Configurações Territoriais e Territorialidades: Aproximações Teóricas e Projetuais

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Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Jornada de Iniciação Científica 2008/2009 Ciências Sociais Aplicadas

Identificação: Grande área do CNPq: Ciências Sociais Aplicadas Área do CNPq: Planejamento Urbano Título do Projeto: Configurações Territoriais e Territorialidades: Aproximações Teóricas e Projetuais Professor Orientador: Milton Esteves Junior Estudante PIBIC/PIVIC: Henrique César Guimarães Carvalho de Oliveira

Resumo Fatores subjetivos, de caráter cultural, podem fazer com que diferentes usuários interpretem um mesmo espaço de diferentes maneiras. Essas interpretações se devem aos fenômenos de apreensão, territorialização e apropriação do território, que agem de maneiras distintas em cada sujeito. O interesse pela realização deste projeto tem origem no questionamento do valor dos tradicionais processos de estudo e apreensão do território por meio desses fatores, assim, este trabalho é marcado pela concepção dos aspectos subjetivos do comportamento humano como parte constituinte da formação e manutenção da cidade. Para tanto, usamos referenciais teóricos da Psicogeografia e da Antropologia Social, para nos auxiliar nas relações entre sujeitos (cidadãos, pesquisadores, gestores etc.) e objeto (território). Pretendemos demonstrar, com base nesta abordagem, a contribuição da experiência de campo para qualificar e expressar o caráter do lugar. Neste sentido, busca-se uma mudança de atitude do investigador em relação ao ambiente e defendendo-se a observação participante. Acreditamos que o olhar mais atento e consciente do observador poderá captar nuances e aspectos subjetivos, muitas vezes deixados de lado em levantamentos quantitativos e objetivos, ampliando assim a compreensão sobre o lugar, seus usos e comportamentos.

Palavras chave Percepção Ambiental; Apreensão do Território; Territorialidades; Construção de Subjetividade; Relações Intersubjetivas

1 – Introdução O presente trabalho tem por finalidade apresentar os resultados relativos ao subprojeto “Configurações Territoriais e Territorialidades: Aproximações Teóricas e Projetuais”, vinculada ao Programa PIBIC 2008/2009 desenvolvida ao grupo de pesquisa Conexão Vix – DAU/UFES. O conjunto formado pela pesquisa do professor orientador, já em desenvolvimento, e este subprojeto em questão justificam-se pela necessidade de se verificar até que ponto os aspectos subjetivos (inerentes aos sujeitos) exercem


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influência nos contextos ambientais e vice versa. Desta forma, a pesquisa propõe investigar e analisar as teorias sobre as relações entre sujeitos e território por meio de métodos que experimentam o lugar na prática e coloque o investigador em vivo contato com o mesmo. O principal interesse do trabalho é a cognição humana e as interações do indivíduo com o ambiente urbano, ou seja, a experiência do homem no lugar. Para tanto, parte-se do entendimento de que existe uma correlação direta e inseparável entre produção do espaço e seres humanos. E pelo fato de que a percepção é parte integrante do sistema sensorial e está diretamente relacionada ao processo cognitivo, as capacidades sensório-motoras, ou os cinco sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato – e seus movimentos e ações, quando inseridos num contexto biológico, psicológico e cultural mais amplo, não podem existir sem a interação com o meio a ser experienciado. Da mesma forma, o meio não existe sem a presença do indivíduo que o vivencia. Com base na abordagem situacionista, a respeito de percepção e cognição, e da antropologia social, este trabalho aproxima as semelhanças e as diferenças entre as estratégias metodológicas dessas duas correntes, sobretudo a deriva e a etnografia. Realiza-se uma intensa sistematização destes métodos de modo a permitir uma análise crítica desses de conceitos, procedimentos e processos contribuindo para o desenvolvimento de novas formas de apreensão e, consequentemente, para sua devida utilização nas tarefas precedentes à projetação urbana. Como premissa, busca-se uma mudança de atitude do investigador em relação ao ambiente, defendendose a observação participante, aquela que coloca o pesquisador como ator/sujeito da investigação, fazendo com que este assuma uma postura consciente quanto à sua integração com o meio que estuda. As conclusões que chegamos deste estudo permitiram enumerar alguns critérios básicos que contribuem para o processo de cognição do objeto território, que estão descritos na conclusão deste trabalho.

