REVISTA PROJETO II - 2024/1 - Ana Carolina do Prado e Pedro André Silva

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Afrogoiano CENTRO Multi Cultural pa²

pa² 2024

Discentes: Ana Carolina do Prado; Pedro André Silva

Universidade Federal de Goiás

Arquitetura e Urbanismo

Projeto Arquitetônico II

3° Período - Turma IX

pa² 2024

Este volume foi desenvolvido pela turma IX do 3º período do cursodeArquiteturaeUrbanismo,daUniversidadeFederalde Goiás - Campus Goiás, sob orientação docentes Me. Haroldo Dias Flauzino Neto e Me. Marcos Vinicius Cortes Ferreira da disciplinadeProjetoArquitetônicoIInosemestrede2024.1.O objetivo é desenvolver um projeto arquitetônico contemporâneo de média complexidade para uso cultural, respeitandoascaracterísticasfísicas,sociais,culturais,históricas e ambientais do local. O terreno está situado na Cidade de Goiás, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO (OrganizaçãodasNaçõesUnidasparaaEducação,aCiênciaea Cultura). A presente edição da revista foi inspirada na coleção da"RevistaPRJT2"dadisciplinadeProjetoArquitetônico,do3º período,docursodeArquiteturaeUrbanismodaUniversidade Estadual de Goiás (UEG), proposta pelos docentes: Ana Paula Silva da Costa, Fernando Camargo Chapadeiro e Rodrigo SantanaAlves.

Durante o processo projetual, os elementos como LUGAR, PROGRAMA, VOLUME, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA e MATERIALIDADE foram abordados em sala de aula através de orientações.Issopermitiuumacompreensãoaprofundadadas etapas que um projeto arquitetônico deve seguir até sua execuçãofinal,utilizandomaquetesdeestudocomosuporte.

Além disso, para expor as ideias geradas pela proposta, foram desenvolvidos diagramas de conceito e partido, destacando os elementosmencionadosanteriormente.

Paraalcançarosobjetivospropostospeladisciplina,foiessencial integrar conteúdos de outras disciplinas, como Oficina de Expressão e Representação III e Sistemas Estruturais II. Essa intersecção de conhecimentos permitiu uma abordagem mais abrangente e detalhada, enriquecendo o processo de aprendizagem e aprimorando a qualidade do projeto arquitetônicodesenvolvido.

Oprocessodeprojetocomdesenhosemaquetesnasdisciplinas iniciais do curso de Arquitetura é de fundamental importância para a formação dos futuros arquitetos. Essas ferramentas permitem aos estudantes visualizar e experimentar espacialmente suas ideias, facilitando a compreensão das relações tridimensionais e das proporções dos elementos arquitetônicos. Além disso, o uso de desenhos e maquetes estimula a criatividade, aprimora a habilidade de representação gráficaepromoveumamelhorcomunicaçãodaspropostas.Esse processo prático e visual também auxilia o corpo discente a identificaresolucionarproblemasdedesigndeformamaiseficaz, preparando-os para enfrentar os desafios mais complexos das etapasavançadasdocursoedapráticaprofissional.

ESTUDO DO LUGAR

LARGO RIO VERMELHO

Nosúltimosanos,acidadedeGoiástempassadopordiversas transformações, especialmente nas áreas próximas ao rio Vermelho e à praça de eventos. Originalmente ocupada por um abatedouro e uma empresa de laticínios, essa região foi submetida a um processo de loteamento, conduzido pela prefeitura, que incluiu a instalação de estruturas de drenagemdevidoàsuaaltaumidade.

Com a desativação do abatedouro e do laticínio, motivada por questões sanitárias e pela proximidade com o rio, houve a oportunidade de revitalizar a praça de eventos e a Casa do Artesão, locais que antes estavam comprometidos pela atividade industrial. Essa revitalização atraiu a atenção dos moradores e visitantes, gerando uma nova dinâmica na área e incentivando a apropriação doslotesvizinhos.

