Edição Especial nº 1 Ano 1 [SAMARITANOS] Novembro de 2014
EDIÇÃO COMEMORATIVA DE ANIVERSÁRIO
2 anos
de história dedicados à fazer o bem
“Foi assim, com esse sorriso, que Kelly e outras tantas pessoas mudaram e mudam a vida de cada membro dos Samaritanos”
Sumário: Apresentação (Como surgiu?, Coordenadores, Redes Sociais) Espaço Solidário (Primeira Ação) Orfanato Lírio do Vale O papel e a importância do voluntariado Lar Bom Samaritano (Ação de Dia das Mães) Hospital Infantil Varela Santiago Centro de Reabilitação Infantil CRI (Grande ação de Natal) II Calourada do Bem Lar da Vozinha
O significado de ser Samaritanos? Cuscuzadas Beneficentes
F o t o d e c a p a : K e l l y, uma das 30 crianças e adolescentes amparadas pelo Lar Bom Jesus
Projeto Juntos pelo Bem Abrigo Santa Rita de Cássia (Ação de Páscoa) I Calourada do Bem Comunidade Lagoa da Onça (Primeira Grande Ação) Lar Espírita Alvorada Nova - LEAN
Novembro 2014 Editor Responsável: Heloísa Barbalho Fotografia: Capa - Camila Pessoa II Calourada do Bem Wellington Barbosa Reunião do grupo Heloísa Barbalho Demais matérias Arquivo Samaritanos
Lar Bom Jesus
Os textos e reportagens localizados nessa revista s ã o p ro p r i e d a d e d o s integrantes do grupo.
Dois anos de história...
Design das páginas: Heloísa Barbalho e freepik.com
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Como surgiu? A partir do Encontro de Jovens que acontece anualmente no Colégio Nossa Senhora das Neves, um grupo de amigos sentiu a necessidade de levar os sentimentos e ensinamentos vividos e aprendidos no encontro para mais pessoas. O grupo começou dia 5 de agosto de 2012, onde eles tiveram a primeira reunião e escolheram o nome: Samaritanos. Desde a primeira formação, muitos integraram o grupo e outros tantos colaboraram com as ações realizadas.
Coordenador�: Camila Pessoa, Flávio Davim e Izabella Costa (respectivamente na foto) coordenam atualmente o grupo, que tem, nessa formação, 16 integrantes. Eventualmente, em dias de arrecadações e ações, o grupo conta com a ajuda de colaboradores.
Red� Sociais 4 | Samaritanos
facebook.com/ SamaritanosNatal
instagram.com/ samaritanosnatal
O s i g n i f i c a d o de ser
Samaritanos? Sirleno Júnior Integrante do Samaritanos
Uma
vez próximo de uma ação daquelas, me perguntaram: “Sirleno, o que é o Samaritanos?” Parei, respirei, dei um sorrisinho e respondi: “é amor!”. A pessoa perguntou: “amor?”. E eu disse: “renúncia, dúvidas, incertezas, certezas, controle do ego, terapia...” Ela olhou espantada, mas continuei: “lá eu fiz amizades, lá eu já me desentendi, lá eu já chorei, já sorri, já ganhei, já perdi, e também aprendi!”. A pessoa me questionou: “vale a pena?”. E eu respondi: “sim!”. “Mas porquê?”, a pessoa perguntou. “Justamente por esta última palavra! Eu APRENDI! Aprendi que nada é mais gratificante do que fazer o bem ao próximo, ou levar comida pra quem não tem, levar carinho, afeto, Deus! Aprendi e passei a ter certeza do poder de jovens que querem mudar o mundo sem medir esforços, barreiras, consequências, em prol de um grupo ou da sociedade! Aprendi que tudo é um ciclo, e que foi por todos esses ensinamentos que pessoas que hoje não estão mais por algum motivo, mesmo sem saber, lutaram e fazem parte de tudo isso! Pessoas essas que só fizeram agregar ainda mais valor para nós,
e que tenho a certeza, conseguiram crescer também como seres humanos!”. A pessoa falou: “então vocês são santos?” (risos). Eu respondi: “Santos? Quem me dera ser santo! Esta é a minha tentativa de tentar apenas ser uma pessoa melhor, ou de tornar alguém melhor! O Samaritanos é a única chance real, além de minha fé em Deus que me faz enxergar que estou no caminho certo, pois é ajudando ao próximo que eu vejo que estou ME ajudando! É salvando uma vida que vejo que estou salvando a MIM MESMO, e é olhar pra trás um dia, e saber que meu ciclo encerrou, porém minha missão é pro resto da vida! UMA VEZ SAMARITANOS, SEMPRE SAMARITANOS”.
