Revista: Histórias Marcantes da Tela

Histórias Marcantes da Tela Ano 2017 Nº1 NOVEMBRO 2017

R$11,00

Profº Anna Feldmann (JONA-4)

Influência de grandes autores: Shakespeare Pedro Malasartes O típico malandro brasileiro

Disney e a Política da Boa Vizinhaça Sonhos: Obra de Akira Kurosawa E muito mais.

Confira!

EDITORIAL Histórias Marcantes da Tela é uma revista mensal que visa falar da cultura audiovisual (principalmente de filmes) de uma forma diferente, que fosse além do que apenas fazer a propaganda dos líderes de audiência, ou de forma extremamente culta, cujos intelectuais da área são os únicos a entenderem a linguagem.

O objetivo é explicar com uma linguagem simples, do qual todos os tipos de leitores possam entender o conteúdo, bem como ter uma visão diferente das obras comentadas.

O conteúdo é sobre obras audiovisuais, nacionais e estrangeiras, mas não somente de “Blockbuster”, mas também de obras que tenham um conteúdo relevante, podendo ou não ter feito sucesso. A revista é focada no roteiro e análise, não na produção das obras.

Editora: Helena B Lorga

PAGINAÇÃO Influência de grandes autores no audiovisual - Shakespeare...................................3 Pedro Malasartes - O típico malandro brasileiro.......................................................7 Grandes personagens - Don Corlene......................................................................11 Trilha Sonora - Elemento fundamental nos filmes...................................................14 Ensaio Fotográfico - Cine Marabá...........................................................................15 Sonhos - Obra de Akira Kurosawa..........................................................................17 Você sabia que a Disney participou da Políticacda Boa Vizinhança.......................24 Dicas de Filmes...............................................................................................27 e 28

INFLUÊNCIA DE GRANDES ESCRITORES NO AUDIOVISUAL AUTOR DO MÊS: SHAKESPEARE Fonte: Divulgação

Retrato de William Shakespeare Um dos grandes escritores da Literatura Mundial foi William Shakespeare, que nasceu em Stratford-upon-Avon, Reino Unido, em 1564, e faleceu no mesmo local em 1616. Suas peças são verdadeiras obras primas, que influencia até hoje muitos trabalhos artísticos, inclusive audiovisuais.

Há inúmeros exemplos de histórias que foram criadas com base em suas peças de teatro e que, aparentemente, não mostram isso. Veja a lista a seguir: Rei Leão 1 – baseado em Hamlet Rei Leão 2 – baseado em Romeu e Julieta Novela “O cravo e a rosa” – baseado em A megera Domada Novela “A favorita” - baseado em Ricardo III Novela “Suave Veneno” – baseado em Rei Lear Filme “Trono Manchado de Sangue” - baseado em Macbeth Filme “Falstaff – O toque da meia-noite” - baseado em Henrique IV

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Fonte: Divulgação

Douglas Booth e Hailee Steinfeld em “Romeo & Juliet” (2013), de Carlo Carlei Esses são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros. Por isso, entrevistamos dois profissionais para falar sobre Shakespeare e sua forte influência. O primeiro deles é o Professor Mestre João Batista Teixeira da Silva, do Departamento de Literatura Inglesa da PUC-SP. HMT) Shakespeare é considerado até hoje um dos maiores dramaturgos do planeta. Por que suas histórias servem de inspiração para a criação de tantas outras obras artísticas, como as obras audiovisuais? Por que as obras e os personagens de Shakespeare são consideradas imortais?

João Teixeira) A parte o fato de muito de sua obra ter sido escrita em pentâmetros iâmbicos, o que por si só já impõe um desafio e nos mostra um aspecto de sua genialidade. Shakespeare revolucionou o teatro de seu tempo, por meio do enredo, da linguagem, do gênero, da caracterização. Os temas abordados por Shakespeare em suas obras são universais, atemporais, não estão relacionados à uma época, uma cultura, uma nacionalidade, classe social ou gênero (masc./feminino). São temas que emergem do humano. Tomemos como exemplo algumas de suas obras - sejam elas comédias, tragédias, histórias, tragicomédias: Em Hamlet, temos hesitação, corrupção, traição, vingança, ambição, loucura; em Romeo e Julieta temos o amor sem limites, o conflito, a tragédia, o destino.

Em Sonho de uma Noite de Verão observamos temas como: devemos sonhar o sonho impossível, aparência versus realidade, o amor sempre vence - temas que repetidamente são explorados em narrativas que seguimos.

Em Macbeth, Shakespeare explora o lado negro da natureza humana, sua ambição, seu desejo pelo poder, tentações, a culpa que assombra quem perpetrou o mal.

