A Complexidade de um Território - 1ª Etapa TFG Diadema

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A complexidade de um território


Ana Clara Lambert Rodrigues Carla Monara da Silva Henry Farkas Isabela Floriam Foltran Renan Rodrigues Wesley Alves da Silva Orientador: Pedro Paulo de Siqueira Mainieri

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A complexidade de um território Diadema - SP Pontifícia Universidade Católica de Campinas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo TFG - 2021


A ausência da arquitetura também constrói o real Álvaro Puntoni

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Agradecimentos

Agradecemos ao nosso professor, orientador e amigo, Pedro Paulo Mainieri, por todas as conversas, risadas, reflexões e ensinamentos que nos fizeram enfrentar esse projeto e por acreditar nos anseios de cada aluno orientado. Aos professores que acompanharam nosso processo de avaliação, Antonio Carlos Kfouri e Luis Alexandre Amaral Pereira Pinto, pelos comentários e discussões, nos apresentando novos olhares sobre o desenvolvimento de nossos trabalhos e de uma arquitetura real. Ao corpo docente da PUC-Campinas por toda nossa formação e conhecimento, e aos amigos e colegas por compartilharem todos os desafios, estresses e risos ao longo de cinco anos juntos. Por fim, aos membros da banca avaliadora, Ana Paula Giardini Pedro e Rafael Urano Frajndlich, por participarem desse momento tão importante.


Resumo

O presente trabalho teve como premissa a investigação e estudo do território de Diadema - SP, propondo soluções urbanísticas e arquitetônicas que contribuíssem como possibilidade para o melhor desenvolvimento do tecido urbano. As propostas foram guiadas pelas pesquisas desenvolvidas dentro das dinâmicas socioambientais, socioespaciais e políticas que possibilitaram a compreensão territorial em seus aspectos históricos, morfológicos, culturais, sociais e econômicos. Os levantamentos permitiram identificar a existência de fortes conflitos territoriais, que desenharam e continuam induzindo o desenho da cidade, conformada dentro de um planejamento urbano embasado por um raciocínio industrial e rodoviarista (1961), sem uma orientação para a crescente ocupação habitacional estimulada pela oferta de trabalho, resultando em apropriações informais do território geradas na luta pelo espaço do morar, do socializar, da saúde pública, da educação e do convívio. O território se estabeleceu no entorno do cruzamento da Rod. dos Imigrantes, que conecta a cidade de São Paulo com as cidades litorâneas sentido Norte - Sul, e a Av. Fábio Eduardo Ramos Esquivel, que interliga a cidade de Diadema com as cidades do ABC

Paulista no sentido Leste - Oeste, além de estruturar um dos principais eixos de transporte público da região. Na porção Sul a cidade é delimitada pela zona de preservação da represa Billings, configurando um forte atrito entre ocupações habitacionais e reserva ambiental. Dentro dessa atmosfera, a equipe desenvolveu os estudos que nortearam as propostas urbanas e individuais, buscando soluções que se adequassem a esse território com forte adensamento populacional e construtivo, com grande concentração de áreas favelizadas e informais, de forma a valorizar os movimentos culturais e históricos que acompanharam o desenvolvimento desse tecido urbano ao longo de sua história, como o movimento Hip Hop, e os movimentos sociais por moradia e reurbanização. Essas proposições aconteceram, principalmente, vinculadas às principais estruturas viárias que estruturam o tecido urbano concentrando as atenções na porção Sul da cidade, devido a presença dos conflitos sócio-ambientais, selecionando um recorte espacial no qual aprofundamos o desenvolvimento de algumas das ações previstas como respostas às problemáticas identificadas. 6


Metodologia

O trabalho teve início com a investigação territorial da cidade, identificando e analisando as principais forças atuantes dentro do desenvolvimento do tecido urbano, desde fatores morfológicos como, estruturas viárias, sistemas de transporte público, limite e influência da cidades vizinhas e grandes equipamentos, até fatores históricos e políticos que direcionaram o crescimento urbano na região. Dessa forma foram realizadas as seguintes etapas de produção: • Análise das relações Metropolitanas e suas influências no território de Diadema. • Proposição de intervenções na escala macro, que teriam influência sobre toda a RMSP e porção litorânea margeada pela Rod. dos Imigrantes. • Levantamento histórico da cidade, seguido da leitura e análise das consequências dos processos de formação do tecido urbano, por meio da produção de peças cartográficas. • Investigação das forças que atuam no desenho do tecido urbano; aproximação sistematizada ao território por divisões setoriais para a proposição de desenhos alternativos, melhorando a articulação e o desenvolvimento dos setores analisados.

• Seleção do recorte para aproximação e desenvolvimento de estratégias urbanas • Realização das diretrizes urbanas e redesenho de áreas dentro do recorte de intervenção. • Proposição dos projetos individuais norteados pelas forças de organização das propostas urbanas


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Sumário Contexto e Diagnósticos

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RMSP e ABC Paulista A questão hidrográfica Mobilidade Urbana Diadema Evolução Urbana Leituras do território

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Plano Costura

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Introdução Justificativa Metodologia Leituras e Propostas Setor Norte Setor Sul Recorte

48 50 60 92 128

Projetos Fichas Técnicas

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Centro de Educação e Experimentação Ambiental” (CEEA) Quintal LAR Complexo Cultural da Rua Alameda Urbana CRESCER: Centro Assistencial Infantil

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Bibliografia

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Contexto e Diagnósticos RMSP e ABC Paulista

