ARQUITETURA: PERCEPÇÃO E AFETIVIDADE NA CONTEMPORANEIDADE
Helena Tuler Creston
Helena Tuler Creston
ARQUITETURA: PERCEPÇÃO E AFETIVIDADE NA CONTEMPORANEIDADE
Trabalho final de Graduação apresentado à Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientador: Rogério Amorim do Carmo
Juiz de Fora 2010
AGRADECIMENTOS Como agradecimento à conclusão desse trabalho, momento em que o fim de um ciclo da vida começa a chegar, gostaria de mencionar aqueles que deram início a minha própria vida e me apoiaram não só nesse ciclo, como em todos aqueles pelos quais já passei. Agradeço a meus pais pelo apoio em todos os momentos, principalmente em muitos de ansiedade, agonia e desespero, nos quais mais precisei do cuidado que me deram. Agradeço à minha irmã pela ajuda também na minha caminhada e à minha família como um todo pelos momentos que estivemos juntos, apesar dos compromissos que cada um tem. Um agradecimento também àquele que surgiu de repente em minha vida e soube ter compreensão em relação a dias de ausência minha, me tranqüilizando sempre que possível com muito carinho. Obrigada meu amor. Agradeço às amizades que fiz na faculdade, principalmente à Babi e Dri, com as quais passei bons momentos e tive o apoio necessário também nas dificuldades. Agradeço ao Centro Acadêmico e à FeNEA, que além de me darem a oportunidade de conhecer pessoas especiais, me proporcionaram um crescimento pessoal incrível, além do profissional adquirido na faculdade. Obrigada
aos
professores,
principalmente
os
que
me
deram
oportunidade de me envolver em atividades extraclasse e em especial meu orientador, Rogério, que me impulsionou para o desenvolvimento deste trabalho e com o qual conheci outras abordagens da arquitetura. Por fim, obrigada aos grandes mestres da arquitetura e urbanismo, que de alguma forma me auxiliaram com suas obras.
Dedico este trabalho aos meus pais, Alvaro e Claret, à minha irmã Martha, ao meu namorado Otávio e aos amigos que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para essa concretização, bem como meu orientador, professor Rogério Amorim.
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................05 INTRODUÇÃO............................................................................................................06 CAPÍTULOS................................................................................................................09 CAPÍTULO 1. SEMIÓTICA...............................................................................09 1.1. Conceito de semiótica: análise da filosofia peircena na arquitetura .........09 1.2. A desconstrução da filosofia: desprendimento do jogo dos signos na arquitetura......................................................................................................... 12 Sanfona capítulo 1............................................................................................21 CAPÍTULO 2. FENOMENOLOGIA..................................................................22 2.1. Fenomenologia: a arquitetura experienciada em sua essência – a relação com o homem...................................................................................................22 2.2. A experiência do espaço e o imaginário: contribuição na percepção.......25 Sanfona capítulo 2............................................................................................28
CAPÍTULO 3. O SENSORIAL..........................................................................29 3.1. Arquitetura e sentidos: interação sujeito-espaço através da percepção sensorial...........................................................................................................29 3.2. Especulações sobre as possibilidades de potencializar experiências pessoais – individuais ou compartilhadas pelo coletivo...................................38 Sanfona capítulo 3............................................................................................42
CAPÍTULO 4. AFETIVIDADE E ARQUITETURA NA CONTEMPORANEIDADE................................................................................43 4.1. O homem e a arquitetura: uma relação em transformação.......................43 4.2. Encantamento e interatividade como estímulos à afetividade homemarquitetura.........................................................................................................50 Sanfona capítulo 4............................................................................................60
SANFONA GERAL.....................................................................................................61 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................62 INTENÇÕES PROJETUAIS........................................................................................64 ÍNDICE DE IMAGENS.................................................................................................65 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 78 4
RESUMO Este estudo trata da arquitetura no que se refere à sua percepção e relação de afetividade com o homem na contemporaneidade, entendendo-a como o mundo da mobilidade, rapidez, pluralidade, dinamismo, interdisciplinaridade e efemeridade. As abordagens giram entorno da possibilidade de uma percepção individual, única e imediata, capaz de gerar uma aproximação do
indivíduo com o lugar,
independentemente da duração de sua experiência, mas entendendo-se como fundamental o modo como tal experiência acontece. Essa análise presume que as relações de percepção e afetividade sejam possíveis no mundo contemporâneo, apesar das mudanças ocorridas nesse contexto, e sugere algumas possibilidades de sua consolidação na arquitetura.
5
INTRODUÇÃO
O trabalho aborda a arquitetura como capaz de explorar as possibilidades de potencializar as espacialidades, considerando o imaginário e o sensorial para uma maior percepção do homem em relação a essa arquitetura na contemporaneidade, de forma a possibilitar o estabelecimento de uma relação de afetividade. Considerando que o motivo de se construir é o fato do ser humano habitar o mundo 1, pode-se interpretar a arquitetura como conseqüência ao habitar e ao experienciar esse mundo. O modo de se relacionar com o espaço e lhe dar valor tende à instauração de um lugar, o que permite pressupor uma afetividade com esse lugar. Também a arquitetura pode trazer uma resposta física e imaginativa do corpo através dos sentidos que remeta a emoções, sendo discutido esse aspecto da mesma e como o espaço pode trazer essa resposta. Assim, será desenvolvida essa questão na tentativa de embasamento para uma arquitetura inserida na contemporaneidade que potencialize a percepção e emoção daquele que habita, entendendo-a como um fenômeno relacionado a diversos aspectos, sobretudo o existencial, imaginário, sensorial e emocional, focados no estudo. Ser e mundo estão em relação2, ainda que o espaço pareça invisível diante do cotidiano de repetições que a contemporaneidade traz com sua pluralidade de imagens e rapidez. A percepção espacial parece ser transformada pela forma com que o tempo hoje se processa em ritmo acelerado, ou seja, a relação espaço-tempo modificou-se. Dessa forma, questiona-se se a redução ou mesmo abdução do tempo no mundo contemporâneo reduziu ou transformou a percepção das pessoas, buscando-se ainda sua implicação na relação afetividade e arquitetura. Acredita-se que possa existir uma arquitetura que potencialize outras possibilidades de se perceber o espaço no qual as pessoas estão envolvidas, mesmo considerando que a arquitetura no decorrer da história não exclui a percepção e o fator emocional, observando-se exemplos desde obras grandiosas como os templos gregos e as pirâmides do Egito até nos dias de hoje as modestas autoconstruções nas favelas. O trabalho tem como motivação o desafio de se
1
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e Conferências. 2ªed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p.137. (1954)
2
Ibidem
6
trabalhar uma arquitetura diferente das arquiteturas que tentaram de alguma forma incorporar a questão da afetividade, ampliando-a diante do contexto contemporâneo. Esta é a base para o exercício projetual posterior. Será utilizado o método analítico de forma a embasar o que será apresentado com o trabalho através do estudo de conceitos e pensamentos existentes dentro da temática abordada. Nesse estudo, o processo de desenvolvimento será tão importante quanto ou mais que propriamente o resultado obtido. Portanto, a experiência constitui um aspecto fundamental para as considerações que serão feitas. O desenvolvimento da discussão se dá por uma revisão de referências bibliográficas em termos da filosofia relacionados à arquitetura, mais precisamente a semiótica e a fenomenologia, perpassando por conceitos dos signos, do sensorial e da afetividade. Assim, são estudados autores como Peirce, Derrida, Heidegger, Merleau-Ponty, Bachelard, entre outros, como marcos teóricos dentro da abordagem pretendida. As áreas aparentemente opostas são apresentadas para a análise da possibilidade de concretização do objetivo dentro de uma ou outra visão, voltando-se sempre à busca por uma arquitetura que potencialize emoções e a relação de afetividade, principalmente na contemporaneidade, onde a questão do virtual age com força na vida das pessoas e por isso não deve ser ignorada. Pode-se considerar a virtualidade como uma possibilidade para a arquitetura, além daquelas que se desenvolvem por meio do físico. De forma a facilitar a compreensão da abordagem do trabalho, são destacados alguns exemplos no campo artístico e principalmente no arquitetônico para a realização de estudos de casos. Assim, o capítulo 1 inicia o estudo tratando da semiótica como uma das formas de relação do homem com a arquitetura. Apresenta seu conceito embasado em Peirce, ao mesmo tempo em que aborda a idéia de signos como uma convenção histórico-cultural. Através de Derrida, é colocada também a desconstrução da filosofia explorando interpretações individuais e a realidade não-fixa. No capítulo 2, a fenomenologia é abordada com menções a Heidegger, Merleau-Ponty e Bachelard, este último especialmente com sua obra A poética do espaço. Coloca-se a questão da experiência do espaço como fundamental à arquitetura dentro dessa linha de pensamento, analisando-se como cada autor 7
trabalha a percepção espacial – Heidegger insere-se principalmente no plano existencial, Merleau-Ponty na percepção através do corpo e Bachelard na questão da imaginação e afetividade. O capítulo 3 traz a arquitetura como experiência do espaço através dos sentidos, especulando sobre as possibilidades de potencializar tal experiência. Esse capítulo é complementado pelo último, que coloca a relação de afetividade como plausível na arquitetura que potencialize a experiência perceptiva no contexto do mundo contemporâneo. Nesse estudo, a afetividade tem então seu lugar de abordagem no capítulo 4, no qual se especula a redução ou transformação dessa relação de afetividade na contemporaneidade, para em seguida explorar o modo como acontece essa troca de afetos do humano com o espaço, considerando possível esse sentimento estimulado pelo encantamento e interatividade, ainda que as relações com o espaço na atualidade tenham se modificado pelo advento da virtualidade. Diante das considerações finais, é feita uma indicação de como poderia ser desenvolvida uma arquitetura que se aproximaria aos objetivos citados, sendo apresentadas intenções projetuais.
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CAPÍTULO 1. SEMIÓTICA
1.1. Conceito de semiótica: análise da filosofia peircena na arquitetura “O real é aquilo que não é o que eventualmente dele pensamos, mas o que permanece não afetado pelo que possamos dele pensar.” CHARLES SANDERS PEIRCE
Neste primeiro capítulo, aborda-se a semiótica com base na filosofia de Peirce, inserindo-a no campo da arquitetura. A arquitetura aparece como uma forma de linguagem e a semiótica seria um dos caminhos para sua análise ou experiência. A semiótica estuda os fenômenos culturais como sendo sistemas de significação, preocupa-se com a produção de sentido, procurando relacionar o significado do fenômeno a um signo. Esse signo estaria representando o conteúdo de qualquer forma de atividade na sociedade.3 Esse conceito foi formulado por alguns teóricos, como Charles Sanders Peirce na “Teoria Geral dos Signos”. Apesar de a semiótica ter sua origem na antiguidade grega, com Platão, e posteriormente ter aparecido nos discursos de Santo Agostinho, foi no século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e Charles Sanders Peirce que ela passa a ser considerada uma ciência.
4
A existência de signos conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a vida dos sinais da vida social, a semiologia. Para Saussure, os signos (pertencentes ao mundo da representação) são compostos por significante (parte física do signo) e pelo significado (parte mental, o conceito do signo). Sua concepção relativa ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da representação do mundo real. Na visão peirceana, a associação de um significado ao signo é a ciência denominada semiótica.5 Segundo Tuan, os homens “construíram mundos mentais para
se
relacionarem entre si e com a realidade externa” através da linguagem de sinais e
3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Semi%C3%B3tica, acessado em 06/04/2010.
4
Ibidem.
5
Ibidem.
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símbolos. Afirma que essa foi a forma pela qual se sentiram protegidos frente ao mundo.6 “... o código tem o poder de criar um campo de realidade – social, ideológico e inclusive neurótico – e que é desse campo que nos chegam as representações, também externas ao psiquismo, que nos permitem certa confiança em que aquilo que estamos vivendo faz parte do que o Outro aceita como realidade e, portanto, é como se fosse.” (KEHL, 1990, p. 364).
Tuan define símbolo como um “repositório de significados”, os quais provêm de experiências que se acumularam através do tempo, muitas das quais têm caráter sagrado, ainda que originárias da biologia humana. 7 Para o autor, a mente humana está adaptada a organizar os fenômenos em pares opostos, as chamadas oposições binárias, como vida e morte, céu e terra, sagrado e profano, entre outros exemplos. 8 A arquitetura constitui um código ao ser um dentre tantos meios de comunicação com a sociedade. Como código de comunicação, pode ser considerada uma forma de linguagem, possuindo significado. A semiótica, portanto, também pode ser analisada como objeto de estudo dentro da arquitetura. O trabalho, nesse sentido, pretende questionar o conceito dessa teoria presente no campo arquitetônico. Abaixo, vê-se um esquema desenvolvido por Peirce para a compreensão das relações entre interpretante, objeto e signo, dentro de seus estudos acerca da semiótica. A arquitetura constitui então o objeto nesse esquema, denominado esquema triádico.
Figura 1.1 – Esquema triádico de Charles Sanders Peirce
6
TUAN, Yi-fu. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980, p. 15. (1974) 7
Ibid., p. 116.
8
Ibid., p. 18-19.
10
A arquitetura, na visão da semiótica, seria entendida como um fenômeno cultural baseado em um sistema de signos. O espaço construído, dessa forma, é projetado a partir das experiências do indivíduo que se insere na sociedade, e percebido por esse indivíduo.9 No decorrer do trabalho, no entanto, a arquitetura também será entendida como um fenômeno existencial, imaginário, sensorial, enfim, ligado a outros aspectos. Dentro da semiótica peirceana, as imagens são construções baseadas nas informações e experiências anteriores. A memória é um aspecto considerado e, portanto, o tempo também. 10 Para Lev Vygotsky, pensador também defensor da linguagem simbólica, o meio social é importante, por ser através dele que o ser humano leva para a memória as formas culturalmente estabelecidas.11 A análise dos espaços através da semiótica leva em consideração, dessa forma, a sociedade inserida neles, incluindo sua estrutura político-econômica, sua cultura e sua trajetória histórica, a qual condiciona cada sociedade da maneira como se institui na atualidade. O signo não se limita a um indivíduo em particular, mas é compartilhado por aqueles pertencentes a um mesmo grupo social. 12 O trabalho apresenta a idéia de que a análise pelo campo da semiótica constitui uma visão generalista de entendimento do mundo que cerca o humano, propondo-se a uma quebra do provável pensamento comum em prol de uma interpretação individual. Busca-se então uma experiência momentânea do espaço arquitetônico, empenhado na formação da imagem mental-sensitiva desprendida do culturalmente comum.
