Hell Divine nº19 Junho 2014

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E ditorial

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EQUIPE

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ENTREVISTAS

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MATÉRIA ESPECIAL

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Nota do Editor Chefe.

Indice

Conheça quem faz a Hell Divine.

Epica, Paradise Lost, Dark Avenger, Skin Culture, Queiron, Threat, Chaos Synopsis e Maieuttica.

Heavy Metal, Larges e Ales

DIVINE DEATHMATCH

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DESAFIO DOS 30 DIAS

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RESENHAS

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LIVE SHIT

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UPCOMING STORM

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RASCUNHO DO INFERNO

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Veja a análise da revista sobre os útimos laçamentos para PC, PS3 e XBOX360.

Durante o mês de abril, desafiamos vocês, leitores, a conhecerem trinta bandas novas, uma por dia, de diversos estilos e países.

Diversas avaliações da revista pra você acompanhar.

Resenhas dos últimos shows no Brasil.

Conheça as bandas que estão surgindo.

Espaço reservado aos leitores para divulgarem sua arte.

E quipe

É sempre a mesma novela. A cada nova edição lançada é um verdadeiro cabo de guerra. De um lado, meu demônio dizendo para continuar e do outro, meu anjo dizendo para parar. Se você está lendo esse editorial, não preciso dizer quem sempre vence, né? É como meu amigo Maicon Leite disse: “Quem escreve e trabalha com Heavy Metal deve fazer isso com total amor e dedicação, apesar das dificuldades. Não importa se meia dúzia ou 10 mil pessoas vão ler o seu texto, o que importa é o sentimento e paixão envolvidos”. Tenho certeza de que muitos de vocês devem passar pelo mesmo sentimento e questionamento: vale a pena continuar? Bandas, assessorias de imprensa, produtores de eventos, gravadoras, lojistas, enfim, todos os envolvidos nessa luta passam por dificuldades quando o assunto é obter a atenção e respeito do público. Esse público do Heavy Metal é sempre fiel, adora debater assuntos dos mais diversos, mas também é muito exigente e cabeça dura. Às vezes, é ele que nos faz repensar nossos trabalhos. A sensação que fica é que ninguém mais se importa com nada. Tanto faz. Tudo tem que ser engraçado e com frases curtas, caso contrário, passa batido. Talvez a gente esteja vivendo uma época de transição, onde ainda não nos acostumamos à nova realidade. Depois que a Internet apareceu em nossas vidas, tudo mudou. E como tudo, tem seu lado bom e ruim. O Facebook está aí, destruindo a base de fãs construída com muito suor e dedicação. Sua postagem não chega nem a 1% dos seus seguidores, sedentos por suas publicações. Com isso, a luta que já era complicada, se tornou desigual, dando fortes golpes no cambaleante underground. O lance é o seguinte: ou você tem grana, ou sai do jogo. Ou a gente se une de uma vez, ou derradeiramente jogamos a toalha. Aproveitem a nova edição, foi feita com sangue, suor e orgulho. Como sempre. GO TO HELL!!

EDITORIAL

Editor Chefe: Pedro Humangous Designer: Ricardo Thomaz Publicidade: Maicon Leite Revisão: Fernanda Cunha Web Designer: William Vilela Colaboradores: Augusto Hunter, Junior Frascá, Christiano K.O.D.A, Marcos Garcia, João Messias Jr., Leandro Fernandes, Fernando Monteiro. Envio de Material: Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 Ed. Mirante das Águas - Águas Claras Brasília/DF CEP: 71.909-360

Por Pedro Humangous.

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E NTREVISTA

HELL DIVINE: O último álbum da banda, “Requiem for Indifferent”, recebeu ótimas críticas em todo o mundo, trazendo diversos novos elementos ainda não explorados pela banda até então. Você acredita que conseguiram atingir os objetivos buscados com o álbum? Mark: Sim. Nós experimentamos a utilização de novos elementos, como fazemos em cada novo álbum que lançamos. E o que nós gostamos acabamos mantendo, mas o que é suficiente para apenas um álbum, fica naquele álbum. HELL DIVINE: Desde “The Divine Conspiracy” percebemos que o Epica vem mudando sua sonoridade, cada vez mais pesada, moderna e progressiva. Como esse processo evolutivo tem ocorrido? Vocês planejaram essas mudanças, ou ocorreram naturalmente? Mark: Tudo ocorreu de forma natural, nós apenas concordamos com algumas coisas básicas para um novo processo de criação de novas músicas, e a partir disso nós apenas vemos o que acontece. É difícil planejar mais do que um álbum à frente, porque nunca se sabe como as reações serão. Isso porque, embora façamos o que desejamos em um novo material, nós também não ficamos surdos para o que nossos fãs pensam a respeito dele. HELL DIVINE: Depois desses últimos álbuns, você ainda acha que o Epica ainda pode ser enquadrada como uma banda de Gothic/ Symphonic Metal? Mark: Eu não faço ideia. Eu nunca nos chamei por nenhum título, mas eu estou ciente de que cada banda precisa se encaixar em um gênero existente para tornar mais fácil para as outras pessoas saberem o que esperar. Nós apenas criamos a música que gostamos mais e, sinceramente, nunca pensamos sobre que nome nossa sonoridade receberia. Em nossa música há elementos sinfônicos, elementos de Death Metal, elementos de Ópera, elementos de Metal Progressivo e elementos de trilha sonora de filmes. HELL DIVINE: Recentemente, vocês também lançaram o CD/DVD “Retrospect”, com uma excelente e grandiosa produção. Quão especial foi aquele show para a banda, e como foi para vocês, como músicos, tocarem suas canções acompanhados de uma orquestra? Mark: Foi muito especial. Sem dúvida um dos melhores momentos de toda nossa carreira. Mesmo todos os antigos membros do Epica apareceram no palco depois, além de Floor

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EXPIRIME NOVOS EL

Tendo iniciado sua carreira, no final de 2002, logo ap After Forever, o Epica logo se tornou uma das grand Com uma proposta musical coesa e cheia de ótim trazendo ainda as ótimas linhas vocais da bela Sim estilo, conseguindo atrair uma legião de fãs, com os Oblivion” (2005). Mas foi a partir de 2007, com o lan a banda atingiu um novo patamar em sua carreira, c e, a cada novo lançamento, conseguem diferenci lançamento do mais novo álbum da banda, “The Qu como o melhor disco da banda até o momento, con Jansen, um cara muito divertido, que nos relata um p Por Júnior Frascá


ENTANDO S O T N E M E L

pós a saída do guitarrista/vocalista Mark Jansen do des bandas da cena Gothic/Symphic Metal europeia. mas melodias, mas nunca abrindo mão do peso, e mone Simons, a banda logo se tornou referência no s álbuns “The Phantom Agony” (2003) e “Consign to nçamento do excelente “The Divine Conspiracy”, que om faixas mais trabalhadas, pesadas e bombásticas iar ainda mais sua sonoridade. E, aproveitando o uantum Enigma”, que tem sido aclamado pela mídia nversamos com seu líder e membro fundador Mark pouco mais sobre essa atual fase do Epica. Confiram!

Jansen. Não poderia ter sido melhor. E também tocar com uma orquestra foi uma grande experiência. É como nossa música foi feita para ser tocada. Algumas bandas “não sinfônicas” às vezes tocam com uma orquestra e precisam reescrever e rearranjar suas canções. Nossa música, pelo contrário, já foi composta para uma orquestra, nós só precisaríamos é arrumar dinheiro para traze-la conosco em todos os shows (risos). HELL DIVINE: O novo álbum do Epica, “The Quantum Enigma”, acaba de ser lançado na Europa e, em breve, será disponibilizado no resto do mundo. O que os fãs podem esperar do novo material? Seguirá na mesma linha dos trabalhos mais recentes, ou representará um retorno da banda a suas origens? Mark: Na realidade, temos uma combinação entre coisas que gostamos de nossos primeiros registros, com algumas coisas mais recentes, e novas abordagens. Os fãs podem esperar o melhor disco do Epica até hoje! Ao menos, é o que os jornalistas têm dito, e eu acredito neles (risos). HELL DIVINE: Vocês fizeram algo de novo no processo de criação do novo álbum? Muitas bandas dizem que cada novo lançamento é um período de aprendizagem e conhecimento. Para vocês, quais foram os aprendizados com “The Quantum Enigma”? Mark: Redescobrimos a importância de trabalharmos juntos como um time. Sabe, a Internet nos trouxe muitas vantagens e facilidades, tornando mais fácil enviar arquivos uns aos outros, mas há um lado negativo, pois você acaba perdendo o contato pessoal devido a isso. Dessa vez, sentamos juntos e ensaiamos como uma banda; trabalhamos em todas as canções como uma banda; e gravamos tudo como uma banda! E isso tudo com um novo produtor, Joost van den Broek. Ele fez um trabalho fantástico e trouxe uma nova energia para a banda. Nós também trabalhamos com um novo produtor para a mixagem, Jocob Hansen. Ele nos trouxe novos elementos, como um frescor para a mixagem. As guitarras, por exemplo, soam pesadas como nunca antes e nossos registros. HELL DIVINE: E quão estável é a atual formação da banda? Mark: Isso só o futuro poderá nos dizer, e eu não posso prever o quanto ela durará. A única coisa que posso dizer é que nossa atual formação é excelente e bem estável no momento.

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HELL DIVINE: Outro ponto que chamou minha atenção é a capa do novo álbum. Qual o conceito por trás dessa arte? Mark: A montanha representa tudo aquilo que nós podemos ver. Por baixo da superfície, há todo um outro mundo com várias coisas acontecendo. Pequenos barcos tentam explorar abaixo da superfície, com suas luzes, mas será que eles conseguem ver tudo? HELL DIVINE: Você pode nos explicar por que o disco se chama “The Quantum Enigma”? Trata-se de um álbum conceitual? Mark: “The Quantum Enigma” significa, na física quântica, que não podemos observer pequenas partículas sem influenciá-las. Isso foi comprovado em um experimento muito famoso, chamado de “o experimento da fenda dupla”. Como todos nós somos feitos de uma quantidade infinita amontoada de todas essas partículas, o que tudo isso significa para o mundo que conhecemos? O mundo continua lá quando nós não estamos observando? Ou se trata de uma projeção holográfica criada por nós mesmos, por nossas mentes, de alguma forma? O que é real, e o que é uma ilusão? A matéria sólida como conhecemos acaba não sendo tão sólida, depois de tudo. É tudo energia que está girando e

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girando de uma forma que nos dá a ilusão de ser sólido. O Enigma Quântico é apontar sobre essas questões que estamos lidando, pensamentos, sonhos, ilusões da mente. Não é um álbum conceitual, mas todas as letras são derivadas do Enigma Quântico. Este, então, é o núcleo do resto das letras. HELL DIVINE: Muito obrigado pela entrevista Mark. O espaço é seu para suas considerações finais. Mark: Eu que agradeço. A última coisa que eu gostaria de adicionar é que espero que nossos fãs curtam o novo álbum tanto quanto nós curtimos. Vejo vocês na estrada.


E NTREVISTA SEMPRE O D N E D N E SURPRE O Paradise Lost é uma banda mais do que consagrada e dispensa introduções, certo? O grupo segue em ótima fase e completa 25 anos de carreira, nos presenteando com um novo disco, “Tragic Illusion 25 (The Rarities)”. Trata-se de uma coletânea com raridades e regravações, e será lançada em breve em terras brasileiras. Tivemos acesso a uma entrevista exclusiva com o guitarrista Greg Mackintosh, que comenta sobre o momento especial que vivem. Confiram!

Por Marcos Paulo Tradução: Pedro Humangous


HELL DIVINE: Apesar do lançamento de “Tragic Illusion 25 (The Rarities)” ter sido ideia da gravadora Century Media, creio que tenha sido uma grande oportunidade para mostrar a música “Loneliness Remains” como uma prévia do que o Paradise Lost irá trabalhar durante este ano. Você vê isso como uma demonstração do poder de fogo atual do Paradise Lost deixando o passado de vez? Greg Mackintosh: “Loneliness Remains” é apenas uma faixa isolada, gravada em poucas semanas de trabalho. Ela pode ou não refletir o que faremos com nosso novo álbum. HELL DIVINE: Esse lançamento também apresenta uma ótima versão de “Everything But The Girl”, cover de um dos maiores sucessos do duo britânico Missing. Você concorda se eu disser que, embora como músicos vocês fossem influenciados principalmente pela música das décadas de 70 e 80, é impossível ignorar a influência e contribuição das bandas mainstream dos anos 90? Greg Mackintosh: Eu cresci ouvindo as músicas dos anos 70 e 80, então essas terão lugar garantido no meu coração. Obviamente, existiram ótimas bandas e músicas nos anos 90, particularmente adoro várias delas. Porém, o Metal feito nos anos 80 ainda me traz ótimas lembranças dos bons tempos! HELL DIVINE: Parece-me que, liricamente falando, “Tragic Idol” é um trabalho mais obscuro do que os demais, se tomarmos, por exemplo, canções como “To The Darkness”. O conceito por trás de cada composição há sempre algo ligado à sua experiência pessoal ou, pelo menos, a sua própria percepção da vida? Greg Mackintosh: Bem, estamos em uma idade em que você começa a perder pessoas em sua vida e, portanto, começa a ter uma visão diferente de tudo. Nossas prioridades mudam. HELL DIVINE: Faixas como “Crucify” e “Honesty in Death” me lembram de álbuns como “Draconian Times”, ou seja, melódico, agressivo, e ainda com vocais limpos. Vocês estariam voltando às suas raízes? Ou é algo que uma banda com uma bagagem histórica que possuem não precisa pensar nessas questões? Greg Mackintosh: Certamente temos nosso estilo de compor e tocar nossas músicas. Gostamos de arriscar às vezes e tentar coisas novas, sem perder o verdadeiro foco. Algumas bandas nunca encontram

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seu “som próprio”, então acho que é uma coisa legal o que fazemos, brincar com a sonoridade sem deixar de ser o Paradise Lost. HELL DIVINE: “Tragic Idol” e “A Fragile King”, álbum de estreia da sua banda Vallenfyre, foram lançados quase que simultaneamente. O que chama a atenção é que ambos têm uma abordagem muito semelhante. Qual foi a razão para começar um projeto paralelo bastante semelhante ao que você tem feito com Paradise Lost? Greg Mackintosh: Eu compus “A Fragile King” um ano antes do “Tragic Idol”. A banda Vallenfyre foi algo que me senti obrigado a fazer para tentar aliviar a dor da morte do meu pai. É muito mais agressivo do que o Paradise Lost. Vallenfyre é mais sujo e violento, enquanto o Paradise Lost é mais suave e cinematográfico. HELL DIVINE: Acredito que o videoclipe mais chocante de vocês seja o “Faith Divides Us, Death Unites Us” que simbolicamente trata da violência sexual e moral entre homens e mulheres. Você acredita que o roteiro do video sirva como alerta para o problema? Greg Mackintosh: O video foi ideia do diretor. Adoramos as expressões e a emoção dada pela atriz, ela realmente entrou no clima e no tema da letra! Sobre o problema social retratado, é uma questão controversa e eu não me arrisco a dizer sobre as possíveis soluções. HELL DIVINE: Álbuns como “Lost Paradise” e “Gothic” definitivamente criaram as bases para o Death/Doom, que vocês ajudaram a desenvolver na Inglaterra no início da carreira. Fazendo uma retrospectiva, o que sentem ao ouvir essas composições? Existe alguma coisa que gostariam de mudar hoje ou de regravar algo? Greg Mackintosh: Acho esses discos incríveis! É claro que poderiam ter uma melhor produção, mas como são produtos do seu próprio tempo e circunstâncias, creio que esse seja o grande charme deles. HELL DIVINE: Em 2009, vocês recrutaram o Adrian Erlandsson para o posto fixo de baterista. Essa decisão se mostrou acertada por ele trazer a mesma energia nos palcos e no estúdio, talvez pela experiência que ele teve por tocar com o At The Gates. Quais foram os motivos para a escolha dele? Greg Mackintosh: Éramos amigos antes de ele


integrar o Paradise Lost. Ele toca muito, é um baterista fantástico! Tocar em uma banda com tamanha história como a nossa, é necessário que essa pessoa tenha um “background” parecido, que seja mais ou menos da mesma idade e assim a parceria funcionar. Adrian é um cara bacana, fácil de lidar e tem nos ajudado bastante. HELL DIVINE: Entre os álbuns “One Second” (1997) e “In Requiem” (2007), se passaram dez anos onde a banda experimentou bastante com elementos muitas vezes não muito bem aceitos pelos fãs, que talvez esperassem algo mais extremo por parte de vocês. Há algum plano de inserir novamente aquele toque moderno ao som de vocês no futuro? Greg Mackintosh: Não é algo que estamos explorando no momento, mas jamais iremos descartar a possibilidade. Estamos numa fase bastante inspirada, o que é ótimo, pois podemos nos deixar levar com tranquilidade, sem amarras e criarmos nosso som com naturalidade, sem pressões. HELL DIVINE: Vocês começarão a gravar o sucessor de “Tragic Idol” quando terminarem a turnê, em junho de 2014. O que podem nos

adiantar sobre esse trabalho? Será mais voltado para as linhas de guitarra, mais melancólico? O que vocês têm em mente para essa nova fase? Greg Mackintosh: Posso afirmar que o novo álbum irá surpreender algumas pessoas! Terá um conteúdo bem diversificado, de certa forma até inesperado! HELL DIVINE: Durante sua mais recente turnê, vocês tiveram a abertura de Lacuna Coil e Katatonia. Qual a sensação ao ouvir dessas próprias bandas dizerem que começaram suas carreiras por inspiração no Paradise Lost? Greg Mackintosh: Definitivamente nos dá muito orgulho! Katatonia é uma ótima banda, com ótimas pessoas no grupo. Todas as bandas um dia começam copiando o som de seus artistas favoritos e com o tempo vão criando sua própria identidade. Isso aconteceu conosco também! HELL DIVINE: Obrigado pelo seu tempo, deixe um recado para seus fãs. Greg Mackintosh: Nós agradecemos pelo interesse. Sempre gostamos de visitar a América do Sul, temos ótimas histórias desde a primeira vez que fomos na década de noventa!

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E NTREVISTA

AVANTE ! S R E G N AVE Enquanto algumas bandas nunca deveriam ter existido, outras nunca deveriam parar de tocar. O Dark Avenger começou suas atividades em 1993 e ao longo de sua carreira foi lançando excelentes trabalhos, se tornando um dos maiores nomes do Metal nacional. Depois de lançarem os ótimos “X Dark Years” e um disco ao vivo, resolveram dar uma pausa nas atividades. Após vários anos de silêncio vem a boa notícia, seu retorno triunfal com um novo disco de inéditas: “Tales Of Avalon: The Lament”. Batemos um papo interessante com o incansável e guerreiro Mario Linhares sobre essa história e sobre esse esperado retorno! Vale a pena ler! Por Pedro Humangous HELL DIVINE: O Dark Avenger estava em ascendência quando lançou o “Tales Of Avalon: The Terror”, em 2001, tocando inclusive no lendário festival BMU. Se o momento era bom, quais foram os fatores para a pausa que a banda fez nas atividades? Mário Linhares: O Dark Avenger sempre teve uma legião de fãs muito fieis à música da banda, isso se mostrou um fato no passado e se mostra um fato no presente. Os shows sempre possuem desempenho e audiência diferenciados, fatos que por si só seriam suficientes para estabelecer a banda de forma estável no calendário de shows no Brasil, como um grupo capaz de dar um retorno financeiro aos produtores. No entanto, a vida real de uma banda no Brasil não é fácil. Não dá para entender como os produtores pagam R$ 30 ou R$ 40 mil para o binômio de bandas major do Brasil e se recusam a pagar 1/10 disso para uma apresentação do Dark Avenger. Não dá para entender como, depois de ter presenciado o show de lançamento no Teatro dos Bancários, no dia 13 de novembro de 2013, com uma infraestrutura fenomenal de som, luzes, coral, piano, entre outras coisas, ainda tem produtor que nos oferecer R$ 1.000,00 para tocarmos na sua cidade do interior de São Paulo... R$ 1.000,00 e só!

