REVISTA PROJETO - 20241 - Ana Esther, Kálita Cristina, Vítor Gianni e Wiza Araújo

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tatuarte

Ana Esther, Kálita Cristina, Vítor Gianni e Wiza Araújo

Universidade Federal de Goiás Arquitetura e Urbanismo

Projeto Arquitetônico II

3° Período - Turma IX

ME.

ME.

Orientadores:

Haroldo Dias Flauzino Neto

Marcos Vinicius Cortes Ferreira

pa² 2024

Este volume foi desenvolvido pela turma IX do 3º período do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Goiás - Campus Goiás, sob orientação docentes Me. Haroldo Dias Flauzino Neto e Me. Marcos Vinicius Cortes Ferreira da disciplina de Projeto Arquitetônico II no semestre de 2024.1. O objetivo é desenvolver um projeto arquitetônico contemporâneo de média complexidade para uso cultural, respeitando as características físicas, sociais, culturais, históricas e ambientais do local. O terreno está situado na Cidade de Goiás, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A presente edição da revista foi inspirada na coleção da "Revista PRJT2" da disciplina de Projeto Arquitetônico, do 3º período, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás (UEG), proposta pelos docentes: Ana Paula Silva da Costa, Fernando Camargo Chapadeiro e Rodrigo Santana Alves. Durante o processo projetual, os elementos como LUGAR, PROGRAMA, VOLUME, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA e MATERIALIDADE foram abordados em sala de aula através de orientações. Isso permitiu uma compreensão aprofundada das etapas que um projeto arquitetônico deve seguir até sua execução final, utilizando maquetes de estudo como suporte. Além disso, para expor as ideias geradas pela proposta, foram desenvolvidos diagramas de conceito e partido, destacando os elementos mencionados anteriormente.

Para alcançar os objetivos propostos pela disciplina, foi essencial integrar conteúdos de outras disciplinas, como Oficina de Expressão e Representação III e Sistemas Estruturais II. Essa intersecção de conhecimentos permitiu uma abordagem mais abrangente e detalhada, enriquecendo o processo de aprendizagem e aprimorando a qualidade do projeto arquitetônico desenvolvido.

O processo de projeto com desenhos e maquetes nas disciplinas iniciais do curso de Arquitetura é de fundamental importância para a formação dos futuros arquitetos. Essas ferramentas permitem aos estudantes visualizar e experimentar espacialmente suas ideias, facilitando a compreensão das relações tridimensionais e das proporções dos elementos arquitetônicos. Além disso, o uso de desenhos e maquetes estimula a criatividade, aprimora a habilidade de representação gráfica e promove uma melhor comunicação das propostas. Esse processo prático e visual também auxilia o corpo discente a identificar e solucionar problemas de design de forma mais eficaz, preparando-os para enfrentar os desafios mais complexos das etapas avançadas do curso e da prática profissional.

tema

Os centros culturais são espaços destinado a promoção da cultura através do incentivo a participação de manifestações de cunho artístico de modalidades diversas, ou seja, um local que busca atender desde o ensino até a exposição da cultura através da arte. Desse modo, é possível compreender a importância por trás de tais lugares que possibilitam o contato de comunidades com conhecimentos ainda não explorados.

Partindo de um objetivo de democratização de modalidades artísticas como dança e artes plásticas, visto que há uma relevância indiscutível da presença destes ambientes, foi proposto a construção de uma instituição de caráter público que proporcione a difusão de tais modalidades no bairro proposto da cidade de Goiás - Goiás, que até então não possuía acesso.

Ainda sobre o projeto, de modo central trate-se de uma instituição de ensino, produção e exibição artística pautado essencialmente na garantia ao direito a cultura para a comunidade ali vigente, como previsto na Constituição Federal.

Por fim, o desafio se resultará na execução de um projeto que atenda às necessidades projetuais ponderadas, além de abordar a arquitetura contemporânea no projeto da edificação. Sendo assim, feito de forma a proporcionar uma conversa com a tipologia arquitetônica do entorno que herda influências da arquitetura do Centro Histórico da cidade de Goiás.

lugar

O terreno do projeto se encontra na cidade de Goiás, trata-se de uma área extensa limitada pela Rua Araguari, Rua Padre Luís Gonzaga, Rua Joaquim Santana

Azevedo e Rio Vermelho. Ademais, mapas relatam uma expressiva ocupação territorial quanto ao seu entorno, desde o século XVIII. Isto por ser uma região próxima a um curso hídrico.

No ano de 1727 do século XVIII, Bartolomeu Bueno da Silva fundaria o Arraial de Sant´Anna, que em 1729 se tornaria um distrito, Santana de Goiás. Ainda sobe o domínio da Capitania de São Paulo, a então colônia seria elevada a posição de vila administrativa em 1736, recebendo o nome de Vila Boa de Goiás.

Em seguida, com a criação da Capitania de Goiás em 1748, e a chegada do primeiro govenador, Marcos de Noronha, cinco anos depois, a vila seria estabelecida como capital da região.

A Cidade de Goiás manteve-se como a capital do estado até 1934, quando a sede foi transferida para a cidade de Goiânia, por Pedro Ludovico Teixeira. Mudança essa fundamental para a preservação do seu meio ambiente natural e da arquitetura colonial vernacular que, na época, exigiu simplificação do modelo arquitetônico em sua construção.

A área se localiza em uma região de baixo fluxo, prioritariamente vindos da Tv. São Paulo e Rua Padre Luís Gonzaga, porém sua proximidade a Praça de Eventos e Rio Vermelho se tornaram potencialidades para o projeto.

