto de Renda. Mas o raciocínio, como pondera Braga, não é tão simples assim. “O poder público administra a carga tributária visando sempre à arrecadação. Ele se torna arredio à desoneração porque, pelo menos em um primeiro momento, haverá perda. Além disso, não há como garantir que a ação vai dar certo, como foi no caso dos automóveis e eletrodomésticos. O comportamento do mercado não é previsível, nunca se sabe o que vai acontecer quando há uma isenção de impostos. O fato traz ao governo bastante insegurança”, explica.
Menos burocracia, mais descentralização Na volta às aulas, outro assunto que vem à tona é a questão da distribuição de material escolar realizada pelo governo em escolas públicas. Ao negociar diretamente
com grandes fornecedores, o poder público exclui o varejo desse processo, indo de encontro ao aquecimento do setor papeleiro, como afirmam especialistas da área. Essa distribuição, porém, vem ganhando novas características visando à participação das papelarias no processo. No Estado de São Paulo, desde que o kit com material escolar começou a ser distribuído aos alunos, em 2007, a Secretaria da Educação utiliza o sistema da Bolsa Eletrônica de Compras (BEC), também conhecido como Pregão, da Secretaria da Fazenda, para adquirir os produtos que são entregues a cerca de cinco milhões de estudantes da rede estadual de ensino. “Essa é uma ação que tem tudo para dar certo. Com o tempo esse sistema poderá inclusive ser aplicado em todo o país”, acredita Nogueira. A Bolsa Eletrônica foi instituída e começou a funcionar em setembro de 2000. No caso do fornecimento de material escolar, a empresa interessada deve se inscrever no Pregão, atendendo aos quesitos de uma licitação pública. Segundo a coordenadora da Coordenadoria de Entidades Descentralizadas e de Contratações Eletrônicas (CEDC) e responsável pela BEC, Maria de Fátima Alves Ferreira, não há restrições quanto a esse cadastramento, que é realizado pelo próprio interessado, via internet. Ela afirma que todos os cadastrados são
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Transparência, agilidade, economia, abrangência de atuação para o governo, maior competitividade, ampliação do mercado e pagamento na data acordada são os benefícios da Bolsa eletrônica. MARIA DE FÁTIMA ALVES FERREIRA COORDENADORA DO CEDEC
então convidados a participar de negociações eletrônicas, de acordo com a sua linha de fornecimento e especificações do edital. Será a fornecedora do material escolar a empresa que apresentar o menor preço. “Transparência, agilidade, economia, abrangência de atuação para o governo, maior competitividade, ampliação do mercado e pagamento na data acordada são os benefícios desse processo”, alega. O diretor comercial da Brasil Escolar, Antônio Sereno, chama a atenção dizendo que os papeleiros devem se unir e, juntos, lutar para que o varejo em todo o país faça parte desse processo de distribuição do material escolar. Ele aprova o sistema do Pregão adotado pelo Estado de São Paulo, mas aponta o vale-educação como outra medida que poderia ser utilizada. “Nesse caso, o estudante receberia o vale e, em uma papelaria próximo à sua casa, poderia adquirir o material que ele quer e precisa. Essa prática beneficiaria tanto as lojas quanto a economia local”, afirma. Sereno conta que algumas cidades de São Paulo já investem no vale-educação, e uma delas é Fernandópolis, localizada ao
norte do Estado, que possui entre 65 mil e 70 mil habitantes. Foi em agosto, visando à minivolta às aulas, que o novo sistema passou a funcionar no município e, de acordo com a diretora municipal de educação de Fernandópolis, Darci Marin, a iniciativa agradou. “Os donos das papelarias estão contentes, assim como os alunos e seus pais”, comemora. A prefeitura comprava os materiais escolares por meio de licitação, do tipo menor preço, que acabavam não tendo grande durabilidade e qualidade satisfatória. Além disso, Darci destaca que o procedimento, além de lento, era bastante burocrático. O vale-educação foi implantado na cidade por meio da aprovação do projeto do vereador André Pessuto, que, após aprovado e sancionado pelo prefeito Luiz Vilar, se transformou em lei em março de 2010. São os pais os responsáveis por retirarem o vale-educação na própria escola onde o filho estuda, sendo que o valor do mesmo varia de acordo com a série do estudante, desde o berçário ao Ensino Fundamental II. Para fornecer apontador, caderno, cola, lápis preto, borracha e outros materiais aos cerca de sete mil alunos da rede municipal de ensino, a prefeitura investiu R$ 350 mil em vale-educação. Antes desta iniciativa ser colo-
cada em prática, listas de material escolar de todas as séries, cada uma com seu valor já determinado, foram entregues às papelarias que se cadastraram mostrando interesse em participar do programa. “Onze acataram o preço estipulado, e é nelas que os alunos devem adquirir o seu material”, orienta Darci. Ao receber o vale, o varejista entrega o material ao aluno e, de 15 em 15 dias, comparece ao setor de contabilidade da prefeitura para retirar o dinheiro das vendas. As listas dos materiais ficam disponíveis nas próprias papelarias e o estudante pode adquirir somente os produtos ali estipulados, mas com uma diferença. Ele mesmo vai poder escolher a capa do caderno, cores e formatos que mais combinam com o seu estilo. Darci comenta ainda que, por meio do vale-educação, os estudantes terão ainda acesso a materiais escolares de marcas renomadas. Para garantir o funcionamento da nova lei, foi criado um comitê de fiscalização, subordinado à Secretaria da Educação. “Faremos uma avaliação mais aprofundada desse novo procedimento visando sempre melhorá-lo”, comenta. O valeeducação de Fernandópolis é válido apenas para este semestre. No início do próximo ano letivo, a prefeitura fará um novo vale, que vai valer para todo o ano de 2011. &
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Informática Equipamentos para crianças e adolescentes
Só para os baixinhos Apresentados desde cedo ao
computador, os pequenos agora têm à disposição equipamentos feitos sob medida e que prometem deixar ainda mais divertida a hora de fazer as tarefas e de se entreter com jogos. POR LUCIANA D’AULIZIO
Nas escolas, já faz muito tempo que quadro-negro virou artigo de museu. No Colégio Veiga de Almeida, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, volta e meia os educadores optam por trabalhar
as lições em uma das três salas multimídias da instituição - cada uma delas equipada com quadros interativos, computadores, projetores e internet. De acordo com o gerente de tecnologia da informação da instituição, Fernando Golinelli, as aulas hightech são uma poderosa estratégia para aproximar o conteúdo da realidade dos estudantes, crias da chamada “Era Digital”. “A tecnologia faz parte do mundo destas crianças, elas nascem e vivem em um universo conectado por celulares, netbooks e TVs. São interessadas em vários dispositivos
ao mesmo tempo e usam naturalmente os mais diversos tipos. Com acesso fácil às informações, elas pesquisam e conhecem sobre o que desejam ganhar no Natal ou em seu aniversário. Meu filho de dois anos, por exemplo, pede para ver um vídeo no You Tube, em meu smartphone”, conta. No colégio em questão, os laboratórios de informática são usados tanto pelos professores, na realização de atividades do dia a dia, quanto no desenvolvimento de projetos interdisciplinares com os alunos. O contato com as máquinas já começa no Grupo 2, antigo Jardim 1. “Como eles ainda não foram alfabetizados, precisam de atenção especial. Realizamos projetos lúdicos e usamos sites e jogos educacionais para ensinar de forma divertida as cores primárias e secundárias, as formas, raciocínio lógico e estimular a socialização”, explica Golinelli. Com o passar dos anos, o nível de dificuldade e refinamento das atividades vai aumentando. “Certa vez, disseram-me que não usamos 10% das ferramentas que um bom processador de texto pode oferecer. Por isso, nas séries mais avançadas, Em escolas particulares, como o Colégio Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, os alunos têm acesso ao universo da informática desde os três anos de idade. "A tecnologia faz parte do mundo destas crianças", diz o gerente de TI da instituição, Fernando Golinelli.
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conhecimento se descolam muito rápido, já que são bem curiosas”, comenta. A porta-voz da ONG vê com bons olhos a criação de equipamentos mais lúdicos voltados para os pequenos. “Em São Cristóvão, há uma sala com brinquedos, livros e dois computadores desse tipo, que foram doados pela IBM. Eles ajudam a deixar o ambiente mais alegre e colorido para as crianças, mas não sei até que ponto tem um grande impacto para elas. Acredito que a máquina por si só já é muito sedutora, um grande atrativo que as deixa muito felizes”, opina.
Acessórios mais lúdicos Ligia Pretel Eimantas, gerente de marketing da NewLink, confirma o aumento do encantamento dos pequenos em relação aos computadores. De acordo com ela, o interesse é despertado a partir dos seis anos da idade. “A maior parte dessas crianças é das classes média ou alta e costuma ter como referência pais ou parentes próximos que incorporaram o uso das máquinas às suas rotinas. Elas usam tecnologia não só para os estudos, mas também como forma de entretenimento. Devido ao aumento da violência e falta de segurança, não passam muito tempo brincando nas ruas; trocam a realidade pelo mundo virtual”, detalha.
Cientes dessa intimidade crescente entre a criançada e o computador, vários fabricantes de produtos de informática têm desenvolvido peças voltadas exclusivamente para os pequenos. É o caso da Clone, que vê neles consumidores estratégicos para o futuro. No catálogo da empresa, encontram-se mouses, teclados, webcams e mousepads, vários deles com licenças da Disney. “Trabalhamos sempre com um design diferenciado para esse público e, no momento, estamos buscando
A Multilaser investe em itens diferenciados para atender ao público infantil. O licenciamento e as teclas maiores do que o comum em um determinado modelo de teclado são alguns desses artifícios.
Investimento com cautela enquanto alguns fabricantes comemoram o aumento da procura por acessórios de informática voltados para o público infantil, há empresas que adotam um discurso bem menos entusiasta. É o caso do Grupo Leadership que, depois de ter uma vasta linha voltada para adolescentes, reduziu seu mix para esta faixa etária a quatro produtos: dois tipos de mouses e dois tipos de cases para CDs. “Como não tivemos demanda por esse tipo de produto, nós descontinuamos a linha teen e investimos na linha Gamer. O que faz sucesso entre as crianças são os brinquedos, e o nosso negócio é fabricar acessórios para PC e consoles de videogame”, explica o gerente de compras, José Vianna. Na Multilaser, a procura pelos itens licenciados também foi menor que o esperado. “Não existe uma grande demanda por itens exclusivamente infantis e licenciados nesse segmento. Apesar de entrarem cada vez mais cedo em contato com o computador, as crianças não têm grande poder de influência na compra desses artigos. Às vezes, a mãe é fã do personagem e compra artigos diferenciados para os filhos. Mas, no geral, os pais procuram os equipamentos normais, que são mais em conta”, comenta o gerente de marketing, Danilo Angi.
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procuramos prepará-los para o futuro e transmitimos os outros 90% restantes dos softwares que utilizarão no decorrer de suas vidas, como planilha eletrônica e navegador de internet”, diz. Do outro lado da Cidade Maravilhosa, na Zona Norte, mais precisamente no Solar Bezerra de Menezes – instituição que acolhe crianças do bairro de São Cristóvão e dá suporte educacional a vários alunos da rede pública –, o fascínio pelos computadores é o mesmo. No espaço, além de se divertirem com aulas de dança e teatro, os pequenos têm aulas de informática desde cedo, graças a uma parceria com o Comitê para a Democratização da Informática. “Realizamos atividades temáticas e usamos a tecnologia para desenvolver certos conceitos de forma mais lúdica, leve e divertida, através de jogos educativos. Como o computador oferece uma série de recursos, elas ficam muito mais abertas ao aprendizado. Observamos melhoras até no rendimento escolar delas, que encaram tudo como uma grande festa e ficam bem à vontade”, revela Flávia Ferreira da Silva, coordenadora pedagógica do espaço. A desenvoltura da meninada também é destacada por Leila Camelo, gestora do projeto CDI Comunidade. “Mesmo as que não têm
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Informática Equipamentos para crianças e adolescentes Além de acessórios com personagens da Disney, a Clone investe em periféricos especiais para o uso de jogos no computador. Além de joysticks especiais, há tapetes para dança no portifólio da empresa.
outras marcas para nos aproximarmos ainda mais do segmento infanto-juvenil”, antecipa o gerente de marketing, Diego Viriato. Os personagens também são um dos atrativos da Multilaser, que aposta no sucesso de quatro licenças de destaque: Moranguinho, Batman, Betty Boop e Hot Wheels. “Eles são temas de quatro linhas
personalizadas. Cada uma vem com caixas de som, mousepad, teclado e mouse. No caso do Hot Wheels, por exemplo, este vem no formato de um carrinho”, conta o gerente de marketing, Danilo Angi. Entre os artigos feitos sob medida para os pequenos, ele destaca outra linha de acessórios – toda em corde-rosa – e dois tipos de teclado: um próprio para jogar videogame e o Kids. “Este tem teclas grandes, com cores definidas a partir de suas finalidades. Há uma tonalidade para as vogais, outra para as consoantes e outra para os números, por exemplo. Além de enfeitar o ambiente, o produto funciona como uma ferramenta educacional, e tem feito bastante sucesso entre as escolas”, salienta Angi. A Maxprint também aposta no interesse da garotada e dos adolescentes por tecnologia. Pensando neles, ela passou a fabricar mouses retráteis, teclados flexíveis, hubs luminosos e versões em miniatura de webcams, cooler portáteis, caixas de som com entrada USB e fones de ouvido. No entanto, os carroschefe da empresa para os públicos infantil e teen são os acessórios para games. Segundo a diretora comercial da companhia, Adelaide Anzolin, um dos fatores que tem contribuído para o crescimento digital é o aumento do consumo de computadores e videogames pelas classes C, D e E. “Elas têm sido beneficiadas pela ampla oferta
Realizamos atividades temáticas e usamos a tecnologia para desenvolver certos conceitos de forma mais lúdica. Como o computador oferece uma série de recursos, as crianças ficam muito mais abertas ao aprendizado. FLÁVIA FERREIRA DA SILVA COORDENADORA PEDAGÓGICA
de crédito que o varejo oferece”, analisa a executiva.
Lazer que gera lucros José Vianna, gerente de compras do Grupo Leadership, reconhece que o videogame é a porta de entrada da garotada para o universo da tecnologia. “Hoje em dia, crianças de três anos já se divertem com jogos correspondentes às suas faixas etárias”, revela. Sabendo da demanda por esses produtos, a companhia tem investido no desenvolvimento de acessórios para jogos. “Temos a linha Leadership Gamer. Ela tem modelos de joysticks, joypads e até guitarras e baterias que ajudam também a treinar a coordenação motora dos pequenos”, cita o portavoz da empresa. Sabendo do potencial dos games, a NewLink também criou uma linha voltada para games. “Atualmente, os itens mais procurados são os joypads e as guitarras. Até o final deste ano, teremos mais novidades para Wii e PlayStation”, diz Ligia Pretel Eimantas. Já a Clone foi mais além e passou a fabricar até tapetes de dança e base para ginástica. “Em breve, lançaremos bateria sem fio e novos modelos de guitarras e volantes”, promete Diego Viriato. Enquanto isso, a Positivo Informática prefere apostar em outra frente: os jogos educativos. Entre os comercializados, estão Doki, LazyTown, Cocoricó e os lançamentos Toy Story 3 e Alice no País das Maravilhas. “Temos produtos para crianças a partir de 18 meses. Eles permitem que elas interajam com cores e formas, identificando personagens de seus desenhos favoritos. Trabalhamos com marcas licenciadas ou com softwares reconhecidos mundialmente por sua jogabilidade”, explica Leonor
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Rohnelt, gerente de marketing do varejo da divisão de tecnologia educacional da empresa.
Demanda por esses acessórios existe, mas será que eles representam uma boa aposta para uma papelaria? Adelaide Anzolin, da Maxprint, acredita que sim. Segundo a porta-voz da empresa, eles representam cerca de 2% do mix e 5% do faturamento total. Para estimular a saída desses itens, ela recomenda explorar o poder das embalagens, que geralmente tem grande apelo visual. A importância de um cenário atraente para a exibição desses itens é destacada também por Ligia Pretel Eimantas, da NewLink. Na opinião dela, o
ideal é que eles estejam na altura das crianças e que, na medida do possível, possam ser manuseados. Leonor Rohnelt, da Positivo Informática, também defende a estratégia de deixar que a meninada brinque com os jogos educativos antes dos pais comprá-los. “É importante que as lojas disponibilizem equipamentos com essa finalidade. Assim, os programas, que são ricos em cores e têm ima-
gens refinadas, seriam conhecidos com mais profundidade”, justifica. Diego Viriato reitera o discurso e sugere que todo trabalho de comunicação e posicionamento seja focado no país. “Desta forma, o produto também será a melhor escolha de compra na avaliação deles”, esclarece. Além de promo-
Para a gerente de marketing da NewLink, Ligia Pretel, o aumento da violência e a falta de segurança faz com que as crianças não brinquem mais nas ruas e troquem a realidade pelo mundo virtual. A empresa tem várias opções de produtos para atendê-las.