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Entenda bem... transporte, hospedagem, alimentação e outros custos para ir de Brasília para o interior de São Paulo por R$ 1.000,00! Nada mais! Esses são alguns dos motivos (sem falar nas precárias estruturas de palco, equipamentos, divulgação, etc.) que impediram a banda de seguir em frente. Motivos que nos fizeram priorizar outros trabalhos em prejuízo da continuidade da banda. Não dá para manter em uma banda músicos de altíssima qualidade, viajando o Brasil inteiro, ficando longe de suas atividades e famílias, sem a remuneração justa que um músico do porte do Dark Avenger merece. Depois de 20 anos de estrada e tantos trabalhos de alta qualidade, é um fato que o Dark Avenger é uma banda muito acima da média em se tratando de Retorno Sobre o Investimento. HELL DIVINE: Quem tem o mínimo de bom senso e conhece superficialmente o Heavy Metal sabe que fazer parte dele, seja como banda ou nas demais esferas, é uma tarefa prazerosa, porém muito ingrata. Depois de tantos anos, com todos os membros do grupo já experientes e com passagens em outras bandas, o que os motiva a continuar, a reativar um projeto de renome como esse que é o Dark Avenger? Mário Linhares: O apreciador da nossa música. É contagiante ver as inúmeras mensagens dos amigos que nos curtem pedindo aos produtores locais “Ow fulano (produtor) traga o Dark Avenger para nossa cidade!”. Nós sabemos que temos um grande público, o show do dia 15 de março no Clash Club em São Paulo foi a prova cabal disso. Nós enchemos aquela casa não somente com amigos de São Paulo, mas de Recife, Salvador, Santa Catarina, Minas Gerais, Itália, Uruguai, pessoas que viajaram 14 horas só para nos ver. Vê-los cantar do início ao fim do show foi fantástico! HELL DIVINE: “Tales Of Avalon: The Lament” ganhou um show de lançamento de forma poucas vezes vista no Brasil, com um grande evento em Brasília contando com vários profissionais da imprensa especializada. Como foi a concepção dessa ideia (que teve inclusive o apoio de um coral) e o trabalho que deu organizar tudo isso? Mário Linhares: A ideia nasceu quando o 9


fanatismo, etc.) e os diálogos (não há narrativas) conduzem a trama até seu fatídico final.

disco ficou pronto, em 2011, e no início das negociações de seu lançamento, no início de 2013, ela foi completamente abraçada pelo Rossom Records. Nós quisemos mostrar que estávamos de volta com o tema “mais forte que a morte”, título de uma das músicas do disco, e privilegiar as pessoas que curtem o nosso trabalho, produtores, a mídia especializada e formadores de opinião. Queríamos juntar em um mesmo ambiente aquilo que consideramos os pilares que sustentam a cena metálica nacional e mostrar um espetáculo ímpar, denso e vívido. Tivemos vários convidados especiais como o próprio R. Schumann que abriu nosso show e ainda executou outra música no decorrer da apresentação, um coral com pessoas talentosíssimas (Mariana Camelo, Robenita Moraes, Lillyan Duarte, Marcella Dourado, Glauber Oliveira, Ricardo Machado e Felipe Rodrigues) além do pianista Bruno Wambier. Foi um show que vai ficar na memória dos que estiveram presentes. HELL DIVINE: Ainda falando sobre o novo disco, trata-se da continuação da historia contada em “Tales Of Avalon: The Terror”. Contem um pouco sobre a temática que envolve esses dois trabalhos. Mário Linhares: Os Contos de Avalon é uma peça teatral que escrevi, em 1996. Ela é dividida em duas partes: “O Terror” e “O Lamento”. Depois de ler inúmeros livros sobre a temática Arturiana e os personagens que povoam o imaginário de diversos autores (Nenius “De Excidio Britanniae”, Sir Thomas Malory “Le Mort D’Arthur”, Ralph Adams Cram “Excalibur An Arthurian Drama”, Deepak Chopra “The Return of Merlin”, Marion Zimmer Bradley “As Brumas de Avalon”, Henry Newbolt “Mordred A Tragedy”, entre tantos outros) resolvi explorar o viés emocional de cada personagem e criar o meu próprio Contos de Avalon, onde cada música exprime um sentimento (raiva, dor, paixão, traição, ódio, 10

HELL DIVINE: Como foi trabalhar no Studio Rossom sob a tutela e produção de R. Schumann e Tito Falaschi? Michael Wagener (que já trabalhou com Metallica, Skid Row e Ozzy), inclusive mixou e masterizou o disco, certo? Mário Linhares: Foi uma experiência única. Dark Avenger & Tito Falaschi & R. Schumann & Thiago Silva Gomes & Michael Wagener são gênios. Foi como estar com o Dream Team da gravação, todos muito profissionais, com um nível de conhecimento e experiência muito acima de qualquer coisa que tenhamos visto e vivido anteriormente.

HELL DIVINE: O novo trabalho soa mais maduro, extremamente bem composto e executado. Além do som tradicional que a banda sempre carregou, podemos ver influências mais progressivas e modernas, soando em alguns momentos como Kamelot, por exemplo. Qual foi o direcionamento que buscaram para esse disco ao entrarem no estúdio? Mário Linhares: O direcionamento foi um só: criar o disco único que resgatasse as ideias que deveriam ter sido lançadas, em 2003, mas com uma sonoridade moderna e muito verdadeira. Um disco que não soasse datado e que refletisse


a essência da banda. Penso que fizemos um grande álbum. HELL DIVINE: Mesmo com a venda de discos estagnada há anos, vocês lançaram um digipack lindo para esse novo álbum. Serve mais como cartão de visita e divulgação? Acreditam que esse incentivo do governo para a cultura irá mudar alguma coisa e ajudar nessa questão? O problema ainda é o preço do disco, ou a facilidade de se baixar gratuitamente é que atrapalha? Mário Linhares: Nós lançamos o disco em formato físico, pois ainda há muitas pessoas que compram e que gostam de ter o disco de seu artista preferido. Às vezes esquecemos que o fã da nossa música busca por isso. Nós, os artistas, que enfrentamos todas as dificuldades do cenário rocker nacional, temos que urgentemente descobrir essas linhas de financiamento público para o fomento cultural como forma de continuar produzindo novos trabalhos. São linhas de crédito que podem, sim, contribuir para que os artistas possam mostrar seus trabalhos e manter a cena viva. HELL DIVINE: Recentemente, amigos e fãs do Mario Linhares tiveram uma surpresa quando foi anunciado que ele estava com problemas graves de saúde. Podem nos contar um pouco sobre o ocorrido? Mário Linhares: Há cerca de quatro meses eu comecei a sentir muitas dores e a perder os movimentos das pernas. Em exames mais aprofundados foi descoberto um tumor maligno (neoplasia) na coluna vertebral que já ocupava 80% da medula, comprimindo todos os nervos da região, causando-me dores enormes e incapacitando-me de movimentos simples como andar, respirar, rir, entre outros. Há um mês submeti-me a uma intervenção cirúrgica que retirou totalmente o tumor. Há cerca de dez dias voltei a andar e espero agora em junho voltar com todas as minhas atividades musicais tais como Workshows, Apresentações, Gravações, etc. Quero aqui ressaltar a força e energia recebidas dos amigos próximos e daqueles que curtem o meu trabalho musical. Suas orações, pensamentos positivos e mensagens de encorajamento foram fundamentais para o meu equilíbrio e recuperação. A estes o meu profundo carinho e gratidão.

HELL DIVINE: Caramba! Que bom que agora está tudo bem! Sendo uma das principais bandas da história do Heavy Metal nacional, posso dizer que estamos contentes com esse retorno de vocês. Com um belo registro recém-lançado, o que podemos esperar do Dark Avenger para 2014? Mário Linhares: Também estamos muito felizes em estar de volta à estada e aos palcos. Ver os rostos felizes e as vozes dos nossos amigos cantando nossas músicas do começo ao fim dos shows é algo que não tem preço. Já começamos os trabalhos de composição de um novo disco e esperamos ter coisas boas até o fim do ano, além de continuarmos a divulgar o “The Lament” por todo o ano de 2014. HELL DIVINE: Obrigado pela entrevista, desejamos sucesso nessa nova jornada! Deixem um recado aos seus fãs e nossos leitores! Mário Linhares: Quero agradecer a você Pedro e à Hell Divine que sempre nos apoiaram e sempre nos deram oportunidades de divulgar o nosso trabalho. Isso é algo muito importante para sobrevivermos no mercado. Quero especialmente agradecer a cada um dos meus amigos que curtem a nossa música. Olhar para vocês e ver o quanto vocês amam cantar essas canções é algo que me emociona tanto e me dá a certeza de que estamos fazendo algo de bom nesse mundo. Muito obrigado. Espero poder encontrar logo vocês em suas cidades. Quem quiser entrar em contato conosco para entrevistas, shows e merchandising oficial, escreva para talktodark@ gmail.com. Um forte abraço a todos.

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E NTREVISTA A M L A A N E E L E METAL NA P É impressionante como em tão pouco tempo o pessoal do Skin Culture conseguiu conquistar o seu lugar no cenário mundial da música pesada. Sem medo de serem polêmicos e com muita disposição, a banda lançou, em 2013, o incrível “The Flames Still Burns Strong”, lotado de participações especiais e com um peso descomunal. Vamos falar com o Shucky Miranda (vocalista) sobre a carreira e umas coisas bem interessantes. Vamos nessa viagem tribal. Por Augusto Hunter

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HELL DIVINE: Shucky, vamos falar um pouco da carreira de vocês. Depois do lançamento de três discos e um DVD/Documentário que conta toda a trajetória do Skin Culture, como você consegue ver a banda hoje em dia? SHUCKY MIRANDA: A banda está em seu melhor momento, conseguimos a proeza de fazer um dos álbuns mais pesados e mais bem produzidos feitos por uma banda brasileira independente. Estou muito feliz por estar completando 10 anos de banda ativa mesmo com tantas dificuldades e mudanças de formação. HELL DIVINE: O último disco de vocês, “The Flame Still Burns Strong”, é poderoso, pesado e muito coeso, com músicas incríveis. Onde ele foi gravado e como vocês conseguiram chegar a tamanho peso? SM: É verdade, o álbum foi produzido por mim e pelo produtor Raul Dipeas (um estudioso no estilo Djent, ou seja, bandas que focam no peso extremo das guitarras de oito cordas e contratempos

mirabolantes). Como o Skin Culture não é uma banda de músicos virtuosos que ficam fritando as guitarras, eu estava estudando uma forma de trazer algo novo para a sonoridade da banda; um dia estava ouvindo Divine Heresy com o Tueu Isaac (guitarrista da banda) quando chegamos à conclusão de que essa era a sonoridade que precisávamos. HELL DIVINE: Algo que sempre procuro saber de todos os artistas é: quem trabalhou na arte da capa e como você chegou até ele e qual é a mensagem que ela quer passar para o ouvinte do disco? SM: A capa foi desenvolvida pelo designer Marcus Lorenzet da Artspell que, por sinal, fez um excelente trabalho. O Marcus conseguiu captar perfeitamente o raciocínio lírico do álbum: o conceito de tempo que temos para vivermos nossas vidas, evoluirmos e aprender com nossos erros e obstáculos e construir o céu ou inferno de cada um de nós que é exatamente em vida, é aqui onde iremos prestar contas por nossas atitudes.

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depois de alguns dias passado o evento, muita gente começou a entrar em contato conosco falando que compraram nossos CDs no show e que curtiram muito o Skin Culture. Então, perguntando para alguns sobre o porquê de a galera ter ido embora a resposta foi unanime: “nem conheço o Chimaira, banda muito velha não me interesso em ouvir”. Assustador a diferença de geração, concorda? HELL DIVINE: O álbum conta com participações especiais de qualidade, como Marcelo Pompeu (Korzus), Luciano Vassan (Tamuya Thrash Tribe), Fabricio Ravelli (Imbyra, ex. Hirax), Emi Rojas (Desierto Gris), mas me chamou atenção vocês conseguirem a participação de Desi Hyson, integrante do The Original Wailers. Como foi a comunicação com ele e, para você, como é ter a participação de um cara que praticamente participou da disseminação do Reggae? SM: Para nós foi uma honra poder contar com participações que contribuem tanto com a música pesada mundial. Além de serem grandes amigos, também existe o lado do respeito, da influência que cada um exerce em nós como músicos. Também curtimos muito explorar outras culturas musicais, principalmente algo que está ligado com nossos antepassados como a cultura africana. No álbum “The Earth Spits” exploramos bastante o lado tribal. Já no novo álbum, foi apenas uma música, mas que trouxe muita energia tanto para o lado mais pesado, meio Black Sabbath da música como o reggae roots do Original Wailers. Eu trabalhei como tour manager em duas turnês do Original Wailers no Brasil, onde acabei fazendo uma boa amizade com todos, em especial com o Desi Hyson (vocalista) que, ao longo da turnê, acabou surgindo a ideia de fazermos essa musica juntos. HELL DIVINE: Depois de nove anos de estrada e turnês bem sucedidas ao lado de grandes nomes do cenário do Metal Moderno, vocês ainda sentem que existe algum tipo de preconceito com o som praticado por vocês? Como lidam com isso? SM: Preconceito existe de todos os lados e isso não afeta nossa maneira de enxergar as coisas. Claro que existem alguns fatos que chegam a mexer com você, exemplo um show que o Skin Culture fez em São Paulo em dezembro junto com Born Of Osiris e Chimaira. O Skin Culture abriu a noite, em seguida veio o Born Of Osiris, uma banda muito boa, mas que eu particularmente não conhecia e fechando a noite o Chimaira que por sinal fez um show monstruoso. Infelizmente, após o show do Born Of Osiris mais da metade da casa que estava cheia foi embora. Sem entender o que havia acontecido, 14

HELL DIVINE: É notório o fato de que você é um cara cristão e, infelizmente, temos muitas pessoas intolerantes com posturas como a sua. Como você age e o que pensa a respeito? Fale a sua opinião sobre as religiões. SM: Na verdade, sou totalmente avesso à religiosidade das pessoas, encaro a religiosidade semelhante ao nazismo, onde pessoas fazem acepção de pessoas, e chegam a extremos contra seu próximo apenas por acreditarem em doutrinas diferentes das suas. Sou Cristão sim, e vivo segundo os exemplos deixados por Jesus Cristo, que trouxe a paz, o amor e o respeito ao próximo para serem vividos, tanto que foi crucificado por semear esse amor. Acho que se cada um vivesse dentro desse conceito de verdade, com certeza teríamos um mundo melhor para os nosso filhos. HELL DIVINE: E para 2014, quais são os planos da banda para turnês, lançamentos e afins? SM: Claro que agora queremos ir para a estrada levar ao vivo as músicas do “The Flame Still Burns Strong” para todo mundo. Em dezembro tocamos muitas musicas desse novo álbum no show com o Chimaira e o resultado foi surpreendente. O público recebeu muito bem e interagiram muito com a banda ao vivo. Foi realmente incrível. HELL DIVINE: Uma curiosidade: caso a banda tivesse a chance de excursionar com alguém, qual banda ou artista seria o sonho do Skin Culture em ter ao lado ou participar da turnê? SM: Difícil de responder, então vou colocar as minhas principais influências. Acho que um festival com esse time eu acabaria tendo um infarto (risos): Metallica, Iron Maiden, Slipknot, Sepultura, Pantera, Fear Factory, Machine Head, Slayer, Meshuggah, Skinlab e Whitechapel para mim seria o ápice da realização dos meus sonhos. HELL DIVINE: Shucky, valeu pelo tempo meu camarada, deixe aqui um recado para os leitores da Hell Divine. Aquele abraço cara. SHUCKY MIRANDA: Obrigado a todos os fãs, amigos e leitores da Hell Divine, espero encontrar cada um de vocês em nossos shows!


E NTREVISTA O I R B M O S S I A M AINDA Quase vinte anos de história, e a Queiron, um dos grandes representantes do Death Metal nacional, não para de soltar bons petardos. O mais recente, “Sodomiticvm Per Conclave”, tem obtido uma repercussão respeitável no underground. Em entrevista à Hell Divine, o vocalista/guitarrista Marcelo DaemoniiPest Grous falou sobre o registro de forma bastante direta e da evolução da banda ao longo de sua trajetória. Por Christiano K.O.D.A 15


HELL DIVINE: Como analisam a evolução da banda entre “The Shepherd of Tophet” e “Sodomiticvm Per Conclave”? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: A evolução no Queiron não está somente entre o “Shepherd...” e o “Sodomiticvm...”, mas em todos os nossos lançamentos, desde as demotapes. Procuramos fazer músicas e temas que as pessoas que forem apreciar nosso trabalho possam perceber que nós nos preocupamos muito com isso, e na evolução dentro do Death/Black Metal, dentro de nossos contextos. No “Sodomiticvm...”, fizemos algo a mais nas guitarras, demos muito foco nesse sentido, tanto em riffs, solos e arranjos, mas não foi nada forçado, e sim natural. HELL DIVINE: Aliás, por que levou cinco anos entre o lançamento do último disco cheio e o do atual? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Na verdade, foi pouco menos de cinco anos... A banda sofreu mudança na sua formação, nós moramos em cidades diferentes e os ensaios não são tão frequentes como gostaríamos. Foi um processo de criação tranquilo, nada forçado. Até decidirmos gravar, produzir, levou esse tempo, mas que nos deixou muito satisfeitos. HELL DIVINE: “Sodomiticvm Per Conclave” traz uma proposta com um pouco mais de melodia e um clima mais obscuro. Concorda? O que os levou a isso? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Sim, completamente. Eu estudo muito meu instrumento, muita teoria musical e arranjos, e as músicas foram saindo e tendo necessidades de alguma harmonia, como nos arranjos e solos de guitarras, mas sem perder a característica da banda. HELL DIVINE: O álbum todo é soberbo, mas confesso que fiquei hipnotizado principalmente pela instrumental de abertura, “Ordo Iconoklastic Rebellis”. O que poderia falar sobre essa composição? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Deixei para fazer essa instrumental por último, para sair algo bem inspirado, com partes lentas e rápidas, duetos de guitarras, blasts mortais, e ficou perfeita para abrir o álbum, tanto que abrimos nossos shows com ela, e dá um clima perfeito para começar a destruição ao vivo. HELL DIVINE: E falando nisso, que outras músicas você destacaria no atual trabalho? Alguma curiosidade por trás delas? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Destaco também “Divine serpents breed”, que tem uma base musical muito bem elaborada, e a última faixa do disco, chamada “Mighty Erection Ov Holiness”, que fala muito sobre o abuso de autoridades cristãs. HELL DIVINE: “Sodomiticvm Per Conclave” saiu bem no final de 2012, mas tem sido divulgado desde o ano seguinte até hoje. Como tem sido a recepção por parte dos fãs? Vocês acham que os fãs mais antigos permanecem com vocês ou houve uma renovação nesse sentido? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Sim, ainda estamos divulgando muito esse disco, mesmo estando em processo de criação do novo álbum. Os fãs do Queiron sempre acreditam na gente e a galera nova

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tem apreciado bastante esse trabalho. Claro que sempre tem alguém que critica em tudo, a todos, e não ia ser diferente com a gente, mas a receptividade foi muito positiva para a gente. HELL DIVINE: E hoje, como vocês vêem esse registro? Fariam algo diferente nele se tivessem a chance? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Nós sempre estamos em busca da perfeição em nossos trabalhos, pois isso é uma das coisas que me motivam mais e mais a fazer música extrema, e acho que quando acabar essa busca, tudo acaba. A gente já trabalhou com vários produtores, e o Piccoli realizou um excelente trabalho, só que vendo hoje, depois de quase dois anos lançado, sempre tem alguma coisa que você gostaria de mudar ou acrescentar, mas vamos deixar para fazer isso no novo trabalho. Gravamos no começo do ano o cover para o tributo ao Headhunter D.C., e a gravação nos surpreendeu muito, então podemos esperar que o próximo disco será nesses moldes. HELL DIVINE: Podemos esperar um clipe de alguma música do disco? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Infelizmente, não tivemos condições de realizar esse fato, por vários motivos. Quem sabe no próximo disco. HELL DIVINE: Em 2014, a Queiron completa vinte anos de vida. Pensam em alguma comemoração especial? Um DVD talvez? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Sim, são duas décadas de Metal extremo, com muita dedicação e honra acima de tudo. Um DVD, acho muito difícil, mas provavelmente haverá algum show especial para essa data, e já pensei na possibilidade de, talvez, fazer uma cerveja em homenagem. Mas é algo muito delicado e tem que ser bem estudado. HELL DIVINE: E nesse período, quais as melhores e piores lembranças que levam na estrada? MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Já tivemos alguns momentos de frustração sim, é claro, ainda mais no Brasil, onde muita gente ainda acha que o underground é algo sem profissionalismo, mas os momentos bons foram muito superiores. Ter tocado com várias bandas que apreciamos, tanto internacionais quanto nacionais, de irmãos nossos, é um dos fortes motivos para continuar nessa batalha. HELL DIVINE: Agradeço a entrevista! Mande um último alô para os fãs. MARCELO DAEMONIIPEST GROUS: Agradeço à Hell Divine por esse grande espaço cedido ao Queiron, e quero dizer que estamos mais vivos do que nunca, buscando sempre levar a bandeira do Metal extremo da morte ao topo. Hailz to the extreme legionz. Mvsica Infernalia Extremvs.

