Redes enredos rev 1

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FICHA TÉCNICA DO EVENTO

Organização: CFAE Centro-oeste Escola Secundária de Peniche Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche-IPL Rede de Bibliotecas Escolares-Coordenação Interconcelhia das BE do Oeste Ana Cabral

Sónia Pais

Rute Bento

Teresa Mouga

Nicolau Borges

José Monteiro

Comissão Organizadora: Ana Cabral

Rute Bento

Coordenação e Formação pedagógica: João Costa Nicolau Borges

Helder Monteiro

Design: E-book: Lista dos conferencistas que apresentaram comunicação:

Fotos Nicolau Borges

ISBN: 978-989-20-471 8-8

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INDICE

Programa ........................................................................................................... 5 CALL For PAPERS ............................................................................................ 9 Atribuição e pesquisa de recursos digitais com Licença Creative Commons . 1 3 Bibliotecas 2.0.A biblioteca escolar e o desafio do paradigma digital ............. 1 5 nimação e dinamização de Bibliotecas ............................................................ 27 Bibliotecas em Rede ........................................................................................ 39 Partilha e cooperação no acesso à informação científica: .............................. 44 Biblioteca Escolar/Centro de Recursos ........................................................... 52 Arquivo Nacional da Torre do Tombo............................................................... 61 As novas tecnologias ao serviço da promoção da leitura e da escrita ............ 68

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PROGRAMA

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DIA 05 DE JULHO

09:00h – Receção dos participantes 09:30h – Sessão de abertura Direção Geral da Educação, Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, Escola Secundária de Peniche, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, Câmara Municipal de Peniche

Manhã Criatividade e Inovação Moderação - Rute Marta Nunes (Rede de Bibliotecas Escolares)

1 0:00h – Conferência “O Arquivo Nacional da Torre do Tombo: espaço de memórias na era da inovação tecnológica” - Maria Trindade Marques Serralheiro (Arquivo Nacional da Torre do Tombo)

1 0:45h – Pausa para café 11 :00h – Painel “Partilha e cooperação no acesso à informação científica: a participação do Instituto Politécnico de Leiria no projeto RCAAP” - Dulce Correia e Rosa Marcos (Serviços de Documentação - Instituto Politécnico de Leiria) “Criatividade e Inovação” - Carlos Pinheiro (Rede de Bibliotecas Escolares) “Atribuição e pesquisa de recursos digitais com Licença Creative Commons” - Carla Jesus (Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro)

1 2:30h – Debate 1 3:00h – Almoço Tarde Cooperação entre instituições Moderação - José Diniz (Escola Secundária de Peniche)

1 4:1 5h – Conferência “Da literacia à cultura da informação: uma convergência inevitável” Manuela Barreto Nunes (Universidade Portucalense)

1 4:45h – Painel “Rede de Bibliotecas e parcerias em desenvolvimento: uma volta bem humorada por caminhos de cooperação” - Maria José Vitorino (Rede de Bibliotecas Escolares) “Ciência e Tecnologias na rede” - Francisco Félix & Marisa Mendes (Biblioteca 5 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


Escolar/ Centro de Recursos Escola Secundária de Peniche)

“Bibliotecas em Rede: Serviços de Documentação do IPL, Biblioteca Municipal de Leiria e Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares de Leiria” Dulce Correia e Liliana Gonçalves (Serviços de Documentação - Instituto Politécnico de Leiria)

1 6:1 5h – Debate 1 6:30h – intervalo Promoção da Leitura e da Literacia Moderação - José Monteiro Rocha (Escola Secundária de Peniche)

1 7:00h – Conferência “As novas tecnologias ao serviço da promoção da leitura e da escrita” Raquel Ramos (Rede de Bibliotecas Escolares)

1 7:30h – Painel “A dinâmica cultural nas Bibliotecas do IPL” - Dulce Correia e Elisa Isabel Bento (Serviços de Documentação - Instituto Politécnico de Leiria) “A visita da Camila- Aventuras de uma gralha na biblioteca escolar” - Carlos Alberto Silva (Agrupamento de Escolas de Porto de Mós) “Livros sobre Rodas: o empréstimo intercampus nas Bibliotecas do IPL” Dulce Correia e Rosa Marcos (Serviços de Documentação - Instituto Politécnico de Leiria).

1 8:45h – Debate

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DIA 06 DE JULHO

Manhã Enredos em rede Moderação - Sónia Sousa Pais (Serviços de Documentação - Instituto Politécnico de Leiria)

09:30h – Conferência “Elaboração e promoção de materiais de divulgação com recurso às tecnologias” - João Costa (Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar)

1 0:00h às 1 2:30h – Workshop Workshop 1 “Construção de apresentações em Prezi” - Carla Jesus (Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro) Workshop 2 “Biblioteca, um lugar de encantos e desencantos” - Sónia Fernandes (Câmara Municipal de Pombal) Workshop 3 “Bibliotecas 2.0” - Célio Gonçalves Marques (Escola Superior de Gestão –Instituto Politécnico de Tomar) Workshop 4 “Palavras para os olhos – A magia da Literatura infanto-juvenil” Filomena Semedo (Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos.)

(intervalo em simultâneo às 11 :00h) 1 2:30h – Almoço Bibliotecas e Arquivos na Rede Moderação - Ana Maria Cabral (Rede de Bibliotecas Escolares)

1 4:30 H – Painel “As potencialidades das wikis em educação e nas bibliotecas” - João Paulo Proença (Rede de Bibliotecas Escolares) “Rentabilização de Redes Sociais ao serviço da aprendizagem: uma experiência de participação no Projeto SMILE” - Susana Paula Malva Branco (Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho) “Formação e Preservação da memória” - Ana Batalha e José Loios (Agrupamento de Escolas Atouguia da Baleia)

1 6:30h – Conferência “O papel dos espaços não formais de aprendizagem na Escola do Futuro” Fernando Albuquerque (Instituto de Educação – Universidade de Lisboa)

1 7:00h – Encerramento oficial Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, Escola Secundária de Peniche, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, Câmara Municipal de Peniche Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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DOCUMENTOS PREPARATÓRIOS

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SEMINÁRIO REDES E ENREDOS │ PARTILHA E SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

(organização colaborativa do IPL/Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, Escola Secundária de Peniche/CFAE Centro-oeste, Rede BE) Peniche, 05 e 06 de Julho de 201 3 Auditório da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar / Peniche CALL For PAPERS │ “REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento” O IPL/Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, a Escola Secundária de Peniche, o CFAE Centro-Oeste e a Rede de Bibliotecas Escolares (CIC), têm a honra de convidar a propor comunicações para o Seminário “REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do conhecimento” Os Arquivos e as Bibliotecas escolares e municipais, assumem-se como genuínas plataformas de recursos formativos potenciadoras de boas práticas profissionais, facilitadoras da formação dos docentes e restante comunidade educativa. Enquanto plataformas de recursos formativos favoráveis a uma profícua Aprendizagem ao Longo da Vida, os arquivos e as bibliotecas devem contribuir, de forma ativa, empreendedora e colaborativa, para a dinamização de oportunidades de formação contínua baseadas no combate à iliteracia cultural e para a animação de situações de aculturação e interculturalidade diversificadas. Os Arquivos e as Bibliotecas assumem-se como autênticos centros de recursos de formação e de aprendizagens, assumindo-se como estruturas educativas e pedagógicas com inúmeras potencialidades, capazes de responderem e corresponderem aos desafios que se colocam à educação no século XXI

Condições dos textos a enviar Linhas temáticas a considerar para as comunicações: 1 . Animação/Dinamização de Bibliotecas: Aborda a reflexão, organização, aplicação, implementação de eventos, estratégias, e outros mecanismos que Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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motivem os utilizadores das bibliotecas e a comunidade envolvente e exterior, no sentido de lhes disponibilizar oferta cultural, lúdica, educativa, criativa. Estas dinâmicas favorecem a interação entre a população e as bibliotecas. 2. Bibliotecas/Arquivos na rede: Enquadra o uso das tecnologias incontornáveis e essências para o funcionamento das bibliotecas e arquivos no dia-a-dia, passando pela atualização necessária e adoção de novas ferramentas nestes serviços, no sentido de responder com maior eficiência às necessidades da comunidade. 3. Promoção da Leitura e da Literacia: Engloba a criação, adoção e implementação de projetos e iniciativas diversas, que têm como objetivo sensibilizar e alertar toda a comunidade e população envolvente para a importância da criação de hábitos de leitura, no sentido de desenvolver a literacia e consequentemente maior desenvolvimento económico e social, assim como melhor integração social dos indivíduos na sociedade. 4. Preservação em Arquivos: Abarca iniciativas e projetos relacionados com métodos e técnicas de conservação permanente e de restauro de documentação nos mais diversos suportes, incluindo a adoção da preservação digital e desenvolvimento de arquivos digitais. 5. Cooperação entre instituições (bibliotecas e arquivos):Abrange o estudo e adoção de estratégias de cooperação entre instituições equivalentes relacionadas com as ciências da documentação, assim como a verificação das mais-valias destas colaborações, uma vez que as diversas tipologias destas instituições se complementam a favor de uma comunidade mais letrada. 6. Criatividade e Inovação: Face às mudanças que estão a ocorrer no ensino, as bibliotecas enfrentam novos desafios que as obrigam a reinventar-se e a definir novas missões e novas formas de atuação. Solicita-se o envio de um abstract com 300 palavras, junto com um breve CV atualizado para geral@cfaecentro-oeste.pt, até ao dia 30 de Maio. Para submissão de um trabalho será necessário anexar um arquivo contendo o resumo do trabalho. a. A formatação dos arquivos deverá seguir as normas abaixo (resumo): Papel tamanho A4 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Margem superior e inferior com 2,5 cm Margem esquerda e direita com 3,0 cm Fonte: Times New Roman, tamanho 1 2 cm Espaçamento entre linhas: 1 ,5 cm Alinhamento: justificado b. As páginas deverão ser numeradas a partir da segunda página, com os números situando-se no alto e à direita. c. O cabeçalho deverá obedecer aos seguintes requisitos: O título do trabalho deverá ser escrito com fonte minúscula, em negrito e tamanho 1 4. Os subtítulos no interior do texto devem vir em letra minúscula, negrito, tamanho 1 2. Dados de autoria: Sobrenome do autor, seguido de vírgula, com fonte maiúscula e em negrito. A seguir: nome do autor, barra de travessão, sigla da instituição, barra de travessão, e-mail do autor, em fonte normal e sem negrito. Caso o trabalho tenha coautor, o mesmo procedimento deverá ser adotado. O resumo deverá conter no máximo 300 caracteres, considerados os espaços. Os textos completos não devem exceder as 1 5 páginas.

Publicação de textos Das comunicações realizadas no colóquio far-se-á publicação on-line, formato e-book, com registo ISBN, no portal do CFAE Centro-Oeste e outros indicados pelas entidades organizadoras do Seminário, com base em critérios de qualidade de pesquisa.

PRAZOS Até dia 30 de Maio serão recebidos resumos de comunicações e até 30 de Julho os textos selecionados, previamente enviados para o endereço geral@cfaecentro-oeste.pt Seminário acreditado com 0,6 créditos pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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COMUNICAÇÕES

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ATRIBUIÇÃO E PESQUISA DE RECURSOS DIGITAIS COM LICENÇA CREATIVE COMMONS

JESUS, Carla – ESRBP – email@carlajesus.net Pretende-se mostrar como podem os autores dos mais variados recursos digitais atribuir aos seus trabalhos uma licença Creative Commons. Por outro lado, é também objetivo apresentar as formas de pesquisa de recursos, com este tipo de licença, em diversas plataformas existentes na rede. Os tempos mudaram e, atualmente, a maioria dos recursos que produzimos e consumimos está online. Conhecer a lei é fundamental para atuarmos de forma responsável. Segundo (e-Learnig Lab | Universidade de Lisboa), em Portugal, o direito de autor é reconhecido automaticamente no momento da exteriorização da criação intelectual mediante qualquer forma que seja apreensível pelos sentidos. Não é pois, em regra, necessário que a obra seja incorporada num suporte material, seja publicada, ou seja registada ou depositada. Neste sentido a maioria dos recursos que produzimos estão protegidos ao abrigo do direito de autor, que se traduz em faculdades de caráter patrimonial (os chamados “direitos patrimoniais”) e faculdades de natureza pessoal (os chamados “direitos morais”). No entanto, cada autor poderá abdicar de alguns dos direitos, conferidos pela legislação predefinida, atribuindo ao seu trabalho uma licença Creative Commons. Existem atualmente seis licenças, que vão desde a renúncia dos direitos patrimoniais até opções mais restritivas que impedem a criação de obras derivadas ou o uso comercial dos materiais licenciados. Qualquer uma das seis licenças mantém os direitos morais e é disponibilizada a título gratuito. As licenças Creative Commons podem ser atribuídas a qualquer recurso independentemente do local onde este seja disponibilizado. Existem algumas plataformas que facilitam o trabalho de atribuição possibilitando ao autor selecionar uma licença deste tipo no momento em que procede ao upload do seu recurso. Assim, esta comunicação tem como finalidade descrever as opções de atribuição de licença Creative Commons, existentes nas plataformas WordPress, Flicker e Youtube. Do mesmo modo, serão descritas as opções de pesquisa de recursos com licença Creative Commons, existentes no Google e no YouTube. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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REFERÊNCIAS Creative Commons ORG. Creative Commons ORG. Creative Commons ORG. [Online] [Citação: 21 de Maio de 201 3.] http://creativecommons.org/. Creative Commons PT. Creative Commons PT. Creative Commons PT. [Online] [Citação: 21 de Maio de 201 3.] http://creativecommons.pt/. e-Learnig Lab | Universidade de Lisboa. Direitos de Autor e Direitos Conexos. E-Learning Lab | Univiersidade de Lisboa. [Online] [Citação: 21 de Maio de 201 3.] http://elearninglab.ul.pt/sites/default/files/conteudo/direitos/Orientacoes_TeN_ V3.pdf. Lei n.º 1 6/2008 de 1 de Abril. Diário da República nº 64/2008 - I Série. Assembleia da República SeguraNet. Creative Commons. SeguraNet. [Online] [Citação: 21 de Maio de 201 3.] SeguraNet. Wikipédia. Creative Commmons. Wikipédia. [Online] [Citação: 21 de Maio de 201 3.] http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons.

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BIBLIOTECAS 2.0. A BIBLIOTECA ESCOLAR E O DESAFIO DO PARADIGMA DIGITAL

Célio Gonçalo Marques1 1 Instituto Politécnico de Tomar Estrada da Serra, Quinta do Contador, 2300-31 3 Tomar (Portugal) celiomarques@ipt.pt

Resumo. A evolução das tecnologias de informação e comunicação

fez emergir um novo paradigma social, alicerçado no advento da Web 2.0, a que a biblioteca escolar não pode ficar alheia. Para além dos serviços tradicionais, a biblioteca escolar deverá fornecer novos serviços que satisfaçam as atuais necessidades dos seus utilizadores. As ferramentas da Web 2.0 desempenham um papel preponderante neste novo conceito de biblioteca, centrado no utilizador, que vários autores denominam de biblioteca 2.0. Nesta comunicação são apresentadas diversas ferramentas da Web 2.0 cujas características e potencialidades permitem ajudar as bibliotecas escolares a responder ao desafio imposto à escola pela sociedade atual.