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Atraindo pais e filhos
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Informática Equipamentos para crianças e adolescentes A Positivo Informática se associa a marcas e personagens de reconhecida idoneidade para comercializar jogos educativos que, segundo a empresa, podem atender às crianças a partir de 18 meses.
É importante que as lojas tenham equipamentos para que as crianças usem os jogos educativos. Eles são ricos em cores, têm imagens refinadas e seriam conhecidos com mais profundidade. LEONOR ROHNELT POSITIVO INFORMÁTICA
Você conhece o CDI? O acesso à tecnologia não deve ser privilégio de poucos, mas um direito garantido a todos os cidadãos, independente da classe social. Guiado por esse princípio, o ativista Rodrigo Baggio fundou, em 1995, o Comitê para a Democratização da Informática. Trata-se de uma organização não governamental global sediada no Brasil e com sede em 13 países – Estados Unidos, Reino Unido, Argentina e México, só para citar alguns – que tem a missão de transformar vidas e fortalecer comunidades de baixa renda através do uso das tecnologias da informação e comunicação. Atualmente, estima-se que mais de 1,3 milhão de vidas já tenham sido afetadas nas 816 escolas espalhadas pelo mundo. Chamadas de CDI Comunidade, cada uma delas é fruto de parcerias com organizações de base popular reconhecidas e respeitadas em seu local de atuação. “Trabalhamos com a capacitação dos educadores que desenvolverão esse trabalho. No caso dos pequenos, temos um projeto pedagógico, feito com base na metodologia de Paulo Freire e voltado para alunos a partir de sete anos”, conta Leila Camelo, gestora do projeto. De acordo com ela, além de serem encaradas como recreação, as atividades ajudam a molecada a ver o mundo de forma mais abrangente e a melhorar o rendimento na escola. “Atendemos várias crianças que estudam em escolas públicas e chegam até nós com várias dificuldades. Algumas não sabem ler e escrever ou têm dificuldade de se expressarem. Depois de começarem a participar dos encontros, elas passam a ficar mais concentradas e a ter um rendimento muito melhor em sala de aula”, salienta Leila. Para obter mais informações sobre a iniciativa, acesse www.cdi.org.br.
ver um contato direto entre os pequenos e os equipamentos, é válido criar estratégias inusitadas para atrair o consumidor para a loja. “O empresário pode, por exemplo, colocar um palhaço para fazer brincadeiras ou alguém para distribuir brindes”, propõe Danilo Angi, da Multilaser. Contudo, nada disso valerá a pena se os equipamentos ficarem no meio dos outros, sem o devido destaque. “Neste caso, sairão menos por terem custo maior e serem comprados por impulso, não por necessidade. Portanto,
devem ficar bem acessíveis. Alguns papeleiros fazem até decorações temáticas para chamar a atenção dos clientes. Ao colocar à venda um kit da Moranguinho, decoram as prateleiras com morangos. Se trabalham com o do Batman, usam um pôster do super-herói”, lembra. Entre os períodos interessantes para serem explorados, Angi destaca a volta às aulas, época em que a molecada invade a papelaria. “Isto permite que o empresário aproveite o movimento para despertar a saída de outros itens, entre eles, os acessórios de informática”, sinaliza. &
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Prêmio Brasil Excelência em Papelaria
Colocados à prova
Fornecedores do mercado de papelaria participam da quarta edição do Prêmio Brasil Excelência em Papelaria mostrando competência e talento. A Francal Feiras e a REVISTA DA PAPELARIA mais uma vez se uniram para promover o encontro da criatividade e iniciativa do mercado de papelaria. É assim que acontece há quatro anos consecutivos quando juntas promovem o Prêmio Brasil Excelência em Papelaria. Este ano foram recebidas 247 inscrições nas categorias Expressão Social, Importados, Informática & Multimídia, Instrumento de Escrita, Licenciamento, Manualidades, Material Escolar, Material de Escritório, Sustentabilidade e Ação de Apoio ao Ponto de Venda. Eles foram submetidos ao Júri de Mercado, composto por empresários do varejo de papelaria. O resultado da análise destes profissionais, você confere agora nas próximas páginas, onde publicamos os produtos e ações Finalistas. O resultado final do 4o Prêmio Brasil Excelência em Papelaria sairá da análise do Júri Técnico e será revelado em cerimônia durante a Office PaperBrasil Escolar, no dia 2 de setembro.
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CATEGORIA:
Expressão Social Álbum YES Block (YES) Cartões Fofitos Puxa (Fofi)
Kit com álbuns DelloSmile (Dello)
Os cartões, com acabamento em verniz aplicado com glitter, fogem do tradicional. Por meio de apliques colados em relevo, o envelope acaba interagindo com o cartão dando ao produto um toque de modernidade.
Porta-Retrato Digital com relógio analógico (Opeco)
O álbum para 200 fotos, com capa que muda de cor e acabamento em tecido alto relevo, possui ainda parafuso de alumínio que evita ferrugem, folhas em polipropileno, que não aderem ao papel, além de porta CD/DVD para recordações.
Unir o útil ao agradável é o intuito do produto, que mistura a utilidade do relógio e a possibilidade de se exibir várias fotos em sequência por meio do porta-retrato digital, alegrando assim o ambiente.
Praticidade e organização são as principais características do produto. Por meio dele, fotografias de diferentes momentos podem ser armazenadas em um só lugar, sendo as mesmas separadas por álbuns de diferentes cores e etiquetas explicativas.
CATEGORIA:
Importados Tampa para Lápis (Bensia do Brasil) Desenvolvido tanto para uso escolar quanto em escritório, a tampa evita que as pontas dos lápis se quebrem quando transportados, servindo ainda como borracha para apagar.
Gifts Borboleta (Dac) Porta-canetas, portabloco, diário com chave e porta-trecos nas opções roxo ou pink. Tudo isso está junto em um único produto, oferecendo praticidade e ocupando pouquíssimo espaço.
Brinquedo Passatempo Tangle Therapy (Imex do Brasil)
Prático e com design moderno, o produto possui local específico para se guardar vários acessórios, sendo seu diferencial a alça a tiracolo com colocação estratégica para que a bolsa, ao ser colocada no ombro, fique com o peso equilibrado e um caimento linear ao corpo. Mesmo usado na mão, haverá o equilíbrio do peso.
O passatempo inovador e divertido, fabricado em peças revestidas de borracha macia e texturizada, funciona como estimulante tanto para as mãos quanto para a mente e ajuda a aliviar o stress.
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Bolsa Tira-colo Notebook (ACP Plásticos)
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Prêmio Brasil Excelência em Papelaria
CATEGORIA:
Informática & Multimídia Digitalizador Portátil de Fitas para MP3 (Opeco)
Bispaper (Adelbras)
Transformar as músicas gravadas no passado em tecnologia atual vai ficar ainda mais fácil por meio do digitalizador portátil de fitas K7 para MP3, que pode ser carregado facilmente para qualquer lugar.
De fácil aplicação e utilização, o Bispaper, de cores vibrantes e design exclusivo, possui certificação FSC, que simboliza o comprometimento da Adelbras com o meioambiente.
Cis is Mini Speaker Portátil (Sertic)
Multi Screen Clene (AF International) O produto é alternativa para o cuidado e limpeza de todos os tipos de telas de equipamentos da casa ou do escritório. Aprovado pelo Ministério da Saúde, ele é biodegradável, não inflamável e seguro ao meio ambiente, possuindo fórmula suave e balanceada.
O Mini Speaker Cis permite ao usuário dividir as músicas a qualquer momento e em qualquer lugar com excelentes volume e definição de som. O produto é ideal para ipods, MP3 Players, celulares, computadores e outros dispositivos portáteis.
CATEGORIA:
Instrumento de escrita Lapiseira Graph 600/ PG600 (Pentel do Brasil)
BIC Evolution Pijamas (BIC Brasil) Em corpo hexagonal, o BIC Evolution Pijamas, em cores bastante modernas, não lasca e é mais seguro para crianças devido ao seu grafite de alta resistência.
Ideal para ser utilizada com réguas T, transferidores e esquadros, a lapiseira com avanço automática está disponível nas cores preta, azul, laranja, azul menta e branca, para os grafites 0,5 mm. e 0,7 mm m.
Caneta U Uniball ib l Jetstream Premier (Sertic)
Lápis de Cor Apagável Noris Club (Summit)
A Jetstream Premier é mais uma caneta da linha Jetstream,, que vem com um design completamente diferenciado, com um grip extremamente macio e um material que torna a caneta leve e superprática para o uso.
Com esse produto, a criançada vai poder soltar criatividade, colorindo e apagando sempre que quiser. Além de ser apagável, o lápis possui revestimento branco ao redor da mina, que o torna 45% mais resistente à quebra.
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CATEGORIA:
Caderno Universitário Top Betty Bop (Grafon’s)
Licenciamento Mini Bag Barbie Fashion (Polibras)
Caderno Universitário O Pequeno Príncipe (Jandaia)
A figura da Barbie, que continua a mexer com a imaginação de várias garotas, estampa o produto. Prático para carregar material escolar, ele possui acabamento em vinil com aplicação de babado junto aos debruns.
Revestido em papel cuchê, com laminação fosca, foil stamping e espiral dourado, o caderno traz na capa um famoso personagem que conquistou adultos e crianças com suas histórias e seus ensinamentos.
Mochila e Conjunto Pantera Cor de Rosa (AIG Campestre) O bolso frontal destacável que vira um bolsinha é um dos diferenciais do produto, que tem como modelo a inesquecível Pantera Cor de Rosa. A mochila possui ainda rodas de silicone com gliter e puxadores emborrachados, além de vários outros adereços.
Tanto a capa quanto o miolo do caderno trazem Betty Boop, um clássico do licenciamento que é um dentre os preferidos das mulheres. O produto possui também bolsa portfólio, folha de adesivos, miolo quatro cores, folha de dados decorada e espiral plástico que não deforma e não enrosca.
CATEGORIA:
Manualidades
BIC Marking Color (BIC Brasil) O produto possui design arrojado, trazendo conforto e controle durante a escrita. O BIC Marking Color pode ser utilizado em diversas superfícies como fotografia, madeira, plástico, vidro, acrílico, azulejo, porcelana e papelão, podendo ficar até duas semanas destampado sem secar a tinta.
Color Make Flúor (Yur Cosméticos)
Fita Art Tape (Adelbras) A Fita Art Tape possui cores vibrantes, design exclusivo e dupla face de espuma que não amarela. De fácil utilização, o produto traz informações claras e relevantes sobre seu manuseio.
Papel Prático (Realce)
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O kit de tinta facial líquida fluorescente, com cores cítricas que brilham na luz negra, é um produto ainda inédito no mercado. A maquiagem artística vem em tinta líquida à base de água, que seca totalmente e não mancha na pele.
De fácil manuseio, o Papel Prático, formato A4, é ideal, por exemplo, para a técnica de Origames. O lançamento da Realce vem em uma embalagem bastante prática e de fácil exposição.
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Prêmio Brasil Excelência em Papelaria
CATEGORIA:
Material de escritório Pasta Sanfonada vertical (ACP Plásticos)
Arquivo Organizador DelloFile (Dello) Linha Expert (Nova Era)
A pasta pode ser guardada em qualquer lugar, sendo também fácil transportá-la. O fato dela ficar em pé favorece seu manuseio. Uma adolescente pode utilizar o produto para colocar trabalhos escolares, o escritor para arquivar seus capítulos impressos e a dona de casa para colocar receitas.
De uso fácil e prático, a proposta do produto é garantir a maior durabilidade do mercado. Sua embalagem possui informações em diversos idiomas, inclusive em português.
Modernidade é uma das principais características do arquivo organizador, que possui 15 pastas suspensas tamanho A4. Além de trava com chave e arquivo modular, o produto empilhável possui ainda botão para a abertura de sua gaveta deslizante.
H Home Ki Kit (Acrimet) O produto possui design inovador, tendo sido projetado para uso em escritório e também no lar. Suas peças coordenadas e harmônicas de mesma cor formam um conjunto compacto com itens para compor uma mesa de trabalho.
CATEGORIA:
Material escolar
Caderno Universitário Top Gogo’s (Grafons’)
Caderno Universitário Pet Coca Cola (Jandaia)
Caderno argolado Premium Menininhas (Tilibra) Além de ser usado como fichário, o produto também pode ser usado como bolsa ou porta laptop. A inspiração para a criação do mesmo do guide de Menininhas, marca própria da Tilibra que virou sucesso de licenciamento.
A cada garrafa e meia de dois litros Pet Coca-Cola é possível fazer uma capa desse produto, que possui sistema unifolhas. Por meio dele é possível destacar as páginas do caderno e depois unir as mesmas por meio de um clips de papel.
A capa e o miolo do caderno são estampados com a licença Gogo’s, febre entre a garotada. O produto, que possui bolsa portfólio, folha de adesivos e miolo quatro cores, traz ainda uma surpresa: um boneco Gogo’s de brinde.
Pasta Aba Elástico DelloSmile (Dello) Com acabamento que oferece descontração visual, a pasta Aba Elástico, de tamanho A4, é compacta e possui abas expandíveis com vincos, além de elástico reforçado, para melhor acomodação de conteúdo.
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Sustentabilidade
Cola bastão BIC Ecolutions (BIC Brasil) O produto atóxico à base de água possui design inovador, cuja ilustração remete à natureza. A cola bastão BIC Ecolutions é a única no mercado com corpo em plástico 100% reciclado.
Cadernos Universitário Pet Reciclado (Ozzen)
Caderno Fibra de Coco com Espiral Cipó (Ecossocial) O produto possui forte apelo visual ecológico. Ele é composto por folhas recicladas, sua capa é produzida com fibra de coco com látex e seu espiral feita com cipó. Com o caderno vem uma etiqueta explicando os aspectos ecológicos e socialmente corretos envolvidos em seu processo de fabricação.
Com estampa exclusiva para atingir todas as idades, a capa do caderno é produzida com garrafas pet recicladas. Um produto funcional e ecologicamente correto.
Grampeador PaperPro EcoStapler (Imex do Brasil) Construído com 30% de material reciclado (13% de resíduos pós-consumo e 17% de resíduos pós-industrial), o grampeador PaperPro EcoStapler é um dos mais ecológicos disponíveis no mercado. Com capacidade para grampear 15 ou 20 folhas, ele pode ser usado como grampeador vertical ou de mesa.
CATEGORIA:
Ação de apoio ao ponto de venda
Poço de Fitas (Adelbras) Para despertar a atenção do consumidor, a empresa investiu em promotores e estratégias de comunicação e, dessa maneira, incrementou a venda dos produtos.
Interessada em fomentar a demanda por um produto ainda novo no mercado, a empresa criou um display-autoexplicativo e tem feito campanhas em pontos de venda em todo o país. Desde que a iniciativa foi lançada, 245 lojas foram atendidas, o que resultou em uma venda de 337% acima do previsto.
Display Interativo Stabilo (Sertic) O trabalho realizado pela Stabilo e a Livraria HQ MIX, ambas especializadas em histórias em quadrinhos, incentiva e dá força ao segmento por meio de ações cujo período de atuação pode variar entre um dia e seis meses. A parceria é contínua, e a iniciativa não poderia deixar de chamar a atenção da galera ligada em arte, desenho, charge e ilustração.
O projeto visa à capacitação em técnicas de vendas e ao treinamento motivacional de vendedores e balconistas do ramo de papelaria. Ele já foi realizado em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Ribeirão Preto, Salvador e Goiânia. No total, foram capacitadas mais de mil pessoas e índice de satisfação pós-evento é maior que 95%.