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E NTREVISTA A D I T N A M A I EXCELENC Um sopro de renovação! Essa é a impressão que temos ao ouvir “Unstoppable”, novo EP dos paulistanos do Threat. Além da musicalidade acima da média, a trupe, atualmente formada por Fabio Romero (baixo e voz), Wecko (guitarra e voz), André Curci (guitarra), Guilherme Menossi (voz) e Guilherme Gaspar (bateria), concebeu um de seus melhores trabalhos, cujo ponto alto está nos refrãos, que possuem a capacidade de juntar a galera do underground e mainstream na mesma roda. Um exemplo é “Rest in Pain”, que agradará muito aos fãs do primeiro álbum, o já clássico “Heaven to Overthrow”. Nesta entrevista, feita com Fabio Romero e Wecko, os músicos comentam sobre a concepção do EP, projetos paralelos e a criação da música citada. Por João Messias Jr.

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HELL DIVINE: Após um silêncio, a banda lançou há pouco um novo trabalho, o EP “Unstoppable”. Apesar de recente, o que estão achando da repercussão? Fabio Romero: Olá! Na verdade, apesar do silêncio o Threat esteve na ativa esse tempo todo, não paramos desde o lançamento do “Overcome”. Quando acabamos um álbum, as pessoas vão ouvir algo em que trabalhamos por um bom tempo e está finalizado, mas para nós a sequência natural é ensaiar, preparar as músicas para os shows e já começar a compor algo novo. Nós tentamos sempre manter esse ritmo. HELL DIVINE: Musicalmente, o EP apresenta uma sonoridade renovada e revigorada em relação ao trabalho anterior, “Overcome”. Ao mesmo tempo em que estão fazendo coisas novas, há um resgate da linha adotada no primeiro CD, “Heaven to Overthrow”, como pudemos ouvir na faixa-título do novo trabalho. Estavam pensando nesse resgate quando prepararam o disquinho? Romero: Foi algo natural. Se o “Unstoppable” passou para você essa sensação é sinal de que conseguimos realmente colocar a alma do Threat nesse trabalho com a maior sinceridade possível. Novos ares sem perder a personalidade, acho que é isso que buscamos sempre. É natural para nós encararmos transições, mudanças, desafios, e essa inquietação tem sido inspiradora. O “Overcome” veio em uma fase conturbada e o resultado reflete bem o que passávamos. HELL DIVINE: Falando nisso, as linhas vocais são os pontos altos de “Unstoppable”, como pudemos ouvir em “Proud”. O interessante é que o grupo possui três ótimos cantores, o guitarrista Wecko, o baixista Fabio Romero e “vocalista solo” Guilherme Menossi. Como criam as linhas e, necessariamente, elas são criadas para as três vozes? Wecko: Sempre criamos a parte musical primeiro, depois na hora de inserirmos a letra no contexto, compramos algumas cervejas, uma garrafa de Jägermeister e começamos a escrever e encaixar as vozes na musicas, todos juntos, mas nunca pensando se todos irão cantar na musica, é algo espontâneo.

HELL DIVINE: Desde que a banda foi criada, podemos dizer que ela é uma ponte entre os fãs do underground e mainstream, pois contém elementos que agregam aos dois públicos. Um exemplo no novo trabalho é “Rest in Pain”, que em meio aos breakdowns e peso, apresenta linhas de voz e guitarra irresistíveis e bem acessíveis. Queria saber se concordam com a afirmação e se a intenção desta canção foi esta mesmo. Romero: Quando o Wecko apareceu no estúdio com os riffs da “Rest in Pain” e começou a brincar, o refrão surgiu na hora na minha cabeça. Ficou ali martelando e eu não tinha ideia de como ficaria o resto da música, mas sabia que era algo diferente. Quando o Heros deu mais ideias ainda eu não sabia o que aquilo ia virar. Mas quando a masterização acabou e eu ouvi tudo finalizado, achei que estava tudo coeso, equilibrado e mesmo diferente continuava a cara do Threat. O melhor era que a essa altura eu já tinha amigos me xingando e dizendo que a melodia não saía da cabeça. Não fazemos isso de propósito, intencionalmente, mas quando acontece, a sensação é ótima. E também acho que essa é a ponte. É você fazer o cara cantar sua música naturalmente, mesmo se ele ouvir uma apenas uma vez, e independente do gosto dele. Nós não temos receio de brincar com as linhas de voz e guitarra e eu, particularmente, gosto de som que tem refrão, não importa se é “Bonded by Blood” (Exodus), “Breaking the Law” (Judas Priest), ou “Save a Prayer” (Duran Duran), acho que é na maioria das vezes o que chama a atenção. Mas mainstream e underground, para mim, estão mais na existência ou não de camarim e segurança particular do que no som (risos). Pelo menos para o artista. HELL DIVINE: Apesar de estar há um tempo na banda, o baterista Guilherme Gaspar fez sua estreia em registros em “Unstoppable”, que fez um ótimo trabalho por sinal. Como pintou a escolha e o que seu estilo apresenta de diferente do antigo baterista, Edu Garcia? Wecko: O Guilherme Gaspar veio por indicação do nosso vocalista Guizão, e se adaptou rápido ao estilo da banda. Para nós foi até surpreendente, pois ele gosta de tocar mais em cima do “click” e isso faz bastante diferença para nós, principalmente nas gravações, já que o álbum “Overcome” foi 19


gravado sem o metrônomo o que dificultou muito na gravação e edição do álbum. HELL DIVINE: Mais uma vez a banda realizou a produção do disco no Mr. Som com a dupla Marcello Pompeu e Heros Trench (Korzus). Podemos dizer que eles são os caras que conseguem dar aquele brilho no som da banda e podem ser considerados parte da “Família Threat”? Wecko: Sim, a intenção era essa mesmo. Queríamos voltar a ter o som da época do “Heaven to Overthrow”, e eles são “os caras” que conseguem muito bem tirar o máximo da banda, principalmente nos arranjos dos vocais. HELL DIVINE: Esse trabalho está disponível apenas nas plataformas digitais. Há planos de “Unstoppable” ter sua versão física? Romero: Não temos planos de lançar fisicamente. A ideia do “Unstoppable” é ser acessível online. Talvez tenhamos em shows prensagens limitadas. HELL DIVINE: Falando em físico, quais os planos da banda para um álbum full? Romero: Já estamos começando a compor de novo. Na verdade, o “Unstoppable” é parte de um trabalho em andamento e queremos lançar o full em breve. Acredito que entramos em estúdio de novo no final de 2014. HELL DIVINE: Lembro que, em 2012, quando lançaram o álbum “Overcome”, vocês fizeram o Threat Fest no Hangar 110, que contou com as bandas Command6, Project 46, Nervosa e Unscarred (Pantera Cover). O que acharam da experiência de fazer um festival e se pretendem repetir a experiência novamente no futuro? Romero: Nós já tocamos em muitos festivais e dos mais variados estilos. A experiência é ótima, principalmente porque é a hora em que você consegue conversar, trocar ideia e, melhor ainda, assistir ao show dos amigos. Acho ótima a ideia de termos festivais, contanto que sejam muito bem organizados. Tenho visto muito pseudo-festival com bandas demais em que as primeiras e últimas acabam sendo sacrificadas.

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HELL DIVINE: Alguns membros da banda tocam em outros grupos de uma pegada diferente do Threat, como o NLO (Nem Liminha Ouviu) e o Statues on Fire. No que ajuda no som do grupo ao atuarem em grupos com vertentes musicais diferentes? Wecko: Na verdade, não ajuda em nada, somente são bandas paralelas ao Threat. No NLO, toco em festivais que nunca teria a oportunidade de estar com uma banda de metal (Summer Break Festival, João Rock, Lollapalooza) e me divirto muito fazendo isso porque é sempre bom estar tocando com outros músicos e estilos de som, seja ele um rock mais comercial ou metal. HELL DIVINE: Para encerrar, vocês chegaram a se apresentar nas principais casas de São Paulo e exterior (Wacken Open Air) além de tocarem com grandes nomes da música internacional como Fear Factory e Machine Head. Quais os planos da banda para shows em 2014? Romero: Nós realmente curtimos muito tocar ao vivo, fazer shows e vamos fazer alguns legais em 2014. Tocamos na capital paulista coma banda Kyhary, vamos fazer interior de São Paulo, Minas e Sul do Brasil também. Nossa agenda atualizada está sempre no nosso site. HELL DIVINE: Muito obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores da Hell Divine! Romero: Obrigado aos leitores pela atenção e pelo tempo dedicado a essa entrevista. Espero que curtam o “Unstoppable”. Aos que ainda não conhecem, é só acessar nosso site que tem muito mais coisa para baixar por lá. Hell Divine, muito obrigado! Impecável a condução da entrevista, parabéns. João e Pedro, grande abraço! Continuem com o grande trabalho. www.threat.com.br


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E NTREVISTA S O D E T N E M INVADINDO A E I R E S M E S ASSASSINO Um dos grandes destaques do cenário Thrash/Death Metal nacional, o Chaos Synopsis lançou, em 2013, seu segundo álbum, “Art of Killing”, uma verdadeira obra-prima de nosso underground. Além de trazer uma sonoridade ainda mais brutal e técnica do que seu début, o aclamado “Kvlt ov Dementia”, os caras ainda resolveram tratar de um tema dos mais polêmicos no novo álbum: serial killers. Para nos explicar um pouco mais sobre o novo álbum, bem como falar sobre os próximos passos que a banda planeja traçar, conversamos com Jairo (baixo e vocal) e Friggi (bateria). Confiram. Por Júnior Frascá 22


HELL DIVINE: Olá! O Chaos Synopsis já é uma banda que conta com quase dez anos de estrada no underground, crescendo cada vez mais. Contem-nos um pouco sobre como foi a repercussão do primeiro trabalho de vocês, “Kvlt ov Dementia”, e quais foram os frutos colhidos após seu lançamento. Jairo: “Kvlt ov Dementia” foi nossa estreia, ainda não tínhamos uma boa noção de como tudo funcionava, mas aprendemos na raça como enfrentar as barreiras do underground e tocar o rock que tanto gostamos. Este álbum foi feito com paixão, extremismo e muita força de vontade, nos levou a conhecer muita gente, tocar com muitas bandas excelentes e algumas em que nos espelhamos para fazer nosso som, além de nossos primeiros shows internacionais, que rolaram no Paraguai e na Polônia. HELL DIVINE: E no ano passado vocês lançaram o excelente “Art of Killing”, em minha opinião um disco bem mais maduro e evoluído que o début. Para vocês, quais as principais diferenças entre os dois álbuns? O quanto vocês acham que o trabalho de masterização de Andy Classen contribuiu para a qualidade sonora alcançada no novo álbum? Jairo: “Art of Killing” foi um álbum com mais tempo para ser composto, foi estudado, pensamos em cada detalhe das músicas e dos vocais, além da maturidade musical que os 08 anos tocando rock por aí nos concedeu. O trabalho excelente do Andy só veio para transformar o que já era grande em algo maior, muito além do que imaginávamos. HELL DIVINE: Outro ponto que chama a atenção em “Art of Killing” é a temática lírica abordada, sendo que cada faixa trata de um famoso “serial killer”. Quais critérios vocês usaram para escolher cada um dos “homenageados”? Jairo: JP e eu, quando decidimos relatar a história de vários serial killers do mundo, lemos muito acerca do assunto e decidimos que queríamos uma diversificação na questão geográfica. A partir daí, pegamos as histórias mais terríveis em nossa opinião, pesquisamos mais ainda sobre o personagem em questão e eis o resultado em “Art of Killing”. HELL DIVINE: Além disso, as letras são muito bem elaboradas, e até certo ponto profundas e introspectivas. Vocês procuraram apenas retratar a história de cada um dos assassinos ou dar uma visão particular de vocês sobre seus legados criminosos? Jairo: Em termos de escrita, eu procurei escrever as histórias juntando os horrores e modus operandi de cada personagem a uma narrativa investigativa, o desespero da sociedade e a polícia atrás de cada pista. Já o JP escreveu de uma maneira mais poética, tentando repassar os sentimentos e visão dos psicopatas, através de tudo que descobrimos em nossas próprias investigações.

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HELL DIVINE: Quanto ao aspecto sonoro do álbum, o que mais chama a atenção é o aprimoramento técnico de vocês, sem deixar de lado a brutalidade. Isso foi algo pensado, ou surgiu naturalmente, graças às experiências adquiridas depois do début? Friggi: Cara, um pouco dos dois! Nós já temos algo natural na banda, que é este estilo que carregamos desde a demo, mas também pensamos bem antes de fazer algumas coisas. Trabalhamos muito na pré-produção, discutimos alguns pontos, refizemos alguns detalhes e trabalhamos muito nos vocais. Quando chegamos ao estúdio para gravar, já estava tudo soando de maneira natural, do jeito que tocamos mesmo! Com relação aos timbres, foi a mesma coisa, usávamos algo mais extremo no “Kvlt ov Dementia”, agora voltamos ao básico, trabalhando mais nas composições de modo a deixar mais pesado na maneira de tocar. HELL DIVINE: Em termos de estilo, vocês acham que a banda se enquadraria mais no Death ou no Thrash Metal? Por qual motivo? Friggi: Hoje eu enquadro o Chaos Synopsis como uma banda de Rock Pesado! Adoramos metal em qualquer estilo, mas nós somos rockeiros! Por mais que o Metal tenha os seus extremos,

ninguém vai ser mais agressivo que Motörhead, AC/ DC e tantas outras bandas que tocam para frente! Hoje somos uma banda sem limites de estilo, fazemos as coisas do jeito que gostamos, vestimos as roupas que gostamos e nos comportamos do jeito que gostamos independente de qualquer coisa! Nosso objetivo é tocar rápido e divertir os nossos fãs! HELL DIVINE: Dentre as faixas do disco, creio que “Bay Harbor Butcher” (que se refere ao personagem fictício “Dexter”, da série de livros e TV de mesmo nome) e “B.T.K.” sejam dois dos destaques, pois embora mantenham a agressividade, possuem arranjos e melodias marcantes, que grudam na cabeça do ouvinte. E para vocês, quais seriam as faixas de maior destaque do trabalho? Friggi: Para nós, com certeza, a “Son of Ligh”t é a que mais se destaca. Gostamos de todas as músicas, cada uma tem uma história especial para nós, mas esta tem um pontinho a mais dentro do coração. Acho que conseguimos passar isso para os fãs também, em todo show tem rockeiro cantando essa música do inicio ao fim! Isso nos faz muito bem e nos faz manter a pegada até o fim do show! A “Bay Harbor Butcher” foi a primeira música que compusemos após o “Kvlt ov Dementia” e a primeira com a participação do JP, logo ela também tem um carinho especial para nós! Jairo: a música instrumental “Art of Killing” também me chama bastante atenção, por ter um foco diferente, influências diversas e uma pegada completamente rock. HELL DIVINE: Quais os planos da banda para o futuro? Vocês já estão planejando um novo álbum, ou a gravação de outro trabalho ao vivo? Friggi: Agora estamos focados na nossa segunda turnê na Europa, que vai acontecer agora em maio e já estamos trabalhando no próximo álbum, já temos algumas musicas e alguns temas para discutir. Ano que vem completaremos dez anos de banda, estamos pensando em algo especial, não queremos deixar este momento em branco! HELL DIVINE: Obrigado pela entrevista. O espaço é de vocês para suas últimas palavras para nossos leitores. Friggi: Nós que agradecemos pelo espaço! Quero agradecer a todos que acompanham a banda! Estamos felizes com os frutos até então colhidos com o nosso trabalho e com tudo que acontece nos shows! O que nos motiva é todo este mundo do Rock que é demais, e sem os nossos fãs e amigos, nada disso teria graça! Valeu!