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Esses, e muitos outros temas, são apresentados às plateias desde o séc. XVI por meio de personagens extremamente complexos, que se alternam entre o cômico, o dramático, o trágico e com isso vão ampliando suas identidades, se revelando cada vez mais, jogando com a “aparência” versus “realidade”. Nesse sentido, muitas obras contemporâneas fazem uso dessa estrutura, dessa construção psíquica de personagens, das temáticas exploradas por Shakespeare, pois além de serem comprovadamente bem-sucedidas, elas são universais. Em certo sentido, somos como crianças que querem sempre ouvir a mesma história, porque queremos ter repetidamente aquelas sensações de medo, tensão, alegria e outras que essas narrativas nos causam. Filmes aclamados como WEST SIDE STORY, MY OWN PRIVATE IDAHO, DJANGO também trazem Shakespeare em seu DNA porque, no fundo, o genial Shakespeare articulou enredo, complexidade de personagens, temáticas de tal forma que não nos cansamos de ver e rever.

Fonte: “A discussão de Oberon e Titania”, (1846), por Sir Joseph Paton

Titania, rainha das fadas, é um dos principais personagens da obra “Sonho de uma noite de verão”. No quadro, ele está com o seu marido, Oberon.

O segundo entrevistado é o Professor Mestre Joaquim Cardia Ghirotti, que ministra aulas e é pesquisador na área de artes, com ênfase em História e Crítica das Artes e História Cultural.

HMT) Para o roteirista, qual o cuidado que se deve ter ao criar uma obra baseada num grande clássico da literatura, como os de Shakespeare?

Joaquim Guirotti) Acredito que adaptações de clássicos são feitas pois sabemos que clássico é aquilo que é eterno, portanto o material praticamente sempre funciona quando readaptado a novos contextos. Uma obra de arte clássica continua dialogando com aspectos da condição, e da natureza humana, e por isso seus temas essenciais não envelhecem. Shakespeare é um excelente exemplo disso, pois já por séculos suas peças têm demonstrado que ele era um exímio observador das ações e dramas humanos. Ao atentar para estes aspectos, o roteirista já está se encaminhando para procurar tirar algo de relevante, inteligente, pertinente, as questões que fazem do clássico sobre o qual ele se debruçou ser um clássico.

HMT) Fazer uma adaptação de uma obra literária é mais arriscado para o roteirista e a

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equipe, no sentido de comparação? Ou não, o público realmente vê como uma obra independente?

Joaquim Guirotti) Creio que as comparações vão depender do material original. Se estamos adaptando um clássico, sempre teremos comparações com o original, e isto pode acontecer com qualquer adaptação. Mas muitas vezes a distância temporal dá uma elasticidade ao material original que é benéfica. Voltando a Shakespeare, creio que a adaptação de Romeu e Julieta dos anos 1990 feita com Clare Danes e Leonardo DiCaprio, em forma de musical, tenha sido interessante, pois manteve a trama original mas estilizou muito a identidade visual da peça, deixando-a muito ligada aos anos 90, o mesmo é verdade para sua edição, uso de, se não me engano, câmera lenta, linguagem dita de “vídeo clipe”, direção de arte, luz/tons e afins. Obras mais próximas sofrem mais escrutínio, livros do Stephen King podem ser um bom exemplo, pois são narrativas atuais dialogando diretamente com o contemporâneo, sendo imediatamente adaptadas para filmes, séries e afins. Não podemos esquecer que algumas vezes a adaptação pode, em alguns aspectos, superar em impacto geral o material original. O filme Blade Runner, por exemplo, tirado do livro de Philip K. Dick “Do droids dream of electric sheep?” já adquiriu vida própria, distanciando-se do material original, em muito devido a direção de arte do filme, rendendo uma continuação agora em 2017.

HMT) Pode-se dizer que os dramas de Shakespeare seguem a Jornada do Herói?

Joaquim Guirotti) Acredito que podemos encontrar elementos da jornada pela sua obra, por toda ela. Ele segue cinco atos em suas peças, todos com grandes evoluções narrativas, apresenta seus personagens, os faz passar por diferentes transições e momentos de mudança. Os pontos de virada chave estão lá, assim como seu significado. Campbell estava sempre preocupado com qual era o significado de determinada ação do protagonista, qual era seu sentido, na jornada do herói. As peças de Shakespeare estão cheias de cenas de grande significado, com viradas, discussões, crises, conflitos, que dialogam com os conflitos, viradas, temas, e discussões da jornada do herói. * Fonte: Divulgação

Shakespeare serviu de inspiração até para o autor comediante Roberto Gómez Bolaños, apelidado de “Chespirito” (“O pequeno Shakespeare”) Peças: “Romeu e Julieta“ e “Comédia dos erros“(pode ter inspirado o ep. “Os gêmeos“)

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PEDRO MALASARTES – O TÍPICO MALANDRO BRASILEIRO Fonte: Divulgação

Mazzaropi interpretou Pedro Malasartes

QUEM FOI PEDRO MALASARTES? Pedro Malasartes é um personagem quase folclórico, nascido na Europa e trazido ao Brasil pelos portugueses, tornando-se famoso nos contos populares. Seu nome “Malasartes” vem do espanhol e significa “malas artes” (ou “artes más”), pois ele comete muitas travessuras.

De origem humilde, às vezes é apenas um malandro, outras é astuto e faz várias artimanhas para enganar os ricos e poderosos, com o intuito de provocar justiça social.

