Cleidiane Araújo ◼ Damião Pereira Ícaro Fernandes ◼ Ivan Oliveira ◼ Mariano Dutra Paloma Santos ◼ Prentice Costa ◼ Gonzaga Júnior Helder Macedo [organizador]
Geneapoesia
Sumário Geneapoesia...................................................................................................... 05
Helder Macedo Três poemas descendentes .......................................................................... 09
Ícaro Fernandes Impressões........................................................................................................ 17
Cleidiane Araújo Origens enraizadas ......................................................................................... 25
Mariano Dutra Recordações ...................................................................................................... 32
Paloma Santos Ana ....................................................................................................................... 38
Damião Marcos Histórias e gerações ....................................................................................... 46
Ivan Oliveira
Poesia amarela................................................................................................. 54
Prentice Costa Uma alquimia genealógica ........................................................................... 62
Gonzaga Júnior Recordatório da disciplina ............................................................................ 71
Helder Macedo Sobre os autores ............................................................................................. 79 Ficha técnica ..................................................................................................... 83
Geneapoesia Em plena pandemia causada pelo Covid-2019, no chamado Período Letivo Suplementar Especial (2020.5), ministrei, no Curso de História, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), Campus de Caicó, o componente curricular, optativo, Seminário de História do Brasil IV –
Pesquisa Histórica e Genealogia no Brasil. As razões para a oferta da disciplina estão ligadas à minha experiência de quase trinta anos com pesquisa genealógica, ligada à história de famílias que moraram nos Sertões do Seridó de antanho, bem como, à tentativa de demonstrar de que maneira, academicamente, se pode utilizar da Genealogia em pesquisas científicas, no âmbito do Curso de História. Há uma outra motivação, também: com o fetiche criado em torno da ascendência sefardita, que possibilitou a concessão de nacionalidade portuguesa por naturalização, a partir de 2015, observa-se uma verdadeira corrida em busca da ancestralidade. A disciplina, pois, foi pensada, para que pudesse fornecer, aos discentes matriculados, noções mínimas de como se montar a própria árvore genealógica, de modo a não se precisar pagar altas somas por serviços particulares de genealogistas.
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E, ao mesmo tempo, procurei explorar, dentro das nossas discussões, a importância de se fazer genealogia com todo o amparo ético possível, para não utilizar, apenas, o conhecimento sobre os ancestrais como moeda de troca – para obter nacionalidade portuguesa, por exemplo. Do mesmo modo, para que não se caia na falácia de hipervalorizar uma origem única – branca e de origem ibérica, como, durante muito tempo, se pensou que fosse, em se tratando das histórias locais de municípios sertanejos do Seridó. O interesse de alunos e alunas pela disciplina ficou bastante marcante em cada uma das nossas aulas síncronas, utilizando a plataforma do Google Meet, ou mesmo nas atividades assíncronas. Numa destas, em que eu solicitei a pesquisa, na internet, de poemas que tratassem de temas como família, ancestralidade, genealogia, uma pergunta de uma aluna me deixou inquieto. Ela perguntara se, ao invés dos textos capturados em sítios virtuais, poderia postar, no Fórum da Turma Virtual do Sigaa, um poema autoral. Meus olhos brilharam! Em nosso grupo do WhatsApp – e, depois, via Sigaa – informei à turma sobre esta possibilidade. Oito discentes produziram poemas tratando de temáticas discutidas durante a disciplina. Fizeram, pois, geneapoesia, ou seja, genealogia por meio da poesia. A partir da produção autoral desses e dessas discentes, passei a trabalhar, junto a este grupo, a organização deste zine. Manejando a linguagem artística, pois, falaram de família, de ancestralidade, de genealogia. Falo de oito
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discentes de diversas cores, credos e procedências, alguns da Paraíba, outros do Rio Grande do Norte, do Seridó e do Trairi. O zine é dividido em oito capítulos principais. Em cada um deles, a página de abertura é uma fotografia colorida, com o título do poema e autoria. Segue-se, nas páginas posteriores, o poema, decalcado em páginas com a mesma fotografia, agora, monocromática, no plano de fundo. Posteriormente, apresenta-se a árvore genealógica construída durante a disciplina, a partir de pesquisa oral e documental e que verti para o modelo que se obtém no software Genopro. Pedi ao grupo que também incluísse uma fotografia de família, que, para cada um deles(as) fosse representativa em termos de afeto. O capítulo conclui com um relato, em forma de prosa, sobre a própria genealogia, seguindo as orientações do que discutimos durante a disciplina, isto é, de não permitir que uma árvore genealógica seja, apenas, sucessão de nomes e datas, mas, que contenha fatos históricos, tramas, dores, alegrias, corpos e almas, a partir dos ditamos do que nos ensina o professor António H. de Oliveira Marques. Todas as fotografias, de minha autoria, foram feitas em algum dos sertões do Seridó e lembram o modelo visual que, desde séculos, vem sendo utilizado para representar a ascendência ou descendência de pessoas: a árvore, com seu tronco, seus galhos, folhas e flores.
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Após os oito capítulos, incluímos um Recordatório da disciplina
Seminário de História do Brasil IV – Pesquisa Histórica e Genealogia no Brasil, com uma síntese de nossas discussões e atividades. Agradeço ao amigo Emerson Paulo, que, gentilmente, cedeu a fotografia para a capa de Geneapoesia. E, aos discentes matriculados na disciplina, no período 2020.5, que, em tempos de tantas dores e incertezas, deram, a este professor, alegrias de diversas grandezas.