Diante desse cenário de mudanças e potenciais oportunidades de desenvolvimento urbano, foi realizado um estudo de campo abrangente. Esse estudo preliminar teve como objetivo principal fornecerdadoseanálisesquepudessemorientarasfuturasdiretrizes paraumprojetomaisamploeintegradoparaaregião.Aoconsiderar aspectos como topografia, uso do solo, características ambientais e demandas da comunidade, espera-se que as informações coletadas possam subsidiar uma proposta de projeto que promova o desenvolvimento sustentável e melhore a qualidade de vida dos habitantesdacidadedeGoiás.

LARGO RIO VERMELHO

No século XXI, Goiás tornou-se uma cidade histórica de grande importância, sendo declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 2001, graças à preservação de seu conjunto de atualizaçãocolonial.

O processo de tombamento dos bens históricos da Cidade de Goiás não resultou em mudanças rápidas na dinâmica urbana nem promoveu imediatamente projetos de restauração. Por exemplo, o Quartel do XX, mesmo após ser tombado, passou por mudanças de uso, tornando-se um hotel e depois um hospital, antes de ser restaurado na década de 1970. A antiga Casa de Câmara e Cadeia, destinadaasetornaroMuseudasBandeiras,sófoiabertaaopúblico em1966,apósmuitosanosdeespera.

Aaceitaçãodosvilaboensesemrelaçãoaosesforçosdepreservação foi controversa. Enquanto alguns reconheciam o valor do tombamento como forma de manter a cidade historicamente importante, outros viam isso como um obstáculo ao progresso. Muitosaindaestavamressentidospelaperdadostatusdecapitale temiamqueapreservaçãoimpedisseodesenvolvimentofuturo.

A criação da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT) em 1965 ajudou na aceitação das medidas de preservação, promovendo tradições locais e culturalmente significativas. Essa iniciativa,juntocomaconcessãodacapitalidadesimbólicaàcidade por um dia, contribuiu para a construção de uma identidade local positiva.

VEGETAÇÃO

Omapadevegetaçãomostraadistribuiçãodasárvorese arbustos em uma área. Perto do rio, há agrupamentos densos de árvores ao longo de suas margens, enquanto aolongodaáreadoprojetoelasestãomaisespalhadas.O curso do rio é visível pela vegetação densa ao longo de suasmargens.

PORTE GRANDE

PORTE MÉDIO

PORTE PEQUENO

ARBUSTO

MOBILIÁRIOURBANO:

Quando há pouca iluminação e escassez de lixeiras na cidade, isso pode ser motivo de crítica por parte dos moradoresevisitantes.Afaltadeiluminaçãotornaasruas menos seguras, especialmente durante a noite, podendo aumentar o risco de incidentes. Além disso, a escassez de lixeiras pode resultar em acúmulo de lixo nas ruas, causando poluição visual e ambiental, além de atrair pragasecontribuirparaamáimagemdacidade.

Nesse contexto, o mapa de mobiliário urbano se torna ainda mais importante, pois destaca a necessidade de melhorias nessas áreas específicas. Ele fornece uma visão clara das áreas onde a iluminação é inadequada e onde são necessárias mais lixeiras, permitindo que as autoridades priorizem essas questões e tomem medidas pararesolvê-las.

Portanto, ao identificar esses pontos fracos, os cidadãos podem expressar críticas construtivas para pressionar as autoridades a agirem em prol da melhoria da qualidade de vida na cidade. O mapa de mobiliário urbano, nesse sentido, não apenas destaca os problemas, mas também oferece uma base sólida para a implementação de soluções que atendam às necessidades da comunidade e melhoremaexperiênciadequemviveevisitaacidade.

GABARITO

O mapa de gabarito de uma cidade histórica e tombada revela que a maioria das edificações possui apenas um pavimento, refletindo a tradição arquitetônica local. Há poucas edificações de dois pavimentos, devido às restrições impostas pelo Plano Diretor, que regulamenta o uso do solo e limita a construção de casas de dois andares. Essas medidas visam preservar o caráter histórico da cidadeegarantiraharmoniaurbana.