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“O grupo dava seu primeiro passo, literalmente, em ações. Alguns integrantes, um pouco mais experientes, já haviam participado de ações similares, mas a maioria, incluindo eu, nunca havia feito algo parecido, mas nada que diminuísse nossa vontade de ajudar e fazer aquela ação dar certo! Os preparativos giravam em torno da expectativa de como seria, se tudo que estávamos planejando iria acontecer, se aconteceria como estávamos imaginando... Ansiedade foi a palavra que me definiu naquela semana que antecedeu a ação. Domingo, dia da ação, lembro-me muito bem, todo mundo reunido cedo no posto, mas o mais incrível, não consegui ver falta de disposição em ninguém! A ação por ser a primeira do grupo, e minha primeira também, foi/é marcante por si só para mim. Uma manhã cheia de amor, alegria e reciprocidade, uma troca de experiências sem tamanho. E apesar de ser um lar para idosos, não faltou animação por parte de alguns, que o diga os meninos que passaram a manhã cantando e tocando. Algo que me faz rir até
hoje foi o bingo que organizamos, no qual nosso amigo Solon não pode apresentar por problemas de saúde e foi substituído pelo grande Rabelo, que interpretou Roberto Carlos, Silvio Santos... Um talento o menino! Até hoje carrego comigo o que aprendi e senti naquele dia. Foi nessa primeira ação que enxerguei o quão gratificante é poder ajudar, se doar, fazer o bem, simplesmente por fazer. Agradecer ao Espaço Solidário, que nos acolheu e confiou no trabalho de um grupo que ainda dava seus primeiros passos. Agradecer aos idosos, que nos receberam com tanto carinho, compartilharam conosco suas vidas, angústias, alegrias, saudades... Foi a melhor primeira ação da minha vida, linda, marcante e cheia de luz! Deus, desde então me mostra, através do Samaritanos, que vale a pena fazer o que fazemos, apesar de todas as barreiras e dificuldades!” Maria Clara Mayumi Integrante do Samaritanos
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CUSCU 13.09.13
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UZADA 09.05.14
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“Se fosse para resumir a ação do Juntos Pelo Bem em uma palavra, resumiria em consagração. Primeiramente pelo fato de que conseguimos unir vários grupos, várias crenças, várias formas de atuação, várias cabeças pensantes, vaidades, ideias, valores, contudo, em prol de um mesmo ideal. O de propagar o bem, de ajudar ao próximo, o de mostrar a esse mundo no qual vivemos que uma mudança é possível e que existem pessoas querendo mais harmonia e bem. Constata-se isso, quando vimos a massificação e a proporcionalidade na qual a ação, bem como, o projeto tomou, pois conseguimos ter acesso as redes sociais, aos principais veículos de comunicação social da nossa cidade, além das várias pessoas que se mobilizaram com a intenção do projeto e depositaram sua confiança em nós, derramando orações, bons pensamentos, incentivos e doações; doações de várias formas possíveis para que todo esse sonho de ver uma gama de sorrisos puros pela cidade do Natal, fosse concretizado. O Projeto tornouse especial, pelo simples fato de que todo dia, passamos a enxergar as várias dificuldades com outros olhos pelos inúmeros: “não” que recebíamos ao pedir doações ou até mesmo, pela simples tentativa de falar um