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/atoms/image/1109324-rvrsa_abr_01182018783420180220.jpg

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Contexto e Diagnósticos RMSP e ABC Paulista

Como uma abordagem inicial ao território de Diadema, é imprescindível pesquisar-se sobre o ABC Paulista e a Região Metropolitana de São Paulo (uma das maiores aglomerações urbanas do mundo e a maior da América do Sul), aos quais o município pertence faz parte. Aprofundando-se, a RMSP possui um PIB de cerca de 786 milhões, dos quais 12% são de participação do ABC Paulista, e os mesmos 12% representam a porcentagem de sua população na Região Metropolitana. Já sobre Diadema em específico, sua população atinge 15% de todo ABC, que em comparação a sua extensão territorial, dos quase 31.000 km², representa uma alta densidade demográfica, assim como Osasco e Taboão.

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Contexto e Diagnósticos A questão hidrográfica

Na questão hidrográfica, a Região Metropolitana de São Paulo é abastecida pela bacia do Alto Tietê, com o município de Diadema recebendo a sub-bacia Billings - Tamanduateí, com a represa Billings adentrando seu território, desenhando-se uma APP (Área de Preservação Permanente) de 22% do território municipal.

parcelas que ainda encontram-se preservadas próximas a Billings. Tais problemáticas interferem diretamente no dia-a-dia das mais de um milhão de pessoas que moram em suas margens ao longo de todas as cidades de São Paulo e do ABC Paulista. A alta densidade, torna difícil a identificação de áreas verdes, sendo as principais manchas na parte norte, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, e ao sul, parcelas que A Billings foi criada como sendo uma represa para ainda encontram-se preservadas próximas a Billings. geração de energia elétrica. Porém os principais rios da capital, o rio Tietê e o rio Pinheiros, acabam Em 1925, com a construção da Billings, uma pressão trazendo consequências à represa. Por isso, obser- sobre as áreas de preservação com a ocupação de cháva-se três barragens em suas águas, sendo a primei- caras em suas margens, começou a ocorrer. Ao longo ra (mais a norte) funcionando como controladora do do tempo, com o boom populacional, e as ocupações fluxo de águas desses rios, os quais, anteriormente, se desconcentrando do centro, aquela ocupação pontinham um fluxo direto despejando-se na Billings. Com tual, existente ao sul da cidade, passou a dividir espaço esta construção, nos dias de fortes chuvas, a barragem com ocupações irregulares. A pressão sobre os coré aberta a fim de minimizar impactos de alagamentos pos hídricos e áreas de preservação tornava visíveis os em São Paulo, entretanto, sobrecarregando a represa sinais de poluição e degradação, que estão em vetor com a poluição vinda em conjunto, fazendo com que, de crescimento até hoje. Nota-se, também, que o caso em 2020, a Represa Billings tivesse suas águas con- relatado da região sul de Diadema é similar em todo sideradas letais em caso de ingestão devido a quan- tecido de borda regional. Em Diadema, a Represa tidade de fósforo. Outras duas barragens são a do Billings ocupa 23% de seu território, mas tem-se 1 Rio Grande, construída na tentativa de proteger suas milhão de pessoas morando ao longo de sua maráguas, evitando a chegada de tanta poluição e, mais gem em toda região de São Paulo e do Grande ao sul, a Henry Borden, pertencente à usina gerado- ABC. ra de energia elétrica de mesmo nome. parte norte, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, e ao sul, 14


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Contexto e Diagnósticos Mobilidade Urbana

No âmbito da mobilidade, a facilidade de conexão é um ponto de destaque da área escolhida. De acordo com o território de Diadema, nota-se uma malha urbana mais homogênea no sentido oeste, com maior diversidade de fluxo; já a leste, sentido São Bernardo, existem diversas barreiras como córregos e equipamentos industriais, dificultando os acessos. Assim, sua alta densidade demográfica, também, relaciona-se ao fato de que 82% do fluxo diário em Diadema permanece na cidade, e o restante das viagens dividem-se entre São Caetano do Sul, Santo André, São Bernardo e São Paulo, em ordem crescente, sendo a maior parte destinada a trabalho. Já sobre os elementos estruturadores, destacam-se diferentes modais. Primeiramente, a Rodovia dos Imigrantes secciona o território de Diadema no sentido norte-sul, o que gera uma série de complexidades ao dificultar a conexão entre bairros dentro da cidade, forçando a população a utilizar diversos caminhos alternativos peatonais, muitas vezes sem infraestrutura aparente. A rodovia Anchieta também apresenta importância, pois desenhada na divisa leste da cidade, conecta Diadema ao litoral paulista. Ademais, existe um corredor metropolitano, onde passa o trólebus, pela Avenida Fábio Eduardo Ramos Esquivel, a qual recebe seu trajeto vindo da região sul de São Paulo e seguindo para São Bernardo e Santo André, conectando Diadema no sentido oeste-leste,

possuindo uma ligação direta com algumas linhas de metrô e CPTM vindas da capital. Tal avenida, também, marca uma secção no município, perpendicularmente à Rodovia Imigrantes, revelando dinâmicas distintas antes e depois de seus cruzamentos. É notória a presença das ferrovias, com a Santos-Jundiaí a leste e a Sorocabana a oeste, conectando o território até a baixada santista.