USOEOCUPAÇÃODOSOLO

O mapa de uso do solo indica predominância residencial na área,destacandoanecessidadedeespaçosculturais,esportivos e educacionais para beneficiar a população local. É essencial oferecer oportunidades para crianças soltarem a criatividade e aprenderem, promovendo seu desenvolvimento integral. Essas iniciativas fortalecem os laços sociais e contribuem para uma melhorqualidadedevidanacomunidade.

CHEIOSEVAZIOS

Nos espaços de "vazios", percebemos uma ausência de edificações ou uma presença muito reduzida delas. Essas áreas podem ser compostas por terrenos baldios, lotes sem construções ou espaços públicos subutilizados. Esses vazios podem ser resultado de diversos fatores, como políticas de preservação, áreas de proteção ambiental, ou simplesmentefaltadeinteresseouinvestimentonaurbanizaçãodessesespaços.

Essa dicotomia entre cheios e vazios na arquitetura da cidade de Goiás não apenas contribui para a diversidade visual e funcional do ambiente urbano, mas também levanta questões importantes sobre planejamento urbano, uso do solo e preservação dopatrimôniohistórico.

TAXADEOCUPAÇÃODOSOLO

O mapa de taxa de ocupação do solo revela uma área mista, onde há lotes com ocupação densa e outros com baixa ocupação. Essa disparidade pode ser atribuída ao fenômeno comum de expansão das residências de acordo com o crescimento das famílias. À medida que as famílias crescem, é comum que construam estruturas adicionais nos terrenos existentes, conhecidas popularmente como "puxadinhos". Isso resulta em uma alta taxa de ocupação do solo em alguns terrenos, enquanto outrospermanecemmaisvazios.Apresençadelotesmuitocheios e muito vazios no mesmo mapa indica uma dinâmica complexa de uso e ocupação do solo, influenciada pelos padrões de crescimento populacional e desenvolvimento urbano na área em questão.

TOPOGRAFIA

O terreno próximo à Praça de Eventos, na cidade de Goiás, revela uma topografia diversificada e característica de sua localização próxima ao rio. À medida que nos aproximamos do rio, encontramos uma parte baixa do terreno, muitas vezes alagada, que abriga uma nascente. Essa área mais baixa, propensa a alagamentos sazonais, cria uma paisagem úmida e prolífica, onde avegetaçãosebeneficiadaáguaabundante.

À medida que nos afastamos da parte baixa, o terreno começa a se elevar, proporcionando uma área mais seca e elevada. Aqui, encontramos uma paisagem mais aberta, com vegetação mais adaptada à drenagem adequada do solo. Essa área elevada pode ser ideal para o estabelecimento de construções ou atividades recreativas,oferecendovistaspanorâmicasdorioedosarredores.

ALTA

DIREÇÃO DOS VENTOS E INSOLAÇÃO:

Asensaçãodoventoemumlugardependemuitodaformacomo o terreno é, das montanhas e outras coisas lá. A velocidade e a direção do vento podem mudar muito de uma hora para outra. Em Goiás, a velocidade média do vento varia bastante de acordo comaestaçãodoano. Nosmesesmaisventosos,queduramcercade4,5meses,demaio a outubro, o vento sopra a uma velocidade média de mais de 10,8 quilômetros por hora. O mês com mais vento em Goiás é agosto, comumavelocidademédiade13,4quilômetrosporhora. Já nos meses mais calmos, que duram aproximadamente 7,5 meses, de outubro a maio, o vento sopra mais devagar, com uma médiade8,1quilômetrosporhora.Omêsmaiscalmoémarço. Adireçãodeondeoventovemtambémmudaduranteoano.Em Goiás, o vento mais frequente vem do leste durante a maior parte doano,cercade8,3meses,defevereiroaoutubro.Masnosoutros meses, que duram cerca de 3,7 meses, de outubro a fevereiro, o ventomaisfrequentevemdonorte.