pouco sobre o projeto. Mas também era imensamente gratificante e recompensador quando vivenciávamos os repletos exemplos de bem e as atitudes dignas, de fé e com os mesmos ideais do que os pregamos no projeto. Penso que a maior dificuldade fomos nós que criamos, por existir o medo de não conseguir atender a tantas pessoas, tantas casas e tantas expectativas. Porém, com o dedo de Deus no centro e acima de tudo, foi tudo muito lindo. Lembrome da minha primeira ação pelo projeto, e lá conheci o inquieto, o danado e o terror (no bom sentido) do Lar Bom Jesus, chamado Rogemário. O menino não parava um minuto, mas dava pra perceber nos olhos dele todo o vislumbre com aquele dia e toda a felicidade em todas as suas atitudes e quanto a gente pode ser importante na vida deles, pelo o menos por um dia quando ele me diz: ‘Amanhã você volta pra brincar comigo, né tio?’ Então, que possamos estar em incessante tentativa de pregar ou agir de modo que ajudemos aos próximos só assim teremos um mundo melhor. Muita paz e harmonia para todos e um grande beijo.” Jorge Luis Lopes Colaborador do Samaritanos
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“Falar sobre a I Calourada do Bem é talvez como falar de um primeiro filho. No começo a gente não entende muito bem como as coisas funcionam, tem um medo enorme de errar, não sabemos se estamos levando as coisas pro caminho certo, mas sabemos que estamos dando o nosso melhor com muito amor. São manhãs cansativas, noites mal dormidas, mas a gente sabe... vai valer a pena. E então, quando a gente vê que todo o nosso amor começa a gerar frutos, a gente reconhece que tudo valeu a pena. E se eu posso resumir mais ainda como foi realizar a I Calourada do Bem, eu posso dizer: nos desafiou, mas nos aproximou ainda mais de Deus. Mas como se aproximar de Deus através de uma festa? “Todo esforço em fazer o bem será recompensado (...)”. E assim foi! A recompensa foi que tudo arrecadado na I Calourada do Bem foi multiplicado e resultou não só em cestas básicas, livros, roupas e tantas doações pelas quais somos tão gratos, mas no mais essencial de tudo: um dia incrivelmente feliz. E naquele dia tão feliz, podem ter certeza que teve um pouco de cada um
que comprou a senha para a festa, um pouco de Giullian Monte, Hayner Costa, Samba de Lei, Luan Carvalho, dos nossos patrocinadores tão importantes para a realização da festa, assim como um pouco dos nossos pais que compreenderam nossa ausências nos domingos e que sempre nos apoiaram nos nossos planos, independente do quão difícil e impossível eles parecessem. E nesse tópico das dificuldades, posso afirmar que apareceram muitas. Realmente não é nada fácil organizar uma festa! Mas se alguém me pedir para enumerálas, eu realmente não vou saber o que falar sobre. Depois que tudo passou e que já vimos os frutos maravilhosos que a Calourada gerou, eu só consigo falar que tudo valeu a pena. Tudo! Tanto que já tivemos a II Calourada do Bem e espero ainda presenciar tantas outras, pois enquanto o nosso esforço estiver sendo transformado em sorriso, eu continuarei afirmando: valeu muito a pena!” Larisse Melo Colaboradora do Samaritanos
A I Calourada do Bem aconteceu no CONACAN, em maio de 2013, no bairro de Candelária. Todo o dinheiro arrecadado foi revertido para a ação do grupo. 26 | Samaritanos
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“Lembro como se fosse ontem a manhã de domingo que partimos para Lagoa da Onça, localizado no município de Boa Saúde, no dia 4 de agosto de 2013, onde realizamos a nossa primeira Grande Ação. A vontade de montar uma ação maior, que desbravasse os limites de uma casa de apoio ou instituição carente, nasceu e cresceu ao ver nossos parceiros - principalmente o querido grupo Som do Bem – empreenderem essas grandes ações com tanto sucesso e carinho. Podemos comparar a sensação de “primeira vez” em uma Grande Ação como a de ter um filho: em poucos aspectos sabíamos os passos certos a seguir, algumas vezes tivemos medo de que não desse certo ou de que nosso esforço fosse insuficiente, mas no fim das contas tudo deu certo – e não há dúvidas de que só foi assim porque havia muito amor, dedicação e entrega de todos os envolvidos. Levamos palestrantes para sanar dúvidas da população acerca de assuntos das mais diversas áreas: educação sexual, higiene bucal, cultivo e aproveitamento de mantimentos, nutrição, diabetes e pressão arterial. Contudo, toda essa mobilização só foi possível porque tivemos parceiros que abraçaram a nossa causa, acreditaram em nosso trabalho voluntário e viram que podiam, também, fazer parte daquele momento tão especial. Houve, também, a