Ele foi um herói popular na Península Ibérica. Em Portugal, foi citado pela primeira vez no século XVI e no Brasil suas aventuras ganharam novos episódios. A primeira publicação brasileira referente à Pedro Malasartes foi o conto “Uma das de Pedro Malasartes”, incluído em “Contos populares do Brasil” (1883), de Sílvio Romero. Outros que contaram suas façanhas foi Câmara Cascudo, Lindolfo Gomes e Amadeu Amaral.

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ORIGEM DE PEDRO MALASARTES Fonte: Wikipédia

Nasrudin Pedro Malasartes é, sem dúvida, um personagem de grande simpatia popular. Há estudiosos que dizem que seu ancestral foi o árabe Nasrudin, que realmente viveu no século XIII em Akshehir, na atual Turquia. Mas, ao contrário de Malasartes, ele não era bem um malandro, mas sim um sábio. Muitas vezes alvo de piadas, na verdade ele era muito esperto e sempre conseguia o que queria.

Há um ponto em que se assemelha bastante ao Malasartes: ele sempre faz as pessoas pensarem sobre as regras que são criadas sem que ninguém saiba a razão, ou sobre os costumes que são seguidos há tempos sem serem questionados. Suas histórias, com fundo pedagógico, sempre têm algo a ensinar.

OUTROS PERSONAGENS PARECIDOS COM PEDRO MALASARTES Portugal: Pedro Malsartes (a origem do nosso personagem brasileiro) Espanha: Pedro Urdemales (“Urde males” = planeja maldades) Alemanha: Till Eulenspiegel (século XIV) Noruega: Peer Gynt Brasil: João Grilho, do “Auto da Compadecida” (1955, de Ariano Suassuna) Agostinho Carrara, de “A grande família” (2001-2014)

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Fonte: Britannica Escola

Peer Gynt

ANTI-HERÓI Pedro Malasartes é considerado um anti-herói, que é o personagem que não possui as virtudes atribuídas aos heróis, mas também não é o vilão. Muitos o definem como o herói atrapalhado. As travessuras, por exemplo, é um típico traço do anti-herói, que a pratica com um objetivo nobre.

O antropólogo Roberto DaMatta, um dos estudiosos de Pedro Malasartes, atribui ao personagem uma das vertentes do caráter brasileiro. Não necessariamente se refere à imagem do malandro, mas sim uma figura criada pelo povo em sua originalidade, que tem ânsia por justiça, mas age de forma zombeteira, e a esperança de um mundo melhor.

Fonte: Divulgação

Till Eulenspiegel

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OBRAS ARTÍSTICAS Pedro Malasartes saiu dos contos populares e virou o protagonista de muitos trabalhos artísticos.

O primeiro deles, foi a ópera de Camargo Guarnieri e Mário de Andrade, em 1932, e a segunda foi composta por Lorenzo Fernández e Graça Aranha, em 1933.

Sua estreia no cinema se deu em 1960, no filme “As aventuras de Pedro Malsartes”, com Mazzaropi no papel principal, e com o humorista Renato Aragão em “Didi Malasartes”, no ano de 1988.

Sua influência também inspirou a criação de personagens, como João Grilho, do “Auto da Compadecida” (1955) e de Augustinho Carrara, da série global “A grande família” (2001-2014).

Fonte: Divulgação

“Malsartes e o duelo com a morte” (2017) Fonte: TV Globo

Augustinho Carrara, de “A grande família”, tem alguns traços de Pedro Malasartes

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GRANDES PERSONAGENS:

DON CORLEONE – O PODEROSO CHEFÃO Fonte: Divulgação

Já ouviu aquele ditado que diz: “fazer as coisas certas do jeito errado”? Ou mesmo fazer as coisas erradas, mas com uma mentalidade certa? Apesar de suscitar muitas opiniões diversas, contrárias e a favor, há um famoso personagem que age assim: Don Corleone, do filme “O poderoso chefão”.

Com o intuito de ajudar seus familiares, amigos e pessoas que pedem a sua intercessão, ele faz tudo para que o problema se resolva, inclusive matar. Porém, para ele, foi tudo por uma boa causa, por isso não sente arrependimentos. Sua primeira aparição foi no romance “The Godfather” (“O poderoso chefão” em inglês), do escritor e roteirista ítalo-americano Mario Puzo, publicado nos Estados Unidos em 1969. Já o filme foi lançado em 1972.

E você, conhece bem esse personagem? Faça o teste abaixo e depois confira a sua pontuação (algumas informações só contém no livro, não no filme).