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E NTREVISTA

A C N A R F M E O A S N E C S A O Maieuttica vem se destacando pela versatilidade de sua música, com algo interessante que é ter dois vocalistas. Em uma conversa bem descontraída sobre os projetos da banda, a repercussão na mídia e a perda de um dos fundadores da banda, Frank (vocalista) nos conta como está sendo o trabalho da banda. HELL DIVINE: Frank, primeiramente gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho da banda que, com certeza, renderá bons frutos na cena metal do Brasil. Bom, a cada ano vem surgindo novas bandas e cada uma dentro de sua proposta e seu estilo. Como o Maieuttica tem sido recebido pela crítica? Frank Lima: Muito obrigado, e também muito obrigado pelo convite para comentar um pouco sobre nosso trabalho nessa revista que já acompanho há alguns anos. Vamos lá. Infelizmente, a crítica especializada ainda é muito voltada para as bandas grandes, pois é o que gera mais visualização para suas notícias, e acabam somente vivendo um mundo no qual raramente poderão trocar uma ideia pessoalmente com estes grandes artistas, na maioria “gringos”, e não percebem que há tanta coisa MUITO boa no próprio país, e que falam o mesmo idioma. Claro que (ou esta entrevista não estaria ocorrendo) isso não pode ser generalizado, e se deve a diversos fatores, como gosto pessoal, o fato de a maioria dos jornalistas, blogueiros e afins terem nascido nas décadas de 60/70 e início dos 80 (como eu), o que culmina em haver muito paradigma para ser quebrado aí para talvez tornar-se

fã de bandas mais novas, ou até mesmo querer trabalhar com o que muitos chamam de “falso-metal”, como já nos denominaram, por exemplo. Em minha opinião, se há um bom trabalho, ele deve ter alguma atenção, independente de gosto, rótulos, idioma ou de qualquer coisa que limite algo a não ser visto e divulgado. É claro que há vários “poréns”, mas creio que estamos vivendo uma nova fase em que muitos têm aberto os olhos e ouvidos para o trabalho que nós, as bandas novas, estamos fazendo. Isso ainda é uma coisa mais brasileira, visto que temos muitas bandas novas do estilo em que somos inseridos, crescendo e aparecendo “rápido na gringa”, mas isso já está mudando, com a renovação de toda a cena, tanto na parte musical, quanto na parte jornalística especializada. Felizmente, o Maieuttica não tem sofrido tanto com isso, então creio que mesmo fazendo um estilo que não agrada tanto aos fãs de Metal mais setentistas e oitentistas, estamos percorrendo esse longo e árduo caminho com dignidade, aos poucos, com reconhecimento e respeito, que creio ser o que mais vale nesse meio e em qualquer outro. 25


HELL DIVINE: Um ponto interessante da banda que é raro de se ver são dois vocalistas dividindo o mesmo palco. Como foi a adaptação de ambos para que tudo soasse de maneira natural? Frank Lima: Isso lá no início foi um pouquinho problemático, já que o Allan e eu viemos de bandas em que éramos os únicos vocalistas, e as músicas do Maieuttica eram compostas por nosso falecido guitarrista para um vocalista só, mas aos poucos fomos fazendo as mudanças necessárias e tudo foi se encaixando. Atualmente já compomos pensando no produto final com dois vocais, daí vem saindo de forma bem mais natural e cada vez mais versátil, já que podemos explorar diversas nuances vocais, tanto extremas quanto melódicas. Hell Divine: Como está sendo a agenda de vocês para o ano de 2014? Já existem propostas para uma turnê fora do país? Frank Lima: 2014 já chegou bem legal para nós no quesito shows, já voltamos a SP para três shows em cidades e casas que ainda não tínhamos nos apresentado, e a recepção por lá tem sido cada vez mais brutal, parece que a cada show a família aumenta lá no “011”. Já fizemos shows em algumas casas do RJ pelas quais ainda não tínhamos passado também, e temos uns shows bem legais aí. Para citar alguns, faremos a abertura para banda norte americana “Close Your Eyes” no RJ (26/04), o grande Sampa Music Festival, primeira mini turnê por terras capixabas, etc. Sobre ir para fora do Brasil, já tivemos algumas propostas para o Chile, Argentina e Paraguai, além da Europa pelos países baixos, sentimos que ainda não é o momento, mas não descartamos, só adiamos alguns meses, estamos muito ansiosos por uma experiência desse tipo. HELL DIVINE: A banda teve uma perda que com certeza abalou a todos, o guitarrista Caléo Lima. Isso faz com que banda perca um pouco do entusiasmo ou conseguem buscar forças para que possam continuar na luta. Frank Lima: Cara, ele foi o fundador da banda e era o principal compositor, saca? Era o melhor de nós, por assim dizer, mesmo com suas piadas ainda mais sem graça do que as minhas, e os nomes bregas que colocava nas músicas... Eu, no início dessa reviravolta, sinceramente pensei em parar, pois quando entrei na banda, ele se desafogou bastante da liderança que tinha com minha ajuda, mas ele nunca deixou de ser um de nossos braços mais fortes, principalmente em relação ao lado mais humano da coisa toda... Foi uma perda que mudou nossas vidas para sempre, mas foi tanta força e energia positiva dos fãs, amigos, da própria família dele, e com certeza dele mesmo, que repensei tudo que estava acontecendo, e cheguei à conclusão de que se eu tivesse ido (e eu preferia que eu tivesse ido) no lugar dele, eu não iria querer que eles parassem, e sim, que ficassem mais fortes com 26

essa experiência e não deixassem o sonho ser enterrado junto. Pelo que conhecemos do Léo, temos certeza que essa é a vontade dele também, e mais, ele pode não estar fisicamente, mas com certeza ainda está conosco, nos ajudando a levar nossas mensagens a quem quiser ouvir. Levaremos a memória dele junto conosco para sempre, não há como ser diferente... Só quem já passou por isso entende 100%. HELL DIVINE: Com o lançamento do disco “Por Árduos Caminhos Até as Estrelas”, a banda se destacou rápido pelo excelente trabalho. Como está sendo lidar com a vida pessoal e profissional? Frank Lima: Essa parte é a parte mais tensa da coisa toda, creio. Tive de trancar a faculdade duas vezes por conta de compromissos com a banda, e não querer levar os estudos de qualquer forma, muitas vezes não podemos fazer alguns shows dentro ou fora do RJ por não termos todas as sextas livres, algumas vezes alguns de nós precisam dar uma “fugida” do trabalho ou faculdade pra resolvermos rápido alguma coisa que não dá para esperar sobre algo relacionado a shows, na maioria das vezes. Mas é isso aí, como diz o pessoal da foto do espelho na academia: “No pain, no gain”. Todos temos nossas prioridades, mas o que nos une é o amor pela música, afinal, para continuar sobrevivendo no underground, seja com arte que for, só com muito trabalho, investimento, talento, bom senso, e põe MUITO AMOR nessa equação aí, pois sabemos todos que fácil não é. Hell Divine: Como a banda encarou essa campanha que rolou nas redes sociais com o tema “Queremos Maieuttica no Estúdio Showlivre”? Frank Lima: Ficamos simplesmente boquiabertos, pois foi algo que realmente nos pegou de surpresa e tomou uma proporção que não imaginávamos. Só temos a agradecer a esses caras que são muito mais do que fãs, já os consideramos amigos. Cada um tenta da sua forma ajudar para ver esse sonho ir adiante, seja compartilhando algum material nosso pelas redes sociais, pedindo nosso show aos produtores da sua respectiva cidade, pedindo nossas músicas em rádios, etc... Isso é algo que dá muita força para nós, e para qualquer artista que está começando e damos MUITO valor a cada uma dessas manifestações de carinho. Se o Showlivre acontecer, com certeza será dedicado aos nossos “Modestos” amigos, que iniciaram e deram continuidade a essa campanha linda e brutal. HELL DIVINE: O vocalista do Project46 participou de uma música no disco. Para você, participações de membros de outras bandas ajudam o trabalho de ambas? Frank Lima: Tenho certeza que sim. Além de ser algo que se torna muito mais do que uma simples


participação, no fim, acaba virando um laço eterno que une as bandas, e que é uma das máximas do underground, a UNIÃO. Afinal, não faz sentido querer passar por cima uns dos outros como vemos em determinadas situações, se podemos nos unir e sermos mais fortes. Em nosso caso, especificamente, o Caio foi alguém muito especial para participar desse trabalho por dois grandes motivos: o talento absurdo que ele tem com o que precisávamos nessa participação, e nas entrelinhas, para mostrar que a rixa RJ x SP é besteira, e que com as bandas trabalhando juntas, podemos elevar o padrão da música pesada underground nacional a níveis jamais vistos no Brasil. O único ponto ruim disso tudo é que eles falam erroneamente que biscoito é bolacha, mas relevamos por um bem maior (risos). HELL DIVINE: Como vocês encaram a cena no metal brasileiro hoje, já que em grandes festivais as bandas locais não têm muito espaço para apresentar seu trabalho? Frank Lima: Atualmente, muita coisa tem mudado para melhor, e acreditamos que isso se deve unicamente ao trabalho sério que algumas bandas undergrounds têm se proposto a fazer. Vimos várias bandas que trabalham sério tocar no Rock in Rio, tive a felicidade de ver o Project46 no Monsters of Rock, tocamos no Palco do Rock juntamente com ótimas outras bandas de todo o Brasil em Salvador, temos o Festival de Rock Humanitário na região dos Lagos no RJ que abre espaço para muitas bandas locais, o Vaca Amarela, dentre outros festivais que vêm crescendo e alimentando essa nossa cena cada vez mais. Boa parte dos problemas que temos em relação a nossa cena também é culpa de muitas bandas que, infelizmente, às vezes trabalham de forma errada, seja pagando para tocar, entre outras coisas. Felizmente, isso tem diminuído cada vez mais, e as próprias bandas têm se conscientizado. HELL DIVINE: Um ponto interessante é cantar em português. Por que optaram por nossa língua? Frank Lima: Apesar de ser algo bem mais difícil de trabalhar no ramo do Metal mundial, com nossas letras em nosso idioma, a mensagem é passada muito mais rapidamente. E como estamos em uma nova era da indústria fonográfica, optamos por essa rapidez de “entrega do pacote”, digamos assim, já que nosso maior meio de divulgação é a Internet, onde tudo é muito rápido e precisamos que a informação seja captada no primeiro olhar, ou primeira ouvida. Além do mais, não temos pretensão de mudarmos para fora do país tão cedo, e temos consciência de que, com isso, nosso mercado se restringe a poucos países que falam português, e muito mais ao Brasil, que é onde estamos no momento. No entanto, de certa forma nos destacamos de outra grande maioria no

mundo que toca em inglês, então é uma faca de dois gumes, mas estamos trabalhando com visão em curto, médio e longo prazo, e nada nos impede de compormos em inglês num futuro, dependendo da situação. HELL DIVINE: Muitas bandas hoje gostam de se arriscar com experimentalismo. Isso pode fazer parte futuramente na banda? Frank Lima: Com certeza, e esse é o grande barato da música, ela não tem limites e podemos ir por diversos caminhos, mesmo que ainda dentre de um gênero musical específico. Já estamos trabalhando no próximo disco, que certamente virá mais maduro e com nuances bem diferentes, já que temos bastantes influências de outros gêneros musicais, etc. HELL DIVINE: Agora um espaço reservado para os fãs, considerações finais e o que esperam do ano de 2014. Frank Lima: Em 2014, estamos trabalhando para passar por mais cidades ainda do que passamos em 2013, temos novos materiais em vídeo para lançar, novo “merch”, inauguração da loja online para facilitar nossos brothers de outros estados, etc. Aos poucos, soltaremos tudo. Nos veremos em breve nas “gigs”. O Brasil é nosso, então vamos espalhar música brutal por aí! Quero agradecer de coração a todos que têm nos apoiado das formas que podem, seja indo aos shows e comprando ”merch”, ou pedindo nossos shows e músicas por aí, ou simplesmente compartilhando nossas matérias por onde podem. Isso faz toda a diferença para nós, e quando digo “nós”, incluo vocês todos no Maieuttica, já que sozinhos não somos nada. Cada show, cada “merch”, cada música é feita com muito carinho afim de passar uma mensagem do bem, além de qualquer coisa. Muito obrigado a Hell Divine pelo espaço, e mantenham o trampo digno que já fazem há tempos, porque sinceramente, vocês são uma das mídias mais imparciais e justas que conheço no que se propõem a fazer, vocês têm uma importância fundamental no cenário nacional. Obrigado por ajudarem a manter essa p*rra de pé!

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Heavy Metal, Lagers & Ales

ESPECIAL

Por André Vieira Falar sobre rock e cerveja é tão batido que nunca me arrisquei. As infames “cervejas de banda” estão aí queira a gente goste ou não. Elas têm seu papel. As cervejas artesanais têm um lema “Beba Menos, Beba Melhor” que choca com o arquétipo roqueiro “camiseta-jackdaniels-chapéu-pantanal vamos-encher-a-caraaté-cair”. Aceitei o desafio de relacionar Heavy Metal e cerveja sem cair no lugar-comum. Quem sabe você leia e pare de encher a cara de pop rock da Ambev e passe a selecionar com mais cuidado o que bebe, assim como já faz com o que ouve. Saúde! Power Metal x Weizenbier Estilos que costumam ser portas de entrada para estes novos universos, coincidentemente ambos de origem alemã. Quem era moleque e já arriscou seus falsetes “Ahhhhhhh It’s Haaallooweeeeeennn” teve que esperar um pouco mais para provar a bebida de trigo. Por estar disponível em grandes redes de supermercados, bares e restaurantes antes do “boom” de cervejas especiais no Brasil, as Hefeweizen da Erdinger e Paulaner (“hefe” significa que ela é turva, não filtrada) costumeiramente foram a primeiras cervejas “diferentes” que as pessoas experimentaram. Aromas e sabores esterificados lembrando banana e fenólicos lembrando cravo e noz moscada, guitarras virtuosas e velozes, baixo amargor, vocal agudo, fácil de beber e de ouvir, com o tempo o Power Metal e a Weizenbier (também chamada de Weissbier) são estilos que as pessoas tendem a deixar para trás, buscando algo mais encorpado e poderoso. Há quem não enjoe nunca, afinal, fãs fieis temos dos dois lados. Bons representantes do estilo: Weihenstephaner Hefeweissbier, Halloween, Blind Guardian, Schneider Weisse Tap 1 Mein Blondes. Thrash Metal x India Pale Ale Conhecido por maior velocidade, peso, amargor e grau alcoólico do que seus antecessores tem suas origens quando bandas decidiram inserir elementos de NWOBHM ao Hardcore Punk, e 28


ingleses decidiram inserir mais lúpulo e álcool em suas pale ales. O resultado foi um novo estilo muito mais potente e que esteve em alta nos anos 80, definindo toda uma cena West Coast norte americana. Cervejeira. E do Metal. Palavras como Cascade, Centennial, Chinook, Simcoe, Tomahawk e Warrior poderiam facilmente ser usadas para formar nomes de bandas de Thrash Metal, mas são nomes de lúpulos americanos. Tá confuso? Pois assim como na música, a cerveja possui seus subgêneros. A IPA norte-americana exerce tanto fascínio no mercado de craft beers que não demorou para surgir a designação IPA-ish, pegando um bonde no hype. Não é difícil encontrar por aí cervejas sendo chamadas de Black IPA (uma incoerência, afinal é pale ou black?) e Belgian IPA, por exemplo. E temos também Double IPA, Fresh IPA, Session IPA e o que mais a criatividade permitir. Já o Thrash Metal, infelizmente, não vive uma fase muito popular, mas uma recente onda de revival thrash metal levantou dos mortos algumas excelentes bandas de outros tempos. Bons representantes do estilo: Dark Angel, Stone IPA, Sculpin IPA, Metallica, Exodus, Testament, Racer 5 India Pale Ale Death Metal x Russian Imperial Stout Death Metal bom é Death Metal lamacento, pantanoso, esmagador, fétido. Bom, algo fétido não é uma característica que queremos em nossa cerveja, mas ainda podemos ter um líquido negro, denso, pegajoso. Onde isso? Numa Russian Imperial Stout! Indicado somente para iniciados, a RIS é dos mais potentes estilos cervejeiros. Praticamente um óleo de motor, esta incrivelmente alcoólica cerveja teve sua origem nas versões mais parrudas de stouts que os ingleses faziam exclusivamente para a corte da Catarine II na Rússia. Bom, hoje, de russa, a Imperial Stout só tem o nome do estilo, enquanto o Swedish Death Metal continua sendo feita em suas melhores levas no país escandinavo. O Imperial acabou virando um prefixo para se referir a uma cerveja mais potente/amarga/alcoólica que o estilo em que ele se baseia. Levando essa analogia para a música, o Death Metal seria conhecido por Imperial Metal. Acho que irei adotar. Na próxima vez que for me referir ao Malevolent Creation, usarei o termo American Imperial Metal, faz jus à grandiosidade do estilo. Bons representantes do estilo: Entombed, North Coast Old Rasputin, DUM Petroleum, Obituary, Death, Brooklyn Black Chocolate Stout, At The Gates Black Metal x Lambic Ora, qual cerveja pode ser tão lazarenta, intimidadora e fria quanto o maldito Black Metal? Qual estilo do metal pode ser tão ácido e desafiador quanto as Lambics belgas? Rapaz, isso não é para qualquer um! O troço pode te dar um calafrio dos bravos, e uma aversão irreversível, trauma eterno. Típico ame ou odeie, as Lambics e o Black Metal ficam numa curva torta da música e da cerveja. Enquanto Ales e Lagers tem processos controlados, a Lambic é de fermentação espontânea, significando que o tanque passa 12 horas aberto para receber os mais diversos e peçonhentos micro-organismos existentes no ar, em cervejarias rurais belgas lotadas de teias de aranha e muito pó. Ali nada deve ser limpo, ou perde-se toda a sua essência. O resultado, após um ano de maturação em barril, é uma lambic jovem super ácida e sem carbonatação. A graça do negócio é quando fazem um blend dessa jovem com lambics de até três anos de maturação, criando a Gueuze, uma cerveja de acidez ainda marcante, porém equilibrada, e com ressaltadas características das Brettanomyces existentes na madeira do barril: aromas e sabores caprílicos, de suor, estábulo, sela de cavalo. Falei que não era para você. Claro, existem lambics suavizadas com açúcar e frutas como cereja, mas também existem as bandas Black Metal Cachecol, certo? Bons representantes do estilo: Boon Oude Geuze Mariage Parfait, Mayhem, Drie Fonteinen Oude Geuze, Burzum, Cantillon Rosé De Gambrinus, Immortal André Vieira é baixista do The Black Coffins (RIP), Sommelier de cerveja pela ABS-SP e toca um blog sobre cervejas. www.beeraddiction.com.br


DIVINE DEATHMATCH

FIFA WORLD CUP 2014 - BRAZIL Plataforma: PS3 / XBOX360 Estúdio: EA Sports Gênero: Futebol

Nunca curti muito esses itens de Copa do Mundo e afins, mas sempre achei maneiríssimas essas edições dos jogos de futebol somente da Copa do Mundo e, como sempre, a clássica EA Sports (sempre ouço o “It´s In The Game”) mais uma vez cuida dessa versão, dessa vez, na Copa do Mundo, que nosso país está sediando. Acho legais essas versões, primeiro pelo cuidado que eles têm em desenvolver cada técnico bem de acordo com o real, assim como os jogadores. Sim, coisa que não é tão difícil, mas acho bem divertido ter a chance de jogar com seleções sempre e montar uma “Copa do Mundo” entre seus amigos. A jogabilidade e dificuldade clássicas de um FIFA normal nessas versões geralmente são aumentadas, por ser um torneiro mais acirrado e contar somente com jogadores de ponta. A recriação de todos os estádios do país que receberão os jogos está incrível, principalmente a recriação digital do Maracanã que está lindo. Acho que o único erro nesse caso, não foi ter colocado narradores nacionais no jogo, o que seria mais interessante, mas isso é um fato que eu deixo passar, pois esse será o único artigo que terei em casa para me divertir da Copa do Mundo.

Gráficos: 9.0 X

Enredo:

Jogabilidade: 9.0 Som:

X

Por Augusto Hunter

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RESENHAS

7TH SYMPHONY “WRITTEN WITH BLOOD” MS Metal Records

7

Por Leandro Fernandes Trazendo um Gothic Metal inovado com bastantes influências de banda das décadas de 80 e 90, o “7th Symphony” mostra uma pegada inovadora e bastante rica em melodias e letras. Investindo também é um prog mais diferenciado, a banda mostra grande talento em se inovar dentro de suas músicas. O disco possui sete faixas (sendo uma intro), longas, mas com bastante variação instrumental, destacando-se as linhas de guitarra e o lindo vocal de Juliane Carvalho, que consegue passar muito sentimento. A cozinha se trata de um show a parte, mostrando também ser de grande importância ao se encontrar com a guitarra, trata de um sincronismo bem interessante. Como é realmente normal bandas do estilo produzirem faixas longas, a banda não se perdeu quanto a isso, “Wonderful World” mostra um pouco disso. Buscando também algo com um peso bem arrastado “A Letter Of Love” se encarrega desse quesito, com Juliane mostrando um belo trabalho com suas cordas vocais, passando bastante emoção, sem se esquecer dos belos riffs que se encontram nela em uma “segunda parte” da música. A banda consegue mostrar um trabalho de qualidade e variado dentro do estilo, preocupando em não ser repetitiva e tampouco clichê. Grande disco para um bom amante de Gothic Metal inovador.