Palavras-chave: Biblioteca 2.0, biblioteca escolar, Era digital, informação, Web 2.0

1. Introdução A evolução e generalização da Internet veio revolucionar o acesso à informação e despontar uma enorme transformação na sociedade atual. Na última década os seus utilizadores passaram de simples consumidores de informação, para produtores e gestores de informação. Esta mudança, alavancada por uma segunda geração de serviços e aplicações Web, designada por Web 2.0, veio lançar grandes desafios à escola. As ferramentas da Web 2.0 são, na sua maioria, gratuitas e não exigem grandes conhecimentos em informática, sendo cada vez mais os alunos que as conhecem, utilizam e dominam (Marques & Carvalho, 2008). A sua inclusão na escola é cada vez mais frequente, servindo para enriquecer as práticas pedagógicas, promover o trabalho cooperativo e colaborativo, estimular a escrita e a análise crítica, fomentar a construção do conhecimento, promover a socialização, entre outros fins (Marques & Carvalho, 2008). O futuro das bibliotecas escolares passa necessariamente pela utilização destas 15 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


ferramentas e pela adaptação dos seus serviços à nova realidade social e informacional. De acordo com Proença (201 2, p. 21 37), “perspetivar a Biblioteca Escolar face aos desafios colocados pela Web 2.0 é, em primeiro lugar, entendê-la no contexto da sua missão e objetivos, no contexto da escola e dos diferentes sistemas com os quais interage mas é ainda necessário entendê-la no contexto da Sociedade do Conhecimento, um novo paradigma que confrontou a escola com diferentes modelos de aprendizagem/ construção do conhecimento”.

Biblioteca 2.0 O termo biblioteca 2.0 (library 2.0) surgiu em 2005 por Michael Casey no seu blogue LibrayCrunch (Casey, 2005) e pretende caraterizar a mudança de interação entre as bibliotecas e os seus utilizadores (Holmberg et al., 2009). O termo tem sido objeto de várias definições, algumas delas controversas. De acordo com Maness (2006), “the best conception of Library 2.0 at this point in time would be a social network interface that the user designs. It is a personalized OPAC that includes access to IM, RSS feeds, blogs, wikis, tags, and public and private profiles within the library's network. It is virtual reality of the library, a place where one can not only search for books and journals, but interact with a community, a librarian, and share knowledge and understanding with them.” Este autor aponta quatro características que definem a biblioteca 2.0: • Centrada no utilizador. O utilizador participa na criação de conteúdos e serviços disponibilizados pela biblioteca na Web; • Disponibiliza uma experiência multimédia. Tanto as coleções como os serviços da biblioteca 2.0 contêm componentes vídeo, áudio e realidade virtual; Socialmente rica. A biblioteca 2.0 interage com os utilizadores, quer de forma síncrona (e.g. mensagens instantâneas), quer de forma assíncrona (e.g. wikis); • Inovadora ao serviço da comunidade. A biblioteca 2.0 procura constantemente a inovação e acompanha as mudanças que ocorrem na comunidade, adaptando os seus serviços para permitir aos utilizadores procurar, encontrar e utilizar a informação (Maness, 2006).

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Para Arnal (2007), a biblioteca 2.0 resulta da conjugação de ferramentas, conteúdo social e atitudes (Figura 1 ).

Figura 1: Biblioteca 2.0 (Arnal, 2007) Podemos concluir que a biblioteca 2.0 procura melhorar os seus serviços e a sua relação com os utilizadores através da utilização das ferramentas da Web 2.0. Esta mudança requer, no entanto, uma alteração profunda dos modelos até agora utilizados (Casey, 2005). A biblioteca 2.0 exige ainda uma modificação de atitudes dos profissionais da informação que necessitam de adquirir novos conceitos de atuação. Cohen (2006) enumerou um conjunto de princípios que podem ser encontrados no Librarian's 2.0 Manifesto.

3. Ferramentas da Web 2.0 Neste capítulo apresentam-se várias ferramentas da Web 2.0 que podem ser utilizadas pelos profissionais da informação nas suas bibliotecas. Estas surgem organizadas em oito categorias: ferramentas de comunicação (3.1 ), ferramentas de colaboração (3.2), ferramentas de partilha (3.3), ferramentas de organização (3.4), redes sociais (3.5), ferramentas de catalogação social (3.6), ferramentas lúdicas (3.7) e utilitários (3.8).

3.1 Ferramentas de comunicação A Web 2.0 proporciona um elevado conjunto de ferramentas de comunicação, das quais destacamos: ferramentas de conversação escrita, fóruns de discussão, ferramentas de 17 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


audioconferência, ferramentas de videoconferência e ferramentas de conferência Web. As ferramentas de conversação escrita (Tabela 1 ) permitem a comunicação em tempo real através de mensagens de texto e podem ser utilizadas para esclarecimento de dúvidas e

Nome

Chatterous Imo Neat Chat

URL

http://www.chatterous.com https://imo.im http://www.neatchat.com

trabalho colaborativo.

Tabela 1 : Exemplos de ferramentas de conversação escrita Os fóruns de discussão são espaços colaborativos para debate e partilha de informações online e, muitas vezes, encontram-se incluídos em ferramentas de trabalho de grupo. Na Nome URL Google Groups https://groups.google.com Yahoo Groups http://groups.yahoo.com Groupbox http://groupbox.com Tabela 2 estão alguns exemplos de ferramentas com fóruns de discussão. As bibliotecas podem utilizar esta ferramenta para promover debates online e como mecanismo de ajuda ao utilizador. Nome Tottaly Free Conference Call Free Conference Call Start Meeting

URL http://www.totallyfreeconferencecalls.com https://www.freeconferencecall.com http://www.startmeeting.com

Tabela 2: Exemplos de ferramentas com fóruns de discussão As ferramentas de audioconferência (Tabela 3) permitem a comunicação em tempo real através de voz entre dois ou mais participantes e podem ser utilizadas para esclarecimento de dúvidas e trabalho colaborativo. Nome Spreecast Snapyap iMeet

URL http://www.spreecast.com http://www.snapyap.com https://imeet.com

Tabela 3: Exemplos de ferramentas de audioconferência As ferramentas de videoconferência (Tabela 4) permitem a comunicação em tempo real através de voz e imagem entre dois ou mais participantes e podem ser utilizadas para 18 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


promover conferências com especialistas, esclarecimento de dúvidas e trabalho colaborativo.

Nome

Yugma WizIQ iVist

URL https://www.yugma.com http://www.wiziq.com http://www.ivisit.com

Tabela 4: Exemplos de ferramentas de videoconferência

As ferramentas de conferência Web (Tabela 5) permitem a comunicação em tempo real através de voz, vídeo e conversação escrita entre dois ou mais participantes e podem ser utilizadas para partilha de recursos, promover conferências com especialistas, esclarecimento de dúvidas e trabalho colaborativo.

Tabela 5: Exemplos de ferramentas de conferência Web 3.2 Ferramentas de colaboração As ferramentas de colaboração permitem a criação de espaços online que proporcionem

Nome

Google Docs Zoho Docs Thinkfree

URL

https://docs.google.com http://www.zoho.com/docs http://www.thinkfree.com

uma colaboração dinâmica, segura e eficaz. Entre as ferramentas de colaboração estão as ferramentas de edição colaborativa, as ferramentas de trabalho de grupo e as ferramentas para criação de websites, blogues e wikis. As ferramentas de edição colaborativa permitem a criação de documentos de texto, folhas

Nome

http://www.skrbl.com http://www.twiddla.com http://wiggio.com

URL

Skrbl Twiddla Wiggio

de cálculo, apresentações, etc. (office online) que podem ser partilhados com outros utilizadores para que estes os possam visualizar ou editar (Tabela 6).

Tabela 6: Exemplos de ferramentas de edição colaborativa As ferramentas de trabalho de grupo potenciam o trabalho em grupo através da disponibilização de funcionalidades de comunicação, gestão de ficheiros, calendarização de eventos, listagem de tarefas, etc. Na Tabela 7 encontram-se alguns exemplos. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Nome

Google Sites Wix Webbly

URL

https://sites.google.com http://pt.wix.com http://www.weebly.com

Tabela 7: Exemplos de ferramentas para trabalho em grupo

A criação de um website passou a ser uma tarefa simples devido ao aparecimento de ferramentas como o Google Sites, o Wix ou o Webbly (Tabela 8) que permitem a criação e o alojamento gratuito de websites. Estas ferramentas são fáceis de utilizar e não exigem conhecimentos em HTML (HyperText Markup Language), sendo uma ótima solução para a criação do website da biblioteca ou de atividades associadas.

Nome

Blogger Wordpress Blogbaker

URL

https://www.blogger.com http://wordpress.com http://www.blogbaker.com

Tabela 8: Exemplos de ferramentas para criação de websites Um blogue é um espaço online alimentado de forma cronológica e frequentemente atualizado com opiniões, reflexões, informações, imagens, vídeos, sequências áudio, etc. Na Tabela 9 encontram-se algumas ferramentas que permitem a criação e o alojamento gratuito de blogues. Esta ferramenta pode ser utilizada para promover a leitura, divulgar novidades e informações sobre os serviços da biblioteca, difundir os livros do catálogo, conceber portefólios e até para a criação de clubes de leitura. Nome URL PBWorks http://www.pbworks.com Wikispaces https://www.wikispaces.com Wikia http://www.wikia.com

Tabela 9: Exemplos de ferramentas para criação de blogues Uma wiki é um espaço online onde qualquer utilizador tem liberdade para criar, editar ou eliminar conteúdos. O exemplo mais popular é a Wikipédia (https://pt.wikipedia.org). Na Tabela 1 0 estão alguns exemplos de ferramentas que permitem a criação e o alojamento gratuito de wikis. Esta ferramenta pode ser utilizada para promover a partilha de experiências, ou para a criação colaborativa de manuais, guias de leituras recomendadas, entre outros documentos de referência.

Tabela 10: Exemplos de ferramentas para criação de wikis 3.3 Ferramentas de partilha Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Nome URL Slideshare http://www.slideshare.net Slidestory http://www.slidestory.com Speaker Deck https://speakerdeck.com A Web 2.0 elevou fortemente o conceito de partilha. Hoje é possível partilhar um vasto número de conteúdos de uma forma extremamente fácil e rápida. Existem ferramentas de partilha de apresentações com o Slideshare, o Slidestory ou o Speaker Deck (Tabela 11 ) que permitem a partilha online de apresentações, e que fornecem informações adicionais tais como o número de vezes que a apresentação foi vista, descarregada, adicionada aos favoritos, etc. Nome Flickr Instagram Imgur

URL http://www.flickr.com http://instagram.com http://imgur.com

Tabela 11: Exemplos de ferramentas de partilha de apresentações As ferramentas que permitem a organização e partilha de imagens online são hoje um verdadeiro sucesso (Tabela 1 2). Por exemplo, o Flickr disponibiliza, a cada utilizador, espaço para partilhar mais de 500 mil fotos (com uma qualidade de 6,5 megapixéis). As bibliotecas podem utilizar estas ferramentas para divulgar fotos dos seus espaços, do seu espólio e dos seus eventos, potenciando novos utilizadores. Nome URL YouTube https://www.youtube.com SchoolTube http://www.schooltube.com TeacherTube http://www.teachertube.com

Tabela 12: Exemplos de ferramentas de partilha de imagens O sucesso das ferramentas de partilha de imagens estende-se também às ferramentas de partilha de vídeos, onde o YouTube é a principal referência (Tabela 1 3). Estas ferramentas podem ser utilizadas pelas bibliotecas para dar a conhecer os seus recursos e serviços (e.g. visita virtual), divulgar atividades e eventos, partilhar documentários, entre outros fins.

Tabela 13: Exemplos de ferramentas de partilha de vídeos 3.4 Ferramentas de organização

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Nome URL Delicious https://delicious.com Digg http://digg.com Reddit http://www.reddit.com Atualmente é possível encontrar um vasto número de ferramentas da Web 2.0 relacionadas com a organização da informação. Destacamos as ferramentas de social bookmarking, as ferramentas de social publishing e as ferramentas para criação de questionários. As ferramentas de social bookmarking (Tabela 1 4) permitem fazer a gestão online dos websites favoritos e podem ser utilizadas para auxiliar a catalogação e divulgação de serviços de referência aos utilizadores. Nome Calaméo Academia.edu Scribd

URL http://www.calameo.com http://www.academia.edu http://pt.scribd.com

Tabela 14: Exemplos de ferramentas de social bookmarking As ferramentas de social publishing permitem a publicação e partilha de documentos online de uma forma muito simples (Tabela 1 5). Algumas destas ferramentas geram um livro eletrónico com diversas funcionalidades através do simples upload de um ficheiro PDF. Nome URL Surveymonkey https://pt.surveymonkey.com Kwik Surveys http://www.kwiksurveys.com Poll Daddy http://polldaddy.com Estas ferramentas podem ser utilizadas para publicar documentos de referência e transformá-los em livros eletrónicos interativos.

Tabela 15: Exemplos de ferramentas de social publishing Na Tabela 1 6 estão exemplos de ferramentas que permitem a criação e distribuição de questionários online, bem como, a análise dos resultados. Estas ferramentas podem ser utilizadas para criação de questionários de satisfação/opinião ou para a avaliação de conhecimentos. Nome Facebook LinkedIn Ning

URL https://www.facebook.com https://pt.linkedin.com http://www.ning.com

Tabela 1 6: Exemplos de ferramentas de questionários Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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5. Redes Sociais As redes sociais são comunidades online onde os utilizadores comunicam e partilham informações e interesses semelhantes (Tabela 1 7). O Facebook é a maior referência com 1 ,1 9 mil milhões de utilizadores (4,7 milhões em Portugal). As redes sociais online podem ser utilizadas como ferramentas de divulgação da biblioteca e das suas atividades, cultivando uma relação de maior proximidade com os seus utilizadores.

Tabela 17: Exemplos de redes sociais online Alguns autores destacam também o Twitter (https://twitter.com) como uma rede social de elevado potencial para as bibliotecas. Na nossa opinião, não se trata de uma rede social, mas de um micro-blogue que é alimentado através de mensagens de texto enviadas, sobretudo, através de dispositivos móveis. Esta ferramenta pode ser utilizada como complemento ao website da biblioteca, para partilha de novidades e dicas úteis, para divulgação de informações do momento ou para criação de comunidades em torno da Nome Library Thing Shelfary Lib.rario.us Goodreads BookJetty Booktagger

URL http://www.librarything.com http://www.shelfari.com https://www.goodreads.com http://lib.rario.us http://www.bookjetty.com http://www.booktagger.com

biblioteca.

3.6 Ferramentas de catalogação social Através das ferramentas de catalogação social qualquer pessoa pode catalogar, classificar e escrever críticas sobre livros online (Tabela 1 8). Estas ferramentas potenciam o surgimento de grandes comunidades virtuais de apreciadores de livros, como exemplos, Nome Citeulike BibSonomy RefWorks

URL http://www.citeulike.org http://www.bibsonomy.org http://www.refworks.com

temos a ferramenta LibraryThing que em fevereiro de 201 4 contava com cerca de 1 ,7 milhões de membros, quase 2 mil grupos e mais de 88 milhões de livros catalogados e a ferramenta GoodReads que na mesma data contava com cerca de 25 milhões de membros, 750 milhões de livros adicionados e 29 milhões de avaliações/críticas.