9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Semi%C3%B3tica, acessado em 06/04/2010.
10
Ibidem.
11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky, acessado em 06/04/2010.
12
Ibidem.
11
1.2. A desconstrução da filosofia: desprendimento do jogo dos signos na arquitetura “Nenhuma entidade [...] tem existência singular [...] fora da rede de relações e forças em que está situada. A coisa em si sempre escapa.” JACQUES DERRIDA
Derrida, pensador francês considerado o criador da desconstrução13, aparece se propondo a desconstruir a linguagem e o significado construídos pela cultura e que foram institucionalizados em dado momento histórico.14 A desconstrução apresentada pelo pensador não seria a destruição, mas sim uma fragmentação tal que permita que a realidade não seja fixa, seja apreendida pelo pensamento. Tudo é fluxo, mas o tudo está contido no objeto, o qual permite sentidos diversos, não possuindo uma identidade única.15 Defende que o mundo construído não deve representar a cultura, uma vez que essa construção do mundo atual é imposta pelas materializações sociais. Segundo Derrida ainda, a sociedade tenta se agarrar a discursos ou redes de sentidos pré-estabelecidos e culturalmente construídos, devendo-se buscar o livre jogo dos signos, libertando-se de interpretações prévias e da possibilidade diante da situação contemporânea de homogeneização dos indivíduos.16 Atribuir determinado significado a uma obra pressupõe uma convenção subjacente, ou seja, o objeto arquitetônico com determinado significado não é percebido como tal porque essa significação é natural a ele, mas porque esse sentido vem de uma convenção histórico-cultural da sociedade na qual se insere.17
13
O desconstrutivismo é um dos postulados de Derrida, encontrado em suas obras Escritura e Diferença e Pensar a Desconstrução. No entanto, a noção de desconstrução surge pela primeira vez na introdução da obra Origem da Geometria, de E. Husserl. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques_Derrida, acessado em 06/04/2010. 14
MUGERAUER, Robert. Derrida e depois. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 199-217. (1988) 15
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques_Derrida, acessado em 06/04/2010.
16
MUGERAUER, Robert. Derrida e depois. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 199-217. (1988) 17
Ibidem.
12
Assim, o mundo é construído e visto com olhos de quem vive nesse mundo, entendendo-se que os indivíduos de uma mesma sociedade apresentam a mesma visão de realidade.18 Aqui talvez esteja se considerando as pessoas como desprovidas de experiências e sensibilidade próprias. No entanto, questiona-se se realmente essa visão única deva ser privilegiada ainda que possa restringir de certa forma a visão através da sensibilidade inerente a cada um. Na linha do pensamento de Derrida, arquitetos contemporâneos tentaram traduzir conceitos em suas obras, através de interpretações pessoais, incluindo o conceito de desconstrução. Destacam-se alguns desses arquitetos-urbanistas: Peter Eisenman, Bernard Tschumi e Rem Koolhaas. Sobre arquitetura, Derrida afirma, apresentando certa dificuldade de aplicação do conceito de desconstrução nesse campo: “... a arte que mais resiste ao que se chamaria desestabilização ou desconstrução, porque dentre todas as artes é a mais solidamente fundada nos valores da presença, da origem, da teleologia, da finalização, etc.” (DERRIDA, apud ARANTES, 1995. p. 68).
Eisenman colaborou diretamente com Derrida em alguns projetos. Em suas obras encontra-se a presença de uma tendência que pressupõe fragmentação e multiplicidade, dentro da natureza do objeto por si só, com pressupostos teóricos culturais e não-universais. As casas de Peter Eisenman são quebras com os parâmetros atuais e as noções de casas universais, levando a pensar sobre os conceitos de espaço e sua funcionalidade.19 Observa-se essa fragmentação, simultânea a múltiplos resultados decorrentes do processo projetual de Eisenman, na imagem abaixo.
18
Ibidem.
19
EISENMAN, Peter. O pós-funcionalismo. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 95-101. (1976)
13
Figura 1. 2 – As dez casas, de Peter Eisenman
As dez casas de Eisenman partem do cubo, que passa por torções, extrusões, rotações, formando distintos resultados originários de um núcleo fragmentado. Vê-se nesse estudo a importância do processo de desconstrução, no caso da forma espacial do cubo – tudo parte do mesmo cubo, ou seja, ainda que os resultados sejam diferenciados, tudo está presente no mesmo objeto. Assim, o pensamento projetual de Eisenman pode ser definido mais pela importância do processo do que pelo objeto resultante do mesmo, o que gera uma série de obras aleatórias, muitas vezes pouco preocupadas com a função. A partir dessa afirmação, comprova-se a idéia de que a obra não quer dizer outra coisa senão ela mesma, ela não necessita de uma função, como analisa Otília Arantes a respeito do arquiteto.20 “Ao introduzir a frivolidade na arquitetura, [Peter Eisenman] está evidentemente acompanhando Derrida em sua reabilitação do frívolo, quando o redefine como o domínio do significante. Eisenman, portanto, ao qualificar assim a arquitetura [...] não pretende representar nada, comentar coisa alguma além de funcionar como signo de si própria.” (ARANTES, 1995. p. 65).
Ainda segundo Arantes, a arquitetura de Eisenman constitui “Uma arquitetura em abismo, labiríntica, espaços incompletos, formas gratuitas, sem função, quando muito destinadas a provocar no observador um sentimento de estranheza e, no usuário desprevenido, a 20
ARANTES, Otília Beatriz Fiori. O lugar da arquitetura depois dos modernos. 2ªed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p.65. (1993)
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curiosa convicção de ser um intruso. [...] obrigando-os a rever seus parâmetros e mudar sua percepção espacial, tanto quanto seus hábitos.” (ARANTES, 1995. p. 69).
As formas sem função citadas podem aguçar a percepção espacial a partir do momento em que não constituem espaços habituais e destinados a funções específicas na vida das pessoas, sendo este um ponto em que o estudo vai ao encontro das obras de Eisenman na busca pela potencialização da percepção e relação do espaço com aquele que o vivencia. Eisenman acredita, bem como a filosofia de Derrida, na justaposição de vários tempos no mesmo espaço, ou seja, a arquitetura pode não ser específica de um lugar ou tempo. Essa noção é traduzida no processo de sobreposição de camadas no mesmo sitio, também usual nos trabalhos de Tschumi.21 “Mas também é certo que a arquitetura, mais que qualquer outra disciplina, deve confrontar e deslocalizar essa percepção profundamente arraigada para subsistir. Isso porque, ao contrário do que acredita a opinião popular, o status quo da moradia não define a arquitetura. O que define a arquitetura é o contínuo deslocamento [dislocation] do habitar, em outras palavras, a deslocalização do que ela, de fato, localiza [locates].” (EISENMAN, 1987 apud NESBITT, 2006. p. 194).
Em seu projeto para o Parc de La Villete, o Chora L Works, em parceria com Derrida, Eisenman traduziu essa deslocalização com a sobreposição citada, trabalhando com linhas e objetos soltos na paisagem em diferentes camadas. Os autodenominados objetos contextuais ou L – Shapes (Formas em L) de diferentes tamanhos acabam com a noção de centralidade, a favor da deslocalização e desconstrução propostas em seus conceitos.22
21
EISENMAN, Peter. A arquitetura e o problema da figura retórica. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 191-199. (1987) 22
Texto retirado da revista Caramelo – outubro de 1995, produzida por estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP.
15
Figura 1. 3 – Chora L, Eisenman e Derrida. Maquete do projeto para o Parc de La Villette
Assim, uma arquitetura permite várias leituras. No entanto, diferentemente de Tschumi, para Eisenman a obra arquitetônica se sustenta por ela mesma, ou seja, não necessita do usuário para se constituir.23 Tschumi, por sua vez, enxerga a concepção do espaço e a sua experiência como fatores interdependentes. A essência da arquitetura está nela mesma, porém faz parte dela a dimensão do uso, da experimentação do espaço. A arquitetura constitui um evento. 24 Evento é definido pelo arquiteto, como um incidente, uma ocorrência – o item particular em um programa. Os eventos podem abranger usos particulares, funções singulares ou atividades isoladas. Incluem momentos da paixão, dos atos do amor e do o instante da morte. Dentro desta idéia, o espaço é um estado mental. Vê-se a tradução do conceito de evento nas folies, pontos focais (pavilhões vermelhos) de seu projeto para o Parc de La Villette.25
23
EISENMAN, Peter. Em Terror Firma: na trilha dos grotescos. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 611-617. (1988) 24
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/02.008/3344, acessado em 19/04/2010.
25
http://bhpbrasil.spaces.live.com/Blog/cns!CBF475499EC82673!14007.entry, acessado em 19/04/2010.
16
Figura 1. 4 – Exemplo de folie, presente no Parc de La Villette, projeto de Bernard Tshumi
Figura 1.5 e 1.6 – Parc de La Villette, projeto de Bernard Tshumi
Na imagem do projeto para o Parc de La Villette, observa-se ainda a questão citada anteriormente da sobreposição de camadas. Tschumi sobrepõe pontos linhas e superfícies. A planta é marcada por avenidas (linhas) que interligam os vários pontos de referência (as folies) cercados por gramados (superfícies). Relacionando Tschumi a Derrida, observa-se a instabilidade da arquitetura como um dos conceitos presentes no discurso do arquiteto. Para ele, os próprios programas, pelo dinamismo da sociedade atual, modificam-se o tempo todo. Dessa forma, afirma que a arquitetura não pode ser considerada um sistema de significados fechados e pré-determinados.26
26
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/02.008/3344, acessado em 19/04/2010.
17
“A primeira vez que encontrei Jacques Derrida com o intuito de convencê-lo a confrontar seu trabalho com a arquitetura, ele me perguntou, ‘Mas como pode um arquiteto estar interessado em desconstrução? Afinal, a desconstrução é antiforma, anti-hierarquia, anti-estrutura, o oposto de tudo que a arquitetura representa.’ ‘Precisamente por essa razão’, eu respondi.” (TSCHUMI, 1998, p. 250)
Dentro da idéia presente acerca do dinamismo, do deslocamento, do movimento da arquitetura, encontra-se Koolhaas no urbanismo, também em concordância com Eisenman e Tschumi. “A diferença física entre uma coisa que se move (dinamismo) e uma coisa parada (estática) é que a coisa movente contém o vestígio de onde esteve e para onde vai. A introdução desse vestígio, ou condição de ausência, reconhece a dinâmica da cidade viva.” (EISENMAN, 1987 apud NESBITT, 2006. p. 198).
Para Koolhaas, o tempo é a dimensão que não pode ser ignorada diante da sociedade dinâmica em que se vive hoje. O tempo aqui referido é o tempo psicológico, relativo à experiência e à percepção do ser humano, ou seja, o tempo que nasce da relação do homem com as coisas, existindo a valorização da contagem do tempo no cotidiano. Este tempo é o que se constitui no processo fundamental da consciência humana e, em suma, a temporalidade.27 Na sociedade contemporânea, segundo Koolhaas, tudo é fluxo e o espaço, diante dessa aceleração do tempo na cidade, é reinventado, conforme a citação e imagem abaixo. “Se um novo urbanismo é possível, diz Koolhaas, não se tratará mais da disposição de objetos mais ou menos permanentes, mas da irrigação de territórios. Ele não buscará mais configurações estáveis, mas a criação de campos que acomodem processos que resistam a ser cristalizados em formas definitivas. Não a imposição de limites, mas a supressão de fronteiras. Não a identificação de elementos, mas a descoberta de híbridos. Não mais obcecado com a cidade, mas com a manipulação da infra-estrutura para infinitas intensificações e diversificações, curtos-circuitos e redistribuições – a reinvenção do espaço urbano.” 28
27
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p.555. (1945) 28
http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/brasmitte/portugues/kool_apre.htm, acessado em: 12/04/2010.
18
Figura 1. 7 – Tree City, Rem Koolhaas
A figura Tree City representa bem a definição de espaços através de múltiplos fluxos, ou seja, as redes de conexões das cidades, organizadas nos moldes da sociedade atual. O dinamismo da imagem pode ser demonstrado inclusive por sua desconstrução, ou seja, extraindo dela outros sentidos contidos nela mesma. A partir da Tree City, pode-se obter o que representaria uma situação anterior, em que os fluxos eram praticamente inexistentes devido ao não-vencimento da relação espaçotempo através do automóvel e posteriormente das telecomunicações e internet, bem como uma situação outra em que as cidades perdem suas fronteiras e passam a ser somente fluxos. Outra possibilidade ainda seria as próprias cidades como estruturas que se movem fisicamente pela malha de fluxos, conforme foi instigado pelo movimento do Archigram na década de 60. A imagem seguinte traz a representação das três situações descritas a partir da desconstrução da imagem de Koolhaas.
Figura 1. 8 – Desconstrução da imagem Tree City
19
Observa-se então que os projetos de Koolhaas contrariam as concepções tradicionais ao escaparem da percepção formal. Pode-se dizer que parecem a junção de partes desconexas ao acaso (desconstrução)29, como exemplificado pela imagem abaixo dos moldes projetados pelo arquiteto.
Figura 1.9 – Moldes de aço produzidos para pavilhão Prada Transformer, de Rem Koolhaas
Os moldes foram produzidos para o projeto de um pavilhão destinado a exposições sazonais, dentro do próprio conceito de espaço mutável, que atenda a eventos diferenciados. São compostos por formas geométricas – círculo, hexágono, cruz e retângulo – que podem então se transformar, se desconstruir. Conclui-se através da análise nesse capítulo, que o livre jogo dos signos não anula a semiótica – ela está presente independe de outras abordagens – mas esse livre jogo constitui uma visão em oposição à semiótica. O estudo vem a favor do desprendimento das interpretações já estabelecidas culturalmente pelos signos, apesar de enxergar que tal desprendimento não implica um total desapego na arquitetura, o qual pode acontecer em maior ou menor grau, sendo inconstante sua ocorrência. O espaço pode ser interpretado segundo outros estudos que não a semiótica. O próximo capítulo traz a fenomenologia como outra forma de vivenciar o espaço arquitetônico.
29
Ibidem.
