ÍNDICE 3 - carta da directora 4 - Sandra Correia 12 - EDITORIAL DXLmodels 20 - Luís Villas Boas 24 - DE MALAS E BAGAGENS 26 - PROFISSÃO: SAPATEIRA 34 - Perfume de elefante, coragem de Leão 38 - Despe os preconceitos 50 - um novo hall para bem receber 58 - Mário Spencer 60 - Frango da Guia 64 - Relacionamentos de Outro Mundo 66 - MODA 72 - Como escolher a forma e altura dos seus sapatos? 74 - Esperar sentado 76 - Vai uma mãozinha? 80 - Compre um Despertador de Luz
84 - Como potenciar a perda de gordura NO SEU DIA-A-DIA 90 - CELEBRATE THE 80’S & THE 90’S 92 - Camarão crocante 84 - GADGETS 86 - mercedes-benz gla 200 cdi 88 - FICHA TÉCNICA
Carta da Diretora A caminho do segundo aniversário preparamos este mês um evento único em Portugal. Vamos proporcionar a 7 doentes oncológicas um dia inesquecível. Serão modelos por um dia, irão passar por uma “extreme makeover” com conselhos úteis de beleza e estilo. Juntámos vários parceiros e todos juntos estamos empenhados em contribuir para a luta contra o cancro. Na edição de Maio, em que assinalamos o nosso segundo aniversário, será divulgado o resultado de um dia que promete ser de emoções fortes mas muito positivas.
das do avô e contrariar assim o desemprego, ela aprendeu com ele e é uma jovem sapateira que dispensou o verniz nas unhas pela graxa com que dá nova vida aos sapatos.
Já estamos na primavera e nesta edição de Abril contamos-lhe a história de um casal, jovem, que decidiu abraçar uma profissão antiga. Pedro e Vera são sapateiros. Ele decidiu seguir as pisa-
Boas Leituras!
Sandra Correia a proprietária da Pelcor, empresaria reconhecida mundialmente que leva o nome de Portugal além-fronteiras. Uma entrevista de vida a uma mulher única e que transmite energia positiva a quem com ela contacta. Para além destes temos mais conteúdos para ler nesta edição que espero vos deixem agradados.
Inês Pereira
Sandra Correia
A mulher que colocou a cortiça na moda texto de inês pereira fotografias carlos vidigal jr.
S
ó lhe faltou nascer dentro da fábrica de cortiça ou no meio do montado. Desde que se lembra de existir Sandra Correia sempre teve a cortiça e os sobreiros como parte da sua vida. O avô já trabalhava na área. Formou-se e começou a trabalhar na “NovaCortiça”, empresa da família criada em 1986. Viajou, estudou e aprendeu tudo sobre as rolhas que eram feitas na fábrica para as garrafas de champanhe. Visionária rapidamente detetou as potencialidades da pele de cortiça.
Passa o seu tempo dividida entre Portugal e os Estados Unidos. Segundo afirma, Nova Iorque é a sua segunda casa. A agitação da grande cidade tem tudo a ver com a sua personalidade. A mente aberta dos americanos torna tudo mais fácil. Apesar de haver mais concorrência, a competitividade ser quase selvagem, Sandra diz que há mais portas onde bater do que na Europa, há mais espaço para todos. Por isso escolheu Nova Iorque, os Estados Unidos, para tornar a PELCOR numa das marcas tendência.
Em 2003 Sandra dá uma nova vida à cortiça e cria a PELCOR com o lançamento do primeiro chapéu de chuva feito de pele de cortiça. Passaram 10 anos e nesta década muito aconteceu. Os produtos da PELCOR estão à venda no MOMA- Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
O lugar de destaque no MOMA acaba por ligar a cortiça ao artesanato, mas nesta fase trabalha-se para que as malas e todos os outros acessórios criados na fábrica de São Brás de Alportel, no Algarve, sejam considerados objetos a ter num guarda-roupa. Que ditem a moda de cada estação.
Em 2011 Sandra Correia venceu o Troféu de Melhor Empresária da Europa, distinção atribuída pelo Parlamento Europeu e Conselho Europeu das Mulheres Empresárias. Em 2012 foi eleita “Mulher de Negócios 2012” pela revista Máxima.