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distribuição de kits odontológicos – os quais fomos comprar na semana anterior e lembro perfeitamente de todo esforço empreendido, do bater perna, da pechincha, da procura... – e também de cestas básicas, arrecadadas maciçamente, o que se concretizou também com a ajuda de inúmeras pessoas que contribuíram sobremaneira para o sucesso da ação. Contudo, acima e mais importante do que toda assistência material oferecida, foi um dia em que a maior distribuição não foi de bens, mas sim de atenção e carinho. A população de Lagoa da Onça não era carente tão somente de recursos, mas primordialmente de alguém que tentasse ajudar, falar, ensinar, orientar, ouvir e aconselhar. E esse alguém fomos nós, o grupo Samaritanos, juntamente com seus colaboradores que compareceram em peso e mostraram que, sem dúvidas, a união faz a força: os nossos 20 e tantos membros não seriam capazes de, sozinhos, terem feito tanto por aquelas pessoas. Foi um domingo inesquecível, cansativo, porém regado do amor de Deus, de muita dedicação e uma sensação enorme de dever cumprido. Restaram, no fim das contas, o aprendizado, a vontade de voltar, e o carinho que recebemos de todos.” Ana Clara Maia Colaboradora do Samaritanos
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“Lembrar da ação de Natal no CRI (Centro de Reabilitação Infantil) é tão emocionante quanto estar lá realizando aquele dia especial. Tudo começou com o grupo pensando onde seria a nossa grande ação de Natal, ação onde íamos utilizar grande parte do lucro da I Calourada do Bem, e a vontade de todos era achar uma instituição de características totalmente distintas de todos os locais já visitados para que os momentos vividos fossem realmente único, incríveis e inesquecíveis. Como toque de Deus, o CRI surgiu para ser a instituição a ser ajudada em nossa ação de Natal, e não só para mim, mas para o grupo como um todo, diversos sentimentos habitavam nossos corações por estarmos diante de uma ação muito grande e com crianças portadoras de diversas necessidades especiais e que, por isso, precisavam de uma atenção maior, um cuidado a mais e um amor sem fim. No entanto, superando qualquer sentimento de insegurança ou “medo” de como as crianças reagiriam com nossa presença (pessoas totalmente diferentes daquelas que elas são
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acostumadas a conviver), diversos foram os dias que membros do grupo foram para o CRI, pelo simples fato de encantamento com cada criança que ali estava. O “medo” foi embora e a cada dia que passava, maior era a vontade que a ação chegasse! No decorrer da preparação, muitas eram as coisas a organizar, muitos eram os detalhes que necessitavam ser pontuados para que tudo fosse perfeito para as 500 crianças e suas famílias naquela festa de Natal. Colocamos como meta que conseguiríamos 500 cestas básicas e 500 brinquedos para que o Natal de todas aquelas crianças tão lindas pudesse ficar ainda mais especial! E, apesar de serem muitas coisas a organizar e a conseguir, tudo foi acontecendo da forma mais iluminada possível. Na última semana, ainda precisávamos de 400 cestas básicas e o desespero começava a bater... Porém, tínhamos a certeza que Deus não nos deixaria faltar com aquelas crianças, e com uma média incrível de 100 cestas básicas por dia, nessa última semana, nosso coração se enchia de emoção e alegria por