20
(sanfona capĂtulo 1)
21
CAPÍTULO 2. FENOMENOLOGIA 2.1. Fenomenologia: a arquitetura experienciada em sua essência – a relação com o homem “... o mundo da vida é o mundo imediato em que cada um de nós vive.” MARTIN HEIDEGGER
O capítulo 2 traz a fenomenologia como outra forma de estudar a arquitetura, bem diferenciada da visão pela semiótica. Dentro da própria fenomenologia existem diferentes abordagens, sendo destacados alguns pontos dentro das visões de Heidegger, Merleau-Ponty e Bachelard. A fenomenologia é o estudo que busca a essência do fenômeno para além da aparência, da consciência. Essa essência é fundada na relação do objeto com aquele que o percebe. A fenomenologia orienta seu olhar para a relação sujeitoobjeto, buscando identificar os aspectos da percepção nessa relação individual.30 Edmund Husserl, filósofo alemão, é considerado o fundador dessa prática, seguido por Martin Heidegger31. As coisas, segundo Husserl, caracterizam-se pela sua não finalização devida, pela possibilidade de sempre serem visadas por novas que as enriquecem e as modificam.32 Heiddegger, dentro da fenomenologia, trata da questão do Ser. Segundo ele, não se pode definir o homem em relação a ele mesmo, uma vez que sujeito e mundo estão interligados, um não existe sem o outro. Portanto a expressão ser-nomundo.33 “O conceito de ser-no-mundo é uma estrutura ontológica fundamental do ser-aí, que indica a inseparabilidade do homem e do mundo e igualmente do mundo com relação ao homem. Estar em um mundo significa habitar o mundo...” (WERLE, 2006, p. 197)
30
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia, acessado em 06/04/2010.
31
O ponto de partida do pensamento de Heidegger, principal representante alemão da filosofia existencial, é o problema do sentido do ser. As bases de sua filosofia existencial foram expostas na obra Ser e Tempo, de 1927. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger, acessado em 06/04/2010. 32
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia, acessado em 06/04/2010.
33
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e Conferências. 2ªed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p.209. (1954)
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Ao trazer para a arquitetura essa idéia, a percepção do espaço seria uma continuidade dessa relação homem-mundo, ou seja, para se perceber o mundo, o ser humano precisa perceber o espaço, levando-se em consideração o espaço em si.34 Gaston Bachelard, filósofo e poeta também defensor dessa temática, afirma: “Só a fenomenologia – isto é, o levar em conta a partida da imagem numa consciência individual – pode ajudar-nos a restituir a subjetividade das imagens e a medir a amplitude, a força, o sentido da transubjetividade da imagem.” (BACHELARD, 1988. p. 97).
Baseando-se nos pensamentos de Heidegger e Bachelard, acredita-se que o espaço não pode ser analisado como algo objetivo, rígido. Dessa forma, só apresenta sentido diante da “experiência do eu”, ou seja, de quem o vivencia. O homem pertence ao mundo e o mundo a ele. O que vê nele é sua versão própria e verdadeira, embora não única.35 A arquitetura, dentro dessa ótica, deve ser contemplada a partir da consciência de quem a vivencia e o vivenciar é o instante presente. A cada instante, vive-se uma nova imagem espontânea, um novo mundo criado. Bachelard define a imaginação como uma imaginação criadora, em que as novas formas de percepção do espaço são criadas por devaneios. “... a fenomenologia da imaginação sugere que se vivam diretamente as imagens como acontecimentos súbitos da vida. Quando a imagem é nova, o mundo é novo.” (BACHELARD, 1988. p.140). O novo na produção arquitetônica seria o inaceitável para os padrões tradicionais, uma descontinuidade, sendo o instante o momento de atenção que permite criar e traz conhecimento. A memória não deve ser levada em consideração, porque as lembranças transformam a percepção se consideradas. 36 34
Perceber, para Heidegger: “Perceber é a tradução da palavra grega noin que significa captar algo presente, e, captando algo, destacá-lo e, assim, tomá-lo como vigente. Este perceber que destaca é um re-presentar, no sentido simples, amplo e, ao mesmo tempo, essencial de deixar algo vigente estar e pôr-se diante de nós tal como está e se põe.” (HEIDEGGER, 1954. p. 121) 35
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979) 36
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979)
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“A tarefa do pensamento, porém, é mais ampla, ela deve ir além de uma acomodação ao que já está dado, não ficar apenas no plano do visível, e sim perguntar pelo modo como a verdade se instaura em sua mais primeira e originária manifestação.” (WERLE, 2006. p. 212).37
Nesse momento de impressão primeira do espaço é idealizada a libertação de todos os conceitos existentes da realidade para a “real” experiência da mesma, real no sentido da realidade em sua essência.38 Para Merleau-Ponty, a fenomenologia é também o estudo das essências, as quais são traduzidas na existência do homem. “Buscar a essência do mundo não é buscar aquilo que ele é em idéia, [...] é buscar aquilo que de fato ele é para nós antes de qualquer tematização.” (MERLEAU-PONTY, 1996. p.13) Segundo o filósofo, consciência e corpo são inseparáveis e viver é estar no mundo, refletindo-o e nele se refletindo, ou seja, tem-se consciência do corpo através do mundo e consciência do mundo devido ao corpo. A percepção através do corpo resulta no entendimento e na construção da realidade. Porém, afirma ainda que a forma como o mundo e seus fenômenos são percebidos também está vinculada à cultura e à sociedade. Com isso, a percepção humana não poderia ser neutra, imparcial ou pura, ou seja, ela sofre influências de repertórios. “... sensações que são coisas ali onde a experiência mostra que já existem conjuntos significativos...” (MERLEAU-PONTY, 1996. p.33) No entanto, o momento proposto no trabalho está em concordância com a fenomenologia encontrada na obra de Bachelard, ou seja, no instante primeiro da percepção do espaço sugere-se ter consciência de que tais conhecimentos e a préconcepção de uma arquitetura devem ser irrelevantes.
37
38
Tradução do pensamento de Martin Heidegger. Ibidem.
24
2.2. A experiência do espaço e o imaginário: contribuição na percepção
“A imaginação põe sempre um estímulo em todos os nossos sentidos. A atenção imaginante prepara nossos sentidos para o instantâneo.” GASTON BACHELARD
A obra de Bachelard, “A poética do espaço”, configura-se como um tratado sobre as imagens geradas através de diferentes espaços como casa, porão, ninho, cabana, concha, gaveta, entre outros, a partir das quais se pode chegar à fenomenologia da imaginação, ou seja, ao conhecimento da imagem em sua essência.39 Para este filósofo, a imagem é um desafio, uma provocação para além da aparência captada pela visão. Para sua compreensão é necessária então a imaginação criadora, impulsionada pela captação instantânea do ser do homem em sua atualidade. Criar e experimentar são a mesma coisa – através da fenomenologia da imaginação, o sujeito observador é tomado como criador da imagem, a cada momento em que comunica com ela.40 Bachelard mostra que a imaginação ultrapassa a realidade. Ele apresenta a imagem como um excesso da imaginação, a qual possui exatamente a tarefa de ultrapassar a realidade. Assim, não é só com a liberdade do espaço e tempo que a imaginação trabalha, mas também no campo das idéias.41 Busca-se com base em A poética do espaço o redescobrimento da imagem primeira, ancestral e arquetípica, formadora de pensamentos no inconsciente humano. Todos os sentidos se despertam e trazem a reação do espanto no sentido do maravilhar-se. 42 Tal espanto não é visto na atualidade, “A vida usa rápido os primeiros espantos.” (BACHELARD, 1988. p.179). As pessoas não se permitem sentir o
39
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979) 40
Ibidem.
41
Ibidem.
42
Ibidem.
25
espaço diante da rapidez do cotidiano, ou o sentem de maneira diferenciada na contemporaneidade. No entanto, ser e mundo sempre estão em relação, ainda que o mundo lhe pareça invisível. O filme O fabuloso destino de Amelie Poulain 43 pode ilustrar uma situação contrária, em que a personagem principal vive seu dia-a-dia com atenção às pequenas coisas, tornando-as grandes pela importância que vê nas mesmas. Sua fala “Também gosto de procurar detalhes que ninguém vê” e o fato de saborear a sensação do momento em que enfia os dedos em um saco de grãos comprovam sua percepção apurada das vivências no seu próprio cotidiano, que a princípio poderiam passar despercebidas. Amelie insere-se na fenomenologia da imaginação de Bachelard ao se permitir o instante primeiro da percepção diante das situações, vendo como real aquilo que para ela o é nesse contato imediato. A personagem faz ainda com que as pessoas entrem em seu mundo e percebam as pequenas experiências que as cercam usando dos sentidos e também da imaginação de cada um. Ela se coloca dentro desse mundo experienciado por ela e instiga outros personagens a verem esse mundo também, cada qual à sua forma.
Figura 2.1 – Cena do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain, em que a personagem enxerga as nuvens segundo sua imaginação Figura 2.2 – Cena do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain, em que a personagem insere seu pai na criação de sua imaginação através das viagens fictícias de seu gnomo de jardim
Acredita-se com esse estudo que a maneira pela qual uma arquitetura é experienciada vem sendo transformada. Dentre as várias abordagens da arquitetura,
43
Filme do diretor Jean-Pierre Jeunet, 2001.
26
propõe-se uma expansão da “experiência44 do eu” no processo relacional com o espaço, bem como é demonstrado no filme por Amelie, processo este que envolve aspectos imaginários, sensoriais, sensíveis e emocionais.
44
Segundo Tuan, fala-se em experiência, como percepção em sentido estrito, quando não há lapso de tempo entre a sensação e sua interpretação. TUAN, Yi-fu. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980, p. 70. (1974)
27
(sanfona capĂtulo 2)
28
CAPÍTULO 3. O SENSORIAL
3.1. Arquitetura e sentidos: interação sujeito-espaço através da percepção sensorial “Os sentidos fazem as pessoas terem acesso ao mundo e à experiência do espaço. São os sentidos que revelam o mundo ao sujeito.” MERLEAU-PONTY
No capítulo 3, é trazida a questão da percepção sensorial, a partir do momento em que a imaginação abre esse espaço e pode incitar o trabalho dos sentidos na interação do sujeito com o espaço em que vivencia. Assim, trata da questão mais corpórea, porém bastante ligada ao imaginário. Percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais. Através dela o indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio.45 “... perceber no sentido pleno da palavra, [...] é apreender um sentido imanente ao sensível antes de qualquer juízo.” (MERLEAUPONTY, 1996. p. 63), ou seja, primeiramente se percebe, tem-se a imagem instantânea, imediata e primeira conforme abordado por Bachelard, sem que qualquer valor pré-existente na memória interfira nessa percepção. A fenomenologia, como parte do trabalho apresentado, baseia sua teoria na percepção do mundo, a qual acontece diferente para cada pessoa, como foi abordado no capítulo anterior. Nela o sensorial aparece não só enquanto sentidos (visão,
audição,
propriopercepção
olfato,
tato,
e sensação
paladar, de
calor),
sentidos
dedicados
ao
mas também como
equilíbrio, imaginação,
pensamentos.46 A imaginação, nesse caso, modifica a experiência real de um ambiente para um devaneio que o usuário cria, fazendo com que o espaço seja novo a cada momento de interação47: “... cada sensação sendo rigorosamente a primeira, a última e a única” 48 se torna uma experiência impar na vida de cada pessoa. 45
http://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o, acessado em 06/04/2010.
46
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979) 47
Ibidem.
29
A percepção foi trabalhada na Gestalt49, sendo considerada um somatório de forças externas (os estímulos sensoriais) e forças internas (a fisiologia do sistema nervoso).50 Assim, afirma-se que o espaço pode ser vivenciado através dos sentidos, como descreve Ignasi de Solà-Morales: “A visão próxima e remota, o tato, o movimento do corpo estabelecem as condições da experiência do espaço de modo que a produção de novos espaços e de novas experiências espaciais está indissoluvelmente ligada à exploração dos mecanismos perceptivos do sujeito humano.” (SOLÁMORALES, 1995. p. 114).
No momento da experiência do espaço, este se revela ao sujeito e se revela, induzindo-o a uma interação que se dá através dos sentidos.51 Segundo SolàMorales, os fenomenologistas foram os primeiros que passaram a considerar todos os sentidos do corpo empenhados na experiência da arquitetura, não só mais a visão como se costuma privilegiar na cultura da sociedade ocidental, bem como na atualidade.52 “Um ser humano percebe o mundo simultaneamente através de todos os seus sentidos. A informação potencialmente disponível é imensa. No entanto, no dia a dia do homem, é utilizada somente uma porção do seu poder inato para experienciar. Que órgão do sentido seja mais exercitado varia com o indivíduo e sua cultura. Na sociedade moderna, o homem tem que confiar mais e mais na visão.” (TUAN, 1980. p. 13).
48
NORBERG-SCHULZ, Christian. O fenômeno do lugar. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 456. (1976) 49
A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental que procura explicar a relação sujeito-objeto no campo da percepção da forma. Considera-se que Von Ehrenfels, filósofo vienense de fins do século XIX, foi o precursor da psicologia da Gestalt. Mais tarde, por volta de 1910, teve seu início mais efetivo por meio de três nomes principais: Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka, da Universidade de Frankfurt. In: FILHO, João Gomes. Gestalt do objeto – Sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras Editora, 2000, p.18. 50
FILHO, João Gomes. Gestalt do objeto – Sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras Editora, 2000, p.20. 51
EISENMAN, Peter. Visões que se desdobram: a arquitetura na era da mídia eletrônica. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 599-607. (1992) 52
SOLÁ-MORALES, Ignasi. Diferencias. Topografia de la arquitectura contemporânea. 3ªed. Barcelona: Editora Gustavo Gili, 1995, p.50.
30
“A maioria das pessoas durante suas vidas fazem pouco uso de seus poderes perceptivos. A cultura e o meio ambiente determinam em grande parte quais os sentidos são privilegiados. No mundo moderno tende-se a dar ênfase à visão em detrimento dos outros sentidos; o olfato e o tato, principalmente, por requererem proximidade e ritmo lento para funcionar e por despertarem emoções.” (TUAN, 1980. p. 284).