Helder Macedo Professor do Departamento de História UFRN – CERES – Campus de Caicó
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Ă?caro Fernandes
TrĂŞs poemas descendentes
1 Eu que tenho dois pais E por conseguinte quatro avós Que por sua vez me levam a oito bisavós. Seguindo nomes tão vastos Sou filho do mundo inteiro E se um dia eu for pai E se um dia eu for avô E se um dia eu for bisavô. Tendo tantos descendentes Serei pai do mundo inteiro
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2 É no olhar do espelho sobre minha face Que vejo o sorriso de minha mãe O olhar de meu avô O queixo de meu pai Os lábios de minha avó
De quem mais seria meu nariz? Meus dentes tortos? Meu cabelo cacheado? Minhas orelhas? É vendo-me que entendo Que todos antes de mim Com a agulha de sangue Emendaram um pedacinho Às vezes sobrepujante Às vezes discreto Sendo eu colcha geracional Retalhos de gente
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3 Rodrigo foi pai de Afonso Que foi pai de Eugênia Eugênia foi mãe de Elias Que foi pai de Roberto Roberto foi pai de Maria Que foi mãe de Alice Alice, por fim, foi mãe de Artur E Artur odiava negros
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Artur, branco e brasileiro, acreditava em sua raça pura Alice era branca Maria era branca Roberto era branco Mas Elias era mestiço Eugênia era mestiça Afonso também era mestiço E Rodrigo era negro e escravo e foi alforriado pela filha do antigo dono para se casar com ela
Ícaro Fernandes
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Valentim Fernandes de Arruda
Luzia Fernandes de Arruda
Sinval Fernandes de Arruda
Marcos Túlio Fernandes
Manoel Rosa dos Santos
Hermina Felisbela da C onceição
Nalva Rosa dos Santos
Sebastião Pereira da Silva
Raimunda Maria de Souza
Pedro Pereira da Silva
Maria de Lourdes Pereira de Medeiros
Francisca Idalina de Souza
Antonio Martins de Medeiros
Ana Maria de Jesus
Josefa Inês de Medeiros
Legenda
Ícaro Fernandes
Árvore Genealógica de Ícaro Fernandes
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Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família e RG’s e certidões de nascimento e óbito (pais, tios, avós, bisavós)
Da esquerda para direita: Maria de Lourdes Pereira de Medeiros, Marcos Túlio Fernandes, Júlia de Medeiros Fernandes e Ícaro de Medeiros Fernandes ◼ Acervo pessoal ◼
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Por dentro da família Meu nome é Ícaro de Medeiros Fernandes e sou natural e residente de Caicó. Sou da família Medeiros de Caicó e Fernandes de Riacho dos Cavalos, na Paraíba. Meus ancestrais que tenho mais conhecimento são Valentim de Arruda e Luzia Fernandes, avós paternos do meu pai. Valentim era um fazendeiro de Riacho dos Cavalos e Luzia tinha ascendência indígena. Após a morte dela, Valentim distribuiu seus filhos a conhecidos e meu avô, ainda criança, acabou por ser adotado por Antônio Olímpio Maia, político de Brejo do Cruz e, pelo que sei, responsável por levar a energia elétrica para a cidade, mas que não considerou meu avô como filho. Da parte dos meus ancestrais maternos, da família da minha avó, temos algumas suspeitas sobre termos alguma ascendência de judeus portugueses, por uma questão fenotípica, e da parte de meu avô, a ascendência africana.
Ícaro Fernandes
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Cleidiane Araújo
Impressões
Eu voltei à poeira, ao início de mim, eu diria, Às minhas lembranças? Sim e não. Vejo rostos, datas, lugares que não são meus, alteridade e um eu científico em um jogo genealógico Como em um quebra-cabeça de mim, Pouco a pouco o reconstruo... Teço os galhos da árvore com o bordado da “bisa” que o ensinou à minha avó. Nesse tecer eu sorrio, choro, dou gargalhadas E no meu sorrir os sorrisos de ontem estão aqui, No chorar, o tempo reconhece a minha fisionomia, Nela, a face das minhas ancestrais... as gargalhadas costuram com humor as dores e as delícias de sermos um só em muitos, como a colcha de retalho da casa da vó. No meio das páginas, bordado, quebra-cabeça, reflito... O tempo e o espaço que conheço conhecem as lutas dos meus, o salgado das lágrimas diz muito sobre o amargo das dores do que se repete, o tempo e o espaço estão em nós, no suor, no sangue, no ser e pertencer... Fecho o livro e vejo um sorriso orgulhoso acompanhado do meu exato olhar de gratidão, impresso em outra face, as ciências diriam que são os seus traços impressos em mim, perpassaram décadas, séculos, eles venceram o tempo e estão em nós e entre nós.
Cleidiane Araújo
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Francisco Febrônio
João Inácio de Oliveira
Maria Francisca da C onceição
Manuel Josué de Araújo
Porfíria Adelina de Oliveira
Benedito Barbosa da Silva
Maria das Dores da Silva
Sebastiana Alice de Araújo
Geralda Alice de Araújo
Manoel Inácio de Oliveira
Legenda
Antonio Honorato de Araújo
José Marcone de Oliveira
Terezinha Alves de Araújo
Iolanda Alves de Araújo
Árvore Genealógica de Cleidiane Araújo
Cleidiane Oliveira
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Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
Terezinha Alves de Araújo, avó de Cleidiane Araújo ◼ Acervo pessoal ◼
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Reconstrução Optei por narrar a partir do ancestral mais antigo por parte de mãe, por ter mais contato com sua história e, apesar de não ter conseguido datas para ele, suponho que seja o mais antigo de toda a minha árvore genealógica. Refiro-me a José Honorato, meu trisavô. Ele era de Jucurutu/RN, levou seu filho, Manoel Honorato, meu bisavô, para morar no sítio Baixio, no mesmo município, na nascente fazenda de seu parente. Manoel chegou aos 7 anos e aos 10 ficou morando e trabalhando com sua madrinha, esposa do fazendeiro. Só indo embora para a casa da filha dos patrões, em Caicó, por se encontrar debilitado, aos 103 anos, idade em que faleceu. Manoel cresceu e construiu sua família trabalhando com essas pessoas, sendo gerente, alternando entre as fazendas Baixio Velho, Tetéu (1938) e Baixio Novo, todos município de Jucurutu, e Carapebas (atual Afonso Bezerra), propriedades da mesma família. Seus filhos cresceram, e em aproximadamente, 1943, houve o episódio de assassinato de sua filha caçula, Sebastiana, de 14 anos, pelo noivo, irmão da professora da escolinha da fazenda, por uma recusa de casamento. O dito noivo, em seguida, cometeu suicídio ou foi assassinado pelo irmão da noiva. Pelo poder político e econômico que o seu patrão tinha, a versão que ficou para a justiça é a de suicídio, porém, segundo narrativas orais, colhidas entre minha família, a julgar pela localização dos ferimentos, essa versão é absurda.
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Segundo a narrativa da sua filha Iolanda Alves, minha mãe, meu avô casou com minha avó, Terezinha Alves, sua prima em segundo grau, em 1956 (informações confirmadas pela certidão de casamento) e foi para o sítio Montanhas/Amarelas, trabalhar para outro casal. Após muito trabalho e algumas perdas de filhos pelos mais diversos motivos, conseguiram comprar a fazenda do mesmo casal e terminaram de cuidar de sua família com a criação de bovinos e animais de pequeno porte, cultivo de algodão e lavouras para subsistência, quando financeiramente, as coisas começaram a melhorar. Minha mãe conta que sempre se envolveu com trabalho pesado braçal, com um pouco mais de dedicação, e a partir de uma ovelha que ganhou do padrinho – pois seu pai só incentivava a criação de animais para os meninos – foi trabalhando e aos poucos conseguindo comprar seu próprio gado, que foi se multiplicando. Então, casou com meu pai em 1996, apesar de muitas pessoas contrárias a essa união. Inicialmente moraram em uma casa de taipa, construção de madeira e argila, e depois de morarem com os meus avós maternos, encontraram uma propriedade próxima e após o meu nascimento, no ano de 2000, a compraram. Com relação à montagem da árvore genealógica, fui privilegiada com relação às informações relativas à minha linhagem paterna, pois minha avó ainda viva me passou não só os nomes dos seus pais, como dos seus avós e dos seus sogros, pais do meu avô paterno. Na materna, foi um pouco
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mais complicado por serem pessoas mais velhas e meus avós já terem falecido. Mas, consegui os registros de nascimento dos dois e a certidão de casamento no religioso, o que me deu os nomes dos pais, as datas de nascimento e os lugares de onde cada um é natural. Além de um texto confidencial que chegou às minhas mãos por via de um membro da família tratada na narrativa. Neste documento consegui o nome do meu trisavô e de alguns dos seus filhos, além de datas que eu não tinha inicialmente, o que contribuiu com a minha pesquisa pela vertente materna. Também consegui o nome da minha trisavó por parte da minha avó materna por meio de relatos orais da minha tia Maria, a mesma que forneceu as certidões de nascimento e casamento dos meus avós. Durante toda a construção da árvore tivemos dificuldade em constatar datas específicas relacionadas aos ancestrais mais recuados, pela ausência de documentação conhecida e dificuldade de acesso a entrevistados que tivessem guardado essas datas na memória.