ATTRACTHA “ENGRAVED” Independente

8.5

Por Augusto Hunter Esse incrível EP “Engraved” mostra o Attractha pronto para tocar o terror na cena de Prog Metal do Brasil, pois os caras conseguem unir técnica incrível, composições boas e de fácil aceitação. Em todas as vezes que ouvi o EP, achei as músicas tão boas de ouvir que fiquei até mesmo “cabreiro” em colocálos como Prog Metal, pois tem um toque de simplicidade e, ao mesmo tempo, eles têm uma força de criação de climas e ambientes muito bom, o que pode lançá-los nesse subgênero. Formada em 2007, eles estiveram um tempo separados, mas retornaram, em 2012, e gravaram esse EP. Marcos de Canha (vocalista) mostra um serviço maravilhoso em todas as músicas, mantendo sempre um nível muito bom, nada muito berrado e alto, mas sempre no seu tom e com subidas comedidas, dentro da linha de que a música pede. As guitarras de Ricardo Oliveira estão impecáveis, com climas e passagens maravilhosas e a cozinha da banda, composta por Guilheme Momesso e Humberto Zambrin, baixo e bateria respectivamente, fazem o papel deles, cobrindo todo e qualquer canto das músicas com graves precisos e muito bem arranjados. Como destaque, coloco “The Choice” como um bom chamariz para a banda. Audição recomendada para aquele que curte o estilo e se você não curte, não perderá tempo ouvindo e se der mole, até mesmo abrindo um pouco a cabeça para a banda, fica a dica.

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AUSTRIAN DEATH MACHINE “TRIPLE BRUTAL” Artery Recordings

9

Por Fernando Monteiro Uma banda baseada nas grandiosas frases exclamadas por Arnold Schwarzenegger em seus inúmeros filmes: brutalidade pura. O projeto, encabeçado por Tim Lambesis, já lançou o terceiro álbum e possui um ego planetário, assim como o peso de suas composições. Também, com todos os convidados, não poderia ficar mais pesado. Temos integrantes do Devildriver, Hatebreed, All Shall Perish, As I Lay Dying, Carnifex e tantos outros. As composições exploram todos os personagens campeões dos anos 80/90 e começam dando soco na têmpora futurística com “I’ll Be Back”, com tudo que tem direito: imitações do T-800, guitarras fortes e marcantes e uma bateria que acelera o coração, mostrando que apesar de ser uma brincadeira, o som é legítimo. “I Hope That You Leave Enough Room For My Fist” mostra que as influências vão além do Thrash: explorando o Death e o Metalcore. “I Know Now Why You Cry” e “I Lied” são verdadeiros exemplos de composição, músicas fortes que não desaceleram nunca, explodindo metal líquido numa refinaria abandonada. A escolha da ordem musical também foi feita muito bem, vendo que “Get Your Story Straight”, “I’m Not A Pervert” e a brutalidade que é finalizada com “It’s Turbo Time” são simplesmente absurdas. O álbum te deixa querendo ouvir mais, deixa um gosto melhor que o último, deixa com vontade de BRUTALIZAR. É muito bom ver que uma ideia que começa como brincadeira pode virar algo tão bonito quando é composta por pessoas que sabem o que fazem do início ao fim.

BRAINSTORM “FIRESOUL” AFM Records

8.5

Por Junior Frascá Desde o encerramento das atividades do Symphorce, o vocalista Andy B. Franck tem reservado todas as suas energias para o Brainstorm. E isso fez bem para a banda, já que “Firesoul” é o melhor trabalho da banda desde o ótimo “Liquid Monster” (2005), resgatando a sonoridade obtida nos seus dois melhores álbuns, “Ambiguity” (2000) e “Soul Temptation” (2003). Ou seja, o que temos aqui é o peso cavalar característico do Power Metal do grupo, aliado à ótimas melodias, e às linhas vocais excepcionais de Andy, que em conjunto formam uma musicalidade intensa e muito cativante. E o disco é todo muito bom, mas os destaques absolutos ficam para “Recall the Real” e “What Grows Inside”, ambas com refrãos grudentos, ótimos arranjos, e guitarras de fazer qualquer fã do estilo se arrepiar. Vale ainda mencionar a ótima produção, que deixou tudo bem na cara e intenso, e a bela arte gráfica do álbum, que contribuem ainda mais para o resultado final do trabalho. A versão especial do álbum, em digipack, ainda traz duas faixas bônus, e um disco ao vivo, com 12 clássicos da banda.

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CHAOSLACE “CURSES BEHIND THE DIABOLIC SHADOWS” Ataque Extremo

8

Por João Messias Jr. Quando o Death Metal foi reconhecido como estilo e não apenas uma variável do Thrash, isso lá no fim dos anos 80 e início dos 90, a imagem que se tinha dele era medo, terror e algo que só os mais escolados (trues) poderiam ouvir. Com sua evolução, ele agregou novas técnicas, conceitos que, de certa forma, acabaram com a fama que os consagraram há 30 anos, pois ele acabou ficando bonitinho, bem produzido e o pior de tudo: sem aquela aura maléfica. Na contramão de tudo, felizmente, existem grupos que nos mostram que é possível curtir hoje aquela vibe dos primórdios. Um deles é o Chaoslace, que teve suas duas demos reunidas no CD “Curse Behind the Diabolic Shadows”, que nessa tiragem ganhou uma nova capa e uma pequena melhora na gravação, que se por um lado não é excelente, por outro permite ouvir tudo numa boa. Leandro Nunes (guitarra, voz e baixo nas gravações), Giovanni Fregnani (baixo, que entrou após as gravações) e Diogo Oliveira (bateria), mostram os primeiros tempos do estilo, em especial Morbid Angel, Monstrosity e o velho Sepultura, representado aqui com uma boa versão para Necromancer. Outros destaques aqui são a faixa que dá nome ao trabalho, que recebe bons riffs “zumbidos” e uma bateria variada, assim como “Sickness of Christ” e “Hatestorm”, essa mostrando uma vertente mais cadenciada. Um trabalho que merece ser ouvido pela galera mais true, que pensa que o estilo perdeu a essência e para os novos sacarem como eram os primeiros dias do Death Metal.

DESDINOVA “DEFYING GRAVITY” Green Valley Records

8

Por Pedro Humangous É muito legal e gratificante quando uma banda underground de outro país entra em contato conosco pedindo um apoio na divulgação. Isso mostra que nosso trabalho é reconhecido e importante, tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Quando recebi uma cópia de “Defying Gravity” fiquei curioso em dois momentos: por não conhecer a banda e pela estranha capa, não fazia ideia do que esperar do som desses caras. O Desdinova vem da França e apresenta uma sonoridade bem bacana, um Thrash Metal com uma pegada Oldschool, porém com altas doses de Heavy Metal Tradicional e até Prog. O grupo formado por Guillaume Manier (vocais), Laurent Damelincourt (guitarras), Stéphane Heyd (guitarras), Marc Krauth (baixo) e Julien Koenigsecker (bateria), gravaram dez excelentes e variadas músicas, todas embaladas em um belo digipack fosco. Os caras realmente desafiam a gravidade com o jeito peculiar de executar suas composições, conseguiram criar uma atmosfera especial na gravação, deixando tudo muito orgânico. Os vocais de Guillaume lembram uma mistura de Matt Heafy (Trivium) com James Hetfield (Metallica), já o instrumental nos faz lembrar um pouco de Mastodon com Iced Earth – a única ressalva fica por conta das guitarras, faltou um pouco mais de punch. As letras também são bem interessantes, sempre girando em torno da condição humana e a temática espacial. Destaque para as faixas “Solanum”, “Rules OF Engagment” e “Faster Than Light”, as mais Thrash e velozes do álbum. Vale a pena dar uma conferida no som do Desdinova e comprovar que a mistura de estilos, quando bem feita, é muito bem-vinda!

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DEVACHAN “ANDARILHO” Independente

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Por Augusto Hunter O Metal tem suas caras bem definidas e tem gente que acha que somente é possível se conquistar alguma coisa dentro do cenário cantando na língua universal. Discordo piamente disso, já que temos nomes consagrados como Dorsal Atlântica, Stress, Azul Limão, Centúrias, Confronto, Project46 que fazem Metal em nossa língua mãe e têm uma carreira bem consolidada. O Devachan vem nessa onda de cantar Metal em português, mas com uma sonoridade mais voltada ao embrionário Metal Nacional, fato que vem por conta da idade das letras, pois, apesar de o Devachan ser uma banda mais nova, formada apenas em 2010, as letras vinham desde os anos oitenta, época em que o Heavy Metal no país começava a engatinhar. O dono das letras, o baixista Daniel Dias, as escreveu quando era um jovem roqueiro do interior de São Paulo. Por volta de 30 anos depois, os filhos de Daniel, Gabriel Dias (vocalista) e Leandro Dias (guitarrista) acham essas composições do pai e nada mais certo do que montar uma banda, contando com o velho lobo como o baixista da banda, sendo completa por Bruno Caresia (Bateria) e Michael Santos (Teclado). A demo – EP “Andarilho” tem toda a aura do Metal oitentista, fazendo o som do Devachan um prato lotado para os que têm como o principal amor o Heavy Metal mais clássico. A arte feita pela Designations Artwork é um show à parte, sendo muito bonita e bem colorida. O disco foi todo produzido por Junior Jacques e Rodrigo Ricardo, no Ponto Sonnoro Estúdio, situado em Sorocaba. As seis músicas compostas por Daniel, todas em português, têm bons momentos, mas nada que venha a me prender ou me ater a somente uma música e destacá-la como um petardo. A banda é boa, mas ainda falta um pouco mais de “tempero” para eles ficarem realmente impressionantes.

EXECUTER “HELLIDAY” Kill Again Records

8.5

Por Pedro Humangous Ah o Thrash Metal... Um dos estilos mais amados da nação headbanger brasileira! E como é ótimo ver os veteranos do Executer continuarem na ativa, evoluindo constantemente e arrebentando nossas cabeças com mais uma paulada em forma de música! O novo disco se chama “Helliday” e demorou para sair do forno, foram oito longos anos desde seu último registro em estúdio, o ótimo “Welcome To Your Hell”, de 2006. A sonoridade do quarteto paulista continua intacta e destruidora, mas é claro que é possível notar certa evolução nas composições, mas maduras e ainda mais violentas! Não há nada de novidade aqui e convenhamos, nem é isso que esperamos deles. É Thrashera total, reto, cru e oldschool, feito para bater cabeça e abrir rodas gigantes nos shows! Ao todo são oito faixas de tirarem o fôlego, esbanjando técnica e vigor, todas sempre muito velozes. As guitarras ganharam destaque na mixagem e ficaram um pouco à frente, evidenciando seus riffs viciantes – uma mistura de Destruction com Kreator. Na cozinha (baixo e bateria) está tudo muito bem azeitado e temperado, e os vocais raivosos como um

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cão sem vacina. A arte da capa (impossível negar a inspiração no mestre Repka) feita por Giovanna Guimarães é mais um presente para os fãs do Thrash oitentista. Pouco mais de meia hora já é o suficiente para detonarem seus tímpanos, que imploram por mais! Um álbum viciante e extremamente prazeroso de se ouvir! Vamos torcer agora para que não demorem tanto tempo para lançar outra bigorna em nossa direção!

FINITUDE “DISSENSIO HOMINES PT.1” MS Metal Records

8

Por Leandro Fernandes Oriunda de Sergipe, o Finitude mostra um Prog Metal de primeira qualidade, bastante riqueza em melodias e variação vocal. O disco nos traz um som bem trabalhado, organizado e sem firulas. Hoje em dia é um pouco arriscado em se investir nesse estilo, correndo o risco de cair na mesmice e se perder em tudo, fazendo com que a banda não consiga mais se inovar e cair em esquecimento. No caso do Finitude, isso está longe de acontecer, pois o grande talento e técnica permitem quem os músicos sejam bastante inovadores sem sair do padrão. “Dissensio Homines Pt.1” é um disco muito bom, mostra realmente que os caras sabem fazer música. Um exemplo disso fica no cartão de visitas chamado “Prelude To Agnosia” que abre o disco com uma bela introdução emendando logo riffs e bateria precisa e veloz, mostrando também o grande potencial de Marcelo Menezes (vocal) que sabe muito bem utilizar sua voz. Notamos uma perfeição na cozinha em músicas como “Choices An Wills” (agrada fácil) e “Harder To Live”. Como é de costume bandas do estilo produzirem algumas baladas, com o Finitude não é diferente, “The Shadows In Your Face” arrebata de forma sutil, se trata de uma canção com belo coro e um refrão bem marcante, com ótimas passagens de guitarra e dedilhados de violão. A banda mostra grande talento e inovação com um Prog Metal bem feito e de grande agrado aos fãs do estilo. Mostrando-se pronta para vôos maiores.

GAMMA RAY “EMPIRE OF THE UNDEAD” earMusic

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Por Junior Frascá Após lançar, em 2013, o EP “Master of Confusion”, o Gamma Ray voltou todas as suas atenções para a composição do novo álbum que, conforme o referido EP já sugeria, dava indícios de seguir uma linha mais pesada. E essas expectativas se confirmaram. Se desde o álbum “No World Order” (2001) os alemães já seguiam uma linha mais voltada ao metal tradicional, dessa vez a coisa está mais escancarada, como se fosse uma continuação natural do álbum “To the Metal” (2010). Faixas como “Hellbent”, “Pale River” e “Time for Deliverence” mostram bem esse lado mais Heavy da banda, com guitarras sujas e ótimas linhas 35


vocais rasgadas de Kai. Mas há também momentos que remetem ao passado da banda, como a épica “Avalon”, que abre o disco, e remete à clássica “Anywhere in the Galaxy”, do álbum “Powerplant” (1999); e “I Will Return”, com sua levada veloz, e introdução no melhor estilo “March of Time”, dos áureos tempos do Helloween (e que tem sido tocada ao vivo por Kai em sua outra banda, Unisonic, ao lado do lendário vocalista Michael Kiske). A versão deluxe do álbum traz, além de faixas bônus ao vivo em estúdio, um DVD com clipes e um documentário sobre as gravações do material, incluindo imagens e informações sobre o incêndio que destruiu o estúdio de Kai na Alemanha (e que quase pôs tudo a perder para a banda). Imperdível.

HAMMATHAZ “INNER WALLS” Independente

9

Por Augusto Hunter Mais uma banda da nova safra do Metal Nacional e Moderno. Agressividade em todos os sentidos, vocal gutural incrivelmente bem feito por Jr. Jacques, guitarras cortantes com Vitor Machado e Guilherme Mendes, baixo e bateria interligados como se fossem um relógio fazem da cozinha da banda ser ótima, formada por Anderson Andrade no baixo e Diego Antunes na bateria. O disco que foi produzido pela banda em parceira com Rafael G. Zeferino, no Ponto Sonnoro Studios, em Sorocaba/SP, mostra uma gravação ótima, deixando fácil entender cada instrumento. A banda mostra em suas composições várias influências, sendo que a maior é o KillSwitch Engage, que fica bem evidente ouvindo o disco como um todo. Eles também usam bastante o lance das introduções e passagens eletrônicas, mais normais em bandas como Asking Alexandria, Motionless In White. Vale citar a participação do grande Vitor Rodrigues (Ex-Torture Squad e VoodoPriest) na música “Conquistador”, uma faixa como o disco inteiro, bem porrada e na linha do KsE. Boa a banda, eles têm qualidade demais para mostrar ao país, prestarei atenção nesse nome, pois promete fazer muito barulho.

HATE HANDLES “DIE IN HANDS OF BELIEVERS” Eternal Hatred Records

8.5

Por Christiano K.O.D.A. Os caras chegaram chegando! Que estreia excelente! Pois é, a banda ousou e soltou logo de cara um full-length dedicado ao Thrash/Death Metal de qualidade. Sem brincadeira, eles realmente mandaram bem! Souberam compor de modo que absolutamente nada ficasse cansativo. Pelo contrário: o negócio aqui é um incentivo ao torcicolo! Músicas variadas, sem deixarem de ser extremas, com a velocidade, de modo geral, comedida (há poucas exceções) e a agressividade que a mescla de estilos pede. Entre as faixas, destaques para “Deceived”, que tem uma pegada irresistível, com 36


umas paradinhas muito legais, e a bem trabalhada “Respect by Fear”, que mostra várias facetas do grupo. Mas vale falar também de “Why Praise?”, que apresenta algumas partes realmente cantadas, em vez de urradas. Em um ou outro momento, a sonoridade do álbum remete ao grandioso Kataklysm. Talvez seja em alguns riffs, talvez nos trechos com melodia, mas para deixar bem claro: o som da Hate Handles vai por outro caminho. O vocal de Charles Magnabosco, por exemplo, é bem diferente do de Maurizio Iacono, da banda canadense. Inclusive os músicos brazucas afirmam serem influenciados por diversas vertentes do Metal, como Pantera, Slayer, Lamb of God, Devil Driver, Dream Theater, Dimmu Borgir e Ozzy. O disco traz um peso enorme, evidenciado pela boa gravação do material e a parte gráfica também está caprichada. Resumindo toda essa papagaiada, esse aqui, dá para dizer de boca cheia: promessa do nosso underground!

HATRIOT “DAWN OF A NEW CENTURION” Urubuz Records

8.5

Por Junior Frascá Menos de um ano após o lançamento de seu début, “Heroes of Origin”, Steve “Zetro” Souza e seus comparsas retornam quebrando tudo novamente com esse seu segundo álbum, que mantém intacta aquela fúria presente no disco anterior, com um acréscimo ainda maior de peso e técnica nas composições. Como se percebe já na cacetada de abertura, “From My Cold Dead Hands”, os destaques do álbum ficam para Nick Souza, filho de Zetro, um verdadeiro monstro das baquetas, se mostrando ainda mais preciso que no trabalho anterior; bem como para a dupla de guitarristas formada por Kosta V. e Justin Cole, duas máquinas de criarem riffs esmagadores e marcantes. Zetro também continua cantando muito, com suas linhas vocais características, e que tornam faixas já excelentes, como “Honor In the Rise and Fall”, “Superkillafragsadisticactsaresoatrocious” (sim, é isso mesmo!) e “Silence in the House of the Lord” ainda mais agressivas e interessantes. Sem dúvida, um disco que coloca o Hatriot no hall das grandes bandas de Thrash metal da atualidade. Vá com o pescoço preparado, pois o baque é forte!

IMPERATIVE MUSIC “VOLUME VI – THE UNDERGROUND REMAINS”

Independente

8

Por Pedro Humangous O trabalho das coletâneas, feitas há décadas no mundo todo, é árduo e louvável. Ajuda tanto os fãs a conhecerem novas bandas quanto as próprias bandas em termos de divulgação. O projeto Imperative Music, capitaneado por Gilson Rodrigues, é bastante interessante, agregando bandas de diversos estilos e países, sendo prensada no formato físico e com distribuição mundial por meio de parceria com vários selos importantes. A escolha das bandas aqui foi muito interessante, colocando muita coisa underground que eu nunca ouvi falar na vida (e acho que esse é o verdadeiro propósito das coletâneas, certo?). Gostei bastante 37


dos grupos Nocturne Moonrise (do Taiwan) que lembrou o Dark Moor na fase inicial, Desane (do Japão) com um Death Metal brutal e repleto de melodia e The Last Days Of Fall (Alemanha) que, apesar da gravação mediana, deixou sua marca com um instrumental bastante criativo. A compilação ainda conta com quatro bandas brasileiras, Mantris, Shadows Legacy, Still Living e Bad Snake, representando bem nosso país. Se você tem banda, entre em contato com a produção da Imperative Music, pois eles estão sempre à procura de novas bandas para integrar o cast das futuras coletâneas e afirmo: vale a pena estar nesse trabalho! Este já é o sexto volume e torço para que venham muitos outros mais, acompanharei de perto daqui pra frente! Atitude e iniciativa são a força motriz do Heavy Metal underground, fazendo a máquina se manter ligada e a todo vapor!