Tabela 18: Exemplos de ferramentas de catalogação social Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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As ferramentas de gestão online de referências bibliográficas permitem pesquisar, armazenar e partilhar referências bibliográficas (Tabela 1 9). Algumas destas ferramentas recomendam referências ao utilizador e permitem-lhe saber quem está a ler as mesmas publicações que ele. O Citeulike contava com cerca de 7,5 milhões de referências Nome URL Second Life http://secondlife.com Imvu http://pt.imvu.com Kaneva http://www.kaneva.com bibliográficas em fevereiro de 201 4.

Tabela 19: Exemplos de ferramentas de gestão online de referências bibliográficas 3.7 Ferramentas lúdicas Dentro das ferramentas lúdicas, destacamos os mundos virtuais, ambientes online que permitem aos utilizadores interagirem uns com os outros através de avatares (Tabela 20). Estes “mundos alternativos” podem ser utilizados tanto para o entretenimento como para o ensino e formação. O Second Life é um dos jogos sociais mais populares, atualmente conta com mais de 30 milhões de utilizadores registados. Nome URL Zamzar http://www.zamzar.com Convert.Files http://www.convertfiles.com Free File Converter http://www.freefileconvert.com

Tabela 20: Exemplos de jogos 3.8 Utilitários Nome TagCrowd Tagxedo Wordle

URL http://tagcrowd.com http://www.tagxedo.com http://www.wordle.net

A Web 2.0 é também um grande repositório de utilitários. Destacamos as ferramentas para conversão de ficheiros, as ferramentas para criação de nuvens de palavras e as ferramentas de integração de sistemas. As primeiras permitem a conversão de ficheiros de uma forma fácil, gratuita e online (Tabela 21 ). São suportados diversos formatos de texto, imagem, música e vídeo (é possível, por Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Nome URL Meevr http://www.meevr.com Twitter Feed http://twitterfeed.com IFTT https://ifttt.com exemplo, converter um vídeo em formato FLV para formato AVI, ou um documento em formato PDF para formato DOCX).

Tabela 21: Exemplos de ferramentas para conversão de ficheiros As “nuvens de palavras” evidenciam as palavras que surgem com maior frequência num texto e podem ser personalizadas em termos de disposição, tipos de letra e cores. Na Tabela 22 encontram-se alguns exemplos de ferramentas para criação de nuvens de palavras.

Tabela 22: Exemplos de ferramentas para criação de nuvens de palavras As ferramentas de integração de sistemas permitem enviar informações paras várias aplicações em simultâneo (Tabela 23). Por exemplo, o Tweetfeed permite enviar informação automaticamente e em simultâneo para o Facebook, Linkedin e Twitter.

Tabela 23: Exemplos de ferramentas de integração de sistemas 4. Conclusões A evolução das tecnologias de informação e comunicação veio trazer alterações profundas na nossa sociedade, inclusive, no próprio conceito de biblioteca. As bibliotecas escolares vêem-se hoje confrontadas com uma nova realidade social e informacional e como refere Silva (2011 , p.1 ) “a afirmação, ou mesmo a sobrevivência, da biblioteca escolar exige, assim, que, por um lado, mais do que estar simplesmente adaptada à nova realidade social e informacional, faça parte dessa realidade e, por outro lado, consiga reinventar novas formas de relacionamento com os seus utilizadores, contando inexoravelmente com a presença da Web 2.0”. Neste texto foram apresentadas diversas ferramentas da Web 2.0 que podem ser utilizadas para satisfazer as necessidades dos atuais utilizadores da biblioteca escolar, para cativar novos utilizadores e para partilhar o conhecimento de uma forma mais eficiente. Ao professor bibliotecário cabe-lhe a importante tarefa de selecionar as ferramentas da Web 2.0 a implementar na sua biblioteca.

5. Referências bibliográficas Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Arnal, D. M. (2007). Conceptos de Web 2.0 y biblioteca 2.0: origen, definiciones y retos para las bibliotecas actuales. El Professional de la Información, 1 6 (2), pp. 95-1 06. Casey, M. (2005). What Library 2.0 is not. LibraryCrunch. Consultado em 1 2 de abril de 2011 em http://www.librarycrunch.com/2005/1 0/what_library_20_is_not.html Cohen, L. (2006). A Librarian's 2.0 Manifesto. Library 2.0: An Academic's Perspective. Consultado em 1 7 de fevereiro de 2011 em http://liblogs.albany.edu/library20/2006/11 / a_librarians_20_manifesto.html Holmberg, K., Huvila, I., Kronqvist-Berg, M. & Widén-Wulff, G. (2009). What is Library 2.0?. Journal of Documentation, 65 (4), pp. 668-681 . Maness, J. M. (2006). Library 2.0 Theory: Web 2.0 and Its Implications for Libraries. Consultado em 1 de março de 2011 em http://www.webology.ir/2006/v3n2/a25.html Marques, C. G. C., & Carvalho, A. A. A. (2008). Experiências Pedagógicas de Utilização de Ferramentas da Web 2.0 no Ensino Superior. In J. A. V. Iturbide, F. J. G. Peñalvo & A. B. G. González (Eds.), X Simposio Internacional de Informática Educativa (SIIE08). Salamanca: Ediciones Universidad Salamanca. Proença, J. P. S. (201 2). Biblioteca Escolar e Web 2.0 – Questões em Torno de Algumas Práticas em Implementação e Perceção do Impacto no Trabalho da Biblioteca. In J. F. Matos, N. Pedro, A. Pedro, P. Patrocínio, J. Piedade, & S. Lemos (Eds.), Atas do II Congresso Internacional TIC e Educação (ticEDUCA 201 2). Em Direção à Educação 2.0. Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, pp. 21 30-21 49. Silva, Z. M. D. (2011 ). A Web 2.0 nas Bibliotecas Escolares. Dissertação de mestrado em Gestão de Informação e Bibliotecas Escolares. Lisboa: Universidade Aberta.

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ANIMAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS: SERVIÇOS DE DOCUMENTAÇÃO DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA

Correia, Dulce - IPL (dulce.correia@ipleiria.pt) Bento, Elisa - IPL (elisa.bento@ipleiria.pt) Resumo: O presente artigo perspetiva uma reflexão sobre a relação da Animação Cultural, na sua vertente Socioeducativa, enquanto componente tributária para o desenvolvimento pleno e harmonioso da comunidade interna ao Instituto Politécnico de Leiria (IPL), aos níveis cognitivo/intelectual e afetivo/relacional. Deste modo procedemos a uma avaliação do comportamento da comunidade interna ao IPL, em relação às Atividades Culturais aqui promovidas e procurando perceber, o que poderá estimular esta relação.

Palavras chave: Animação Cultural, Arte/Cultura, Comunidade Académica, Educação, Participação Abstrat: This articleisa reflection aboutthe relationshipofCultural Animationin its aspectsSocio educational,whiletributarycomponentfor thefull and harmonious developmentoftheinternalCommunity of LeiriaPolytechnic Institute, at the cognitive/intellectualand emotional/relational levels. Thuswe carried outan evaluation of thebehavior of the institute internal community,in relation of theCultural Activitiespromotedand tryingto understand, whatcanencouragethis relationship. Keywords: Academic Community, Art/Culture, Cultural Animation, Education, Participation

1 Introdução A Biblioteca José Saramago, sediada no campus 2 do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), iniciou a prática de realização de eventos culturais, em meados de 2003de forma esporádica, uma vez que nesse mesmo ano ocupou o novo edifício, construído de raiz. Este novo espaço está capacitado com uma zona própria para eventos. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Em 2007, com a restruturação dos serviços, foram criados os Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria (SDIPL) que englobam as quatro Bibliotecas. O projeto que havia para o foyer, o de acolhimento de atividades culturais como prática regular, começava a ganhar contornos e em 2009 foi criado o Gabinete de Atividades Culturais e Formação do Utilizador (GACFU), sediado na Biblioteca José Saramago, mas no contexto dos Serviços de Documentação dos SDIPL. O GACFU tem por missão fortalecer a ligação das pessoas (comunidade académica e público externo) à arte e à cultura e, para tal, dirige os seus esforços e criatividade na organização e realização de atividades culturais nos diversos campi do IPL. Das atividades organizadas pelo GACFU, destacam-se: exposições de pintura, escultura e fotografia; lançamentos de publicações; palestras, conferências, seminários e workshops; artes performativas e, ainda, comemorações de dias nacionais e internacionais, designadamente, Dia do Livro Infantil, Dia da Europa, Dia Mundial da Criança, Semana da Saúde e Semana da Leitura. Em síntese, a presente comunicação visa demonstrar/conhecer e avaliar a participação e envolvimento, sobretudo da comunidade académica do IPL, mas também da comunidade externa a esta instituição, nas Artes/Atividades Culturais, e mais concretamente, nos eventos promovidos pelos SDIPL.

1 .1 Bibliotecas e atividades culturais Muito se tem escrito sobre a adoção de técnicas modernas de administração pelas organizações sem fins lucrativos. Segundo Oliveira (1 985, p.1 ), “ g as bibliotecas pertencem a um setor da comunidade chamado o setor terciário”. “Nos centros de informação o produto transacionado é intangível, a informação e a formação.Que precisa satisfazer as necessidades sociais sem recorrer a fins lucrativos”. Uma destas técnicas de gestão são os eventos culturais que podem contribuir para, além do crescimento do indivíduo, para divulgação dos serviços de informação e das necessidades do utilizador. O conceito ‘Biblioteca’ tem evoluído a partir do momento que se começou a considerar como espaço aberto, com diferentes compromissos e objetivos definidos no seu fazer social, onde atividades básicas de organização, administração e disseminação do conhecimento humano passam por modificações significativas, fundamentadas em três vetores complementares: atendimento, informação e participação. A juntar a estes, consideramos merecer particular destaque, pela sua relevância, um quarto vetor, que, Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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no entanto, sempre deverá manter-se integrado na complementaridade com os anteriores, como a Formação/Educação. O mesmo acontece na Arte/Atividades Culturais. Ambos são elementos constituintes da história da humanidade, devem assumir-se como parte integrante e dinâmica da construção da nossa identidade, numa bidirecionalidade de ação e inserção sobre e na cultura.

2 Gabinete de Atividades Culturais e Formação do Utilizador dos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria 2.1 Bibliotecas: Animação/Dinamização e o papel do Animador Cultural Torna-se evidente a relevância da animação cultural no quadro teórico-concetual que desenvolvemos. Assim, sublinhamos que esta tem sido praticada como um campo de

luta pela afirmação da cidadania, da valorização social e do fortalecimento da democracia, na qual se pressupõe a participação dos sujeitos. A animação cultural tenta desenvolver o diálogo, a ação comunicativa e a solidariedade, ou seja, é uma estratégia para a transformação social. De facto, este tipo de animação poderá dar origem a novos modos de pensamento, novas racionalizações e perspetivas, que irão contribuir para a renovação de princípios organizacionais das sociedades, sendo a figura 1 , representativa destas relações.

Figura 1 - Animação Cultural: relação com Arte/educação, Educação e Animação Assim, a animação cultural atua como instrumento de difusão, contribuindo para a adaptação social e melhor compreensão do mundo que nos rodeia. Entendida deste modo, a animação cultural não é apenas instrumento da cultura mas também da educação. Mais do que isso, ousamos chamar-lhe “escola paralela” que visa contribuir para a formação de públicos, corrigir deficiências e contribuir para o enriquecimento de 29 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


uma comunidade em particular, a do IPL. Assume-se, assim, em contexto educativo, uma dinâmica de transformação da passividade, resignação e fatalismo do viver humano em participação, autonomia e emancipação. No entanto, a organização de programas educacionais/culturais não pode ser feita de forma ligeira e simplista, antes tem de ser fruto de esforço, empenho, zelo e conquista. Não só na Educação, como em tudo na vida, é essencial ir ao encontro das necessidades com vista à sua satisfação. É certo que muitas necessidades são artificialmente criadas. No entanto, esta é a realidade com que nos deparamos e perante a qual temos de responder. Reforçando a ideia de Edgar Morin (1 999, p.1 23),“g cada ser é munido de distintos, gostos, saberes, histórias, vivências, atitudes, hábitos (g) É também essa característica que faz ver a cada um de nós a diferença no meio da semelhança”. De facto, é essencial intuir e encontrar interesses comuns, vontades habituais, hábitos correntes, necessidades idênticas e desejos semelhantes no meio da individualidade de cada ser que compõe a comunidade, por forma a promoverem-se eventos que, de um modo geral, correspondam aos interesses daqueles a quem se dirigem. Na análise de campo, percebe-se que as Exposições não são o tipo de eventos que reúnam grandes adeptos da comunidade interna. Pelo contrário, os seminários, palestras, tertúlias, workshops e as artes performativas são os eventos mais apreciados. Esta informação alerta para a importância de se estudar e conhecer o mercado como ferramenta que possibilite “a observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando a satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços” (Fraga, Robson, 2006). Tanto neste caso em particular, como em qualquer outra organização, o marketing é cada vez mais uma ferramenta crucial para se chegar aos mercados. Surgiu como forma de atender às necessidades de mercado, sem se limitar aos bens de consumo, e é amplamente usado para "vender" ideias e programas sociais. Técnicas de marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspetos da vida. Pela análise de campo auferida, verifica-se que a maioria da população que assiste aos eventos realizados pelos SDIPL são discentes, já se começa a “conquistar” os docentes e, com maior dificuldade, os estudantes. Será sobretudo este o público-alvo para o qual se terão de realizar ações que possam “despertar nos consumidores suas necessidades reprimidas e demonstrar como supri-las através de produtos e/ou serviços” (Nóbrega, Moacir, 2008, sp). Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Assim sendo, e tomando por referência o conceito de Animação Cultural antes explicitado como forma de integrar e elevar o ser humano, pondo-o a participar nos desafios que se lhe deparam como protagonista e até promotor, pode também afirmarse que o Animador Cultural deverá, entre outras características, ser também um marketeer. Esta característica visa potenciar a necessária criatividade e inteligência social, de modo a avaliar a realidade em que se insere e responder a problemas existentes e/ou futuros. Já que a Animação Cultural tem como principal objetivo aproximar públicos e obras, há necessidade de adequar os “produtos culturais” à comunidade interna e externa, de modo a fomentar a sua participação. Neste contexto, importa reforçar, de acordo com Lopes (2008, sp), que deverá existir “uma íntima relação entre o plano educativo e o plano social, uma vez que a educação é condicionada e condiciona a sociedade”. Se o processo de educar engloba as vertentes ensinar e aprender, deduz-se que também se educa ensinando a apreciar a Arte e a Cultura. É este um dos domínios de atuação do Animador Cultural. E é aí que Marketing e Animação Cultural se deverão fundir, para que haja “um instrumento/um meio educativo,assim como uma metodologia activa e participativa de comunicação, motivação ecriatividade bem como um recurso didáctico para conseguir uma educação integral eintegrada no meio” (Ventosa, 2003, p.1 6). Outro aspeto a merecer destaque relaciona-se com a necessidade de trabalhar melhor a divulgação, para que chegue ao maior número de pessoas. Recorrendo uma vez mais ao marketing como ferramenta a ser utilizada pela Animação Cultural no apoio à divulgação da Cultura/Artes e incremento da participação do seus públicos, consideremos agora um dos “P” do MarketingMix: a Promoção. Importa relembrar que uma das suas formas é Comunicar. No entanto, esta comunicação não se limita ao P de Promover, mas engloba também Preço, Produto e Ponto de Venda/Distribuição. Comunicar torna-se uma ferramenta decisiva para o Animador Cultural, impulsionada pela sua criatividade, capacidade crítica e sensibilidade para interpretar os públicos, com o objetivo de alcançar os melhores resultados. Esta ferramenta é, assim, o seu grande auxílio para conhecer, ler, atingir, incentivar, avaliar e melhorar. Comunicar é também uma forma de Arte, sobretudo a partir de perceções, emoções e ideias, visando estimular essas instâncias de consciência nos espectadores.

