TRABALHO DE CONCLUSร O DE CURSO Desing de Produto - 2018 Henrique Cavalete Caprara ORIENTADOR Marcelo Mendonรงa
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ÍNDICE
6 12 16
1. INTRODUÇÃO 1.1 PROBLEMÁTICA
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4. DESENVOLVIMENTO 4.1 PÚBLICO
1.2 OBJETIVO GERAL
4.2 VIABILIDADE
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
4.3 MATERIALIDADE
2. METODOLOGIA
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5. PROJETO 5.1 SKETCHES 5.2 DESENHO TÉCNICO 5.2.1 VASOS
3. PAINEL SEMÂNTICO E REFERÊNCIAS 3.1 PAINEL SEMÂNTICO 3.2 PAINEL DE REFERÊNCIAS
5.2.2 RESERVATÓRIO 5.2.3 BOIAS 5.2.4 CONDUTOR DE ÁGUA
5.3 RENDERS
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6. PRODUÇÃO 6.1 RESERVATÓRIO
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6.1.1 CNC
7.3 ÁREA DE PROTEÇÃO
6.1.3 IMPERMEABILIZAÇÃO
6.1.5 ACABAMENTO
6.2 NÍVEL D’ÁGUA 6.2.1 CORTE E COLAGEM 6.2.2 REFINO
7.1 APLICAÇÕES E CORES 7.2 REDUÇÃO MÍNIMA
6.1.2 LIXAMENTO
6.1.4 SECAGEM
7. PROPOSTA GRÁFICA
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8. CONCLUSÃO
6.2.3 BOIA
6.3 VASOS 6.3.1 MATRIZES 6.3.2 MOLDES 6.3.3 SECAGEM 6.3.4 QUEIMA 6.3.5 ESMATALTAÇÃO
6.4 CONDUTOR DE ÁGUA
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9. BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO.
1. INTRODUÇÃO
A
humanidade pratica o cultivo desde seus primórdios, porém atualmente com o avanço da tecnologia que proporcionou a automatização dos métodos de cultivo e a terceirização dos mesmos, a agricultura atingiu um nível de produção elevado para suprimir a demanda da população crescente. Essas mudanças trouxeram pontos positivos em questão de produtividade, mas acabaram também banalizando e afastando as pessoas do contato que antes tinham com o cultivo de plantas, que não só foi essencial para nossa sobrevivência e desenvolvimento como sociedade, mas também como proporcionava um contato mais próximo com a natureza, que segundo à vários estudos, traz benefícios tanto para saúde mental quanto física. Essa distância da natureza pode ser prejudicial para saúde, e afeta o desenvolvimento de diversas formas. É o chamado “nature déficit disorder ” (transtorno de défice de natureza), termo criado por Richard Louv, escritor e jornalista norte-americano, que sita esse problema em seu livro “Last Child in the Woods”, aonde descreve os problemas que esse afastamento da natureza está trazendo, principalmente para as crianças que ainda estão em desenvolvimento. Problemas como: uma tendência para o défice de atenção, a obesidade, a falta de criatividade e a depressão. O conjunto Flux pretende proporcionar uma aproximação do seu usuário com o cultivo, e portanto, com a natureza, inserido no contexto de vida urbano, que consiste em ter pouco tempo e pequenos espaços disponíveis.
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Ao invés de tentar arrastar o usuário para fora de casa, aonde ele teria um contato ocasional e repentino com a natureza, o conjunto Flux trará esse contato para dentro de sua própria casa. Sendo assim, esse contato será inserido em seu cotidiano, emergindo o usuário por meio das experiências que ele terá e que poderá compartilhar com pessoas próximas dele, como crianças e jovens, que fazendo parte e atuando no crescimento e desenvolvimento das plantas, ganharão benefícios para seu bem-estar, e para seu próprio crescimento e desenvolvimento como pessoas.
O conjunto Flux pretende proporcionar uma aproximação do seu usuário com o cultivo, e portanto, com a natureza.