IMPERIOUS MALEVOLENCE “DOOMWITNESS” Rock Brigade Records

9

Por Pedro Humangous Eu já pirava com o som do Imperious Malevolence desde o dia em que ouvi “Where Demons Dwell”, disco de 2006. Muito tempo se passou, alguns membros do grupo saíram e outros entraram, estabilizando a formação com Alex W.A (baixo e vocal), Danmented (guitarras) e Antonio Death (bateria). O Death Metal do trio paranaense continua mortal, demoníaco e ainda mais técnico! Uma altíssima dose de brutalidade é adicionada a essa receita infernal, corrompendo sua mente e seus tímpanos sem qualquer sinal de piedade. A gravação está excelente, bem encorpada e evidenciando cada instrumento com extrema clareza. As guitarras estão super afiadas e cortantes, com um timbre mais seco, o baixo segue uma linha bem interessante e a incansável bateria tritura o que vier pela frente, sempre veloz e impressionante! “Doomwitness” vem para coroar a boa e nova fase que o grupo vive, apresentando um Death Metal coeso e de primeira linha, mostrando que o Brasil é um verdadeiro berço para o estilo, exportando grandes e talentosas bandas! A capa é um arregaço, insanamente linda – créditos para o artista Anderson L.A. do Natureza Morta. O peso aqui é absurdo e, ao final de onze faixas, impossível não ficar atordoado. É como descer de uma montanha russa já pedindo para repetir a descida novamente! Belíssimo trabalho do Imperious Malevolence, provando que nossas bandas não devem em nada para as gringas. Aliás, quem inventou essa coisa de categorizar as bandas por país? No fim das contas é tudo Metal e aqui se trata da melhor qualidade!

KAPPA CRUCIS “ROCKS” Independente

8

Por Augusto Hunter Rock N´Roll, clássico e classudo, esse é o som do pessoal do Kappa Crucis Band, formada em Apiaí/SP, a banda vem desde seu início mostrando um serviço incrível ao Heavy Rock. O disco foi gravado e mixado em Itapeva/SP, no Ger Som Estúdios, pelo Gerson S. 38


Carvalho, tendo a masterização feita por Jera Cravo, no Vertex C. Studios, no Canadá, mas, vamos partir para parte da música. Com um simples nome que diz basicamente tudo do disco, “Rocks” é isso aí, Heavy Rock de qualidade com guitarras muito bem compostas por G. Fischer, vocalista da banda, que é um ponto que quero deixar claro, pois é sensacional o trabalho de voz do disco; curti demais o jeito com que G. Fischer leva o som do Kappa Crucis a outro nível e seus parceiros F. Dória (Bateria), R. Tramontin (Baixo) e A. Stefanovitch (Teclados). O disco abre os trabalhos com a ótima “What Comes Down”, que tem uma pegada super boa de ouvir e o peso na guitarra é incrível. “Mecathronic”, “School Of Life”, maravilhosas e “Strange Soul”, “Between Day And Night”, são, para mim, os destaques desse maravilhoso disco de Heavy Rock que aconselho a todos procurarem ouvir e comprar, pois está valendo muito a pena ter esse material lindo.

LUSFERUS “BLACK SEEDS OV OBSCURE ARTS” Eternal Hatred Records

7

Por Leandro Fernandes A cada ano o Black Metal no Brasil vem crescendo de uma forma bastante original e forte. Temos grandes bandas que são conhecidas internacionalmente, devido ao talento de cada uma delas. Surgindo de forma bem crua e agressiva, o Lusferus nos traz um disco bom e nervoso. A banda nos mostra um Black Metal na linha “nórdica”, com bastante pegada, guitarras e bateria velozes com urros e berros sem exageros de Goehrnis (Vocais), que por sinal consegue investir bem sua voz com muita versatilidade. Uma importante característica no quarteto são as variações instrumentais contidas em todas a músicas, buscando, ao mesmo tempo, não soar de maneira clichê. Faixas como “The Eye” que abre o disco e “Seasons Of The Suffering” mostram uma pegada bem soturna, com backing vocals guturais que deixam ainda mais macabras a cada segundo de audição. “Black Seeds Ov Obscure Arts” faixa que dá nome ao disco é uma excelente música, mostrando muita técnica dos membros e do vocal, que sabe muito bem usar a voz. O Lusferus trouxe um disco de bastante agrado ao fã do estilo, mostrando ser uma banda que terá um excelente futuro, podendo colocar seu nome entre as grandes do Brasil.

MADAME SAATAN “11 ANOS NA MISSÃO” Doutromundo

8.5

Por João Messias Jr. Quando vi o post que os paraenses da Madame Saatan estavam lançando trampo novo, fiquei feliz pra caramba. Afinal, ao lado do Zumbis do Espaço é um dos grupos que mais ouço atualmente e que me fizeram (e fazem) acreditar que esse tal de Rock and Roll possui sim renovação, mas que após a audição gerou um pouco de melancolia e tristeza. Mas vamos por partes. O novo trabalho, um EP que recebe o nome de “11 39


Anos na Missão”, apresenta músicas novas e versões acústicas que emblemam a carreira da banda que, desde seu início, nunca teve medo ou receio mesclar rock, metal e ritmos regionais. Começando pelas músicas novas, “Caos” que segue a linha mais pesada adotada no álbum “Peixe Homem”, de 2012, que se destaca pelos excelentes riffs e passagens que ficam entre o Hardcore e o Thrash, além das linhas agressivas de Sammliz, que pode ser considerada uma das vocalistas mais belas do metal nacional. Já “Estranhos” é numa linha voltada ao primeiro álbum que dá nome ao grupo, unindo no mesmo balaio peso, swing e vocais mais falados e sussurrados. Já as faixas acústicas, “Até o Fim” e “A Foice”, ambas do já citado “Peixe Homem”, apesar do formato “desplugado”, não perderam a intensidade e agressividade, até mantiveram a linha mais pesada, em especial a segunda. Tudo bem produzido e bem acabado, mas aí você me pergunta: por que você deu essa nota e onde está a melancolia e a tristeza? Além de ser um produto menor, veio junto ao “pacote” a notícia de que a vocalista Sammliz está se afastando temporariamente do grupo para a produção de seu primeiro álbum solo. O lance é torcer para que seja apenas um tempo. Para quem quiser conhecer toda a discografia da Madame, ela está disponível para download gratuito no site do grupo.

METACROSE “INTERROGATE” Independente

8.5

Por Christiano K.O.D.A. Tem banda que nasceu para a coisa mesmo... É o caso da paraibana Metacrose, responsável por massacrar ouvidos com um bom Death Metal com consideráveis toques de melodia. Desde 1998 na estrada, o grupo esbanja experiência, técnica e pegada em todas as dez grandiosas composições, e consegue mesclar com maestria trechos de puro caos com outros melancólicos e menos agressivos. Bem, entenda que “menos agressivos” ainda é extremo, ok? Como se já não bastasse tanta competência, o début conta ainda com grandes participações especiais: José Mojica Marins, o nosso Zé do Caixão – a única cantada em português e que leva o nome do artista, com o tempo exato de 6’66’’, propositalmente para indicar o 666’ –, Marcus Siepen (Blind Guardian), Nívea Maria (flauta) e Thomas Rodrigues (celo). A parte gráfica é assinada pelo renomado quadrinista Edi Guedes, que fez um trabalho visual espetacular! Aliás, vale até falar do release caprichadinho que veio junto com o CD. Ou seja, tudo aqui é alto nível e demonstra o quão profissional é o conjunto. Essa é a hora da Metacrose, que tem tudo para ser uma das grandes representantes do Death puxado para o melódico no país. “Interrogate” já está adicionado na lista de melhores de 2014 deste redator. Belíssimo material!

NECROMESIS “ECHOES OF A MEMORY” Independente

8.5

Por João Messias Jr. Quando aquela banda que você curte pra caramba tem uma ruptura, com alguns membros partindo para novos caminhos, o que você faz? Despreza o futuro ou acompanha os trampos de antigos e atuais membros? Uma situação difícil quando se trata de gosto, pois é algo muito pessoal e até passional. Mas algo que aprendemos 40


no decorrer da vida (e agregado aos cabelos brancos) é que todos merecem uma segunda chance. E foi o caso do grupo de Technical Death Netal, Necromesis. Após a saída do vocalista/baixista Victor Próspero, os remanescentes Gil Oliveira (bateria, Ayin) e Daniel Curtolo (guitarra e voz) recrutaram o baixista Gustavo Marabiza e a vocalista Mayara Puertas e juntos lançaram há pouco tempo o primeiro trabalho dessa volta, o EP “Echoes of a Memory”. A resenha começa pela capa, que sintetiza bem esse sentimento. A arte, feita por Lauro Nightrealm, mostra um caminho e uma pessoa sentada imaginando que direção seguir, algo que deve ter passado pela mente dos caras em algum momento. Musicalmente, a banda continua com a mesma linha de som, só que com alguns arranjos mais progressivos e vocais mais ríspidos, que casaram com a proposta do grupo. O “disquinho” possui três faixas: “Memories”, “Indifferent Echoes of Sensitivity” e “The Life Is Dead”. Como a primeira é uma introdução, vamos às seguintes. A segunda é bem trabalhada e ganha força com os vocais que são inspirados numa linha mais crua, como Belphegor. Mas “The Life is Dead” é o destaque, além de ter sido apresentada nos shows antes do seu lançamento, a canção conquista por seus andamentos mais lentos (Gorefest) e o contraponto das vozes, que encerram de forma positiva o primeiro trabalho de retorno do hoje quarteto. Se vão conquistar os antigos fãs ou se apenas angariará novos é algo que o futuro vai dizer. Não apenas no caso do Necromesis, mas de todos os grupos que passam por esse processo de mudança, um conselho aos fãs: ouçam para emitirem seus julgamentos. Os remanescentes e antigos membros agradecerão com toda certeza

NOCTEM “EXILIUM” Art Gates Records

8.5

Por Pedro Humangous Um dos nomes que mais cresce no underground europeu, a banda espanhola Noctem vem dando passos firmes rumo ao reconhecimento mundial. Tive o prazer de resenhar seu álbum anterior, o “Oblivion” (lançado em 2011) e acompanhalos desde então. É notória sua constante evolução ao longo dos anos, impactando em sua sonoridade e no aspecto visual, deixando tudo mais completo, maduro e profissional. “Exilium” vem para coroar a melhor fase do grupo, esbanjando técnica em suas composições. O novo trabalho está bastante coeso e bem estruturado, fluindo com muita naturalidade. As músicas estão mais atmosféricas, com uma ambientação bem obscura, riffs e bateria velozes e um vocal brutalmente maléfico. O som é calcado no Blackened Death Metal, ou seja, a base é o Death Metal, mas é o Black quem dita a direção. A mistura entre os estilos está bastante homogênea, sendo impossível distinguir um do outro (o que achei bem legal), como na faixa “Tiamat’s Crown”, por exemplo. Há ainda uma dose extra de melodia em algumas passagens e solos, lhes rendendo pontos extras na audição. Destaco ainda as interessantes “The Rising Horns” e “Halo Of Repugnance”, ambas épicas. “Eidolon” (uma mistura entre Dimmu Borgir e Behemoth), que também ganhou um videoclipe, merece uma audição atenta, sendo uma das melhores. A arte da capa e todo o encarte são muito bem feitos, criando um clima macabro que acompanha as dez músicas desse disco. Assim como seus ancestrais, a banda Noctem se joga ao mar em busca da conquista de novos territórios e “Exilium” é mais um passo rumo ao reconhecimento merecido.

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PROPHAJNT “A NEW BEGINNING” Independente

9

Por Leandro Fernandes Formada em 2007 na cidade de Porto Alegre, o Prophajnt surge com seu primeiro EP chamado “A New Beginning”. Com sete músicas bastante interessantes, seu estilo se varia em um Hard Rock oitentista, passando de forma bem evidente ao Heavy Metal. Tendo como integrantes Gustavo Refosco (baixo e backing vocals), Rodrigo Marques (bateria), Marcio Ritter (guitarra, violão e teclados) e Veronica Pasqualin (vocal), notamos muito profissionalismo e criatividade em letras e melodias. Abrindo o EP com uma curta introdução, “Un Sentiment” que emenda a poderosa “Strong Enough” em um estilo Hard e com belas marcações e viradas de Rodrigo Marques (bateria), onde podemos notar também a bela voz de Verônica, executando um refrão muito marcante. “Face Your Truth” segue a mesma linha, mantendo a excelente performance de Rodrigo. Contando com uma grande evidência do baixo de Gustavo, com um belo “groove” fazendo a cozinha se tornar muito interessante ao longo da música. Com uma perfeita mudança com a entrada de Inner Mess, notamos uma pegada bem “Uriah Heep”, com belos sleps e teclados em evidência, remetendo-a à raiz do Hard Rock setentista. Com um belo início de violões e pureza na voz de Verônica, “Angel of Mine” surge ao estilo “acústico”, ganhando força ao longo de sua execução, mas seguindo a linha inicial proposta com um formato balada, sendo a mais trabalhada do disco. “Escape From The Fire” entra com um belo riff contagiante e com um refrão que fica na mente durante horas, tendo um grande destaque o ótimo trabalho na guitarra com um solo limpo e bem trabalhado. Encerrando com a faixa título “New Beginning”, a banda nos consegue passar um grande sentimento de dever cumprido, mostrando assim que sabem realmente fazer um disco recheado de boas músicas, com ótimas variações e sem soar de maneira cansativa e repetitiva.

SCROK “WELCOME TO TERROR” Eternal Hatred Records

8

Por Christiano K.O.D.A. Voltemos aos anos oitenta para apreciar o Thrash Metal clássico de outrora. É aquela coisa veloz e crua que os fãs do estilo adoram bater cabeça. Opa, mas “Welcome to Terror”, da brasileira Scrok, é um álbum recente, como assim? Pois então, esse pessoal do Piauí (atualmente) curtiu essa viagem pelo tempo e nos brindou com um petardo muito bem executado e cativante. Como ficou subentendido, trata-se de uma sonoridade extremamente tradicional e direta. Novidades passam longe daqui. Cada um com sua proposta, correto? Acima de tudo, o importante é que o resultado seja bom, e foi o caso aqui. O vocal de Valter Reis, que também atua como baixista, é meio gritado/esgoelado e lembra em diversos momentos Mille Petrozza na fase intermediária do Kreator, em que canta de forma agressiva, porém, inteligível. Mas devem-se dar os créditos aos três músicos: Félix Briano (bateria) e Juliano Sousa (guitarra), além do próprio Reis, mostram-se técnicos e sabem aproveitar bem seus potenciais. Estão aí os arranjos convincentes do disco para provar isso. Destaque absoluto para a empolgante “Kill the Tyrants”, uma

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pedrada muito bem construída. Como a banda ainda não é tão conhecida, vai um brevíssimo histórico: surgiu em 1993 e atuou até 2007. Retomou as atividades em 2011 e agora, ninguém segura esse pessoal, que lançou ao longo dos anos duas demos e um EP. Portanto, todo esse tempo de estrada explica tanta competência na hora de compor. O début é merecido e a qualidade das composições é muito boa. Fãs de Thrash, boa refeição!

SEVCIUC “SEVCIUC” Urca Records

7

Por Fernando Monteiro A banda carioca lançou seu primeiro álbum, que leva o nome da banda, após adquirir certo nome no mundo underground, e fazer isso em tão pouco tempo e apenas depois de um único EP é de se invejar. A banda acusa que suas influências beiram o AC/DC, Iron Maiden, Black Sabbath e outras; a prática, porém, é um pouco diferente e, no geral, esse álbum transita entre o Heavy Metal e o Power Metal. Possuem um instrumental ótimo e sabem o que fazem em todas as faixas. O vocalista e guitarrista Mario Sevciuc é um ótimo músico e supera seu trabalho anterior no Metalmorphose. Possui um ótimo timbre e uma técnica impecável. Infelizmente, sua abrangência vocal é usada de uma maneira incomum, o uso excessivo de falsetes altera demais as músicas e destacam uma falta de sincronia; isso se torna claro em “Envy”, “Romanian Vampire”, “Metal Knights”, “Rebel” e “Visigoths” onde ele utiliza focos graves e mais agudos de sua voz. Percebe-se que o uso mais grave combina melhor com o som da banda, trazendo mais harmonia e um arranjo melhor. Não é um álbum horrível, pelo contrário, ele mostra que os músicos são ótimos e só necessitam de um pouco mais de planejamento e melhoria. Com a lapidação certa podem ser uma grande referência nacional.

SOTURNUS “OF EVERYTHING THAT HURTS” Eternal Hatred Records

8.5

Por Pedro Humangous É apertar o botão de play que a batida do coração começa a diminuir, as luzes automaticamente caem e um clima melancólico se instala no ambiente. A banda paraibana Soturnus está de volta com um novo álbum, “Of Everything That Hurts”. Eu já acompanhava a banda desde o lançamento do seu début, o “When Flesh Becomes Spirit”, de 2007. Depois de algumas mudanças na formação, é possível notar claramente sua evolução, praticando um som bastante maduro, inspirado e honesto. A mistura de Paradise Lost e Novembers Doom deixa qualquer fã do estilo de cabelos arrepiados. “I Wish I Knew”, faixa que abre o disco, representa muito bem esse mix mencionado, trazendo uma enxurrada de melodia, vocais extremos e uma aura Doom de tirar o fôlego! “The Shame Within” mantém a pegada com mais uma maravilhosa e cativante composição – sem falar no belo solo de guitarra. É preciso ressaltar a qualidade de gravação e produção desse álbum, 43


que deixou tudo muito bem encaixado e com a sujeira que o lado Death do grupo propõe. O timbre das guitarras está primoroso, a bateria bem seca e orgânica, o baixo presente e audível, e os vocais insanamente perturbadores (tanto os limpos quanto os guturais). Destaque total para a faixa título, “Of Everything That Hurts”, misturando uma linda balada com toques de Black Metal. O disco inteiro segue de forma linear, surpreendendo o ouvinte a cada nova faixa. Fico muito feliz em saber que estão de volta e espero que continuem firmes, pois competência eles têm de sobra. A maravilhosa capa, feita pelo inconfundível Gustavo Sazes, deixou o trabalho ainda mais profissional. Ascendam suas velas meus amigos, pois o caminho é tenebroso e obscuro, porém, ao chegar ao seu destino verá que valeu cada momento da trilha deixada para trás.

SPREADING HATE “HATECOMMING” Eternal Hatred Records

8.5

Por Pedro Humangous E que venha o terror! Como um trem desgovernado, o Spreading Hate apresenta seu trabalho de estreia, o “Hatecomming”. Após o sucesso do belíssimo EP “Nightfall”, de 2009, a banda reúne suas forças para apresentar suas nove novas composições. Tudo aqui é calcado no Melodic Death Metal, com músicas de alta qualidade, poderosas e energéticas. Se no EP eles lembravam mais o Children Of Bodom, aqui estão mais para Amon Amarth (obviamente deixando a temática de lado) com um pouco de Arch Enemy e At The Gates. A gravação deixou tudo muito orgânico, mais seco e sem firulas. Gostei do balanço que encontraram, deixando tudo muito bem alinhado e audível, sem exageros. Os solos ganharam atenção especial e estão de tirar o fôlego – ouça, por exemplo, as faixas “Cold And Pale” e “Infection”. Os teclados, apesar de mais simples, funcionam muito bem dando mais dinamismo e melodia às composições. Legal que a capa foi feita pelo meu talentoso amigo Fernando Laruccia (Flama Design), prova de que a banda está atenta aos grandes artistas brasileiros. “Hatecomming” está moderno, coeso e diversificado. Cada música possui seu valor individual e juntas constroem um grande álbum. O Melodic Death Metal é um estilo em que poucas bandas nacionais ousam tocr, porém, as poucas que se arriscam o estão fazendo de forma excepcional! É de dar orgulho ver nossas bandas atingindo esse nível de maturidade, não devendo em absolutamente nada para as gringas. Vale cada centavo investido nesse disco, corra e adquira sua cópia antes que suma do mercado!