Explicar o sucesso de Sandra Correia torna-se num desafio. São muitos os fatores que explicam as metas já alcançadas por esta algarvia. Para além da sua visão para o negócio, o seu caráter empreendedor, Sandra tem uma
forte ligação à espiritualidade, ao Universo, às energias que explicam muito daquilo que é. Como revelou, desde os 14 anos que buscava respostas para a sua vida espiritual. O seu papel neste mundo, o que Deus tinha reservado para si. Acabou por se tornar mestre de Reiki e também está apta para ler auras. Descobriu o seu lugar no Universo e isso conseguiu ajudá-la a percorrer melhor o seu caminho. Os primeiros prémios que recebeu no âmbito do seu trabalho na PELCOR atribuiu-os à empresa, à equipa que formou, já a última distinção reconhece que é mesmo sua, é o atingir de uma meta pessoal. Para que Sandra chegasse a estas conclusões, muito contribuiu o convite do Presidente dos Estados Unidos para que fosse uma dos 28 empreendedores mundiais a participar num “estágio” de 3 semanas pelo território americano. Sandra conviveu com pessoas de diferentes culturas, diferentes formas de estar e encarar a vida e os negócios, pôde dar-se a conhecer e ao seu país. No final sentiu que estava preparada para encarar qualquer desafio, em
qualquer parte do planeta. A experiência no “A New Beginning” foi de tal forma marcante, tal como a confiança demonstrada pelos Estados Unidos no nosso país, que Sandra também trouxe o conceito para Portugal. Nos últimos seis meses juntou nas redes sociais centenas de portugueses que acreditam e sabem que é possível fazer mais por este país. Um projeto que ajudou a motivar os mais reticentes e que terminará em 2015 com uma convenção. Cada um partilha o seu sonho e entre todos já se conseguiram concretizar projetos. O networking funciona. A ferramenta está lançada, agora cabe a cada um utilizá-la da melhor forma. É por isso que Sandra é também uma mulher dedicada aos outros. O sorriso que tem sempre no rosto é contagiante. Emane energia e luz. Poucos devem conseguir ficar indiferentes à sua presença. Uma mulher que consegue descobrir um motivo para sorrir nas mais pequenas coisas. Inseparável da sua Corky, a cão-de-água
que a acompanha para todo o lado, excepto quando viaja. A família também tem um papel muito importante na sua vida. Tanto a mãe como o pai são os seus grandes pilares. São os primeiros a dizer para seguir em frente. Ser mãe está nos seus planos futuros, adotar um menino é o que deseja. Fã incondicional da cantora Pink, Sandra acredita que irá conseguir em breve trazer a artista a Portugal, este é outro dos sonhos que tem para concretizar. Como passa muito do seu tempo fora de Portugal Sandra é uma das pessoas que têm o privilégio de conseguir olhar de fora para dentro. Quanto a este cantinho da Europa acredita que tem um grande potencial. Sente as pessoas mais motivadas, sente que a viragem está a acontecer, só falta que as mentes politicas e económicas mudem também. Sandra Correia acredita em Portugal e sabe que lá fora há muitos que acreditam também neste nosso país.
EDITORIAL
DXLmodels
Ph: JPortela Hair/Make-up: Beatrice Raluca Produtor: Nuno Pereira Models By DXLmodels Styling: Raquel Correia
Vestido - Relish Cinto / Colar - Stradivarius Sapatos - Shoot Brincos - Parfois
Ph: JPortela Hair/Make-up: Beatrice Raluca Produtor: Nuno Pereira Models By DXLmodels Styling: Raquel Correia
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Ph: JPortela Hair/Make-up: Beatrice Raluca Produtor: Nuno Pereira Models By DXLmodels Styling: Raquel Correia
Ph: JPortela Hair/Make-up: Beatrice Raluca Produtor: Nuno Pereira Models By DXLmodels Styling: Raquel Correia
Macac達o - Vintage Sapatos - Made in Colar - Zara Brincos - Zara
Ph: JPortela Hair/Make-up: Beatrice Raluca Produtor: Nuno Pereira Models By DXLmodels Styling: Raquel Correia
Blusa com cinto - Relish Saia - Vintage Colete - Bershka Sapatos - Eureka Colar - Claires Pulseiras - Lefties Brincos - Parfois
Luís Villas Boas
A Emergência Infantil tarda em ser cumprida
Texto e fotografias de susana helena de sousa
O
refúgio Aboim Ascensão, em Faro, existe enquanto Emergência Infantil desde 1985, aquando da sua criação por Luís Villas Boas. Este psicólogo clínico esteve entre 2012 e 2013 a presidir ao Grupo de Trabalho para a Agenda Criança que preconizava, entre outras medidas, a criação do Sistema Nacional de Emergência Infantil. Luís Villas Boas alerta, agora, que, apesar da Resolução de Conselhos de Ministros de 2013, em 2014 a Emergência Infantil e o Acolhimento “desapareceram” das medidas do Governo.
sos de Portugal no âmbito da ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança e teve como objectivo a sugestão de iniciativas para remover todos os obstáculos ao integral desenvolvimento e bem-estar da criança. A comissão apresentou a proposta de texto para a Resolução do Conselho de Ministros com um conjunto de medidas.