TESTE

1) No cinema, qual ator interpretou Don Corleone? a) Tom Hanks b) Robert De Niro c) Harrison Ford 2) Don Corleone nasceu em que país? a) Estados Unidos b) Portugal c) Itália

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3) Qual o seu verdadeiro nome? a) Don Bernardo Carlos Corleone b) Don Vito Andolini Corleone c) Don Manuel Barros Corleone 4) Qual a data de nascimento de Don Corleone? a) 7 de dezembro de 1891 b) 6 de janeiro de 1852 c) 4 de outubro de 1876 5) Como se chamava o mafioso que matou a sua família? a) Don Francesco Ciccio b) Don Paulo Machado c) Don Marcus Enrico 6) Como se chama a família que acolheu Don Corleone em Nova York? a) Família Andolini b) Família Clemenza c) Família Abbandando 7) Quem Don Corleone assassinou ela primeira vez? a) Don Carlo b) Don Fanucci c) Don Maggi 8) Quantos filhos tinha (contando o adotivo)? a) 5 b) 6 c) 7 9) Don Corleone recusou a proposta de Virgil Sollozzo, o “Turco”. Qual era a proposta? a) limpar a conta no banco de um inimigo do turco b) matar o presidente da Turquia c) investir no ramo de narcóticos e usar os contatos políticos para se protegerem 10) Do que Don Corleone morreu? a) ataque do coração b) tuberculose c) velhice 11) No livro, ele ainda cometa algo antes de morrer. O que foi que ele disse? a) Ainda não acabei minha vingança b) A vida é tão bonita c) Fique em paz, meu neto!

PONTUAÇÃO:

1- b, 2-c, 3-b , 4-a, 5-a, 6-c, 7-b, 8-a, 9-c, 10-a, 11-b

RESULTADO

1 a 4 pontos: Fraco! Hum, pelo jeito você não acetou muito sobre ele. Mas, não s preocupe, você pode assistir aos filmes e ler livro para conhecê-lo melhor (indicação abaixo). Quem sabe você vira um grande fã dele!

5 a 8 pontos: Mediano! Você conhece mais ou menos, o que mostra que já deve ter visto o filme

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ou lido o livro.

9 a 11 pontos: Alto! Parabéns, você realmente conhece bem o personagem. Já deve ter visto o filme ou livro o livro mais de uma vez, ou fez as duas coisas. Pelo jeito é um grande fã de “O poderoso chefão”.

CURIOSIDADE Você sabia que “O poderoso chefão” já foi citado nos “Simpsons” e na série de humor “Todo mundo odeia o Cris”? Na paródia dos “Simpsons”, Tony Gordo faz o papel de Don Corleone, e seu filho, Michael D’Amico, assume o poder quando o pai morre. Esse é o episódio “O mauricinho, o chef, sua mulher e seu Homer”, da 18º temporada.

Fonte: FOX

Paródia dos Simpsons com o Poderoso Chefão Em “Todo mundo odeia o Cris”, Cris estuda no colégio Corleone, e depois faz o colegial no ColégioTattaglia (família Tattaglia, inimiga de Don Corleone). Quer maior coincidência que isso?! * Fonte: TV Record

Em “Todo mundo odeia o Cris”, os colégios se chamam Corleone e Tattaglia

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TRILHA SONORA: ELEMENTO FUNDAMENTAL NOS FILMES A trilha sonora é fundamental nos filmes, não só porque desperta as emoções do telespectador, mas também porque dá o tom da história, sendo uma ferramenta fundamental da narrativa. Sua influência psicológica é estudada há anos, e muitos avanços se fez nessa área. Confira abaixo as 10 ações que a música pode causar nos filmes: 1) Complementar o tom da cena Influência psicológica da música, que está de acordo com a situação da cena 2) Contrapor o tom da cena Música que não condiz com a cena. Isso causa estranhamento e tensão, porque algo está claramente fora do lugar 3) Preencher o silêncio nos filmes mudos Na época dos filmes mudos, a música tinha essa função na maior parte da narrativa 4) Criação de um espaço convincente Músicas servem para determinar o estilo do filme. Exemplo: músicas countries em filmes de faroeste, músicas românticas em filmes de amor, etc.

5) Destacar estados psicológicos e sentimentos Numa cena de amor, uma trilha romântica ressalta ainda mais esse sentimento 6) Construir uma linearidade entre as cenas Mantém a ação uniforme e dá unidade à cena 7) Dar a sensação de realização e fechamento Sensação de dever cumprido e que nada mais falta na história 8) Textura Música discreta de fundo, que serve para dar o preenchimento na cena e não para ser percebida, mas complementa o tom da cena através da sutileza de seus acordes 9) Som natural, sem música Nos faz encarar a situação de frente (ex: tiros num campo de batalha) 10) Silêncio O silêncio é também uma espécie de som, porque ele faz o espectador parar e prestar atenção à cena

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

CINE MARABÁ O Cinema Alternativo desta edição apresenta o “Cine Marabá”, clássico da região de São Paulo, que fica na Avenida Ipiranga, nº757.

Sua história começa em 20 de maio de 1944, dia de sua inauguração, cuja época tinha muitos cinemas na região central de São Paulo, principalmente entre as Av. São João e Ipiranga, área que ficou conhecida como Cinelândia Paulista.