STAM1NA “SLK” Sakara Records

7.5

Por Fernando Monteiro Poucas vezes consigo colocar meus preconceitos de lado e escutar algo incomum, e menos vezes ainda sou surpreendido pela qualidade musical que encontrei com o último álbum da banda Stam1na. Apesar de não entender NADA de finlandês, posso 44


recomendar esse título com todas minhas forças. A combinação (também incomum) de Heavy, Thrash e Progressivo normalmente me instiga uma incerteza musical e até falta de identidade; porém, o que ouvi aqui foi exatamente o contrário. Riffs longos e um vocal forte e encorpado, a combinação de “Panzerfaust” (nome também de seu último single) com “Kuoliaaksi ruoskitut hevoset” é um bom remédio para começar o dia cuspindo balas. A cozinha tem um papel importantíssimo nessa primeira parte das faixas; possui uma ambientação enigmática em que o teclado consegue fazêlo se sentir num campo de batalha. Com desenvolvimento acelerado na segunda parte das faixas, vemos a influência de Thrash clara e direta. O vocal, nunca perdendo peso, consegue dramatizar de uma maneira não-melancólica, dá gosto de ouvir (apesar de, de novo, não entender nada); a guitarra alcança brevemente algo de Power Metal em algumas faixas, coisa breve, o que só adiciona peso às composições.

VINGADOR “DARK SIDE” Dark Sun Records

9.5

Por Leandro Fernandes O cenário carioca sempre nos trouxe grandes bandas como Azul Limão, Dorsal Atlântica e outras mais. Surgindo do mesmo território, o “Vingador” traz um belo Thrash oitentista, conhecido como “Darkside”. Na linha de Metallica em seus tempos áureos com pitadas de Slayer, notamos que os caras não estão para brincadeira e fazem um som e estilo enraizado nos primórdios “thrashers”. Com os vocais alinhados e instrumental agressivo, esse grande disco se inicia com a poderosa “Tolerance”, que mostra ótimos riffs e cozinha sincronizada, uma bela pancada inicial. Passando para “Hellstorm”, notamos um excelente trabalho de Leonardo Bento (bateria) – como esse cara toca. Como é típico do estilo, contamos com grandes refrãos bastante marcantes como nas músicas “Ashes of Fire” cadenciada com uma pegada mais básica e casual, sem perder o ritmo e a perfeição e “Cicle of Death” que nos leva diretamente a trabalhos clássicos do Slayer. Com pegadas mais brutais e vocais bastante agressivos, temos “Morrendo de Paz” que é cantada em português, mostrando mais um grande diferencial da banda e “Have no Fear” que é um verdadeiro tapa na cara! “Dead Nazi Poem” mostra algo mais coeso, começando com um belo dedilhado seguindo de um riff matador. Alexandre Cabral (voz e guitarra) mostra que realmente entende do assunto, um belo vocal. “Yellow Crew” e “Pestilence” encerram esse belo trabalho que merece um grande destaque na cena mundial do metal pesado e sem se esquecer de uma que já pode se considerar como um excelente clássico da banda “Darkness Is The Only Light... Suicide The Way”. Vingador está no caminho de se tornar uma das bandas de grande destaque em nosso país.

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Heavy Metal: O desafio dos 30 dias!

ESPECIAL

Por Pedro Humangous e Maicon Leite Durante o mês de abril, desafiamos vocês, leitores, a conhecerem trinta bandas novas, uma por dia, de diversos estilos e países. Durante este período, deixamos bem claro que se tratava apenas de um apanhado de indicações, sem o intuito de classificá-las como “as trinta melhores” ou algo do gênero. O Metal, em geral, tem nos revelado um grande número de bandas, então pegamos aquelas que surgiram no máximo há dez anos e organizamos uma lista bem diferenciada, mas cientes de que não agradaríamos a todos, que na verdade nem era nosso objetivo. Então, do som experimental e maluco do The Tony Danza Tapdance Extravaganza, passando pelo Heavy Metal “alemão feito na Suécia” do Blazon Stone, até chegar ao extremismo oitentista do Power Trip, viajamos por diversos países, por diversas culturas e nos deliciamos a fazer esta grande seleção, mostrando que ainda há muita lenha a queimar e muitos riffs a serem despejados em nossos tímpanos, já saturados em ouvir apenas Metallica e Iron Maiden. Desejamos a todos uma boa leitura e uma viagem incrível por esta vastidão metálica! CRISIX País: Espanha Descrição: Thrash Metal elevado à trigésima potência, com doses atômicas de energia e patadas extras de “cavalice”. Este é o Crisix, da Espanha. Se o país é mais conhecido por bandas como Tierra Santa e Mago de Öz, que cantam em sua língua nativa, o Crisix segue o contrário e surpreende com este Thrash arrepiante. Recentemente, o grupo liberou um polêmico cover para “Year Zero”, do Ghost, causando as mais diversas reações, como não poderia deixar de ser. É a nova geração garantindo a sobrevivência do estilo! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=uq8zQIP5sxY Contatos: https://www.facebook.com/CrisixUT GOROD País: França Descrição: A palavra desafio se aplica perfeitamente ao Gorod. Metal extremo sendo evado a outro patamar, esbanjando técnica e muita capacidade de surpreender com ideias totalmente inovadoras. Tech Death com bastante melodia e até Jazz! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=SuI_dszhV6U Contatos: https://www.facebook.com/GorodOfficial HAVOK País: EUA Descrição: São exatos dez anos de formação e três discos na bagagem, o suficiente para tornar o Havok uma das grandes bandas de Thrash Metal da atualidade. Provavelmente muitos de vocês já conhecem a banda por causa do clipe abaixo, que já possui quase 500 mil visualizações e chama a atenção pela tonalidade verde predominante. A agressividade, combinada com a extrema técnica de seus integrantes, deixará pescoços em frangalhos... Enquanto você lê este texto a banda estará em turnê pelo Brasil, então confira a agenda dos caras e curta ao vivo estas pérolas do Thrash Metal! Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=LpiTB9kbg8I Contatos: https://www.facebook.com/HavokOfficial 46


THE TONY DANZA TAPDANCE EXTRAVAGANZA País: EUA Descrição: Gosta de um som com praticamente “zero melodia”? É fã de Meshuggah e afins? Então precisa conhecer o The Tony Danza Tapdance Extravaganza. O nome é estranho, mas o som que praticam é insano e hipnótico! O grupo já lançou quatro discos, todos transitando entre o Deathcore e o Djent, porém sem nunca deixar sua identidade de lado. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=nbpZmN9wDNg Contatos: https://www.facebook.com/tonydanzatapdanceextravaganza BLAZON STONE País: Suécia Descrição: Todos sabem o quanto Rock ‘n’ Rolf é importante para o Power Metal alemão, influenciando não somente as bandas de seu país, mas centenas ao redor do mundo, como é o caso do Blazon Stone. Seguido uma linha totalmente diferente do que é feito na Suécia, o Blazon Stone nos brinda com o magnífico “Return to Port Royal”. Sendo assim, ao ouvir cada faixa deste petardo voltamos a uma época em que o Running Wild dominava todos os mares, com suas estórias fantásticas sobre piratas e outros temas épicos. Se for para copiar, que seja com classe! Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=WgkoUyJCHTI Contatos: https://www.facebook.com/pages/Rocka-Rollas/147501418672006 ILLUSION SUITE País: Noruega Descrição: Fazia tempo que uma banda nova de Prog não encantava dessa maneira. Assim como acontece com todos os estilos, o Prog Metal deu uma esfriada nos últimos anos, trazendo poucas novidades ou bandas com trabalhos realmente relevantes para o cenário mundial. O Illusion Suite vem da Noruega e apresenta um som calcado nos clássicos do estilo, porém com um ar de novidade. “The Iron Cemetery” (mixado e masterizado por Jens Borgren, que assinou os trabalhos de Opeth, Katatonia, Symphony X) é uma paulada na orelha, com uma interpretação magistral do vocalista Bill Makatowicz (que me lembrou bastante o brasileiro Alírio Neto - Khallice e Age Of Artemis). Vale a pena ouvir com atenção. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=0qaO79wh8fY Contatos: https://www.facebook.com/illusionsuite POWER TRIP País: EUA Descrição: De todas as bandas “retrô” de Crossover que lançaram materiais recentemente, o Power Trip encabeça a lista daquelas que você PRECISA ouvir. “Manifest Decimation” agradará em cheio os fãs de Thrash, Death, Crossover e Hardcore, em geral, englobando tais estilos com muita agressividade e velocidade. A sujeira disposta nas oito faixas não deixa dúvidas em relação à proposta da banda, em deixar o ouvinte atônito. Jogue Cro-Mags, Nuclear Assault, Sepultura e Discharge num liquidificar e ouça Power Trip sem parar. Aniquilador, uma viagem doida. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2hSJbqpDVDY Contatos: https://www.facebook.com/powertripTX

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ARSIONISTS GET ALL THE GIRLS País: EUA Descrição: Metal agressivo, experimental e técnico elevado à extrema potência! Esses americanos da Califórnia misturam de tudo um pouco em seu som, agradando pela raiz tradicional aliada a inovação frenética que trazem a cada novo segundo de música. Destaque para os teclados/sintetizadores sempre presentes de forma inteligente! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=pa6KGreoNAY Contatos: www.facebook.com/AGATG

SAVAGE MESSIAH País: Inglaterra Descrição: “The Fateful Dark” é o quarto e mais recente álbum desta grande banda oriunda de Londres, marcando uma nova fase desta grata “revelação”. Apostando num Heavy Metal com altíssimos níveis de Thrash, porém com uma pegada mais moderna e melódica, o Savage Messiah ganhará ainda mais notoriedade com este “The Fateful Dark”, onde cada faixa possui uma cara própria. Os bônus tracks também são um presente para quem curte Metal inglês: “Be Quick Or Be Dead” (Iron Maiden), “Lightning to the Nations” (Diamond Head) e “Killers” (Motörhead) em versões animalescas, prestando um tributo mais do que merecido aos seus conterrâneos. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qMLgbl7yU98 Contatos: https://www.facebook.com/SavageMessiahMetal SKULL FIST País: Canadá Descrição: O Canadá já presenteou o mundo com gigantes como Anvil, Slaughter, Piledriver, Exciter, Razor, Annihilator e, claro, Rush e Triumph. Mas, de uns anos para cá, começaram a aparecer novas bandas que seguem a tradição e mantém o Heavy Metal excitante, como nunca deveria ter deixado de ser. Ao lado do Cauldron, os malucos do Skull Fist, que já fizeram uma turnê marcante no Brasil, chegaram ao segundo álbum, “Chasing the Dream”, e sob o comando de Jackie Slaughter novamente impressionam pela pegada grudenta que executam suas músicas. Que voltem ao Brasil para mais loucuras! Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Z-c73O-bpMc&feature=kp Contatos: https://www.facebook.com/skullfisted LITVINTROLL País: Bielorússia Descrição: Folk Metal fortemente influenciado pelo Doom e um pouco de Prog. Cantado em sua língua natal, o som lembra uma mutação entre Paradise Lost, Rammstein e Turisas. Uma das revelações mais interessantes de 2013. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=TfuvA8gLEQ0 Contatos: https://www.facebook.com/Litvintroll ULTRA-VIOLENCE País: Itália Descrição: Depois do grande “retorno” do Thrash Metal há mais de dez anos, a fonte parece não ter secado e de todos os cantos aparecem novos maníacos dispostos a falar sobre guerras nucleares, cerveja, zumbis, política e outras atrocidades que acontecem no mundo, sob uma ótica mais divertida, digamos. “Privilege to Overcome” contém treze faixas que empolgam de imediato, sem chances de fugir do mosh. 48


E para garantir o selo de qualidade, Ed Repka, figurinha carimbada do estilo, novamente realizou um grande trabalho, fazendo de “Privilege…” um dos grandes discos de 2013, tornando o Ultra-Violence uma das grandes promessas do Thrash mundial. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=OIoM2T7Mcq4 Contatos: https://www.facebook.com/ultraviolencemetal MALISON ROGUE País: Suécia Descrição: Interessante quando bandas novas se juntam para compor um som de bandas antigas. Esse é o caso dos suecos do Malison Rogue. O álbum autointulado (produzido por Mats Levén, que tocou com Therion e Yngwie Malmsteen) te faz voltar no tempo, com uma sonoridade voltada para o Hard ’n’ Heavy do final dos anos 80 e início dos 90. A gravação é bem atual e as músicas muito bem compostas. Lembra bastante Queensryche e Edguy. Mas cuidado: as músicas grudam no cérebro com facilidade! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ULahJ5WnUPw Contatos: https://www.facebook.com/pages/Malison-Rogue/123159697708941 ATTIC País: Alemanha Descrição: Sabe aquele disco viciante, que nos faz colocar o CD no repeat (ou no “repeat” do player do PC…) várias e várias vezes? Pois é, os alemães tiveram a manha de fazer os fãs de King Diamond agradecer ao inferno a concepção de “The Invocation”, repleto de influências do mestre dinamarquês e melodias que fariam o Iron Maiden voltar a fazer músicas boas. O vocal de Meister Cagliostro pode parecer uma cópia do “Rei Diamante”, mas é notória sua habilidade em transformar isso em pontos a seu favor, injetando uma interpretação digna de respeito e admiração. “The Headless Horseman” é o ponto alto de tal obra, com linhas de guitarra maravilhosas. Ouça no talo! Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=t4VExLtvTjA Contatos: https://www.facebook.com/atticfuneral WE ALL DIE (LAUGHING) País: Bélgica Descrição: Duas mentes perturbadas se unem para criar um metal obscuro, diversificado e instigante. A dupla Déhà (Maladie, Yhdarl, COAG) e Arno Strobl (Carnival In Coal, Maladaptive, Tridus Elasticus, KrOaK, Blowdead) convida o ouvinte para uma viagem sonora que transita pelos mais diversos estilos dentro do Heavy Metal. Vídeo: http://youtu.be/EgdfZVFDduk Contatos: www.facebook.com/wealldielaughing TERRA TENEBROSA País: Suécia Descrição: Cuidado. Ao ouvir Terra Tenebrosa pela primeira vez, uma sensação de desconforto e estranheza tomará conta do ar, e se o ambiente for escuro, a lugubridade doentia de “The Purging” tornará sua vida um tanto quanto miserável. Definir a sonoridade do Terra Tenebrosa em apenas um estilo é uma tarefa impossível, portanto cabe ao leitor a tarefa árdua de tentar decifrar o que esta misteriosa banda se propôs a fazer. De qualquer forma, a experiência é única e, com o perdão do trocadilho, tenebrosa. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=QpGS2K0huxQ Contatos: https://www.facebook.com/terratenebrosaofficial

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PROMETHEE País: Suíça Descrição: Para quem acha que a Suíça só produz bons chocolates e canivetes, eles também possuem ótimas bandas, como é o caso do Promethee. Um som moderno, com afinação baixa e aquela aura do Post-Harcore latente poderá surpreendê-lo! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=q58hSsXgs_Y Contatos: www.facebook.com/prometheemusic ENTRAILS País: Suécia Descrição: Se não fosse aquele som de guitarra criado a partir do pedal Boss HM-2 Heavy Metal, talvez hoje não estivéssemos ouvindo “Raging Death”, último lançamento destes novos representantes da cena sueca. Ouvindo com atenção, notaremos que há elementos influenciadores vindos do Dismember, Entombed, Grave, Repugnant e diversos outros grandes baluartes do gênero em questão, mas há elementos pessoais que, aos poucos, tornam sua sonoridade única. Audição obrigatória. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YeurxdwV25o Contatos: https://www.facebook.com/Entrails666

IKKADIAN País: EUA Descrição: Para fãs de Death Metal com pitadas de Black, o Ikkadian é um prato cheio. Mistura a agressividade do Metal Extremo com toques de música oriental, além de uma técnica absurda. Aproveite, pois o disco está disponível para download gratuito. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=xJ3WneaXJIA Contatos: www.facebook.com/Ikkadian

DUST BOLT País: Alemanha Descrição: A fórmula para a criação de um disco de Thrash pode parecer simples, mas fazer com que o ouvinte fique com vontade de sair correndo para o mosh, são poucos que conseguem. Este é o caso do Dust Bolt, formado em 2006, e com dois ótimos discos no mercado, “Violent Demolition” (2012) e “Awake the Riot” (2014), ambos com músicas empolgantes e um ótimo convite ao recebimento de hematomas. Deste último lançamento destaca-se o cover para “Future Shock”, da lendária banda californiana Evil Dead. Matador! Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2_Qkw9QNRPk Contatos: https://www.facebook.com/dustbolt MYRATH País: Tunísia Descrição: Depois da aparição massiva do Orphaned Land no cenário mundial, outras bandas do oriente médio começaram a ganhar mais destaque dentro do Heavy Metal. E vamos dar o braço a torcer, os caras sabem mesmo fazer um som de qualidade. Conheça o Myrath, conhecido pela Internet como o “Kamelot das arábias”! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=IMvqMHST2Is Contatos: https://www.facebook.com/myrathband

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VALIENT THORR País: EUA Descrição: Rock ‘n’ Roll em doses animalescas, com bom humor e sarcasmo na medida certa fazem do Valient Thorr uma das bandas mais legais para se assistir ao vivo e, além disso, seus videoclipes transbordam cenas hilárias, protagonizadas pelo folclórico vocalista Valient Himself. Formada em 2000 (portanto uma exceção à nossa regra), o Valient Thorr agradará a fãs de qualquer estilo dentro do Rock/ Metal, devido ao seu alto teor de energia contida em suas músicas. Para animar festas regadas a muita cerveja! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Ns32w6Pd46A Contatos: https://www.facebook.com/valientthorr ASCARIASIS País: Canadá Descrição: Ainda estou um pouco atordoado para descrever o som dessa banda. O lance aqui é extremamente brutal, agressivo, afinação baixa, vocais cavernosos e uma ambientação animal de tirar o fôlego. Guitarras absurdamente lindas contrastam de forma impensável pelo restante do instrumental e vozes. Acredite, um disco incrível desses está disponível gratuitamente. Corra atrás urgentemente! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=nLvmDcrx4Lc Contatos: https://www.facebook.com/ascariasis SATAN’S WRATH País: Grécia Descrição: Satanás já tem seu disco de cabeceira. A trilha sonora para a perdição é na verdade um Black Metal com inúmeras referências ao Heavy tradicional, sobretudo em seus riffs e na roupagem abordada pelas melodias de guitarra. Entretanto, a temática satânica e os vocais doentios de Tas garantem a fórmula correta para atingir a perfeição. A sonoridade “orgânica” da cozinha também merece destaque, soando com aquela pegada natural, ao contrário das diversas abordagens “plásticas” que ouvimos por aí (Fenriz mandou um abraço!). Alternando momentos velozes em meio a andamentos mais cadenciados, “Aeons of Satan’s Reign” é perfeito do início ao fim. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=vEUNX2GyBes Contatos: https://www.facebook.com/666SATANSWRATH666 NOCTUM País: Suécia Descrição: “Opus Eponymous Part II”? Ao ouvir “Final Sacrifice”, segundo disco do Noctum, notaremos uma “leve” semelhança com o début do Ghost, ou seja, é um Heavy clássico, com riffs simples e muita melodia, mas grudento ao extremo. Os caras tiveram a manha de seguir exatamente o que seus conterrâneos criaram e ainda que seja bem parecido, garante ótimos momentos, principalmente com a atuação do vocalista David Indelöf, que também divide as guitarras com Daniel Johansson. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T09VvKLZ-MY Contatos: https://www.facebook.com/Noctumofficial