Luís Villas Boas está “muito preocupado” por não ver cumprido o compromisso que o Governo assumiu em Junho de 2013. “A agenda criança foi publicada para acolhimento, proteção, adopção e para lançar bases do Sistema Nacional de Emergência Infantil. Apesar de no início deste ano terem sido anunciadas duas comissões: uma para a proteção e outra para a adopção a palavra Acolhimento e o termo Emergência Infantil desapareceram entre Junho de 2013 e Fevereiro de 2014”.
O diretor do Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, que com este projeto fundou a Emergência Infantil em Portugal lembra que “ao desparecer algo que o Conselho de Ministros quer ver tratado” já não é um problema seu, “mas de outro nível”. Recordese que Villas Boas foi presidente do Grupo de trabalho que produziu toda a documentação no âmbito da Agenda Criança, criada em 2012 pelo ministério da solidariedade e segurança social. Esta Agenda visou assumir os compromis-
“Eu sei que é muito complicado fazer Emergência Infantil; é muito difícil, trabalhoso e responsável na medida em que as vidas com que lidamos dependem de nós”, enuncia este psicólogo clínico que critica o sistema de intervenção social que hoje existe em Portugal “que tem Comissões de Proteção em excesso e uma Segurança Social totalmente centralizada em Lisboa”. Na sua opinião “as comissões têm poderes que se confundem e não se distinguem as responsabilidades, nomeadamente, de quem pede internamento de uma criança”. Luís Villas Boas aponta, assim, o dedo à Segurança Social, testemunhando que atualmente quem transfere crianças para acolhimento “já não é a Segurança Social, mas a Cruz Vermelha, que não tem culpa nenhuma”, identificando “fuga às responsabilidades”.
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Estamos a preparar uma edição especial para Maio. No mês do segundo aniversário vamos divulgar o resultado de um evento solidário. Convidámos sete utentes da Associação Oncológica do Algarve para serem modelos por um dia. Um extreme makeover que uniu diversos parceiros. Objectivo: Luta Contra o Cancro, divulgar os sete sinais de alerta e angariar donativos para a construção da casa Flor das Dunas em Faro. Um evento inédito em Portugal que não vai querer perder.
“Alguém está a brincar com isto” Tem havido uma descida da entrada do número de crianças no Refúgio Aboim Ascensão. De acordo com Villas Boas o distrito de Setúbal é um dos que regista maior índice de crianças em perigo, mas desta parte do país mensalmente dão entrada menos 25 crianças do que era habitual acontecer. “Sabemos que os problemas sociais não melhoraram, pelo contrário, agudizaram-se, portanto, alguém está a brincar com isto”, afirma preocupado Vilas Boas que não hesita em falar “numa impunidade evidente”. “Hoje há crianças em perigo que são colocadas por sugestão de algumas comissões de proteção, tanto no Algarve como no resto do país, à proteção dos próprios pais onde estavam em perigo, aplicando uma medida a que chamam «proteção em meio familiar». Onde está a responsabilidade deste ato?”. Em tom de revolta este psicólogo clínico que já viu passar pela sua instituição mais de 2 mil crianças diz que “atualmente em Portugal crianças de dois, três anos que precisavam de ser retirados temporariamente para que os pais percebessem que as crianças não são objetos e que precisam de ser respeitadas, não estão a ser retiradas”.