Cleidiane Araújo
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Mariano Dutra
Origens enraizadas
Através das linhas de um heredograma Compreende-se a vida de uma família, Levando o pesquisador a uma alta gama De informações sobre as avós, mães e filhas. Em questão de um assunto genealógico, O método onomástico pode ser utilizado Para que possamos ver de um modo lógico A vida e afazeres que fizeram as pessoas do passado. Fazendo uma busca por nossas origens Encontraremos uma série de dificuldades, Pela pouca informação que tem os antigos personagens. A árvore genealógica agrupa pessoas como orvalhos, Pois são adicionados vários personagens, Colocando um no tronco e o restante nos galhos.
Mariano Dutra
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Adelino Alves da Silva
Francisca Maria da C onceição
Sebastião Adelino da Silva
Severino Francisco da Silva
Francisca Silva dos Santos
Quitéria Maria da C onceição
Antonio C osmo Dutra
Severina Dutra
Francisco C osmo Dutra
João Dutra Primo
Ângela Francisca de Souza
Angelina Dutra de Almeida
Legenda José da Silva Santos
Mariano Dutra
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Maria de Fátima Dutra
Árvore Genealógica de Mariano Dutra Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
Da esquerda para direita: Manoel de Freitas Alves e esposa, Maria José Dutra; Maria de Fátima Dutra, José Mariano Dutra da Silva e José da Silva Santos; Antonio Cosme Dutra Neto. Parentesco em relação a Mariano Dutra: Maria José e Antonio Cosme, tios; José da Silva e Maria de Fátima, pais. ◼ Acervo pessoal ◼
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Minha árvore genealógica Essa pesquisa que fiz me forneceu várias informações a respeito dos meus antepassados. Tive algumas dificuldades por parte dos bisavós por parte de pai e de mãe. Contudo, em minha própria residência, encontrei certidões de óbito dos meus avós e, juntamente com minha certidão de nascimento, comprovei o nome da minha avó por parte de pai, que tinha dúvidas. As outras certidões estão, provavelmente, em outra cidade. Começando pela primeira geração tenho bisavós de minha mãe e meu pai. Sobre minhas bisavós maternas, não tenho muitas informações, somente que os pais de minha avó viveram em Jardim de Piranhas-RN e faleceram na mesma cidade. Os pais do meu avô viveram no Sítio Gangorrinha, município de São Bento-PB, e faleceram no mesmo sítio, sendo que os quatro eram agricultores. Já os bisavós paternos, os pais da minha avó, nasceram, se criaram e faleceram no município de Catolé do Rocha-PB. O marido dela era sapateiro. Os pais do meu avô nasceram, se criaram e faleceram em Brejo do Cruz-PB, sendo, ele, celeiro e, ela, dona de casa. Os meus avós maternos foram em seguida nessa segunda geração. Meu avô era do Sítio Gangorrinha, no município de São Bento-PB.
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Seguindo a profissão do pai, se tornou agricultor e faleceu no mesmo sítio. Minha avó era de Jardim de Piranhas, sendo dona de casa e falecendo em São Bento. Dos meus avós paternos, o avô era natural de Brejo do Cruz-PB, sendo agricultor e a avó era de Catolé do Rocha, sendo dona de casa. Mas, vieram a falecer em São Bento. Na terceira geração vem meus pais. Minha mãe é originária do Sítio Gangorrinha, e vive casada com meu pai. Meu pai nasceu em Catolé do Rocha, mas passou grande parte do tempo na cidade de Brejo do Cruz-PB, mas, veio para São Bento e vive com minha mãe, desde então. Quarta geração chega a mim. Nasci em Catolé do Rocha e no momento sou estudante de História na UFRN – CERES – Campus de Caicó. Atualmente, moro em São Bento, com os meus pais.
Mariano Dutra
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Recordações
Paloma Santos
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Dando um salto no passado e Mergulhando nas lembranças Acho nos porta-retratos [e nos papÊis amassados [marcas de uma infância.
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Ouvindo uma vastidĂŁo de histĂłrias, sigo assim tentando encontrar um caminho, Para um passado que outrora era totalmente desconhecido.
Hoje com cartas rasuradas, fotos amareladas e lembranças quase apagadas, Adentro nesse caminho sabendo que o final poder ser um dia totalmente esclarecido.
Paloma Santos
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Maria Leite da Silva
Dicaldi José Vicente
José Vicente Neto
Lázaro Lucena Vicente
José Maurício de Lucena
Maria dos Anjos da Silva
C ícera Adelina Lucena
José Vicente da Silva
Maria Avelina da C onceição
C ícero C ândido
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Joana Raimunda da C onceição
Rita dos Santos Ferreira
Francilene dos Santos Ferreira
Legenda
Paloma dos Santos Vicente
Árvore Genealógica de Paloma Santos
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Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
Da esquerda para direita: Rita dos Santos Ferreira e Cícero Cândido Ferreira, avós de Paloma Santos ◼ Acervo pessoal ◼
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Minha árvore genealógica Me chamo Paloma dos Santos Vicente, natural e residente e natural em São Bento-PB. Resido na comunidade Terra Nova, que, há pouco tempo, obteve seu reconhecimento como comunidade quilombola. Tenho, assim, ambas as famílias, tanto materna (Santos), quanto paterna (Vicente), origem afrodescendente. Na busca de informações para a construção da minha árvore genealógica, o maior desafio foi a procura de datas de nascimento e falecimento dos meus antepassados. No entanto, ainda consegui obter os nomes completos dos meus trisavós paternos, porém não evoluí muito nesse quesito, desde então. O site Family Search foi de grande ajuda na organização e montagem da minha árvore, entretanto não me auxiliou tanto na pesquisa, tendo em vista que, por ter só os nomes como base, isso deixou minha investigação muito ampla e inconsistente. Levando isso em consideração, não fiz muito o uso do site em sua forma mais específica de pesquisa.