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A maioria das pessoas que vivem na área urbana não tem espaço em sua residência e nem tempo disponíveis para o cultivo de plantas. 10
1.1 PROBLEMÁTICA
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A ideia surgiu devido a experiências observadas com o cultivo de plantas em residências urbanas. A maioria das pessoas que vivem na área urbana não possuem um lugar em sua residência e nem tempo disponíveis para o cultivo de plantas, e quando o possuem, normalmente a falta de tempo faz com que a manutenção que as mesmas exigem seja um empecilho.
• Experimentação de processos de fabricação através de usinagem por CNC (computer numerical control). • Testar acabamentos em madeira que tenham resistência à água sem deixar um aspecto “artificial”. • Desenvolver um indicador de nível d’água mecanicamente simples, eficiente e esteticamente interessante. • Desenvolver um acessório de auto irrigação que possa ser instalado facilmente e possa ser utilizado na maioria dos vasos de plantas.
1.2 OBJETIVO GERAL
• Desenvolver um sistema de auto irrigação.
O conjunto Flux pretende fazer com que o processo de cultivo seja facilitado. Para que ele possa ser inserido sem dificuldades no cotidiano da vida urbana, e assim, tornar possível a aproximação de pessoas que não tem muito tempo disponível em seu dia a dia com a natureza, a fim de reacender o contato entre elas por meio de experiências com o cultivo de plantas dentro de casa, e fazer com que as mesmas passem e compartilhem essas experiências com outras pessoas. 11
METODOLOGIA.
2. METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS E INTERFACES Estudo e criação dos sistemas de armazenamento de água, de auto irrigação, de nível d’água, e das interfaces de comunicação do produto com o usuário.
ESCOLHA DO TEMA Foi escolhido depois de serem observados problemas cotidianos no cuidado de mini hortas que estão inseridas em residências urbanas.
ESTUDOS TEÓRICOS Conceituação do projeto, definição dos ideais, do público alvo e pesquisa dos produtos que o mercado já oferece que se dispõem a solucionar a mesma problemática.
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CONCEPÇÃO FORMAL Definição das formas dos sistemas e de todos os elementos estéticos do produto.
MODELAGEM 3D Modelagem virtual do produto através do software Rhinoceros.
PRÉ-PRODUÇÃO Preparação dos componentes essenciais para a produção das peças como: matriz, molde e peças em 3D.
TESTES MECÂNICOS E DOS MEIOS DE PRODUÇÃO
RESULTADOS Todas as propostas foram concluídas e obtiveram resultados satisfatórios. Foram observados alguns pontos aonde é possível haver aprimoramentos em questão de materialidade. Estes só não foram possíveis devido a limitações nos processos de produção disponíveis.
Testes da eficiência dos sistemas desenvolvidos e avaliação dos resultados materiais obtidos através dos meios de produção escolhidos.
APRIMORAMENTO PRODUÇÃO Construção das peças finais através dos meios de produção escolhidos.
Foram feitas observações nos processos de produção que possibilitaram uma melhoria nos acabamentos, nos detalhes das peças, e na eficiência dos sistemas.
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PAINEL SEMÂNTICO E REFERÊNCIAS.
3.1 PAINEL SEMÂNTICO
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3.2 PAINEL DE REFERÊNCIAS
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3. PAINEL SEMÂNTICO
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DESENVOLVIMENTO.
4.DESENVOLVIMENTO
4.1 PÚBLICO
D
estinado à pessoas da classe A ou B, que residem na área urbana e não tem espaço nem muito tempo disponíveis em suas casas para o cultivo, ou mesmo tendo, procuram por um jeito mais simples, elegante e rápido de cuidar de plantas e poder apreciá-las.
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4.2 VIABILIDADE Foi comprovado que o produto pode ser fabricado com o auxílio da usinagem por CNC, e com os tratamentos adequados para a madeira, fazendo com que ela possa ser totalmente impermeabilizada para não sofrer nenhum dano com a água. Já no caso dos vasos, o meio de produção escolhido com a utilização de moldes e barbotina já é bem conhecido no mercado, e não apresenta nenhum problema na viabilidade.