2.2 Missão dos Serviços de Documentação Os Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria têm como Missão, “Processar informação, produzir conhecimento!”. De um modo mais alargado, a Missão dos SDIPL assume-se como “apoio às atividades de ensino e investigação 31 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


desenvolvidas no IPL” e visa “fornecer de forma eficaz e eficiente serviços de biblioteca que satisfaçam as necessidades da sua comunidade de utilizadores, proporcionar formas de acesso privilegiado à informação e facilitar a aprendizagem ao longo da vida.” De forma contínua, assiste-se a um IPL que, através dos seus Serviços de Documentação e como comunidade viva, tem desenvolvido um trabalho sistemático, proporcionando cada vez maior oferta de atividades extracurriculares à comunidade interna e externa ao IPL, cobrindo todos os campi e pólos da instituição, localizados em Leiria, Caldas da Rainha e Peniche. O seu propósito radica na convicção de que, promovendo a realização de atividades culturais, científicas e artísticas extracurriculares destinadas à comunidade, contribui fortemente para a formação integral da personalidade dos seus elementos, complementando a formação académica que lhes é proporcionada no percurso escolar. Ao proporcionar aos estudantes oportunidades de encontro e discussão com personalidades de diferentes áreas do conhecimento, através da implementação de um Plano de Atividades Culturais e Formativas extracurriculares, os SDIPL procuram contribuir para a consolidação dos seus conhecimentos na dimensão sociocultural, para o desenvolvimento da sua consciência de cidadania e para o despertar de referências e valores humanos. A Animação Cultural é uma metodologia importante num processo educativo cuja missão consiste numa aprendizagem, em que deve imperar a coabitação entre o intelectual, o afetivo e o relacional. O mesmo acontece na Arte/Atividades Culturais e como elementos constituintes da história da humanidade, devem assumir-se como parte integrante e dinâmica da construção da nossa identidade, numa bidirecionalidade de ação e inserção sobre e na cultura. Podemos ainda observar a função e importância da Arte/Atividades Culturais na educação, numa dupla perspetiva: não só no que respeita à sua funcionalidade como experiência estética, mas também no que concerne ao seu carácter facilitador no processo ensino/aprendizagem. Estes dois aspetos contribuem decididamente para converter a escola num espaço mais cativante e acolhedor. Neste contexto, torna-se premente encarar a educação como algo mais que um meio de transmitir conhecimentos; ela é também, e acima de tudo, atividade holística em constante articulação, um meio para comunicar e promover a expressividade, a criatividade, a socialização, a auto-confiança e a ligação do indivíduo à comunidade, objetivando uma conceção do seu crescimento e desenvolvimento, bem como da formação integral e harmoniosa da sua personalidade. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Assim, o papel do educador é fundamental na promoção de uma educação que

desenvolva plenamente as potencialidades de cada educando, fomentado a sua criatividade, inovação, descoberta e realização pessoal e grupal.

2.3 Plano de Atividades Culturais Em 201 0, implementou-se o primeiro “Plano de Atividades Culturais” para definir as atividades e os campi, onde as mesmas decorreriam ao longo do ano. É importante referir que das quatro bibliotecas dos SDIPL, a Biblioteca José Saramago é a que tem as infraestruturas mais indicadas/com espaço próprio e é também a a que abrange um maior número de potenciais utilizadores/publico, dada a sua localização e pelo facto de estar situada entre a Escola Superior de Saúde (ESSLei) e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG). Para a elaboração do Plano de Atividades Culturais, o GACFU realiza um processo de seleção de vários tipos de propostas oriundas de espetáculos, artistas/instituições/empresas (internas e externas ao IPL). Após esta triagem, segue-se o contacto com os respetivos artistas/instituições/empresas para solicitar orçamentos e perceber a logística da atividade. Terminada a pesquisa, a reflexão, a elaboração das fichas técnicas dos eventos e a orçamentação das atividades, o Plano de Atividades segue para e avaliação superior e para aprovação. Desde 2008 até à data, os SDIPL realizaram cerca de 1 00 atividades, de acordo com a tabela 1 :

Tabela 1 : Quantificação de atividades Tomando como ponto de partida a tabela acima e a do estudo de campo, a perceção é de que, em geral, os eventos têm despertado baixos índices de participação da comunidade interna, ao contrário da externa que cada vez mais aflui ao espaço. Após a realização e aplicação de alguns inquéritos elaborados em estágios curriculares, esse facto comprova-se. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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2.4 Análise de Evento Um dos objetivos de pesquisa do GACFU é: Identificar as razões pelas quais os sujeitos participam, ou não, nos eventos propostos;

Compreender e desenvolver novas formas de promover eventos culturais que despertem interesse na comunidade em referência; Organizar estratégias para melhorar o envolvimento da comunidade nos eventos.

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Segundo um estudo recente elaborado pela estagiária do curso de Licenciatura de Animação Cultural, Flávia Bento, que na inauguração de exposição “Contemporaneidades” e lançamento de livro do autor Micael Sousa, (colaborador do IPL), inquiriu os convidados, perceciona-se de forma mais objetiva o que explicamos na comunicação.

Os dados abaixo patentes foram retirados do inquérito realizado pela estagiária Flávia Bento, sob orientação do GACFU. Na inauguração da exposição acima referida, estavam presentes cerca de cem pessoas. Foram então entregues cem questionários, das quais sessenta e quatro responderam e devolveram o inquérito entregue no início do evento. Na questão “A que grupo de utilizadores da Biblioteca José Saramago pertence?”, seis

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pessoas responderam que eram estudantes, três pessoas responderam que eram funcionários docentes, cinco pessoas responderam que eram funcionários não docentes e cinquenta pessoas responderam que eram utilizadores externos, (figura 2).

Figura 2 - Utilizadores da BJS (Biblioteca José Saramago) Na pergunta “Qual a razão que o levaram a frequentar este evento cultural promovido pelos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria?”, obtiveram-se os seguintes resultados:

Figura 3- Motivo de presença no evento Na pergunta “Costuma frequentar regularmente os eventos culturais promovidos pelos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria?”, quinze pessoas responderam que sim e quarenta e nove pessoas responderam que não, figura 4.

Figura 4 - Eventos promovidos pelos SDIPL Na questão “Porque é que frequenta regularmente os eventos culturais promovidos pelos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria?”, obtiveram-se as seguintes respostas:

Figura 5 -Resultados das respostas à questão “Porque é que frequenta regularmente os eventos culturais promovidos pelos SDIPL? Na pergunta “Porque é que não frequenta regularmente os eventos culturais promovidos pelos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria?”, obtiveram-se os seguintes resultados, (figura 6): Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Figura 6 - Questão: Porque é que não frequenta regularmente os eventos culturais promovidos pelos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria? Ao comunicarmos com o mercado, passamos igualmente a conhecê-lo. Existem algumas lacunas, sobretudo as afetas à promoção e divulgação. Importa, pois, redefinir o trabalho realizado nesta área. Efetivamente, quando analisados dados de inquéritos realizados pelos estagiários que passaram pelo GACFU, quer na análise de campo (em conversas informais com a comunidade) sobre os motivos que levaram a comunidade a não participar nos eventos realizados pelo SDIPL, a maioria “não teve conhecimento do mesmo”. Considera-se haver um elevado número de pessoas a não ter conhecimento dos eventos, tendo em conta que todos eles, promovidos por aqueles serviços, são sempre precedidos por formas de divulgação, desde o envio de convite eletrónico, à fixação de cartazes, entrega de convites personalizados, informação transmitida através das redes sociais (Twitter, Facebook, Blogue, Portais da Instituição e dos próprios SDIPL, entre outras). Pela análise dos dados de alguns dos inquéritos realizados nos SDIPL, pode afirmarse que o Correio Eletrónico é a forma menos eficaz de divulgar eventos uma vez que, é do conhecimento geral que, principalmente os estudantes, não acedem ao e-mail da escola.

3 Conclusão Tendo em consideração os resultados globais, como também alguma experiência e observação em campo, possibilitam descobrir que, apesar da apreciação geral bastante positiva daqueles que participam nos eventos organizados pelos SDIPL, ainda há um longo caminho a percorrer e muito para melhorar, traçando mesmo rotas alternativas ou novas naquele percurso. Os SDIPL deverão, então, conferir a importância merecida a um processo de avaliação e revisão analítica, o qual permitirá considerar os mesmos ou processos de funcionamento alternativos, tendo em vista a melhoria contínua e um crescimento sustentado de todos os recursos, assentes numa manutenção dos públicos existentes e conquista de novos públicos. O propósito final será sempre incrementar a participação das comunidades. Neste seguimento, é necessário melhorar o Plano de Atividades Culturais dos SDIPL. Este terá de ser reavaliado, procurando selecionar eventos que interessem mais à população a quem se dirigem e aperfeiçoar a divulgação/promoção, que permitirá Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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chegar a um maior número de pessoas. É fundamental a avaliação de cada evento, para o conhecimento/controlo na captação de um público diferenciado. O GACFU trabalha com o objetivo de ser um contributo para a melhoria no promover de saberes e valores, que conduzam ao desenvolvimento e crescimento do indivíduo. Pudemos ainda confirmar a importância da atividade cultural, como complemento da formação académica, através do acesso à cultura e às artes. Para além disto, confirmámos a importância do encontro e discussão da comunidade interna e externa do IPL, com personalidades de diferentes áreas do conhecimento, proporcionados pela implementação de um Plano de Atividades Culturais e Formativas extracurriculares. Após consolidação desta informação, podemos afirmar que os SDIPL conseguem, através da sua dimensão sociocultural, atingir um desenvolvimento da consciência de cidadania e despertar valores humanos na comunidade com que interagem.

4 Referências Bibliográficas Bento, Flávia (201 3). Relatório de Estagio: Gabinete de Atividades Culturais dos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria. Leiria; Fraga, R. e Nóbrega, M. (2006). Marketing. Recuperado em 201 2, 21 junho, dehttp://www.thinkfn.com/wikibolsa/Marketing; GACFU – Gabinete de Atividades Culturais dos SDIPL (201 0). Apresentação do GACFU. Diapositivos internos (não editado): Instituto Politécnico de LeiriaAcedidoem 2011 e 201 2, dewww.ipleiria.pt Portal/Legislação/plano atividades; Lopes, M. (2008). Animação Sociocultural em Portugal (2ª ed.). Amarante: Intervenção; Morin, E. (1 999). O desafio do Século XXI: religar os conhecimentos. Lisboa: Instituto Piaget; Oliveira, S. (1 985). Marketing e sua aplicação em bibliotecas: uma abordagem preliminar. Ciência da Informação, vol.1 4, n.2, p.1 37-1 47, jul./dez.; Ventosa, V. (2003). Educar para la participación en la escuela. Madrid: Editorial CCS.

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BIBLIOTECAS EM REDE: SERVIÇOS DE DOCUMENTAÇÃO DO IPL, BIBLIOTECA MUNICIPAL DE LEIRIA E REDE CONCELHIA DE BIBLIOTECAS ESCOLARES DE LEIRIA

CORREIA, Dulce - IPL - dulce.correia@ipleiria.pt LILIANA, Gonçalves - IPL - liliana.goncalves @ipleiria.pt

Introdução Em 201 0, em resposta ao desafio lançado pela Rede de Bibliotecas Escolares, através da Coordenadora Interconcelhia, Lucília Santos, os Serviços de Documentação do IPL uniram-se à Biblioteca Municipal de Leiria e à Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares de Leiria para organizar a Semana da Leitura de Leiria cujas iniciativas invadiram as escolas mas, também, a própria cidade. Depois dessa experiência bem-sucedida, a parceria entre instituições e profissionais manteve-se viva e estendeu a sua ação a outras dinâmicas locais, designadamente ao Encontro das Bibliotecas Escolares de Leiria. Centrando-se atualmente na organização anual destes dois eventos, a ação tem-se alargado gradualmente a outros parceiros como, por exemplo, à comunicação social local, ao Leiria Shopping, à Acilis - Associação Comercial e Industrial de Leiria, as livrarias, entre outros. Esta estratégia de cooperação institucional abriu, assim, caminho para a mudança de paradigma ao nível do trabalho desenvolvido por instituições locais e regionais congéneres, nomeadamente as Bibliotecas existentes no concelho de Leiria.

O presente Numa altura de fortes constrangimentos orçamentais, de constantes alterações legislativas e de grandes exigências ao nível da Administração Pública nacional, também aos serviços de Bibliotecas é exigido fazer mais e melhor com os mesmos recursos. De facto, vivemos uma fase histórica que exige de cada um de nós, em particular, e de todos, no geral, nomeadamente dos que prestam serviços públicos, a capacidade de resiliência para lidar com os problemas, superar os obstáculos e resistir à pressão de situações adversas. Perante esta realidade, aos serviços resta apenas reagir à adversidade, continuando a focar a atenção no utilizador e nas suas necessidades e serem criativos na procura de Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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soluções que permitam agregar valor ao serviço público que prestam. Um dos caminhos passa por investir no melhoramento da eficiência e da eficácia dos serviços que fornecem e explorar novos modelos de sustentabilidade. A abertura das Bibliotecas à comunidade externa, às instituições onde estão inseridas e o estabelecimento de parcerias, nomeadamente as locais e regionais, com instituições congéneres e/ou de outros ramos de atividade complementares, é, sem dúvida, uma opção a explorar.