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Contexto e Diagnósticos Diadema

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Contexto e Diagnósticos Diadema: Evolução Urbana: 1940 - 1964

Diadema começa o seu desenvolvimento dependente de Santo Amaro e São Bernardo do Campo, sendo considerada um distrito em 1948, com seu nome pensado para completar a sigla do ABC Paulista. Nessa época já se destacava a importância da Av. Antônio Piranga e Av. Piraporinha como estruturadora do território. Na da década de 1950 o Bairro Eldorado que se encontra na porção Sul do território, apresentava um desenvolvimento pontual, de chácaras e pequenas pousadas às margens da Represa Billings, com uma ocupação totalmente diferente das demais regiões do território, em uma configuração de bairro jardim com a presença de uma população de mais alta renda. No período entre 1953 e 1958, as mudanças no território brasileiro estavam sendo guiadas pelo Plano de Metas JK, que conduzia ações políticas pautadas no sistema rodoviarista e industrial, nesse momento o ABC Paulista teve expressivo desenvolvimento dentro do setor automobilística, recebendo grandes montadoras que se estabeleceram às margens das principais avenidas da região. Com isso, além do centro já consolidado, outras áreas começaram a ser ocupadas, como o bairro Conceição e a Vila Nogueira. Em 1958, com a emancipação do território de Diadema, os limites que definiam o antigo distrito foram alterados, de forma que o novo desenho do território perdeu importantes áreas que

passaram a se estabelecer como bairros industriais de São Bernardo do Campo. Com a crescente ocupação das terras de Diadema por novas indústrias, em 1961, foi elaborada a 1ª Lei de Uso e Ocupação do Solo, que destinava 70% do território para uso industrial, 24% à área turística e 2% ao uso residencial. Ação que desencadeou um processo de inúmeras ocupações irregulares que foram se consolidando no espaço residual entre os grandes galpões industriais. Situação que mais tarde fomentaria os movimentos sociais de reivindicação dos direitos básicos relacionados à habitação, à saúde pública e ao lazer. O início da Ditadura no Brasil (1964) fomentou em Diadema fortes processos de espoliação urbana e exploração da mão de obra fabril, que somados a implantação de incentivos fiscais no início da década de 1970, que isentava impostos municipais a novas indústrias instaladas na RMSP, configuraram o território do Grande ABC como um polo de muitos migrantes, vindos principalmente de Minas Gerais e do Nordeste, atraídos pela alta oferta de empregos. Situação que junto à 1ª Lei de Uso e Ocupação do Solo, aumentou ainda mais a construção de favelas e ocupações irregulares, que agravam o processo de degradação das áreas de preservação ambiental.

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1958 - 1964


Contexto e Diagnósticos Diadema: Evolução Urbana: 1964 - 1980

Em 1976, ocorreu a implantação do 1º trecho da Rodovia dos Imigrantes no território de Diadema, com a intenção de conectar o interior do estado com o litoral. A instalação da Rodovia aproximou a RMSP do litoral, mas acabou por dividir o tecido urbano de Diadema em duas porções: leste e oeste, configurando-se como barreira física para muitos deslocamentos pedonais e automotivos dentro do próprio território. No início da década de 1980 começa a existir uma reestruturação produtiva, em que há a decisão política de implantar um programa de urbanização de favelas. As ações resultam na combinação entre a ação do poder público e um processo de auto organização da população, como resposta ao aumento dos índices de criminalidade em consequência de uma vasta ocupação de áreas sem infraestrutura urbana, equipamentos e serviços públicos essenciais. A ilegalidade urbana era “regra”, apenas 50% das casas possuíam acesso a água, 14% tinham acesso ao esgoto e somente 20% das ruas eram pavimentadas.

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Contexto e Diagnósticos Diadema: Evolução Urbana Gilson Menezes e José Augusto (1983 – 1992)

Neste período houve uma forte ação de parcelamento do solo, com implantação de redes de água e energia elétrica. Pela insuficiência de recursos financeiros, foram realizadas poucas obras de pavimentação, drenagem e contenção de encostas, nas áreas de risco da cidade. Também houve a construção de escadarias e abertura de acesso às avenidas principais da cidade. As ações priorizaram áreas que não demandam muitas remoções, alternativa de difícil equacionamento, em face do alto custo e da escassez de terras na cidade. O Programa de Urbanização de Favelas respeitou o direito das famílias a permanecerem onde viviam originalmente, desde que o local não fosse área de risco, o que era avaliado por indicadores geotécnicos, e que existissem condições para a execução de obras de reorganização espacial. Em 1985, foi aprovado o primeiro instrumento para garantir a permanência das famílias nas áreas públicas ocupadas: a Lei de Concessão do Direito Real de Uso (CDRU).

A urbanização neste período significou, também, promover a regularização fundiária e ainda implantar equipamentos de saúde e educação. Na maior parte dos governos, sem qualquer tipo de investimento estadual ou federal, estabeleceram-se, assim, parcerias com os moradores locais, que fizeram a maioria das obras em sistema de mutirão. De forma que, na década de 1990, Diadema já tinha 128 favelas instaladas no território tendo 34% da população residindo nessas favelas (79,2 mil hab, de 228,7 mil hab).