Com capacidade inicial para 1655 lugares e com uma única sala de exibição, seu filme de inauguração e “Desde que Partiste” (1944), de James Cromwell. Em seus anos iniciais, também foram exibidas as primeiras produções da Companhia de Filmes Vera Cruz (fundada em 1949), cujo o primeiro filme foi “Caiçara” (1950), de Adolfo Celi.

Em 1992, Marabá foi tombado como patrimônio histórico municipal pelo Conpresp, órgão de preservação do patrimônio municipal.

Após 63 anos de funcionamento ininterrupto, em 17 de agosto de 2007 o Marabá

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fechou suas portas para reforma, do qual sua última sessão foi “Duro de Matar 4.0” (2007). A responsável pela gestão do local foi a distribuidora PlayArte, que investiu cerca de R$8 milhões no restauro e reforma do local.

No dia 29 de maio de 2009, o Marabá reabre as suas portas em uma inauguração oficial para convidados e com a arquitetura modificada. A antiga e única sala de 1655 lugares deu lugar a cinco salas (a maior de 430 assentos e as menores com capacidade de 122 a 176 espectadores). Os arquitetos responsáveis foram Ruy Ohtake e Samuel Kruchin. Seus filmes de estreia foram “Monstros VS. Alienígenas”, “Uma noite no Museu 2” e “Divã”.

Além de ser um lugar bonito, com muita história para contar e tombado como patrimônio municipal, o Marabá também oferece bons filmes e com preços acessíveis à população. Se você deseja ir em um cinema alternativo e com uma arquitetura antiga, o Cine Marabá é uma boa opção.

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SONHOS: OBRA MAIS POÉTICA DO MESTRE DE CINEMA JAPONÊS AKIRA KUROSAWA Fonte: Divulgação

Capa do filme “Sonhos”, de Akira Kurosawa O que você acharia se estivesse em uma exposição de arte, vendo os quadros do Van Gogh, e de repente entrasse dentro deles e se encontrasse com o pintor pessoalmente? Ou mesmo se morresse, descobrisse que foi um general de guerra e se reencontrasse com os fantasmas de seus soldados mortos?

Essas e outras histórias criativas e marcantes fazem parte do filme japonês estadunidense “Sonhos”, de Akira Kurosawa, do ano de 1990. Esta obra não tem esse nome por acaso: são oito histórias que o cineasta realmente sonhou em diferentes momentos de sua vida. O longa foi exibido no Festival de Cannes de 1990, na categoria dos filmes fora de competição.

COMO É O FILME?

Fonte: Divulgação

Cena da história “O jardim das pessegueiras“

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A obra é composta por oito sonhos, alguns muito bonitos e poéticos, outros mais próximos a pesadelos, mas todos com uma forte mensagem. São elas: 1) Um raio de sol através da chuva 2) O jardim das pessegueiras 3) A tempestade 4) O túnel 5) Corvos 6) Monte Fuji em chamas 7) O demônio que chora 8) O vilarejo dos moinhos Para compreender melhor do que se trata a obra, separamos alguns dos sonhos mais marcantes para você conferir:

O Túnel

Fonte: Divulgação

Considerado um dos pesadelos de Kurosawa, é um sonho que envolve a culpa na consciência. Tudo começa quando o personagem principal (no caso o cineasta) está em frente a um túnel e vê muitos fantasmas de soldados mortos saindo de dentro do local. De repente, eles param e batem continência à Kurosawa, dizendo que ele é o seu general e que havia dado ordens para que a tropa lutasse na guerra. Todavia, todos estão mortos e dizem a ele que perderam suas famílias, seus bens, suas vidas.

O personagem se sente completamente atordoado ao ver os soldados fantasmas e que foi o responsável pelas suas mortes, por enviá-los ao campo de batalha. Além disso, há também a aparição de um cachorro fantasma com uma aparência assustadora, provavelmente o “cachorro anti-tanques” usados em guerras, que também atormenta o protagonista. O tema principal deste sonho é o sentimento de culpa.

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O demônio que chora Fonte: Divulgação

Sétimo sonho, mais próximo a um pesadelo, este contém uma forte mensagem relacionada ao uso da energia nuclear. Um homem (nosso protagonista) vaga por um terreno montanhoso, gélido e nebuloso. Ele encontra um mutante com um chifre, chamado oni, que explica que houve um holocausto nuclear no local, resultando na perda da natureza e dos humanos. O desastre também ocasionou o crescimento de enormes dentes-de-leão e frutos, mas estes não poderiam ser ingeridos por serem tóxicos. Além disso, os novos humanos nasceram com um chifre na cabeça, o que lhe causava muita dor, coceira e agonia, e, por isso, eles uivavam durante à noite. O oni até leva o personagem a um local próximo de outros onis, todos chorando pela dor provocada pelos chifres. Ele próprio se lamenta de ser sido em vida um homem tão ganancioso e egoísta, que até mesmo jogava leite fora para não dar aos mais necessitados, e ter transformado a Terra em um depósito de resíduos tóxicos. Por fim, o demônio vê o protagonista e, com muita fome, sente vontade de comê-lo e corre atrás dele, o que faz o personagem fugir apavorado.