sabermos que tudo estava caminhando da melhor forma possível! Não posso deixar de falar de todos aqueles que vestiram a camisa do grupo e ajudaram a divulgar nossa causa e nossa tão especial ação. Com o lema: “Samaritanos, eu visto essa camisa. E você?”, pessoas famosas da nossa cidade como a cantora Khrystal, o cantor Gilliard, apresentadores da TV Ponta Negra, os técnicos, na época, dos dois clubes de maior prestígio no futebol do RN, além da ajuda do nosso grupo irmão Som do Bem, a nossa ação ganhou força e ia sim ser maravilhosa. Enfim, chegou o grande dia! Muito cedo estávamos no CRI a espera das crianças e suas famílias com tudo pronto. Para recepcioná-los, um corredor musical foi preparado, onde todo o grupo mais os colaboradores cantavam com a maior alegria do mundo pelo simples fato de ver que cada criança que ali passava junto de seus pais abria um sorriso, ou batia palmas, ou dançava retribuindo e amenizando qualquer cansaço que estivéssemos sentindo e nos dando
cada vez mais voz, ânimo, vontade, alegria de fazer daquele dia o melhor Natal que eles já tiveram! O dia foi seguindo, repleto de atividades, peças, música, presença de Papai Noel, brincadeiras, entrega de brinquedos, das cestas para a família, e tudo guiado por Deus e Nossa Senhora da forma mais linda possível. Foi tudo muito especial! O dia acabou, nossa ação teve seu fim, mas sei que cada um do grupo tirou grandes lições com cada criança que ali estava, com cada sorriso dado só em ver palhaçadas ou com cada abraço dado até mesmo sem motivo concreto, simplesmente por ser um abraço! Lembro dessa ação com muita felicidade no meu coração por ter sido tudo tão iluminado e abençoado por Deus, e sei que todos do grupo incluem cada criança do CRI em suas orações, pois elas foram especiais para cada um!” Lucas Solon Colaborador do Samaritanos
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Ação no LEAN
Lar Espírita Alvorada Nova Estrada para Cajupiranga, 1489 Liberdade - Parnamirim
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“Poucas ações que participei no Samaritanos são tão fáceis pra eu falar como essa. A ação no LEAN foi uma ação planejada e organizada principalmente por membros cotados a entrar no grupo, então até uma semana antes o que os membros mais antigos sabiam era muito pouco, mas uma coisa já bastava pra mim, era uma ação com idosos. A ação foi muito bem pensada, tinha muita gente ajudando, empenhada em fazer tudo dar certo. O maior medo era o pouco tempo para se arrecadar as coisas, tínhamos uma semana apenas e com a rotina de cada um, as vezes parece que arrecadar tudo que precisamos não vai ser possível, mas impressionante como esse grupo consegue fazer acontecer coisas incríveis.
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Lembro que contava as horas pra chegar aquele momento que seria minha primeira ação com idosos. Era um tipo de ação que ainda não tinha conseguido vivenciar, mas a vontade ter um momento desses com idosos sempre foi muito grande. Mas as vezes a vida nos dá um susto e eu levei um grande. Na semana da ação fiquei doente e na minha cabeça uma única coisa vinha a mente, “tenho que ficar bom porque se não, não poderei ir”. Acho que a maior dificuldade da ação, pra mim, foi justamente essa. Eu sabia que a gente ia conseguir arrecadar as coisas, lembro de pessoas como Camilinha que tomaram a frente da arrecadação e garantiram muita coisa, então o que me dava medo era não poder estar presente na ação que tanta sonhava.