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Ocupação Urbana

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1980 - 1993


Diadema: Evolução Urbana José de Filippi Junior (1993 – 1996)

Neste período houve transformação da maior parte das áreas vazias, anteriormente destinadas ao uso industrial, em AEIS (Áreas Especiais de Interesse Social), ampliou a oferta de área para a construção de Habitação de Interesse Social (HIS) e reduziu, ainda que por tempo limitado, o preço da terra. Infelizmente, passado um período aproximado de dois anos, com o aumento do número de associações e como consequência do aquecimento no mercado de compra dessas áreas, os preços voltaram a subir. Com clara preocupação social, durante três mandatos, houve um desenvolvimento urbano mais inclusivo. A taxa de mortalidade infantil, que em 1980 era de 83 crianças por mil nascidas vivas, em 1994, caiu para 21 crianças por mil nascidas vivas, ficando abaixo da média do Estado de São Paulo. Em 1994 há a aprovação de um novo Plano Diretor, conhecido como “As ideias no lugar”,que pela primeira vez inclui as favelas na cartografia do Plano Diretor, com a introdução das AEIS – Áreas Especiais de Interesse Social. A realização desse novo Plano trouxe a regularização de inúmeros assentamentos, que receberam infraestrutura e o direito de morar. Contudo os processos de reurbanização de favelas não ocorreram em conformidade com o planejado, a falta de mão de obra especializada para o acompanhamento e suporte técnico das autoconstruções,

acabou resultando em grandes fraturas urbanas. Neste período houve melhoria das condições de saneamento, urbanização, assistência médica e educação. A prefeitura, nesse período, construiu diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pavimentou mil ruas, ampliou a coleta de lixo, o transporte público e a abrangência da iluminação pública e concluiu a urbanização de aproximadamente 50% das favelas existentes. Há também uma evolução das associações de luta por moradia, que montaram estruturas de suporte aos seus associados para a elaboração, aprovação e registro dos empreendimentos. Contudo, a implantação da maior parte dos empreendimentos construídos por iniciativa das associações não foi executada em conformidade com os projetos. Algumas associações não respeitaram efetivamente a lei de cadastramento do município, esse diagnóstico de precariedade da qualidade das construções não está restrito aos núcleos habitacionais ou Ehis (Empreendimentos de Habitação de Interesse Social). Em Diadema, verifica-se que 36,81% dos domicílios da cidade, segundo a Fundação Seade (2005), não possuem a composição mínima (quatro cômodos, sendo um deles destinado a banheiro ou sanitário), ou seja, são moradias com espaços insuficientes para a densidade habitacional. 34


Diadema: Evolução Urbana Gilson Menezes e José de Filippi Junior (1997-2008)

Na gestão de 1997 a 2000, sob o comando do prefeito Gilson Menezes, o governo não dá continuidade, de forma sistemática, aos programas de urbanização e regularização, interrompidos, em sua maioria. Isso leva à deterioração das obras de infraestrutura já realizadas e, principalmente, ao adensamento e ao surgimento de novas favelas. A Secretaria de Habitação é extinta e, por consequência, sua estrutura administrativa e operacional, e a política habitacional passa a ser gerida pela Secretaria Municipal de Obras. Em 2001, o PT volta a administrar a cidade, com o prefeito José de Filippi Júnior, que retoma o processo de urbanização de favelas instaurado anteriormente no município; os espaços de discussão com participação popular da política urbana e habitacional; e a ação de planejamento da cidade, quando foram efetivadas outras duas revisões do Plano Diretor. Uma revisão no Plano Diretor, em 2004, aponta para a sustentabilidade ambiental e outra, em 2008, apresenta uma clara preocupação com o desenvolvimento econômico da cidade. Já em 2002, com o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento e PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida, há um visível aumento da disputa pelo espaço urbano, pela terra como suporte para novos projetos e ressignificação do próprio espaço da cidade. Retomada vigorosa da produção industrial e incremento do setor de serviços. Porém há dificuldade

para a garantia da função social da propriedade urbana, no dilema “direito à cidade” versus “capital imobiliário”. O Programa “Tá Bonito” teve como objetivo revitalizar as áreas já urbanizadas, melhorando a qualidade das unidades habitacionais e as condições do espaço urbano. O programa significou a aceleração do processo de verticalização nos núcleos habitacionais- o fenômeno da “terceira laje” e ocupação intensiva do lote. Nesse período, o Programa de Pós Urbanização teve que redimensionar suas atribuições. Além das ações de acompanhamento e manutenção dos núcleos já urbanizados, isso porque, diferentemente de períodos anteriores, começaram a ser construídos na cidade vários empreendimentos habitacionais verticalizados para a demanda removida das áreas de favela. A nova realidade enfrentada por Diadema é a coabitação familiar. Nos núcleos habitacionais, a densidade é de 677 hab./ha, isto é, 14m² por habitante. Aproximadamente 60% das famílias são chefiadas por mulheres. Quanto aos dados de deficiência na família, população idosa e escolaridade, os dados assemelham-se aos da cidade, salvo poucas comunidades, para as quais à distância de equipamentos é longa e, como conseqüência, apresentam maior número pessoas em idade escolar fora da escola, a exemplo do núcleo habitacional Joaninha, situado em loteamento irregular em áreas de proteção.


Ocupação Urbana

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Contexto e Diagnósticos Leituras do território

Diadema encontra-se próxima a diversos equipamentos relevantes ao estudo. Além de diversos Hospitais e unidades de ensino nas cidades vizinhas do ABC e da capital, ganha destaque o CEU Alvarenga, conectado com a parte sul da cidade pela Rodovia Alvarenga. Outros pontos expressivos são as unidades do SESC em Interlagos e Santo André, junto da Expo SP e Zoológico, em adição aos diversos terminais vizinhos. A seguir, encontram-se diversos levantamentos e diagnósticos a respeito da qualidade de vida, inclusão social, equipamentos, entre outros. Realizados a partir de dados do SEADE, Censo do IBGE de 2010 e EMPLASA e que são cruciais para o entendimento e aprofundamento do estudo deste território.