“Portugal tem uma faixa de crianças perdidas temporariamente” Na opinião de Luís Villas Boas “em Portugal há uma faixa etária dos sete aos doze anos que está perdida temporariamente”, explicando que “em Portugal há crianças em risco que já o estão há quatro, cinco, seis anos e que quando chegam aos sete, oito anos de idade são resgatadas já com marcas que nunca mais tirarão de cima delas”. Questionado em relação a este fenómeno social em que as crianças estão a ser retiradas do perigo tardiamente, Luís Villas Boas responde que “não são retiradas com meses ou um ano de idade porque não há instituições com capacidade técnica para as acolher. Existem os Centros de Acolhimento que não têm nada de Centro nem de Acolhimento”, denuncia. Em tom de esperança acrescenta que estas crianças “não se vão perder porque não estamos a dormir em Portugal” Refúgio alargou faixa até aos oito anos Desde 1985 que o Refúgio Aboim Ascensão existe e com ele nasceu a Emergência Infantil, criada por Luís Villas
Boas. Se até há pouco tempo a faixa etária de crianças que ali davam entrada era dos 0 aos 6 anos, agora a faixa alargou para os 8 anos de idade. E o “alargamento surge para não separar irmãos, em que um pode ter três anos e outro sete ou oito. Para além de que vem ao encontro de uma realidade que se está a constatar e que é o facto de que há cada vez crianças de idades mais velhas com necessidade de acolhimento. Para além de que há também cada vez menos bebés em Portugal”, explica Luís Villas Boas, sublinhando que “há necessidade de cada vez mais um trabalho de 24 sobre 24 horas para crianças em perigo com dias apenas de vida”. Com o Refúgio Aboim Ascensão o acolhimento de crianças com idade zero por curto espaço de tempo e com fortíssima componente técnica foi pioneiro em Portugal e na Europa. “O que havia em Portugal eram lares e obras tradicionais em que meninos e meninas entravam sem que houvesse preocupação de tentar encontrar um projeto de vida para eles”, recorda Luís Villas Boas que há 29 anos atrás quis “fazer diferente”.
OPINIÃO
DE MALAS E BAGAGENS Peripécias de uma família pouco convencional CRÓNICA de ANDREIA RODRIGUES
F
azer as malas não é de todo uma tarefa apreciada pela maioria das mulheres. É quase como um quebra-cabeças de difícil resolução semelhante ao cubo mágico: por mais voltas que lhe demos, não conseguimos encontrar a combinação exata! Escolher meia dúzia de toilettes de um guarda-roupa feminino é uma prova de fogo que já merecia medalha olímpica. Combinar os modelos escolhidos com os sapatos, os acessórios (leia-se bijutaria, malas, cintos e adornos para o cabelo) e a maquilhagem requer perícia, rapidez de raciocínio e uma memória de elefante que permita formular os modelitos mentalmente sem sequer abrir as gavetas. E depois de ultrapassada a árdua tarefa de seleção, vem
a mais temível fase do processo de fazer as malas: conseguir enfiar todas as traquitanas na mala XXS que as companhias aéreas low cost nos obrigam a transportar. Põe, tira, vira para a esquerda, dobra mais uma vez, substitui por um congénere mais reduzido, vira para a direita…até que por entre suspiros, suor e quase lágrimas recorremos ao último trunfo: sentamo-nos em cima da dita mala, que mais parece uma pochete, e rezamos para que ela encolha. Diga-se que esta deve ser das poucas alturas em que nos orgulhamos de ter um rabiosque rechonchudo com peso suficiente para ajudar em qualquer coisa de produtivo… Apesar de todos estes contratempos, há qualquer coisa de viciante no ritual de fazer as malas. Talvez porque deixe antever uma viagem, uma saída em busca de novas cores, de paladares inigualáveis, de conversas casuais, de cheiros que gravam memórias inesquecíveis. Viajar é quase tão mágico quanto nascer. Aliás, viajar é renascer. É ver o mundo com outros olhos, expandir os horizontes da nossa consciência e agarrar a oportunidade de, mais do que conhecer o mundo, conhecermo-nos a nós próprios. A magia está nas interpretações que vamos criando dos lugares, das pessoas com quem nos cruzamos, das vivências traduzidas pelos cinco sentidos. A vida é feita de escolhas e dificilmente conseguimos ter tudo aquilo que ambicionamos. Cada pessoa define as suas prioridades de acordo com os seus princípios, desejos e motivações. Na minha lista, viajar é um dos tópicos principais. Há quem escolha comprar a casa dos seus sonhos, conduzir um topo de gama ou vestir roupa de marcas conceituadas. Eu prefiro
viajar. Tenho um cantinho decorado à minha imagem a que chamo lar, um carro de cidade que cabe em (quase) todo o lado e um mealheiro onde todos os dias coloco religiosamente o dinheiro que gastaria com o tabaco se ainda fumasse. E que fantástica troca esta! Em vez de prejudicar o corpo, decidi alimentar a alma. E analisando bem as coisas, estou a fazê-lo de borla, já que este seria um dinheiro deitado fora. A propósito da conversa, que estava a ser escutada pelo Gonçalo, diz o meu descendente de 4 anos: - “Mas mãe, a viagem é de borla? Eu não gosto de borla!”, declara com uma prontidão aflitiva. - “Não gostas de borla?”, interrogo, já a tentar adivinhar o que é que lhe estaria a passar pela cabeça. – “Sabes o que significa ‘de borla’, filho?” - “É uma coisa para comer”, avança ele com um olhar de dúvida. - “Para comer? Onde foste buscar essa ideia”, pergunto com um sorriso de orelha a orelha. - “Nos desenhos animados do Faísca MacQueen, o Matt disse que ‘comeu de borla’ e aquilo não me parecia nada bom…”, explicava o Gonçalo até ser interrompido pelo som estridente das minhas gargalhadas. Seja de borla ou a pagar, o importante é permitirmo-nos conhecer novas realidades, deixar entrar uma lufada de ar fresco na nossa vida, congelar os horários e os afazeres, fechar a rotina a sete chaves e voar para um lugar diferente. Nem que seja mesmo aqui ao lado.