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ONE MORE VICTIM País: Rússia Descrição: Estilo amado por tantos e odiado por outros. O Deathcore ainda é um dos estilos que mais ganha notoriedade atualmente e as bandas brotam feito erva daninha. Algumas dão bons frutos como é o caso da excelente One More Victim, com um som absurdo de agressivo, repleto de “breakdowns”. Não se esqueça de alongar o pescoço antes de dar o play. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=OGplq_HoVlg Contatos: https://www.facebook.com/onemorevictim BLACK MAGIC País: Noruega Descrição: Algumas bandas te fisgam de tal forma que se desvencilhar de audições diárias é quase impossível, vide “Wizard’s Spell”, début de mais uma banda “descoberta” por Fenriz (Darkthrone) em seu “Band of The Week”. A grande jogada do Black Magic é moldar sua sonoridade em torno do “Show no Mercy” (Slayer), adicionando toques de Iron Maiden (fase inicial), Mercyful Fate e Celtic Frost, num caldeirão incandescente de Metal oitentista. Obviamente existem destaques, sendo eles: “Rite of the Wizard”, “Voodoo Curse”, “Death Militia” e a fenomenal “Thunder”. Precisaríamos de muitos caracteres para TENTAR descrever esta última música, já que ela funciona como uma máquina do tempo, mais precisamente na primeira metade da década de 80, num misto de Slayer e Iron Maiden de deixar o cara emocionado. Até os teclados toscos estão presentes! Diversão infinita e garantida da primeira à última nota. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4I2QReq_MtI Contatos: https://www.facebook.com/blackmagicnorway LORD DYING País: EUA Descrição: Ah o Stoner/Slugde… Já nos deixa entorpecidos só de pensar no som. E a sensação ao ouvir o Lord Dying é essa mesmo, confusão metal, dormência e palpitações. Com apenas três anos de existência, dois discos e um EP lançados, esses americanos têm uma carreira promissora! É dar o play e boa viagem! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=wM2ofnC1r9E Contatos: https://www.facebook.com/LordDying RANGER País: Finlândia Descrição: Speed Metal finlandês com cara de alemão. Quem ouviu as cinco faixas do EP “Knights of Darkness” automaticamente pensará no disco “Hellish Crossfire” do Iron Angel, e olha que já se passam mais de duas décadas que o disco dos alemães foi lançado… As influências do Ranger transitam basicamente pelo território germânico, com músicas rápidas e energéticas, priorizando a velocidade, mas com muito peso, criando uma massa sonora densa e empolgante. Agora, se você ouvir “Ranger”, “Touch of Death”, “Steel Dawn”, “Supreme Evil” e “Knights of Darkness” e não acompanhar o andamento das músicas balançando a cabeça e tomando uma cerveja, sinto muito, o Ranger não é para você. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=wq2l4nfmvAs Contatos: https://www.facebook.com/rangerheavymetal

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BAD SALAD País: Brasil Descrição: Uma das melhores bandas brasileiras de Prog, um som impecável, muito bem trabalhado e extremamente cativante. Uma mistura perfeita entre Symphony X e Dream Theater! Seu mais recente trabalho, o disco “Uncivilized” é uma obra-prima, altamente indicado! Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=AYA6ZjjI0ng Contatos: https://www.facebook.com/BadSalad

SOMOS TODOS ABBATH


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Show: Hypocrisy Local: Teatro Odisseia – Lapa / RJ Horário: 20h Dia: 22/4/2014 Por Augusto Hunter Fotos: Daniel Croce

Terça feira entre feriados no Rio de Janeiro e temos um encontro especial: os suecos do Hypocrisy aportam no Rio de Janeiro pela primeira vez, na “End Of Disclosure Tour 2014”, e o saldo não poderia ter sido melhor. Um mega evento em um dia sensacional, pois poderíamos descansar tranquilamente depois de Peter Tagtgreen e turma nos darem um mega show e foi exatamente assim que aconteceu. Chegando ao Teatro Odisseia, vi o público chegando em peso para a apresentação da banda, que no Rio contou com a abertura do competente quarteto de Death Metal Chileno Refuse. Jaime Veron e seus companheiros fizeram um show enérgico e cheio de peso, com riffs intrínsecos e muito bem executados pela banda. Velocidade e peso são regra dentro do Refuse e assim eles fizeram uma bela apresentação e podemos dizer que eles prepararam muito bem aqueles que escolheram entrar e ver o show deles. Ao acabar o Refuse, uma fila ainda maior se formou do lado de fora da casa, pessoas chegando ainda para ver o Hypocrisy e outros que prefeririam entrar somente para a banda principal da noite, que um tempo depois da saída do Refuse de palco fez sua entrada magistralmente com a música “End Of Disclosure” e logo depois a “Tales Of Thy Spineless” (que ganhou clipe), ambas do novo disco. Com o público quente, veio uma chuva de clássicos, com músicas como “Killing Art”, “Elastic Inverted Visions” (um dos hinos do Death Metal, em minha opinião), “Roswell 47”. Uma das partes do show que o pessoal perdeu a linha foi no medley Old School que Peter sempre leva, composto por “Pleasure Of Molestation – Osculum Obscenum – Penetralia”, a galera veio abaixo com essas pedradas. A banda estava perfeita, com execuções mais que corretas, como um trigger, eles não erraram um tempo sequer e isso vale para incrível bateria de Horgh (Immortal), é incrível ver a facilidade com que ele toca em seu instrumento, brutal e preciso. Horgh e Michael Hedlund fazem uma cozinha sonora lotada de graves muito bons, deixando muito mais fácil o trabalho de Tomas e Peter. O som da casa no dia estava perfeito, ouvia-se tudo de qualquer ponto do Odisseia. Para fechar a noite, “Adjusting The Sun”, que Peter pede o berro do pessoal e depois ele mesmo diz ser a “vez dele berrar pra gente” foi sensacional e a já clássica “Eraser” fechou maravilhosamente bem a apresentação dos suecos por aqui, que com certeza deixou aquele gosto de quero mais em todos.


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Show: Obituary Local: Teatro Odisseia – Lapa / RJ Horário: 21h Dia: 24/4/2014 Por Augusto Hunter Fotos: Daniel Croce Depois de um tremendo feriadão, o primeiro dia de trabalho seria concluído com a apresentação de ninguém mais, ninguém menos que um dos pioneiros do Death Metal, um dos pais dessa vertente do Heavy Metal. Pela primeira vez em Terras Cariocas, o Obituary se apresentaria por aqui, graças a Blog N´Roll Produções, teríamos o que se pode falar de sucesso. Casa cheia, som impecável, público receptivo e quente, tudo perfeito. Mesmo com toda a chuva que insistia em castigar o Rio de Janeiro, o público compareceu em peso ao Teatro Odisseia para a apresentação de John Tardy e companhia, todos foram mordidos pelo surto consumista e, desde a hora que cheguei à casa até o momento do início do show, vi muitos comprando material de divulgação da banda; eu mesmo garanti a minha blusa da “Classic Tour” que está linda! Bem, depois de um atraso irrisório, causado pela chegada tardia de muitos por conta da chuva, Donald Tardy, Trevor Peres, Terry Butler e Kenny Andrews subiram ao palco e começou a aula de Death Metal. Depois da clássica introdução, veio o frontman John Tardy, que permanece com uma voz incrível e de extensão assustadora, é realmente impressionante como ele consegue sustentar todos os berros e ainda agitar como nunca. Em todo o momento vi a banda muito feliz em palco, Donald Tardy sempre se levantando de seu kit de bateria e em contato com o público, Trevor Peres e Kenny Andrews brincando a todo o momento, Terry Butler também muito simpático e agitando com sua “Metralhadora” de quatro cordas empunhada. Clássicos como “Find The Arise”, “Turned Inside Out”, “Chopped In Half”, “Internal Bleeding” fizeram parte do set, definido quando eles se juntavam perto de Donald, conversavam um pouco e dali saiam com a próxima música decidida. Em um desses momentos eles resolveram tocar uma faixa do disco que ainda será lançado, possivelmente em julho desse ano. Eles não deram o nome da música, mas ela está com uma pressão, riffs cavalares e uma bateria precisa, como Donald sempre faz. Mais clássicos choveram durante a apresentação da banda e o clássico Mosh Pit continuava comendo, muito belo de se ver. Para encerrar a apresentação, uma das mais amadas do público do Obituary, “Slowly We Rot”, clássico do álbum début dessa incrível banda, que ao lado do Death, Deicide e outros formou o Death Metal, noite incrível para todos.

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LIVE SHIT

Show: Warrel Dane Local: Teatro Odisseia – Lapa / RJ Horário: 20h Dia: 10/4/2014 Por Augusto Hunter. Fotos: Daniel Croce

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Mais uma quinta feira com shows no Rio de Janeiro e agora posso falar: com certeza, o Teatro Odisseia se estabeleceu como uma casa de shows undergrounds. Nesse ano, o que temos de eventos undergrounds acontecendo no Rio, cerca de 90% deles estão escolhendo essa incrível e acolhedora casa como o local de seus eventos e a vinda de Warrel Dane não foi diferente. A Blog N´Roll Produções escolheu bem como começar o ano de produção de eventos nesse ano e abriu a sua agenda com o showzaço desse cara que foi o vocalista de uma das bandas mais elogiadas em seus anos de existência e, infelizmente, encerrou seus trabalhos em 2010. O vocalista Warrel Dane veio sozinho para uma turnê cantando clássicos do Nevermore, Sanctuary e músicas de sua carreira solo, que até dado momento tem lançado somente o “Praises To The War Machine”. Então, para acompanhá-lo nos shows, uma super banda com experientes músicos brasileiros foi composta por Marcus Dotta (Skin Culture – Bateria), Johnny Moraes (Guitarra - Hevilan), Thiago Oliveira (Guitarra - Seventh Seal) e Fabio Carito(Baixo – Shadowside), depois de três dias de ensaios a banda veio para o Rio de Janeiro para o inacreditável show que, para mim, foi lendário. Para começar a apresentação, “Narcosynthesis”, clássica música do disco “Dead Heart In A Dead World” do Nevermore, mostrando que a banda estava redondinha e não errava e, em contrapartida, esse que vos escreve já entrava em prantos incontroláveis por estar vendo tal apresentação. Não tem como não citar músicas como “Next In Line”, “Inside Four Walls”, “Seven Tongues Of God”, Enemies Of Reality”, “The River Dragon Has Come”, essas do Nevermore, mas ainda vimos clássicos do Sanctuary, como a linda “Future Tense”, “Battle Angels”, a nunca tocada antes “Epitaph”, “Taste Revenge”e, de sua carreira solo, Warrel e seus companheiros escolheram “When We Pray”, que para todos naquela noite foi uma bela escolha e um momento único no evento. Ele anunciou que a próxima música ele escreveu para o irmão que tinha falecido de câncer e ele, infelizmente, nunca tinha tido a chance de falar EU TE AMO ao irmão. Lá fomos com “Brother” e, se já estava chorando desde o início, imaginem depois dessa. Nesse momento, todo o público foi junto com o Warrel Dane que cantava e chorava durante a música e ao finalizá-la, ele começou a se preparar para anunciar a próxima música. Foi quando eu tive um incomum surto de emoção e comecei a falar um bando de coisas com o Warrel Dane, que parou a banda e o show para prestar atenção no que falava para eles. O que foi dito, não me perguntem, pois realmente não me lembro, o que posso dizer é que Warrel Dane, com sua incrível simpatia, veio até mim, agradeceu cada palavra ali dita e me beijou a mão. Bem, se isso aconteceu, com certeza falei algo que a ele agradou. Tivemos somente um problema técnico com o som, no início do show, com uma das guitarras, mas nada que tivesse tirado o brilho daquela noite inacreditável. Uma noite que vai ser inesquecível para muitos que ali estavam, isso eu posso falar, especial em todos os detalhes e acontecimentos. Agora é agradecer e esperar que ele volte logo.


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50º STORM FESTIVAL - DEICIDE Largo Rui Porto – São Leopoldo/RS 24 de maio de 2014 Por Maicon Leite Fotos: Henrique Borges Chegando a histórica marca de 50 edições, o Storm Festival teve início na própria cidade de São Leopoldo em 2006, com algumas passagens por cidades da região até chegar à Embaixada do Rock em 2007, fixando-se assim como um dos maiores festivais dedicados ao Metal extremo no Rio Grande do Sul. Ao longo destes anos várias bandas já passaram pela cidade, dos mais variados Estados brasileiros, e por mais que existam os tradicionais altos e baixos na cena, o evento manteve-se constante e sempre apoiando o underground nacional. E para comemorar esta importante data, foi anunciada a vinda da lenda americana de Death Metal Deicide, que em sua primeira visita ao Estado tornou a gélida noite do sábado, numa celebração infernal. Juntos aos numerosos fãs que os aguardavam há tanto tempo e que se mostraram dignos da empreitada levada a cabo pela Makbo Produções, estavam as bandas Exterminate e Bloodwork, dando trabalho a Glen Benton & Cia, executando sets pequenos, mas de grande impacto. O Exterminate, formado a partir do Mental Horror, hoje é composto por Adriano Martini (vocal/guitarra), Rafael Lavandoski (guitarra), Marcelo Feijó (baixo) e Sandro Moreira (bateria, ex-Rebaelliun), ratificando a tradição gaúcha em praticar Death Metal. O set list, composto de Obseve the Martyr (da Mental Horror), Ascencion e das novas Legacy e Doom, deram um exemplo de como criar uma sonoridade realmente relevante e absurdamente extrema, um verdadeiro workshop de Death Metal. E diferentemente do que ocorre em eventos de algumas produtoras, som e luz estavam impecáveis, mostrando sinal de respeito com todas as bandas e público, que pagaram para assistir algo de qualidade. Em seguida o Bloodwork tratou de castigar os tímpanos com muita podreira, abusando de um som pesado, técnico e horrivelmente (no bom sentido) extremo, uma verdadeira festança Death/Splatter que rendeu inclusive uma homenagem a Emmanuelle, eterna musa de quem assistia o Cine Privé. A intro sanguinária já deu uma ideia do que viria a seguir, com Defecating Broken Glass abrindo o show de forma fantástica. Seguindo o mesmo exemplo do Exterminate, o Bloodwork também possui em suas fileiras ex-membros de extintas bandas da região, como Empire of Darkness, Unmaker e Das Reich. Fabiano Werle (vocal), Rafael Lubini e Deleon Vith (guitarras), Henrique Joner (baixo) e Felipe Nienow (bateria) despejaram toneladas de podridão até fechar com o ovacionado cover de Fall From Grace, do Morbid Angel. Quebrando o protocolo e iniciando o show pouco antes do previsto, o show do Deicide foi precedido pelo pronunciamento da produção, que agradeceu ao público pela presença (muitos vieram de longe para conferir o evento) e a prefeitura local, por ceder o espaço para este dia histórico para a cidade. Uma coisa é óbvia: quanto mais o público comparecer, maiores as chances de shows de este


porte acontecer e terem apoio dos órgãos públicos. “Vamos prestigiar”, como diria um amigo meu. E o massacre teve início com Glen Benton surgindo no palco em meio aos agradecimentos, causando delírio geral e já disparando uma faixa recente, Homage to Satan. A verdadeira saraivada de riffs e solos proferidos pelo lendário Jack Owen (exCannibal Corpse) e Quevin Quiron, este último vestindo um moletom do Ghost, pareceu tão natural como se eles estivessem executando uma tarefa comum. Intercalando clássicos com músicas recentes, Dead By Dawn, do primeiro disco, soou como um aviso: “eles realmente estão entre nós”. Aos poucos as rodas iam se formando, principalmente em Once Upon the Cross, clássico do disco homônimo aqui, tocada para um público enlouquecido. Scars of the Crucifix, In the Minds of Evil e Thou Begone mantiveram todos com os olhares fixos no palco, emendando com uma trinca de respeito: When Satan Rules The World, Serpents of the Light e Children of the Underworld, o que pra muitos, se o show acabasse ali mesmo, já seria o suficiente. Enquanto grande parte do público preferia prestar atenção no palco, em especial na figura blasfema de Glen Benton, que urrava olhando pra cima (certamente dedicando cada frase ao principal personagem de suas letras) e na pegada precisa de Steve Asheim, os mais afoitos aproveitavam a porradaria de Conviction, Dead But Dreaming, Trifixion, End of Wrath, Beyond Salvation, Misery of One, Kill the Christians (emblemática, entoada a plenos pulmões), Sacrificial Suicide e Godkill, que finalizou o set de maneira soberba. Após o término do show, as bandas Exterminate e Bloodwork foram pra Embaixada do Rock fazer uma jam com outros músicos, finalizando com chave de ouro (e muita cerveja) esta fantásticas noite que entrou pra história do Metal gaúcho e não sairá tão cedo do pensamento dos headbangers.


UPCOMING STORM

VERMIS MORTEM Por Augusto Hunter O Nordeste brasileiro tem cada vez mais se mostrado um celeiro de grandes bandas do cenário Metal dentro do país, tendo bandas já incríveis, como Mystifier, Headhunter D.C, Obskure, Facada e muitas outras. Temos aqui mais uma promessa de qualidade no cenário do Metal Negro do Brasil. O Vermis Mortis é uma bela banda de Black Metal, de Salvador. A demo “Evil Never Dies”, composta por cinco incríveis canções mostram o quanto esse pessoal tem chance de se dar bem no cenário nacional, com qualidade e muito peso. O duo composto por Marcelo The Evil One e Thanatos destila qualidade em suas músicas. Entrem em contato com os caras e os levem para sua cidade, pois merecem. Contato: https://www.facebook.com/vermis.morte

STEPSOFSILENCE Por Augusto Hunter Os paulistanos do Steps Of Silence têm uma sonoridade incrível, eles fazem um som bem calcado em bandas que tiveram o seu auge nos idos do início do ano 2000, bandas como Lefay, o próprio Nevermore começou caminhando assim e, se a banda continuar nesse caminho, tenho certeza que o futuro deles será brilhante. A demo “Hematomania” é um belo exemplo disso, pois as duas músicas dessa são incríveis, fica a dica de audição. Contato: https://www.facebook.com/Stepsofsilence

FLAGRVM Por Augusto Huter Os maranhenses do Flagrvm fazem um Death Metal nervoso e muito do bom, a demo deles é incrível e mesmo eles seguindo o clássico padrão de composição do estilo, a banda tem muita qualidade e os caras fizeram bonito. Gravado no Sadat Studio, a demo é um material de qualidade inquestionável, pois vemos que os caras deram duro para conseguir lançá-la e acho que vale muito a pena todos conhecerem o som dos caras. Contato: Sadat Studios – (98)8805-3715

BAIXO CALÃO Por Yuri Azaghal Os Punks paraenses que formam o Baixo Calão são sensacionais, a banda tem uma energia incrível e o disco “Atmo Mediokra” é um petardo para quem curte Punk Rock/ Crust Core. Violento, vil, rápido e destruidor, o Baixo Calão não fica devendo para nenhum gringo nessa parada e mostra toda a força e raiva que o povo do Nordeste tem. Se você, assim como eu, curte um som assim, corre atrás do material dos caras, pois é muito bom. Contato: Leandro Porcko – leandropadilha_2005@hotmail.com

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RASCUNHO DO INFERNO

Vitor Rodrigues

Por Marina Costa

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