2 – Objetivos •

Selecionar e sistematizar referenciais teóricos sobre as relações entre sujeitos e território e elaborar repertório conceitual;

Analisar criticamente as metodologias de apreensão urbana que promovem o contato do pesquisador com o território e os sujeitos sociais;

Mapear e sistematizar os produtos da pesquisa com finalidade de expressar e divulgar seu acervo documental.

3 – Metodologia Iniciamos nossa busca para desenvolver uma proposta metodológica de análise do território e das influências deste na construção de subjetividades a partir de teorias voltadas à percepção, cognição e


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representação ambiental. Vimos que o assunto é bastante vasto, o que consumiu boa parte do tempo voltado à nossa pesquisa teórica. Após estudados diversos focos que o tema pode admitir, definimos o fio condutor da nossa pesquisa, no que tange à cognição. Estabelecidas as referências, partiu-se da Psicogeografia, entendida como ciência destinada a analisar e decifrar as interações entre humanos e contextos ambientais, bem como a avaliar os efeitos do meio ambiente sobre o comportamento afetivo e o sistema perceptivo e cognitivo dos indivíduos. Em seguida, aprofundamos os estudos sobre a situologia, entendida desde sua concepção como processo voltado à analysis situs, que associa os sistemas perceptivo e cognitivo por meio de experimentações com o espaço e o tempo presente; tais estudos estão fundamentados na vida experimental que avalia as relações subjetivas dos habitantes com o lugar (território) e seus resultantes modelos de conduta (territorialidades). Os métodos de representação icnográfica e de mapeamento cognitivo foram nossos objetos de interesse seguintes. São aqui tratados devido à importância e cuidado destes com os valores subjetivos da citada relação sujeito/objeto. A iconografia pretende, por meio da imagem, a preservação de fatos sociais os quais, segundo MAUSS (1993), resultam da soma entre os fenômenos sociais e sua representação. Já o mapeamento cognitivo se destina a realizar uma representação relativa à percepção subjetiva do meio ambiente e das interações entre os sujeitos, através da descrição e reprodução das experiências em modos de informação. A partir desta investigação teórica inicial, definimos que para a construção desta proposta metodológica deveria debruçar-se sobre os estudos dos métodos práticos de apreensão. Para tanto, as práticas da deriva e da etnografia ocuparam os esforços pragmáticos deste trabalho. As semelhanças e as diferenças destas estratégias metodológicas foram comparadas e, consequentemente, avaliadas de modo a permitir, no estreitamento de seus limites, a contribuição almejada deste trabalho de desenvolver novas formas apreensão. Assim, conforme vimos na introdução, realizou-se uma análise e sistematização de conceitos, procedimentos e produtos que cooperem nas tarefas precedentes à projetação urbana. Por fim, acreditamos que este trabalho alcança seus objetivos e é bem sucedido, pois cumpre o plano de trabalho proposto e contribui qualitativamente nas instâncias prévias às tarefas propositivas comuns aos profissionais dedicados à urbe.

4.1 – RESULTADOS Esta pesquisa foi concebida com o propósito principal de analisar e contribuir para o estudo do território por meio da análise dos referenciais teóricos acerca da cognição e percepção do espaço, mais especificamente dos estudos da Psicogeografia e da Antropologia Social. Assim, seu desenvolvimento processou constantes desdobramentos, avaliações e aperfeiçoamentos dos métodos estudados, o que possibilita, nesta fase de apresentação dos resultados, expor os produtos alcançados. Em se tratando de uma pesquisa de urbanismo, associada à grande área de conhecimento das ciências sociais aplicadas, acreditamos não ser sensata a escolha de um fundamento teórico-conceitual único para


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um trabalho que tem por ambição promover o conhecimento mais adequado do seu objeto (território). Buscamos como propósito fundamental desenvolver uma metodologia adequada à identificação dos principais fatores constituintes do objeto e, consequentemente, definidores do ambiente predominante da vida de inúmeros atores e agentes envolvidos no território. Esse conjunto de situações, preocupações e intenções tem merecido a atenção de pensadores e gerado teorias constantemente atualizadas por diferentes correntes conceituais e experimentais. Por isso, se fez necessária uma prévia seleção para definir alguns referenciais que se aproximem de nossos objetivos preliminares. A análise e sistematização desses referentes nos permitiram, por um lado, reafirmar nossos procedimentos (uma vez que tratavam de pontos de vista, opiniões e proposições estratégicas que defendemos). Por outro lado, nos permitiu reavaliar a eficiência de nossas operações de investigação e expressão. Dentre os referenciais teóricos utilizados, os mais influentes serão resumidamente analisados a seguir.