Tratamento intensivo, fazendo de tudo para melhorar e rezando pra Deus me ajudar a me recuperar o mais rápido possível. Lembro que falava direto com Babi, ela também tava meio doentinha e a gente era um o apoio do outro, dando forças e fazendo o outro acreditar que ficaríamos bem e poderíamos ir pra ação. Graças a Deus, deu certo, já na sexta, os dois estavam bem melhores e com permissão médica e tudo, a gente pode participar da ação. Ainda bem. A ação começou com a gente descarregando o que tínhamos arrecadado e caramba, foi muito. Chegou a impressionar uma das senhoras que trabalhava no lar. Em seguida, parte do grupo interagia com os idosos enquanto outros preparavam o lanche. Esse depois que realizado liberou todos os membros para interagir e curtir o momento antes do bingo. O bingo sempre um momento a parte graças ao apresentador mais animado de todos, chamado Sirleno Jr. O principal era fazer todos se divertirem e se sentirem bem. Nós e principalmente os idosos e com isso tiveram momentos marcantes. Tivemos um “casamento”, Lorena dançando forró com um senhor a pedido dele, muitas rodadas de dominó, uma senhora cantando samba acompanhada de Solon na voz e Rodrigo no violão e muitas conversas incríveis, marcantes, inclusive pra mim. Essa ação teve um dos momentos mais marcantes em todo o meu tempo de grupo e uma das pessoas mais marcantes também. A ação com idosos pra mim era muito especial porque sempre tive uma relação incrível com meus avós e, principalmente, depois da doença da minha avó, soube entender o valor do amor e do carinho, tanto o que a gente dá, quanto o que recebemos. Isso se concretizou na relação que eu tive com uma das senhoras. Ela contou da vida dela, contou da família e a cada vez que falava algo me encantava pelo jeito, pela forma de falar e pelo carinho que tinha comigo. Não sei explicar, mas reconheci muito da minha avó nela e ela não sabe, mas ganhou um neto aquele momento. Não conseguia deixar ela de lado, quando deixei por um momento, me chamaram dizendo que ela havia chamado por um “menino branquinho e alto” e eu voltei. Vieram me chamar para a oração
final que estava acontecendo em outra sala, mas eu não fui, pois nem a senhora queria me deixar nem eu queria ir. Babi foi uma segunda vez me chamar, mas dessa vez não quis atrapalhar e tirou uma foto daquele momento e que relata bem o que estava acontecendo. Essa é uma das fotos mais bonitas que eu tenho. Deixei ela já no fim quando ela foi tomar banho e se deitar, me despedi com um abraço apertado e um beijo e fui em direção a oração final. Acabamos rezando, agradecendo pela tarde incrível e com a certeza que aquela tarde marcou não só a mim, mas a todos do grupo e todos do lar. Foi com certeza uma tarde diferente, especial e que ficou marcada na memória.” Flávio Davim Integrante do Samaritanos
“Tirou uma foto daquele momento e que relata bem o estava acontecendo. Essa é uma das fotos mais bonitas que eu tenho.”
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“E tudo começou numa manhã de domingo, seria apenas a recepção dos novos membros do grupo Samaritanos. Recepção termina, inicia-se a parte burocrática, qual o primeiro assunto? II CALOURADA DO BEM, com direito a gritaria, diversas opiniões, estresse e o mais admirável era ver que diante do caos, uma vontade prevalecia, a de querer fazer o bem. Começou... Jogadores convocados ok, estratégia ok, entusiasmo ok, patrocínio, local e as bandas (?). Começamos a organizar a II Calourada do Bem há 6 semanas da data combinada. Era uma pretensão alta, muita coisa, pouco tempo, e esse que corria de forma que por muitas vezes nos perguntamos se daria certo. Graças a Deus, sempre fomos um grupo muito bem acolhido por todos e mesmo na correria, conseguíamos amigos para nos