PROFISSÃO: SAPATEIRA
Aos 28 anos Vera Guerreiro abraçou um ofício masculino e quase em extinção TEXTO de inês pereira e fotografias de Charlotte Cockayne e André Marques Viana
T
rabalhava como escriturária num gabinete de contabilidade até que ficou desempregada. Engravidou e acabou por ficar em casa com a filha. Passava os dias a acompanhar o marido, que já estava a trabalhar como sapateiro. Curiosa foi aprendo a arte até que juntos decidiram abrir um espaço em Lagoa. Numa pequena loja, onde durante muitos anos trabalhou um velhinho sapateiro é agora Vera quem dá nova vida ao calçado que precisa de reparação. A curiosidade atrai clientes. Muitas pessoas que por ali passam perguntam pelo pai ou marido de Vera e quando esta lhes afirma que é ela a sapateira ficam com ar admirado e, algumas vezes, até desconfiado, mas acabam convencidos quando levantam os sapatos reparados na perfeição. Há quem passe por ali propositadamente só para confirmar, com os próprios olhos, que Vera é a jovem sapateira de quem todos falam. Os dias são passados entre costuras e colagem de solas ou meias-solas. Também coloca capas quando é necessário. As tarefas mais difíceis são as que requerem alguma força, embora demore um pouco mais de tempo a executá-las Vera consegue terminar o trabalho. O que mais a apaixona é a parte de costura. Poder com as próprias mãos juntar a sola ao resto do corpo do sapato, dar uma nova vida a uma mala ou saco e conseguir um sorriso no rosto de quem já desistiu de deitar para o lixo uma peça que ainda consegue ser salva. Com garra Vera afirma que não havendo trabalho na sua área profissional teve de procurar noutra completamente diferente e agora gosta do que faz.
Deixou de ter as unhas compridas e enfeitadas com verniz. Passou a ter as mãos pintadas com graxa. O perfume de todos os dias desvanece por força dos cheiros fortes a tinta e cola, mas esta jovem sentese realizada e diz que o contato com os clientes e os passantes de todos os dias, que ali procuram dois dedos de conversa, animam ainda mais os seus dias. O grande responsável por esta viragem na vida de Vera é Pedro Correia, o marido. Desde jovem que ouvia os colegas de escola, em tom de gozo, chamar-lhe sapateiro. Tudo porque o seu avô era o sapateiro da terra. Quando saiu do secundário foi trabalhar com o
pai para uma oficina de ferro e alumínio. Um golpe da vida acabou por lhe tirar o pai cedo demais e Pedro, que não queria trabalhar para os outros, decidiu que estava na hora de mudar. Passou alguns dias ao lado de um tio também sapateiro e decidiu então montar o seu próprio espaço. Há 3 anos que é o mais jovem sapateiro de Silves. Ao princípio nem tudo foi fácil. Teve de se adaptar às máquinas e criar a sua própria maneira de trabalhar. Na pequena loja está uma máquina de costura centenária que ainda hoje dá nova vida aos sapatos que precisam de ser costurados.