Psicogeografia Concebida como “ciência” destinada a analisar e decifrar as interações entre humanos e contextos ambientais, a Psicogeografia avalia os efeitos do meio ambiente, ordenado conscientemente ou não, sobre o comportamento afetivo e os sistemas perceptivo e cognitivo dos indivíduos. Trata-se de um procedimento estratégico utilizado pela Internacional Situacionista1, que não pode estar restrito às fórmulas de intermediação e representação da configuração geológica, nem aos recursos de representação geográfica. Estes procedimentos fatalmente converteriam o território num objeto de pesquisa prosaico. Por isso, a Psicogeografia parte do estudo do realismo dos fatos tal e como estes se expressam no meio ambiente, investigando-os em suas relações com os valores humanos e por meio do contato direto com o espaço e tempos presentes. Com isso, propõe estratégias teóricas e táticas de ação consolidadas em experimentações com o meio ambiente tais como a que segue. Situlogia: é um neologismo derivado de uma espécie científica originalmente denominada por Leibniz de analysis situs. Em conjunto com a situgrafia e a situmetria, dedica-se ao conhecimento do território por meio de valores humanos que substituam procedimentos dogmáticos e empirismos gratuitos 2. Corresponde à antítese dos ultrapassados paradigmas da geometria e à síntese da relação entre topografia e topologia. Sua função é fazer evoluir o pensamento geológico (geométrico e geográfico) ao situlógico, o qual se utiliza da topologia como instrumento científico do qual estabelece três diferenças fundamentais: não confere tanta importância à noção de limite posicional; determina um sentido para o desenvolvimento analítico que vai sempre do concreto (referente à materialidade concreta do lugar) para o abstrato (quando se refere ao nosso imaginário e à nossa capacidade de conhecimento, representação e projetação); inclui definitivamente o tempo como dimensão imprescindível para qualquer análise ou conceituação. Dessa 1

Grupo responsável por importantes manifestações teóricas e comportamentais dedicadas aos estudos relativos do urbanismo, sobretudo da situlogia, aqui sintetizados, e ao projeto do Urbanismo Unitário. 2 Para maiores detalhes sobre conceitos e táticas situacionistas, ver JACQUES, P. B. (2003) e os trabalhos de ESTEVES M. Jr relacionados nas referências deste trabalho.


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forma, a situlogia associa os sistemas perceptivo e cognitivo por meio de experimentações com o espaço e no tempo presente, por meio da crítica vivente fundada na vida experimental que avalia as inter-relações dos habitantes com o lugar (território) e seus resultantes modelos de conduta (territorialidades). Isso demanda o contato direto com o aqui e agora do momento histórico, otimizada por uma tática situacionista muito importante: a deriva. Aplicada como um exercício de perder-se no território para descobri-lo e decifrá-lo, a deriva contraria as fórmulas do re-conhecimento cotidiano, induzido e superficial para desenvolver a percepção e a análise crítica do espaço e do tempo reais onde e quando vivemos. A favor do conhecimento liberado da rotina involuntária e das influências impostas pela “indução” e pelo “comportamento”, a deriva se destina a superar a visão do território como terreno de atividades massificadas e previsíveis, a estimular a participação dos seres humanos enquanto personagens vivedores e não simples atores figurantes. Por eliminar as censuras impostas pelo condicionamento, o deslocamento intencionalmente fugidio, aleatório e sem rumo da deriva revela os efeitos psicogeográficos do território sobre seus usuários; por combater os mecanismos de alienação e estratificação da vida social, a deriva elimina as barreiras físicas e as patologias mentais exercidas pelo planejamento fragmentário e segregador do território; por eliminar os instrumentos racionais de conduta passiva substituindo-a pelo comportamento participativo a deriva propõe a apropriação consciente dos espaços de habitar e a construção de um novo urbanismo. Assim, na contramão dos velhos formulários que concebem e materializam a cidade (tais como o estruturalismo, o racionalismo e o capitalismo tardio), defendemos o Urbanismo Unitário como negação do urbanismo que não constrói nada “sobre o terreno” e sim “sobre o papel”. Buscamos um urbanismo de novas espacialidades que permitam modos de vida em consonância com processos de subjetivação apropriados, que integrem a cidade em uma rede permanente de interações com as devidas ressonâncias nas construções intersubjetivas inerentes à pluralidade da vida comum.