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Plano Costura Introdução

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Plano Costura Justificativa

Toda a proposição do Plano Costura incia-se através da vontade de interligação e reurbanização do território de Diadema, que por conta de seu planejamento e história, torna-se um território com diversas desigualdades, peculiaridades e características divergentes e dispersas por toda sua malha urbana. De modo geral, o Plano Costura parte de uma análise do território de Diadema em dois setores: Norte, com 3 núcleos, e Sul. Assim, propõe-se a reorganização dos tecidos de borda da Rodovia Imigrantes (Setor Norte) com novos usos e programas, além da adoção de um novo zoneamento ambiental específico para o setor Sul bem como intervenções pontuais, devido à pressão exercida sobre a Billings e suas áreas de preservação. Com isso, tem um propósito de viabilizar uma transformação de escala regional devido a conexão viária e hídrica desse território com a região metropolitana e a macrometrópole.

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1 2 Norte

3

Sul

Mapa elaborado pela equipe.


Plano Costura Metodologia

A concepção do plano incia-se na escala macro, que compreende a RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), analisando espaços remanescentes e fluxos nas bordas da Rodovia Imigrantes, buscando, a partir de potencialidades como elas podem “costurar” o tecido urbano, assim como costuram a cidade com o litoral e o interior do estado. No âmbito ambiental, é observada a necessidade de tratamento dos corpos hídricos da cidade de São Paulo, antes de adentrar na cidade de Diadema, o que compreenderia uma ação de longo prazo, de lidar com a questão do problema a partir de suas origens, contudo utilizando neste trabalho em específico, como ponto de partida, o braço da Represa Billings compreendido dentro da cidade de Diadema. Em uma escala intermediária que abrange a cidade pontua-se ações em dois planos, o Plano Norte, e o Plano Sul. Para o Plano Norte, observa-se a demanda de realizar suturas e um redesenho das transposições peatonais com um novo olhar, partindo de caminhos populares e áreas subutilizadas buscando a conexão entre as partes seccionadas pela Rodovia Imigrantes.

Para o Plano Sul, questiona-se o avanço desordenado do tecido urbano para as áreas de preservação devido a alta densidade construtiva e demográfica, e como integrar a região sul de Diadema, marcada por índices deficitários de renda, vulnerabilidade e qualidade de vida, em relação ao restante da cidade. Portanto, opta-se como recorte de estudo o Setor Sul, no qual busca-se conter o avanço desordenado e sem planejamento do tecido urbano, redesenhando o tecido de borda com novos usos e programas e reorganizando as estruturas de transporte público (o que foi constatado pela equipe através de diversas pesquisas com moradores que existe uma grande mobilidade na cidade, entretanto, sua acessibilidade ainda é deficitária), junto do desenvolvimento de habitações sociais e práticas urbanas, intervindo nas escadarias, vielas e travessas, elementos presentes na rotina dos moradores, adotar novo zoneamento específico e estratégico e implantação de projetos estruturadores.

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Viário

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Centros Comunitários

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Plano Costura Leituras: Setor Norte, Núcelo 1

No núcleo 1 do Setor Norte, decidiu-se pelo fomento da urbanidade das estruturas verdes às margens da Rodovia Imigrantes, dotando-as de infraestrutura, conforme sua vocação de uso e ocupação, preestabelecida pela apropriação dos moradores. Seja por praças associadas a equipamentos ou redesenhando a circulação priorizando os pedestres. Propõe-se também a construção de novas unidades habitacionais que comportem a demanda do déficit habitacional dos núcleos habitacionais inseridos neste núcleo 1 do Setor Norte.

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Norte

Mapa elaborado pela equipe.


Mapa elaborado pela equipe.

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Núcelo 1 - Setor Norte

Leitura

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Núcelo 1 - Setor Norte Leitura


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Núcelo 1 - Setor Norte

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Leitura


Mapa elaborado pela equipe.

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Núcelo 1 - Setor Norte

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Plano Costura Leituras: Setor Norte, Núcelo 2

No núcleo 2, opta-se princiapalmente pela relação de conexão entre bairros e caminhos peatonais. Através da utilização de estruturas verdes que margeiam o cruzamento da Rod. dos Imigrantes com a R. Fábio Eduardo Ramos Esquivel, como continuação da estrutura do Parque do Paço, conformando um parque que auxiliaria na transposição das estruturas viárias e estaria inserido nas conexões regionais da cidade. Adiante, propõe-se a requalificação dos caminhos e passarelas com a proposta de um novo desenho destas que fazem as transposições leste - oeste da imigrantes, configurando a um projeto para os caminhos “desenhados” pelos transeuntes.

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2 Norte


Mapa elaborado pela equipe.

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Núcelo 2 - Setor Norte Leitura


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Núcelo 2 - Setor Norte Leitura


Mapa elaborado pela equipe.

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Plano Costura Leituras: Setor Norte, Núcelo 3

No núcleo 3, também propõe-se a reestruturação dos caminhos populares e de seus acessos, promovendo a expansão dos eixos já reurbanizados através do aproveitamento das áreas livres e subutilizadas. Um novo olhar sobre os espaços residuais com potencialidades projetuais sob a rodovia, áreas atualmente utilizadas por ocupações irregulares também é previsto, promovendo diversas probabilidades de projetos reestruturadores.