Pedro gosta do que faz e vê-se muito velhinho, tal como o avô, como sapateiro na cidade onde sempre viveu. A única coisa que lamenta é a falta de coragem para cobrar adiantado aos clientes o que, muitas vezes, lhe deixa nas prateleiras muitos sapatos à espera do seu dono. O jovem sapateiro diz que é dos poucos com 30 anos a abraçar a profissão porque muitos, da sua idade, ainda têm vergonha destes ofícios antigos. Garante que se muitos pensassem como ele estas profissões dos nossos avós não acabariam. Ser sapateiro foi uma opção de vida que tirou Pedro e Vera do desemprego.
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OPINIÃO
Perfume de elefante, coragem de Leão CRÓNICA de luís pinto da silva
E
m casa do meu primo, festejava-se o regresso do pai, após uma longa estadia em África.
Trazia presentes, distribuídos entre muitos agradecimentos, beijos e incontido entusiasmo. Ninguém parecia ficar desiludido com os embrulhos que saíam daquela bonita mala, construída com madeiras exóticas e forradas com umas discretas aplicações em couro, as quais tinham sido meticulosamente protegidas por sucessivas aplicações com óleo de linhaça. Tinha uma aparência colonial, que permitia imaginá-la carregada em perigosas expedições ao interior da selva, como as que víamos nos filmes do Tarzan, durante as tardes de Domingo.
Quando chegou a vez do filho mais novo, do fundo da mala ergueu-se um velho frasco de farmácia, cheio de um líquido incolor e tamponado com uma improvisada rolha de cortiça.
inexplicável de instaurar o pânico no reino animal. Algo parecido com aquilo que os ditadores sentem quando alcançam o controlo de um manancial de armas químicas.
Como fosse perceptível a decepção do rapaz, o pai, apressou-se a esclarecer que o aspecto vulgar do frasco, não fazia justiça ao seu conteúdo, já que se tratava de uma rara e poderosa essência, contendo o odor corporal de um elefante, extraído pela tribo Himba, da pele de um macho que liderava uma manada em África.
Era tempo de enfrentar o Rex, um rafeiro muito hostil, inimigo de longa data, que apesar do nosso desagrado, a caseira insistia em manter na quinta para lhe guardar a casa.
Antes da entrega, como para acautelar a responsabilidade, reforçou a advertência de que aquela poção deveria ser utilizada com muito critério, uma vez que, bastariam duas pequenas gotas, para libertar um aroma capaz de afugentar todos os animais das redondezas. Mal conseguindo disfarçar a excitação, o rapaz recebeu o presente e fingiu compreender e aceitar todas as recomendações transmitidas. Receando os obscuros efeitos daquela substância, demonstrou particular bom senso, quando me resolveu procurar, louvando o facto de eu ser dois anos mais velho e disfarçando o interesse em encontrar uma cobaia, que lhe destapasse o frasco pela primeira vez. Foi com grande expectativa e igual desconforto, que puxei a rolha, libertando o poder da essência. Embora o cheiro para nós fosse imperceptível, o seu efeito foi sentido pelos pássaros que chilreavam nas árvores vizinhas, quando inesperadamente e com grande agitação, debandaram para longe. Ficamos radiantes com o sucesso da primeira experiência e dominados por uma vontade
Estava preso por uma corrente, que corria num arame estendido ao longo de um pátio, permitindo ampliar o seu percurso e trair os mais distraídos. Era o nosso caso, aquele manhoso engenho já nos tinha custado grandes aflições quando nos deixava ao alcance dos seus afiados dentes. Mas agora a história prometia ter um final diferente! Chegados ao local, e apesar de nos termos encharcados em perfume - muito para além da dose recomendada - o cão correu para nós, até ser detido pelo limite da corrente, ficando a debater-se para se soltar, sempre ameaçador, rosnando com o cenho franzido e dentes bem arreganhados. Contrariamente ao que tínhamos suposto, a essência de elefante não estava a produzir o efeito desejado, antes pelo contrário parecia agravar a já descomunal ferocidade do rafeiro. Quando frustrados nos preparávamos para regressar a casa, prestes a desmascarar o embuste de que tínhamos sido alvos, ouvimos o Rex tossir. Inicialmente ainda julgamos que se tinha engasgado com tanta agitação, mas depois, fez-se luz, quando assistimos a um novo e convulsivo ataque de tosse que o deixou a