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4.3 MATERIALIDADE 1 - RESERVATÓRIO
3 - VASOS
Material: Madeira (Caixeta ou Tauari).
Materiais: Barbotina (argila líquida) e esmalta branco de queima alta.
Justificativa: Tendo em vista o meio de produção que seria utilizado (usinagem por CNC) a madeira foi o material mais “amigável” encontrado para se usinar e que no final garantiria um acabamento com aspecto leve, sofisticado e inusitado, pois sendo essa peça o reservatório de água, o primeiro sentimento é de estranhamento, já que a madeira crua não é resistente à umidade. Mas depois de passar pelos processos de acabamento adequados, ela se torna altamente resistente à fluidos e à umidade.
Justificativa: Tendo em vista os meios de produção disponíveis no momento da realização do projeto, a cerâmica provou ser a melhor escolha. Ela já é muito conhecida e utilizada no mercado para fabricação de vasos. Garante um toque mais artesanal e elegante ao projeto, ao se comparar com vasos de plástico, por exemplo. Em um segundo momento, o material que poderia ser utilizado seria a porcelana, pois utiliza exatamente os mesmos meios de produção que a cerâmica. O esmalte foi utilizado para agregar valor estético nas peças.
2 - NÍVEL D’ÁGUA
4 - CONDUTOR DE ÁGUA
Materiais: Cano de alumínio escovado, a respectiva madeira de cada conjunto e ABS.
Materiais: ABS e cordão de nylon com núcleo de algodão.
Justificativa: O indicador de nível d’água foi feito de alumínio pois este é um metal não ferroso, o que faz com que ele seja resistente à corrosão, fator vital para seu funcionamento, já que ele estará muito próximo de ter contato com a água do reservatório. O alumínio escovado garante um contraste em relação a cor da madeira, e assim, o usuário pode ver com mais facilidade o nível d’água. Foi colado um pequeno pedaço da respectiva madeira do conjunto (Caixeta ou Tauari) em cima dos canos de alumínio, para que o indicador fique menos aparente quando estiver abaixado, e de um aspecto de continuidade na estética do conjunto. As boias foram impressas em ABS em uma impressora 3D. Este material garante uma boa durabilidade para a peça. 28
Justificativa: O ABS foi utilizado para impressão da estrutura que segura o cordão. Ele foi escolhido por ter uma boa durabilidade. O cordão de nylon atua como um ótimo condutor de água pois a capilaridade permite que o mesmo conduza a água com facilidade. Foi testado também um cordão somente de algodão. Os resultados obtidos não foram tão satisfatórios em comparação ao de nylon. Foi observado que ele demora mais para conduzir a água, mostrando ter menos eficiência do que o cordão de nylon com o núcleo em algodão.
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4
2 1
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PROJETO.
5. PROJETO 5.1 SKETCHES
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5.2 DESENHOS TÉCNICOS 5.2.1 VASOS Vistas Frontais
Vistas Superiores
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Perspectivas
CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 1-2/2 ESCALA: 1:3 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
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5.2.2 RESERVATÓRIO Frontal
Superior
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 1-2/6 ESCALA: 1:2 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
Frontal II
Inferior
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Frontal
Superior
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 3-4/6 ESCALA: 1:2 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
Inferior
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Perspectivas
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 5-6/6 ESCALA: 1:2 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
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5.2.3 BOIAS
1 2
3
4
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 1-2/2 ESCALA: 2:1 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
BOIA GRANDE
1
4
Frontal
Superior
Frontal
Superior BOIA MÉDIA
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Frontal
Superior
Frontal
Superior BOIA PEQUENA
3
Frontal
Superior
Frontal
Superior
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5.2.4 CONDUTOR DE ÁGUA
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2
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
PRANCHAS: 1-2/3 ESCALA: 2:1 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
Inferior
Superior
Frontal
Lateral 49
2
CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES NOME: Henrique Caprara ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Mendonça DISCIPLINA: TCC
Frontal
Inferior
50
Superior
PRANCHAS: 3/3 ESCALA: 2:1 UNIDADE: Milímetros DATA: 16/05/2018
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5.3 RENDERS
Reservatório em madeira “Caixeta”.