DIREÇÃO

DOS VENTOS E INSOLAÇÃO

FRENTE QUENTE

FRENTE QUENTE INSOLAÇÃO

A porcentagem de horas em que o vento tem direção média de cada uma das quatro direções cordeais de vento, exceto nas horas em que a velocidade média do vento é inferior a 1,6 km/h. As áreas mais esmaecidas nas intersecções indicam a porcentagem de horas nas direçõesintermediárias implívitas (nordeste,sudeste,sudoesteenoroeste)

ROSA DOS VENTOS

MAPA VIÁRIO:

O mapa de hierarquia viária destaca a movimentada Praça Araguari como ponto central, com maior fluxo de veículos ao redor. Uma via principal conecta a praça de eventos à Praça Araguari, cortando a Rua Portuguesa ou TravessaSãoPaulo.Víascoletoras,representadas em laranja, possuem fluxo moderado, enquanto as vías locais, em cores diferentes, são menos utilizadasporveículos,sendomaisfrequentadas por moradores e pedestres. Esta hierarquia refleteumaáreacentralvibrante,comatividades comerciais e sociais concentradas, e fornece insightssobreaestruturaurbanadaregião.

Asruasporsuaveztemumtráfegodealtonavias arteriais e média nas vias coletoras. Ruela é geralmentemaisestreitaeíntimadoqueumarua. Ofluxoemumaruelaémaislentoetranquilo,com menostráfegodeveículos.Becosmuitasvezessão utilizados como atalhos ou acessos secundários a áreasurbanas.

VIAS

VIAS

HIERARQUIAVIÁRIA

INTENSIDADEDETRÁFEGO

VIAS ARTERIAIS
COLETORAS
LOCAIS
ALTA
MÉDIA
BAIXA
ÁREAS NÃO PAVIMENTADAS ESCADA
RUELA
RUAS

DOMÍNIO

O mapa de Domínio na área mostra uma predominância de propriedades privadas, com poucas residências de domínio público e semipúblico. Anteriormente, a área era majoritariamente pública, mas devido a invasões e ocupações, muitas terrasforamregularizadas,tornando-seprivadas.Essa mudança foi resultado de processos legais, como regularização fundiária e registro de propriedades. O mapa reflete tanto a distribuição física das propriedades quanto a evolução jurídica da área ao longodotempo.

RELAÇÕES VISUAIS

PONTOSEREFERÊNCIAS:

Vista da Praça de Eventos; Atêlie SSÁ (Máscaras Africanas);

Encontro da Rua Araguari com Beco sem saída; Praça Araguari; Rotatória;

Escola Pluricultural Odé Kayodé; Ponto do terreno que se vê a vista posterior da escola; Equipamentos exercícios físicos degradados;

Acesso ao Rio Vermelho.

Escola de Música.

CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL

Cidade

deGoiás-GO

CódigodoMunicípio:5208905

Gentílico:Goiano

Aniversário:25dejulho

Prefeito:AdersonLiberatoGouvea

POPULAÇÃO[2022] 24.071PESSOAS DENSIDADE

[2022]

DEESCOLARIZAÇÃODE 06A14ANOSDEIDADE[2010]

ARBORIZAÇÃODEVIAS PÚBLICAS[2010]

[2019]

NºDEESTABELECIMENTOSDE ENSINOFUNDAMENTAL[2021]

[2021]

PIBPERCAPITA[2021]

DADOSGERAIS: *DADOSCOLETADOSPELOIBGE-INSTITUTOBRASILEIRODEGEOGRAIFAEESTATISTICA

34.522,53R$

ÁREAURBANIZADA[2019]

ESGOTAMENTOSANITÁRIO ADEQUADO[2010]

REGIÃOINTERMEDIÁRIA [2021]

REGIÃOIMEDIATA [2021]

MESORREGIÃO [2021] NOROESTE GOIANO

MICRORREGIÃO [2021] RIOVERMELHO

CidadedeGoiás-GO

Na imagem, vemos um mapa de uma área protegida pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), indicando uma paisagemdegrandevalorhistóricoecultural.Notase uma tentativa de conexão entre ruas, atravessando o rio, porém, essa proposta foi descartada pelo órgão devido à importância ambientalehistóricadaárea.