Parcerias Em sentido lato, as parcerias aliam instituições com interesses comuns que, mediante uma ação conjunta, procuram atingir objetivos idênticos. Portanto, o seu estabelecimento com instituições públicas e privadas da localidade ou região onde a instituição está inserida acarretará, certamente, vantagens visíveis. A poupança de recursos e esforços para ambas as partes é a mais imediata mas, fruto desse trabalho comum, a obtenção de melhores e mais serviços para a comunidade e, consequentemente, maior impacto e mais visibilidade das instituições envolvidas são outras vantagens a ter em conta. Portanto, a realização de projetos em parceria são uma oportunidade para alterar/melhorar a perceção pública sobre cada parceiro envolvido e angariar futuros potenciais utilizadores. O usufruto estende-se também aos colaboradores das instituições envolvidas porque o trabalho em comum favorece a aprendizagem e o desenvolvimento de competências, estimula a aplicação de boas práticas apreendidas e conduz a uma maior proximidade entre as instituições. Bibliotecas como parceiras: Serviços de Documentação do IPL, Biblioteca Municipal de Leiria e Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares de Leiria Em 201 0, em resposta ao desafio lançado pela Rede de Bibliotecas Escolares, através da Coordenadora Interconcelhia, Lucília Santos, os Serviços de Documentação do IPL uniram-se à Biblioteca Municipal de Leiria e à Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares de Leiria para organizar a Semana da Leitura de Leiria cujas iniciativas invadem as escolas mas, também, a própria cidade. Esta primeira experiência de cooperação entre as 3 instituições correu de forma muito positiva. Embora com um orçamento reduzido, o evento realizou-se com sucesso uma Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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vez que cada parceiro pôs à disposição do projeto comum o seu know-how e experiência, acrescido de serviços, recursos humanos e materiais que a sua instituição poderia dispensar. No primeiro ano de organização em parceria, a conceção da imagem do evento coube ao IPL por se considerar que tinha designers ao seu serviço com muita experiência, situação que se tem mantido até hoje. Na verdade, até o próprio designer escolhido tem anualmente manifestado interesse em se manter ao serviço da iniciativa uma vez que a conceção gráfica dos materiais de divulgação é vista como uma mais-valia essencial para a atração dos vários públicos-alvo e, para além disso, ao fim destes anos de colaboração, sente-se envolvido e comprometido com o projeto. Os SD do IPL ficaram ainda responsáveis pela organização da atividade cultural de abertura do evento e, neste âmbito, foi realizada uma sessão de teatro no castelo de Leiria, pelo Grupo de Teatro Apollo, com o título Leandro, Rei da Helíria. Esta peça teve a particularidade de decorrer em vários espaços do castelo, percorridos pelos atores e pelo público, e de ser traduzida em língua gestual. Durante a semana, os SDIPL colaboraram ainda com o banco de contadores de histórias, atividade que teve como objetivo levar sessões de animação do livro e da leitura a escolas e instituições relativamente distantes e que não tinham meios para se deslocarem ao centro das atividades desta iniciativa. Em 2011 , o teatro voltou ao castelo com a peça Na Terra dos Sonhos pelo Grupo de Teatro Apollo, representando a sessão de abertura da Semana da Leitura, e a participação dos SDIPL estendeu-se novamente ao banco de contadores de histórias. Em Novembro do mesmo ano, os SDIPL foram inseridos na equipa organizadora do IV Encontro de Bibliotecas Escolares de Leiria com o título wwwlerpontoescola, que teve lugar na Biblioteca Municipal de Leiria. Aos SDIPL coube, nesta primeira edição em conjunto, elaboração da imagem gráfica desta iniciativa, mas também endereçar alguns convites a profissionais da área das tecnologias aplicadas a Bibliotecas, mediar um dos debates e a dinamizar momentos storytelling, para além de outras tarefas de organização e logísticas partilhadas. Em 201 2, com o regresso da Semana da Leitura em Abril, além da já habitual colaboração com o banco de contadores de histórias, as Histórias de Encantar, pela voz de Cristina Taquelim, da Biblioteca Municipal de Beja, ocuparam o Mercado de Santana. Esta sessão, da responsabilidade dos SD do IPL, em conjunto com uma sessão de música organizada pela Biblioteca Municipal de Leiria no mesmo espaço, deram por terminada a edição de 201 2. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Em Novembro de mesmo ano, o V Encontro de Bibliotecas Escolares de Leiria decorreu no espaço da Escola Secundária Domingos Sequeira subordinado à temática da leitura digital, tendo os SDIPL colaborado não só nas tarefas de índole logística, mas também nos momentos de animação, incluindo storytelling. Foi também neste ano, e fruto da necessidade de depositar os materiais e as conclusões deste encontro, que nasceu o blogue Leiri@tec@. O nascimento desta plataforma, esteve a cargo dos SDIPL. Mais tarde, agregou-se também ao mesmo suporte os conteúdos e informações relativos à Semana da Leitura, sendo atualmente uma veículo de divulgação das atividades que se realizam neste dois momentos, mas também um meio de comunicação digital. Este ano, em 201 3, a Semana da Leitura decorreu durante o mês de Março e o teatro Nem tanto ao mar, nem tanto à terra!, encenado pelo Grupo de Teatro Pirata Automático, percorreu os corredores do Leiria Shopping, numa verdadeira epopeia em busca de leitores. A atualização diária do blogue Leiria@tec@, com as várias e vastas atividades que aconteceram a nível concelhio, esteve sob a responsabilidade dos SDIPL. A Semana da Leitura de 201 3 teve uma grande projeção na cidade, situação que só foi possível porque, por iniciativa do grupo de parceiros, foi decidido envolver o Leiria Shopping e toda a comunicação social local, para além das livrarias locais e da ACILIS - Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós.

Conclusão Numa altura de fortes constrangimentos orçamentais, na qual é exigido aos serviços públicos, nomeadamente aos serviços de Biblioteca, a procura e proposta de soluções que os tornem sustentáveis e lhes permita agregar valor ao serviço que prestam, o estabelecimento de parcerias com instituições congéneres e/ou complementares, locais ou regionais, é um dos caminhos a apostar. Foi o que o caminho que os Serviços de Documentação do IPL, a Biblioteca Municipal de Leiria e a Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares de Leiria decidiram percorrer, com resultados muito positivos para todos. No seio do grupo de parceiros, existe a forte convicção de que as instituições envolvidas fortalecem-se com esta parceria, trilhando um caminho conjunto de afirmação positiva no cumprimento da respetiva missão rentabilizando recursos e esforços e alargando 42 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


fortemente o público-alvo a atingir. Bibliografia Portal dos Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria, Disponível em http://www.sdoc.ipleiria.pt/ The public Sector Research Institute - O futuro da prestação de serviços públicos [Em linha]. S. Paulo: PricewaterhouseCoopers, 2007,. Disponível em http://www.pwc.com/en_GX/gx/psrc/pdf/the_road_ahead_for_public_service_delivery_ brazil.pdf

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PARTILHA E COOPERAÇÃO NO ACESSO À INFORMAÇÃO CIENTÍFICA: A PARTICIPAÇÃO DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA NO PROJETO RCAAP

Dulce Correia - IPL - dulce.correia@ipleiria.pt Rosa Marcos - IPL - rosa.marcos@ipleiria.pt

1 . O Acesso Livre ao Conhecimento No início do século XXI, o debate em torno das formas de acesso à literatura científica foi-se intensificando, culminando em 2002 na "Budapest Open Access Initiative" (BOAI). A Declaração de Budapeste, que resultou deste encontro organizado pelo Open Society Institute (OSI) em 2001 , veio preconizar o acesso livre à literatura científica como forma de: "Accelerate research, enrich education, share the learning of the rich with the poor and the poor with the rich, make this literature as useful as it can be, and lay the foundation for uniting humanity in a common intellectual conversation and quest for knowledge." Na Declaração de Budapeste definiu-se o Acesso Livre ao Conhecimento como: "By 'open access' to this literature, we mean its free availability on the public internet, permitting any users to read, download, copy, distribute, print, search, or link to the full texts of these articles, crawl them for indexing, pass them as data to software, or use them for any other lawful purpose, without financial, legal, or technical barriers other than those inseparable from gaining access to the internet itself. The only constraint on reproduction and distribution, and the only role for copyright in this domain, should be to give authors control over the integrity of their work and the right to be properly acknowledged and cited." O Acesso Livre, segundo a BOAI, aplica-se à literatura científica produzida por investigadores e da qual eles não esperam receber pagamento. O Acesso Livre não se aplica a obras, nomeadamente livros, relativamente às quais os autores pretendam obter receitas. Também não se aplica a obras não académicas, nomeadamente ficção ou notícias. O Acesso Livre aplica-se primariamente aos postprints de artigos (após peer review), mas também aos preprints (versões não revistas) que os leitores queiram divulgar. Mas, para além destes documentos, o Acesso Livre pode aplicar-se a toda a produção científica da qual os autores não pretendam obter receitas, nomeadamente: dissertações de mestrado, teses de doutoramento, comunicações apresentadas em congressos, working papers, relatórios técnicos, material didático, etc. Ou seja, o que o 44 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


movimento do Acesso Livre ao Conhecimento defende é o acesso a esta literatura científica através da Internet em texto integral e de forma totalmente gratuita. Para os autores, sendo o seu trabalho avaliado pela sua produção científica, nomeadamente pelo impacto dessa produção, que geralmente está associado ao número de vezes que esse trabalho é citado por outros autores, depositar em acesso livre revela- se uma excelente opção. Os textos livremente acessíveis têm maiores probabilidades de serem citados do que aqueles que são publicados em revistas comerciais. O preço das assinaturas das revistas académicas e científicas tem vindo a subir constantemente, tendo-se verificado entre 1 986 e 1 996 um aumento médio do custo das assinaturas de 1 47% (fonte ARL). Consequentemente, este aumento tem levado a uma diminuição acentuada no número de títulos assinados por cada instituição. Esta situação gera uma barreira de acesso à literatura científica e faz com que os artigos científicos publicados por esta via sejam acessíveis apenas a um número bastante restrito de leitores. Isto implica uma limitação no impacto e no reconhecimento dos resultados da investigação produzida pelos autores. Além disso, existem estudos que comprovam que o custo de publicação em livre acesso é substancialmente inferior aos custos das formas tradicionais de disseminação, nomeadamente os periódicos comerciais. Sendo o principal objetivo do investigador tornar o seu trabalho publicamente acessível, a publicação do trabalho em acesso livre é a melhor opção, dado que tem mais hipóteses de ser citado. Existem já diversos estudos que provam que o impacto dos artigos publicados em acesso livre é superior ao dos artigos publicados em revistas comerciais. Foi neste contexto que surgiu o movimento do acesso livre ao conhecimento. Perante as possibilidades oferecidas hoje em dia pelas novas tecnologias e perante todos os problemas e limitações colocados pelo atual sistema de comunicação científica, publicar em acesso livre é uma opção a considerar. Com o acesso livre pretende-se, segundo Eloy Rodrigues (2004), "maximizar o impacto à informação, maximizando o acesso aos seus resultados" e, por parte das universidades, laboratórios e centros de investigação "reassumir o controlo do sistema de comunicação da ciência". De acordo com a BOAI, o Acesso Livre pode ser atingido através de duas estratégias, complementares e não antagónicas. A primeira é através da criação de Repositórios digitais de conteúdos e a segunda, através da publicação de revistas de acesso livre. As instituições devem criar estas opções para os autores e, desta forma, os autores podem fazer o auto-arquivo nos Repositórios e, por outro lado, publicar em revistas de Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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acesso livre.

2. Os Repositórios Institucionais No âmbito da BOAI, foi definido o auto-arquivo em Repositórios Institucionais como uma das vias para concretizar o acesso livre ao conhecimento. Nesse contexto, no Outono de 2002 começaram a surgir vários Repositórios institucionais, como refere Lynch (2003): "In the fall of 2002, something extraordinary occurred in the continuing networked information revolution, shifting the dynamic among individually driven innovation, institutional progress, and the evolution of disciplinary scholarly practices. The development of institutional repositories emerged as a new strategy that allows universities to apply serious, systematic leverage to accelerate changes taking place in scholarship and scholarly communication, both moving beyond their historic relatively passive role of supporting established publishers in modernizing scholarly publishing through the licensing of digital content, and also scaling up beyond ad-hoc alliances, partnerships, and support arrangements with a few select faculty pioneers exploring more transformative new uses of the digital medium." Um Repositório Institucional é uma "biblioteca digital" que permite a preservação, a divulgação e o acesso à produção científica de uma determinada instituição. No caso das instituições de ensino superior, os Repositórios Institucionais podem contribuir para o aumento do prestígio e da visibilidade da instituição, "servindo como indicador tangível da qualidade dessa universidade e demonstrando a relevância científica, económica e social das suas atividades de investigação e ensino", como refere Eloy Rodrigues (2004). Por outro lado, integrando-se no âmbito do movimento do Acesso Livre ao Conhecimento, contribuirá para a disseminação da literatura de carácter científico de forma totalmente gratuita e para a reforma do sistema de comunicação da ciência, fazendo com que a instituição reassuma o controlo sobre a sua própria produção científica. Num Repositório Institucional podem ser arquivados vários formatos de documentos, nomeadamente ficheiros de texto, imagem, áudio e vídeo. Em termos de tipologias documentais, um Repositório pode acolher todas as tipologias documentais de literatura académica e científica que os autores produzem no âmbito das atividades de investigação e ensino, nomeadamente: dissertações de mestrado, teses de doutoramento, monografias, preprints, postprints, working papers, relatórios técnicos, comunicações a conferências e congressos, entre outos. A nível operacional, o Repositório permite às instituições concentrar num só local toda a 46 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


sua produção científica, que até aí se encontrava dispersa em revistas, atas de congressos, etc. A criação de um Repositório permite concentrar toda esta produção, além de poder incluir também a literatura científica cinzenta, que muitas vezes é produzida à margem dos circuitos comerciais. Os Repositórios são também uma opção para resolver a questão da preservação e divulgação das teses e dissertações em formato digital. Para a instituição, para além dos benefícios atrás referidos, a facilidade de acesso e visibilidade da sua produção científica aumentará significativamente com a criação de um Repositório.

3. O acesso aberto em Portugal As primeiras iniciativas de acesso aberto em Portugal tiveram lugar em 2003, mas foi a partir de 2006 que o acesso aberto se tornou uma questão incontornável. A primeira iniciativa foi da Universidade do Minho, pioneira no acesso aberto em Portugal, com a criação do seu repositório institucional, o RepositóriUM, em 2003. A Universidade do Minho foi também a primeira instituição portuguesa a definir uma política de autoarquivo, em 2004 e a realizar a 1 ª Conferência Open Access em 2005. Ainda em 2005 surgiu uma outra iniciativa nacional, que consistiu na disponibilização do portal português do projecto Scielo (Scientific Electronic Library Online). Até Setembro de 2006 o RepositóriUM e o Scielo Portugal eram as únicas iniciativas de acesso aberto existentes em Portugal. No último trimestre de 2006, diversas iniciativas vieram alterar o panorama nacional, nomeadamente a criação do repositório institucional do ISCTE, a Declaração do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) sobre o Acesso Livre ao Conhecimento e a realização da 2ª Conferência Open Access. No início de 2007, o CRUP criou um grupo de trabalho sobre o acesso aberto e, ao longo desse ano e do ano seguinte, várias instituições criaram os seus repositórios institucionais. Em Julho de 2008, surgiu finalmente uma iniciativa nacional de acesso aberto - o Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), promovido pela UMIC e operacionalizado pela FCCN com o apoio da Universidade do Minho, tendo o projeto sido lançado oficialmente em Dezembro desse mesmo ano. O projeto RCAAP, além de disponibilizar um portal que pesquisa nos vários repositórios que aderiram ao projeto, oferece ainda um serviço de alojamento de repositórios institucionais, o SARI, que assegura às instituições aderentes o alojamento e a manutenção do Repositório. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Desde a criação do RCAAP o acesso aberto desenvolveu-se de forma rápida e consolidada em Portugal: a rede nacional de repositórios das instituições de ensino e investigação portuguesas cresceu exponencialmente, disponibilizou-se um vasto leque de serviços eletrónicos e verificou-se um aumento considerável na mobilização da comunidade académica. Todas as universidades públicas aderiram ao projeto, assim como a grande maioria dos institutos politécnicos e outras unidades de investigação. O modelo de serviço pelo qual o RCAAP optou garante a realização do trabalho comum pela equipa de especialistas do projeto, libertando as instituições aderentes para a realização das atividades fundamentais de depósito de documentos e divulgação do repositório. Com a aplicação deste modelo, regista-se um custo de operação reduzido, um prazo de implementação de novos serviços reduzido e, por outro lado, permite que as equipas das instituições aderentes se foquem nas atividades nucleares. Além dos serviços já mencionados, o projeto RCAAP procura ainda consolidar uma visão integrada do movimento de acesso aberto e contribuir para a consolidação de uma comunidade nacional de acesso aberto promovendo ações de divulgação, promoção e formação e desenvolvendo parcerias nacionais e internacionais para a expansão dos serviços disponibilizados.