Etnologia e Etnografia A abordagem etnológica nos interessa, pois se dedica a compreender crenças, valores, desejos e comportamentos dos sujeitos por meio de uma experiência vivida. Tem como premissa a tentativa de apreender o comportamento humano em situação natural e compreender esse comportamento dentro do quadro de referências em que os indivíduos interpretam seus pensamentos, sentimentos e ações. Noções da etnografia são marcadas pela concepção da sociedade como um processo que considera o aspecto subjetivo do comportamento humano como parte constituinte da formação e manutenção da cidade. Todos os meios de expressão da existência humana são culturalmente construídos, o que os tornam particulares e localizados, sem possibilidades de generalização. Nesta concepção, o significado social de uma situação histórica é sempre relativo e temporário. Assim, a etnografia dedica-se a “compreender como este momento histórico universaliza a si próprio na vida de indivíduos específicos” (DENZIN apud VIDICH & LYMAN, 2000). O método etnográfico vai tentar compreender como os indivíduos vêem, descrevem e propõem em conjunto uma definição de tal situação. Neste sentido, se o processo


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fundamental da interação está baseado na interpretação, torna-se então necessário, para o pesquisador, colocar-se na posição do ator/sujeito. Por isso, é preciso que o pesquisador perceba o mundo do ator do ponto de vista deste, a fim de poder identificar e compreender suas ações. Este pilar da etnografia, como método de trabalho é enriquecedor para nossa pesquisa, pois prolonga o contato entre o pesquisador e o sujeito e aumenta a interação cotidiana do pesquisador no universo do sujeito. O nosso propósito é, portanto, explorar as possibilidades da etnografia como metodologia capaz de contribuir para a compreensão do fenômeno urbano, mais especificamente para a pesquisa da dinâmica cultural e das formas de sociabilidade nas cidades contemporâneas. Com efeito, inscrever em nossa investigação a perspectiva das interações que se apóiam sempre nas diversas formas de observação participante, resulta em uma apreensão mais coerente da realidade do território e daqueles que os vivenciam, o que nos inclui indissociavelmente.

Mapeamento Cognitivo O conceito de mapeamento cognitivo foi inaugurado por Kevin Lynch em A Imagem da Cidade, mas nesse trabalho estava fechado nos limites da elaboração de mapas mentais e reduzido à reprodução de valores icônicos da cidade para uma seletiva parcela da população de usuários. Para associar devidamente esse conceito à psicogeografia, a situlogia e a deriva, preferimos entendê-lo de forma mais ampla tal como defendida por JAMESON (1988). Assim, os efeitos sinestésicos causados pela “experimentação” territorial se tornam passíveis de análise e descrição permitindo que o contato com o lugar seja transmitido e, sobretudo, que os valores significativos do próprio território sejam revelados. A intenção é promover experimentos políticos mais do que simplesmente reproduzir os indesejáveis processos de representação em que a realidade se transforma em imagem desaparecendo a referência para permitir o triunfo do objeto de representação. A verdadeira informação contida num Mapa Cognitivo não está nas imposições e predileções de uma nova estética qualquer, nem na simples descrição de informações subjetivas e muito menos naquilo que ele representa, mas, sim, naquilo que ele traduz. Só assim ele se constituirá em uma nova fórmula para a representação geográfica não restrita à visibilidade da superfície topológica e revelará os valores invisíveis do lugar. Ao vencer a distância contemplativa de toda e qualquer intervenção mediadora e das barreiras perceptivas do imediatismo, o Mapeamento Cognitivo condensa, na mais absoluta simplicidade, as formas ancestrais de sabedoria. Condensa, também, os eventos históricos dentro da realidade histórica vivenciada, servindo de elo entre as idas e vindas da memória diretamente vinculadas às experiências com o conteúdo e na forma. Isso pressupõe um grande desafio: o de inventar tanto novas formas de linguagem quanto novas linguagens das formas, para o qual lançamos mão dos diagramas como recursos.