Paloma Santos
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DamiĂŁo Pereira
Ana
Certa noite, uma menina abraçou uma das árvores do bosque e a escalou. À medida que colhia frutas para devorar durante o caminho de volta, viu que em seus sabores haviam épocas, vivências e espaços. Sua sacola de plástico, em poucos minutos, ficou repleta de Pereiras e Silvas, as suas preferidas. O triste é que as frutas mais saborosas ficavam no pico das árvores e era preciso ser eterno para gastar-se em ancestralidade e se tornar capaz de apreender as dádivas do topo existencial, Antes do sol nascer.
Damião Pereira
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Rosendo José da Silva
Josefa Eugênia dos Prazeres
José Rosendo da Silva
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Izabel Maria da C onceição
Josefa Luiz Alves da Silva
Francisco Xavier de Maria
Ana Maria da C onceição
Pedro Pereira Neto
Maria Veneranda de Jesus
Legenda Francisco de Assis Silva
Damião Marcos Pereira Silva
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Ana Maria Pereira Barros
Árvore Genealógica de Damião Pereira Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
Ana Maria (2007), mãe de Damião Pereira ◼ Acervo pessoal ◼
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Alguns detalhes Até o momento, o meu ancestral mais recuado, que a sondagem conseguiu localizar, fora o meu trisavô materno, por nome de Pedro Pereira. O mesmo viveu no sítio Cruzeta Velha e casou-se por lá com minha trisavó, Romana Maria. A julgar pela data de nascimento do meu avô materno, Pedro Pereira Neto, que nasceu em 1914, suponho que este meu ancestral tenha vivido por meados do século XIX, e que na dita Cruzeta Velha tenha gerado a minha bisavó materna, Ana Maria da Conceição. Ela, juntamente com sua família, viveu por muito tempo na dita região. Inclusive, fora lá que meu bisavô materno, Francisco Xavier de Maria, casou-se com a que seria uma das rezadeiras expoentes do sítio Cruzeta Velha, Ana Maria da Conceição, a qual fora reconhecida popularmente como “Mãe Aninha”. Ainda sobre meu bisavô materno, soube que o apelido que minha família materna carrega, “Tapuia”, advém dele. Francisco Xavier de Maria era sanfoneiro, e conhecido por ser bastante tímido. Devido ao fato deste último se apresentar de costas para o público e ao tocar se mostrar um tanto introvertido, o apelidaram de Tapuia. O fato é que da união entre ele e minha bisavó, Mãe Aninha, descendeu meu avô materno, Pedro Pereira Neto. Ele casou-se com minha avó materna, Maria Veneranda de Jesus, em 1947, e gerou dez filhos com a mesma: Cosme Pereira, Damião Pereira (gêmeos os quais morreram de sarampo, com apenas seis meses), Francisco Pereira (morreu com apenas três meses, vítima de cólera), Augusto Pereira dos Santos, José Pereira Dias, Maria Gorete Pereira, Ana
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Maria Pereira (minha mãe), Manoel Pereira da Conceição, Francisco Pedro Pereira, e José Pereira dos Santos. Todos permanecem vivendo na já mencionada Cruzeta Velha. Contudo, o sítio Cruzeta Velha, no qual meus avós viviam, era propriedade de Dr. Demésio e devido ao meu avô ter assediado sua mulher, a família dos meus avós maternos foi expulsa desse sítio e passaram a morar no Alto da Boa Vista, ainda em Cruzeta. Minha mãe recorda que tinha por volta de doze anos quando foram para lá, e seu irmão Francisco Pedro Pereira, sete. Minha mãe e seus irmãos passaram a morar no Alto da Boa Vista, ainda em Cruzeta/RN. Contudo, o então governante da cidade, conhecido popularmente como Medeirinho, doou apenas o terreno da nova casa para meus avós. Sendo assim, coube ao meu avô em consonância com um seu velho amigo iniciarem a construção de sua nova casa (desta vez, de taipa). Quando moravam no sítio Cruzeta Velha, a casa era de tijolos e telhas e, após o dito assédio que meu avô cometeu, meus avós ficaram vivendo na casa da mãe de minha vó. Com o passar do tempo e já em sua nova casa - ainda em Cruzeta, mas agora no Alto da Boa Vista - tudo parecia ir bem até que meu um de meus tios (Francisco Pedro Pereira) começou a cometer uma série de crimes durante a sua adolescência, passando a vandalizar as plantações e propriedades que lhe batiam na telha. Minha mãe, em consonância com sua família, foram expulsos das imediações do Alto da Boa Vista e obrigados a deixar Cruzeta por volta dos anos 1980, partindo, a pé, para Florânia. Para ser mais preciso, para o sítio da Serra do Cajueiro, que pertencia a
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“Pedro Caraôia”. E lá viveram e trabalharam na agricultura, especialmente com o algodão. Contudo, o mesmo se repetiu e meu tio, Francisco Pedro Pereira, cometeu outros crimes por lá. Dessa vez, foram obrigados a deixar sua moradia em um prazo de vinte e quatro horas. Já que viviam do trabalho nas proximidades da Serra do Cajueiro, o destino mais viável foi se mudar para Florânia - falo da cidade urbanizada, em si e não dos sítios. E isso o fizeram, chegando ao ponto de minha mãe ter que se desfazer dos presentes - três vacas - que sua madrinha por parte de mãe, Cícera, lhe dera, em prol da aquisição de um terreno para sua família viver, em Florânia. Já nessa cidade, e não mais na Serra do Cajueiro, meus avós e seus filhos conseguiram comprar um terreno no Bairro Rainha do Prado e ali se estabeleceram a partir de então.
Damião Pereira
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Ivan Oliveira
Histórias e gerações
De Luís a Francisco, de Manoel a João De Auxiliadora a Francisca, de Cristina a Benigna Seja Gomes ou Oliveira, seja Roque ou Silva Aqui se tem a história de uma família Nem tradicional nem culta, tão pouco uma história curta De gerações e incertezas, da pesca ao roçado Do campo e do trabalho, das salinas [à sala de aula De tudo aqui se encontra, [ambulante ou formado Um povo de espírito cansado, [de muito trabalho [e poucos relatos Genealogia complicada, [de documentos escassos, [mas de histórias incontáveis
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De longe um desafio prazeroso, reconectar laรงos Conectar os fatos, procurar os retratos Tudo por um trabalho, aliรกs, muito mais Tem histรณrias que nem o tempo consegue impedir de contar
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De Joaquim e Nathanael e as suas Franciscas De dona Chica e Chiquinha de tantas memórias vividas Como não lembrar, é preciso contar Tantos filhos e netos, hoje até bisnetos Como eu queria encontrar, onde foram parar De tudo eu faria pra todos esses laços [poder mais uma vez juntar Por agora ainda não foi possível, [mas, sim, eu insisto Essa história não vai morrer, [a seca hoje é do papel oficial Mesmo não sendo igual [à de água [deixa com sede [quem a escreve Saibam que ainda não acabou, [um dia esse escrito ainda será concluído.