Cada sentido permite uma percepção diferenciada e limitada no seu campo “... o domínio espacial de cada sentido é, para os outros sentidos, um incognoscível absoluto, e limita na mesma proporção a espacialidade deles.” (MERLEAU-PONTY, 1996. p. 300) Dessa forma, considerando a abordagem fenomenológica, a capacidade de todos os sentidos poderia ser mais bem aproveitada para percepções outras da arquitetura, além daquela que a visão permite. Um exemplo que explicita essa valorização da visão, ao mesmo tempo em que mostra a percepção espacial através do uso de outros sentidos, principalmente em relação à percepção espacial, é a obra de José Saramago e mais recentemente o filme baseado na mesma, Ensaio sobre a cegueira53. No filme é apresentada uma situação limite em que praticamente todos os personagens ficam cegos. Nesta pesquisa, tal situação limite não é vista como provável de acontecer, muito menos almejada, mas funciona como exemplo de ampliação dos demais sentidos diante da cegueira – novas formas de percepção se potencializam, como o toque, os sons, a atenção aos movimentos do corpo no espaço, aos percursos realizados no cotidiano. “Gosto dessa sensação de calor no rosto”, afirma um dos personagens, já sem a visão, assim como acontece também a percepção da chuva, ambos os exemplos relacionados à percepção através do tato.
Figura 3.1 – Cena do filme Ensaio sobre a cegueira, em que o personagem sente o calor do fogo em seu rosto Figura 3.2 – Cena do filme Ensaio sobre a cegueira, em que a personagem cega sente a chuva caindo
53
Filme do diretor Fernando Meirelles, 2008.
31
Além da percepção por novos sentidos, há ainda o imaginar nesse processo. No filme cada personagem imagina os espaços e pessoas desconhecidos para a visão de uma forma diferente, pois a perda do sentido antes mais valorizado na percepção deu lugar a outros diversos, assim como permissão para o trabalho imaginativo. Para o curador do Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), Paulo Herkenhoff, a tradição (literatura clássica e Iluminismo) pensou a arte como exclusivo fenômeno do olhar. A arte contemporânea, no entanto, pode tomar a cegueira como potencial de conhecimento e percepção, fazendo da arte uma experiência que busca expandir seu campo sensorial.54 Foi este o pressuposto que orientou a exposição Poética da Percepção, ocorrida em 2008, no MAM-RJ. Tal exposição trabalhou com os cinco sentidos – visão, audição, tato, olfato e paladar – em uma mútua forma de conhecimento a que as artes plásticas podem se endereçar, questionando os parâmetros da percepção. Sob o signo da fenomenologia, a mostra convocou esta totalidade da experiência sensorial colocando-se a questão: “como um objeto artístico se apresenta enquanto fenômeno da percepção para cada um de nós?” 55 Na obra Máscaras sensoriais de Lygia Clark, a artista usou em cada uma das máscaras materiais diferentes, em busca de percepções particulares de cada usuário. Os cheiros, os sons e a visão foram aguçados e, ao mesmo tempo, concentrados e dominados pelos estímulos da máscara. Na região dos olhos foram feitos orifícios e neles costurados os diferentes materiais; na altura do nariz ficam saquinhos de sementes e ervas diversas, cada uma com seu cheiro característico; já perto do ouvido estão objetos que provocam sons e que estão integrados com as demais sensorialidades presentes nas máscaras.56 O Bólide olfático, por sua vez, do artista Hélio Oiticica, trabalha mais com o olfato, através de um tubo de borracha que permite apreciar o aroma do café
54
http://precisoes.blogspot.com/2008_07_01_archive.html, acessado em 07/06/2010.
55
Ibidem.
56
http://contemporaneaarte.blogspot.com/2009/10/as-mascaras-sensoriais-lygia-clark.html, acessado em 07/06/2010.
32
presente no saco, assim como outros exemplos na exposição que exploram cada uma das obras um ou mais sentidos específicos.57
Figura 3.3 – Máscaras Sensoriais, de Lygia Clark (Exposição Poética da Percepção) Figura 3.4 – O Bólide olfático, de Hélio Oiticica (Exposição Poética da Percepção)
Figura 3.5 – Esculturas comestíveis, de Eliane Prolik (Exposição Poética da Percepção) Figura 3.6 – Narizes e Línguas, de Lygia Pape (Exposição Poética da Percepção) Figura 3.7 – Chuva, de Chelpa Ferro (Exposição Poética da Percepção)
No âmbito da arquitetura, são também encontradas obras com a intenção da experiência por meio do aguçamento da percepção sensorial. Espaços mais escuros que o habitual, por exemplo, são utilizados para gerar percepções diferenciadas – adentrar em um estádio por corredores escuros gera uma percepção espacial diferente daquela obtida ao penetrar nesse estádio já tendo a visão total de sua grandiosidade.
57
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL583126-5606,00.html, acessado em 07/06/2010.
33
Figura 3.8 – Corredor de acesso ao campo do Maracanã Figura 3.9 – Vista do campo do Maracanã
O aumento da percepção através desse maravilhar-se com a surpresa que ocasiona o adentrar em uma arquitetura pela escuridão também pode ser observado em outro exemplo mais específico, a Catedral de Brasília, onde o acesso à nave é realizado por uma escura galeria.
Figura 3.10 – Galeria que dá acesso à Catedral de Brasília (Niemeyer) Figura 3.11 – Vista da galeria de acesso à Catedral de Brasília para o exterior
Figura 3.12 – Vista da galeria de acesso à Catedral de Brasília para seu interior Figura 3.13 – Interior da Catedral de Brasília
34
Mesmo em arquiteturas menos emblemáticas, presentes no dia-a-dia de grande parte das pessoas, o trabalho com a percepção sensorial é percebido, como pode ser exemplificado pelos corredores escuros das escolas, que muitas vezes levam a salas claras e amplos pátios. Ainda arquitetonicamente, aquilo que seria a representação melhor do espaço sensório é para Tschumi o labirinto. O arquiteto enxerga-o como algo que afeta a natureza inerente do homem, trazendo a dimensão real do espaço e a experiência que dela decorre. O labirinto atua no espaço sob a forma irrepresentável do desconhecido, no qual é impossível apreender o espaço como um todo com um único olhar, de uma única forma.58 A percepção do labirinto pressupõe imediatez, na medida em que aquele que o experiencia se depara em certos instantes com surpresas ao longo do caminho, o qual também é um desconhecido a ser desvendado no momento do ali, agora. Deste modo, “a metáfora do labirinto implica no primeiro momento de percepção distante da experiência dele mesmo”.59
Figura 3.14 – Representação de espaço labiríntico
58
DERRIDA, Jacques; MEYER, Eva (entrevista). Uma arquitetura onde o desejo pode morar. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 165-172. (1986) Na entrevista, é citado o artigo de Tschumi Questions of space, no qual aparece a questão do labirinto como modelo de espaço sensorial. 59
TSCHUMI. Bernard. Question of space. Londres: Architectural Association, 1990, p. 23.
35
Correspondendo Tschumi, o artista holandês Constant acrescenta que a liberação comportamental requer um espaço labiríntico, pois permite ao espaço ser objeto de contínuas modificações segundo a “imaginação lúdica”.60 O labirinto atravessa o tempo como um desafio à imaginação e ao pensamento universal. Sua imagem arquitetônica leva à mitologia Grega, ao labirinto de Creta, construído para encerrar o minotauro em uma arquitetura repleta de encruzilhadas e dificuldades, que se destina a desorientar as pessoas. "Um labirinto é uma casa edificada para confundir os homens; sua arquitetura, pródiga em simetrias, está subordinada a esse fim.” (BORGES, 1998. p. 598)61 Não só a mitologia grega traz a questão do labirinto na arquitetura. São observadas obras que vão desde as pirâmides do Egito, perpassando pelas cidades labirínticas medievais, Veneza, Londres até exemplos mais atuais como as favelas brasileiras e os shoppings center.
Figura 3.15 – Corte esquemático de pirâmide Figura 3.16 – Espaço labiríntico no interior das pirâmides
60
61
LEACH, Neil. La an-estética de la arquitectura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001, p. 100. (1999) http://patio.com.br/labirinto/epenn.htm, acessado em 18/06/2010.
36
Figura 3.17 – Maquete cidade medieval do Porto Figura 3.18 – Canais de Veneza
Figura 3.19 – Favela Cidade de Deus, RJ Figura 3.20 – Planta baixa Santa Cruz Shopping, Juiz de Fora
Os exemplos apresentados, excetuando-se as antigas pirâmides do Egito, além de sugerirem idéia de labirinto, vão ao encontro de Tschumi e Eisenman ainda no que se refere à sobreposição de camadas em um mesmo sítio, muitas vezes pelo próprio dinamismo do mundo contemporâneo. Principalmente no que diz respeito ao urbanismo, os vários tempos se sobrepõem e acabam por contribuir com a configuração labiríntica desses espaços. Nas cidades em que isso acontece, a experiência é diferenciada daquela ocorrida em cidades, distritos ou bairros como Manhattan, cuja planta em forma de tabuleiro permite fácil localização por quem a experiencia, ou como Brasília, onde grandes vazios entre as edificações permitem a maior visualização do céu e também facilita a localização. 37
Figura 3.22 – Vista panorâmica de Manhattan
Figura 3.21 – Mapa Manhattan
Figura 3.23– Vista panorâmica Brasília
Ainda que o labirinto seja um lugar do perder-se, é também lugar próprio de exploração e de investigação, portanto, da imaginação criadora, instantânea. Assim, conclui-se que constitui uma importante abordagem para o estudo da percepção pelo sensorial e pelo imaginário discorridos neste trabalho.
3.2. Especulações sobre as possibilidades de potencializar experiências pessoais – individuais ou compartilhadas pelo coletivo
“A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.” ÍTALO CALVINO
O processo de percepção tem início com a atenção. Geralmente, alguns elementos são percebidos em desfavor de outros. São vários os fatores que 38
influenciam a atenção, sendo fatores externos do meio ambiente e fatores do próprio organismo humano.62 Dentro da fenomenologia abordada nos capítulos anteriores, pode-se inferir que a percepção depende do sensorial e do emocional (fatores do humano), sendo estes aspectos particulares de cada pessoa em cada momento pelo qual passa. Essas particularidades determinam a singularidade de uma experiência estética do espaço e sua correspondência a um indivíduo específico e a um momento determinado, ou seja, por mais que o objeto experienciado seja o mesmo, as experiências serão sempre diferentes, apesar de poderem ser compartilhadas. Os objetos, incluindo a arquitetura, podem até sugerir determinadas experiências, mas estas serão sempre diferentes e, portanto, únicas. 63 Segundo Pallasmaa, pode existir relação entre a forma arquitetônica e o modo pelo qual ela é experienciada, sendo importante a análise acerca da possibilidade da geometria em geral ser capaz de provocar algum sentimento. Para este autor, a dimensão artística de uma obra não está contida nela mesma, mas sim na consciência de quem o experiencia, por isso a importância do ser que habita para a arquitetura.64 Exemplo da forma influenciando no sentimento das pessoas são as pirâmides. A forma da pirâmide é recorrente em diversas culturas e períodos históricos, aparecendo em monumentos como os zigurates da Mesopotâmia e as pirâmides do Egito até a pirâmide de vidro, de I. M. Pei, construída na entrada do Louvre, Paris, no século XX. Acreditava-se que a própria forma piramidal tinha poderes mágicos, e o sentimento que permanece de alguma forma relaciona-se a essa crença de magia, espiritualidade ou transcendência.65
62
http://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o, acessado em 06/04/2010.
63
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979) 64
PALLASMAA, Juhani. A geometria do sentimento: um olhar sobre a fenomenologia da Arquitetura. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 481-489. (1986) 65
STRICKLAND, Carol. Arte comentada – Da pré-história ao moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999, p. 7. (1992)
39
Figura 3.17 – Zigurate, Mesopotâmia Figura 3.18 – Pirâmides de Gizé, Egito
Figura 3.19 – Pirâmide de Vidro, na entrada do Museu do Louvre, Paris
No entanto, apesar do mesmo signo, há certo desprendimento da semiótica ao analisar as experiências em cada espaço exemplificado. Enquanto no zigurate e nas pirâmides a experiência volta-se a uma intenção religiosa, na pirâmide de vidro, por sua vez, são trazidas outras questões, como a inserção do novo no antigo e a busca de ordem ao funcionar como centro de distribuição de fluxos no interior do museu. Sensorialmente os exemplos apresentados também se diferenciam – as pedras que constituem as obras da antiguidade sugerem rigidez pela opacidade e aparência tátil de aspereza; já o vidro traduz uma superfície lisa e translúcida, dando ao objeto sensação de leveza. Em comunhão com Pallasmaa, Tschumi mostra que quem qualifica um espaço é o usuário a partir da sua presença no mesmo, da sua experiência. Determinada imaginação pode considerá-lo tanto um lugar de felicidade quanto de perigo. É provável que exista a possibilidade de incitar sentimentos individualizados
40
e diferenciados, mas também é presumível que eles sejam imprevisíveis, sem que a pré-concepção dos mesmos seja algo desejado.66 Em contrapartida, Dourado coloca que atualmente a realidade é um produto das idéias, linguagens e pensamentos daqueles que detêm certo poder, configurando essa realidade na qual se acredita. A arquitetura é uma das linguagens do ser humano e, dessa forma, funciona dentro dessa configuração, legitimando-a. “... a arquitetura faz parte de um sistema de comunicações dentro da sociedade [...] não estamos livres das formas do passado e da disponibilidade dessas formas como modelos tipológicos...” (VENTURI, 2003. p. 167). Tal sistema de linguagem é de uso comum e intrínseco a todos – a realidade construída existe muito forte na cabeça das pessoas.67 Diante da experiência do espaço, é então pensada a existência de alguma forma de analisar a arquitetura quanto aos efeitos que ela tem nas pessoas, ou seja, considera-se no estudo a possibilidade de intuir como cada um se sentiria diante de determinado espaço e ainda se essas experiências pessoais poderiam ser individuais, como supõe a fenomenologia, ou tenderiam a um sentimento universal comum frente a uma sociedade que possui uma mesma cultura institucionalizada. Dentro desse contexto, reflete-se sobre a percepção e experiência da arquitetura própria e individual, sob a ótica da busca por uma realidade encerrada como verdade pela imaginação de cada pessoa surgindo sobre a realidade criada pelo sistema já consistente na cabeça dessas pessoas. É certo que o simbolismo e as associações estão intrínsecos à percepção, porém presume-se que a percepção primeira, imediata e instantânea pode ser trabalhada de forma a potencializar as experiências individuais do espaço.