Esta história faz pensar sobre os danos causados pelas bombas-atômicas e pelos desastres nucleares (como Chernobyl e outros que criaram “cidades fantasmas”, bem como outros estragos à natureza e aos humanos), cuja análise pode fazer com as próximas gerações tomem mais cuidado no seu uso, ou “não-uso”.

Muitos também afirmam que esta é, na verdade, uma adaptação pós-apocalíptica de uma antiga fábula budista de mesmo nome.

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A aldeia dos moinhos Fonte: Divulgação

Imagine-se entrar em uma simples aldeia, do qual não há energia elétrica, nem máquinas, exploração animal de nenhum tipo e muito menos destruição da natureza. Agora pense nos habitantes desse lugar: vivem mais de cem anos, em perfeita saúde e os funerais são felizes celebrações da vida que se completou. Parece algo ligado à ambientalistas, ou a religiosos, mas este foi mais um sonho de Kurosawa.

Nele, o personagem se encontra com um velhinho que tem 106 anos, muito saudável e disposto para a tão avançada idade, e ambos começam a conversar, cujo protagonista faz várias perguntas e fica curiosos com o estilo do lugar, achando estranho este não ter energia elétrica, nem tratores, enfim. O idoso diz que os habitantes da aldeia buscam as coisas mais essenciais da vida, como a simplicidade, o ar e a água limpos e o amor à vida. Comenta que não derrubam nenhuma árvore, apenas usam as que já estão caídas, pois não gostam de destruir o que é vivo. Para o combustível, usam excremento de vaca. Vivem com idades bem avançadas e com saúde, pois tem um estilo tranquilo de se viver. E por fim, comenta que os funerais são celebrações felizes, pois veem a morte como algo natural e o ciclo de uma vida que se completou, assim como tudo que existe na vida.

Esta história é considerada por muitos uma crítica à sociedade moderna, sendo uma proposta simples, profunda e ecológica para a sociedade futura. Como diz o velhinho em uma de suas falas mais marcantes: “As pessoas da realidade se esqueceram de que elas são apenas parte da natureza. Por isso destroem a natureza, da qual dependem nossas vidas”.

Com este belo sonho, que finaliza de modo muito belo o filme, ele nos mostra a importância da valorização da natureza e das coisas simples da vida, bem, como a aceitação e, por que não, do olhar positivo das situações inevitáveis e completamente normais da vida, como a morte. Um lugar tão belo e utópico, que muitos desejariam morar.

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Corvos Fonte: Divulgação

Um dos mais poéticos sonhos do longa. O personagem está em um museu de arte, vendo vários quadros de Van Gogh, quando, de repente, entra dentro de uma das pinturas, “Campo de Trigo com Corvos”, passeia pela paisagem e se encontra com o próprio pintor, que lhe dá dicas do que pintar e das belas imagens ao seu redor. Depois da conversa, o visitante passeia por várias paisagens da Holanda, bem como por outros quadros do pintor. O último a passar foi o mesmo que entrou, e, quando se dá conta, está novamente no museu a observar as pinturas. Fica tão maravilhado com os pensamentos que fica imóvel e retira o chapéu da cabeça. Este sonho trata do poder da viagem pela imaginação em lugares poéticos, como um museu de arte.

QUEM FOI AKIRA KUROSAWA? Fonte: Divulgação

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Considerado um mestre do cinema japonês, Akira Kurosawa popularizou o a sétima arte em seu país e foi admirado por grandes diretores, como Martin Scorsese, George Lucas, Francis Ford Coppola, Sergio Leone, Steven Spielberg, dentre outros. Kurosawa nasceu em 23 de março de 1910 e faleceu em 6 de setembro de 1998, 88 anos. Produziu 35 obras cinematográficas ao longo de cinco décadas de trabalho (1943 a 1993), dos quais muitas são adaptações dos livros de Shakespeare, Dostoievsky, Leon Tolstoi, Máximo Gorki, dentre outros. Apesar disso, seus filmes são criações muito próprias.

Kurosawa introduziu a temática da “chambara” (tipo cinematográfico e teatral japonês que trata sobre batalha de sabre), usou bastante a transição “wipe” (efeito de mudança gradual de uma imagem para outra), além de se inspirar nas composições das pinturas e da literatura. Alguns japoneses acham que suas obras se aproximam bastante das do ocidente.

Akira Kurosawa era reconhecidos por sua compaixão e fraternidade, cujos filmes aprofundam bastante as tradições japonesas e a religião zen-budista. Dono de uma visão universal e teosófica, são constantes em suas obras a tradição dos samurais, bem como outras tradições do Oriente que refletem sobre a dor humana, as verdades de Buda, a ética, a justiça, e a natureza e a sua preservação.

Além de seus filmes serem belos esteticamente, mesmo os preto-e-branco, eles têm um forte valor espiritual e meditativo, caracterizando-os com narrativas longas, calmas e reflexivas. A profundidade dos personagens também carrega alta densidade e complexidade psicológica, se aproximando dos poucos mestres que tiveram essa enorme sensibilidade com a alma humana, como Fiódor Dostoievsky e Anton Tchekhov.