Ivan Oliveira
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Luís Gomes de Oliveira
Margarida Gomes Oliveira
Nathanael Gomes
Francisco Rodrigues
Francisca Rodrigues
Maria Auxiliadora da Silva
Manoel Joaquim de Oliveira
Maria Benigna de Oliveira
José Joaquim de Oliveira
João Roque da Silva
C ristina Roque da Silva
Francisca Roque de Oliveira
Legenda Ivo Gomes da Silva
Maria de Fátima Roque Gomes de Oliveira
Ivan Christian Gomes Oliveira
Árvore Genealógica de Ivan Oliveira
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Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
José Joaquim de Oliveira, avô materno de Ivan Gomes ◼ Acervo pessoal ◼
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Minha árvore genealógica Chamo-me Ivan, Ivan Christian Gomes Oliveira, e, como o nome já diz, sou da família Gomes e Oliveira. Sou natural de Jucurutu, assim como minha família. E, do meu lado materno descendo da família Roque. As minhas dificuldades foram, sobretudo a falta dos documentos oficiais devido a ter uma família bastante extensa e os documentos dos parentes mais antigos estarem espalhados ou perdidos por muito tempo. Como também, os parentes antigos serem da zona rural e não tendo assim documentos. No lado paterno da família, meu avô teve várias uniões e posteriores ao nascimento do meu pai, o que gera vários descendentes desconhecidos ou que eu não tenho contato. Mas, essa busca se mostrou empolgante, então, sigo persistindo na procura de nomes e documentos com parentes distantes.
Ivan Oliveira
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Prentice Costa
Poesia amarela
De novidade, as coisas por aqui estão caminhando um tanto diferente e, eu diria que, na nossa linguagem de pôr do sol, a lua minguante deixou de existir, as ilusões foram embora tomando distâncias, e acabamos deixando algumas sementes de girassóis plantadas pela vida. Mas, nem por isso, esses acontecimentos, de alguma forma, provocaram justificativas de felicidades, cumprimentos de promessas. Apesar disso, não se preocupe, estamos bem. Continuamos por aqui. Junto com o sertão, que continua lindo quando chove, que prossegue em [correnteza, perto das escolhas de antes do tempo das acerolas, fazendo questões de serem repetidas, [feito sono inacabado de verão.
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De qualquer forma, é assim que as coisas estão: miragens de um futuro distante, lembranças de ti, em bem feito-coração. Ora, sua lembrança hoje é como pensar no quando do dia em que nos encontrávamos nublados e, apenas, sentados na cozinha, parados ficamos, a olhar a neblina, que caía, à vista da porta do muro... E, assim, desde então, a chuva, apesar de fria, se tornou aconchegante e quente. Quente igual uma, das muitas quedas, daquela Caloi azul, em uma época de 92. Quente igual uma época de sonhos parados, de querer concreto e vontade por meio da realização. Quente igual a herança de memórias, de olhos grandes [percorrendo o tempo, os versos de nossa poesia amarela.
Prentice Costa
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João C osta Soares
Maria da C onceição Soares
Benedito C osta Soares
João Fonseca da C osta
Francisco Egídio da Fonseca
Rita Bezerra da Fonseca
Veneranda Bezerra da Fonseca
Manuel Ramos da Silva
Ana Maria da C onceição
Severino Ramos da Silva
Rita de C ássia da Silva C osta
Antonio Luiz Trajano
Maria da C onceição Trajano
Berenice Trajano Ferreira
Legenda
Prentice Geovanni da Silva Costa Árvore Genealógica de Prentice Costa Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
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João Fonseca da Costa e Rita de Cássia da Silva Costa com a filha, Rita Berenice da Silva Costa. Pais e irmã de Prentice Costa ◼ Acervo pessoal ◼
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61 Ancestralidades Meu nome é Prentice Geovanni, residente em Santa Cruz/RN. Pertenço à família Costa, por parte de pai e, Silva, por parte de mãe. E, fazendo uma entrevista inicial com os familiares de casa (mãe e avó), consegui descobrir uma repetição de nomes por parte dos meus ancestrais. Achei curioso e singular, como se fosse uma existência continuada. E, procurando por algum relato específico, logo de início, percebi na narrativa da minha avó: "é um povo bruto, a mãe do seu avô, ele me dizia, que era puxada para parte de índia... e é mesmo, veja sua tia (filha, irmã da minha mãe)". E, realmente, esses relatos e eventos batem. Mas, não sei até que ponto. Ela relatou, também, que nasceu em Araruna/PB e que sua mãe em São Tomé/RN e seu pai em Serra de Dona Inês. Já a parte da família do meu pai é mais difícil de saber alguma coisa, pois ele já é falecido. Percebi, também, que toquei um pouco na ferida da saudade quando perguntei sobre os parentes dele à minha mãe. Enfim, faz parte do processo. Por fim, fiquei bem reflexivo com a importância do nome nas horas das buscas. E, no mais, está sendo um processo bem interessante de apreensão da identidade e patrimônio familiar.
Prentice Costa
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Gonzaga Júnior
Uma Alquimia Genealógica
Raízes sólidas, profundas Longas como as de Algaroba Tronco, galhos, ramificações Diversas como as de Jurema Copas altas, densas, frondosas Como as de um pé de Manga Rosa
Ramos unidos por consanguinidade Costumes, crenças, tradição Memórias vividas, vívidas, Revividas, ressignificadas Nomes, prenomes, sobrenomes Replicados de geração em geração
Árvore umbrada, carregada Fruto cheio de polpa e sementes Tal e qual o fruto Romanzeira, Cresce, espalha-se, alimenta Converte semente em fruto, Transforma fruto em semente
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Faz brotar novas famílias Torna arte o contar gente Colhe o fruto, busca semente Da alquimia botânica Gera vida, mistura o acaso Faz nascer (pré)destino
Origens, histórias, memórias Contos, cantos, canções Vivências e práticas doutros tempos Passadas, às cegas, entre gerações Encontros, reencontros e desencontros Laços, pontes, pertencimento
Gonzaga Júnior
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Luiz Gonzaga
Maria Ester das Neves
Matias Gonzaga
Francisco das C hagas Gonzaga
Antonio Inácio Rodrigues
C ícera Rodrigues
Maria Rosa da C onceição
José Juvino de Souza
Joaquina Gomes da Silva
Antonio Juvino de Souza
Dalmira Maria de Souza
Francisco de Araújo Silva
Alice Araújo da Silva
Damiana Remígio de Araújo
Legenda
Francisco das Chagas Gonzaga Júnior Árvore Genealógica de Gonzaga Júnior
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Elaboração com base em tradição oral recolhida junto à família, certidão de nascimento própria e dos pais e certidão de casamento dos avós
Antonio Juvino de Souza (1929-2001) e Damiana Araújo de Souza (1946-2020). Avós de Gonzaga Júnior. ◼ Acervo pessoal ◼