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Reservatório em madeira “ Tauari”.
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VERSÕES ALTERNATIVAS
Vasos de diversas cores.
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Vaso preto acetinado com filete preto brilhante.
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Vaso branco acetinado com filete e nĂvel d’ågua em cobre.
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PRODUÇÃO.
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6. PRODUÇÃO 6.1 RESERVATÓRIO 6.1.1 CNC
F
oram utilizados tábuas de madeira (caixeta, taurari e garápa) de 400x400x20mm e 400x400x40mm (AxLxE) para usinagem por CNC. O reservatório é composto de duas principais peças, o fundo e a tampa. Ele foi divido assim pois era o único jeito de produzir a peça a partir do material e do meio de produção escolhidos. Cada tábua foi usinada uma vez em cada uma de suas faces, para que fosse possível alcançar a usinagem desejada. Para usinagem, foi utilizado uma fresa de 6mm de diâmetro e de 2 cortes. O desbaste das peças foi feito com a fresa se movendo no eixo do sentido do veio da madeira, pois foi observado que o acabamento final alcançava uma qualidade melhor deste jeito, devido as fibras da madeira não “levantarem” tanto quando comparado com o desbaste pelo sentido oposto ao veio da madeira. As madeiras “caixeta” e “tauari” tiveram um resultado satisfatório na usinagem, já a “garápa” não obteve bons resultados. Foi observado que esta madeira empenou depois de ser desbastada até ficar com aproximadamente 10mm de espessura e 325x325mm na peça que seria a “tampa”, provando não ser uma boa escolha para peças que pretendem ter a espessura menor ou próxima da mencionada.
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Peça do “fundo” do reservatório, usinada na madeira caixeta. A peça final esta localizada no centro da madeira, ela ainda esta presa na madeira excedente pelos chamados “pegas”, suportes que tornam a usinagem possível, fixando temporariamente a peça que esta sendo usinada.
Peça do “fundo” em caixeta, logo após ser lixada.
6.1.3 IMPERMEABILIZAÇÃO Para este projeto foi pesquisado diversos produtos para garantir a impermeabilização da madeira, já que ela iria ficar em contato direto com água. Foram escolhidos a manta liquida, para a impermeabilização interna, aonde será de fato o reservatório de água, e o verniz marítimo, para impermeabilização externa. A manta líquida é usada principalmente em impermeabilizações de lajes e coberturas, e foi escolhida porque ela penetra no material em que é aplicada e cria uma película altamente resistente a fluidos e a umidade, e também conta com um alto teor de retratibilidade, fazendo com que ela não rache quando há oscilações na temperatura. O verniz marítimo foi escolhido para o acabamento externo pois ele apresenta uma boa resistência contra água e ressalta os veios da madeira, agregando valor estético para a peça.
6.1.2 LIXAMENTO Depois das peças serem usinadas e destacadas da madeira excedente elas foram lixadas com os seguintes grãos de lixa: 80, 120, 220, 400 e 600. A progressão no grão das lixas serve para que o acabamento final tenha uma boa qualidade. O primeiro lixamento com o grão 80 foi feita contra o sentido do veio da madeira, a fim de desgastar com mais facilidade a madeira e eliminar as imperfeições da superfície. Assim que a superfície estava igualada, o lixamento volta a ser no sentido do veio da madeira ainda com a lixa de grão 80, e assim permanece até a última lixa.
Foram aplicadas quatro camadas da manta líquida, fazendo a aplicação de cada camada em sentidos opostos, para que a área fosse totalmente coberta pelo produto. O verniz marítimo foi diluído com Água Raz nas seguintes proporções: 150%, 100% e 50% de diluente. Primeiro foi aplicado a mistura de 150% para que o verniz penetrasse bem na madeira, e em seguinte as misturas de 100% e 50%. Depois é aplicado mais uma vez a mistura de 100% e 150%, a fim de “refinar ” a superfície da peça, o que faz com que o acabamento final tenha uma qualidade melhor. Esta etapa é muito importante pois permite que a madeira fique saturada com o produto, fazendo com que ela se torne altamente resistente à umidade.