Sua história é bem curiosa: oitavo e último filho de uma família classe média de Tóquio, estudou artes plásticas e teve grande influência do irmão Heigo no gosto pelo cinema, que era narrador de filmes mudos no começo do século 20, mas ficou desempregado com a chegada dos filmes sonoros e se suicidou. Akira entrou profissionalmente no cinema em 1935 e três anos depois se tornou assistente de direção. Em 1943, estreou seu primeiro filme: “A Saga do Judô/Sugata Sanshirô”. Sua última e póstuma obra foi em 1993, “Depois da chuva”, que foi terminada por seu discípulo Takashi Koizumi.

Kurosawa nunca se aposentou, amava tanto o cinema que conviveu com a arte durante toda a sua vida, ajudando-a a se desenvolver e se tornar mais popular e reconhecida no Japão. Há uma de suas falas muito tocantes com relação à sétima arte: Daria o melhor de mim para aproveitar minhas habilidades como artista. Eu me sinto responsável, verdadeiro e honesto para com minha profissão e estou consciente disso. Eu estou primeiro lidando com a sociedade japonesa e tentando ser cândido ao lidar com nossos problemas. Eu espero que você entenda isso sobre mim quando olhar os meus filmes. Como um contador de histórias, não tenho segredos.

Veja abaixo a lista de filme de Akira Kurosawa como diretor: 1943 1944 1945 1945 1946 1946 1947 1948 1949 1949

– A Saga do Judô – A mais bela – Os Homens que Pisaram na Cauda do Tigre – A Saga do Judô – Parte II – Não Lamento Minha Juventude – Asu o tsukuru hitobito – Um Domingo Maravilhoso – O Anjo Embriagado – Duelo Silencioso – Cão Danado

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1950 – Rashomon 1950 – Escândalo 1951 – O Idiota 1952 – Viver 1954 – Os Sete Samurais 1955 – Anatomia do Medo 1957 – Trono Manchado de Sangue 1957 – Donzoko 1958 – A Fortaleza Escondida 1960 – Homem Mau Dorme Bem 1961 – Yojimbo – O Guarda-Costas 1962 – Sanjuro 1963 – Céu e Inferno 1965 – O Barba Ruiva 1970 - Dodeskaden - O Caminho da Vida 1975 – Dersu Uzala 1980 – Kagemusha, a Sombra do samurai 1985 – Ran 1990 – Sonhos 1991 – Rapsódia em Agosto 1993 – Madadayo 1993 (última e póstuma obra) – Depois da Chuva Para mais informações sobre a biografia de Akira Kurosawa, veja: https://filmow.com/akira-kurosawa-a27284/

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Você sabia que a Disney participou da Política da Boa Vizinhança?

Fonte: Divulgação

Se você é apaixonado pela Disney, com certeza já deve ter ouvido falar de dois desenhos: “Alô, amigos” e “Você já foi à Bahia? ”. Ambos são do início da década de 40 e falam sobre os países da América Latina, inclusive o Brasil. Mostram a geografia, os costumes, o povo e até mesmo a música. Em “Alô, amigos”, por exemplo, temos a famosa canção “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Mas você sabia que esses filmes fazem parte da Política da Boa Vizinhança?

Esses longas tiveram um objetivo político por trás. Tudo começou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), do qual os Estados Unidos lutavam contra os governos nazista e fascista da Europa e, por causa disso e por ter saído recentemente da Grande Depressão de 1929, estava fraco economicamente. Como precisava de apoio e mais reforço na guerra, bem como aumentar o mercado consumidor de seus produtos, o país criou a “Política da Boa Vizinhança” com a América Latina, no intuito de manter as relações diplomáticas entre si. Outro motivo para isso é que se percebia que algumas nações do continente tinham certa simpatia pelos governos autoritários europeus, como o Getúlio Vargas que se interessava bastante pelo Mussolini.

Com medo da implantação do fascismo ou nazismo, os Estados Unidos resolveram se integrar à América Latina para manter sua influência.

Na Política da Boa Vizinhança, a propaganda e outras técnicas da área de comunicação foram muito empregadas para passar uma ótima imagem dos países. Em toca, o presidente Franklin Roosevelt teve que fazer acordos políticos para que as nações latinas aceitassem essa proposta. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) do Rio de Janeiro, por exemplo, foi feita na época de Getúlio Vargas graças a um acordo com o presidente estadunidense, até mesmo porque a usina também serviria para fornecer aço para os países aliados na guerra. No caso do México,

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os Estados Unidos tiveram que aceitar a nacionalização do petróleo mexicano.

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Carmen Miranda foi a musa da Política da Boa Vizinhança

E ASSIM, NASCERAM OS FILMES: “ALÔ, AMIGOS! ” (1942)

Filme que abriu o período da “Política da Boa Vizinhança”, ele tem quatro pequenas histórias que mistura animação com documentário em live action.