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Norte

3


Mapa elaborado pela equipe.

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Núcelo 3 - Setor Norte Leitura


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Núcelo 3 - Setor Norte Leitura


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Plano Costura Leituras e Diretrizes: Setor Sul Zoneamento

No Setor Sul, após uma diagnóstico das potencialidades regionais, e analisando o zoneamento atual, é importante destacar as três zonas de maior predominância: a Subárea de Ocupação Urbana Consolidada classificada como área urbana de ocupação irreversível, que possua parcialmente infraestrutura básica (saneamento e redes urbanas básicas); a Subárea de Ocupação de Baixa Densidade, determinada como passível de ocupação desde que possua conversa e compatibilidade com áreas de mananciais locais; e a Subárea de Conservação Ambiental, identificada como espaço de proteção e preservação. Assim, são propostas algumas alterações: em primeiro lugar, uma ampliação na Subárea de Conservação Ambiental, que atualmente é passível de ocupações de baixa densidade, preservando um grande maciço arbóreo e cursos d’água presentes. Juntamente, propõe-se uma nova subárea de desenho de borda responsável pela transição entre o desenho de conservação e o desenho urbano já consolidado. Por fim, altera-se, também, a Subárea de Ocupação Urbana Consolidada,

acrescentando-se novos pontos, visto que, em certos momentos, o plano atual aponta como local de conservação, porém a infraestrutura já está consolidada. E a Zona de Orientação Urbana, acrescentada de locais de pequenas habitações, recebendo olhar para uma regularização e reestruturação.

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Sul


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Setor Sul

Leitura: Zoneamento

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Setor Sul

Diretrizes: Zoneamento

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Plano Costura Leituras e Diretrizes: Setor Sul

Outras diretrizes baseiam-se em elencar locais (como lotes subutilizados ou em direito de preempção) com pontos de força para uso habitacional, a fim de suprir o déficit existente, em conjunto de uma requalificação da Usina de Compostagem (DLU), já consolidada, para melhor relacionamento com tecido urbano. Em relação a questão ambiental e educacional, planeja-se a inserção da Billings no dia-a-dia da população, com programas de maior conscientização através de núcleos ambientais/educacionais e experimentais tanto na represa quanto próximo à Rodovia Imigrantes, facilitando a troca de informações. Além disso, propõe-se a implantação de um parque linear que tem como apoio o campus da Universade Federal de São Paulo (UNIFESP), trazendo mais áreas verdes a cidade. Na relação de mobilidade, após a pesquisa das linhas e terminais de Diadema, constatou-se um problema de acessibilidade, e não mobilidade, portanto, é proposto um terminal na Avenida Chico Mendes, que possui equipamentos de importância no tecido da cidade, como o Circo Escola. Também neste setor encontram-se duas centralidades: a primeira na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, a sul, no momento desde o

Parque Ecológico, na rua das Perobas, até a rua das Orquídeas, sendo uma avenida inteiramente de uso comercial, por onde passa, também, o transporte público. Outra centralidade ocorre na Avenida Antônio Cunha Silva Bueno devido a força dos comércios, porém exibindo momentos de uso residencial. Juntamente, nota-se uma grande quantidade de acontecimentos entre a Avenida Nossa Srª dos Navegantes e a Avenida Chico Mendes, a norte, a qual abriga dois equipamentos importantes para toda Diadema, o Circo Escola e a Praça CEU das Artes. Assim, a proposta está em desenhar um anel por essas vias, por conta de potenciais como essas centralidades e variedade de usos, junto dos lotes sujeitos a preempção, propondo-se novos usos com certa reestruturação ou transformação. Na Avenida Chico Mendes, a ligação do anel ocorre na altura da Avenida Nossa Srª das Graças até a Rua Aeródromo, visando melhorar a qualidade para circulação dos pedestres e possíveis remanejos ou reestruturações nos lotes de ocupações irregulares. Enquanto isso, na Avenida Nossa Srª dos Navegantes, propõe-se a reestruturação do trecho citado para uma rua comercial, mantendo a passagem do transporte público, reforçando o percurso do pedestre e fortalecendo a cen98 tralidade, fazendo com que o fluxo de automóveis


seja assistido pela Avenida Frei Ambrósio de Oliveira, Rua Arraia e Rua Baleia, as quais possuem estrutura e dimensões aptas a receber essa movimentação. Outros pontos de destaque contam com o Cemitério Jardim da Paz, que ocupa grande extensão do bairro, as áreas de alto risco de escorregamento com propostas de realocação ou assistência técnica. Também, há escadarias e vielas presentes em todo território da cidade, sendo propostos novos desenhos para requalificação da mobilidade dos pedestres. Em conjunto, observa-se a forte presença dos campos de futebol de várzea utilizados por toda comunidade. É importante destacar a presença do Ponto Final de Ônibus da Linha EP11 (que conecta até o Piraporinha), próximo à uma EEPG (Escola Estadual de Primeiro Grau), o qual é proposto uma nova implantação e criação do Terminal Vila Paulina, redesenhando pequenos trechos de percursos, passando com mais frequência por escadarias, próxima ao cemitério, campo de futebol e UBS Vila Paulina, que, atualmente, está sendo construída uma nova sede maior próxima à antiga. Destaca-se também a criação e reestruturação dos eixos, reforçando centralidades e criando pontos estratégicos para potencialização da área, junto de uma integração do tecido com a área de

preservação por meio do desenho dos espaços livres, conectando-se todos novos projetos e propostas urbanas pelo desenho de borda. Assim, fica claro como o projeto urbano apoia-se em equipamentos existentes, focando na reestruturação da vias e pontos de ônibus e redesenho de vias específicas, com implantação de mobiliário e melhorias das escadarias e vielas, apropriando-se dos grandes desníveis que estas vencem, para melhorar a drenagem das quadras, por meio de um sistema verde. Apropriando-se do fato de que, em alguns trechos, as calçadas, devido à má qualidade, servem apenas de acesso às edificações, já sendo utilizadas as vias de maneira compartilhada, é proposto hortas comunitárias em áreas verdes onde hoje servem como depósito.