O Plano Diretor é fundamental para garantir o ordenamentoeodesenvolvimentosustentáveldas cidades,incluindoáreasprotegidaspeloIPHAN.Ele estabelece diretrizes para o crescimento urbano, regulamentando o uso do solo, o adensamento populacionaleapreservaçãodopatrimôniocultural eambiental.

LEGISLAÇÃO:

O Plano Diretor é o instrumento básico da política do desenvolvimento e da expansão urbana, que contemplará as diretrizesdaordenaçãoterritorialedapolíticaurbanamunicipal,bem comodoplenodesenvolvimentodasfunçõessociaisdacidadeeda garantiadobem-estardoshabitantesdoMunicípiodasáreasurbanas erurais,comoestáexpressonaConstituiçãobrasileira,noEstatutoda CidadeenaLeiOrgânicadoMunicípiodeGoiás.

“ConstituiçãoFederal–CF“Art.182.Apolíticadedesenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bemestar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela CâmaraMunicipal,obrigatórioparacidadescommaisdevintemil habitantes,éoinstrumentobásicodapolíticadedesenvolvimento edeexpansãourbana”.

O Plano Diretor é sucessor do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado–PDDI,comoregistraNelsonSauleJúnioraotratardasua origem.

Depois da Lei Orgânica do Município, que é uma espécie de constituiçãodesteentefederativo,oPlanoDiretoréaleilocalmais importante. O Estatuto da Cidade (Lei Federal n. 10.257, de 10 de julhode2001)incluiuoPlanoDiretor,entreasváriascategoriasde instrumentosdeplanejamentomunicipal.

POTENCIALIDADES E PROBLEMAS:

PROBLEMAS

POTENCIALIDADES

Faltadeiluminaçãopúblicaadequada; Equipamentosparaexercíciofísicosemmanutenção; Faltadelixeirasnasviaspúblicasecalçadas; Lugarcomaltaumidadeporserpróximodorio,aumentandoo riscodeinfiltraçõeseoutrosproblemasnasedificaçõespróximas. Semespaçoadequadoparacriançasbrincaremcomsegurança; Áreaquepodesermaisarborizadacomfacilidadeporcontada umidadeequalidadedosolo; Aumentrarfluxodepessoasnaáreaeconsequentemente melhorarainfraestruturadalocalidade

GOOGLEMAPS.

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

No coração das históricas ruas da primeira capital de Goiás, a rua Araguary é um vivo testemunho da rica herança cultural e artesanal da comunidade afrodescendente. Lá, mulheres como Dona Alicinha, Dona Eva e Dona Rosângela moldam com maestria panelas de barro, não apenas para sustento, mas como guardiãs de tradições ancestrais. Ao fundo, o rio vermelho sussurra histórias de resistência e renovação, onde gerações de ceramistas negros, como Samuel de Sá em seu ateliê, mantêm viva a arte que transcende estigmas, conectando passado e presente. A presença dos boiadeiros, negros e pais de família, ressoa neste cenário, lembrando-nos da significativa contribuição para a identidadeculturaleeconômicadaregião.

O futuro Centro Cultural Afro Goiano será mais que um simples ponto de encontro;seráumsímboloderesistênciaecelebraçãodaidentidadeafrogoiana. Com uma arquitetura que dialoga harmoniosamente com a paisagem e o rio, o centro promoverá não apenas a preservação cultural, mastambémofortalecimentoeconômicoatravésdoapoioaoartesanato.

Será um espaço onde mães e famílias encontrarão não apenas uma expressão cultural, mas uma fonte de subsistência e orgulho, enriquecendo a comunidade com aprendizado e celebração de suas raízesprofundas.