Antropologia Visual


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A utilização de meios para captura de imagens se demonstra interessante porque apreende fatos em determinados momentos para transcrevê-los em tempos futuros. Funciona, assim, como instrumental representativo e ilustrativo auxiliar nas tarefas e experiências que vão desde a captação das transformações de um ambiente à figuração de uma produção textual. Através dos múltiplos elementos que compõem a cena (e outros tantos que estão ausentes desta), as imagens constroem mitos, contam histórias e registram tempos, lugares e sentimentos, sintetizando uma série de eventos e representações. São formas privilegiadas de se condensar e veicular representações sociais imprescindíveis ao entendimento dos fenômenos naturais e das ações humanas. As imagens resumem séries infinitas de dados e dizem muito sobre a percepção que os indivíduos têm do real. Desse modo, concordamos com o potencial da imagem ao permitir a documentação e preservação de fatos sociais (MAUSS, 1993), feitos da soma entre os fenômenos sociais e sua representação. Apesar desses pressupostos, é preciso ter cuidado para não se retificar a questão da imagem como uma forma de apreensão da verdade e, menos ainda, incorrer no erro de achar que a imagem captura o real tal como ele é. Uma coisa é dizer que a imagem condensa representações. Outra, aqui considerada perigosa, é dizer que a imagem representa o real, no sentido de mostrá-lo tal como é. Compreendemos o real como uma construção que depende de sua apreensão, e nesse caso será sempre algo subjetivo e que não existe de forma puramente objetiva. Compreendemos, também, que a imagem não diz nada por si própria, ela precisa ser lida, interpretada, ter seu sentido construído e reconstruído incessantemente. Importante frisar, aqui, nossa percepção do território como campo preferencial da produção de subjetividades e da construção de relações da vida social; por isso, utilizamos as imagens de modo a fixar ou perpetuar nossas experiências em determinados tempos e lugares, registrando, assim, tal percepção. É essa “participação do fato” que nos permite reportar e documentar, a priori, nossa responsabilidade de registro por meio das imagens e, posteriormente, de estimular os questionamentos e as reflexões críticas sobre as relações intrínsecas que atuam no próprio objeto (território) do qual a imagem revela. Nosso principal objetivo, ao utilizarmos a imagem como estratégia de trabalho, está no registro dos fatos como instrumento político de transformação e de projeção do devir.

4.2 - DISCUSSÕES Como procedimento estratégico dos situacionistas, a deriva se dedica a estimular as interações entre os cidadãos com o espaço e o tempo presentes, com o aqui e agora do momento histórico. Diferentemente de outros métodos acadêmicos que distanciam o pesquisador do objeto por meio de simulacros e estatísticas, a deriva coloca-os em vivo contato, exaltando a presença em detrimento da mediação, pois “imediatiza” o contato com o mundo real. Praticada na forma de estímulo à percepção, a deriva otimiza não apenas a investigação, mas, também, a intervenção crítica ao postular a primazia dos fatores subjetivos (ou da construção de subjetividades) no espaço.


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O pesquisador/ator que se dedica à prática da deriva exerce a difícil tarefa de relativizar as tendências etnocêntricas espontâneas do pensamento, por meio da identificação das demandas dos sujeitos e dos objetos no terreno. A atividade de deixar-se levar pelas demandas que ocorrem no território implica em um domínio das variações psicogeográficas exercidas pelo meio ambiente e por meio do conhecimento e do cálculo das potencialidades e possibilidades dessas variações. O movimento passional que dirige esta prática deve ser, como afirma Guy-Ernest Debord, definido de acordo com o seu próprio determinismo e com a suas relações com a morfologia social. Sem dúvida este método defende a prática por meio das ações do acaso e das ocorrências aleatórias como parte constituinte do processo. A deriva é um exercício prático de movimentos rápidos pelo território de modo a estimular a desorientação e provocar um estranhamento capazes de gerar um distanciamento positivo nas verdades constituídas pelo senso comum. Pretende, assim, estimular os princípios científicos de “neutralidade”, em relação aos preceitos etnocentrista do indivíduo, e de “objetividade”, induzindo o pesquisador a desenvolver regras e a segui-las nas experiências em campo e, por outro lado, exigindo que as generalizações teóricas e práticas sejam revistas com cuidado. O princípio é o exercício de perder-se no território para descobri-lo e decifrá-lo. O propósito é eliminar a distanciamento que o uso passivo da cotidianidade provoca nos sentidos. O objetivo é o exercício do conhecimento, da percepção e da experimentação como instâncias inalienáveis e simultâneas, tal como o tempo e o espaço presentes e reais, os quais passam a ser reconhecidos e expressados de modo absoluto e integral. É um exercício de pedestrianismo, enaltecendo a escala humana e excluindo o uso do automóvel, sem dar atenção aos pequenos detalhes e aos grandes significantes e sim aos valores realmente significativos do lugar. ESTEVES (2002) defende alguma regras indispensáveis para a deriva: a desorientação (movimentação rápida e sem rumos preconcebidos; utilização consciente do ato de perder-se e de perder as referências) e a atenção (aos valores realmente significantes e aos impulsos despertados pelo lugar e pela própria experiência) são duas principais. Embora básicas estas regras não são absolutas, por pretender a substituição do comportamento pela participação na construção e apropriação conscientes do espaço, a deriva dependerá de outras regras definidas pelos jogadores durante o jogo e em função das contingências determinadas pelo meio ambiente. Para este jogo consciente da realidade, ESTEVES (2002) sugere outras regras para se contornar as barreiras naturais impostas pela cotidianidade que impedem uma infiltração verdadeira no objeto. Como exemplo podemos citar: a intromissão e a dissolução - penetrar as entranhas da cidade e vencer os obstáculos como bloqueios e fronteiras; a insurreição - contrariar os cânones do senso comum e exaltar os valores significativos do lugar; e a estimulação - alterar o sentido e a direção durante os movimentos para fugir da rotina e enfatizar os estímulos provocados pelo próprio lugar. Para que as observações da deriva sejam confrontadas e levem a conclusões objetivas, é interessante, também, o uso de outras três regras: a da repetição, como formas de manter uma relação consciente com a experiência por meio da avaliação constante; a da descrição, para que os resultados possam ser passíveis de análise e críticas; e a da totalização, para permitir que cada componente ou elemento de