66
BARBIERI, Maria Júlia. Arquitetura Inatual como arquitetura da diferença [uma comunicação de afetos e durações]. Bauru: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO MIDIÁTICA/FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO/UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 2006. Dissertação (PósGraduação em Comunicação Midiática). 67
DOURADO, Luis Antônio. Metalinguagem e Arquitetura. Juiz de Fora: Palestra de abertura da XIV Mostra de Arquitetura e Urbanismo (UFJF), 2010.
41
(sanfona capĂtulo 3)
42
CAPÍTULO 4. AFETIVIDADE E ARQUITETURA NA CONTEMPORANEIDADE
4.1. O homem e a arquitetura: uma relação em transformação “Essa idéia de infinitos universos contemporâneos em que todas as possibilidades se realizam em todas as combinações possíveis...” ITALO CALVINO
Aqui as idéias até então apresentadas são inseridas no contexto contemporâneo no que se refere à relação do homem com a arquitetura. São colocadas opiniões de alguns autores para a interpretação de como acontece essa relação na atualidade, os quais se divergem ao definirem a percepção e experiência do espaço como reduzidas, segundo Leach e Arantes, ou transformadas, como abordam Montaner, Solà-Morales e Venturi. Entende-se por redução uma diminuição, limitação ou restrição, ou seja, uma modificação que implica a obtenção de um resultado menor que o inicial, sendo sua conseqüência extrema a ausência. Transformação, por sua vez, é também uma modificação de alguma estrutura, no entanto, não sugere que tal mudança relacionase ao aspecto quantitativo de diminuição ou ampliação. O resultado de uma transformação pode ser algo totalmente diferente daquele de origem. A arquitetura no mundo contemporâneo, bem como a ciência e outras tecnologias, tem sofrido mudanças na forma como as pessoas a experienciam em seu dia-a-dia, levando a algumas teses que abordam certo adormecimento da percepção espacial diante do cotidiano de repetições que se vive nesse mundo atual da pluralidade, rapidez e expansão.68 “Aquilo que é soterrado pela avalanche de clichês que inunda a paisagem do mundo moderno escapa, por definição, à ordem do visível.” (PEIXOTO, 1990. p.476), ou seja, o excesso de informações que se recebe na atualidade faz com que a percepção destas realidades tenda a desaparecer na dinâmica dos fluxos e da descartabilidade. O efêmero tende a ser descartado rapidamente.69 68
BARBIERI, Maria Júlia. Arquitetura Inatual como arquitetura da diferença [uma comunicação de afetos e durações]. Bauru: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO MIDIÁTICA/FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO/UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 2006, p. 10. 69
PEIXOTO, Nelson Brissac. As imagens e o outro. In: NOVAES, Adauto (org.). O Desejo. São Paulo: Companhia das Letras; Rio de Janeiro: FUNARTE, 1990, p. 476.
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A rotina pode ser uma justificativa para essa abordagem, uma vez que o cérebro apaga experiências repetidas, ou seja, ele simplesmente pega as experiências passadas e as usa no lugar de repetir realmente a experiência. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai colocando suas reações no modo automático e apagando as experiências duplicadas. Quando se começar a dirigir automóveis, por exemplo, a atenção parece ser requisitada ao máximo. Com a prática, porém, dirige-se trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo, ou seja, essas atividades passam a ser automáticas, não requerem atenção focalizada para sua realização.70 Outra justificativa para o adormecimento da percepção e para a idéia de que quanto mais informação se tem o significado em si mesmo passa a ser invisível, é que o condicionamento dos indivíduos ao movimento rápido e contínuo de estímulos exteriores e interiores tende a gerar nesses indivíduos um mecanismo de defesa contra a superestimulação, mecanismo este que resulta na atitude blasé. Dessa forma, o bloqueio em relação aos muitos estímulos externos, impedindo-os que penetrem em sua totalidade, diminui as experiências vividas por cada pessoa como uma forma de anestesia nela mesma 71. Ainda nessa abordagem, a experiência direta perde agora para a mera representação, ou seja, os indivíduos perderam o sentido de qualquer experiência ontológica genuína, estando alienados em relação a si mesmos, suas próprias experiências, emoções, criatividade e desejos, o que leva à eliminação da possibilidade de sua participação ativa na construção do mundo em que vive. 72 Arantes também discorre sobre o aspecto de desatenção e “empobrecimento moderno da experiência, que a certa altura chega a antecipar a indiferença sem perspectiva da cultura do simulacro...”73 A autora reconhece a arquitetura como cultura de massa, relacionando a esse termo o fato da não-percepção da mesma pela sociedade.
70
http://www.portaldoafeto.com.br/site/artigos01.asp?Cod=186, acessado em 26/04/2010.
71
LEACH, Neil. La an-estética de la arquitectura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001, p. 63-64. (1999)
72
Ibid., p.96-98.
73
ARANTES, Otília Beatriz Fiori. O lugar da arquitetura depois dos modernos. 2ªed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 57. (1993)
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“...nossa relação desatenta com a arquitetura se prenderia ao fato de que ela sempre foi uma arte de massa, pois, ao contrário da pintura, que não se presta ao confronto imediato com as reações de um grande público, a recepção da arquitetura, como outrora da poesia épica e hoje do cinema, se dá coletivamente e na forma da distração.” (ARANTES, 1993. p. 21).
Arquétipo da sociedade em que reina a cultura da simulação e da aparência é a Disneylândia e outros parques temáticos, os quais se configuram totalmente com base na imagem superficial das coisas. O castelo de Neuschwanstein na Alemanha, por exemplo, serve de inspiração ao "castelo da Cinderela", símbolo dos estúdios Disney.
Figura 4.1 – Disneylândia
Figura 4.2 – Beto Carrero World
Figura 4.3 – Castelo de Neuschwanstein
Montaner, por sua vez, aparece com uma abordagem em relação à percepção mais voltada a uma transformação da mesma do que em sua ausência. Segundo este autor, os lugares não devem ser interpretados como recipientes existenciais permanentes, mas sim entendidos como focos de acontecimentos, luxos, cenários de eventos efêmeros, dentro do dinamismo da contemporaneidade. 74
74
MONTANER, Josep Maria. La modernidad superada – Arquitectura, arte e pensamiento del siglo XX. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1997, p.45.
45
Nessa atual sociedade de alta mobilidade, “as impressões fugazes das pessoas que estão de passagem não podem ser negligenciadas”, uma vez que podem constituir outra forma de percepção, uma percepção presente. Muitas vezes os visitantes, por exemplo, são capazes de perceber méritos e defeitos de um ambiente que não são mais visíveis para os residentes.75 A respeito do mundo contemporâneo, Solà-Morales também o descreve com base no dinamismo, citando experiências de simultaneidade, presença múltipla, constante geração de novos estímulos perceptivos e produção de sentimento de estranheza. Especificamente no campo arquitetônico, cita o desconstrutivismo e fala sobre arquiteturas efêmeras, instantâneas, cambiantes, e puramente comunicativas, cuja
produção
responde
à
cultura
midiática
de
reprodução
de imagens
desvinculadas a um lugar preciso, mas sim destinadas ao global, tal como a arquitetura de arquitetos já citados no trabalho: Tschumi, Eisenmann e Koolhaas.76 Do mesmo modo, outro arquiteto que se insere no dinamismo da contemporaneidade é Venturi, tratando em seus projetos principalmente do pluralismo e da multiplicidade. Aborda que o mundo atual dos fluxos é regido pelo movimento, o qual exige uma arquitetura mais direta e evidente para sua eficiência, necessitando “ajustar-se aos espaços maiores, às velocidades maiores e aos impactos maiores que nossa tecnologia possibilita e a que nossa sensibilidade responde.” (VENTURI, 2003. p. 151)77 Las Vegas é o exemplo dessa paisagem automobilística dado pelo arquiteto, onde a “nova ordem espacial se relaciona com o automóvel e a comunicação na estrada, numa arquitetura que abandona a forma pura em favor dos meios mistos.” (VENTURI, 2003. p. 102)78 Observa-se como a sedução pelas luzes acontece nas paisagens destinadas a chamar atenção diante da grande quantidade de fluxos e do dinamismo da contemporaneidade. Seja em Las Vegas, onde as luzes estão presentes em toda a 75
TUAN, Yi-fu. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980, p. 72. (1974) 76
SOLÀ-MORALES, Ignasi. Diferencias. Topografia de la arquitectura contemporânea. 3ªed. Barcelona: Editora Gustavo Gili, 1995, p. 118-119. 77
VENTURI, Robert; SCOTT, Denise; IZENOUR, Steven. Aprendendo com Las Vegas. São Paulo: Cosac & Naify, 2003, p. 151. (1977) 78
Ibid., p. 102.
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cidade, constituindo-se na própria temática do lugar, voltado principalmente ao que se refere aos cassinos, seja no centro de Tóquio e na Times Square de Nova Iorque ou mesmo em um coreto enfeitado para o Natal, o uso da iluminação como meio de atrair o olhar e seduzir tem sido constante na arquitetura e no urbanismo.
Figura 4.4 – Luzes de Las Vegas Figura 4.5 – Centro de Tóquio
Figura 4.6 – Times Square, Nova Iorque Figura 4.7 – Coreto no Natal, Praça da Matriz em Montes Claros
No entanto, mesmo dentro dessa ótica, o lugar e sua relação com o tempo é que está em transformação ou mesmo dissolução, dando origem aos espaços midiáticos, aos “não-lugares” e aos cyber espaços. Assim, uma das questões da 47
arquitetura a partir dos anos 40,50 e 60 é a busca por uma maior expressividade desses novos espaços.79 Os espaços midiáticos são aqueles que não têm mais o espaço físico como seu principal atuante. A arquitetura é um recipiente neutro que configura interiores flexíveis e dinâmicos. Para exemplos dessa arquitetura, pode-se citar os museus midiáticos como os de ciência e tecnologia ou os museus infantis, que concentram a fascinação e a atenção em torno dos focos desmaterializados de luz artificial, experimentação e interação. Trata-se mais da experiência de um espaço sem limites, indefinido por visões imediatas e efêmeras, com atualizações em tempo real.80
Figura 4.8 – Museu das Telecomunicações (RJ) como espaço midiático
Os “não-lugares” definidos por Montaner, por sua vez, têm o mesmo conceito da expressão definida na obra de Marc Augé; são espaços relacionados com o transporte rápido, com o consumo e com o ócio, espaços percebidos velozmente, sendo descrita a experiência máxima do não-lugar como aquela de duração mínima e de mínimo contato com a realidade. Assim geralmente são considerados os centros comerciais, shoppings center, hotéis, aeroportos, estações, rodovias, aviões, e demais lugares de passagem, nos quais o usuário não tenha passado por alguma
79
O situacionismo, movimento de cunho político e artístico da década de 60, teve a intenção de fazer uso da arquitetura para criticar a “sociedade do espetáculo”, buscando a reconsideração da imaginação e permitindo a experiência ontológica mais profunda. LEACH, Neil. La an-estética de la arquitectura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001, p. 100. (1999) 80
Ibidem.
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experiência específica que tenha atribuído significado a esses espaços. 81 No filme O terminal82, por exemplo, o aeroporto torna-se um lugar para o personagem a partir do momento em que este, preso ao local, passa a viver nele e ali acaba passando por inúmeras experiências.
Figura 4.9 – Aeroporto em Dubai como “não-lugar” Figura 4.10 – Cena do filme O terminal
Os cyber espaços são aqueles simulados por uma máquina, podendo ser vistos em uma tela plana ou experimentado em diversos equipamentos de realidade virtual. Dessa forma, pode estar em qualquer ponto do globo sem que faça diferença e sem que o cibernauta precise se dar conta de sua própria localização física; tempo e espaço tendem a ser abolidos da consciência humana. 83
Figura 4.11 – Realidade virtual como cyber espaço
81
82
83
Ibidem. Filme do diretor Steven Spielberg, 2004. Ibidem.
49
Este estudo busca uma percepção tal da arquitetura em que a imaginação criadora de Bachelard tenha lugar como fundamental no processo de percepção, sendo esta imaginação individual. Estando a percepção e experiência direta transformadas, não tão distintas mais diante da grande quantidade de imagens que as pessoas recebem, a questão analisada é como potencializar essa percepção, podendo a própria profusão da virtualidade ser o caminho para a potencialização da percepção e experiência da arquitetura na contemporaneidade. A capacidade de uma arquitetura possibilitar ao homem pensar imagens através da imaginação que é inerente a ele por meio do potencializar da percepção dessa arquitetura não deve ser perdida.84 Estando a percepção realmente adormecida ou transformada, o trabalho não se fixa em uma das duas hipóteses, porém busca “reanimar o espírito do lugar” (ARANTES, 1995. p. 212), observando a implicação dessa mudança na afetividade relacionada à arquitetura e entendendo que tal afetividade não pressupõe uma duração, ou seja, a efemeridade na contemporaneidade não tira o valor das experiências. A pesquisa deve embasar uma possibilidade de potencialização das experiências de percepção e afetividade nesse espaço contemporâneo.
4.2. Encantamento e interatividade como estímulos à afetividade homemarquitetura
“Sabe-se que a sensualidade domina até mesmo os edifícios mais racionais. A arquitetura é o ato erótico supremo. Leve-a ao excesso e ela revelará tanto os vestígios da razão quanto a experiência sensual do espaço. Simultaneamente.” BERNARD TSCHUMI
O espaço foi apresentado no trabalho até então como possuidor de qualidades capazes de proporcionar emoções aos seus usuários utilizando-se dos sentidos explorados em seus conceitos não só biológicos como também mentais e
84
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p.107.
50
experimentais para a desejada potencialização da relação de percepção na arquitetura. Foram citados aspectos que interferem em como o ser humano e o espaço se relacionam, principalmente no campo da fenomenologia, dentro da qual se deu destaque à imaginação e percepção. Nesse capítulo, a questão fenomenológica volta-se para a afetividade, procurando considerar essa relação da arquitetura em sintonia com quem a vivencia. Relacionando-se à afetividade, Bachelard destacou fundamentalmente a função de proteção da casa e enxergou os "espaços felizes" como "espaços de posse": espaços imaginados, construídos, edificados e possuídos pelo homem. “... o fenomenólogo faz o esforço preciso para compreender o germe da felicidade central, seguro e imediato.” (BACHELARD, 1979. p. 111) A imagem poética da casa está sob o signo do homem feliz. A fenomenologia da casa é, pois, uma forma de topofilia.85 Chama-se topofilia o elo afetivo entre a pessoa e o lugar, o qual fornece o estímulo sensorial agindo em conjunto com a imagem percebida para dar forma ao sentimento de afetividade.86 “A topofilia assume muitas formas e varia muito em amplitude emocional e intensidade. É um começo descrever o que elas são: prazer visual efêmero; o deleite sensual de contato físico; o apego por um lugar por ser familiar...” (TUAN, 1980. p. 286).