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Gerando Demanda pelo Conhecimento (Chtech)
Display para Balança Eletrônica (Acrimet)
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Ecologia e mercado em sintonia Empresas que investem em sustentabilidade e respeitam o meio ambiente caem cada vez mais no gosto do público, o que faz com que a procura por produtos ecologicamente corretos aumente cada vez mais. A preferência por esse tipo de material, porém, ainda se concentra nas classes A e B, realidade que indústrias e varejistas vêm tentando mudar. POR RENATA MEDEIROS Foi durante intercâmbio na Alemanha que, ainda na adolescência, André Kraemer Goes ouviu pela primeira vez o conceito de produto ecologicamente correto. De volta
ao Brasil, ele não deixou para trás a lição aprendida na Europa, e, hoje, aos 26 anos, o estudante de arquitetura e urbanismo que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais, só leva cadernos, lápis e blocos de papel para casa depois de ter certeza de que a produção dos mesmos não comprometeu o meio ambiente, mesmo que ele tenha que pagar mais caro por isso. “Nossa forma de consumir tem que ser repensada”, alerta. A decisão de consumir somente produtos ecologicamente corretos aconteceu em 2002, assim que André retornou da Alemanha. A partir daquela data, sempre que vai à papelaria, o estudante avalia o que será
adquirido, conferindo selos de qualidade e informações sobre os produtos em suas embalagens. “Também acompanho pela mídia os trabalhos das empresas que investem nesse tipo de material, estando sempre atento às novidades”, revela. Há oito anos, segundo o estudante, pouco se falava sobre esse assunto em nosso país, sendo difícil encontrar materiais produzidos de forma ecológica. Ele diz que isso mudou, mas não muito, e, ainda hoje, a oferta desse tipo de produto deixa a desejar. Já em relação ao preço, André afirma que não tem do que reclamar. “Mesmo quando há diferença no valor não me importo. Pago mais caro se for pelo bem do meio ambiente”, alega. O estudante defende ainda que lápis, cadernos e canetas produzidos em sintonia com a natureza são mais bem trabalhados, possuindo assim melhor qualidade. Pessoas que têm o mesmo hábito que André representam 10% da população brasileira, de acordo com especialistas. O número parece pequeno, mas, como afirma Ricardo Barros, biólogo, consultor de empresas e professor da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro,
Mesmo quando há diferença no valor não me importo. Pago mais caro se for pelo bem do meio ambiente. ANDRÉ KRAEMER GOES ESTUDANTE DE ARQUITETURA E URBANISMO
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Investimento A preocupação com a sustentabilidade está presente na vida de várias empresas muito antes dos brasileiros começarem a prestar atenção ao fato. Foi na década de 90 que ela ganhou força, quando as companhias passaram, cada vez mais, a se “internacionalizarem”, como explica Barros. Desde os anos 60, a Faber-Castell realiza, no Brasil, um projeto de plantio e reflorestamento e, há mais de 20, aposta em projetos de sustentabilidade. Em 2007, a proposta de criar um produto feito com madeira 100% reflorestada foi colocada em prática, surgindo assim o Ecolápis.
“A produção e a decomposição do Ecolápis não poluem o meio ambiente. Além disso, ao realizar o plantio das árvores, a Faber-Castell retém uma quantidade de dióxido de carbono (CO2) diferentemente da produção de outros tipos de lápis, que utilizam, por exemplo, o plástico, emitindo gás carbônico na atmosfera”, compara a gerente de serviços e marketing da empresa, Elaine Mandado. “Quem compra um Ecolápis tem a certeza de que, além de um produto de qualidade, está levando para casa um lápis social e ambientalmente responsável”, completa. A Faber-Castell desenvolve ainda projetos de preservação do meio ambiente, como o Animalis e o Arboris. O primeiro, colocado em prática nas florestas da empresa em Prata, Minas Gerais, é, há 18 anos, responsável pela preservação de mais de 500 espécies de aves e mamíferos, muitas delas em risco de extinção. Já o segundo, também desenvolvido nos parques florestais ocupados pela empresa na região de Prata, tem como objetivo recompor, conservar e valorizar a flora nativa regional, permitindo a regeneração natural de áreas com bom potencial. Os lápis e as florestas da FaberCastell são certificados pelo Forest Stewardship Council (FSC), representado em nosso país pelo Conselho Brasileiro de Remanejamento Florestal FSC Brasil. O selo leva em conta as boas práticas de uma empresa
Os produtos da Núcleo Papel e Arte são comercializados pela internet para um público que, segundo a sócia Almeri Bolonhezi, respeita a natureza e mostra isso através dos hábitos de consumo.
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ele é expressivo. “Esse é um mercado que ainda tem muito que crescer, mas já é considerável”, avalia. Quem concorda com a afirmativa é a proprietária do Núcleo Papel e Arte (São Paulo/SP), Almeri Bolonhezi. Em 2001, ela e a irmã criaram a empresa e passaram a produzir cadernos, blocos e outros artigos de papelaria ecologicamente corretos. A preocupação com o meio ambiente foi algo aprendido dentro da própria família, e, hoje, elas fornecem os produtos feitos com papel reciclável ou reciclado a empresas e ao público em geral pela internet. “Posso dizer que 90% dos meus clientes buscam nossos itens porque eles respeitam a natureza. Ecologia vende, e a preocupação ambiental está presente em todos os segmentos ”, diz.
Segundo executivos da Faber-Castell, quem compra um Ecolápis tem a certeza de que está levando para casa um lápis social e ecologicamente responsável.
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As emissões de carbono da produção do Report Carbono Zero são integralmente compensadas com o plantio de árvores no município de Porto Feliz, no interior de São Paulo. ADRIANO CANELA SUZANO
em relação a aspectos ambientais, sociais e econômicos. Outra empresa certificada pelo FSC e que se preocupa com o meio ambiente é a Suzano. Todos os produtos do seu portfólio são sustentáveis, e, entre eles, está o Report® Carbono Zero. Ele foi criado quando a companhia aderiu ao Programa Carbon Free, promovido pela organização não governamental Iniciativa Verde, que integra o Programa de Recuperação das Matas Ciliares da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. “Ao optar por esse papel, o consumidor contribui para a recuperação das matas ciliares em áreas devastadas. As emissões de carbono desse produto são integralmente compensadas com o plantio de árvores no município de Porto Feliz, no interior de São Paulo”, explica o gerente de estratégia
e marketing da Unidade Papel da Suzano, Adriano Canela. “O papel com papel social” é o lema do Reciclato®, produto 100% reciclado que não somente contribui para a preservação do meio ambiente, como para a profissionalização do catador de rua desde 2001, ano de sua criação. Composto de 75% de aparas (retalhos de papel) pré-consumo e 25% de aparas pós-consumo, adquiridas diretamente de cooperativas de catadores de material reciclável, o Reciclato® contribui para o aumento da renda de mais de 3,7 cooperados, que abastecem a empresa mensalmente com parte da apara pós-consumo coletada. “Hoje são mais de 16 mil pessoas beneficiadas diretamente devido a esse processo”, comemora Canela. O bloco Post-it Reciclado da 3M também é feito de papel 100% já utilizado, produzido com aparas pré e pós-consumo. A empresa é outra que contribui com as cooperativas de catadores de papel, ajudando,
Entenda O que é um produto ecologicamente correto? É aquele feito a partir de matérias-primas naturais renováveis manejadas de maneira sustentável, sendo que sua produção geralmente apresenta a menor quantidade possível de resíduo final. Os produtos de papelaria ecologicamente corretos são mais caros? Geralmente sim, devido à sua matéria-prima e produção, que envolve pesquisa, além de tecnologia de ponta e alto investimento. Quais os produtos ecologicamente corretos que posso encontrar em uma papelaria? Cadernos, lápis, borrachas, blocos de papel, entre outros. Para ser ecologicamente correto o papel tem que ser reciclado? Tanto o papel branco quanto o reciclado podem ser ecologicamente corretos se produzidos por empresas que se propõem a fazê-lo. Porém, a fabricação do primeiro gasta mais água, energia e tempo de produção. Além disso, o uso do reciclado contribui com a reutilização, que auxilia a reduzir o volume de papel descartado no meio ambiente. Por outro lado, fabricantes de papel, principalmente do branco, alegam que a produção do mesmo emite menos CO2 se comparada ao processo de fabricação do reciclado.
por meio desse processo, a diminuir o resíduo acumulado nas grandes cidades, como destaca a especialista de marketing da divisão de papelaria e escritório da 3M do Brasil, Adriana Horita. Além dos blocos reciclados, lançados, em 2004, para atender a crescente demanda por produtos ecologicamente corretos, a empresa também contribui com o meio ambiente por meio de sistemas existentes em todas as suas fábricas. Eles são responsáveis por filtrar o resíduo que vai para a atmosfera. Além disso, a 3M mantém, desde 1975, o programa global 3P (Prevenção da Poluição se Paga) que, de acordo com Adriana, já gerou sete mil projetos voltados para ecoeficiência, como a substituição de matérias-primas, reciclagem e reuso de materiais em seus processos produtivos. “A 3M é uma companhia que se preocupa com o meio ambiente e trata desse assunto de forma muito séria”, comenta. O Grupo Bignardi fabrica papel reciclado há 60 anos, mas foi há 10 que apareceu a necessidade de se investir também no caderno de mesmo material. “Demos início ao processo quando, por meio de pesquisas, foi identificado que existia um público consumidor para esse produto”, conta o coordenador de produtos do grupo, Rodrigo Rocha. Dessa maneira, foram criadas pela empresa as linhas Ecolínea e Meu Primeiro Caderno. A primeira, voltada para o público jovem feminino adulto, apresenta cadernos produzidos com papel reciclado e verniz à base de água. Já os produtos Meu Planeta
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Comportamento Consumo responsável Melhor, também feitos com o mesmo papel, possuem duas categorias, uma delas é direcionada ao jovem universitário, e a outra ao público infantil. “É de extrema importância investir no material ecologicamente correto. Dessa maneira, ajudamos o planeta a viver com menos lixo, poluição e corte de árvores. Com essa política, sentimos que estamos contribuindo com o meio ambiente”, acredita Rocha. E por falar em caderno, a Tilibra também possui uma linha com conceito ecológico, a Naturalis, criada em 2001. Antes disso, a empresa já havia sido homenageada na Eco 92 pelo lançamento de um caderno feito de papel reciclado. Todo papel utilizado na fabricação de seus produtos é também proveniente de companhias que respeitam o meio ambiente e provém de florestas manejadas de forma correta, como afirma o presidente da Tilibra, Rubens Passos. “Essa iniciativa surgiu pela preocupação da empresa com a sustentabilidade e pelo novo comportamento do consumidor, que ficou mais atento ao futuro do planeta”, declara. A companhia possui certificado FSC e também Certificação Florestal (Cerflor), do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O cuidado com o meio ambiente continua ainda dentro da fábrica, que conta com uma estação de tratamento de efluentes industriais e sanitários, e onde é dada atenção à coleta seletiva, à reciclagem e à economia de água e energia, como destaca Passos. “Sabemos que as
A 3M contribui com as cooperativas de catadores de papel, ajudando, por meio desse processo, a diminuir o resíduo acumulado nas grandes cidades. ADRIANA HORITA 3M DO BRASIL
fontes não são inesgotáveis e que temos que preservar o que é nosso se quisermos ter qualidade de vida”, afirma. Ele acredita que com a aquisição da Tilibra pela empresa norteamericana MWV, a preocupação com a ecologia foi reforçada, já que o grupo faz parte do Índice Dow Jones de Sustentabilidade.
Visibilidade De acordo com o professor Barros, as companhias que investem em produtos ecologicamente corretos só têm a ganhar com essas atitudes, já que, ao mostrarem cuidado com o meio ambiente, elas se tornam mais atrativas para bancos e investidores. “Ao apostar nessa ação, as empresas ganham respeito e visibilidade”, aponta. “Para acionistas e parceiros comerciais, saber que atuamos de maneira correta e responsável oferece segurança”, completa Elaine, da Faber-Castell. Para provar como a questão ambiental está atrelada à credibilidade de uma empresa, a coordenadora do segmento social da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, Bernadete Almeida, lembra que as
ações da Toyota e da British Petroleum caíram após ambas enfrentarem episódios em que sua reputação e competência de gestão, inclusive ambiental, foram colocadas à prova. “À medida que o consumidor e a opinião pública passam a valorizar a sustentabilidade e a responsabilidade social, esses aspectos começam a agregar vantagem competitiva às empresas”, diz. Pensar que a responsabilidade em relação aos produtos ecologicamente corretos está somente atrelada às grandes companhias, segundo Barros, é um erro. Ele chama a atenção dos papeleiros, afirmando que o grupo também deve e pode voltar os olhos para a questão ambiental. “Apoiar ações ecológicas é bom
Demos início ao processo quando, por meio de pesquisas, foi identificado que existia um público consumidor para esse produto. RODRIGO ROCHA GRUPO BIGNARDI
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Comportamento Consumo responsável
Daurieide Vieira Rocha Santos admite que o item preço prevalece nas compras da lista escolar da filha de três anos. Segundo a administradora de empresas, "o material escolar é muito caro, as pessoas acabam se preocupando mais em economizar do que em contribuir com o meio ambiente".
para a pequena empresa. O varejista pode fazer isso influenciando o seu fornecedor a adotar critérios ambientais”, exemplifica. O que falta, porém, é incentivo governamental, como afirma o professor. Ele alega que em nosso país o poder público ainda não abriu os olhos para a importância de possuir empresas investindo em meio ambiente. “Algumas vantagens públicas já concedidas às companhias ecologicamente corretas são ainda muito tímidas. O ideal seria que o governo diminuísse os impostos sobre essas empresas para incentivar outras, como acontece em alguns países europeus”, opina Barros.
que, na classe C, que vem aumentando quantitativamente seu poder de consumo, a principal motivação de compra tem a ver com o preço. Essas pessoas podem até comprar um produto ecologicamente correto, mas se o valor for compatível. Nem sempre os consumidores dessa faixa mostram interesse em pagar, do próprio bolso, os custos da mudança”, afirma. Esse é o caso da administradora de empresas Daurieide Vieira Rocha Santos, 38 anos. Para comprar a lista de material da filha de três anos, que entre outros itens precisa de caderno brochura, lápis de cor, borracha e cola, ela acaba sendo guiada, exclusivamente, pelos preços. “Acho de extrema importância pensarmos sobre a questão dos produtos ecologicamente corretos, mas, infelizmente, ainda não despertei para o tema. O material escolar é muito caro, o que faz com que a maioria das pessoas acabe se preocupando mais em economizar do que em contribuir com o meio ambiente”, acredita. Daurieide, porém, espera mudar seu comportamento e dar bom exemplo à filha. “Da natureza extraímos tudo, e, se
não cuidarmos da fonte, um dia não a teremos mais”, comenta. Normalmente, os materiais ecológicos têm valor mais alto que os convencionais em função de sua matéria-prima ou do seu processo de produção. Além disso, por trás deles há todo um procedimento de pesquisa, tecnologia e investimentos mais elaborados, como alegam os fabricantes. Por outro lado, eles lembram que a diferença de preço é pequena, e, às vezes, ela nem mesmo existe. “Como a procura por eles é menor, a produção, em alguns casos, também acontece em menor escala, o que ajuda a encarecê-los. Mas, na verdade, o material ecológico não é caro. Eles possuem valor agregado e, dessa maneira, entram no mercado concorrendo com produtos deslealmente mais baratos”, defende Barros. Na Papelite Livraria e Papelaria (João Pessoa/PB), a preocupação em adquirir produtos ecologicamente corretos ainda não faz parte da rotina da maioria de seus clientes, como afirma o gerente do estabelecimento, Pedro Ferreira Júnior. Mas para incentivar o consumidor a prestar mais atenção nesse tipo de material, a loja passou a adotar
Preço Pesquisas apontam que o consumidor tem preferência por companhias que investem em sustentabilidade, e os fabricantes afirmam que a procura por produtos ecologicamente corretos vem crescendo. Porém, de acordo com especialistas, a preocupação em se adquirir esse tipo de material ainda se concentra entre pessoas das classes A e B. O fato de os produtos ecológicos serem, geralmente, mais caros que os convencionais é apontado por Bernadete Almeida, da ESPM, como um dos motivos que pesa na escolha do consumidor. “Estudos revelam
Como modo de incentivar o consumo consciente, o gerente da Papelite, em João Pessoa, não repassa ao consumidor a diferença entre o papel branco e o reciclado.
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Comportamento Consumo responsável iniciativas que vêm dando certo. “Muitas pessoas desconhecem o conceito de ecologicamente correto, e procuramos, por meio da conversa, passar isso a elas. Dessa maneira, algumas acabam optando por esse tipo de material”, comemora. Ao não repassar a diferença de preço entre o papel reciclado e o branco para o consumidor, a Papelite busca incentivar a saída do produto que, segundo Ferreira, ainda é pequena. “A diferença entre um bloco reciclado e um branco para mim é de 5%. Nas prateleiras, eles são vendidos pelo mesmo valor”, conta. Um dos sócios-proprietários da Papel Fantasia Papelaria (São Paulo/SP), Roberto Gergely Georges, também diz que o mais importante para a maioria dos consumidores é o preço. Mas ele revela que em sua loja dá preferência ao material ecologicamente correto. “Procuramos investir e ficar atentos aos produtos que possuem certificados como o FSC, por exemplo”, comenta. Para o proprietário da Papelaria e Foto São Luís (Canoas/ RS), Ernesto Tavares, é importante que os papeleiros estejam atentos à questão, mas cabe à própria indústria estimular o consumo desses produtos, pois ainda há falta de informação sobre o assunto. “Nem
o próprio fornecedor costuma nos incentivar a conhecer mais sobre o material”, reclama.