arfar. Afinal, o insucesso da experiência, devia-se apenas a uma simples constipação que reduzia o olfacto do cão e limitava o efeito da essência, Envergonhados pela precipitação que nos tomou e motivados pela descoberta, voltamos ao ataque. Para intensificar o odor colocamo-nos a favor do vento e como dois ninjas, abordamos o bicho por ângulos diferentes. Fomo-nos aproximando lentamente, rezando para que a essência lhe chegasse às narinas antes de ficarmos ao alcance dos seus dentes. Finalmente o cão lá sentiu o aroma, e com o rabo entre as pernas, entrou a ganir numa improvisada casota feita com duas chapas, de onde, apesar das nossas ostensivas provocações, nunca mais saiu. Novo momento de júbilo, a poção tinha provado ser eficaz dissipando todas as nossas dúvidas. Faltava agora o derradeiro teste. O alvo já estava escolhido e não era simples, quando regressássemos ao Porto enfrentaríamos o velho Sofala, o leão residente do Palácio de Cristal. Foi pois num solarengo domingo de Maio, que a troco de umas falsas confidências, conseguimos convencer um trolha apaixonado, que o melhor
local para se declarar à nossa empregada Lurdes seriam os jardins do palácio. Levar-nos lá, seria um bom pretexto para ela poder sair. Chegados ao local, vimos a enorme fera, a deambular de um lado para o outro no aperto de uma jaula minúscula. Quando o leão rugia, a multidão recuava em bloco, criando abertas que nos permitiam avançar. Escondendo o nervosismo, lá despejamos as últimas gotas do frasco, só lamentando o desperdício anterior. Mas quando estávamos prestes a concluir o desafio, a vigilante Lurdes, depois de suster os avanços do trolha, ainda chegou a tempo de travar o nosso, impedindo que uma importante experiência se realizasse. Para aquietar o nosso desespero, ainda nos disseram, que a fórmula química do perfume de elefante era H2O, o que após alguma pesquisa, nos permitiu descobrir tratar-se de água. Obrigado Lurdes devo-te a vida! Moral da história: O medo não é fruto da imaginação, ela serve-lhe de tempero, umas vezes para o limitar, outras para satisfazê-lo.
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Despe os preconceitos
Fotografia: Charlotte Cockayne Modelo: Bethany Rose Kent Cabelos: Victor Picardo (Kat Matilda Romanova) Maquilhagem: Naomi Wansink Agradecimentos: Etic_algarve - Escola de Tecnologias, Inovação e Criação do Algarve
A sociedade em que vivemos, altamente caracterizada pela existência de conceitos ideológicos no que diz respeito a valores, educação e comportamento, por vezes poderá contribuir para uma presença prolongada na tão famosa zona de conforto. Atitudes consideradas fora do normal, fora do que está previsto nas mentes de quem nos rodeia, que não correspondem aos pensamentos preconcebidos de quem as observa, acabam quase sempre por se traduzir em insegurança. O ballet, que transporta as suas origens das cortes da Itália Renascentista durante o século XV, com as suas formas altamente técnicas e rico em vocabulário próprio, é nada mais que uma questão de equilíbrio. Equilíbrio que poderá, ou não, existir em cada um de nós, e que, por sua vez, alguns poderão possuir o dom de encontrar. Outros nem por isso. Quem é capaz de possuir esse dom que é o equilíbrio da vida, e ainda, mais importante, de o manter e fazer transparecer de dentro de si, é aquele que, acima de tudo, possui a capacidade de tomar atitudes que por vezes poderão ir sem sentido contrário aos preconceitos que são esperados, atitudes que representem a perca do equilíbrio, que representem mas que não o signifiquem. A presença da bailarina nestas condições, no estado de solidão, tomando determinadas posturas e movimentos representa estes pensamentos. Mantém o seu equilíbrio, exatamente porque o perde de forma equilibrada.
Agradecimentos:
PUBLI-REPORTAGEM
um novo hall para bem receber POR Ambientes & Detalhes
Projeto de re-decoração de um hall de entrada em plena cidade de Faro, com interiores sóbrios e elegantes assinados por Sónia Mendonça e Elisabete Brita do atelier Ambientes & Detalhes.
Bons Reflexos Além da sua função utilitária, os espelhos são peças essenciais num esquema decorativo. Marcam o estilo e reforçam a ambiência pretendida. Neste caso optou-se por revestir por inteiro uma pequena parede a espelho natural onde se fixou um módulo com gaveta em bege lacado alto brilho que recebe todas as chaves e restantes objetos tão utilizados no quotidiano.