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Aplicação do verniz marítimo
Misturas do verniz marítimo
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6.1.4 ACABAMENTO Depois da correção das peças, elas foram deixadas em temperatura ambiente durante um dia para que o verniz seque totalmente. Assim que o verniz curou totalmente, foi aplicado a cera de carnaúba para o acabamento final, deixando a peça levemente brilhante e garantindo ainda mais proteção contra a umidade. Primeiro uma esponja de aço seca foi passada levemente em toda a superfície das peças, para que em seguida a cera fosse aplicada com uma esponja de aço. Logo em seguida uma flanela seca foi passada rigorosamente para tirar o excesso de cera e “puxar ” o brilho da peça. Estas etapas garantem que a peça fique com um acabamento acetinado, de meio brilho.
6.1.3 SECAGEM Ao aplicar os impermeabilizantes algumas das peças empenaram, principalmente a “tampa”, pois ela tem apenas 10mm de espessura, o que faz com que a peça, sendo de madeira, se torne mais suscetível a este tipo de problema. Para contornar este problema foi utilizado uma técnica de aquecimento. A face que se desejava desempenar foi exposta ao calor em uma estufa ou com o auxílio de uma pistola térmica, e minutos depois, a peça se encontrava reta novamente. A empenação varia com as características da madeira. A madeira mais macia (caixeta) empenou mais do que a mais dura (Tauari).
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6.2 NÍVEL D’ÁGUA 6.2.1 CORTE E COLAGEM Para os indicadores do nível d’água os materiais utilizados foram: canos de alumínio e a respectiva madeira utilizada em cada conjunto. Primeiramente foi cortado um pedaço do cano de alumínio na serra de fita de aproximadamente 6mm, e o mesmo foi lixado na lixa rotativa até ficar com 4mm. Em seguida ele foi colado em um pequeno pedaço de madeira.
6.2.2 REFINO Em seguida os excessos de madeira nas laterais dos canos foram lixados e a espessura da madeira foi reduzida até chegar a 1mm.
6.2.3 BOIA Nesta etapa, os “pinos” foram colados nas peças que compõem as boias. Cada pino possui uma boia de tamanho diferente, para que cada um indique um nível d’água diferente, sendo eles: baixo, médio e alto. Sendo assim cada conjunto possui 3 pinos.
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Boia
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6.3 VASOS 6.3.1 MATRIZES Primeiramente foram feitas matrizes dos três vasos para que os moldes pudessem serem feitos a partir delas. Foram cortados vários círculos em placas de MDF de 2cm de espessura e os mesmos foram colados um em cima do outro, até atingir a altura desejada para cada vaso. Em seguida a peça obtida foi torneada por um técnico com o auxílio de “réguas”, que nada mais são do que uma peça de MDF com um corte no formato exato do perfil do vaso que foi modelado previamente. Ela garante que a forma do vaso seja precisa, pois o técnico a utiliza como referência para que as medidas torneadas sejam iguais as medidas nos modelos digitais. Depois de torneadas, foi passada uma camada de massa para madeira e as matrizes foram lixadas assim que a massa secou, a fim de nivelar sua superfície. Na etapa seguinte elas foram seladas com uma camada de seladora e cortadas no meio para que fosse possível fazer um molde bipartido de gesso a partir delas.