Reciclado Tanto o papel reciclado quanto o branco podem ser considerados ecologicamente corretos, dependendo do seu modo de produção, mas, de acordo com Rodrigo Rocha, na fabricação do primeiro, são gastos mais água, energia e tempo. Mesmo sendo considerado um material mais ecológico, a saída do caderno reciclado no Grupo Bignardi é menor que a do branco, fato que o coordenador de produtos da empresa também atribui à falta de informação. “Existe preconceito em relação ao reciclado, principalmente por parte do público jovem, devido à sua cor. Há também o mito de que ele possui baixa qualidade, o que não é verdade, inclusive, ela vem sendo cada vez mais melhorada”, defende. Na 3M, o bloco de papel convencional, apesar de ter o mesmo valor do reciclado, é o mais vendido. “O usuário do Post-it, em geral, tem preferência por cores mais vivas, coloridas, para chamar a atenção e ter destaque”, justifica Adriana. É com o intuito de tentar mudar essa situação e vencer a resistência ao produto reciclado que o assunto
A linha de cadernos da KM Papel tem como diferencial suas folhas brancas feitas de papel 100% reciclado: rumo à quebra do preconceito.
Essa iniciativa surgiu pela preocupação da empresa com a sustentabilidade e pelo novo comportamento do consumidor, que ficou mais atento ao futuro do planeta. RUBENS PASSOS TILIBRA
está em pauta no Grupo Bignardi. “Além de trabalharmos para dar a esse tipo de caderno reciclado um visual mais jovem, estudamos hoje investir em uma campanha com o objetivo de incentivar o consumo desse papel”, adianta Rocha à REVISTA DA PAPELARIA. A KM Papel uniu o “útil ao agradável” lançando uma linha de cadernos de papel, 100% reciclado, branco. O material é produzido a partir de 75% de aparas pré-consumo (refugo de indústrias) e 25% de aparas pós-consumo (geradas em gráficas). Segundo o diretorpresidente da empresa, Daniel Klabin Wurzmann, a nova linha, por oferecer folhas brancas, torna-se um passo rumo à quebra do preconceito contra o reciclado. Quanto à textura, o diretor lembra que ela é um pouco diferente devido às aparas utilizadas, mas explica que, com novos investimentos em maquinário, a KM caminha para deixar o papel reciclado branco igual ao de fibra virgem. Sobre o preço, ele garante que o fato de ser ecologicamente correto não torna o produto mais caro. &
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Consultoria Como ter uma fachada bela e eficaz?
Paixão à
primeira vista
Não adianta ter um vasto mix de produtos e uma equipe bem treinada se sua loja não consegue atrair a clientela e fisgá-la da rua ao caixa. É imprescindível ter uma fachada bonita, funcional e que tenha a ver com o perfil do seu negócio, do seu público e do local onde você atua. POR LUCIANA D’AULIZIO
Ao andar pela rua Ramalho Ortigão, no centro histórico do Rio de Janeiro, não há como passar despercebidamente pelo letreiro da centenária Casa Cruz. Mesmo cercada de camelôs e prédios, ela se mostra imponente e atrai os olhares de milhares de pessoas que circulam diariamente pelas redondezas. Depois da última reforma, concluída há dois anos, por conta de um incêndio, o espaço se encontra bem mais confortável. “Tivemos a melhoria do sistema de ventilação e a construção de um
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Fachadas de algumas das várias papelarias já registradas nas páginas da revista: inspiração para especialistas.
rada e adaptada aos padrões determinados anos antes pela reforma promovida pelo prefeito Pereira Passos”, revela Mattos. Segundo ele, diferente do que ocorreu neste período, a entrada foi recuperada, mas não alterada na segunda manutenção. “Como ela é tombada e se trata de um prédio histórico, nem teríamos como fazer isso. Temos até redução de alguns impostos para que tenhamos condições de garantir a sua conservação”, comenta. A milhares de quilômetros de distância dali, a Contact Papelaria e Presentes (Coronel Sapucaia/ MS) chama a atenção pela sua entrada clean. No letreiro, o nome da firma fica em destaque, mas também são homenageados quatro fornecedores. “Eles não patrocinaram a reforma. Simplesmente achamos que a frente estava muito vazia e decidimos colocar as marcas para
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sistema de coleta de água de chuva e ainda ganhamos uma clarabóia. Mas também foi tomado o cuidado de deixar que algumas paredes mantivessem a cor original para que os fregueses pudessem ter uma noção de como elas eram. Além disso, arrumamos lampiões dos anos 40 para colocar na entrada. Foi uma pena não termos conseguido reaver os vitrais, que pareciam até com os da Confeitaria Colombo. Mesmo assim, o prédio causa um frisson. Os clientes sempre param para olhá-lo”, conta Roberto Mattos, comprador da empresa. Esta é a segunda vez que a entrada da papelaria mais famosa da cidade passa por reformas. A primeira ocorreu nos anos 40, quando o Parc Royal (sic), uma loja de departamentos que ficava em frente à empresa, sofreu um incêndio e desmoronou. “Nesta época, a fachada foi recupe-
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Uma fachada bem sucedida tem dois objetivos: identifica uma loja em meio a tantas outras e mostra que ela está pronta para atender à necessidade do cliente. FLÁVIO RADAMARKER ARQUITETAR
que as pessoas tivessem certeza de que ali poderiam ser encontrados produtos de qualidade. Também optamos por avançar com a fachada da loja porque bate muito sol. No final, foi até bom, porque ganhamos ainda mais destaque”, esclarece a proprietária, Ester Erhart Pereira, que diz tomar o cuidado para não pecar no excesso até nos mínimos detalhes. “Não gosto nem que o nosso calendário tenha muita informação. Senão, o olhar de quem o vê fica meio perdido, e passa a ser difícil visualizar o nosso nome. Ele deve estar bem legível”, diz.
Planejar sempre Nas duas situações descritas (e que podem ser visualizadas entre as imagens selecionadas para a abertura), está claro de que o primeiro passo para não errar ao montar a porta de entrada do seu ponto de venda é ter uma noção clara de quem é o seu cliente. A dica é dada por Claudio Yoshimura, sóciodiretor da Yoshimura Arquitetura de Varejo. “A fachada é como uma roupa que vai vestir um determinado tipo de corpo – no caso, a loja. Sendo assim, é necessário que todas as peças combinem entre si nas cores, nos acabamentos, no estilo, na
proporção. Isto também dependerá das características de quem irá vestilas e da finalidade. Pode ser para momento festivo ou sério, clássico ou moderno, elegante ou bizarro, conservador ou revolucionário, raro ou abundante. Há, portanto, um conjunto de decisões interligadas entre si e que vão compor um perfil coerente com o público-alvo escolhido e sua atitude no local do ponto comercial”, enfatiza. Para fazer este diagnóstico de forma correta é fundamental ficar atento às características psicológicas e às necessidades do consumidor. Faz toda a diferença, por exemplo, identificar se ele prioriza promoções, várias categorias de produtos e pouca variedade, ou justamente o oposto: qualidade, poucos tipos de mercadorias e muita diversidade. Yoshimura admite que o mapeamento da clientela está longe de ser uma tarefa fácil. Entre os fatores que contribuem para esta dificuldade, ele destaca a concessão de crédito farto aos consumidores de menor poder aquisitivo e práticas de consumo. Mesmo assim, o arquiteto adverte que a famosa máxima de tentar agradar a gregos e troianos é uma cilada. “É uma utopia pensar em projetar uma fachada para todos os clientes. Não se deve tentar agradar a todos. Ser antagônico não agradaria a ninguém de forma apaixonante”, sinaliza. Um diferencial nesta fase de elaboração do posicionamento da empresa é recorrer aos serviços de um arquiteto especializado em
varejo, até porque, diferente do que acontece no planejamento de uma residência, neste caso, não devem ser levadas em conta apenas as preferências do dono do negócio. “O resultado final do projeto depende de um conjunto de fatores, entre eles, a análise do mix da loja, o comportamento do consumidor e as características do ponto”, salienta Flávio Radamarker, do escritório Arquitetar. Na opinião dele, uma fachada bem sucedida tem dois objetivos principais. O primeiro é identificar a loja em meio a uma infinidade de marcas. O segundo é mostrar aos clientes que ela está pronta para atendê-los com produtos e serviços de que ele necessita. “Falando especificamente de papelarias, eu diria que a frente da loja pode se valer de determinadas características da empresa, ora como ‘filtros’, ora como ‘lentes’.
Tudo dentro da lei Antes de sair por aí com um projeto de reforma na mão e mil idéias na cabeça, pronto para comprar todos os materiais para dar uma nova cara ao seu negócio, é fundamental não esquecer de acionar a prefeitura para conseguir uma permissão. Em alguns municípios, nem chegam a ser exigidos projetos específicos para reformas que não modifiquem características importantes do imóvel. Vale a pena lembrar que os cuidados são redobrados se a loja fica situada em um shopping. Nesse caso, o projeto deve ser desenvolvido e assinado por um profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, que também emitirá uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Em seguida, tal planejamento é remetido à aprovação pelo departamento de engenharia do shopping. Só após a liberação, é chegada a hora de tocar a obra adiante.
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Consultoria Como ter uma fachada bela e eficaz? Para tal, vale a pena usar, em pontos de destaque da vitrine, mercadorias específicas da loja ou que remetam a um diferencial da empresa. Esses itens funcionarão como lentes de aumento e ajudarão a focar a atenção do consumidor”, explica. Ter um letreiro limpo, como o da Contact Papelaria e Presentes, é uma boa tática para chamar
Por uma cidade mais bonita e limpa Em algumas cidades, ao planejarem as fachadas, vários lojistas e arquitetos levam em conta não só todos os fatores aqui mencionados, mas também uma série de especificações determinadas pelas prefeituras. Em Curitiba, por exemplo, desde 2007, os letreiros não podem obstruir janelas, portas ou detalhes ornamentais do edifício e devem ter seu anteparo de fundo nas cores branca, cinza ou cinza chumbo. Também há restrições para a área máxima da placa, que deve ter o equivalente ao valor da largura da fachada dividido por dois e, em seguida, transformada em metros quadrados. Nem as informações divulgadas nas peças passam despercebidas pelas autoridades locais. Agora, o texto só pode conter cinco informações: nome do estabelecimento, atividade, marca, telefone e endereço. Caso descumpra essas e outras determinações, o lojista terá que arcar com uma multa inicial de R$ 800,00 e, em última instância, pode ter cancelado o alvará de funcionamento de seu negócio. Em São Paulo, a Lei da Cidade Limpa foi ainda mais rigorosa: proibiu todo tipo de publicidade externa, como outdoors, painéis em fachadas de prédios, backlights e frontlights, e anúncios em táxis, ônibus e bicicletas. Aprovada em 2006, a medida também impôs diversas restrições em relação a imóveis com testada (linha divisória entre a construção e a via pública). Quando esta tem até 10 metros lineares, a área do anúncio deve ter até 1,5 m². Se ela passar de 10 m², os anúncios indicativos não devem ultrapassar 4 m², e sua altura, a exemplo dos totens, não poderá superar 5 m do chão e deverá estar no lote do estabelecimento comercial. Caso a construção tenha mais de 100 m², poderão ser instalados dois anúncios, desde que cada um deles não supere 10 m². Neste ano, mais uma restrição foi imposta: devem ser colocadas tarjas de sinalização em portas de vidro, vitrines, expositores e outros obstáculos transparentes que estejam no interior da loja. De acordo com a prefeitura, a intenção da medida é evitar acidentes, especialmente com crianças. O desrespeito desta norma prevê multa no valor de R$ 500, que dobra em caso de reincidência. Para irregularidades referentes a anúncios, é cobrado R$ 10.000,00 e mais R$ 1.000,00 por metro quadrado excedente.
atenção dos que passam pela rua. No entanto, de nada adianta ter um nesses moldes que não esteja em condições de comunicar pelas mais diversas razões. A lista de empecilhos inclui posicionamento inadequado, obstáculos apresentados por itens da própria fachada (fios da rede elétrica, placas de sinalização e transformadores, para citar alguns) e logotipos feitos com cores que apresentam contraste e dificultam a leitura à distância. O lembrete é feito por Radamarker. De acordo com ele, o excesso de informação só dificulta a captura da atenção das pessoas, que normalmente ocorre em questão de segundos. Daí a importância de tomar cuidado com a iluminação e de limitar e padronizar os espaços concedidos a empresas que patrocinam a obra. “O letreiro funciona como ferramenta de fixação e lembrança da papelaria para os clientes e deve ser pensado não só para a identificação enquanto ela estiver aberta, mas também para o período após o funcionamento”, salienta. Caio Camargo, gerente de negócios do Gad’Retail – empresa que oferece soluções de inteligência estratégica de varejo – cita outro item a ser usado com cautela pelos papeleiros: lonas impressas. “Há algum tempo, elas eram usadas por terem baixo custo e bom impacto visual. No entanto, tinham grafismos e aplicações de nome demasiadamente fracos, que não refletiam ou agregavam valor à marca. Felizmente isso vem mudando”, diz. Para o arquiteto, que também é autor do blog Falando de Varejo, informações como telefone ou site da empresa são importantes e podem ser colocadas no letreiro, desde que a logomarca fique em relevância. “Ela sempre deve estar
em evidência em relação a qualquer outro elemento, mesmo que sejam espaços pagos por outras empresas”, defende. Já Claudio Yoshimura chama a atenção para a necessidade de não ficar só preso ao letreiro e fazer com que a fachada reflita as qualidades do negócio. “A maioria dos empresários se preocupa apenas em fazer um letreiro com a descrição do produto oferecido e o nome do estabelecimento. Não ficam claras quais características positivas do estabelecimento estão relacionadas a sua funcionalidade e ao conjunto de tudo o que pode ser visto externamente. Não são trabalhados diferenciais competitivos que expressam atributos, tais como variedade, preço, sofisticação, modernidade, tradição, entre outros”, comenta.
Revestimento Tão importante quanto pensar no layout da frente da papelaria é escolher os materiais que serão usados para fazer seu revestimento. Aqui, além do quesito estética, também devem ser levados em conta uma série de fatores, incluindo facilidade de limpeza, velocidade do cronograma da obra e tipo de freguesia. De acordo com Claudio Yoshimura, a escolha dos materiais corretos será determinante nas vendas. “Vejo alguns empresários reclamarem de que o cliente não compra certas mercadorias por um preço baixo, mas as adquire em uma loja mais elegante, com um valor maior. É importante evitar utilizar materiais de aspecto pobre, de mau gosto ou ‘fora de moda’. É um equívoco pensar que não faz diferença por se tratar de uma loja popular. Isso só desvaloriza a empresa e seus itens, tornando-os caros mesmo com ótimo preço. Uma fachada com aparência de qualidade agrega valor às mercadorias e faz
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com que elas pareçam ser mais baratas, o que se reflete em aumento das vendas”, destaca. Entre as soluções, considerando a relação custo/benefício, o arquiteto destaca o uso de lonas de vinil plotadas para compor grandes painéis externos e revestimentos cerâmicos que imitam um material natural. “Essas soluções dão grande beleza com relativa praticidade e são menos arriscadas. Porém, um ótimo desafio é escolher materiais mais variados e diferentes da concorrência, que tenham aspecto que combine com a proposta específica do perfil de operação e públicoalvo”, propõe. Flávio Radamarker reitera o discurso do colega de profissão e reforça o papel do revestimento certo na construção da identidade de uma
papelaria. “Os de metal expressam modernidade, enquanto detalhes em madeira, um ar mais clássico. No entanto, a ideia só é completamente transmitida se estiver aliada ao design da fachada”, ressalta. Segundo ele, o varejista também deve ficar atento ao orçamento disponível para reforma da loja, às restrições em relaçâo aos materiais (especialmente no caso de shoppings) e à resistência apresentada às intempéries e raios UV. “Não recomendo os de madeira. Os que possuem tratamento para exposição ao tempo duram mais, porém os comuns rapidamente ficam com aspecto gasto e por vezes apodrecido. Prefiro peças laminadas ou compostas – como fórmica – que atualmente reproduzem uma variedade de tipos de madeira e são altamente resistentes”, indica.
Hora de reformar Outro fator determinante na preservação da fachada é o local onde a papelaria se encontra. “Em grandes centros urbanos, onde a poluição é maior, a manutenção deve ser feita a cada dois meses, a fim de garantir longevidade maior das instalações. Em regiões menos urbanizadas, ela pode ser realizada a cada seis meses ou anualmente”, recomenda Caio Camargo. O prazo de manutenção da fachada ainda dependerá da frequência com que o papeleiro pretende renovar o seu negócio. Sendo assim, lojas que apostam em fachadas relacionadas a modismos ou tendências tenderão a ficar defasadas muito mais cedo que outras que sejam mais clássicas ou limpas. “A fachada é a primeira impressão que o
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Consultoria Como ter uma fachada bela e eficaz? cliente terá do seu negócio. Ela deve ser muito bem cuidada e transmitir a sua filosofia de trabalho e atuação. Afinal, a primeira impressão é a que fica”, afirma Ronaldo Saraiva, da A+E Arquitetura. Para não cair na cilada de ficar com um ponto de venda fora de moda, é aconselhável determinar, ainda na fase do projeto, o “prazo de validade” da fachada. Neste caso, o local onde a papelaria se localiza e o perfil dos consumidores serão, mais uma vez, levados em conta. “Se ela ficar em um shopping e for voltada para um público mais exigente, os investimentos serão pesados. Não se deve imaginar uma renovação em menos de quatro anos, podendo chegar até a sete, se o projeto for competente. É válido criar um design menos dramático e mais leve e recorrer a materiais
nobres”, aconselha o arquiteto Claudio Yoshimura. O raciocínio oposto serve para as lojas de rua. “Se os clientes geralmente priorizam promoções, devem ser usados materiais mais coloridos, menos duráveis e mais econômicos, como lonas de vinil plotadas nos letreiros e paredes externas somente pintadas. Elas durarão um, dois ou, no máximo, três anos sem reforma. Optar por uma linha ou outra é uma questão de planejamento financeiro a longo prazo, o que torna-se mais difícil se o varejista administrar uma grande rede de filiais”, completa.