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estudo possa ser inventariado dentro de um “modo totalizado”, ou seja, de modo relacional com o todo e identificado dentro de um quadro de referência global. O exercício situacionista da deriva tem muitos pontos em comum com o processo etnográfico. Ambos os métodos evidenciam a primazia de investigações por meio do contato imediato com o objeto real e realçam a observação de cunho qualitativo, o que resulta em um produto mais representativo dos modos como as relações subjetivas e intersubjetivas são influenciadas pelo ambiente e claramente refletidas nele. Além disso, sustentam que a observação é uma poderosa ferramenta na complexa tarefa de compreender como os indivíduos e os grupos percebem e se apropriam dos espaços e estabelecem domínios sociais. Para a etnografia, a prática da observação vem seguida da permanência, como modo de garantir uma cotidianidade com o objeto de estudo, acreditando que a própria permanência no local também contribui para que o pesquisador adquira conhecimento sobre o ambiente. É criado um laço com os atores, o qual permite várias informações adquiridas por meio de interlocuções (formais ou mesmo informais). É um tipo de convívio que um etnógrafo tradicional vai aos poucos adquirindo, quando passa a residir numa tribo juntamente com os nativos (GEERTZ, 1989), fazendo com que a familiaridade suprima os obstáculos que envolvem os eventos, contribuindo para um resultado mais enraizado por parte da observação na pesquisa como um todo. Isto se apresenta como uma das dificuldades iniciais que devem ser transpostas: como superar a estranheza que a presença do observador causa no ambiente? Todo este processo ocorre num período de tempo considerado como “de impregnação” que, segundo COSNIER (2001), corresponde a um período no qual o pesquisador permanece no ambiente apenas observando e fazendo anotações, familiarizando-se e permitindo que o ambiente também se “familiarize” com a sua presença. A duração desta fase depende do observador, mas, também, da complexidade do ambiente, entendido aqui como o grande conjunto de relações existentes no local. Outro instrumento que fornece suporte à observação é o diário de campo, muito relatado em etnografias, que pode ser um caderno ou mesmo um computador. Nesse instrumento são feitas as anotações e o registro dos dados que chamam à atenção na dinâmica do ambiente. As anotações devem ser feitas à medida em que os fatos são observados, para que sejam lembrados posteriormente. Além disso, é no caderno de campo que o pesquisador anota suas emoções, onde os relatos são feitos não apenas a respeito do que é visto, mas, também, do que é sentido, para que depois as anotações possam ser relidas, repensadas e analisadas relacionando-se, assim, os vários momentos da pesquisa e dos fatores objetivos, subjetivos e intersubjetivos. Contudo, a familiarização excessiva com um ambiente pode colocar em risco a pesquisa caso o investigador perca o discernimento necessário à observação e a consequente avaliação. A maior compreensão sobre o ambiente e seus sistemas sociais, portanto, deve acontecer com a necessária imparcialidade por parte do observador. Como esta é um dos elementos do procedimento etnográfico, é inegável que o contexto pessoal do próprio observador interferirá no modo como ele observa e elege seu objeto de estudo. É preciso, desde o período de impregnação, que essa influência seja consciente e