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Genealogia Foram realizadas pesquisas preliminares a partir da consulta a familiares próximos acerca dos ascendentes de Francisco das Chagas Gonzaga Junior - que convencionamos, doravante, chamar apenas pelo prenome, para que não haja confusão com os dados dos ascendentes, mais adiante. Foram consultados Francisco Fábio Gonzaga, Dalmira Maria de Souza e Maria Araújo da Silva, tio paterno, mãe e tia-avó materna de Francisco das Chagas, respectivamente. Francisco Fábio e Maria Araújo concederam as informações oralmente, já que não dispunham de registros oficiais - certidões de nascimento, casamento ou óbito - de parentes recuados, especialmente dos bisavôs - de Francisco das Chagas - em diante. Todavia, os relatos orais são também documento, não cabendo questionar a “veracidade” ou não das informações concedidas, pois, a medida que forem encontrados registros físicos - nos formatos citados anteriormente - entre os parentes ou mesmo nos bancos de dados paralelos ao FamilySearch, os dados serão atualizados. As informações recolhidas até o presente momento são fragmentadas. Isto é, não se tem certeza sobre o local de nascimento, da data de nascimento e de óbito de alguns dos ascendentes de Francisco das Chagas. Entretanto, foi possível avançar na coleta de dados e na montagem da árvore genealógica no FamilySearch. A seguir, constam os dados reunidos e lançados no site supracitado. Seguimos a ordem de gênero comum ao aplicativo, deste modo, começaremos pelos ascendentes paternos do mais antigo até chegar em Francisco das Chagas, em seguida,
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serão apresentados os dados recolhidos acerca dos ancestrais maternos, do mesmo modo, iniciando-se pelos ancestrais mais recuados. Os bisavós paternos, pais de Matias Gonzaga, são Luiz Gonzaga e Maria Ester das Neves. Não encontramos dados acerca do local de nascimento, bem como das datas de nascimento e óbito dos mesmos. Sabese apenas que se radicaram em Santa Cruz-RN, falecidos em meados do século XX. Os bisavôs paternos, pais de Cícera Rodrigues, são Antônio Inácio Rodrigues e Maria Rosa da Conceição. Nasceram em Tibau do Sul-RN e São Vicente-RN, respectivamente. Radicaram-se em São Vicente-RN e, assim como os pais de Matias Gonzaga, não se sabe ao certo quando nasceram ou quando morreram. Os avós paternos são Matias Gonzaga e Cícera Rodrigues. Matias sapateiro, Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, lotado como Soldado no 16º Regimento de Infantaria, atual 16º Batalhão de Infantaria Motorizado, com sede em Natal-RN - nascera em Santa Cruz-RN em 12 de setembro de 1923, falecendo no mesmo município em 12 de abril de 1994. Por sua vez, Cícera - ex-feirante do ramo de calçados - nasceu em São Vicente-RN em 14 de abril de 1927, radicou-se em Santa Cruz-RN, falecendo em 19 de novembro de 2010. O pai, Francisco das Chagas Gonzaga, nasceu em Currais Novos-RN em 13 de agosto de 1949, falecendo em 31 de outubro de 2005, após procedimento cirúrgico, em Natal-RN, de infarto do miocárdio catastrófico, em consequência do tabagismo. Era servidor do Hospital Universitário Ana Bezerra, lotado como Operador de Máquinas. Os bisavôs maternos, pais de Antônio Juvino de Souza, são José Juvino de Souza e Joaquina Gomes da Silva. José Juvino, nasceu em
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Macaíba-RN e radicou-se em Serra Caiada-RN. Joaquina radicou-se em Serra Caiada-RN. Não encontramos informações sobre as datas de nascimento e de óbito de ambos os citados. Conta-se a mãe de José Juvino era índia, da região de Macaíba, trazida à força para casar com José Juvino. Os bisavôs maternos, pais de Damiana Remígio de Araújo, são Francisco de Araújo da Silva e Alice Leonardo Araújo. Francisco de Araújo faleceu em Lagoa D’Anta-RN. Não se sabe a data de nascimento e de óbito tanto de Francico como de Alice. Conta-se que Francisco de Araújo é filho de índia, da região do atual município de Várzea-RN. Os avôs maternos são Antônio Juvino de Souza e Damiana Remígio de Souza. Antônio Juvino - Soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte - nasceu em 10 de novembro de 1929 em Macaíba-RN e radicou-se em Santa Cruz-RN, falecendo em 8 de março de 2001. Damiana nasceu em 25 de agosto de 1946 no município de Várzea-RN e radicou-se em Santa Cruz-RN, falecendo em 11 de junho de 2020. Damiana, mulher valente, conhecida como “Delegada do Paraíso” - por se envolver e resolver questões no bairro diante do Destacamento da Polícia Militar que fora transformada em residência - teve seu registro alterado em dois anos para casar-se com Antônio Juvino. Dalmira Maria de Souza, mãe de Francisco das Chagas, nasceu em 05 de dezembro de 1972, na maternidade Ana Bezerra. Artesã, cabeleireira, costureira, sempre trabalhou seja formalmente ou por conta própria. Francisco das Chagas Gonzaga Junior, de quem os ascendentes paternos e maternos foram citados acima, nasceu em 11 de dezembro de 1993. Filho único por parte de mãe, recebeu o nome de seu pai adotivo, Francisco das Chagas Gonzaga, a quem considera como pai de fato. É estudante, formando, em Licenciatura em História pela Universidade
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70 Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó. A respeito do uso das ferramentas do site FamilySearch, a priori, não houve dificuldade no manuseio das ferramentas básicas do mesmo. Isso, pois, considerando tutoriais e as orientações dadas previamente, em aula, pelo professor Helder Macedo, permitiram navegar e utilizar as ferramentas básicas do site. Contudo, o site dispõe de outras ferramentas ainda por experimentar. A saber, o FamilySearch permite ao usuário que adicione colaboradores e comentários que, até a redação desta tarefa, não encontramos como manusear, o que, com o tempo e experimento das funções do site, será possível. Infelizmente, como advertido pelo professor Helder Macedo, não conseguimos informações disponíveis sobe nossos ancestrais até, pelo menos, a inserção de dados dos bisavôs maternos e paternos de Francisco das Chagas Gonzaga Junior. Os dados levantados, a partir de relatos de familiares próximos, mais velhos, vivos, só nos permitiram encontrar informações fragmentadas sobre ascendentes mais recuados - dos bisavôs paternos e maternos.
Gonzaga Júnior
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Recordatório Seminário de História do Brasil IV: Pesquisa Histórica e Genealogia no Brasil 1 DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR Natureza: disciplina Docente: Prof. Helder Alexandre Medeiros de Macedo Oferta: Curso de História – UFRN-CERES-Campus de Caicó Período: 2020.5 (Período Letivo Suplementar Especial) 2 EMENTA O ofício do historiador e a Genealogia. Problematização em História a partir da Genealogia. A tradição genealógica dos Sertões do Seridó. 3 OBJETIVOS Discutir as relações da História com a Genealogia, apontando caminhos para a construção de pesquisas a partir desse diálogo, seja no âmbito da reconstrução de árvores genealógicas, seja na problematização de temas ligados à História da Família no Brasil. 4 CONTEÚDO Unidade 1: O ofício do historiador e a reconstrução de famílias por meio do método onomástico; Unidade 2: Problemas histórico-historiográficos a partir do uso da Genealogia no Brasil.