De olho na vizinhança Da mesma forma que um produto precisa ficar em destaque no ponto de vendas, a papelaria deve ser favorecida por seu entorno para atrair os olhos do consumidor. Ao
Vitrine: não peque pelo excesso Outra falha cometida com a melhor das intenções por vários comerciantes é querer colocar nas vitrines uma amostra de tudo que pode ser encontrado no ponto de vendas. “Em geral, elas ficam muito poluídas visualmente e não são nem chamativas, nem sedutoras. No ramo de papelaria, essa prática é ainda mais prejudicial visto que os produtos são em grande parte de pequenas dimensões e fica tudo muito confuso”, destaca o arquiteto Ronaldo Saraiva de Almeida. Segundo ele, um dos aspectos que não pode ser negligenciado pelo empresário é o chamado visual merchandising. Daí a necessidade de ousar sempre. “Uma vitrine bem feita, que capte a atenção do passante e desperte seu interesse, é garantia de 50% da venda e, em algumas situações, pode vir a ser marca registrada de uma determinada loja. Dou o exemplo de uma que fizemos com ‘cadeiras voadoras’ para uma empresa que vendia móveis de escritório. O visual ficou muito interessante e valorizou uma das características da empresa”, analisa. Flávio Radamarker reforça o discurso do colega de profissão e também recomenda cautela para não pecar pelo excesso também nas partes externas dos imóveis, onde costumam ficar expostas mercadorias em promoção. “Por vezes, o excesso de itens ou o posicionamento desordenado podem formar verdadeiras barreiras para visualização da loja e, em muitos casos, dificultar o acesso ao interior desta”, explica. De acordo com ele, a decisão de compra deve ser tomada pelo cliente dentro da loja e não na calçada, onde sua atenção está dividida com transeuntes, barulho, calor, poluição e tudo mais. “A fachada tem papel importantíssimo. Ela atua também como transição física do exterior caótico para o interior agradável, onde encontraremos tudo o que precisamos. Este bem-estar é um fenômeno psicológico amplamente discutido e estudado e que produz, além de resultados expressivos nas vendas, um grande estímulo à lembrança e satisfação dos clientes para com a loja”, detalha. Entre as táticas para prevenir esta confusão visual, ele recomenda o uso de planogramas – desenhos esquemáticos demonstrando posição e quantidades de produtos a serem arrumados – e a demarcação da entrada da papelaria, com capachos personalizados ou iluminação diferenciada sobre a área da porta. “Este recurso é muito eficiente em shoppings centers, onde a sequência de fachadas de vidro lado a lado é monótona e torna um pouco complicada a diferenciação de uma loja para outra a uma determinada distância”, sugere Radamarker.
contrário do que diversos varejistas pensam, as condições físicas dos edifícios, passeios públicos e equipamentos urbanos de uma forma geral influenciam sim na imagem transmitida pela papelaria. “Uma fachada simples e limpa será considerada feia em uma rua de lojas finas, mas, se estiver em uma rua com prédios antigos, pode ser encarada como moderna. Do mesmo modo, uma escura pode ser considerada triste em um local de clima tropical, e tida como aconchegante em um mais frio; uma com dez anos de uso e calçadas rachadas será repulsiva, onde há muitos prédios novos, e bonita, onde há prédios históricos”, comenta Claudio Yoshimura. É necessário, portanto, ficar de olho no perfil da clientela e da região para deixar a papelaria com a cara da localidade onde ela se situa. No caso da fachada, os cuidados devem ser redobrados, alerta Caio Camargo. “Se é uma rua de viés comercial forte, com perfil popular, ela deve obedecer conceitos de visualização rápida e entradas amplas e convidativas. Em ruas de conceito ou de bairros mais estilizados, são recomendadas entradas mais intimistas, como portas de vidro e em materiais refinados”, avisa o especialista. Flávio Radamarker vai mais além e defende uma bandeira, infelizmente ainda pouco abraçada por vários lojistas: a acessibilidade. O arquiteto lembra que a garantia de acesso a pessoas com deficiência é assegurada por lei e deve ser encarada como iniciativa de cidadania e preocupação com todos os clientes. “Temos que estar atentos ao uso de inclinações suaves para as entradas, portas com larguras suficientes para cadeirantes, sinalização tátil no piso para deficientes visuais e outras medidas que se façam necessárias de acordo com as características de cada loja”, finaliza.
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É hora de aplicar os conceitos Para ajudar nossos leitores a assimilarem a enxurrada de dicas aqui expostas, convidamos um dos arquitetos entrevistados, Flávio Radamarker, para analisar papelarias que já tiveram suas fachadas publicadas em edições da REVISTA DA PAPELARIA. Veja o que ele achou delas: Duplapel – Boa fachada. A comunicação visual é padronizada, e a circulação boa e bem intuitiva. A arrumação das vitrines segue um padrão confortável, com presentes de um lado e, do outro, material e utilidades. Outro ponto positivo é a acessibilidade, garantida pelo piso rampado. O ideal é que este seja antiderrapante. Também é importante tomar cuidado com a manutenção e o acabamento das bases da vitrine. Aconselho utilizar granito, um material bem resistente para esta situação. Estrela de Copacabana – Um letreiro renovado não descaracterizaria a identidade da loja e demonstraria que ela se oxigena, assim como o mercado que evolui todo o tempo. Devido à pouca largura dos imóveis, as lojas tendem a expor muitos produtos do lado de fora. É muito polêmico criticar esta prática, principalmente em bairros tão pitorescos como Copacabana. No entanto, é bom evitar pendurar produtos muito grandes e que quase raspam na cabeça dos clientes. Uma vez dentro da loja, é muito eficiente explorar a sensação de conforto e abrigo para aumentar as vendas. Hallmark – Na parte superior, foi bem explorado o uso de famílias de produtos agrupados por gênero, cor e tamanhos. A entrada foi bem destacada com o uso das colunas vermelhas, que formaram um portal. Mas a iluminação, na parte de baixo da vitrine, poderia ser melhorada. Apesar da cor das mercadorias, há uma área de sombra, não há vibração nesta vitrine. Livraria Colegial – Difícil não utilizar este toldo/outdoor com esta insolação que a loja sofre. É realmente uma barreira escondendo a loja. Seria melhor que os serviços fossem comunicados em um letreiro e passasse a ser usado um toldo transparente com proteção UV. Mas é importante checar a viabilidade destas soluções. Livraria Mec – Projeto de comunicação visual interessante. Aconselharia a trocar o revestimento de granito preto
por placas maiores e mais homogêneas, ou cobri-las com chapas metálicas - como nas utilizadas em letreiros - na cor preta. Já que as janelas devem ficar com as cortinas fechadas durante grande parte do dia, uma solução para tirar partido disto é recorrer a plotagens em vinil translúcido ou microperfurados, como aqueles que vemos estampando publicidade nos vidros traseiros dos táxis. Uma pequena cobertura ou toldo sobre a entrada protegeria a porta e reforçaria a posição da entrada. Mini Tudo – Este letreiro é o sonho de todos os varejistas. Pena ter o nome do fornecedor em vez do da loja. Temos que entender que a parceria com ele é muito importante e valiosa para o negócio, porém a percepção do cliente deve ser de que ali há uma papelaria e não uma loja do fabricante. Para não deixar a fachada como um bloco monocromático, valeria a pena equilibrar um pouco as cores com as do logotipo. Como a loja é bem grande, seria bom trazer um pouco dos produtos do fundo para mais perto do plano da fachada. Papelaria Central – Infelizmente é muito prejudicada pela diferença de nível da loja para a calçada. É preciso analisar a estrutura do imóvel. Se possível, seria válido remover ou diminuir estas paredes laterais, criar vitrines ou aumentar o vão da porta de entrada. Com isso, haveria melhor visualização do interior. Uma alternativa é expor os nomes das empresas em cada uma da paredes laterais, visto que há dois logotipos que partilham o mesmo letreiro superior. Outra dica é diminuir a proporção dos logotipos no letreiro superior para que o layout deste seja mais “arejado”, e que o fato de duas empresas diferentes oferecerem serviços no mesmo local fique mais evidente para os clientes . A utilização de um piso claro também auxiliaria muito na melhora do visual da loja. &
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Novidades da temporada Para escrever, organizar, carregar, brincar, trabalhar e atividades. Nossa! Como o material de papelaria está presente na vida das pessoas. Os fornecedores estão muito atentos a isto e investem no desenvolvimento de novidades, tanto em funções como em adereços, para manter em alta o interesse dos consumidores. Nas próximas páginas, você tem uma seleção dos novos produtos que estão surgindo nesta temporada de lançamentos. Muitos deles podem ser conhecidos na 24ª Office PaperBrasil Escolar. POR CAROLINA BERGER
Artesanato Canetas Colorir Combinados Escritório Estojos e cases Etiquetas Fichários Fotografia Infantil Lápis e lapiseiras Marcadores Mochilas e bolsas Organização Papel Para embalar e presentear Tecnologia Tintas
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* As novidades em cadernos estão reunidas na seção Dossiê, que trata especificamente sobre este produto.
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pintar, além de muitas outras
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ARTESANATO Novas formas Trabalhos elaborados e bonitos exigem equipamento de qualidade. A nova linha da Craft & Scrap Brasil é a Martha Stewart Crafts, que contém produtos modernos e funcionais com design inovador. Eles são ótimos para quem pretende inovar na confecção de scrapbooking. São mais de 200 modelos de furadores que fazem cortes de desenhos originais. Outro destaque é o modelo que une furador e carimbo, permitindo que o consumidor faça a estampa dos recortes. Entre as ferramentas, temos a tesoura que faz franjas e itens que possibilitam a criação de relevos. Completando a arte, a linha traz papéis temáticos, como bebê, viagem, safári e noivas.
A cola nacional Valorizando o mercado do país, o lançamento da Rendicolla é a Brasileirinha, cola quente produzida com matéria-prima 100% nacional. Além de possuir ótima colagem, o produto colabora com a natureza, pois sua fórmula possui resinas vegetais, que substituem derivados de petróleo. Combinando com suas características, a embalagem tem as cores verde e amarela. Outra novidade da empresa é o spray para artesanato, desenvolvido especialmente para não agredir o isopor.
CANETAS Especial para as meninas A novidade da Bensia é a presença da marca Lilica Ripilica nos produtos da companhia. A personagem agrada a todas as meninas, principalmente dos cinco aos doze anos. Um dos itens de estreia é a caneta esferográfica com ímã e corrente, que pode ser encontrada nas cores rosa e lilás.
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Para todos os gostos A Crown lança modelos com estilo e em novas embalagens. Os modelos Chaplin estão disponíveis nas cores preto e prata brilhante, sempre com acabamento em listras verticais, obtendo sofisticação. A Speed é voltada para um público mais despojado, com estilo americano e cores alegres. Com preço acessível, a Excess tem estilo europeu e clip vazado. Já a Cardeal se diferencia do tradicional pelo estilo e envergadura.
Com praticidade A Faber-Castell lança a Miniesferográfica. Portátil, sua principal qualidade é a praticidade. O grip é emborrachado, e o design foi desenvolvido visando maior firmeza para escrever. Em seis diferentes cores, a novidade atende a todos os gostos.
Elaborando linhas tradicionais A Pentel já possui a conhecida linha de esferográficas Wow! Agora, a Wow! Gel vem com tinta gel, é retrátil e possui botão lateral. O corpo triangular gera praticidade na escrita. A linha Slicci também ganhou um complemento: as canetas Slicci Metalic. A mesma qualidade vem na versão metálica, com ponta agulha 0,8 mm e design sofisticado. A tinta gel tem secagem rápida, ideal para escrita decorativa, este produto está disponível em oito cores.
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Buquê de canetas O charme dessa caneta está no design desenvolvido pela empresa holandesa Puhlmann. A beleza das flores agrada a qualquer mulher. Então, por que não ter uma dentro da bolsa o tempo todo? O produto tem corpo verde e tulipas nas cores roxa, vermelha ou amarela, que combinam com a tampinha da ponta. Para presentear, é importante usar a criatividade. Uma boa ideia é juntar em um vasinho várias canetas, fazendo um arranjo.
Praticidade necessária Na escola e no trabalho, muitas vezes precisamos de alguns instrumentos de escrita. Para tornar tudo mais prático, a Newpen lançou a Multi Newpen 3+1. São três cores de canetas e uma lapiseira 0,5 mm. Tudo em um só objeto.
COLORIR Triângulos para colorir
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Pigmentos de qualidade e cores vivas. Produzidos com madeira 100% reflorestada. Os EcoLápis da Faber-Castell mantêm suas principais características também no novo formato triangular. Ergonômicos, proporcionam mais conforto na mão. A caixinha ainda vem com uma cor metálica que permite realizar efeitos brilhantes e uma cola em bastão grátis, com excelente aderência e secagem rápida.
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Agora no Brasil A marca Caran D’Ache distribui seus lápis de cor no Brasil desde o início deste ano, pela empresa Canson, e já tem novidades. Chegaram no país, o giz pastel Neocolor II e as canetas marcadoras, ambos aquareláveis. A companhia é uma das mais famosas na Europa por sua alta qualidade, rigorosamente supervisionada durante a fabricação na Suíça. Os lápis são confeccionados com madeira proveniente de árvores de reflorestamento, minas macias e pigmentos altamente concentrados.
Cor com qualidade A Kores do Brasil está com vários lançamentos. O principal é a linha de lápis de cor Kolores. O produto, que vem em embalagens com 12, 24 ou 36 unidades, apresenta maior maciez e durabilidade, além de cores vivas. Seu diferencial é o novo formato triangular, que também está presente no lápis grafite.
Pesquisas a serviço da natureza Diante do fato de que só é possível apontar 80% de um lápis e de que o restante é descartado na natureza sem algums utilidade, a Ebras desenvolveu o lápis de cor Ecole Mais. Neste modelo, a empresa colocou a mina somente até onde o lápis é utilizável. Ela transformou os 20% que iria para o lixo numa ponta mais grossa. De acordo com a Ebras, o que antes era lixo para a natureza se transformou num recurso para que o rendimento do lápis dobrasse no ato de colorir.
COMBINADOS Cultura chinesa entre nós Pioneira no mercado de licenciamento para produtos de papelaria, a BIC não para de trazer novos personagens para seus itens. A mais recente novidade é Ni Hao Kai Lan, uma menina chinesa que mora nos Estados Unidos e segue os costumes de seu país de origem. Através de brincadeiras e música, ela ensina a crianças em idade pré-escolar palavras e expressões em mandarim. Ni Hao e seus mascotes estão em canetas, lápis, lousa e alfabeto magnético.
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Arrumar e decorar Feitos com garrafas pet recicladas, o Kit Presentear da Ozzen é ideal para arrumar a mesa do trabalho ou de casa. Bloquinho, porta lápis e portas clip vêm com a mesma estampa, combinando e formando um lindo conjunto.
Ovelhas no mundo da moda A Chic Sheep é voltada para meninas criativas. A linha da Dac tem diversos produtos como bolsas, fichário e estojo. Sempre combinando nas cores rosa e roxa com aplique focado nas ovelhinhas da moda. É também da Dac a linha Lace, composta pelas cores branca e rosa com renda bordada. Pode-se combinar vários produtos, inclusive bolsa, estojo e fichário.
Tudo em seu lugar A Joy,n Paper lançou o Kit Organizer Barcelona que organiza com charme objetos de gaveta e mesa. Inclui porta lápis, porta objetos, porta-cartão, porta-papéis com divisória e dois blocos de anotações.
Variedade em tamanhos e cores A já conhecida linha Steel da Rotermund traz quatro opções de agendas: 530 diária e encadernada, 253 semanal com wire-o, 10 x 15 cm e 121 diária com wire-o ou ferragem arquivo. Este ano, a empresa forma o kit incluindo blocos de anotações com porta canetas e índices telefônicos. Novidade também nas opções de cor, além do cinza claro e verde claro, a companhia trouxe o dourado para o varejo. A companhia disponibiliza refil para o bloco da linha.