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auxiliar. As bandas, os patrocinadores, as nossas famílias começavam a acreditar na ideia e confiavam de que tudo que estava sendo feito era realmente pra ter condições de ajudar mais e mais pessoas, e foi assim que as coisas iam começando a aparecer, a funcionar, mas ainda não era fácil. Poderíamos citar inúmeros pontos desanimadores para que a Calourada não vingasse. Além do tempo que era pouco, ele se tornava mais corrido por ser na mesma época que o fim de semestre na Universidade de praticamente todos os membros do grupo. A gente corria atrás de cada detalhe e quando parecia que tudo estava se encaminhando muito bem, eis que aparece a chuva! E não foi qualquer chuvinha, pense num pé d’água. Mas se tem uma coisa que é verdade é: “quem sabe faz
a hora, não espera acontecer”, aconteceu. A partida foi difícil, os jogadores por inúmeras vezes fraquejaram, no próprio dia da festa tivemos que contar com um jogo de cintura incrível pra superar as dificuldades que a chuva colocava. Fizemos mudanças de horários em cima da hora, criamos uma banda composta por membros do grupo na hora da Calourada pra cobrir um horário. Enfim, tivemos dificuldades, não foi nem um pouco fácil, mas tivemos jogadores importantes que nos levaram a vitória! Não foi uma vitória perfeita, tivemos erros sim, muitos até, mas foi uma vitória que foi conseguida por podermos sair com uma festa que deu lucros, que ajudou e ainda ajuda em nossas ações, por ver o sorriso e alegria de cada familiar ou amigo que se encontrava ali, por ver uma festa incrível, uma estrutura
diferenciada e pessoas que estavam com a água batendo na canela e não queriam sair, estavam curtindo a II Calourada do Bem. Resumo da partida: benção de Deus, samaritanos, caridade, paciência, cumplicidade, amor, dificuldade, superação. Podemos dizer que poder e querer viver com o propósito do grupo Samaritanos é ter certeza que o AMOR PLURAL é possível.”
Flávio Davim e Izabella Costa Integrantes do Samaritanos
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Lar Bom Jesus: cuidando de crianรงas hรก 14 anos.
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“Falar sobre o Samaritanos é tratar de amor. Começarei citando uma passagem de André Luiz que me inspira a seguir e que tento transmitir ao grupo: “Haja o que houver distribua confiança e bom ânimo, porque a alegria é talvez a única dádiva que você é capaz de ofertar sem possuir”. O grupo trabalha desenvolvendo ações sociais e nem sempre o que se sobressai ao abordarmos um lar é a doação em si. No dia 8 de novembro essa situação ficou evidente com as crianças do Lar Bom Jesus, em Pium. Chegamos à casa com muita ansiedade, principalmente pelas dificuldades enfrentadas na semana. Havíamos nos programado para visitar outro lar, com um menor número de crianças, quando fomos surpreendidos com uma ligação dizendo que não mais seria possível irmos até lá. Então começou a busca por outro local que
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pudéssemos ir no dia 8, já que um membro embarcaria no outro dia a Austrália e gostaria muito de fazer sua última ação. Como nada é por acaso, o Lar Bom Jesus foi sugerido e de prontidão nos aceitou. Começaria agora a corrida pelas doações, já que tínhamos menos de uma semana para arrecadar brinquedos, lanches, balas e pipocas. Essa maratona foi superada pelos atletas do Samaritanos e por todos os colaboradores que nos auxiliaram. Chegamos com tudo o que precisávamos, mas no primeiro contato o desarme. Aqueles pequenos traziam no olhar o brilho da inocência e uma doçura quase palpável. Iniciamos a manhã cantando e dançando com eles, para que o gelo do primeiro contato fosse quebrado. Com poucos minutos a questão já era: que gelo? As notas musicais iam desfazendo qualquer