Tschumi afirma que a arquitetura, para se efetivar como tal, pressupõe uma troca de afetos. Sua potência afetiva é desperta quando o ser invade o espaço e assim se torna parte dele. O poder de sedução exercido por um espaço vai depender de como ele é percebido num determinado instante. A emoção está ligada principalmente à sua imagem, constituindo-se mais um estímulo dessa sedução.87
85
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: KUHNEN, Remberto Francisco; LEAL, Antonio da Costa; LEAL, Lídia do Vale Santos (tradução). Bachelard (Os pensadores). 3ªed. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 93-266. (1979) 86
TUAN, Yi-fu. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980, p. 129. (1974) 87
TSCHUMI, Bernard. O prazer da arquitetura. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006, p. 573-584. (1977)
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Como exemplos de arquitetura que seduz principalmente pela imagem, estão os projetos de Frank Gehry, Zaha Hadid e do próprio Tschumi.
Figura 4.12 – Museu Guggenheim de Bilbao, Frank Gehry Figura 4.13 – Abu Dhabi Performing Arts Centre, Zaha Hadid
Figura 4.14 e 4.15 – Novo Acropolis Museum, em Atenas, Tschumi
Como a maior parte das imagens em que o mundo foi transformado na contemporaneidade
se
dissolve
imediatamente,
sendo
o
próprio
mundo
inconsistente, tal fato poderia privilegiar a criação de verdades, realidades e visões múltiplas de mundo, baseadas nas percepções imediatas de cada pessoa ao invés de favorecer uma única verdade. A utilização dessa inconsistência a favor de uma consistência imediata e única é possível, visto que a experiência não é solúvel como as imagens, destas resta a experiência imediata, tida aqui como fundamental.
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A questão então seria a possibilidade de uma relação afetiva com algo que se dissolva dessa forma instantânea, uma vez que o valor da experiência não pressupõe duração. O modo como tal experiência acontece é seu aspecto mais importante, o que dá valor. Acredita-se que uma alternativa para tal afetividade seja o encantamento, ou seja, o elo afetivo pode ser criado em função de um estímulo externo qualquer que provoque a sensação de interesse intenso, colocando aquele que estiver sobre esse efeito uma espécie de êxtase. A arquitetura, para Tschumi, pode trabalhar com tal encantamento através de inúmeros artifícios e disfarces, dentre eles o próprio conceito. Percebe-se que não há apenas um entendimento possível desses artifícios, o que confirma a impossibilidade do objeto de conter a realidade – ele contém várias realidades, não podendo ser apreendido pela análise, mas sim por meio da experiência singular de cada indivíduo no espaço.88 Fazendo uma analogia com a idéia de amor à primeira vista, em que uma pessoa se apaixona por outra no instante presente, inesperadamente, observam-se quais são os fatores que a fazem se encantar. Existem explicações fisiológicas para o amor à primeira vista, o qual não acontece devido a valores estéticos consensuais da sociedade. Assim, exemplifica a percepção individual prevalecendo sobre a realidade tida como universal. A tradução dos fatores que ocasionam o amor à primeira vista na arquitetura pode então ser uma forma de potencializar a afetividade no mundo contemporâneo da imediatez. Um exemplo traduzido na arte que retrata a possibilidade da arquitetura aqui objetivada é o trabalho de Hélio Oiticica. O artista define como sua meta o chamado supra-sensorial, que é “transformar os processos de arte em sensações de vida.” Nesse processo, primeiro aconteceria a “sensação de estímulo-reação”, para em seguida a pretendida “participação sensorial” ou “realização da participação”. No primeiro momento, o estímulo aconteceria através do deslocamento do participante para um campo desconhecido daquele que lhe é habitual para o despertar das suas regiões sensoriais internas. Fazendo uma analogia com a idéia citada de amor à primeira vista, seria uma maneira de encantar a pessoa para desencadear reações fisiológicas. O segundo momento do projeto de Oiticica é o momento no qual o participante elabora dentro de si mesmo suas próprias sensações, estimuladas pelas 88
Ibidem.
53
primeiras presentes na obra, sem no entanto condicioná-lo a uma ou outra sensação específica – pode ser comparado com o amor à primeira vista em si mesmo, o próprio sentimento pessoal, onde os valores verdadeiros se afirmam. 89 As duas abrangências de participação na obra não se limitam à pura contemplação, mas sim pretende uma participação ativa do individuo, dando-lhe a oportunidade de criar a sua obra.90 “... não há proposição de um ‘elevar o espectador a um nível de criação’, a uma ‘materialidade’, ou de impor-lhe uma idéia ou um padrão estético correspondente àqueles conceitos de arte, mas de dar-lhe uma simples oportunidade de participação para que ele ache aí algo que queira realizar – é pois uma ‘realização criativa’ o que propõe o artista, realização esta isenta de premissas morais,intelectuais ou estéticas [...] é uma simples posição do homem nele mesmo e nas suas possibilidades criativas vitais.” (Aspiro ao Grande Labirinto, 1986).91
A efetivação dessa participação pode acontecer com um estímulo que crie uma “atitude de inquietação, de busca, uma postura que leva o sujeito à ação.” 92 Considera-se que a partir dessa ação exista a possibilidade da afetividade com a obra. Assim, do ponto de vista arquitetônico, o trabalho com maior grau de interatividade homem-arquitetura pode ser a chave para sua proximidade com o lugar,
resultando
em
certo
valor
afetivo
dado
a
essa
arquitetura
na
contemporaneidade. Retomando a questão do dinamismo, da fluidez, da inconsistência das imagens e do virtual na atualidade, acredita-se que a interatividade homemarquitetura possa então aliar-se ao contexto contemporâneo para se concretizar. O virtual na sociedade atual pode estar trabalhando inicialmente ainda mais com o visual, resultando em uma percepção menos atenciosa daquela de costume na sociedade até o século XX, a qual exigia presença, contato físico. Atualmente, boa quantidade de pessoas utiliza os recursos cada vez mais avançados da televisão, dos celulares e da web para se familiarizar com os espaços e lugares, 89
Centro de Arte Hélio Oiticica. Projeto Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: RIO ARTE, 1997, p. 12. (1992)
90
Ibidi., p. 115.
91
Ibidi., p. 100.
92
SOUZA, Manoel Mendonça. O refrear do desejo e a configuração do Eu: uma abordagem do desejo na Fenomenologia do Espírito de Hegel. Juiz de Fora: Departamento de Filosofia/ICHL/UFJF, 1998, p.44. (dissertação de mestrado)
54
principalmente através do visual. Esse consumo de espaços virtuais pode impactar na percepção, a depender da sensibilidade que cada indivíduo apresente. Todos os lugares vistos através desses meios são fruto de virtualizações, ou seja, os espaços são vistos por meio de informações alheias ao cotidiano individual, mas isso não torna as pessoas menos sensíveis a uma situação outra.93 O visual na virtualidade também pode ser exemplificado pelo espelho digital desenvolvido pela Philips, uma instalação interativa que utiliza a tecnologia OLED para interagir com o público. O espelho reproduz os movimentos do usuário por meio de uma imagem digitalizada do mesmo, conforme pode ser observado a seguir, em comparação com imagens de superfícies físicas que funcionam como espelho, tanto o espelho propriamente dito como exemplos na arquitetura e no urbano.94
Figura 4.16 – Espelho digital Figura 4.17 – Espelho em Branca de Neve e os sete anões
93
http://logged-in.org/page/2/, acessado em 15/06/2010.
94
http://percepcao.typepad.com/percepcao/2009/05/espelho-digital-tecnologia-oled.html, acessado em 15/06/2010.
55
´ Figura 4.18 – Teatro Nacional de Pequim Figura 4.19 – Reflexo em poça d’água
Ainda que o primeiro impacto seja o visual, o desenvolvimento do tátil, do auditivo, do olfativo, do cinético virtual, entre outras formas de percepção através da virtualidade, pode ser um avanço também na arquitetura para a maior percepção e sedução do espaço. Na imagem abaixo, é exemplificado o tato através do virtual. Em experimento na Universidade de Tóquio, a interface combina projeção em terceira dimensão com um fenômeno de ultrassom capaz de criar sensação de pressão no usuário. Portanto, esse exemplo implica que a criação do artificial pelo virtual pode trazer uma sensação real da experiência.95
Figura 4.20 – Chuva virtual Figura 4.21 – Chuva real
95
http://smeira.blog.terra.com.br/2009/08/11/hologramas-ultrassom-3d-virtual-ttil/, 01/06/2010.
acessado
em
56
Outro exemplo em desenvolvimento da percepção pela virtualidade é a chamada realidade virtual. Essa realidade mexe com sensos humanos, faz com a que a tecnologia interaja com o ser humano, ao invés do ser humano interagir com a tecnologia. Envolvendo-se com o projeto de interfaces com o usuário, foca a atenção do usuário na experiência, sendo a qualidade dessa experiência crucial para estimular criatividade e produtividade. A realidade deve reagir apropriadamente com os fatores físicos e perceptivos dos participantes humanos, em conformidade com as representações cognitivas do micromundo em que eles se encontram imersos. A experiência não necessita ser realista, mas deve ser consistente.96
Figura 4.22 – Realidade virtual
Observado o desenvolvimento de diversos aparatos tecnológicos na atualidade em que a virtualidade aparece com força, a opção pelo uso do virtual para potencializar experiências deve ser considerada, visto que hoje essa virtualidade ainda acontece de forma tímida na arquitetura, aparecendo em alguns elementos de ambientes, como em paredes e pisos interativos.
96
http://oarquivo.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=254:realidadevirtual&catid=71:ciencia-e-tecnologia&Itemid=396, acessado em 15/06/2010.
57
Figura 4.23 – Piso interativo com projeção de água Figura 4.24 – Andando sobre a água, obra Ponte de Michael Cross
Figura 4.25 – Piso interativo com projeção de água Figura 4.26 – Túnel do Tâmisa, Londres
No entanto, ressalta-se que o retorno à realidade física também pode ser trabalhado de forma a enfatizar os pontos desejados, ou seja, o retorno com a sutileza das interações homem-arquitetura não deve ser descartado no potencializar da relação de afetividade. São várias as nuances do encantamento, que pode acontecer de várias maneiras, como a arquitetura ressaltando o que já é próprio do lugar. Observa-se essa sutileza inserida no contexto contemporâneo nas obras de Siza e Niemeyer, os quais utilizam características do local para destacar tanto o lugar como a obra.
58
Figura 4.27 – Ocean Swimming Pool, Siza Figura 4.28 – MAC-Niterói, Niemeyer
Assim, conclui-se que a forma como a experiência acontece é o ponto fundamental no processo de afetividade com o lugar, com a arquitetura, sendo a interatividade uma possibilidade de incitar que essa experiência aconteça em maior intensidade na contemporaneidade. Efêmera ou com certa duração, virtual ou física, o importante é o modo de fato dessa experiência, se ela consegue se concretizar em sua essência para que crie um vínculo instantâneo de afeto, que possa ou não perdurar.
59
(sanfona capĂtulo 4)
60
(sanfona geral)
61
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da questão fundamental abordada no trabalho, a percepção e a afetividade relacionadas à arquitetura na contemporaneidade, alguns aspectos são apresentados como considerações obtidas nesse estudo. Com embasamento nas idéias da semiótica e principalmente dando ênfase aos pontos-chave da fenomenologia, considera-se a percepção como a experiência individual, compartilhada ou não, sobre a realidade universal. A percepção que o estudo busca é aquela obtida pela imaginação instantânea do indivíduo, a qual abre caminho para a atuação dos sentidos, resultando nesta percepção. Ao analisar tal percepção no mundo contemporâneo dos fluxos, da mobilidade, da pluralidade, da rapidez, do efêmero, enfim, do dinamismo, são vistos autores que afirmam que há uma redução desta percepção e, em contrapartida, aqueles que defendem sua transformação. Sem se fixar em uma das duas hipóteses, focaliza-se a potencialização da percepção no que se refere à arquitetura a fim de que por meio desse potencializar seja possível uma maior aproximação do indivíduo com o lugar. Parte-se então do pressuposto que a efemeridade não tira o valor da experiência e que a afetividade na relação homem-arquitetura não supõe duração. Dessa forma, pode-se dizer que a pesquisa em relação à percepção na atualidade tende a se acordar mais com a idéia de transformação, e aprecia a possibilidade de uma arquitetura onde a afetividade do indivíduo com o lugar possa existir. Observadas as questões da contemporaneidade, para a efetivação da relação de afetividade, são pensadas como estímulos o encantamento e a interatividade. O encantamento é visto como o que causa grande interesse, podendo estar no próprio conceito do projeto e, mais usualmente, na sua imagem. A interação com qualquer objeto também pode ser aceita como motivo de atenção para os indivíduos. O virtual, forte característica na atualidade, ainda é visto de forma tímida na arquitetura, aparecendo principalmente em recursos visuais inseridos em alguns elementos arquitetônicos. Deve ser considerada a introdução dessa virtualidade mais abrangente a todos os sentidos, como incitação à imaginação para uma percepção tal que possibilite a aproximação afetiva com a arquitetura.
62
A virtualidade aparece então como um dos recursos que, aliado ao encantamento e à interatividade, pode ocasionar essa afetividade. No entanto, ponderando-se que o modo como a experiência do indivíduo acontece e a consolidação da essência dessa experiência são fundamentais na relação de afetividade com o lugar, a ênfase à proximidade com o lugar através de sutilezas na arquitetura também pode ser uma resposta que não se opõe àquela dada pelo virtual, mas compartilha do mesmo objetivo do estudo, a percepção e afetividade na arquitetura da contemporaneidade.