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Tudo reciclado
O lançamento ecologicamente responsável é da Andu. A Pasta Pet vem com kit para desenho, tudo confeccionado com 100% de material reciclado. Preservando o ambiente da produção ao seu descarte, o produto é também 100% reciclável, agregando alto valor ecológico.
ESCRITÓRIO Calcular e fragmentar
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A marca Procalc é distribuída pela CH Tech e está com uma nova calculadora de impressão. O lançamento é o modelo completo LP40. Ela tem conversores métricos (distância, volume, peso, dimensões) e fonte bivolt automática. A empresa também apresenta a nova fragmentadora Aurora AS1233CD. O modelo de 12 folhas destrói CDs, DVDs, cartões, grampos e clipes. Uma grande vantagem é o sistema Shredsafe que desliga a máquina para evitar acidentes com os usuários.
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A segurança dos documentos Entre calculadoras, telefones e a vasta linha de produtos para escritório e home office da Elgin, destaca-se a fragmentadora FC 7121. O modelo é acompanho de um cesto com capacidade de 13 litros e corta até 12 folhas de 75g por vez, além de Cd’s e cartões de crédito. A fragmentadora é própria para residências e pequenas empresas.
Estilo coordenado O conjunto desenvolvido pela Dello conta com caixa organizadora, porta revistas, cesto para papéis e organizador de pastas suspensas. Ele tem como grande atributo organizar e decorar o ambiente de trabalho, seja em casa ou no escritório. Os kits da linha Dello Gift estão disponíveis nas cores bege e marrom. As peças são feitas em papel trançado com forte apelo artesanal e são montadas facilmente pelo próprio usuário.
Livre de picotes A Pimaco inovou sua linha de cartões de visita e agora oferece o modelo 7091. Ele é feito em papel com qualidade fotográfica glossy premium e gramatura 270 g. As tradicionais micro serrilhas evoluíram para bordas livre de picotes. O resultado é um acabamento perfeito para o cartão de visita.
Transparência na organização Usando o material que caracteriza toda a sua linha, a Acrimet desta vez levou a leveza e transparência do acrílico para o Home Kit. O conjunto é formado por seis peças: porta revista, prancheta, régua, porta clipes, porta canetas e lembretes. O fabricante destaca a longevidade do material e as cores vibrantes como o grande atrativo da linha.
Grampear sem esforço A Desart, distribuidora de produtos de papelaria e escritório, apresenta o novo grampeador da Genmes EasyRun. O produto diminui em 60% a força necessária para grampear. A ideia é que o usuário consiga grampear de 25 a 50 folhas com a força de apenas um dedo.
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Chegando no trabalho Os escritórios ganharam atenção especial da Visitex com a linha Joby. Os produtos de inauguração da linha são grampeadores e perfuradores. A Joby foi nda desenvolvida a partir do crescimento da demanda por produtos básicos e eficientes no ambiente de trabalho.
Sem bagunça Para não deixar tudo espalhado na mesa de trabalho, a Waleu lançou um gaveteiro com quatro gavetas. Todas têm travas, e as medidas do produto são 20,8 x 29,5 x 33,5 cm (altura x largura x comprimento). Possibilitando combinar o objeto com diversos ambientes e estilos, a marca disponibiliza diversas cores, tanto do gaveteiro como das gavetas.
ESTOJOS E CASES Estojo para acompanhar As mochilas e bolsas da Cordez com estampa Monokuro Boo podem formar um lindo conjunto com o estojo dos mesmos personagens.
A vez dos meninos Sem abrir mão da sua vasta linha de produtos femininos, a Grafon's lança produtos voltados para o público infantil masculino. As principais licenças para as novidades são da Força Alienígena, Hardcore e Ben 10, personagem que teve sua tradicional linha repaginada para diversos produtos, como estojos superatraentes.
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Super proteção Os cases para laptop formam uma nova linha da Stöd. Os produtos são confeccionados em poliéster de três camadas, o que garante a impermeabilidade e ainda protege o notebook contra impactos. São quatro modelos com estampas exclusivas masculinas e femininas que servem para aparelhos de 9”, 11”, 13” e 15,4”. A maior opção possui alça, proporcionando conforto para carregar o computador.
ETIQUETAS Personagens na etiqueta Para enfeitar ainda mais os cadernos das crianças, a Jandaia lança sua coleção de etiquetas escolares para 2011. O público infantil sempre busca novidades, de preferência, coloridas. O produto tem excelente apelo de vendas e incrementa o mix das lojas, já que vem decorado com personagens Mila e Co., Naruto e os novos Soso Happy e With it.
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Lançamentos Novidades da temporada
Bem identificado Ampliando sua linha de crachás e cartões de identificação, a 3L/Motivate lança etiquetas de bagagem que protegem as informações pessoais. A novidade está disponível em dois tamanhos, é resistente à umidade e acompanham alças de silicone e papel.
FICHÁRIOS No trabalho e na escola O fichário R4EAQ da linha Square, da Yes, é discreto e durável. Seu tamanho é A4, acompanham cinco divisórias e 96 folhas. Ele é ideal para executivos, assim como a JB104 da linha Classic, uma maleta que pode ser utilizada como fichário. As argolas são removíveis, e as alças podem ser escondidas. Todos são confeccionados em nylon 600 e corino e acompanham bloco de anotações pautado. Procurando atender a diversos estilos e necessidades, a empresa oferece o modelo R4EAM, voltado para o público mais jovem. A chapa em polipropileno aerado torna o produto mais leve. Está disponível em cinco cores vibrantes: rosa, azul, laranja, preto e verde.
Delicadeza fashion A moda candy inspirou a linha Sweetly da Dac. Os fichários vêm em cores meigas como rosa claro, amarelo, azul bebê, roxo e lilás. Sempre com estampas fofas, como doces, bichinhos e laços. Os produtos são feitos de cetim e vêm com espelho e um pingente com formato e aroma de cereja.
FOTOGRAFIA Registrando imagens O lançamento da Multilaser é a Mirage Colors 12 MP. A câmera permite fotos em alta resolução, tem zoom digital 8X, filma com áudio e tem saída para TV. Com tela de 2,5’’, está disponível em prata, preta e rosa.
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Muita tecnologia A Canon PowerShot SD4000 IS, nova câmera compacta da Canon, tem lente ultrarrápida e tecnologia avançada que melhora a qualidade da imagem em situações de pouca luz, diminuindo o ruído das imagens capturadas. Com ela, é possível gravar vídeos em alta definição e em câmera lenta. O produto ainda possui sensibilidade que faz com que a foto seja tirada automaticamente quando uma pessoa sorri.
Fotos para todos Quase todo mundo gosta de tirar fotos, mas são poucos os que conhecem técnicas sofisticadas para essa prática. A Olympus lança os modelos FE-4030 e FE-5030, câmeras compactas, sofisticadas e fáceis de usar. Com 14 MP, as novidades possuem modo automático inteligente, autorrastreamento de foco e 22 possibilidades de estilização da imagem, entre muitos outros recursos. Cinza e branco são possibilidades para ambos os modelos, e a FE-4030 ainda possui opções em rosa e azul.
INFANTIL Ser criativo
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Nada melhor que um conjunto de recursos coloridos para as crianças expressarem sua criatividade. Ótimas opções são as maletas da Carbrink. Todas medem 20 x 22 cm e são produzidas em plástico prolipropileno. Os kits incluem carimbos, giz de cera, blocos de papel e carimbeira com tinta atóxica e lavável. São vários modelos com diversas cores e temas, como Carros Turbinados e Stamp Fashion. Essas duas são as novidades especiais, nas quais é possível alterar o design de carros e roupas.
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Luz no zoo Os animais são sempre muito atraentes para o público infantil, incrementam a brincadeira, aumentando a diversão. As novas lanternas da Girotondo podem ser encontradas na forma de vaca, porco, hipopótamo, cachorro, leão e tigre. O brinquedo liga quando a alça, na parte superior, é apertada. A luz acende, enquanto os olhos dos animais se abrem e é emitido o som respectivo do bicho escolhido. A lanterna apaga automaticamente após dois minutos.
Meninos velozes Os carrinhos Hot Wheels estampam o conjunto de produtos da Mercur composto por caneta, borracha e apontador. Este último chama a atenção pelo design diferenciado, decorado com motivos radicais e a parte superior no formato de uma roda. Além disso, a lâmina fabricada na Alemanha, o que segundo o fabricante, confere ao produto maior performance e resistência. Já a caneta tem tinta na cor azul e ponta de 0,7 mm.
LÁPIS E LAPISEIRAS Para escrever e apagar A BIC está ampliando duas de suas importantes linhas. A BIC Atlantis traz a nova lapiseira de ponta 0,7 mm com corpo translúcido, design moderno e grip de borracha texturizado. Já entre a linha de borrachas, o lançamento é a BIC Caneta Borracha com borrachas neon nas cores azul, amarela, laranja, rosa e branca.
Prática e protegida A Lapiseira Tri Shape Colors da Faber-Castell inova em vários sentidos. Sua agilidade é caracterizada até no momento da compra, pois o código de barras está no próprio produto. Há proteção para a borracha e contra a quebra do grafite, além da proteção contra sujeira. O formato triangular ergonômico permite o encaixe perfeito na mão. Está disponível nos diâmetros , mm e 0,7 , mm e em ggrande variedade de cores. 0,5
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Um agito para os jovens A linha Jolt da Pentel traz um grande diferencial em relação a outras lapiseiras. Não é necessário apertar o botão de avanço para o grafite sair, isto pode ser obtido quando se agita o produto. Voltado para o público teen, o visual é moderno e tem quatro opções de cores.
Novidade líquida O Lápis Líquido da Newpen está com nova ponta média de 1.0 mm e mais duas cores: azul e vermelha. O produto é ecologicamente correto, pois o corpo é feito de resina plástica, que não precisa apontar. A durabilidade é outro diferencial, já que é possível escrever três vezes mais que com o lápis comum.
MARCADORES Marcando em dupla Permitindo traços de 1,0 até 3,5 mm, o marca-texto Twin Checker da Pentel tem tinta transparente e traz cores em dupla, uma em cada ponta. São quatro opções: amarelo com laranja, amarelo com verde, amarelo com rosa e amarelo com azul-céu.
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As cores vibrantes também são destaques da BIC, na linha BIC Marking Color. Os marcadores permanentes de ponta média estão com seis novas cores: rosa, laranja, amarela, verde, azul e roxa. Eles são ideais para artesanato, pois podem ser utilizados em diversas superfícies como fotografia, plástico, vidro, acrílico, azulejo, porcelana e papelão. Outra grande vantagem é a durabilidade, já que podem ficar destampados por até duas semanas.
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MOCHILAS E BOLSAS Bem acompanhadas No que depender da Polibras as estudantes vão estar muito bem acompanhadas. A empresa desenvolveu uma linha de bolsas com os personagens de grande empatia com o público infantojuvenil. A Barbie e a Jolie foram as licenças escolhidas pela empresa para os modelos Mini Bag Barbie Fashion, Hang Bag Parbie Pet e Han Bag Barbie Pet.
Detalhes do rock Sugar & Babe são duas gatinhas nascidas em Londres que estampam a marca estilo rock'n roll. As personagens têm seu público fiel formado principalmente por garotas. As fashion bags da Dermiwil são a novidade da marca, ricas em detalhes como bordados em alto relevo, matelassê, correntes e pingentes personalizados. A empresa também produz artigos da Body Glove, tradicional em esportes aquáticos, atividades ao ar livre e ligadas à natureza. A linha da Dermiwil inclui mochila, mochilete de luxo, mochila com compartimento para notebook, sacolas e estojos.
Shrek vai à escola O ogro mais famoso do mundo fez sucesso em seu quarto filme. Ótimo motivo para Shrek estar nas novas mochilas da Luxcel. O produto tem imagens em PVC, puxadores personalizados e rodinhas que acendem. No portfólio da empresa também está a Charuca, nova licença feminina que atende aos públicos infantil e juvenil. Para quem já não é criança, as mochilas vêm com aplicações em silk, bordados, bottons, puxadores e chaveiros em metal.
Conforto e organização Com modelos estilo carteiro confeccionados em PVC, a Linha Messenger da Stöd traz bolsas com compartimentos para todas as necessidades. Há bolsos internos com parte especial para notebook de até 13”, porta-documentos e o bolso traseiro com engate para carrinho, seu grande diferencial. Garantindo o conforto, a pasta, disponível na cor preta, tem alça tiracolo acolchoada. Pensando nas mulheres práticas, a empresa tem a linha Classic, a pasta é feita com o resistente nylon soft e tem detalhe feminino em couro sintético. Com compartimento especial para transportar notebook de até 13 polegadas e organizador interno, está disponível em preto e cáqui.
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Para a menina e para a boneca A Sestini está com novas mochilas inspiradas no filme Barbie Moda e Magia, lançado em setembro deste ano. O produto traz de brinde um vestido de lantejoulas para as bonecas Barbie. O material é produzido em poliéster 300D, patch com corte a laser, glitter nas laterais e detalhes em PU metalizado.
ORGANIZAÇÃO Humor e delicadeza todo dia Bichinhos e monstrinhos carismáticos adicionam humor a vários itens do nosso dia a dia, tornando nossa rotina mais divertida. As agendas são objetos utilizados durante o ano todo e devem transmitir esta alegria. A Ludi tem ótimas opções para 2011, decoradas em diversos estilos e acompanhadas por um paper toy para montar, que combinando com o tema da agenda escolhida, dá um toque especial.
Jovens organizados www.revistadapapelaria.com.br
A Rotermund lança a linha Avanti especialmente para os jovens. As agendas são encadernadas e têm três modelos: bolso semanal, diária e diária de mesa. Nas cores azul claro, bordo e verde claro, as aplicações em listras "tom sobre tom" proporcionam um visual bonito e moderno.
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Guardado pelos personagens Para não carregar tudo na mochila, muitas crianças deixam o material escolar guardado em armários no colégio. Pais e crianças sabem que é importante manter tudo em segurança. A Pado desenvolveu os cadeados de segredo da Barbie, Polly Pocket, Max Steel e Hot Wheels. Os personagens estampam o objeto e a combinação numérica pode ser escolhida pelo consumidor. As hastes são coloridas e flexíveis, facilitando o manuseio do produto.
Com um toque pessoal Quem é criativo sempre precisa de um material que inspire a vontade de se expressar. O álbum da Linha Básica da Teca pode ser utilizado como caderno de recados e dá até para fazer montagem com fotos. Ótimo para registrar momentos especiais ou preparar um presente personalizado. A parte interna pode ter as cores marfim ou preta, e a capa dura está disponível em vermelha, branca, marrom e preta.
Gatinhos na pasta A Polycart está com lançamentos da linha Hi my cute!. Entre as pastas, o destaque é a qualidade dos produtos Premier em PP corrugado translúcido. Para combinar, os gatinhos também estampam caixas.
Economizando memória A Joy'n Paper tem uma vasta linha de blocos e cadernos para organização: um para cada situação. O Pack Girl, por exemplo, é ideal para quem gosta de viajar. Ele funciona como um checklist para que nada seja esquecido. Na cor lilás, tem 50 folhas pautadas. Para as mães, foi desenvolvido o Bloco Agenda Semanal que ajuda a estabelecer seus horários com os filhos. Com tamanho 26 x 20 cm, está disponível nas cores bege e rosa. Para as que estão amamentando, o caderno P Mamadas organiza o cronograma alimentar do bebê. Há espaços para preencher o horário, qual o último seio, fezes, sono e temperamento da criança durante a alimentação.
Guardando os papéis Documentos e trabalhos ganharam mais sete opções de pastas para arquivamento e organização da Visitex. Os novos produtos conseguem uma ótima combinação: material de ótima qualidade e preços competitivos.
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As cores organizam Qualquer escritório, por mais sóbrio que seja, rende-se Qu ao colorido contagiante dos bloquinhos autoadesivos para lembretes. A Adelbras renovou a embalagem de seu modelo, o Memo Note, tornado as informações técnicas do produto mais claras. O que ganhou também uma nova roupagem foi Clip N Note. Esses marcadores adesivos reposicionáveis agora têm de tudo para chamar muito mais atenção do consumidor no ponto de venda.
Ambientes identificados
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Tendo como foco as empresas de pequeno porte, a Pimaco desenvolveu uma linha de sinalização de ambientes em vinil branco e poliéster. Cada embalagem vem com uma combinação correlata de placas o que possibilita o consumidor levar mais conteúdo por um preço competitivo. Ao todo são 31 modelos de placas, disponíveis nos formatos 6,5x20 cm e 14x19 cm.
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PAPEL Responsabilidade na embalagem A linha de papéis fotográficos e transfers da Adelbras estão muito bem acompanhados. É que a empresa reformulou as embalagens dos produtos e optou por adotar um material certificado pela FSC para executar tal projeto. Além de refletir a posição de comprometimento com o meio ambiente, a embalagem em uma linguagem visual moderna para chamar atenção do consumidor no ponto de venda com informações claras sobre o produto.