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contextualizada. Por isso – a exemplo das abordagens da psicogeografia e da situlogia – a consciência das próprias emoções registradas no caderno de campo tornam-se um importante referencial na pesquisa, porque facilitam as análises posteriores do material coletado. Juntamente com a observação, as fotografias também se mostram úteis e auxiliares nos processos de observação. O registro fotográfico deve estender-se por todo o período da pesquisa, e se constitui em um importante material coletado no campo. Cabe ressaltar que as fotografias são “olhos do pesquisador”, pois o que estes captam nem sempre são percebidos à primeira vista; servem, também, para “congelar” um determinado instante ou fato social (MAUSS, 1993) para que permaneçam disponíveis indefinidamente, sempre que o pesquisador precisar recorrer àquela situação específica registrada. Passada a fase de impregnação, o pesquisador começa a ter uma maior compreensão do que acontece à sua volta. É quando as observações entram em sua segunda fase, que aqui é denominamos de observação participante. Não há um momento específico para isso, e essa é uma apreensão que cada pesquisador em cada ambiente irá adquirir de uma maneira peculiar. A relação entre pessoa e ambiente flui com o tempo, por isso não pode depender de um momento único e estático, mas, sim, da continuidade do processo de modo a que se obtenha um quadro válido e profundo dos processos sociais. Tais estratégias pressupõem o exercício de fatores psicológicos na busca de um domínio das variações e demandas da investigação. Segundo DAMATTA (1993), esta dinâmica atualiza um padrão clássico de transformação social do sujeito que corresponde a uma experiência de morte, de liminaridade e de ressurreição social. Trata-se de um processo dirigido pelos preceitos das relações sociais, onde em plena liminaridade o sujeito se transforma em matéria prima, como num estado pré-social, extremamente propício aos novos aprendizados. Isolados de suas relações sociais, o investigador em deriva ou em trabalho de campo fica predisposto a se envolver socialmente, implicado pela possibilidade de redescobrir novas formas de relacionamento social, por meio de uma socialização que é determinada por um período de tempo estabelecido pela própria experiência. Desse modo, percebe-se que o trabalho de campo da etnografia se aproxima muito da tática psicogeográfica da deriva. Os indivíduos que se dedicam a essas atividades rejeitam, por um período determinado, às relações sociais de conforto que o cercam na família, no trabalho e no lazer, para entregarem-se às solicitações do terreno e das pessoas que nele se encontram. Em ambos os casos, os investigadores se afastam de sua cotidianidade para realizar uma imersão nos limites de um universo novo e estranho, um processo que implica em uma nova perspectiva. Neste sentido, ambos buscam um controle dos preconceitos, o que é facilitado pelo mergulho num universo social que se distancia das relações sociais mais reconfortantes. A etnologia, portanto, possui muitos pontos de contato com a deriva por provocarem no investigador um processo mais intenso do que um simples deslocar-se no espaço, implicando em exercícios que mudam nossos pontos de vista e permitem uma nova visão do objeto em movimentos que nos levam para fora do nosso próprio mundo.


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Colocar-se como sujeito da deriva ou no papel do etnógrafo é aprender a realizar a difícil tarefa contida na fórmula da transformação do familiar em exótico, que segue o pensamento contemporâneo da antropologia como disciplina que se volta para a nossa própria sociedade. A citada transformação do familiar em exótico, segundo Da Matta, configura ... “...um movimento semelhante a um autoexorcismo, pois não se trata mais de depositar no selvagem o mundo de práticas primitivas que se deseja objetificar e inventariar, mas de descobri-las em nós, nas nossas instituições, na nossa prática política e religiosa [...]. O problema é então, o de tirar a capa de membro de uma classe e de um grupo social específico para poder [...] estranhar alguma regra social familiar e assim descobrir [ou questionar] o exótico no que está petrificado dentro de nós pela reificação e pelos mecanismos de legitimação. [...] De fato o exótico nunca pode passar a ser familiar; e o familiar nunca deixa de ser exótico. [...] Não estou dizendo que o familiar possa ser estudado porque o conhecemos bem. Digo apenas que, para que o familiar possa ser percebido antropologicamente, ele tem que ser de algum modo transformado em exótico. Do mesmo modo que insisto na transformação do exótico em familiar para que possamos ter uma análise verdadeiramente sociológica.” (DA MATTA: 1993, p. 151) Para a primeira passagem, a que torna o familiar em exótico, é necessário um desligamento emocional, já que a familiaridade do costume não foi obtida via intelecto, mas via coerção socializadora, pela reificação, e assim, vem do “estômago para a cabeça”. Por outro lado, o segundo processo, de transformação do exótico em familiar, é realizado primordialmente por meio de apreensões cognitivas. Aqui fica clara a interseção entre os temas, com a qual o processo de apreensão etnográfico e à atividade da deriva se pareiam. Em ambos os casos é realizado o exercício da cognição da realidade vivente, da interpretação dos fatos e, sobretudo da gestão e controle da subjetividade do sujeito investigador, o que implica em uma atividade, ou fase de atividade, que desenvolve o “eu”, o investigador e seu autodomínio psicológico. O necessário destacar, no entanto, que as semelhanças entre etnografia e deriva resultam em produtos diferentes. Enquanto a primeira estratégia se dedica à descrição densa (GEERTZ, 1989), que significa o entendimento do comportamento e do contexto social de um grupo, o segundo se dedica primordialmente a construir subjetividade e com ela decifrar o contexto social. Isso implica em processos e tempos distintos, pois um necessita das relações de cotidianidade e o outro é a própria negação de tais relações. São dois métodos distintos, embora semelhantes por diversas razões: pela maneira de apreender o objeto de estudo; pelo envolvimento nas tarefas de relativização dos preconceitos; pelo enaltecimento do papel do investigador/ator participante; pela transformação do familiar em exótico e, posteriormente, do exótico em familiar. Tudo isso reforça a importância de nossa preocupação em equiparar esses dois métodos em suas prerrogativas para o desenvolvimento da subjetividade e das relações intersubjetivas entre pesquisadores/atores, pesquisadores/cidadãos.