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INTENÇÕES PROJETUAIS
Reflexo das considerações finais, são feitas especulações de uma intervenção ou de intervenções que respondam espacialmente à problemática, explorando possibilidades que criem espaços que dêem certa concretude ao pensamento apresentado. Tais proposições podem acontecem no âmbito da arquitetura, do paisagismo ou urbanismo, sendo uma intervenção concentrada na paisagem urbana ou intervenções fragmentadas, dispersas. Visto o objetivo do estudo que especula a percepção e afetividade na contemporaneidade, a tradução na arquitetura não implica em um espaço que possua alguma função específica, mas que primordialmente tente consolidar essa experiência. O uso da virtualidade é considerado como intenção de projeto para a arquitetura buscada, bem como a efetivação desta por meio de aspectos físicos. A interação homem-arquitetura tende então a aparecer tanto em experiências virtuais como físicas, em maior ou menor intensidade cada uma em relação à outra ou mesmo igualadas, conforme esquema gráfico.
Figura 6.1 – Possibilidades virtuais ou físicas
Importante ressaltar que a potencialização da percepção através de elementos da própria arquitetura para a consolidação da afetividade é o objetivo fundamental do projeto. Dessa forma, busca-se a essência das experiências nessa arquitetura, não experiências baseadas na superficialidade, por esse motivo o cuidado com o uso da virtualidade.
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ÍNDICE DE IMAGENS Capítulo 1 Fig.1. 1 - Esquema triádico de Charles Sanders Peirce.............................................10 Fonte: MONTEIRO, Marcos Rafael. Notas para a construção de um diálogo entre a arquitetura e a semiótica. Brasília: PROGRAMA DE MESTRADO/PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA/FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2006.
Fig.1. 2 - As dez casas, de Peter Eisenman............................................................... 14 Fonte: http://diagramas-pe.blogspot.com/, acessado em 12/04/2010.
Fig.1. 3 - Chora L, Eisenman e Derrida. Maquete do projeto para o Parc de La Villette.......................................................................................................................... 16 Fonte: ARANTES, Otília Beatriz Fiori. O lugar da arquitetura depois dos modernos. 2ªed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 91.
Fig.1. 4 - Exemplo de folie, presente no Parc de La Villette, projeto de Bernard Tshumi.........................................................................................................................17 Fonte:http://bhpbrasil.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat %3DarquiCONTEMPOR%25c3%2582NEA, acessado em 12/04/2010.
Fig.1. 5 e Fig.1. 6 - Parc de La Villette, projeto de Bernard Tshumi........................... 17 Fonte:http://bhpbrasil.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat %3DarquiCONTEMPOR%25c3%2582NEA, acessado em 12/04/2010.
Fig.1. 7 - Tree City, Rem Koolhaas.............................................................................17 Fonte: http://automaticoroboticocodificado.dpa-etsam.com/tag/robotico/, acessado em 12/04/2010.
Fig. 1.8 - Desconstrução da imagem Tree City...........................................................19 Fonte: desenho próprio.
Fig. 1.9 - Moldes de aço produzidos para pavilhão Prada Transformer, de Rem Koolhaas......................................................................................................................20 Fonte: http://colunistas.ig.com.br/allexincasa/2009/05/05/koolhaas-veste-prada/, 12/04/2010.
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Imagens tabela capítulo 1 – Semiótica.................................................................... 21 Fig. 1.10 - Esquema triádico de Charles S. Peirce Fonte: MONTEIRO, Marcos Rafael. Notas para a construção de um diálogo entre a arquitetura e a semiótica. Brasília: PROGRAMA DE MESTRADO/PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA/FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2006.
Fig. 1.11 - Triângulo invertido de Karl Bühler Fonte: http://www.ced.ufsc.br/~uriel/signo.htm, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.12 - Sinalização tráfego Fonte: http://www.banein.com/reflexoes-corporativas/umberto-eco-e-a-semiotica/umberto-eco-e-asemiotica/, acessado em 04/05/2010.
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Fig. 1.14 - Símbolo Suástica Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A1stica, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.15 - Charge SUS Fonte: http://ocotidianoonline.blogspot.com/2009_11_01_archive.html, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.16 - Imagem Buda e suástica Fonte: http://skylineone.wordpress.com/2008/03/13/a-historia-oculta-de-hitler/, 04/05/2010.
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Fig. 1.17 - Prédio da marinha norte-americana Fonte:http://macmagazine.uol.com.br/2007/09/27/predio-de-marinha-norte-americana-possui-formatode-suastica-nazista-proposital/, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.18 - As dez casas, de Peter Eisenman Fonte: http://diagramas-pe.blogspot.com/, acessado em 12/04/2010.
Fig. 1.19 - Desconstrução ou junção de partes? Fonte: http://darqcaloiros.createforum.net/viewtopic.php?f=3&t=12&start=20/, 04/05/2010.
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Fig. 1.21 - Casa Mildred, Casa III, Peter Eisenman Fonte: http://www.artehistoria.jcyl.es/obrmaestras/obras/17124.htm, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.22 - Parc de La Villette, projeto de Bernard Tshumi Fonte:http://bhpbrasil.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat %3DarquiCONTEMPOR%25c3%2582NEA, acessado em 12/04/2010.
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Fig. 1.27 - Archigram, Walking City Fonte: http://www.fabiofeminofantascience.org/RETROFUTURE/RETROFUTURE13.html, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.28 - “Cidade-futuro” Fonte: http://oburacobranco.wordpress.com/2008/04/07/o-futuro-e-agora-carros-automatizados/, acessado em 04/05/2010.
Fig. 1.29 - Cidade do Design, projeto de Rem Koolhaas (OMA) e Urbanus Architects Fonte:http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1380689&seccao=Arquitectura, acessado em 04/05/2010.
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Capítulo 2 Fig. 2.1 - Cena do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain, em que a personagem enxerga as nuvens segundo sua imaginação........................................26 Fonte: http://c2ladob.wordpress.com/2009/10/25/jaime-photographier/, acessado em 12/04/2010.
Fig. 2.2 - Cena do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain, em que a personagem insere seu pai na criação de sua imaginação através das viagens fictícias de seu gnomo de jardim.................................................................................26 Fonte: http://azulescuroquasepreto.wordpress.com/2009/03/31/pequenos-turistas-turistas-pequenos/, acessado em 12/04/2010.
Imagens tabela capítulo 2 – Fenomenologia..........................................................28 Fig. 2.3 - Ser-no-mundo, ser o mundo Fonte: http://revolucionaria.wordpress.com/2009/04/09/colectivo/, acessado em 06/05/2010.
Fig. 2.4 - Criança geopolítica observando o nascimento do homem novo, Salvador Dali, 1943 Fonte: http://teologiaegraca.blogspot.com/2009_09_01_archive.html, acessado em 04/05/2010.
Fig. 2.5 - Criança no espelho Fonte: http://www.ponto.org/2/orfanato.html, acessado em 11/05/2010.
Fig. 2.6 - Projeto vencedor de quiosque para parques públicos de São Paulo Fonte: http://www.entre.arq.br/?page_id=1328, acessado em 11/05/2010.
Fig. 2.7 - Experiência do Eu Fonte: http://danuia.blog.com/, acessado em 06/05/2010.
Fig. 2.8 - Quero ser John Malkovich Fonte: http://fazerescrito.wordpress.com/2008/11/23/quero-ser-o-outro/, acessado em 06/05/2010.
Fig. 2.9 - Experiência bebê na piscina Fonte: http://piscinalimpa.wordpress.com/2010/02/08/bebe-na-piscina/, acessado em 04/05/2010.
Fig. 2.10 - Ttéia, de Lygia Pape, Bienal de Arte em Veneza (2009) Fonte: http://alerib.wordpress.com/2009/11/11/bienal-de-veneza/, acessado em 04/05/2010.
Fig. 2.11 - Consciência do corpo através do mundo Fonte: http://terapia-cotidiana.ning.com/xn/detail/3949960:Event:843?xg_source=activity, acessado em 12/04/2010.
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Fig. 2.14 - Éden, Hélio Oiticica Fonte: http://forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/.painel/coletanea_ho/ho_sperling/?searchterm=ne oconcretismo, acessado em 11/05/2010.
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Fig. 2.17 - Cena do filme O fabuloso destino de Amelie Poulain Fonte: http://c2ladob.wordpress.com/2009/10/25/jaime-photographier/, acessado em 12/04/2010.
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Fig. 2.21 - O pequeno príncipe e sua rosa Fonte: http://olivreiro.com.br/blog/2009-10-11-quiz-o-pequeno-principe, acessado em 04/05/2010.
Fig. 2.22 - Casa-concha Fonte: http://opaudabarraca.blogspot.com/2009/07/conchas.html, acessado em 11/05/2010.
Capítulo 3 Fig. 3.1 - Cena do filme Ensaio sobre a cegueira, em que o personagem sente o calor do fogo em seu rosto..........................................................................................31 Fonte: http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/, acessado em 13/04/2010.
Fig. 3.2 - Cena do filme Ensaio sobre a cegueira, em que a personagem cega sente a chuva caindo............................................................................................................ 31 Fonte: http http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/, acessado em 13/04/2010.
Fig. 3.3 - Máscaras Sensoriais, de Lygia Clark (Exposição Poética da Percepção)..33 Fonte: http://precisoes.blogspot.com/2008_07_01_archive.html, acessado em 07/06/2010.
Fig. 3.4 - O bólide olfático, de Hélio Oiticica (Exposição Poética da Percepção).......33 Fonte: http://www.paranaonline.com.br/editoria/almanaque/news/319632/?noticia=A+ARTE+EM+VARIOS+SENTIDOS+NO+M USEU+OSCAR+NIEMEYER, acessado em 07/06/2010.
Fig. 3.5 - Esculturas comestíveis, de Eliane Prolik (Exposição Poética da Percepção) .....................................................................................................................................33 Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL583126-5606,00.html, acessado em 07/06/2010.
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Fig. 3.6 - Narizes e Línguas, de Lygia Pape (Exposição Poética da Percepção).......33 Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL583126-5606,00.html, acessado em 07/06/2010.
Fig. 3.7 - Chuva, de Chelpa Ferro (Exposição Poética da Percepção)......................33 Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL583126-5606,00.html, acessado em 07/06/2010.
Fig. 3.8 - Corredor de acesso ao campo do Maracanã...............................................34 Fonte: http://www.flickr.com/photos/22551294@N08/2913562209/, acessado em 18/06/2010.
Fig. 3.9 - Vista do campo do Maracanã...................................................................... 34 Fonte: http://osegredodogramado.wordpress.com/2008/05/, acessado em 18/06/2010.
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Fig. 3.13 - Interior da Catedral de Brasília.................................................................. 34 Fonte:http://picasaweb.google.com.br/hrubiales/CATEDRALDEBRASILIA02?authkey=Gv1sRgCOvr6d b32tGaWA&feat=flashalbum#5391095735907168066, acessado em 29/04/2010.
Fig. 3.14 - Representação de espaço labiríntico.........................................................35 Fonte: http://filipaqueiroz.wordpress.com/2009/02/18/trapped/, acessado em 18/06/2010.
Fig. 3.15 - Corte esquemático de pirâmide................................................................. 36 Fonte: http://science.howstuffworks.com/pyramid.htm/printable, acessado em 18/06/2010.
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Fig. 3.20 - Planta baixa primeiro piso Santa Cruz Shopping, Juiz de Fora.................37 Fonte: fornecida pelo Santa Cruz Shopping, em 21/06/2010.
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Fig. 3.36 - Tempestade virtual Fonte: http://www.gabrielrocha.com/, acessado em 07/06/2010.
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Fig. 3.38 - Prédio que toca música, Dresden (Alemanha). Fonte: http://usstar.com.br/blog/?paged=82, acessado em 07/06/2010.
Fig. 3.39 - Exemplificação de espaço labiríntico Fonte: http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/2009/06/labirinto-do-tempo.html, acessado em 13/04/2010.
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Fig. 3.42 - Labirinto de gelo, festival de inverno de Búfalo, Nova Iorque Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1510858-6091,00EUA+BATEM+RECORDE+COM+LABIRINTO+DE+GELO+DE+METROS+QUADRADOS.html, acessado em 07/06/2010.
Capítulo 4 Fig. 4.1 - Disneylândia................................................................................................ 45 Fonte: http://chelseah25.wordpress.com/2009/05/, acessado em 07/06/2010.
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Fig. 4.8 - Museu das Telecomunicações (RJ) como espaço midiático.......................48 Fonte: http://www.rem.org.br/rj/instituicoes_1.htm, acessado em 18/06/2010.
Fig. 4.9 - Aeroporto em Dubai como “não-lugar”........................................................49 Fonte: http://www.architecture.blogger.com.br/2005_07_01_archive.html, acessado em 18/06/2010.
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Fig. 4.11 - Realidade virtual como cyber espaço........................................................49 Fonte: http://www2.uol.com.br/bestcars/artigos/projeto-2.htm, acessado em 18/06/2010.
Fig. 4.12 - Museu Guggenheim de Bilbao, Frank Gehry.............................................52 Fonte: http://www.ndvale.com.br/index.php?pagina=album&id=60, acessado em 18/06/2010.
Fig. 4.13 - Abu Dhabi Performing Arts Centre, Zaha Hadid........................................52 Fonte: http://nictedice.blogspot.com/, acessado em 29/06/2010.
Fig. 4.14 e Fig. 4.15 - Novo Acropolis Museum, em Atenas, Tschumi.......................52 Fonte: http://hitzblog.blogspot.com/2009_05_01_archive.html, acessado em 18/06/2010.
Fig. 4.16 - Espelho digital............................................................................................55 Fonte: http://percepcao.typepad.com/percepcao/2009/05/espelho-digital-tecnologia-oled.html/, acessado em 15/06/2010.
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Fig. 4.18 - Teatro Nacional de Pequim.......................................................................56 Fonte: http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2007/12/grande-teatro-nacional-de-pequim.html, acessado em 29/06/2010.
Fig. 4.19 - Reflexo em poça d’água............................................................................56 Fonte: http://postmania.org/?p=1113, acessado em 29/06/2010.
Fig. 4.20 - Chuva virtual..............................................................................................56 Fonte: http://smeira.blog.terra.com.br/2009/08/11/hologramas-ultrassom-3d-virtual-ttil/, acessado em 01/06/2010.
Fig. 4.21 - Chuva real..................................................................................................56 Fonte: http://pitangadoce.blogspot.com/2008_04_01_archive.html, acessado em 29/06/2010.
Fig. 4.22 - Realidade virtual........................................................................................57 Fonte: http://oarquivo.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=254:realidadevirtual&catid=71:ciencia-e-tecnologia&Itemid=396, acessado em 15/06/2010.
Fig. 4.23 - Piso interativo com projeção de água........................................................58 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=sAhgQ-LUcCQ&feature=related, acessado em 18/06/2010.