Cor e qualidade A novidade da Canson é o papel Colorido Criativo Lumi, da linha Escolar Estudante. Um sortido de folhas fluorescentes em cinco cores diferentes, no formato A4 e gramatura 75 g. O produto é ideal para impressão e trabalhos manuais escolares. As cores vivas e homogêneas são livres de ácido, o que torna o papel atóxico e garante a durabilidade do trabalho e o não amarelamento.
Fabricação responsável Entre os lançamentos da Kadar Papéis, estão os papéis microsserrilhados para destaque dos canhotos de notas fiscais, mas a característica principal dos novos produtos da marca é a responsabilidade ambiental. Os papéis ecológicos são produzidos com bagaço de cana-de-açúcar e o papel sulfite possui certificação FSC, ISO 9001 e 14001.
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Atendendo a vários públicos Novos papéis para diversos públicos são lançados pela Filiperson. Para designers, professores e artesãos, o papel multiuso Filipaper Filicolor é ecologicamente correto e está disponível em seis cores intensas. Em tamanho A4 com 180 g, o pacote vem com 50 folhas. No mesmo tamanho, há o Filipaper Multiuso. Sua embalagem reciclável e reutilizável traz 500 folhas. Para estudantes e arquitetos, o Filipinho Vegetal é translúcido, tem PH neutro e tratamento contra fungos e bactérias. As embalagens podem ser com 10 ou 50 folhas.
Efeito na impressão
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Além de remodelar as embalagens, a Visitex ampliou sua linha de papéis especiais para impressão. São novas opções para imagens e fotos com alta qualidade e efeitos, como transparência.
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PARA EMBALAR E PRESENTEAR Tudo se encaixa Em diferentes estampas, a linha Kit 5 Caixas é a mais recente novidade da Cromus. São cinco tamanhos diferentes que permitem organizar uma caixa dentro da outra, o que facilita o empilhamento para exposição. Os produtos podem ser vendidos no conjunto ou separadamente. Outro diferencial é a etiqueta no canto, possibilitando a visualização em dois lados ao mesmo tempo. Isso ajuda o lojista a ter acesso às características dos produtos sem precisar desarrumar a loja.
De garrafas pet Assim como todos os produtos da marca, as caixas da Ozzen são fabricadas a partir de garrafas pet recicladas. São ótimas para organizar trabalhos escolares ou objetos no armário. A decoração é feita com impressão serigrafada, tornando o produto um lindo presente.
Com muito estilo A Joy'n Paper lançou caixas estilosas que servem para colocar presentes ou guardar objetos. O tamanho é 25 x 20 cm com altura de 6 cm. Dependendo do gosto, pode-se escolher a estampa portuguesa azul ou com brasão, que pode ser rosa ou azul.
Surpresa gigante www.revistadapapelaria.com.br
A principal novidade da Cartões Gigantes é a linha Cartão Gigantinho Jump. Ao abrir cada cartão, as pessoas se deparam com uma surpresa diferente em pop-up. Com tamanho diferenciado, alta qualidade e criatividade, o lançamento tem tudo para fazer sucesso em todas as ocasiões.
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Cores sofisticadas As novas cores das caixas Paloni Embalagens são destaque em sua coleção luxo. O lançamento é das combinações fundo preto com tampa pink metálico e fundo marrom fosco com tampa em marrom metálico. O produto possui fino acabamento, dando sofisticação às peças que embalam presentes e organizam ambiente. Estão disponíveis em kits nos formatos retangular, quadrado e calçado.
Fazendo caixas Trazendo inovação para a linha Micro Ondulado Fantasia, a Realce lança novas estampas para o papel. Outra novidade é o Microflex Ondulado Metalizado. Os produtos são ótimos para cobrir superfícies com sofisticação e fazer acabamento em caixas.
Embalagens personalizadas As embalagens da Cromus estão estampadas com novos personagens de sucesso, como Toy Story 3 e Moranguinho. A bonequinha com nome de fruta faz sucesso entre várias gerações e, certamente, vai agradar a mães e meninas, principalmente entre 2 e 5 anos. A licença está em saco para presente e diversos modelos de caixas de papelão e cestas.
Um toque final Mesmo já mantendo uma vasta linha de fitas adesivas, a Adelbras apresenta duas novidades: Fita Decorada e Art Paper. Enquanto, o primeiro modelo conta desenhos exclusivos e alegres sobre a fita tipo matte; o segundo, chama a atenção pela praticidade e resistência em fita dupla face. Para esta última, a fabricante chama a atenção ao fato de sua composição de espuma não amarelar.
O Natal já chegou Para este Natal, a Arco apostou em uma proposta perfeita para igrejas e escolas. Cada cartão Mig & Meg resume a mensagem principal de uma cantata, tornando-se perfeitos para serem distribuídos como lembrancinhas. Os cartões postais de Natal estão disponíveis no formato 10 x 15 cm.
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TECNOLOGIA Tecnologia limpa Este é o lema dos produtos desenvolvidos pela AF. Os sprays, pastas e lenços de limpeza são próprios para serem usados sobre os equipamentos de informática e acessórios e prometem acabar com até 99,9% dos fungos e bactérias que se proliferam rapidamente nos ambientes fechados dos escritórios. Eles contém biocida e não são inflamáveis.
Dados organizados e protegidos A Mediatech tem várias novidades em sua linha Aztec. O Porta Cartão de Memória é um deles. Com capacidade para até 40 cartões de memória do tipo XD, SD, MicroSD e cartucho DS, o produtos tem um acabamento de qualidade, três bolsos internos, divisórias em polietileno transparente de zíper. Para o público ligado em games, a empresa tem estojos superpráticos que se adéquam aos modelos PSP, Nintendo DS e Game Boy.
Muito mais que um simples apoio www.revistadapapelaria.com.br
Quem utiliza notebooks com muita frequência acaba criando certo afeto pelo computador portátil. Assim, a busca é por aumentar sua vida útil, além do conforto na utilização. A Integris lança dois modelos de suporte para os aparelhos, ambos com sistema de ventilação silenciosa. Um deles possui duas caixas de som embutidas e ângulo ajustável à posição de leitura. O outro é ideal para quem precisa transportá-lo, pois seu corpo é dobrável, facilitando que seja levado em bolsas ou mochilas.
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Bateria e voz Para criar uma banda em casa a partir de seu game, a Clone lança a bateria sem fio. A novidade é compatível com PS 2, PS 3, Wii e PCs. A tecnologia de alta frequência proporciona maior realismo e interatividade durante os jogos. São quatro pads (vermelho, amarelo, azul e verde), pedal, baquetas, além do microfone, que tem cabo flexível, trava de segurança e sensibilidade na detecção de voz. Fácil de montar, a praticidade é outra característica do equipamento.
A nova mesa de trabalho Para melhorar o uso dos computadores portáteis, a Multilaser lança a Notebook Table Portátil com Cooler Duplo. A novidade é ergonômica e dobrável, fácil de ser transportada. Além disso, os dois coolers ajudam a evitar o aquecimento da máquina. Disponível nas cores branca e preta, a mesa tem angulação ajustável, permitindo a utilização em diversos ambientes. Outro atrativo é o espaço lateral para colocar o mouse, canetas e copo.
Música com estilo Candide lança fones de ouvido que expressam estilo, assim como a música que costumamos escutar. O fone de ouvido Garagem S/A vai agradar a meninos esportivos para ouvir música ou acompanhar um jogo, por exemplo. Já o Fone-X da Xuxa tem decoração floral.
Conforto e tecnologia A Genius lançou o mouse Traveler 900S, especial para usuários móveis. A tecnologia de 2.4GHz alcança até 10 metros de distância e tem interferência próxima de zero, melhorando o uso quando há vários dispositivos wireless ligados ao mesmo tempo em lugares pequenos. Além disso, o lançamento proporciona grande conforto devido às bandas de silicone nas laterais. Outra grande vantagem é o menor receptor USB do mundo, que mede apenas 15 mm de comprimento. Ele pode ser guardado dentro do próprio mouse, sendo transportado com menor risco de perda.
TINTAS Arte na pele Quem estiver procurando algo para incrementar uma festa infantil ou complementar sua fantasia pode encontrar uma boa opção nas tintas faciais Color Make Fluor, da Yur. As cores cítricas são supervibrantes, brilham na luz negra, garantindo destaque e diversão.
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Tudo mais colorido
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A Canson trouxe para o Brasil a marca de tintas Pébéo, que contém uma grande variedade de material para arte e artesanato. Agora fazem parte da lista de produtos as canetas para porcelana e vidro. Elas podem ser utilizadas junto com as tintas tradicionais da companhia, como acrílica, óleo, aquarela, etc. Após a aplicação, as peças devem ser levadas ao forno por 35 minutos. Outra novidade são as tintas Dyna com efeitos iridescentes, refletem as cores do arco-íris. &
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Mercado
Vantagens coletivas
Peixe Urbano, Compra 3, Clube Urbano e Oferta X são alguns dos sites de compras conjuntas que estão se disseminando pela internet e caindo no gosto do consumidor. No período de volta às aulas, pode ser mais um instrumento de divulgação.
A internet lança novidades o tempo todo. A última, que chegou ao Brasil recentemente e está fazendo muito sucesso, atende pelo nome de “compra coletiva”. Empresas formulam grandes promoções para a venda de produtos ou serviços, mas elas só têm validade se uma determinada quantidade de compradores for atingida, e se as compras forem realizadas durante um tempo definido. Tudo isso é feito de comum acordo com um site responsável pela divulgação. Por exemplo, um restaurante oferece seu prato principal pela metade do
Proliferam sites de compras conjuntas com o atrativo de grandes descontos. Vale a pena o setor inteirar-se sobre esta oportunidade.
preço, que deve ser comprado dentro de 48 horas e consumido no prazo de seis meses. A oferta fica exposta na página da web acompanhada do preço original, do desconto, do mínimo necessário de pessoas para a oferta valer, de quantas já compraram e de quanto tempo você tem para efetuar a compra. Se alguém pagar pela oferta e a quantidade de consumidores não for alcançada, o dinheiro é devolvido. Se tudo der certo e muitas pessoas participarem da compra, você recebe um e-mail com um comprovante que deve ser apresentado no momento
escolhido para consumir. Dependendo da empresa e do serviço ofertado (uma peça de teatro, por exemplo), há apenas um dia e horário para utilizar, que são indicados pelo cliente antes da compra ser efetuada. A maior parte dos sites possui ofertas em diversas cidades, o que deve ser selecionado para acessar seu local de interesse. Há sites que disponibilizam muitas promoções simultaneamente, mas a maioria divulga apenas uma ou duas ofertas diárias, o que direciona bem o consumidor. Fábio Bito Teles, que utiliza o
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Como os produtos são vendidos por preços muito inferiores, o retorno financeiro pode ser muito baixo ou nulo. Muitos desses sites ainda recebem comissão sobre a venda, além de, eventualmente, cobrarem pela exposição da empresa, como um anúncio. Essa relação pode variar de acordo com o porte das empresas envolvidas. Teles explica que quem vende não tem o lucro como objetivo. “Para a empresa, o bacana é a conquista de novos clientes e a exposição. Esse gasto que o estabelecimento tem com a iniciativa vira um investimento de mídia.” Além de adquirir novos consumidores e valorizar seus produtos, outra vantagem é uma compra como consequência de outra. Uma vez dentro da loja para adquirir o produto com-
prado coletivamente, o consumidor conhece novas possibilidades e pode se interessar por outras aquisições. A época de volta às aulas seria uma ótima oportunidade para as papelarias aderirem à novidade. Neste período, os cadernos estão entre os campeões de venda. As crianças precisam deles para diversas disciplinas, e muitas mães compram o produto para mais de um filho. Assim, uma sugestão seria separar um lote de cadernos para a oferta ou formar kits de caderno com pasta para vender junto. “Os lojistas não ganharão com a venda de caderno por causa do desconto e da comissão, mas aproveitarão com a compra do resto do material, como canetas, mochilas e estojos. O caderno é a isca para os peixes urbanos”, destaca Bito Teles.&
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serviço com visão crítica, alerta para o fato de algumas promoções ficarem perdidas entre tantas: “Os peixinhos fisgados não estão muito focados nesses casos. São mais como a Dori, de 'Procurando Nemo' ”, analisa o especialista em redes sociais, com humor, citando a metáfora utilizada pelo Peixe Urbano, um dos maiores sites desse serviço no país. O consumidor não perde nunca. Como diz Bito Teles, que é coordenador da Talk Interactive, “é uma das famosas tacadas ‘ganha-ganha’. Todo mundo fica feliz”. O especialista conhece o sistema de compras apenas como consumidor, mas analisa o tema para compradores e vendedores. O estabelecimento não tem um benefício tão direto, mas nem por isso é menos vantajoso.
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Julius
Macacada
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Conheça um pouco mais a história de Julius, o mascote criado por Paul Frank que virou o queridinho da celebridade do Brasil e do exterior. À primeira vista, só um macaquinho de traços simples e sorriso escancarado. O que muitas pessoas não sabem é que, atualmente, Julius estampa mais de dez mil itens comercializados em 80 países. Ele é a prova viva de que, em vários casos, a máxima “menos é mais” é para lá de acertada. A fama do personagem é tamanha que, não raramente, ele t tem o nome confundido com o de s licença, Paul Frank, que tamsua b bém se encontra bem valorizada. P se ter uma noção, publicações Para e especializadas em marketing e neg gócios estimam que a marca fature c cerca de US$ 1 bilhão ao ano.
Onde está Julius? Ond Convey
bolsas, mochilas e acessórios
Cosmotrade
capas de celular, acessórios para computador e celular
Dipapel
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Festcolor
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Foroni
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Molin
artigos de escrita
Playz
toy arts e brinquedos
Ricsen
f d para pantufas, pelúcias e almofadas cachorros
O macaco pé-quente foi criado pelo designer de moda e cartunista Paul Frank, que, na época, mantinha uma sociedade com John Oswald e Ryan Heuser. Juntos, eles passaram a confeccionar carteiras e bolsas de vinil com estampas coloridas nas quais eram costurados personagens engraçados, como Julius. Por dois anos, os produtos foram vendidos como artigos de presente em lojas da região. O bom retorno fez com que o trio fundasse a empresa Paul Frank Industries que engrenou de vez em 1997, quando a marca participou da feira de negócios Magic Show. “A marca é de estilo de vida e não foi criada para ser uma licença. Isso só ocorreu em 2008, e foi uma consequência de todo esse sucesso”, conta Gra Tanaka da Smart Marcas Brasil. De acordo com a porta-voz da agência, o licenciamento só chegou aqui em 2009. No mesmo ano, foram lançados, durante a feira Escolar PaperBrasil, os primeiros produtos do ramo de papelaria com a estampa do macaquinho. “Em 2010, a participação da marca dobrou em relação ao ano anterior. S estamos fazendo contratos com Só e empresas interessadas em estabel lecer negócios em longo prazo. A r recompensa financeira será conseq quência de produtos de boa qualid dade, divulgação e investimentos em mídia e relações públicas”, comenta Gra, que ainda destaca
Nascimento: O macaquinho Julius nasceu em 1995 na Califórnia, Estados Unidos. Público-alvo: A licença tem aceitação maior entre crianças e adolescentes, mas também tem vários fãs adultos, descolados e com espírito jovem. Curiosidades: Além de ter criado Julius, Paul Frank trabalhou para a Mattel, entre outras companhias, e para alguns artistas, entre eles, Elvis Presley e Andy Warhol. Por onde passa, o macaco conquista uma série de admiradores, entre eles, celebridades, como os cantores Madonna, Justin Timberlake e Avril Lavigne, o grupo Foo Fighters e as atrizes Jennifer Love Hewitt e Hillary Duff. No Brasil, a lista de fãs de Julius inclui Ivete Sangalo, Bruno Gagliasso, Reynaldo Gianecchini e Daniele Suzuki. Apesar de Julius roubar a cena e chegar a ser confundido com o nome da própria marca, a linha Paul Frank ainda tem outros personagens: a girafa Clancy, o urso Bear, o cãozinho Chiaua e Bunny Girl, uma menina fantasiada de coelhinha. Há também a caveira Skurvy que, na verdade, é um raio-X do macaquinho. Todos eles podem ser conhecidos pelo site www.paulfrank.com. Lá, ainda são encontrados joguinhos e uma série de recursos lúdicos para a garotada.
outra evidência do fortalecimento de Julius: a abertura de várias lojas própria do grupo. “Lançamos o primeiro ponto no Shopping Iguatemi, em São Paulo. Em dezembro de 2010, teremos mais seis e, até o primeiro semestre de 2011, mais quatro”, antecipa. Qual o segredo para tamanho sucesso? Gra Tanaka aposta na simpatia de Julius. “Ninguém consegue olhar para ele e ficar sem dar um sorriso. Paul Frank é a marca que expressa alegria”, salienta. &
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Mercado Global Messe Frankfurt leva Paperworld ao Oriente Médio Acreditar no setor papeleiro internacional, esse parece ser um dos intuitos da Messe Frankfurt, grande empresa organizadora de eventos. Este mês, ela realiza a Paperworld China, feira que promete agitar o mercado asiático, e já anuncia uma de suas novas apostas: o Oriente Médio, que, em 2011, será, pela primeira vez, palco da Paperworld Middle East. A Paperworld China, criada em 2005 como resposta à forte demanda da indústria por uma feira de papelaria e suprimentos para escritório na região, acontece durante os dias 15 e 17, em Xangai. A feira , no ano passado, reuniu 516 expositores de 16 países, recebendo 18.529 visitantes de várias partes do mundo. A Paperworld China 2010 terá como sede o Shanghai New International Expo Centre terá muitas novidades. Uma delas é exatamente a mudança da data do evento. A feira, que teve suas últimas edições realizadas em novembro, foi antecipada por ser essa a melhor época
para as compras do setor, segundo seus organizadores.