4. A experiência do Instituto Politécnico de Leiria No contexto da reorganização dos serviços das várias Escolas Superiores pertencentes ao Instituto Politécnico de Leiria (IPL), o Grupo de Trabalho formalmente constituído para a elaboração do Relatório de Reorganização dos serviços das Bibliotecas do IPL propôs um conjunto de medidas de intervenção que cobriam várias áreas, desde a reformulação de circuitos e procedimentos administrativos e técnicos com vista a uma maior rentabilização dos recursos humanos e materiais existentes, que resultaram na criação de Manuais de Procedimentos, a Normas de Funcionamento e do Cartão de Leitor únicos, à atuação à luz da mesma filosofia de prestação de serviços ao público, bem como outras de cariz eminentemente tecnológico, como a mudança de software de gestão de Bibliotecas, portal Internet, novas tecnologias disponíveis no mercado, entre outras. Neste âmbito, um dos projetos principais foi a criação do Repositório Institucional do IPL. Ao propor a sua criação, os Serviços de Documentação (SDIPL) tiveram como objetivos a preservação da memória científica do IPL, a contribuição para a divulgação da investigação realizada no âmbito do IPL e das suas unidades orgânicas, contribuindo assim também para uma maior visibilidade do IPL a nível nacional e a nível internacional, a contribuição para o aumento do impacto da investigação realizada Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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no seio do IPL, e, finalmente, o reforço da imagem do IPL enquanto instituição de prestígio. Para além do movimento internacional Open Access estar em franco desenvolvimento, e a nível nacional e internacional terem surgido vários Repositórios Institucionais, realidade a que o IPL enquanto instituição de ensino superior não poderia estar de

Tipologia

Documentos

Comunicações em conferências e congressos Artigos científicos Dissertações de Mestrado Teses de Doutoramento Capítulos de livros Relatórios técnicos Livros Outros Total

256 234 11 4 32 22 11 9 39 71 7

forma alguma alheio, este impulso dado pelos SDIPL teve também como mote a necessidade que os serviços sentiram de reunir, numa só base de dados, a produção científica dos docentes e investigadores que sentiam dispersa e desconhecida para a generalidade da comunidade académica. Numa primeira fase, entre 2007 e 2009, os Serviços de Documentação, em união de esforços com a Unidade de Ensino à Distância (UED), dedicaram-se à parametrização do software open source DSpace para a criação do Repositório. Em Junho de 2009, estavam preparados para entrar em produção, pois o DSpace já estava instalado e devidamente parametrizado. Nesta altura, surgiu a oportunidade de candidatura ao SARI - Serviço de Alojamento de Repositórios Institucionais do RCAAP - Repositório de Acesso Aberto de Portugal, que apresentava como principais vantagens a disponibilização gratuita de serviços de alojamento e manutenção do sistema. Perante estas vantagens, os SDIPL prontamente decidiram enviar a sua candidatura ao SARI. Com a aceitação da sua candidatura, o projeto do Repositório do IPL tornou-se realidade em poucos meses. Em Agosto de 2009, o Ic-online entrou em produção e, desde essa data, tem-se apostado na sua divulgação e na angariação de docentes que estejam disponíveis para depositar os seus documentos. Atualmente o Ic-online disponibiliza um total de 71 7 documentos, distribuídos pelas seguintes tipologias: Nestes quatro anos de existência, o número de downloads dos documentos foi Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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crescendo gradualmente, tendo o Ic-online atingido os 373.000 downloads em junho de 201 3. Em termos de envolvimento institucional, nomeadamente de docentes e investigadores, a novidade da ligação do Repositório à B-ON e a consequente promoção nacional e internacional dos seus artigos e da própria instituição, animou a comunidade académica que, progressivamente tem enviado a sua produção científica para integrar o Ic-online. Ao longo destes quatro anos, os Serviços de Documentação têm realizado diversas ações de formação e de divulgação do Repositório, nomeadamente: realização de ações de formação para docentes nos vários Campi do IPL, com vista a fomentar o auto- arquivo; realização de ações de formação interna para a equipa que faz a gestão corrente Repositório; participação no evento anual "Open Access Week"; publicação de notícias sobre o Ic-online na revista Politécnica, editada pelo IPL, assim como na imprensa local e regional; divulgação da iniciativa através do portal e das redes sociais dos SDIPL e produção e distribuição de brochuras junto da comunidade académica. 5. Conclusões Desde o aparecimento do primeiro repositório em Portugal em 2003 registaram-se progressos significativos no Acesso Aberto em Portugal. A rede de Repositórios das instituições de ensino e investigação expandiu-se de forma assinalável e verificou-se também uma maior mobilização da comunidade académica nacional. Atualmente o projeto RCAAP conta com a participação de 32 instituições, entre universidades públicas e privadas, institutos politécnicos, centros de investigação e centros hospitalares. Quatro anos após a adesão dos SDIPL ao projeto, o balanço é extremamente positivo, uma vez que a participação num projeto de âmbito nacional permitiu-nos uma maior visibilidade junto das instituições congéneres nacionais e internacionais, a partilha de boas práticas, assim como o estabelecimento de sinergias. Bibliografia Budapest Open Access Initiative (2002). Disponível em http://www.soros.org/. Consultado em 27 jun. de 201 3. Lynch, Clifford A. (2003). Institutional Repositories: essential infrastructure for scholarship in the digital age. Libraries and the Academy, 3(2), 327-336. Disponível em http://muse.jhu.edu/. Consultado em 27 jun. 201 3. Rodrigues, Eloy (2004). Acesso Livre ao Conhecimento: a mudança do sistema de comunicação da ciência e os profissionais de informação. Disponível em Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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http://repositorium.sdum.uminho.pt. Consultado em 27 jun. 201 3.

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BIBLIOTECA ESCOLAR/CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE PENICHE ­ CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA REDE

FÉLIX, FRANCISCO - ESP - franciscofelix@espeniche.pt MENDES, MARISA - ESP - marisamendes@espeniche.pt

1 . Introdução A partir de setembro de 2007, a Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE) da Escola Secundária de Peniche (ESP) começou a funcionar nas atuais instalações (a antiga biblioteca cedeu o lugar à atual sala de professores e a biblioteca transitou para um espaço renovado, o das antigas oficinas de mecânica), abriram-se, assim, novas possibilidades de atuação. O facto de, a partir desse momento, a biblioteca ter passado a contar com professora bibliotecária veio permitir reforçar e ampliar o trabalho que se vinha efetuando. Recorde-se que os grupos responsáveis pela dinamização da antiga biblioteca organizaram um conjunto de iniciativas de relevância didático-pedagógica. A constituição de equipas de trabalho da BE/CRE pluridisciplinares possibilitou igualmente a articulação entre os vários agentes suscetíveis de desenvolver atividades, tendo por base o espaço recém-criado. No presente trabalho, pretende-se apenas destacar as atividades desenvolvidas no âmbito das Ciências e Tecnologias. Realce-se que os eventos realizados na BE/CRE abrangem muitas áreas do conhecimento que ultrapassam largamente a temática desenvolvida. O trabalho efetuado nesses campos reveste-se de grande importância para o reconhecimento da BE/CRE como recurso na progressão das aprendizagens e interliga-se com a dinâmica subjacente ao texto apresentado. Sempre que possível, identificam-se as pontes entre as Ciências e Tecnologias e as restantes valências associadas à biblioteca. Intitulando-se o seminário Redes e enredos: partilha e socialização do conhecimento, é natural que se tente perspetivar os assuntos tratados, jogando com os diversos conceitos de rede. O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea[1 ], da Academia das Ciências de Lisboa, apresenta 22 significados para o termo “rede”. Muito simplesmente, deseja-se enunciar as iniciativas concretizadas e mostrar o entrelaçamento entre os elementos do sistema. A fundamentação teórica constitui um Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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suporte fulcral quando se analisa o papel das bibliotecas escolares, mas, neste caso, aposta-se sobretudo na componente prática, deixando transparecer alguns aspetos no que concerne a alguma criatividade e inovação. Explicitado o quadro em que se insere o texto, passe-se então à descrição do serviço prestado pela BE/CRE no contexto mencionado.

2. Ciências e Tecnologias na rede Aquando da inauguração da antiga biblioteca, em 1 959, as estantes possuíam uma chave que impedia o acesso direto aos livros. De qualquer forma, isso não significa que o impacto do livro chegasse exclusivamente aos alunos, pois os livros poderiam ser lidos por familiares, por exemplo (Santos, 201 2). Neste momento, e como é natural, face ao desenvolvimento registado, a biblioteca da Escola Secundária de Peniche constitui um sistema aberto. Assim, além de os alunos terem acesso direto aos materiais pedagógicos, o centro de recursos estabelece uma série de interações com a comunidade envolvente, projetando-se muito para além do espaço físico da escola. Demonstraremos, de seguida, que a construção de diversas malhas na obtenção de uma rede pode seguir caminhos diversos. A publicação da fotografia de uma ave, da autoria de um antigo aluno da ESP, Bruno Maia, na revista National Geographic - Portugal[2] desencadeou uma série de iniciativas, tendo como pólo dinamizador a BE/CRE. Na sequência de informação veiculada pela revista, a equipa da BE-CRE convidou o jovem fotógrafo a apresentar exposição. Tendo em consideração que Bruno Maia trabalha na captação de imagens de aves em parceria com o pai, Victor Maia, também antigo aluno da ESP, optou-se por efetuar uma exposição conjunta (Figura 1 ), intitulada Asas & Penas[3] (de 6 a 1 7 de fevereiro de 201 2). A qualidade das fotografias, extraída do vasto espólio dos autores, atraiu a comunidade escolar e chamou à escola muitos visitantes. Dada a qualidade do espaço de exposição e o interesse de outros fotógrafos, surgiu então a possibilidade de se efetuarem outros eventos no mesmo âmbito, na biblioteca da ESP (“Proximidades” e “Momentos”, respetivamente da autoria de Manuel Chagas e João Fernandes). A divulgação de Asas & Penas teve como consequência direta a ação de observação de aves, com a colaboração da equipa da Reserva Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Natural das Berlengas. Numa sessão aberta à comunidade escolar, os participantes puderam apreciar as aves presentes no Cabo Carvoeiro (11 de abril de 201 3). Já em aula de campo, os alunos das turmas CPTAR1 (6 de maio de 201 3) e CPTAR2 (1 0 de maio de 201 3) conseguiram observar o falcão-peregrino e corvos-marinhos, nas proximidades da Papôa. As conversas mantidas com quem se interessa pela avifauna remeteu para a organização de sessões com um perito em observação de aves. Assim, o Eng.º Pedro Ramalho dinamizou ações para alunos (8 e 1 2 de abril de 201 3) e comunidade escolar (1 8 de abril de 201 3), tendo por base a vasta experiência adquirida no passatempo a que se dedica. A exposição de fotografia mencionada possibilitou também o contacto com o antigo presidente do conselho diretivo da Reserva Natural das Berlengas, Dr. António Teixeira, biólogo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que se disponibilizou de imediato para promover um colóquio sobre Aves e mamíferos marinhos (30 de abril de 201 3). Refira-se também que a elaboração de cartazes ligados às iniciativas mencionadas contou com vários colaboradores e que, paralelamente, a divulgação dos eventos através do jornal local A Voz do Mar e das redes sociais permitiu ampliar os conhecimentos veiculados pelas ações, abertas à comunidade, que tiveram como centro dinamizador a BE/CRE.

Figura 1 . Aquando da inauguração de Asas &Penas. Para reforçar a ideia central do que acaba de ser exposto, atente-se agora Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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num caso mais ligado às tecnologias. Contactos com colaboradores de outras iniciativas deram a conhecer à equipa da BE/CRE a existência de um conjunto de equipamentos náuticos, pertencentes à coleção particular do Sr. Estêvão Alexandre Henriques. A proposta de se efetuar exposição na biblioteca com um conjunto significativo de peças foi de imediato aceite pelo colecionador, solicitando apenas a colaboração de dois amigos, o Sr. Joaquim Meireles e o Sr. Francisco Germano Vieira, por sinal dois antigos alunos da ESP. A exposição Bússolas e equipamentos náuticos (Figura 2), que decorreu entre 1 4 e 25 de janeiro de 201 3, contribuiu para a valorização de um importante património ligado à evolução da tecnologia da pesca e à cidade de Peniche. O trabalho em rede permitiu a disponibilização de catálogo referente à exposição, quer em suporte de papel, quer em suporte digital. As fotografias que acompanharam a exposição criaram um ambiente também propício à contextualização da temática envolvida. Além do conhecimento disponibilizado através dos elementos apresentados e da conversa com o Sr. Estêvão Henriques aquando da inauguração, a organização da mostra serviu para algumas turmas dos cursos profissionais terem acesso a uma aula diferente. O diálogo com um apaixonado pelas bússolas e outros equipamentos náuticos motivou os alunos para a importância destes conhecimentos, incluindo aspetos relacionados com a conservação, funcionamento e evolução dos mesmos. A visita de responsáveis por outras instituições, de concelhos vizinhos, sugeriu também o ensejo de se organizarem eventos complementares.

Figura 2. O Sr. Estêvão Alexandre Henriques apresenta a exposição Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Bússolas e equipamentos náuticos. Abordados dois casos concretos em que se teve como objetivo demonstrar as redes e enredos, a partir da dinâmica criada na BE/CRE, dar-se-á agora a conhecer, de uma forma menos desenvolvida, um conjunto de iniciativas que se enquadra na mesma linha de orientação. Deste modo, o espaço nobre da biblioteca, como foi designado no periódico Região de Leira, de 30 de maio de 201 3, tem sido utilizado como um sistema onde se geram, acarinham e apoiam projetos. Para melhor explanar a situação descrita, agruparam-se as atividades de acordo com as afinidades evidenciadas.

Colóquios acompanhados de pequenas exposições na BE/CRE[4]: Primavera na Biblioteca (Prof.ª Dr.ª Teresa Mouga, 1 9 de março de 201 0); apresentação de vegetação dunar e folhas de herbário elaboradas por alunos; Biodiversidade Animal (Prof. Dr. Paulo Maranhão, 23 de novembro de 201 0); apresentação de equipamentos de Biologia Marinha; Os Romanos e a Exploração dos Recursos Naturais no Concelho de Peniche (Dr. Rui Venâncio, 1 9 de janeiro de 2011 ); mostra de elementos associados a vestígios romanos; O Fantástico Mundo dos Minerais (Dr. Ricardo Pimentel, 7 de fevereiro de 2011 ); exposição de minerais; Berlenga- caminhos para a sustentabilidade (Prof. Dr. Sérgio Leandro, 1 5 de novembro de 201 2); atividade integrada no Mês do Mar, da responsabilidade da CMP e da ESTM; Iluminuras na biblioteca (Cenógrafo Jorge Carvalho, 4 de março de 201 3; figura 3).

Exposição de materiais produzidos pelos alunos no âmbito das Ciências e Tecnologias: Modelos de células e organitos (abril de 2009); Reprodução nas plantas (maio de 201 0); Microrganismos na biblioteca (março de 201 2); Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Incubações (8 a 22 de abril de 201 3); Trabalhos

relacionados

programáticos e/ou projetos.

com

determinados

conteúdos

Exposições de fotografia: Proximidades (Manuel Chagas, de 1 9 de outubro a 5 de novembro de 201 2); Momentos (João Fernandes, de 25 de fevereiro a 8 de março de 201 3).