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Setor Sul

Leitura: Terminal Piraporinha

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Setor Sul

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Setor Sul

Leitura: Intermunicipal

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Setor Sul

Diretrizes: Mobilidade

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Setor Sul Leitura: Potencialidades

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Setor Sul Diretrizes Gerais

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Setor Sul Recorte Intermediário

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Setor Sul Recorte Intermediário

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Setor Sul Recorte Intermediário - Centralidades

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Setor Sul Recorte Intermediário - Terminal Piraporinha

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Setor Sul Recorte Intermediário - Terminal Diadema

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Setor Sul Recorte Intermediário - Intermunicipal

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Plano Costura Recorte

De acordo com os equipamentos existentes e os estruturadores, propõe um “Centro de Educação e Experimentação Ambiental” (CEEA), acreditando na integração sociedade x meio ambiente, de modo que o programa proponha a experimentação e educação ambiental. Adiante, propõe-se o redesenho das habitações por meio de conjuntos de uso misto, criando uma rua interna, por onde comércios e serviços se voltariam, além do viário atual, agregando os acessos ao proposto em relação às escadarias e vielas existentes. O “Quintal”, projeto que parte da apropriação da população para realização de tarefas básicas domésticas apresenta programas de apoio à comunidade. Já o “LAR” (Laboratório de Arquitetura e Reurbanização) consiste num espaço destinado à conexão do conhecimento produzido na academia com os territórios informais. O nó viário onde se concentra o “Complexo Cultural da Rua” vem como potencializador da identidade cultural, voltado ao futebol de várzea, hip hop, dança e grafite, em conjunto, a “Alameda Urbana”, um espaço de confluência e conexão de vias e diversos equipamentos, fomentando a centralidade na região com uma diversidade de usos, junto do novo terminal Vila Paulina. Ainda nesse nó viário encontra-se a segunda experimentação do “Quintal”, e equipamentos existentes,

como a UBS Vila Paulina e a EMEI Florestan Fernandes. Seguindo-se, cria-se um “Centro Assistencial Infantil”, como apoio às crianças de baixa renda, com diversas atividades e assistências. Juntamente, ao lado direito da Escola existente, propõe-se outro conjunto habitacional misto (que, juntamente com o primeiro, recebe residências das realocações) com uma via interna, onde comércios e serviços, ora no pavimento inicial ora no pavimento mais alto, sempre se voltam a essa. Por fim, após a escadaria redesenhada, projeta-se um Centro Esportivo, com assistência a quem pratica esportes, na parte mais alta da topografia (onde já existia um Pancadão de Som abandonado há anos) e, abaixo da via, apoio com habitações e outros usos institucionais.

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Projetos

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Projetos CEEA - Centros de Educação e Experimentação Ambiental

O projeto tem como principal intenção se utilizar das águas urbanas como elemento estruturador e aglutinador na dinâmica urbana, rompendo com a relação atual onde essas se tornam invisíveis e tidas como grandes problemáticas urbanas. A participação ativa da população junto à pesquisa e educação ambiental são agentes primordiais e indutores na mudança. Em um segundo momento ocorre a apropriação do espaço pela população, explorando a criação de espaços lúdicos e a mobilidade das águas urbanas. O projeto do Centro de Educação e Experimentação Ambiental, implantado às margens da Represa Billings, surge como um experimento conceitual que visa a apropriação frente as margens urbanas.

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Projetos Quintal

O projetos do Quintal se caracteriza como um método de intervenção vinculado a estruturas já estabelecidas de travessias (vielas, becos e escadarias), que contenham em seu programa, usos que auxiliem as habitações, configurem espaços de uso comum e lidem com a acessibilidade dentro da realidade de sua escala. O projeto é administrado e zelado pelas lideranças comunitárias.

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Projetos LAR

O Laboratório de Arquitetura e Reurbanização (LAR) se apresenta como uma ponte entre o universo arquitetônico e a população de baixa renda. Possui a prerrogativa de agir em territórios de vulnerabilidade socioespacial, caracterizados por processos de ocupações emergenciais, com o desenvolvimento de ações que garantam: a organização urbana de uso e ocupação do solo, O levantamento e regularização das habitações informais, a disponibilização de suporte técnico cientifico, direcionado as ações de reurbanização e técnicas construtivas, agindo em parceria com as prefeituras, o CAU e a população no desenvolvimento e construção de suas habitações A ideia do Laboratório de Arquitetura e Reurbanização (LAR), nasce da análise realizada sobre o processo de urbanização na cidade de Diadema, oriundo de diversas ocupações irregulares que, por meio das lutas sociais, conquistaram o direito de permanecer e o suporte para resistir. Território que teve mais de 85 favelas reurbanizadas por meio do Programa de Urbanização de Favelas, que mesmo com as inúmeras dificuldades encontradas na falta de estrutura, de mão de obra técnica reduzida e no pouco orçamento, conseguiu, por causa da força social, garantir o direito de permanecer daquela população.