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5 – CONCLUSÕES Esta pesquisa tem sua produção voltada para o estudo do território. Tem, como principal premissa, considerar os aspectos subjetivos do comportamento humano e das territorialidades constituintes da cidade. No decorrer da pesquisa, observamos que estas preocupações têm motivado a produção de inúmeras teorias a este respeito, que embora ainda não tenham esgotado o tema, já fornecem bons subsídios para os planejadores e pesquisadores. Tudo isso nos leva a argumentar que, além dos parâmetros técnicos, o homem também está sujeito a parâmetros subjetivos e culturais que passam despercebidos pelos métodos tradicionais de apreensão. Por este motivo, no âmbito deste projeto de iniciação científica, nos propusemos investigar sobre propostas metodológicas que aproximem as aspirações e os aspectos subjetivos e culturais dos sujeitos da urbe. Para tanto, desenvolvemos a nossa própria subjetividade na utilização desses instrumentos, o que nos permitiu um auto-entendimento como pesquisadores/atores/agentes, bem como o entendimento de nosso papel como habitantes no ambiente e na lógica do local em que habitamos. Além disso, essa lógica, entre outras coisas, nos permite o desenvolvimento das nossas capacidades perceptivas e cognitivas e que tornaram conscientes por meio do território e das relações sociais ocorridas neste. As conclusões a que chegamos nos permitem enumerar alguns critérios básicos para o pretendido conhecimento do território. Dentre esses critérios fundamentais destacamos: 1. Relativização. Para a experiência do território é primordial a tarefa da relativização, que se caracteriza como uma atitude mental que busca a compreensão dos significados do “outro” em seu próprio contexto. Diferentemente do saber resultante do “senso comum”, relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, é não diferenciar superiores de inferiores, é não extremar o antagonismo entre o bem e o mal; ao contrário, relativizar pressupõe ressaltar a riqueza das diferenças como prática fundamental para o entendido de um objeto que é o resultado da soma entre território e atores onde ocorrem a formação de subjetividade de modo indissociável com as relações intersubjetivas. 2. Observação Participante. A compreensão da complexidade de um objeto como o território demanda experiência direta e observação participante. É o contato entre os atores e os sujeitos no tempo presente que permite a apreensão da realidade vivente do objeto. 3. Gestão e Controle da Subjetividade. A consciência e controle sobre os processos subjetivos do pesquisador são de suma importância para sua emersão no ambiente de estudo, sobretudo para o desenvolvimento de sua capacidade de interpretação dos fatos. Este controle pressupõe o exercício de fatores psicológicos na busca de um domínio das variações e demandas da investigação e implica em uma atividade que desenvolve o “eu” do investigador.


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4. Privilégio da Razão e a Preocupação com o Senso Comum. A familiarização e a maior compreensão sobre o meio ambiente e seus sistemas sociais não pode dispensar a neutralidade e o estranhamento necessários à observação atenta, participante e isenta de excesso de subjetivismo. É evidente que o contexto pessoal e as referências do próprio observador interferem na interpretação dos dados, onde é necessário o domínio sobre o critério acima descrito, da gestão e controle da subjetividade, para permitir-nos uma análise consciente e racional do objeto de estudo.

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