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Moldes secando dentro da estufa
6.3.2 MOLDES Uma vez que as matrizes estavam prontas, foi feita uma caixa de MDF para alojar as matrizes e aí então fazer um molde a partir delas, despejando o gesso em uma metade de cada vez. Antes de despejar o gesso é necessário cobrir a peça com uma fina camada de vaselina sólida, para que seja possível desmoldar a peça posteriormente. Normalmente a vaselina é passada na peça com o auxílio de um pincel, porém este deixa suas marcas na peça, e as marcas deixadas por ele acabam saindo no molde, e por consequência saem na peça final. Para evitar isso basta passar brevemente uma pistola térmica para que o calor derreta levemente a vaselina, e assim, tire as marcas do pincel. O gesso utilizado foi o “estuque” pois uma de suas características é sua secagem mais rápida, comparado com o gesso normal. A mistura correta do gesso para se obter um bom molde é 1:1, a mesma quantidade de gesso e de água, caso a mistura seja diferente pode acontecer o que chamam de “azedar ”, que é quando há muita água, o que faz com que o gesso não endureça. Depois do gesso endurecer foi necessário esperar uma semana para que os moldes secassem totalmente e pudesse ser utilizada a barbotina para produzir os vasos. A secagem total é necessária pois caso contrário a barbotina (argila líquida) não irá secar. Uma semana depois os moldes estavam prontos para receber a argila. Nesta técnica de produção a barbotina é colocada preenchendo todo o interior do molde até transbordar levemente. Deve se esperar em torno de 40 minutos e então o excesso de barbotina deve ser retirado do molde. Durante essa espera a água que se encontra na barbotina está sendo “puxada” pelo gesso, fazendo com que a barbotina seque levemente e se prenda nas laterais do interior do molde. Assim, quando o excesso de barbotina é retirado do molde depois dos 40 minutos o que sobra é apenas o que foi acumulado nas paredes internas, formando o vaso. 71
Vasos em ponto de osso
6.3.3 SECAGEM A argila permaneceu um dia dentro do molde para firmar, e depois foi retirado apenas metade do molde para que o vaso secasse por mais um dia. Esta secagem é necessária pois na etapa seguinte é preciso manipular a peça, e para isso ela precisa estar firme, caso contrário ela pode ser danificada facilmente. Depois de 2 dias secando foi dado acabamento no vaso, tirando os excessos de argila com uma lâmina e nivelando a superfície dos vasos com uma flanela úmida, para que fosse possível obter um bom acabamento. Em seguida é necessário deixar a peça secando e esperar que toda a água evapore, o que pode durar em torno de 5 dias, ai então a peça já está no “ponto de osso”, o que significa que ela está pronta para ir ao forno.
Vasos ainda úmidos
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6.3.4 QUEIMA As peças foram levadas a um forno específico para este processo, aonde foi feita a primeira queima, para que a argila pudesse agora virar o que é chamado de “biscoito” (nome dado a peças de argila depois de passarem pela primeira queima). A primeira queima faz com que a argila endureça e seque totalmente, o que é vital para a esmaltação, que será a etapa seguinte.
6.3.5 ESMALTAÇÃO Agora que as peças já eram “biscoitos” era possível começar a esmaltação. Para isso o primeiro passo foi preparar o esmalte. Foi feita a mistura de uma colher de sopa de CMC (produto que servirá como cola para que o esmalte grude no vaso) com 1 litro e meio de água. É necessário fazer esta mistura em um liquidificador pois este produto empelota ao entrar em contato com água, tornando a mistura manual inviável. Em seguida a mistura obtida foi misturada com o pó do esmalte escolhido. As proporções de cada um foram medidas a olho, observando a textura desejada para o esmalte final. A primeira técnica utilizada para a aplicação do esmalte foi a de despejo, aonde como o próprio nome diz, o esmalte é despejado em cima de toda a superfície da peça. Antes desta etapa foi necessário passar um pouco de vaselina na base do vaso, aonde ele iria se apoiar. Isto foi feito para que o esmalte pudesse ser retirado da parte de baixo com mais facilidade depois que secasse. Não se pode deixar o esmalte na área que ele terá algum tipo de contato enquanto estiver no forno pois isso fará com que a peça grude na superfície do forno, fazendo com que o trabalho seja danificado e muito provavelmente, perdido.