ESTUDO DE PROGRAMA NARRATIVA CONCEITUAL

ÁREAS DE ESTUDO PARA INTERVENÇÃO

ÁREAS SELECIONADAS PARA INTERVENÇÃO

CIRCULAÇÃO

RUASDEACESSO

ANÁLISE CONTEXTUAL

ATELIERS

ANFITEATRO

PLAYGROUND

PARQUE ABERTO

SETOR ADMINISTRATIVO

DIAGRAMA DE PARTIDO

ATELIERS

PRÉDIO ADMISTRATIVO

ParaAdentrarParaTrabalharParaRelaxarParaExperimentar

Destinado às atividades de gestão e manutenção do centro cultural, esse prédio é projetadopararepresentartodososconceitos explorados pela presente proposta de intervenção. Nota-se uma malha estrutural marcante, somada ao trabalho em madeira que dá forma ao prédio. Além disso, as cores são exploradas para produzir um ambiente acolhedordestinado,dentreoutrasatividades possíveis,aotrabalho.

Asparedesinternassãomóveis,formadaspor portastipocamarãoquedividemoprédioem módulos. Essa decisão projetual possibilita várias configurações de planta, formando salas maiores ou menores consoante a atividadeàserrealizadanaqueleespaço.

ATELIER DE ARTE

CursodeArquiteturaeUrbanismo

Disciplina:ProjetoArquitetônicoII

Docentes:HaroldoFlauzinoeMarcosCortes

Discentes:AnaCarolina,PedroAndré;VictoriaMeireles

Pensando em atender a necessidade local de um espaço para a produção de peças de cerâmica, esse setor do projeto tenta não apenas garantir os meios necessários à manufatura da arte, mas também dar oportunidade ao artista de comercializar e expor sua obra.

Desse modo, o projeto conta com uma sequência de módulos móveis que, quando abertos, funcionam comotendasdeumafeira.

A escolha dos materiais tem como principal objetivo estabelecer uma hierarquia visual onde os elementos manufaturados ou os espaços destinados a liberdade criativa (as paredes brancas reservadas ao grafite) se sobrepõem aos demaiselementosestruturaisdoprédio.

Comportando um total de 10 fornos, esse sistema aproveita a estrutura do prédio para criar uma parede dupla cujo vão é utilizado como uma chaminé, sendo os pilares de concreto também aproveitadosparaseccionarasdiferentes saídasdefumaçadecadaforno.

Instalado em um setor de considerável declive, a solução encontrada pelo projeto foi a criação de dois platôs unidos por umlancededegraus

VidroIsolanteDuplaCamada
TelhaSanduíche

ANFITEATRO

CursodeArquiteturaeUrbanismo

Disciplina:ProjetoArquitetônicoII

Docentes:HaroldoFlauzinoeMarcosCortes

Discentes:AnaCarolina,PedroAndré;VictoriaMeireles

Coberturaem TelaSombrite com estampa estilizada.

O anfiteatro é uma estrutura destinada a diversas apresentações, enriquecendo e oferecendo à comunidadelocalocontatocomaarte,dançaepalestras,especialmenteasqueenvolvematividades afrodescendentes. O palco e as paredes são feitos de alvenaria, enquanto a estrutura da cobertura é deferro,pintadanacormarromparadarasensaçãodemadeira,ecobertaporumatelasombritecom estampa estilizada da cultura afro. Além disso, há um espelho d'água ao redor do palco, ideal para refrescaroambienteemmeioaocalorcaracterísticodeGoiás.

Na vista posterior do anfiteatro, observamos uma barreiraacústicanaturalproporcionadapelaspróprias árvores existentes no terreno, cuja localização foi cuidadosamente planejada com esse propósito específico.

Umadasconchasseprojetaemdireçãoaopúblico,formandoopalcoprincipaldaapresentação.Odesignacústicointeriorcriaumasuperfícierefletora queamplificaossonsdosartistas,envolvendoopúbliconojardim.Aoutraconcha,defrenteparaorio,proporcionaumaestruturamaisíntima,como umrefúgioparaapreciarossuavesmurmúriosdaságuasouossonsnaturaisdojardim,complementandoaserenidadedopasseioàmargem.

MASTER PLAN

ATELIER DE ARTE

PRÉDIO ADMINISTRATIVO

ANFITEATRO

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