72 5 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Espera-se que, ao final do componente curricular, o estudante esteja, minimamente: a) inteirado da discussão acerca das relações entre História e Genealogia; b) consciente de possibilidades de problematização, em História, a partir da Genealogia, com base em exemplos do Brasil; c) apto a discutir a tradição genealógica dos Sertões do Seridó e, eventualmente, montar a sua própria árvore genealógica. 6 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
5.1 Tipologias de aulas quanto à comunicação: a) Aulas síncronas: encontros da turma com o professor, duas vezes por semana, por videoconferência, para: discussão e debate de textos-base anteriormente indicados; discussão de tópicos fomentados, anteriormente, nos fóruns; apresentação de seminários; tutoriais de como utilizar bases de dados e montar árvores genealógicas; b) Aulas assíncronas: atividades a serem realizadas pela turma, com monitoramento do professor, como participação em fóruns e enquetes; envio de tarefas (análises críticas de textos-base; envio de resenhas de livros, plaquetes ou artigos); resposta a questionários; consulta e elaboração de árvores genealógicas.
5.2 Recursos a serem utilizados: a) Turma Virtual do Sigaa, para aulas assíncronas (fóruns, enquetes, tarefas, questionários); b) Plataforma FamilySearch (https://www.familysearch.org/) para aulas assíncronas (consulta e elaboração de árvores genealógicas); c) Plataforma Google Meet (https://meet.google.com/) para videoconferência.
73 5.3 Mídias a serem utilizadas: a) Computador pessoal ou notebook para aulas síncronas e assíncronas (recomendado). 7 REFERÊNCIAS BÁSICAS AUGUSTO, José. Famílias Seridoenses. 2.ed. Natal: Sebo Vermelho, 2002 [1940]. BARROS, José D’Assunção. A Operação Genealógica – considerações sobre as implicações histórico-sociais das genealogias, a partir do exame dos livros de linhagens (séc. XIII-XIV). História - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, IV Série, v.3, p. 145-166, 2013. BARROS, José D’Assunção. O campo da história: especialidades e abordagens. 6.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CAMILO, Nathan. “É preferível bom nome a muitas riquezas”: dinâmica das práticas de nominação no extremo sul do Brasil entre o final do século XVIII e o início do século XIX. 2016. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2016. CORRÊA, Manuel Antônio Dantas. Sem título. In: GUERRA, Phelipe; GUERRA, Theophilo. Seccas contra a secca. 4.ed. Mossoró: Fundação Vingt-Un Rosado/Fundação Guimarães Duque, 2001. p. 9-16. COSTA, Sinval. Os Álvares do Seridó e suas ramificações. Recife: ed. do autor, 1999. DANTAS, José Adelino. Homens e fatos do Seridó antigo. Garanhuns: O Monitor, 1962. DANTAS, José Adelino. O coronel de milícias Caetano Dantas Correia: um inventário revelando um homem. Natal: CERN, 1977.
74 DANTAS, Manoel. Homens de outr’ora. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti Editores, 1941. DUPÂQUIER, Jacques. Genealogia. In: BURGUIÈRE, André (Org.). Dicionário das Ciências Históricas. Rio de Janeiro: Imago Editorial, 1993. p. 345-347. FONTES, Adilson Braga. Recomendações genealógicas para iniciantes. Campinas: ABRAFO, 2014. GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo. O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico. In: GINZBURG, Carlo; CASTELNUOVO, Enrico; PONI, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1989. p. 169178. GUEDES, Roberto. Senhoras pretas forras, seus escravos negros, seus forros mulatos e parentes sem qualidade de cor: uma história de racismo ou de escravidão? In: DEMÉTRIO, Denise Vieira; SANTIROCCHI, Ítalo Domingos; GUEDES, Roberto (Org). Doze capítulos sobre escravizar gente e governar escravos (Brasil e Angola- séculos XVII-XIX). Rio de Janeiro: MauadX, 2017. p. 17-50. MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. Colonos portugueses e lusobrasílicos na formação de agrupamentos familiares na Freguesia do Seridó (1788-1811). Clio – Série História do Nordeste, Recife, v. 29, n. 2, 2011. MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. Outras famílias do Seridó: genealogias mestiças no sertão do Rio Grande do Norte (séculos XVIIIXIX). 2013. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2013.
75 MARQUES, António Henrique Rodrigo de Oliveira. História genealógica do homem comum: micro-história ou macro-história? História - Revista da Faculdade de Letras, Porto, III Série, v. 4, p. 173-186, 2003. MEDEIROS FILHO, Olavo de. Cronologia Seridoense. Mossoró: Fundação Guimarães Duque/Fundação Vingt-Un Rosado, 2002. MEDEIROS FILHO, Olavo de. Velhas famílias do Seridó. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1981. PEDROZA, Manoela da Silva. Engenhocas da moral: uma leitura sobre a dinâmica agrária tradicional (freguesia de Campo Grande, século XIX). 2008. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. RIBEIRO, Gustavo. Genealogia e árvore genealógica: guia para começar. Curitiba: Origines, [s.d.]. SANTA ROSA, Jayme da Nóbrega. Acari: fundação, história e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Pongetti, 1974. SILVA, Bruno da. Negros, índios e mestiços nas crônicas de Pernambuco e São Paulo setecentistas. 2011. Dissertação (Mestrado em História Social) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011. 8 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ARAÚJO, Paula Carina de. Familysearch e Familysearch Indexing: informação genealógica aberta disponível na internet. Ciência da Informação em Revista, Maceió, v.4, n. 3, p. 12-24, set./dez.2017. ARAÚJO, Maiara Silva; MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. Vivências “mestiças” e administração colonial nos sertões da Capitania do Rio Grande: o caso da família Soares de Oliveira (séculos XVIIIXIX). Espacialidades, Natal, v. 10, jul./dez. 2016, p. 14-45.
76 BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. CAMILO, Nathan. De “o nome e o como” para “o nome além do como”: estudo de trajetórias e práticas de nominação. História Unicap, Recife, v. 3, n. 6, jul./dez. de 2016, p. 363-374. CASTILLO, Lisa Earl. O terreiro do Alaketu e seus fundadores: história e genealogia familiar, 1807-1867. Afro-Ásia, Salvador, n. 43, 2011, p. 213259. CAVIGNAC, Julie A. Os “troncos velhos” e os “quilombinhos”: memória genealógica, território e afirmação étnica em Boa Vista dos Negros (RN). Ruris - Revista do Centro de Estudos Rurais da UNICAMP, Campinas, v. 2, n. 2, set. 2008, p. 11-41. FRAGOSO, João. Afogando em nomes: temas e experiências em história econômica. Topoi, Rio de Janeiro, p. 41-70, dez. 2002. GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos estudos históricos. 4.ed. Rio de Janeiro: Difel, 1977. MARCHIORO, Marcio. Sobrenomes indígenas: um breve estudo onomástico da Aldeia de Itapecerica (1732-1830). In: SANTOS, Amanda; VARGAS, Jonas; LEAL, Elisabete. Fronteiras e Identidades: reunião de artigos do III EIFI. Pelotas: Edição do Autor, 2017, p. 217-225. PEDROZA, Manoela da Silva. Capitães de bibocas: casamentos e compadrios construindo redes sociais originais nos sertões cariocas (Capela de Sapopemba, freguesia de Irajá, Rio de Janeiro, Brasil, século XVIII). Topoi, Rio de Janeiro, v. 9, n. 17, jul./dez. 2008, p. 67-92. PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas 2.ed. São Paulo: Contexto, 2006.