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Projetos Complexo Cultural da Rua

O Complexo Cultural Da Rua, parte do entendimento que a identidade cultural de Diadema é da rua. Desse modo, o projeto se apropria das vocações preexistentes no lote e em seu entorno; mescla o programa de um centro cultural ao de um centro comunitário, trazendo infraestrutura complementar ao campo de futebol de várzea existente, promovendo acesso à educação, cultura e lazer. Vide a representatividade cultural e a importância dos movimentos sociais para a cidade de Diadema ao longo da História, o projeto traz um caráter de complexo, fragmentado, em que seu espaço se mistura com o público, não se distinguindo dentro e fora sendo convidativo àqueles que se sintam representados por aquela identidade e possam se apropriar do mesmo.

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Projetos Alameda Urbana

A Alameda Urbana funciona como um polo de atração para os diversos fluxos da região, gerando uma grande centralidade na região e integrando todo o território da Vila Paulina com o restante do tecido urbano, permitindo a facilidade de mobilidade e principalmente da acessibilidade dos moradores às diferentes áreas de Diadema, um gerador de urbanidade. A presença da feira urbana em Diadema apresentou-se como uma forte ligação que este espaço representaria. Com uma falta de centralidade comercial na Vila Paulina, a adoção de um espaço de feira urbana foi postulado, juntamente com a implantação do Terminal Vila Paulina.

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Projetos CRESCER: Centro Assistencial Infantil

Passar o dia na rua já era uma situação cotidiana para grande parte das crianças e jovens dessa parte sul estudada de Diadema. Com a pandemia do vírus SARSCoV-2 iniciada em 2019, tal situação se reforçou. O projeto Crescer inicia-se para mudar essa realidade, olhando para estas crianças que precisavam ficar na rua enquanto os pais trabalham, ou dependem da escola pública para realizar grande parte de suas refeições diárias. Assim, o Centro Assistencial Infantil é implantado ao lado de uma escola de primeiro grau existente (EEPG Deputado Gregório Bezerra), criando uma grande praça de transição entre o urbano e a densa mata ao fundo. Com isso, acolhe as crianças e jovens de baixa renda, com atendimento psicológico ajudando no combate ao uso de drogas e abuso infantil e atendimento fisioteraupêutico para auxiliar o desenvolvimento motor dos portadores de necessidades especiais, que, muitas vezes, crescem sem acompanhamento. Juntamente, projeta-se uma biblioteca com área de estudo, incentivando um futuro por conhecimento de quem, às vezes, não possui nem material em casa, além da apresentação a atividades artísticas como pintura e artesanato.

Com um jardim central, que reforça a relação interno x externo, trazendo o parque para dentro do projeto, uma grande cozinha comunitária ao lado se constrói, onde funcionários podem servir refeições às crianças, ou moradores da região cozinharem as suas próprias. Completando-se o espaço com vestiários, refeitório e horta, a qual fortalece a conexão infância e natureza. E com esse conceito, todo partido do projeto desenha-se, com uso de estrutura em MLC, vedações em alvenaria aparente e elementos vazados, valorizando sempre a natureza à sua volta.

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Bibliografia

JÚNIOR, Licio Gonzaga Lobo. Dinâmicas territoriais, conflitos e forma urbana em Diadema/SP. Disponível em<https://www.ipea.gov.br/ code2011/chamada2011/pdf/area7/area7-artigo20.pdf>. Acesso em 06 de março de 2021. PEQUI, Leonardo. A relação política entre sujeito e espaço. Disponível em <https://issuu.com/leopequi/docs/tfg_1mov>. Acesso em 11 de março de 2021. PINHEIRO, Sheila da Silva. Tese Universidade Mackenzie. Disponível em <http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/2612/3/Sheila%20 da%20Silva%20Pinheiro3.pdf>. Acesso em 04 de março de 2021. Prefeitura Municipal de Diadema. Topografia social de Diadema. Disponível em <http://www.acerbrasil.org.br/arquivos/publicacoes/ Pesquisas/Topografia2009.pdf>. Acesso em 04 de março de 2021. Prefeitura Municipal de Diadema. Estudos realizados pela FIPE. Disponível em <http://www.diadema.sp.gov.br/seplage-planos-municipais/26111-estudos-realizados-pela-fipe>. Acesso em 09 de março de 2021. BATISTA, Andressa de Araújo. A Lei Específica da Billings: Avanços e Desafios. Disponível em <https://cetesb.sp.gov.br/escolasuperior/ wp-content/uploads/sites/30/2018/10/Andreza-de-Ara%C3%BAjo-Batista-TCC-2018-T1.pdf>. Acesso em 5 de abril de 2021. BARRETO, Paulo. MAZIVIERO, Maria Carolina. Impactos da inserção dos piscinões na escala local: o caso do Reservatório de Contenção RC5 - Taboão. Disponível em: <https://revistaarqurb.com.br/arqurb/ article/view/170/154 >. Acesso em 28 de abril de 2021. SECRETARIA DE TRANSPORTES. Prefeitura de Diadema. Itinerários de Ônibus Municipal. Diadema, 2021. Disponível em: http://www.diadema.sp.gov.br/dmp/comunicacao/Comunicacao/Site2/Itinerario_onibus_municipais.pdf. Acesso em: 20 maio 2021.


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