Na primeira, Pato Donald vizinha o Perú, passando pelo lago Titicaca e tenta se entender com uma lhama.

Na segunda, a história se passa no Chile e conta sobre um pequeno avião, Pedro, que tem a missão de entregar uma correspondência no aeroporto do país vizinho, mas enfrenta a dificuldade de atravessar a Cordilheira dos Andes.

Na terceira, Pateta é um gaúcho dos Pampas argentinos e mostra seus costumes e estilo de vida do local.

Na última, surge pela primeira vez o personagem Zé Carioca, que mostra ao Pato Donald as belezas do Rio de Janeiro, além de apresentar a cachaça e a música “Aquarela do Brasil”.

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VOCÊ JÁ FOI Á BAHIA? (1945)

Três anos depois, este filme é lançado no cinema e possui três pequenas histórias, no mesmo estilo do anterior: animação com documentário live action.

Donald faz aniversário e ganha uma caixa com três presentes dentro. O primeiro conta a história de Paulinho, um pinguim do Polo Sul que odeio o frio. Seu sonho é morar em uma ilha paradisíaca da América Central e, no fim, acaba conseguindo.

O segundo é uma história de Zé Carioca, que o leva para conhecer a Bahia e a Aurora Miranda (irmã de Carmen Miranda).

Por último, Donald e Zé Carioca conhecem Panchito, um galo mexicano que leva os dois para conhecerem a beleza de seu país.

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DICAS DE FILMES

OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

Uma tribo africana, especificamente os bosquímanos do Kalahari, que nunca teve contato com outras civilizações, teve a surpresa de um dia receber dos céus um presente dos Deuses, que seria uma garrafa de Coca-Cola lançada de um avião. Isso causa uma grande euforia, mas também muitas brigas e competições por causa do objeto, até que os indivíduos decidem que o melhor a ser feito é devolver a “coisa maligna” para os Deuses, e escolhem um membro de sua tribo para realizar a missão. A partir disso, a história se desenrola de uma maneira muito leve, engraçada e descontraída.

Esta é uma comédia muito inteligente, com seus artifícios simples, mas muito cômicos. Além de que o personagem Xixo (o bosquímano do Kalahari que teve a missão de devolver a garrafa aos Deuses) nos mostra a vida de um ponto de vista diferente da Ocidental, e isso é muito enriquecedor tanto para enxergarmos o ponto de vista do outro (de povos que tem uma vida mais rústica e simples, como índios, tribos, enfim), quanto porque tem muitas sacadas boas que nos faz rir (como, por exemplo, quando Xixo pergunta ao colega ocidental como ele fez para colocar as pessoas “dentro da luneta”). E não é só Xaxim que nos faz rir, mas sim todos os personagens (que vai desde o missionário até as pessoas muito desastradas) e, inclusive, o carro que não tem freio. Esse é o tipo de filme com comédia inteligente.

Os Deuses Devem Estar Loucos (The Gods Must Be Crazy, título original em inglês) foi lançado em 1980, escrito e dirigido por Jamis Uys, com gênero comédia, e suas gravações foram feitas nos países Botswana e África do Sul. Se você deseja rir e aumentar o seu ponto de vista, este filme é uma boa dica!

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DICAS DE FILMES

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

No ano de 1859, há uma escola conservadora dos Estados Unidos, chamada Academia Welton, em recebia somente alunos da sociedade elitista da época e seus valores se sustentavam em quatro pilares: tradição, honra, disciplina e excelência. Seu método de ensino se baseava na repetição, memorização, excesso de exercícios e punição física e moral. Um dia, aparece um professor de inglês e literatura, o senhor John Keating (interpretado por Robin Williams), que tem a intenção de mudar isso e torná-la mais flexível.

Keating fala aos seus alunos a irem atrás de suas paixões, a tornar as suas vidas extraordinárias, bem como a contestar a tradição, a serem livres pensadores, a se livrarem das amarras dos modos de pensar e a chegarem as suas próprias conclusões. Ele ensina a literatura de um modo diferente, vivo, com emoção, inclusive a não se prenderem a uma linguagem rebuscada, mas sim a mensagem que o livro contém (como no caso das peças de Shakespeare, por exemplo).

Claro que esse novo olhar traz vários conflitos ao professor e alunos com as autoridades da escola e as respectivas famílias, mostrando que a mudança não é algo tão simples de conseguir.

Todavia, o longa nos mostra que as pessoas podem mudar a sua via para melhor, ou pelo menos tentar, além da importância da democracia e livre pensar do indivíduo.

Ele tem bastante citações de grandes nomes da literatura, como Byron, e expressa fortemente a mensagem de vida latina sintetizada em “Carpe diem” (“Aproveite o dia”). Há também a influência da peça “O Despertar da Primavera”, de Frank Wedeking, que também tem o tema de jovens em uma escola alemã, no final do século XIX. Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, título original em inglês), é um filme estadunidense, lançado em 1989, de gênero dramático, dirigido por Peter Weir e roteiro de Schulman. Este filme tem uma bela mensagem contida. Vale a pena assistir!

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