“Biscoitos” dentro do forno de cerâmica
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Vaso pronto para receber o acabamento com a esponja
Depois de alguns minutos o esmalte já estava seco, e então, foi dado um acabamento com o auxílio de uma bucha de cozinha, para tirar imperfeições da superfície dos vasos. E em seguida as peças foram ao forno para a segunda queima, aonde o esmalte iria derreter e firmar e a peça em fim iria se tornar uma cerâmica. Após a segunda queima foi observado que o esmalte apresentou falhas, não estando igualmente distribuído pela superfície dos vasos. Isso ocorreu devido a técnica de esmaltação utilizada (despejo). Em uma segunda tentativa, a esmaltação foi feito com uma pistola pressurizada, que provou resultar um acabamento melhor, mais uniforme e sem falhas.
Despejo do esmalte na parte interna do vaso
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6.4 CONDUTOR DE ÁGUA O condutor foi projetado para que fosse o mais compacto possível e de fácil instalação. Os materiais que ele utiliza são: ABS e cordão de nylon com seu núcleo em algodão. O protótipo foi produzido por impressão 3D, mas idealmente ele seria produzido por um outro polímero e pelo processo de “injeção”. Esmaltação por pistola
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PROPOSTA GRÁFICA.
7. PROPOSTA GRÁFICA O nome Flux veio da palavra “fluxo”, que se inspira no principal conceito do projeto, que é o sistema auto irrigável. O funcionamento deste sistema só foi possível graças ao fenômeno da capilaridade que, no caso deste sistema, torna possível o fluxo de água do reservatório para as plantas. O símbolo presente no logo foi criado a partir da síntese do desenho de um cordão, que é o material mais importante, em questão de funcionalidade, presente no condutor de água.
Positivo
Negativo 78
7.1 APLICAÇÕES E CORES
PANTONE 10398 C C8
M7
Y11
K0
R232 G229 B222
PANTONE 10398 C C65 M61 Y62 K47 R67
G64
B62
79
Uso prioritรกrio
80
1cm
28,346px
7.2 REDUÇÃO MÍNIMA
29,286px
1,0331cm
7.3 ÁREA DE PROTEÇÃO
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CONCLUSÃO.
8. CONCLUSÃO
E
ste trabalho teve o objetivo de desenvolver e fabricar um conjunto de vasos auto irrigáveis que fosse compacto, fácil de usar e também atuasse como uma peça de decoração a ser admirada. Durante a produção foram encontrados diversos problemas que envolviam a materialidade e os meios de produção. Os problemas encontrados foram em detalhes, como por exemplo: encaixes entre as peças de madeira, que não encaixavam devido ao fato de algumas empenarem; os acabamentos dos vasos de cerâmica, que apresentou falhas devido ao processo de esmaltação; o nível d’água, que apresentou uma “folga” maior do que a desejada em relação ao reservatório de água. Detalhes estes que foram contornados depois de diversas pesquisas, estudos, testes e com o auxílio de técnicos especializados nas áreas de usinagem em CNC, acabamentos em madeira e na produção de peças em cerâmica. Todas as propostas foram concluídas e obtiveram resultados satisfatórios. Foram observados alguns pontos aonde é possível haver aprimoramentos em questão de detalhes e de eficiência nos meios de produção. Estes só não foram possíveis devido a limitações nos recursos disponíveis. Entretanto, foi possível projetar e produzir um produto que exige uma manutenção mais esporádica em relação ao cultivo, e que pode ser admirado, tanto pela beleza natural das plantas, quanto pela elegância do conjunto.
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85
BIBLIOGRAFIA.
9. BIBLIOGRAFIA BIRCH, Samuel. History of ancient pottery. London Murray, 1858.
GIMENES, Bruno José. Fitoenergética - A Energia Das Plantas No Equilíbrio da Alma. Luz da Serra, 2017.
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STEINKOPF, Lisa Eldred. Houseplants: The Complete Guide to Choosing, Growing, and Caring for Indoor Plants. Cool Springs Press, 2017.
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Triste não é o homem que sofre por não alcançar seus sonhos, mas sim aquele que não mais sonha depois de alcança-los. Continue sonhando.