A área do terreno apresenta dois acessos, um pela Praça de Eventos, e outro pela R. Araguari, o que caracteriza dificuldades quanto ao acesso. Ademais, conta com um declíve na direção oeste, formando um talvegue por onde corre o Rio Vermelho,sentidosudoeste.

A vegetação é predominantemente rasteira, mas percebe-se uma maior quantidadedeárvoresdecopagrande e média nas proximidades do rio, assim como em alguns lotes subutilizados. Desse modo, a paisagemétípicadocerradobrasileiro, contendo uma diversa gama de espéciesnativas.

Analisandoacartasolar,utilizando o programa SOL-AR, concluímos que os níveis de insolação são mais predominantes na direção norte, com a fachada leste tendo médiainsolaçãoduranteamanhã e a oeste alta durante a tarde, a fachada sul por sua vez recebe baixa insolação durante a maior parte do dia, com picos durante a manhã e a tarde. A partir da rosa dos ventos observamos a predominância dos ventos originários do nordeste, nota-se ventos mais úmidos vindos do oesteporcausadorio.

Com o mapa de uso do solo observa-se a predominância de um caráter residencial quanto ao tipo de uso do solo, principalmente em frente ao lote daintervenção.

Quanto a taxa de ocupação dos lotes, percebe-se que dentro do raio de 250 metros de análise, há uma predominância de alta intensidade de área construída em um único lote, ou seja,alémde70%deocupação.

Além disso, há também uma significativa parcela de lotes com uma quantidade média de área ocupada, até 70%. Enquanto que, lotes com baixa taxa de ocupação, até 50%, são minoria, como é o exemplo da Praça deEventos.

As vias próximas ao lote são classificadas como locais já que detém baixo fluxo de circulação de veículosepedestres.Valeressaltara presençadecul-de-sac.

A partir do estudo dos mapas, observamos que se trata de um bairroamplamenteresidencialcom edificações prioritariamente de um pavimento,nomáximodois.

projeto

A proposta projetual consiste na criação de espaços pedagógicos e com destaque aos espaços de exibição, além é claro, de ambiências que estimulem o lazer e a convivência.

O centro cultural de ensino e exposição artística possuirá, como elemento principal, as salas que atendam às necessidades particulares ao uso de cada modalidade artística no projeto empregado. Sejam elas, salas de dança ou salas de multiuso, para o artesanato e as artes plásticas (pintura, desenho, escultura e cerâmica). Além disso, contará com ambientes de exposição interno (galeria) e externo (anfiteatro), afim de prporcionar apreciação da diversidade nas atividades artísticas.

Outrossim, vale destacar que os espaços destinados ao lazer e a convivência, seram expressos principalmente pela praça de alimentação presente na edificação.

Portanto, foi avaliado uma concepção arquitetônica que instigue a continuidade.

Seja pelos blocos edificados que mesmo desmembrados ainda estão conectados por um corredor externo de circulação. Seja pelo acesso principal que induzirá a passagem pela galeria de exposição dando e continuidade aos demais ambientes, provocando assim uma conexão da comunidade com os aspectos culturais e artísticos .

de estudos

Croquis

Perspectivas

Implantação

Maquete volumétrica

diagramas de conceito tatu bola

O conceito do projeto é o tatu bola, animal silvestre típico do cerrado brasileiro. A partir do formato de bola que ele assume, surge a forma do projeto. Com o propósito de representar as texturas de sua carapaça, utilizamos o tijolo ecológico em todas as paredes, a telha Shingle Germânica na cobertura a vista, além de cobogós em madeira na área de circulação que interliga todos os blocos. Ademais, parte do bloco da biblioteca e o da praça de alimentação estão parcialmente enterrados.

O ponto inicial da proposta foi inserir o edifício de forma que intervisse o mínimo possível nas curvas de nível, e que também tivesse a distância segura do Rio Vermelho, a fim de manter a sua preservação. A partir de todas as análises, topográfica, térmica, e entorno, começamos a separar em qual sentidos o prédio ficaria posicionado, e a sua volumetria.

EscalaGráfica 2

lugar programa volume

Maquete topográfica

programa volume circulação materialidade

programa

O programa do Centro Cultural Tatuarte incentiva e reúne diversas atividades de arte e cultura através de cursos e oficinas; contendo espaços para exposição de acervos culturais e artísticos, anfiteatro para apresentações, dança, além de contar com biblioteca e áreas de convivências.

O projeto possui 6 blocos, mais o anfiteatro e parque infantil ao ar livre, e também uma pista de caminhada e o estacionamento.

Logo, assim que adentramos temos a galeria/exposição, em que a partir dela os usuários decidirá se irão para o setor educacional, convivência, administrativo ou serviço.

Porém, há também entradas exclusivas para os trabalhadores, como uma entrada que através da recepção leva para a área administrativa. E também há outra restrita, que é a da entrada de carga e descarga, dando acesso a área de serviço.

Por fim, o programa consta com uma ampla área de circulação, fazendo a integração com todo o prédio e com as outras áreas de lazer.

processos doprograma

Otipodetelhadoescolhidofoiodotipo shed, para uma melhor ventilação e iluminação natural, com telhas do tipo germânica e estrutura metálica, por ser maisleveealcançarvãoslongos.

A cobertura de três blocos terá telhado verde, garantindo um excelente conforto térmico.

Para reforçarmos o fluxo, foram criadas três entradas: a de pedestres, carga e descarga e a destinada aos automóveis, por isso houve a necessidade de pavimentar o cul-de-sac.

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