amarra antes vista ali, e abraços passaram a ser permitidos, como o que Leandro me concedeu. Acolheram-nos posteriormente em suas brincadeiras de rotina, cedendo espaço aos meninos no futebol e também nos mostrando uma outra brincadeira muito comum por lá, chamada garrafão. Como explicar que tirei as maiores lições a partir de uma garrafa pet cheia de areia? Pois bem. O famoso garrafão para as crianças do lar nada mais era que isso. Aliás, só isso para quem não quisesse enxergar o que mais havia nessa garrafa. Escolhi abri-la. Havia nela uma lição de simplicidade. Eram incontáveis os sorrisos durante um passatempo que tão pouco requer. Como poderíamos fazer dos nossos dias vários garrafões e simplesmente sorrir. Temos tudo, temos tanto, mas não nos damos ao trabalho de procurar, até mesmo nos canteiros, a felicidade. No futebol não foi diferente. Fiquei fotografando os próximos integrantes da seleção brasileira e por lá me demorei, emocionada. O sol estava escaldante, e a areia também, por consequência. Um dos membros, Marcos, estava correndo de chinelos e, entre um drible e outro, a chuteira improvisada se foi. Eles não passaram mais de segundos para tirarem os seus e darem a ele, já que estão mais habituados a areia quente, como justificaram. O chinelo substituto era pequeno, e logo um outro também daria, com um sorriso, o seu. Era tanta doação deles conosco, que foi pouco o que levamos ao lar perto do que tiramos de lá. Até o último segundo essas crianças nos mostraram que há um campo enorme de exploração para a felicidade, se assim quisermos. Lanchamos com eles, entregamos seus presentes e recebemos abraços que das nossas cabeças não sairão. Ouvir: Tia, a senhora volta? Só nos deu a certeza de um trabalho que foi bem sucedido, pois feito com carinho. Sim, voltaremos! Queremos voltar e ver que eles cresceram, que o lar está também seguindo forte, mesmo diante de todas as dificuldades, e ter a certeza de que podemos incitar no mínimo momentos de alegria, como sugeriu André Luiz.” Camila Pessoa Integrante do Samaritanos
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Dois anos de história... “No dia 05 de Agosto de 2014, o Samaritanos comemorou uma data especial para a história do grupo. São dois anos de história, dois anos de uma longa e gratificante jornada. Parar e refletir a grandiosa experiência que é fazer o bem, praticar a caridade, disseminar o amor de Deus é uma tarefa um tanto quando difícil, afinal sentir o amor, o sorriso sincero de cada pessoa que ajudamos e passou por nós até hoje vai além de palavras. O Grupo enfrentou enormes desafios durante esses dois anos, problemas que às vezes nos fraquejaram, nos desanimaram, mas Deus com seu imenso amor, nos mostrou, exatamente nessas dificuldades, que vale a pena deixá-Lo ser o guia durante as intempéries. Hoje temos na bagagem experiências que só fortalecem o grupo e o seu ideal, experiências que nos fazem, como grupo, não desistir de propagar esse ideal, de levar além da ajuda material, a ajuda espiritual, a ajuda para alma, a ajuda com o amor e a palavra de Deus. Enxergamos nesse amor nossa maior fonte de inspiração para seguir nessa jornada. Sentimos em cada ação que sim, que nós nos diminuamos para que Ele cresça mais e mais. Não existem palavras para agradecer a cada pessoa que fez parte da história do Samaritanos até hoje. Formações antigas, novas, pessoas que saíram, mas que deixaram uma marca e legado enormes, novos membros com um entusiasmo que só reafirma a vontade do grupo de não desistir. Obrigado! Agradecer a todas as pessoas que ajudamos por nos mostrar o quão o ser humano é capaz de receber e dar um carinho, um abraço, um sorriso, um obrigado genuíno, são vocês que nos ensinam o real sentido da caridade. E como esquecer de nossos familiares? Nossos maiores apoiadores e incentivadores, nos ajudam no que quer que estejamos precisando, nos acolhem em suas casas, obrigado, vocês também são Samaritanos! Obrigado também a todos os nossos colaboradores, sempre presentes em ações, ajudando nas arrecadações, a todos aqueles que já reservaram um tempinho do seu dia para rezar pelo grupo, que já nos ajudaram com doações, que acreditaram no nosso trabalho. O Grupo Samaritanos se sente extremamente abençoado por poder compartilhar com vocês um pouco da nossa história. Um muitíssimo obrigado da Família Samaritanos!” Maria Clara Mayumi Integrante do Samaritanos
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