Fig. 4.24 - Andando sobre a água, obra Ponte de Michael Cross..............................58 Fonte: http://cafeina.lowebrasil.com.br/?p=124, acessado em 29/06/2010.
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Fig. 4.25 - Túnel pedestres com interação de luz e som, Amsterdã...........................58 Fonte: http://spintravel.blogtv.uol.com.br/2009/03/05/tunel-de-pedestres-em-amsterda-interage-comas-pessoas-atraves-de-luz-e-som, acessado em 18/06/2010.
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Fig. 4.28 - MAC-Niterói, Niemeyer..............................................................................59 Fonte: http://agoravai.wordpress.com/2007/03/25/defendendo-a-terrinha-2/, acessado em 29/06/2010.
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Fig. 4.30 - Costumes indígenas tradicionais Fonte: http://conexoindigena.blogspot.com/2010_03_01_archive.html, acessado em 21/06/2010.
Fig. 4.31 - Inclusão digital Fonte: http://byrocai.wordpress.com/2008/07/31/globalizacao/, acessado em 21/06/2010.
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Fig. 4.33 - Transformação do mundo Fonte: http://entretenimento.r7.com/jovem/noticias/aprenda-a-jogar-o-lixo-no-lugar-certo-e-ajude-amelhorar-o-ambiente-20090928.html/, acessado em 21/06/2010.
Fig. 4.34 - Anorexia Fonte: http://ismaelmoura.blogspot.com/2009_02_01_archive.html, acessado em 21/06/2010.
Fig. 4.35 - Metamorfose Fonte: http://joaobosco.wordpress.com/2007/05/03/transformacao-ou-acomodacao-social/, acessado em 21/06/2010.
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Fig. 32 - A janela virtual, Casa Museu Sir John Soane, 1812-34 Fonte: http://arq-projecto2.blogspot.com/, acessado em 15/06/2010.
Fig. 33 - Filme O sacrifício, Tarkovscky Fonte: http://cultuar.blogspot.com/2008_06_01_archive.html, acessado em 15/06/2010.
Fig. 34 - Fragmento Vitrines, Gilberto Gil Fonte: http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/vitrines.html, acessado em 21/06/2010.
Fig. 35 - Natureza em Avatar Fonte: http://vidraguas.com.br/wordpress/tag/navi/, acessado em 21/06/2010.
Fig. 36 - French Pavilion 2010, The sensual city Fonte: http://www.archicentral.com/tag/shanghai-expo-2010/, acessado em 15/06/2010.
Fig. 37 - Ninhos em Éden, Hélio Oiticica, Whitechopel Galelery, Londres, 1969. Fonte: Centro de Arte Hélio Oiticica. Projeto Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: RIO ARTE, 1997, p. 16.
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Fig. 38 – Drummondiando, Débora Hoth Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=lCOHEvhMuJE, acessado em 15/06/2010.
Fig. 39 - Fragmento A flor e a náusea, Carlos Drummond de Andrade Fonte: http://poesiaeluta.blogspot.com/2007/04/flor-e-nusea-calos-drummond-de-andrade.html, acessado em 15/06/2010.
Fig. 40 - Interação homem-natureza por instalação interativa Fonte: http://usabilidoido.com.br/instalacoes_interativas.html, acessado em 21/06/2010.
Considerações finais Intenções projetuais Fig. 6.1 - Possibilidades virtuais ou físicas.................................................................64 Fonte: desenho próprio.
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REFERÊNCIAS
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ARQUITETURA IMAGEM/FOTO DESCONSTRUÇÃO REPRESENTAÇÃO LEITURA
VERTICAL
HORIZONTAL
CAPÍTULO 1. SEMIÓTICA
O esquema triádico de Peirce, desconstruído por uma nova abordagem da semiótica de Bühler. O semáforo retratando a relação do ciclista com o tráfego através da sinalização e The big duck como uma arquitetura subordinada à forma simbólica.
O símbolo da suástica na bandeira nazista, seguido de sua desconstrução para a formação da palavra SUS. Outra exemplificação do mesmo símbolo com significância diferenciada e abaixo seu uso formal na arquitetura do prédio da marinha norte-americana.
O processo de desconstrução nas dez casas de Eisenman, tendo seu conceito desconstuido pela imagem seguinte em que a fachada é resultante de uma junção aleatória, não da descontrução. Uma imagem desconstruída e a obra construída da Casa III do projeto de Peter Eisenman.
Projeto do Parc de La Villette, Tschumi, com a sobreposição de camadas, a qual aparece desconstruida na imagem seguinte em que os elementos estão soltos aleatoriamente. Andria, uma das cidades invisiveis de Calvino, também pode retratar a sobreposição. Por fim, o Parc de La Villette já construído.
Tree City de Koolhaas representando os espaços através dos múltiplos fluxos. Certa desconstrução desse conceito com Walking City do Archigram, em que o fluxo é realizado pela própria cidade que se move. Imagem de como seria o fluxo na cidade-futuro e o projeto da Cidade do Design, com sua permeabilidade.
Figuras que r e m e t e m à s questões abordadas no capítulo de forma mais direta e simplificada, constituindo-se em i m a g e n s representativas.
FIG.1.10
FIG.1.14
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FIG.1.21
FIG.1.25
FIG.1.29
Desconstruções d a s f i g u r a s representativas ou dos conceitos por elas representados, através de outras imagens ou novas imagens formadas pelas partes das primeiras.
Imagens ou fotos que retratam os conceitos do capítulo passados nas representações.
A arquitetura apreendida de forma imediata como tal representando as abordagens do capítulo.
ARQUITETURA IMAGEM/FOTO DESCONSTRUÇÃO REPRESENTAÇÃO LEITURA
VERTICAL
HORIZONTAL
CAPÍTULO II. FENOMENOLOGIA
As mãos como mundo remetendo à interligação ser-no-mundo, expressão desconstruída pela imagem do ser que sai do mundo, desprendendo-se dele. A criança observando-se no círculo que a reflete junto ao céu representa sua presença no mundo. A arquitetura do quiosque permite que o parque a adentre e mantenha relação com o visitante.
Imagem do homem simbolizando a “experiência do eu”; em oposição, pessoas usando uma mesma máscara, deixando de ter suas próprias e únicas experiências. O bebê retrata a primeira experiência com a água. Ambiente com tema “Fazer mundos”- cada pessoa tem sua versão própria, faz seu mundo.
Figura representando a consciência do corpo no mundo, contrária à idéia que o homem fora do mundo pode traduzir. Exposição Lumini.essência, onde a foto transmite a essência do corpo através da luz. Hélio Oiticica pelo Éden explora a idéia de que os gestos corporais próprios compõem um estilo único do corpo de ser no mundo.
Imaginação criadora pelo devaneio de o próprio desenhista se criar no instante presente. Idéia oposta na imagem seguinte que demonstra a preocupação com o tempo e a memória. Cena do filme em que Amelie devaneia ao enxergar as nuvens com sua imaginação. A fairy-tale world, arquitetura baseada na visão imaginativa das crianças.
A concha da Poética do espaço, a qual sugere refúgio. Obra O Ninho que, ao contrário do ninho em Bachelard, não transmite idéia de refúgio, por sua amplitude/transparência. O pequeno príncipe e sua rosa, exemplificando a afetividade e valor às pequenas coisas do seu mundo. Casa-concha, baseada na abordagem de Bachelard.
Figuras que r e m e t e m à s questões abordadas no capítulo de forma mais direta e simplificada, constituindo-se em i m a g e n s representativas.
FIG.2.3
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FIG.2.11
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FIG.2.22
Desconstruções d a s f i g u r a s representativas ou dos conceitos por elas representados, através de outras imagens ou novas imagens formadas pelas partes das primeiras.
Imagens ou fotos que retratam os conceitos do capítulo passados nas representações.
A arquitetura apreendida de forma imediata como tal representando as abordagens do capítulo.
ARQUITETURA IMAGEM/FOTO DESCONSTRUÇÃO REPRESENTAÇÃO LEITURA
VERTICAL
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CAPÍTULO III. SENSORIAL Modelo que mostra como o corpo do homem ficaria se cada parte crescesse na proporção da área do cérebro envolvida com a percepção sensorial. A falta de sentidos, representada pela imagem dos 3 macacos, seguida por imagem dos sentidos em si mesmos. Espaço que trabalha com o olfato (odor de sangue), não privilegiando somente a visão.
A chuva em si mesma (física) e tentativa de representação virtual de tempestade. A sensação da chuva por indivíduo cego, que tem seu tato apurado, e a tradução da chuva na arquitetura, através de outro sentido, a audição - quando chove, o mover da água pela estrutura externa desenvolvida é transformado em sinfonia para os moradores do edifício.
Representação de espaço labiríntico. Desconstrução pela imagem que remete a um labirinto, mas descarta sua principal idéia, pois o uso de materiais translúcidos permite que se vejam de uma só vez todos os lados da obra. Experienciar do labirinto em arte e em arquitetura efêmera.
Representação da percepção como função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, desconstruída pela falta do mental (cabeça). Trabalho da percepção na Gestalt e exemplo da percepção na arquitetura, com exposição que permite diversas formas de interação com o público.
Visão como sentido mais privilegiado na sociedade ocidental e a falta deste sentido, obstruído por uma venda. Importância da visão no olhar-se no espelho e a tradução nas catedrais góticas de uma das possibilidades de percepção através da visão, que é o trabalho com luz pelos vitrais.
FIG.3.23
FIG.3.27
FIG.3.31
FIG.3.35
FIG.3.39
FIG.3.24
FIG.3.28
FIG.3.32
FIG.3.36
FIG.3.40
FIG.3.25
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FIG.3.33
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FIG.3.41
FIG.3.26
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FIG.3.38
FIG.3.42
Figuras que r e m e t e m à s questões abordadas no capítulo de forma mais direta e simplificada, constituindo-se em i m a g e n s representativas.
Desconstruções d a s f i g u r a s representativas ou dos conceitos por elas representados, através de outras imagens ou novas imagens formadas pelas partes das primeiras.
Imagens ou fotos que retratam os conceitos do capítulo passados nas representações.
A arquitetura apreendida de forma imediata como tal representando as abordagens do capítulo.
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CAPÍTULO IV. AFETIVIDADE
Representação do mundo atual dos fluxos, da efemeridade, do virtual. Aldeia indígena tradicional contrastando com essa realidade. Imagem do mendigo utilizando um notebook para exemplificar a grande abrangência da virtualidade. Na arquitetura,projeto que contém sementes de vários lugares do mundo.
Símbolo da reciclagem representando as mudanças na contemporaneidade, bem como imagem da metamorfose. A princípio, não se consideram tais mudanças como reducionais. Já a imagem da anorexia é reducional por ser uma visão superficial do indivíduo. Espaço midiático como exemplo de resultado na arquitetura.
Matrix como mundo virtual. Maquete física opondo-se às maquetes virtuais/modelos 3D tão difundidos na atualidade. Exemplo de uso da virtualidade em processo de “plástica virtual” e o virtual inserido no urbano como forma de barreira nos sinais de trânsito.
O “amor à primeira vista” é uma forma de encantamento. Gollum simbolizando o contrário ao encantador. Cartaz de Tschumi como representante do sensual na arquitetura e o Taj Mahal como exemplo de obra que encanta.
Imagem que representa a interatividade, no caso pelo virtual. O objeto seguinte é contrário à idéia de interatividade no sentido em que se vive, através de seu uso, experiências passadas de outra pessoa. Exemplo de interação pelo toque. Na arquitetura, interatividade no piso, que fica marcado pelos percursos dos indivíduos.
Figuras que r e m e t e m à s questões abordadas no capítulo de forma mais direta e simplificada, constituindo-se em i m a g e n s representativas.
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Desconstruções d a s f i g u r a s representativas ou dos conceitos por elas representados, através de outras imagens ou novas imagens formadas pelas partes das primeiras.
Imagens ou fotos que retratam os conceitos do capítulo passados nas representações.
A arquitetura apreendida de forma imediata como tal representando as abordagens do capítulo.
SEMIÓTICA
TEMA
ARQUITETURA
ARTES PLÁSTICAS
CINEMA/FOTOGRAFIA
MÚSICA/POESIA
NATUREZA
Conceito de semiótica: análise da filosofia peircena na arquitetura
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Os desencontros Manoel de Barros
A desconstrução da filosofia: desprendimento do jogo dos s i g n o s n a arquitetura
[...] Sou formado em desencontros. A sensatez me absurda. Os delírios verbais me terapeutam. Posso dar alegria ao esgoto (palavra aceita tudo). [...]
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FENOMENOLOGIA
Há metafísica bastante em não pensar em nada Alberto Caeiro ( Fernando Pessoa)
Fenomenologia: a arquitetura experienciada em sua essência
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[...]Quem está ao sol e fecha os olhos Começa a não saber o que é o sol E a pensar muitas cousas cheias de calor Mas abre os olhos e vê o sol, E já não pode pensar em nada, Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos De todos os filósofos e de todos os poetas. [...]
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Felicidade I Guida Linhares [...] Ser feliz, nem que seja por um breve instante, eleva a alma e alegra o coração! Ah, mais valem pequenos momentos felizes, do que anos passados na ilusão. [...]
A experiência do espaço e o imaginário
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O SENSORIAL
Astrologia
Mário Quintana
Arquitetura e s e n t i d o s : interação sujeitoespaço através da p e r c e p ç ã o sensorial
[...]E quando tudo parecia a esmo E nesses descaminhos me perdia Encontrei muitas vezes a mim mesmo Eu temo é uma traição do instinto Que me liberte, por acaso, um dia Deste velho e encantado labirinto [...]
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Independência Capital Inicial
Especulações s o b r e possibilidades de potencializar experiências
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AFETIVIDADE
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[...]Toda essa meia verdade a qual temos nos conformado Só conseguimos nos afastar. Mas aprendemos a aceitar Tantas coisas pela metade, como essa imensa vontade Que não sabemos explicar, que não sabemos saciar [...]
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Vitrines Gilberto Gil
O homem e a arquitetura contemporânea: uma relação em transformação
[...]O cosmo lotou a vitrine O cosmos de tudo nada De éter de eternidade De qualquer forma vitrine Tudo que seja ou que esteja Dentro e fora da Cabine [...]
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A flor e a náusea Carlos Drummond de Andrade
Encantamento e interatividade como estímulos à afetividade h o m e m arquitetura
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[...]Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. [...]
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