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Perfil da imprensa interiorana de Mato Grosso do Sul
Com base no levantamento dos jornais impressos, chegou-se a um perfil da imprensa interiorana de Mato Grosso do Sul. As principais características dos periódicos são:
A maioria dos jornais é de periodicidade semanal (36,1%) ou quinzenal (33,3%). Os demais são diários (12,5%), mensal (8,3%), bissemanal (6,9%), trissemanário (1,4%) e dezenário (1,4%).
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O formato mais comum é o standard (73,6%), seguido do tablóide (13,9%). Outros formatos encontrados: germânico (4,2%), berliner (2,8%), tablete (2,8%), francês (1,4%) e 44 x 29 cm (1,4%).
Praticamente todos os jornais são impressos em cores, à exceção do Diário da Manhã (Corumbá), que é composto em tipografia. Jornais com cores nas capas representam 79,2% das amostras. Outros 11,1% rodam com quatro páginas coloridas; e 8,3% contam com seis páginas coloridas.
A tiragem média dos impressos está na faixa entre 1001 e 2000 exemplares (38%), seguido por: 2001 a 3000 (32,4%), 4001 a 5000 (18,3%), 3001 a 4000 (4,2%), 5001 a 6000 (4,2%), até 1000 (1,4%), e acima de 6000 (1,4%). Um periódico (Diário Corumbaense) não informou a tiragem.
A maioria das empresas que editam jornais não possui meios próprios de impressão (75%). Destes, pelo menos 37% informaram que contratam serviço terceirizado de impressão fora de Mato Grosso do Sul. Entre as principais cidades, estão Fernandópolis, Jales, Presidente Prudente (SP) e Londrina (PR).
A distribuição gratuita de exemplares é verificada em 59,7% dos jornais pesquisados. Embora nenhum diário seja distribuído gratuitamente, isso ocorre em quase todos os quinzenários (91,7%). Entre os jornais vendidos, os preços de capa variam: R$ 1,00 (27,8%), R$ 1,50 (8,3%), R$ 0,70 (1,4%), R$ 1,25 (1,4%) e R$ 2,00 (1,4%).
A maioria dos jornais (37) não vende assinaturas, e 35 contam com esse serviço. Mas dez empresas não informaram o número de assinantes. Os demais são assim distribuídos: até 1000 (72%), 1001 a 2000 (16%), 4001 a 5000 (8%) e 5001 a 6000 (4%).
Apenas 11,1% das empresas possuem mais de 10 funcionários. A maioria conta com dois a quatro profissionais (51,4%). Jornais com cinco a dez funcionários representam 23,6%. Empresas com um trabalhador somam 12,5%.
Jornalistas formados estão presentes em 50 redações (69,4%). Entretanto, 29 jornais possuem apenas um profissional formado. Outras 22 redações (30,6%) não contam com nenhum jornalista com diploma.
Jornalistas práticos atuam em 47 redações (65,3%). Os demais 34,7% não possuem esse tipo de profissional. A maioria dos periódicos (31) conta com um jornalista prático.
Do universo de 72 jornais pesquisados, 11 são editados por empresas não-jornalísticas. Atuam no ramo agências de publicidade, organizadores de feiras e eventos, gráficas, provedor de acesso à Internet e até leiloeiros. Como essa parcela de periódicos é significativa, optou-se por não excluí-la do objeto de pesquisa.
A maioria dos jornais impressos (61) estende sua circulação a cidades vizinhas ou a regiões inteiras. Isso faz com que todos os 77 municípios do interior do Estado contem com ao menos um periódico. Mas a presença de empresas jornalísticas se verifica em apenas 39 municípios. A partir das informações obtidas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), constatou-se que 38 municípios não possuem esse tipo de empreendimento.
Os pesquisadores compararam a presença de empresas jornalísticas nas cidades com seus respectivos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). A classificação foi criada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para aferir o avanço de uma população não apenas em sua dimensão econômica, mas também em características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida. A equipe do PNUD utiliza vários indicadores sócio-econômicos para compor o Atlas Brasileiro de Desenvolvimento Humano. Esses critérios se referem a saúde, educação, renda, moradia e população das cidades pesquisadas. No caso do índice voltado para os municípios brasileiros (IDH-M), este é obtido pela média de três subíndices - referentes à longevidade, educação e renda.
O índice varia de zero (nehum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano pleno). As faixas de divisão do IDH são: 0 a 0,499 (baixo), 0,500 a 0,799 (médio), e 0,800 a 1 (alto).
Com base no último relatório do IDH-M, publicado em 2000, constatou-se que municípios com os mais altos índices concentram a maioria dos jornais. Entre as 30 cidades do interior com maior IDH-M, 26 dispõem de empresas que editam jornais. Já no grupo das 30 cidades com menor IDH-M, a situação é exatamente oposta: apenas quatro possuem esse tipo de serviço.