Ciências em recortes (divulgação de artigos de índole científica recolhidos na comunicação social) Comemoração de eventos de âmbito geral: Dia Mundial da Água; Dia Mundial Sem Fumo; Ano Internacional do Planeta Terra (Félix, 201 0). E-informação (Boletim Informativo da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos) Desenvolvimento de trabalho colaborativo com outras escolas/agrupamentos e Universidade Sénior de Peniche (por exemplo, exposição de presépios e árvores de Natal com recurso ao aproveitamento de materiais já usados) Rentabilização da BE/CRE pelos docentes em atividades de ensino Articulação curricular da BE/CRE com os docentes O átrio da BE/CRE como local privilegiado para mostras que

envolvem as múltiplas atividades realizadas na ESP

Figura 3. Iluminuras na biblioteca. A qualidade do espaço da BE/CRE e o trabalho sistemático de cooperação com todas as estruturas da Escola faz com que esta estrutura seja utilizada como local preferencial para a entrega de prémios respeitantes a concursos e outras atividades similares. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Acrescente-se que através do Facebook[5] e do blogue da BE/CRE[6] se torna possível conhecer o trabalho desenvolvido na escola, nomeadamente as ações que ocorrem na dependência da estrutura responsável. Atividades como a Tertúlia Literária (de 29 de abril a 3 de maio de 201 3,

dinamizada conjuntamente com o Grupo de Recrutamento 300) ou mesmo as sessões de poesia têm integrado algumas propostas oriundas do campo da Ciências. Como já foi mencionado, com este trabalho não se deseja cobrir todos os aspetos relacionados com a atividade da BE/CRE, o que seria, aliás, muito difícil. Assim, procurou-se dar uma ideia do trabalho desenvolvido, tendo por base as Ciências e Tecnologias, embora com a noção de que a riqueza e diversidade das ações não se encontram espelhadas na íntegra, neste artigo.

3. Considerações finais Antes de se proceder ao desenvolvimento desta secção assinale-se que não foi fácil sintetizar o trabalho desenvolvido e, sobretudo, encaixar os assuntos tratados na dinâmica subjacente - redes e enredos. Num ecossistema, a complexidade de relações que se estabelecem é difícil de descrever; o mesmo se passa numa estrutura como a BE/CRE. Uma outra semelhança com os sistemas naturais reside no facto de os diversos Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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elementos funcionarem em torno de objetivos comuns. Significa, então, que a perspetiva apresentada reúne o contributo de muitos agentes que têm possibilitado um desenvolvimento sustentável da BE/CRE. Dinamizadores das ações, alunos, professores e assistentes operacionais da ESP, professores de outros estabelecimentos de ensino, antigos alunos, comunicação social local, autores de blogues e outras entidades, foram fundamentais para a concretização das atividades propostas. Acrescentese que os diversos eventos foram realizados com os escassos recursos disponíveis. O empenho e colaboração de todos foi uma das notas dominantes, mesmo num contexto educativo difícil. Alterações no sistema de ensino que conduzam à desmotivação dos professores - e outros agentes educativos e a um desgaste desproporcionado podem fazer resvalar a Escola Pública para uma situação insustentável. Os nossos jovens têm direito a um ensino que não se resuma às atividades letivas, mas que abra perspetivas para a integração numa sociedade em permanente mutação. A existência do cargo de professor bibliotecário, de equipa pluridisciplinar e o contributo das assistentes operacionais agregadas à biblioteca têm proporcionado condições adequadas ao trabalho desenvolvido. Santos (201 2), a propósito da antiga biblioteca da Escola Industrial e Comercial de Peniche destaca a importância do cargo de "professor-bibliotecário", com funções equiparadas a serviço docente. A concretização das atividades propostas desde 2007 só foi possível graças a uma colaboração intensa entre os vários agentes. A dinâmica observada apoiou-se num trabalho em rede, suportado pela articulação entre as diferentes estruturas.

4. Agradecimentos Agradece-se a todos os que de alguma forma tornaram possível a apresentação do artigo e comunicação no âmbito do seminário Redes e enredos: partilha e socialização do conhecimento.

5. Referências bibliográficas Félix, F. (201 0). Potencialidades Didáctico-Pedagógicas Associadas à Geologia da Península de Peniche. Paideia, 1 , 69-80. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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Santos, M. D. (201 2). A Biblioteca da Escola Industrial e Comercial de Peniche: História, Ideologia e Cultura. Paideia, 3, 1 01 -11 8. ----------------------[1 ] Editado pela Verbo em 2001 . [2] Disponível na BE/CRE. [3] Título inspirado no álbum Asas e Penas, de Jorge Palma, editado em 1 984. [4] Antes ou depois da realização dos colóquios os dinamizadores deram explicações acerca dos materiais expostos. [5] https://www.facebook.com/CREESP?ref=ts&fref=ts [6] http://creesp.blogspot.pt/

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|Maria Trindade M. Serralheiro

UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA As tecnologias da comunicação vieram alterar significativamente o modo de aceder aos documentos de arquivo. Atualmente estão disponíveis cerca de 1 0 milhões de imagens de qualidade e de acesso gratuito através das bases de dados geridas pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB)

COMO ACEDER? A documentação dos Arquivos Nacionais (ANTT e CPF) e dos 1 6 arquivos distritais, que fazem parte da DGLAB, pode ser consultada de forma virtual através das suas bases de dados disponíveis online nos Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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respetivos sítios web ou através da ligação disponível em <URL:http://arquivos.dglab.gov.pt/catalogo/>. A DGLAB disponibiliza ainda a Rede Portuguesa de Arquivos (RPA)

PORQUÊ E COMO COMEÇÁMOS? A digitalização tem como objetivos: facilitar o acesso a alguns dos principais fundos e coleções documentais dos Arquivos à comunidade nacional e internacional; a democratização da informação; potencializar conteúdos em benefício da investigação e do conhecimento do Património e da Cultura; preservar a longo prazo fundos documentais em mau estado de conservação. A prioridade de digitalização teve em consideração: Fundos com maior interesse para a comunidade; Fundos em mau estado de conservação; Fundos pouco conhecidos, mas com potencial interesse.

O QUE JÁ ESTÁ DISPONÍVEL Registos paroquiais e outros documentos de interesse genealógico Entre 2003 e 201 2, foram colocadas online nos diferentes sites 6.256.542 imagens A informação digitalizada está disponível a todos os utilizadores , a nível mundial O que não está ainda digitalizado pode ser solicitado a cada Arquivo através do formulário eletrónico disponível no respetivo sítio web. As imagens são disponibilizadas gratuitamente e o utilizador pode fazer download com uma marca ótica, como forma de identificar a entidade detentora dos documentos. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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O utilizador que necessitar de imagens sem esta marca ótica terá que contactar o Arquivo respetivo, indicando a sua finalidade.

ENTRE 2005 E 2008 ALGUNS PROJETOS Projeto Memórias paroquiais, 1 758: Uma Coleção online constituída por 44 volumes, também designada "Dicionário Geográfico", com elevado índice de consulta PARÓQUIA Nª SRª da AJUDA (PENICHE) Projeto da série PIDE/Propaganda apreendida: Projeto que contou com a descrição normalizada dos 665 documentos - 4064 imagens a cores, de elevada qualidade. PROPAGANDA APREENDIDA Fundos e Coleções fotográficas Fundo Secretariado Nacional de Informação (SNI), entre 1 970 e 1 985, no total de 7900 imagens; Primeiros Ministros "Oliveira Salazar", do Fundo SNI, num total de 1 820 imagens; Álbuns Gerais, do Fundo Empresa Pública Jornal o Século, 1 926 - Setembro de 1 938, no total de 1 2.211 imagens que se encontram online. Os álbuns referentes ao período de 1 938-1 969 encontram-se disponíveis em formato digital apenas nas instalações do ANTT. PENICHE-PESCADORES ENTRE 2007-2009 Projeto Inquisição de Lisboa online Projeto de conservação, digitalização e disponibilização online de documentos, 20072009, que teve como principal objetivo a descrição normalizada dos documentos pertencentes ao acervo daquela instituição, existentes na Torre do Tombo, bem como a sua digitalização com vista à disponibilização dos seus conteúdos na Internet. Estão disponíveis online 1 9.775 registos descritivos e 2.292.997 imagens. INQUISIÇAO LISBOA ONLINE Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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SÓ SE VALORIZA E AMA O QUE SE CONHECE OU QUE FUTURO PARA ESTE PASSADO?

QUE FUTURO PARA ESTE PASSADO? A Torre do Tombo oferece-lhe a possibilidade de desfrutar, sempre que desejar e através da Internet, de documentos até agora inacessíveis à grande maioria do público. Assim todos fruímos e preservamos um inestimável e raro património comum EXPOSIÇÕES VIRTUAIS REGISTO MEMÓRIA DO MUNDO

PARCERIA RBE ARQUIVOS ONLINE NA BIBLIOTECA ESCOLAR Ações de divulgação dirigidas aos responsáveis pelas bibliotecas escolares: potenciar o conhecimento dos fundos e recursos documentais em linha da DGLAB e do PPA exploração desses recursos para o conhecimento e a aquisição de novas literacias no âmbito das atividades curriculares e da biblioteca escolar Parceria RBE

Fevereiro de 2011 Coordenadores Interconcelhios da RBE 3 ações de um dia 66 coordenadores das Zonas Norte, Centro e Sul

Outubro 2011 e 201 3 Professores responsáveis pelas Bibliotecas Escolares de vários concelhos 1 4 ações de divulgação 326 professores bibliotecários e alguns bibliotecários municipais (SABE), dos Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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concelhos de Sintra (2), Lisboa (3), Odivelas, Amadora, Loures e Mira, Oeiras, Barreiro-Montijo; Seixal-Palmela, Ovar e Leiria

DAR FUTURO AO PASSADO... Sensibilizar os responsáveis pelas Bibliotecas Escolares para as potencialidades pedagógicas dos recursos de informação disponíveis nas bases de dados geridas pela DGLAB; Alargar o leque de competências de literacias de informação no que concerne à pesquisa e interpretação da metainformação relativa aos documentos de arquivo disponíveis online, em livre acesso; Fazer do património arquivístico e fotográfico um recurso de aprendizagem para usufruir e enriquecer os conteúdos curriculares disciplinares e interdisciplinares (cidadania, arte, ciência, história, literatura) Arquivo para todos na escola

ESPAÇO ESCOLA(S) ─ Se isto é assim tão importante, porque é que não passa na Televisão? ─ Quando for grande quero vir estudar para aqui. ─ Qual é o documento mais valioso? ─ E quanto vale? ─ A Sra. tem o código da Casa Forte? ─ Esta sala (de Leitura) é muito bonita porque tem muito silêncio( PRÓXIMOS EVENTOS NA

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TORRE DO TOMBO

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"Esta gente" por Sophia de Mello Breyner Andresen Esta gente cujo rosto Às vezes luminoso E outras vezes tosco Ora me lembra escravos Ora me lembra reis Faz renascer meu gosto De luta e de combate Contra o abutre e a cobra O porco e o milhafre Pois a gente que tem O rosto desenhado Por paciência e fome É a gente em quem Um país ocupado Escreve o seu nome E em frente desta gente Ignorada e pisada Como a pedra do chão E mais do que a pedra Humilhada e calcada Meu canto se renova E recomeço a busca De um país liberto De uma vida limpa E de um tempo justo

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AS NOVAS TECNOLOGIAS AO SERVIÇO DA PROMOÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

Raquel Ramos Rede de Bibliotecas Escolares “A leitura é uma janela aberta para o mundo.” Associação Americana de Professores Bibliotecários

1 . Promover a leitura: o que nos diz a literatura A promoção da leitura, enquanto conceito amplo, relacionado com políticas culturais que visam fazer leitores, surge com frequência associada à ideia de investimento no capital humano, que a médio ou a longo prazo tem o seu retorno. Esse investimento assume contornos diversos: se por um lado, a leitura é vista como um contributo para o enriquecimento da pessoa enquanto ser humano que, através das experiências como leitor, se realiza, cresce e, porventura, se torna mais feliz, por outro, ela é encarada pela UNESCO como fator decisivo para lutar Woman at the window, C.D. contra a exclusão social, na medida em que os níveis Friedrich, 1 822 de literacia estão associados ao desenvolvimento social equilibrado de um país. Efetivamente, os estudos revelam que cidadãos que dominam as competências da leitura e da escrita têm mais sucesso pessoal (Krashen, 2004), ou seja, estão munidos de ferramentas que lhes permitem adaptar-se melhor a um mundo em constante mudança. Esse sucesso pessoal é também um sucesso coletivo, uma vez que o conhecimento e as competências das pessoas são elementos chave para o crescimento económico a longo prazo. É sabido que “os ambientes pobres em literacia influenciam de forma adversa o desempenho das instituições sociais e económicas, designadamente as escolas, as organizações da comunidade e as empresas”, como revela o estudo A Dimensão Económica da Literacia em Portugal: Uma análise (2009:1 0). Portugal tem feito um esforço e um investimento consideráveis nas últimas décadas, através da criação e implementação de projetos como o Programa Nacional de Promoção da Leitura (PNPL), o Plano Nacional de Leitura (PNL) e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), cujos resultados, embora não ideais, são já bastante Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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visíveis. Se o estudo internacional que avalia a literacia de leitura, Programme for International Student Assessment (PISA), em 2000, colocava Portugal em vigésimo quinto lugar num universo de vinte e sete países da OCDE que o integraram, o mesmo já não se verificou decorridos nove anos, em que a prestação por parte dos alunos portugueses com quinze anos de idade foi bastante melhor (em trinta e três países que integraram o estudo, Portugal ficou posicionado em décimo sétimo lugar). Estes resultados foram corroborados pelo estudo mais recente, Progress in International Reading Literacy Study, realizado, em 2011 , em quarenta e quatro países a alunos que frequentam o 4.º ano, tendo Portugal ficado posicionado em décimo nono lugar. Alunos da EBS de Valença

2. O texto e o leitor no atual contexto

Pese embora os resultados já alcançados, as políticas culturais que visam promover a leitura não podem estar alheias ao contexto cultural e temporal que é o de hoje. Os agentes implicados na promoção da leitura, quer a nível de instituições que definem os princípios orientadores quer a nível dos profissionais que os aplicam no terreno, têm de estar conscientes de que, em termos de leitura, assistimos hoje a uma mudança de paradigma que nos obriga a olhar para a questão sob diversos ângulos. De facto, por um lado, vive-se um momento híbrido em que o texto impresso convive com novos tipos de texto em suporte e formatos diferentes, ou seja, em que se passou de uma cultura predominantemente alfabética e textual para uma outra dominada por imagens (Lozano, 2009), tendo o texto assumido diversas formas de expressão. Por outro, o nosso atual leitor, principalmente aquele que pretendemos cativar e se encontra em idade escolar, é um nativo digital (Prensky, 2001 ), habituado a conviver de forma natural com uma miríade de artefactos tecnológicos, que fazem parte do seu diaa-dia. Estas constatações levam-nos a concordar com Luzano, quando afirma que “Este cambio de paradigma debe provocar cambios en la forma de programar las actividades de fomento de la lectura” (2009:91 ). Se pretendemos fazer leitores − leitores cosmopolitas que entendem o mundo e assumem uma posição crítica sobre o que se passa nele – Alunos da EBS de Valença torna-se necessário colocá-los em contacto com Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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textos multimodais, em suportes e formatos diferentes. Seria, em nosso entender, muito redutor restringir a promoção da leitura ao texto literário e apenas ao suporte impresso. Porém, não basta colocar os alunos em contacto com os textos para solucionar o problema da leitura. “También es necessário enseñar a pensar y a hablar sobre los textos” (Colomer, 2001 :1 4), o que tem implicações para o tipo de trabalho que se realiza, seja em contexto de sala aula ou em contexto mais livre, como, por exemplo, na biblioteca escolar. A figura do mediador adquire, então, um papel relevante, na medida em que o tipo de trabalho que realiza com os leitores está condicionado (ou deveria estar) pelos pressupostos teóricos que detém sobre a temática.