77 PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tania Regina de (Org.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. QUEIROZ, Francisco; MOSCATEL, Cristina. Descubra as suas origens: manual de genealogia e história da família. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2016. SCHAEFFER, Enrico. Noções de genealogia científica. Revista de História, São Paulo, v 21, n. 44, p. 487-516, 1960. SILVA, Alberto Malheiro da. A genealogia em Portugal e o desafio do presente. Porto: Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna do Porto, [s.d.]. 9 DISCENTES CONCLUINTES DA DISCIPLINA ALLAN MATSON DOS SANTOS DANTAS CAMILA RICHELE DE QUEIROZ CLAUDIO VALE DE ARAÚJO CLEIDIANE DE ARAUJO OLIVEIRA DAMIAO MARCOS PEREIRA SILVA DAVID JERFESON PEREIRA EMANUEL PEREIRA DANTAS FRANCISCO DAS CHAGAS GONZAGA JUNIOR FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS JUNIOR GABRIEL SILVA COSTA ICARO DE MEDEIROS FERNANDES IVAN CHRISTIAN GOMES OLIVEIRA JOABSON EMANOEL CAMPELO SUARES JOALISSON JONATHAN OLIVEIRA DINIZ JOAO ANTONIO DE DEUS BARBOSA NOGUEIRA
78 JOSE MARIANO DUTRA DA SILVA KELITA CARINNE ALVES FONSECA MAGNO KEBERT DE ARAUJO MARCOS PAULO SOARES DA SILVA MARIA DO SOCORRO DE MELO SOARES MARIA HELOISA BEZERRA DANTAS NALU NAULA MAJOARRE MEDEIROS PALOMA DOS SANTOS VICENTE PRENTICE GEOVANNI DA SILVA COSTA VITÓRIA CRISTINA DA SILVA MOURA WANESSA PEREIRA RODRIGUES
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Sobre os autores CLEIDIANE ARAÚJO é, formalmente, natural de Caicó, mas, em essência, é uma menina do sítio, filha de agricultores, perdida no concreto e no brilho noturno de uma cidade de interior. Em busca de tudo que pode e de algo além. Com o coração nos Honorato, Araújo, Oliveira e mais alguns, mas com o falar, os pés e a alma livres, graças aos seus ancestrais. Aluna da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2018. DAMIÃO PEREIRA. Natural de Florânia-RN, é fruto de um casal de iletrados. Desde cedo, percebeu o poder que havia ao se escrever palavras. Usando a sua escrita como um mecanismo de denúncia, procura trazer aos olhos dos cegos (poderosos), aquilo que não se pode ver - os que estão à margem. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2018. ÍCARO FERNANDES. Filho de Túlio Fernandes e Lourdinha Medeiros, irmão de Júlia Medeiros, é descendente de histórias, cores e origens diversas. Por nascer e crescer no meio da arte, sendo seus pais atores, é cordelista, cantor, compositor, mamulengueiro e, nas horas livres, escreve seus contos e faz seus rabiscos. Por fim, é natural de Caicó, mas se considera filho do mundo. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2018.
80 IVAN OLIVEIRA. Alguém com interesses em diversas áreas do conhecimento. Amante deste, como também, de novas experiências, da leitura e do cinema. Gosta de se dedicar ao máximo a tudo que se propõe a fazer. Gosta muito de trabalhar em grupo e construir e adquirir conhecimento com experiências compartilhadas. Natural de Jucurutu, onde reside até hoje e historiador em formação. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2020. MARIANO DUTRA é uma pessoa com muitas dúvidas, mas, não teria resposta se não houvessem dúvidas. Morador da Paraíba, nordestino puro, e com muito orgulho. No exato momento, é estudante. Mesmo sendo maior de idade, nunca quer perder o espírito de criança. Um Nerd de carteirinha, esse é ele. Arrisca-se com seus rabiscos, até faz uns bons desenhos, mas tenta sempre melhorar. Agora, nesse curso universitário, pretende encontrar sua vocação com a História. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2020. PALOMA SANTOS. Nascida e criada na comunidade quilombola Terra Nova (São Bento-PB), fascinada pela leitura e a escrita, utilizando-se assim delas para evoluir enquanto ser, para conhecer o seu passado, entender o seu presente e melhorar o seu futuro. Aluna da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2020. PRENTICE COSTA é habitante da curva do vento numa encruzilhada do Fim do Mundo. E isso meio que afeta seus tempos, suas cores e a suas tentativas frustradas de fazer chover com sua poesia. Mas tudo bem, perseverante, ele se esforça e busca inspiração em seus amigos quando
81 esses produzem palavras sensíveis que, claro, o fazem chorar. Melancólico como é, traz sempre consigo, um guarda-chuva verde, para proteger das lágrimas de tristeza e alegria que encontra por aí, uma bússola rabiscada em seu caderno imaginário, que indica, e aponta, para os melhores sábados e quintas-feiras de sua vida. No mais, nas horas vagas, procura por "borbulumes", espécie de borboleta-vaga-lume que produz vento e luz sobre memórias amarelas. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2018. GONZAGA JÚNIOR. Nascido na terra de Santa Cruz, no Agreste Potiguar, é músico e pesquisador em contínua formação. Chamado Dudu, apelido de Eduardo, um quase nome de batismo, Dunga, pelos cabelos finos e arrepiados da infância, como os do ex-jogador homônimo da Seleção Brasileira, Gonzaga para a caserna, Chagas para acadêmicos e Júnior e Junioca por amigos e família. Desde sua infância, deu ouvidos e atenção aos mais velhos, sempre atentos às histórias, causos, memórias de tempos que não viveu. Foi agraciado por poder comemorar seu nascimento no dia de aniversário de sua terra natal, a 11 de dezembro. Nasceu e viveu como antiquário e logo se formará historiador. Aluno da Licenciatura em História (UFRN – CERES – Campus de Caicó), Turma 2016.
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Ficha Técnica Concepção do zine, projeto gráfico, fotografias do miolo e geneagramas Helder Macedo Poemas, pesquisa genealógica e relatos Cleidiane Araújo Damião Pereira Ícaro Fernandes Ivan Oliveira Mariano Dutra Paloma Santos Prentice Costa Gonzaga Júnior Fotografia da capa Emerson Paulo Agradecimentos especiais Aos nossos familiares e ancestrais, por tudo que nos legaram
Caicó UFRN – CERES 2020
Geneapoesia