Agenda para 2011
A Paperworld expande sua grife de eventos para o mercado de papelaria, Paperworld, da Europa para a Ásia passando, agora, pelo Oriente Médio.
Há quatro meses do fim do ano, a Hong Kong International Stationery Fair, também organizada pela Messe Frankfurt, em parceria com a HKTDC, já tem data para acontecer em 2011. Uma das mais importantes plataformas de compras de material escolar e de escritório da região, ela será realizada durante os dias 10 e 13 de janeiro. A feira foi criada em 1996, em Hong Kong, sob o nome de Pen & Paper. Em 2001, ela foi rebatizada e, hoje, acontece simultaneamente com a Hong Kong Toys & Games Fair. Em 2010, mais de 14 mil pessoas visitaram o evento, que contou com a participação de 240 expositores. No próximo ano, a Messe Frankfurt passa a atuar também no Oriente Médio. Durante os dias 7 e 9 de março, um novo trio de feiras fará sua estreia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e a empresa vai apresentar, simultaneamente, a Paperworld Middle East, a
Festivalworld Middle East e a Playworld Middle East. Na primeira, expositores internacionais vão apresentar seus produtos nos segmentos papel, papelaria e suprimentos para escritório, abrindo assim novos mercados na região. A Festivalworld Middle East vai marcar a estreia da primeira edição no país da Christmasworld, feira líder internacional do segmento de decorações e enfeites para festas. Já a Playworld Middle East, organizada pela Messe Frankfurt desde 2002 sob o nome de Middle East Toy Fair, continuará tendo como foco e prioridade produtos para os pequeninos, como brinquedos clássicos, jogos e móveis infantis. Segundo os organizadores do evento, Dubai é um dos mercados líderes do mundo e exerce grande atração na região para países do Oriente Médio, África e Ásia. Segundo as previsões, o PIB dos Emirados Árabes Unidos deverá crescer 3,2% em 2010. Ao falar dos eventos da Messe Frankfurt para 2011, não é possível deixar de lado um dos maiores investimentos da empresa: a Paperworld Frankfurt, que acontece na Alemanha entre os dias 29 de janeiro e 1 de fevereiro. Na feira, dividida em três setores, é possível encontrar toda a gama de produtos dos segmentos de material escolar e de escritório. Na Paperworld Imaging, são apresentados acessórios para impressão e processamento de dados, copiadoras, papéis, transparências e etiquetas. Já na Paperworld Scriptum, tudo gira em torno de utensílios para escrever e acessórios para escritório, enquanto a Paperworld Creative é a plataforma de exposição de produtos para hobby e artistas. Na edição 2010 da Paperworld, 2.111 expositores mostraram suas novidades em produtos. &
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Mercado Global
Variedade e comodidade em um só lugar Ainda este ano, mais precisamente entre os dias 20 e 23 de outubro, a China também recebe o China Sourcing Fair: Gifts & Premiums. No evento, que será realizado pela Global Sources em Hong Kong, uma das áreas mais densamente povoadas do planeta e importante polo econômico mundial, será possível encontrar uma grande variedade de produtos de papelaria e artigos produzidos em papel, todos fabricados a partir de novos e criativos designs. O evento é sempre marcado pela presença de grandes fornecedores chineses. Em sua última edição, em abril, 20.362 pessoas,
de 131 países diferentes, visitaram a feira, que foi realizada simultaneamente com a China Sourcing Fairs: Home Products, Baby & Children’s Products e com o India Sourcing Fair: Home Products. Segundo seus organizadores, o China Sourcing Fair: Gifts & Premiums vem sendo uma espécie de ponte entre compradores e indústria. Representante da Team Shop Premiums, dos Estados Unidos, Scott Nash aprovou o resultado da feira, saindo dela bastante satisfeito. “Conhecemos vinte fornecedores, e eles são ótimos. Eu tenho participado do evento nos últimos anos. O último encontro foi tudo muito
bem organizado, e voltarei para a próxima feira que acontecerá em outubro”, prometeu. Kerry Renwick, diretor da Hi-Tech Packaging, da Nova Zelândia, também participa regularmente do evento. “Eu visito a China Sourcing Fair há quatro anos. Sempre retorno para ver o que há de novo. Admiro a qualidade dos fornecedores. Os pavilhões de diferentes países possuem uma enorme variedade de produtos. Eu não preciso visitar todos aqueles locais para achar o que eu quero. Basta visitar o evento. Provavelmente, estarei presente na próxima edição da feira ”, comentou. &
A Global Sources tem um minucioso programa de serviços para facilitar a visita do comprador aos seus eventos. Um rigoroso processo de seleção de expositores é realizado para poder participar na China Sourcing Fair.
CONEXÃO* HOLANDA O outono chega ao hemisfério norte no final deste mês, e foi em tal estação que a BruynzeelSakura buscou inspirar-se para o lançamento de seus novos produtos para decoração, cartões e outros artigos feitos com papel.
e 11 de novembro o Marketplace, voltado para o mercado de produtos escolares, escritório, arte, computação e artesanato. Iniciativa da El Papel, revista equatoriana especializada no setor papeleiro, o evento acontece em Miami, Flórida, nos Estados Unidos.
ESTADOS UNIDOS Será realizado durante os dias 8
SRI LANKA Ainda este ano, será realizado
em Colombo, cidade mais populosa do Sri Lanka, o 13º International Exhibition for Office Equipment, Furniture, Corporate Gifts & Stationary, ou somente Office Today. O evento é organizado pela Buysell Interactions Private Limited e vai ser realizado entres os dias 3 e 5 de dezembro. Para mais informações acesse: http://www.office2day.biz.
REINO UNIDO ITÁLIA A Pentel celebra atualmente um duplo sucesso. A empresa foi premiada pela Lyreco, tanto no Reino Unido quanto na Itália. No primeiro, ela foi nomeada a melhor fornecedora de material de escritório do ano. Já a Pentel Itália se destacou nas categorias Produto para Escritório em Geral e Marketing.
* Com a colaboração do IS Guide, da OPI (Office Products Industry) e da Ispa (International Stationery Press Association).
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Onde Encontrar Entrevistados e anunciantes 3M 0800-0132333 www.3m.com.br
Celulose Irani (49) 3527-5100 www.irani.com.br
Gad Retail (11) 3040-2222 www.gadretail.com.br
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Choice Bag (11) 5078-0000 www.choicebag.com.br
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Kingston www.kingston.com.br
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KM Papel (11) 2010-1300 www.kmpapel.com.br
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Arquitetura de Varejo e Comercial (21) 2491-1324 www.ronaldosaraiva.arq.br Asterisco Papelaria (11) 3031-6064 Banca do David (21) 2240-4309 www.bancadodavid.com.br Bensia do Brasil (11) 4191-4666 www.bensia.com.br BIC 0800-28262 www.bic.com.br Brasil Escolar (11) 3854-6210 www.brasilescolar.com.br Candide www.candide.com.br
Cordez (11) 5534-1010 www.cordez.com.br Craft & Scrap Brasil (11) 5542-9870 www.scrapbrasil.com.br Credeal 0800-7041366 www.credeal.com.br Cromus Embalagens (11) 4214-8000 www.cromus.com.br
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Newpen (11) 3208-9566 www.newpen.com.br
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Nobre Papelaria (34) 3255-9009
Duplapel (21) 2224-6666
Casa Cruz (21) 2506-3549
HP Brasil (11) 5522-5000 www.hp.com.br
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Maxprint 0800-7017252 www.maxprint.com.br
House of Paper (11) 2697-0077
Desart (11) 3334-6744 www.desart.com.br
Carbrink (11) 2555-8666 www.carbrink.com.br
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Luxcel (11) 2191-2999 www.luxcel.com.br
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E-bit www.ebit.com.br Editora Luz e Vida 0800-7014445 www.luzevida.com.br Faber-Castell 0800-7017068 www.faber-castell.com.br
Iomega (11) 3078-4441 www.lojaiomega.com.br Jandaia (11) 4442-8300 www.jandaia.com
Filiperson (21) 2560-8197 www.filiperson.com.br
Joy Paper (11) 3062-8174 www.joypaper.com.br
Foroni (11) 2067-2000 www.foroni.com.br
Kajoma (21) 3636-4500 www.kajoma.com.br
Norma 0800-7019410 www.produtosnorma.com.br Núcleo Papel e Arte (11) 5061-1622 Officer (11) 5014-2000 www.officer.com.br Olympus www.olympus.com.br Ozzen (54) 3022-9001 www.ozzen.com.br
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Onde Encontrar Entrevistados e anunciantes Pado 0800-7014224 www.pado.com.br
Paulimaq (19) 3469-9400 www.paulimaq.com.br
Rotermund (51) 3589-5111 www.rotermund.com.br
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Papel Fantasia Papelaria (11) 3255-6581
Pimaco 0800-2826226 www.pimaco.com
Papelaria Brito (61) 3349-0880 Papelaria Cópia & Cia (24) 3355-4346 Papelaria Formosa (61) 3432-1517 Papelaria e Foto São Luís (51) 3478-5360 Papelaria e Livraria Paper Art (61) 3038-1981 Papelaria Lucena (92) 3082-4643 Papelaria Tropical (96) 3223-2039 Papelite Livraria e Papelaria (83) 3238-4225
Plug Papelaria (48) 3266-2451 Polycart (24) 2237-6636 www.polycart.com.br Positivo Informática 0800 644 7500 www.positivoinformatica. com.br Puhlmann / Next Gift (11) 3801-1721 www.nextgift.com.br
São Domingos (17) 3524-9000 www.saodomingos.ind.br Sheaffer 0800-7044533 www.sheaffer.com
Tilibra 0800-120766 www.tilibra.com.br Visitex (11) 3231-6810 www.visitex.com.br
Simpa (11) 3255-3587 www.simpasp.com.br
Waleu (11) 4071-1142 www.waleu.com.br
Sindipel (61) 3425-2711 www.sindipel.com.br Sponchiado Informática (54) 3522-2504 Stöd www.stod.com.br
Rendicolla (42) 3252-3051 www.rendicolla.com.br
Sulamericana (15) 32759696 www.sulamericananet.com.br
Romitec (15) 2103-5151 www.romitec.com.br
Suzano 0800-0555100 www.suzano.com.br
Yes (11) 3288-7722 www.clickyes.com.br Yoshimura Arquit. de Varejo (11) 2281-8257 www.yoshimuraarquitetura. com.br Yur (11) 2909-1833 www.yur.com.br
Acrilex – página 33
Excelente – página 145
Paper Box – página 91
Acrimet – páginas 2, 3, 5, 7 e 9
Faber-Castell – página 49
Pilot Pen – página 13
Adelbras – página 85
Fenapel – página 130
Pimaco – página 47
AF – página 63
Ficha Limpa – página 122
Plavitec – página 109
Apas – página 145
Foroni – páginas 50 e 51
Arlindo José Representações –
Grafon’s – página 43
página 145
Imex – páginas 113, 115 e 117
BIC – páginas 28 e 29
Interstate – página 83
Brasil Escolar – página 133
Jandaia – páginas 34, 35 e 41
Carbrink – página 145
Kreateva – página 89
Casio – página 55
Luxor – página 103
China Sourcing Fair – página 95
Marchesano – página 132
Cultura Marcas – página 97
Mattel – páginas 14, 15, 17, 18, 19, 21, 23 e 25
DAC – páginas 66 e 67
Mediatech – página 65
Dello – página 57
Mercur – página 93
Waleu – páginas 76 e 77
Ebras – página 87
Mig & Meg – página 79
Xeryus – página 81
Ecologic – página 119
Motivate – página 123
Yur – página 121
Elgin – páginas 31 e 59
Nova Era – página 147
Zagarollo – página 127
Ernest Reiner – página 125
Ótima – página 129
Polibras – páginas 74 e 75 Reval – página 131 Sertic – página 101 Summit – páginas 134, 135, 137, 139, 141 e 143 Tinta Mágica – página 111 Tramontina – página 148 Visitex – página 107 VMP – página 105
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Artigo
Mitos e verdades para o varejo Varejo é barriga no balcão! – Verdade, desde que a rede seja composta por uma ou poucas lojas. À medida que a rede de lojas cresce, a barriga no balcão impede que se tenha a visão do todo, dificultando tremendamente os processos de gestão comercial... Estoque é investimento! – Verdade, em ambientes altamente inflacionários. Para economias estáveis, o dito deveria ser outro: “estoque bom é aquele que deixa saudade!”. Infelizmente, ainda perdura a visão esperançosa de que altos níveis de estoques vão garantir sucessos de vendas. E os inventários vão descobrindo mercadorias fossilizadas, estocadas há dois, três, quatro anos... O olho do dono é que engorda o gado! – Verdade, se você é dono de um único boi, e assim deseja permanecer. Esse ditado é seguido à risca por diversas empresas de varejo, principalmente na área de compras. A justificativa se ampara em lendas urbanas como a de que só o dono é confiável (como se não houvesse problemas familiares); que somente o dono pode dar credibilidade às negociações (como se o conceito de delegação não existisse); ou ainda que ninguém tem o tino comercial do dono (também conhecido como Síndrome da Mão de Deus). Basta olhar para as redes de varejo que cresceram e se tornaram empresas de verdade, e não apenas negócios tratados como meio de vida...
Em time que está ganhando, não se mexe! – Verdade, se você deseja somente uma vitória temporária. O momento mais adequado para mexer em um time é exatamente quando ele está ganhando, quando é possível analisar a situação com mais tranquilidade e tomar decisões sem atropelos. Quando o time está perdendo, mexer não é mais uma opção: passa a ser necessidade. Com isso, a pressão por mudanças compromete a serenidade para os ajustes demandados. Principalmente nas áreas de operações, como compras e logística, esse ditado mantém os resultados de curto prazo, mas limita a sustentação de resultados de longo prazo. Alguns estudiosos chamam isso de “armadilha da competência”, ou a tendência a manter e repetir continuadamente as decisões que, no passado, deram resultados positivos... Farinha pouca, meu pirão primeiro! – Verdade, se você não pretende comer pirão com aquela pessoa novamente. Apliquemos esse ditado à área de compras das empresas varejistas, onde ocorrem diariamente vários processos de negociação. Em ambientes altamente competitivos, parece certo que para uma das partes se dar bem, a outra, necessariamente, tem que se dar mal. O que temos observado é que os processos de negociação nessa área têm sido mais cooperativos que competitivos, buscando-se assim maior longevidade na relação comercial. Tem-se reduzido o volume de fornecedores, justamente para fortalecer as relações com aqueles
com os quais vale a pena trabalhar. Assim, pode-se obter maior equilíbrio de forças nas negociações, oportunidades de melhorias e ganhos bilaterais. Obviamente, sem perder de vista que o maior beneficiado deve ser o consumidor. Tudo isso parece fazer crer que, mesmo quando a farinha é pouca, vale a pena dividi-la... Casa de ferreiro, espeto de pau! – Verdade, para as redes que são negócios e não empresas de verdade. Por vezes, abusa-se desse ditado. É frequente que o ambiente e os produtos oferecidos aos clientes não reflitam a estrutura interna da empresa aos seus funcionários. Alegações como controle de custos e cultura econômica, dentre outras, criam a base para que esse ditado seja tão amplamente praticado. Mesmo redes que comercializam produtos e serviços de alta tecnologia, por vezes possuem sistemas de informação totalmente defasados, rodando em plataformas obsoletas. Isso gera uma economia somente na aparência, pois a perda de produtividade das equipes raramente é aferida. Nas empresas varejistas de verdade, a estrutura interna é tão valorizada quanto aquela oferecida aos clientes, principalmente os sistemas de informação, que são a base para a produtividade. E isso não é feito por mero status corporativo ou para impressionar. É que as empresas de verdade sabem que seus funcionários também são seus clientes... &
IVAN CORRÊA É SÓCIO DIRETOR DA GS&MD E LÍDER DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE MERCADORIAS.
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