3. Atividades de animação da leitura É, pois, essencial que este mediador − professor, professor bibliotecário, animador da leitura ou outro profissional − tenha uma visão estratégica do poder da leitura e conheça formas eficazes de desenvolver o seu trabalho. Para além de conhecer os potenciais leitores e os seus gostos de leitura, o mediador deve também conhecer recursos adequados aos interesses, géneros e idade dos leitores, os níveis de leitura em que se encontram, dedicar tempo à leitura e dinamizar atividades de forma sistemática. De entre um leque variadíssimo de iniciativas que contribuem para promover a leitura, o mediador pode utilizar estratégias e técnicas a que habitualmente chamamos animação da leitura. Nestas atividades de animação da leitura é importante, como refere Prole (2008), que os leitores tenham uma postura ativa, que sejam Alunos da EBS de Valença “motores do próprio processo e não meros espetadores”. Aprender a ler, isto é, aprender a compreender o que se lê, implica sedução, envolvimento e ação. A este respeito, Poslaniec, no seu livro Incentivar o prazer de ler (2005), apresenta quatro tipologias de atividades de animação da leitura: a) a animação de informação, que consiste em apresentar livros de géneros diferentes, abordando temas diversos, de forma variada e atrativa; b) a animação lúdica, que tem como principal objetivo estabelecer o contacto aprazível com o livro e com a leitura; c) a animação responsabilizadora, que consiste em implicar as crianças e jovens em atividades de promoção e de divulgação junto de um determinado público; d) e a animação de aprofundamento, que consiste no desenvolvimento de atividades que partindo da leitura Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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se estendem para além dela, possibilitando a descoberta de outras formas de expressão, incluindo a escrita. Estas e outras atividades são regularmente desenvolvidas nas nossas escolas e bibliotecas, ainda que, na maioria das vezes, de forma tradicional, ou seja, implicando o leitor sobretudo na leitura de textos em suporte impresso e não rentabilizando da forma mais adequada a panóplia de novas tecnologias que estão ao nosso alcance, como nos foi dado confirmar pelo estudo que desenvolvemos em 2011 , junto de cinquenta e um professores bibliotecários.[1 ] Num contexto temporal e cultural marcado pela presença constante das novas tecnologias no nosso dia-a-dia, cabe-nos, então, neste momento da nossa reflexão, fazer a pergunta que se segue.

4. As tecnologias podem ajudar-nos a promover a leitura e a escrita? Existe atualmente um conjunto de ferramentas da chamada Web 2.0, como os blogues, as wikis, os serviços de criação de sítios, os serviços de criação de documentos, os microbloggings, ferramentas que permitem fazer livros digitais, ferramentas para construir e partilhar filmes, para produzir e partilhar podcasts, para fazer apresentações em linha, as redes socias, os fóruns de discussão e as plataformas LMS, que podem ser postas ao serviço da promoção da leitura e da escrita. Embora vivamos um período de uma certa euforia − porque está tudo a acontecer a um ritmo muito acelerado e a literatura científica, quer nacional quer internacional, ainda não se debruçou muito sobre esta temática –, e isso exija dos profissionais da educação cautela na forma como abordam determinadas questões, no que diz respeito à utilização das novas tecnologias para promover a leitura e a escrita, partilhamos da opinião de Javier Celaya: “Em vez de passarmos o tempo a dizer que as tecnologias afastam os jovens dos livros, porque não utilizamos os meios eletrónicos para atrair a sua curiosidade pelos livros e para fomentar o prazer de ler?” (2007) Esta é, de resto, a opinião de muitos profissionais que, dando passos cautelosos, vão explorando várias ferramentas para aproximar o leitor do texto, seja do impresso, seja do multimodal, do texto literário ou do informativo. No estudo que anteriormente referimos, a utilização das novas tecnologias ao serviço da promoção da leitura é bastante valorizada pelos professores bibliotecários (os profissionais inquiridos no estudo), que reconhecem a necessidade de adaptarem práticas ao perfil de leitor com quem trabalham. Contudo, a utilização que é feita das ferramentas da Web 2.0 é ainda pouco consolidada: por um lado, os professores tendem a utilizar um número muito reduzido de ferramentas (com incidência nas que conhecem melhor – o blogue ou a plataforma Moodle); por outro, utilizam-nas sobretudo de forma unilateral em atividades Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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de animação de informação e lúdicas, e menos em atividades responsabilizadoras ou de aprofundamento, aquelas que exigem do leitor uma posição mais ativa e maior envolvimento com o texto.

5. É possível fazer melhor? Como? De facto, apesar de a maioria das escolas fazer um uso pouco sustentado das novas tecnologias, existem, no país, práticas muito bem-sucedidas, que revelam já um grau elevado de maturação sobre o assunto. Apresentamos, de seguida, de forma resumida, dois projetos que foram premiados pela Rede de Bibliotecas Escolares, através da Candidatura Ideias com Mérito.

1 . Escola Básica António Correia de Oliveira (Esposende) A Escola Básica António Correia de Oliveira dinamiza o clube de leitura Ler o Mundo, um projeto que envolve alunos do 9.º ano e resulta de um trabalho articulado entre a disciplina de Tecnologias da Informação e a biblioteca escolar. Neste projeto, os alunos leem e são chamados a ter uma opinião crítica sobre as leituras realizadas, utilizando para o efeito diferentes ferramentas da Web 2.0 que lhes permitem combinar voz, imagem e texto e trabalhar um conjunto alargado de competências de leitura e de escrita. O clube funciona ao longo do ano letivo, em sessões de 45’, na biblioteca e na sala de aula alternadamente. Os alunos leem textos de formatos diversos em suporte impresso e digital, desenvolvendo simultaneamente um conjunto de atividades de animação responsabilizadoras e de aprofundamento relacionadas com as leituras realizadas: partilham com os colegas e o público em geral a sua opinião sobre o que leem, utilizando o blogue ou o Moviemaker; constroem book trailers para promoverem os seus livros preferidos; utilizam o Voice Thread para se exprimirem sobre fotografias ou cartoons que abordam temas políticos e sociais; recorrem ao avatar Voki para exprimirem opinião sobre artigos de jornais e de revistas; comentam curta-metragens e constroem bandas desenhadas utilizando o Tondoo.

2. Escola Básica e Secundária de Valença Através do projeto Ler e envolver: da biblioteca escolar à sala de aula, que resulta de uma articulação entre a biblioteca escolar e professores de diferentes áreas curriculares e níveis de ensino, os alunos são chamados a ler, no ecrã, textos literários e informativos e a realizar atividades de interpretação. Os textos disponibilizados são da autoria do professor bibliotecário e do professor titular de turma, que procuram adaptá72 Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento


los ao currículo e aos temas abordados num determinado contexto. Os alunos leem os documentos disponibilizados pela biblioteca e pelo professor, na escola ou em casa, podem resolver webquests, questionários em linha através do GoogleDrive, ou participar em desafios com caráter mais lúdico. Todos os exercícios recebem feedback por partes dos professores e os resultados podem ser incluídos na avaliação dos alunos. É possível fazer melhor? Acreditamos que sim. Sobretudo acreditamos, como afirma Mata (2009), que, numa escola, a promoção da leitura é uma questão que diz respeito a todos os professores, pelo que cingir esta questão aos textos literários e apenas aos professores de Línguas e Literaturas seria um erro grave. Por outro lado, os nossos jovens, potenciais leitores, estão a habituar-se a lidar com as novas formas de representação dos textos de forma natural. Porque não aproveitar, então, as novas tecnologias para fazer deles melhores leitores? Nesta, como noutras questões, consideramos que é essencial que acreditemos no que nos propomos fazer, que saibamos para onde queremos ir, que planifiquemos, que envolvamos outros parceiros, que dediquemos tempo à leitura, e que avaliemos os processos e os resultados para podermos acreditar e começar de novo!

Referências bibliográficas: American Association of School Librarians. (2009). Empowering learners:Guidelines for school library media programs. Chicago, Illinois: Autor. Celaya, J. (2007). Web 2.0: Marketing o realidad? In Actas del VI Workshop CALSI. Información digital: Nuevas perspectivas en la sociedad del conocimiento. Valencia: CALSI. Acedido em 1 5 de Abril de 2011 em http://www.calsi.org/2007/wp-content/uploads/2007/11 /javier_celaya.pdf. Colomer, T. (Dezembro 2001 ). La ensenãnza de la literatura como construción del sentido. Lectura y vida: Revista Latinoamericana de Lectura, 22(4) , 1 -1 9. Acedido em 1 2 de Abril de 201 0 em http://www.oei.es/fomentolectura/ensenanza_literatura_construccion_sentido _colomer.pdf. DataAngel Policy Research Incorporated. (2009). A dimensão económica da literacia em Portugal: Uma análise. Lisboa: Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE International Association for the Evaluation of the Educationla Achievemet. Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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(201 2). PIRLS 2011 International Results in Reading .Chestnut Hill: TIMSS & PIRLS International Study Centre; Amsterdam: IEA Krashen, S. (2004). The power of reading: Insights from the research (2ª ed.). Westport, Connecticut. London. Portsmouth, NH: Libraries Unlimited. Heinemann. Lozano, R. (2009). Yo leo, tú lees, él lee... Qué leemos?: El fomento de la lectura en la estrategia global de la biblioteca pública. In Lecturas en la rede y redes en torno a la lectura: Nuevas dinámicas y servicios de los espacios de lectura pública. 1 7ª Jornadas de Bibliotecas Infantiles, Juveniles y Escolares. (pp. 81 -1 02). Salamanca:Fundación Germán Sánchez Ruipérez Mata, J. (2009). Bibliotecas, clubes, redes y otras fraternidades. In Lecturas en la rede y redes en torno a la lectura: Nuevas dinámicas y servicios de los espacios de lectura pública. 1 7ª Jornadas de Bibliotecas Infantiles, Juveniles y Escolares. (pp. 1 03 - 1 26). Salamanca: Fundación Germán Sánchez Ruipérez. OCDE. (Dezembro, 201 0). PISA 2009: Competências dos alunos portugueses. Lisboa: Ministério da Educação. Acedido em 1 4 de Maio de 2011 em http://www.portugal.gov.pt/pt/GC1 8/Documentos/ME/Apres_PISA_2009.pdf. Poslaniec, C. (2005). Incentivar o prazer de ler. Porto: Edições Asa. Presnsky, M. (2001 ). Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, 9(5) , 1 -6. Acedido em 10 de Abril de 201 0 em http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20%20Digital%20Natives,%20 Digital%20Immigrants%20%20Part1 .pdf. Prole, A. (2008). Como fazer um projecto de promoção da leitura. 1 -1 0. Acedido em 30 de Agosto de 201 0 em http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/documentos/manual_instrucoes_p rojectos_a_C.pdf. Ramalho, G. (Org.). (2004). Resultados do estudo internacional PISA 2003. Mem Martins: Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação. Acedido em Maio de 201 0 em http://www.gave.minedu.pt/np3content/?newsId=33&fileName=relatorio_nacional_pisa2003.pdf. ----------------------Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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[1 ] Ramos, R. (2011 ). As novas tecnologias na biblioteca escolar ao serviço da promoção da leitura recreativa. Lisboa: Universidade Aberta. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/handle/1 0400.2/2035

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CONFERENCISTAS

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PARTICIPANTES

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Participantes ABILIO MARQUES PIRES AMÉLIA DUARTE FORTUNA ANA CRISTINA FRANCO SILVA ANA FILIPA JULIÃO BAPTISTA ANA PAULA BLANCO LOURENÇO COELHO E SILVA ANA PAULA MOREIRA SOUTO ANA PAULA PRÍNCIPE CARDOSO CARLA ALEXANDRA ESTEVES GONÇALVES CARLA MARIA SANTOS CARLA SUSANA COITO DE JESUS CARLOS ALBERTO LOURENÇO DE ALMEIDA CÉLIA MARGARIDA LOURENÇO BENTO CESARINA MARIA GUERREIRO DE ALMEIDA CLARA MARIA CHAGAS FRANCO NEVES CLÁUDIA ALEXANDRA DA GLÓRIA RIBEIRO PAIS CLÁUDIA MARGARIDA DA COSTA CANÃO CRISTINA ISABEL BALAU MANUEL DÁLIA MARIA FIGUEIREDO SANTOS DÁRIDA DE JESUS PARDAL DEOLINDA SARA GOMES ANDRADE E GUARDADO DA SILVA DINA MARIA DOMINGUES PINTO DINA MARIA SOUSA CORDEIRO ELISA MARIA CARDADEIRO DA SILVA ELSA FIDALGO ANTUNES EUDORA MARIA DA SILVA CUNHA PEREIRA FILIPA MARIA BRUNO DA SILVA CARMO DA COSTA PINTO FLORBELA DA SILVA MATIAS FRANCISCO ANTÓNIO FIDALGO FÉLIX DIAS GUIDA MARIA FARIA FÉLIX HELENA MARIA DA SILVA CORDEIRO ARSÉNIO HELENA MARIA DIAS RODRIGUES HUMBERTO ANTÓNIO NOVAIS ISABEL MARIA JOAQUIM PAULINO CÂNDIDO ISABEL MARIA SEIXAS DA CUNHA SENO JACINTA MARIA RIBEIRO FERREIRA JAIME MANUEL RODRIGUES NETO JOSÉ FERNANDO DA SILVA DE SOUSA SANTOS LÚCIA EUGÉNIA COIMBRA MONTENEGRO FERRÃO LÚCIA MARIA LOURENÇO BATISTA LUÍS FERNANDO SANTOS MONTEIRO LUÍS MANUEL GERMANO FONSECA LUIS MANUEL PEREIRA TOMÁS LUIS PEDRO CORDEIRO DE ABREU MARIA CÂNDIDA JOÃO SANTOS CALONGO MARIA CELESTE FORTUNATO CUSTÓDIO MARIA CONCEIÇÃO GIL CORREIA MARIA CRISTINA MENESES SANTOS MARIA DA GRAÇA MONTEIRO LOURO Seminário REDES E ENREDOS │ Partilha e Socialização do Conhecimento

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MARIA DE LOURDES COELHO HENRIQUES GOMES MARIA HELENA CALADO AMARALMARIA ISABEL MONTEIRO DOS SANTOS DA SILVA MARIA JOÃO GOMES DOS ANJOS VEIGA MARIA JOÃO HENRIQUES NUNES MARIA JOSÉ SOARES GUERREIRO LIMA MARIA LAURA FERREIRA RAPOSEIRA HENRIQUES MARIA MANUELA FONSECA GUERRA MICAELA ESTEVES DE AMIM NOÉMIA CLÁUDIA FERNANDES FERREIRA MACHADO PAULA ALEXANDRA PEREIRA DOS SANTOS PAULA MARIA DOS REIS TAVARES FARTO PAULO JORGE CARVALHO DURÃES PAULO VICENTE DE SOUSA PEREIRA DOS SANTOS SANDRA AUGUSTA PEREIRA DOS SANTOS SANDRA MARIA FERNANDES GOUVEIA PRATAS E SOUSA SANDRA TEÓFILO RIBEIRO RICARDO SILVINA MARIA ALVES CORREIA DA COSTA SUSANA ISABEL GONÇALVES ROQUETE VERA PAULA CASTELHANO DE SOUSA MARQUES VITÓRIA MARIA DA SILVA ROQUE FERNANDES

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