Elegância Nesta área de acesso direto a uma sala comum, as decoradoras optaram por uma consola em aço inox polido com tampo de espelho, apoiada por um baú em pele de vaca natural. Na parede revestida a mica em tom de areia, destaque para o espelho de dimensões generosas a evocar um certo estilo indiano.
Bem receber Destaque para as telas pintadas a 贸leo pela propriet谩ria.
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Ambientes & Detalhes Tlf: 289 090 678 Rua Ferreira Neto, nยบ5 8000-342 Faro
Mário Spencer
representou Portugal nos prémios Platino
Texto de susana helena de sousa fotografias cedidas
M
ário Spencer, ator há 14 anos e com carreira cimentada no Algarve foi durante o mês de Março notícia pelo facto de ser nomeado para a categoria de melhor ator da primeira edição dos prémios Platino. A nomeação surge no âmbito do filme independente «Além de Ti», de resto o primeiro filme em que Mário Spencer participou. Foi o único português que foi escolhido na pré-seleção dos «Prémios Platino», que distinguem as melhores obras do cinema feito em 22 países ibero-americanos.
teve a sua ante-estreia no dia 28 de Janeiro de 2012, no auditório da Biblioteca Municipal de Faro, tendo sido bastante bem recebido pelos presentes. «Além de Ti» é realizado por João Marco, autor do argumento e conta no elenco com Mário Spencer, Joana Costa, Sofia Reis, João Machado, Nuno Faísca, Nuno Murta, Adelaide Fonseca, João Jonas e Pedro Monteiro.
“Não esperava esta nomeação”, disse na altura o ator que se disse honrado por ter estado em concurso nuns prémios do género. Agradecendo ao trabalho de toda a equipa, e em especial do realizador João Marco, Mário Spencer confessou que sempre quis ser ator de cinema. Apesar de não ter ganho nenhum prémio na sequência desta nomeação o ator adoptado pelo Algarve afirmou sentir-se pequenino perante uma nomeação que deixou, certamente abertas outras portas para o futuro de
Mário Spencer no cinema. Recorde-se que a carreira de Mário Spencer tem uma ligação forte à ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Para além disso é um músico por vocação e profissão. Sobre «Além de Ti» Além de Ti” é um filme elaborado de forma independente que foi inteiramente rodado no Algarve, sobretudo em Faro, entre o início de Agosto de 2011 e o final de Setembro do mesmo ano. A obra cinematográfica
Sinopse: Tomás e Sofia são casados há cinco anos. Ele é cartoonista no jornal local. Ela trabalha num Hotel. Tomás tem o sonho de ser artista plástico, mas faltalhe a força interior para sê-lo. Raul, o seu melhor amigo e “anjo-da-guarda”, insiste na qualidade maior das suas pinturas. Mas quando tudo parece renascer, Tomás entra numa crise emocional que o afasta de Sofia, a ponto de ela não o reconhecer. Sofia começa a perder a sua lucidez, vive num isolamento que não quer. No seu estado de dormente, ela começa a sentir-se mal com aquilo que descobre dentro de si... algo que sente cada vez mais próximo. Sofia percebe que a sua vida se tornou em algo que agora não consegue controlar. Duas histórias paralelas sobre dois olhares que se procuram e simultaneamente se temem. A vida, apenas.
Frango da Guia
A receita mais secreta do Algarve Texto E FOTOGRAFIAS de INES PEREIRA
F
az crescer água na boca só de pensar e deixa-nos a pensar quando tentamos adivinhar o sabor. O Frango da Guia é dos pratos mais conhecidos do Algarve. Milhões espalhados por Portugal e também pelo Mundo, sabem muito bem do que escrevo. O sabor é único e difícil de desvendar. Numa visita a um dos restaurantes mais conhecidos, claro está, na freguesia da Guia, em Albufeira, fui recebida com todas as portas abertas, a da cozinha incluída. No “O Teodósio, Rei dos Frangos” só o molho é que é secreto e mesmo assim ainda revelaram alguns dos ingredientes. Comecemos pelo princípio. Numa sala ao lado da cozinha está um dos funcionários. Com gol-
O sabor do Frango da Guia é tão especial que até conquista os palatos mais apurados do mundo. Chefes conceituados com estrelas Michelin não deixam escapar a oportunidade de visitar este restaurante e degustar a iguaria. Todos os anos, quando participam no Festival Internacional Gourmet do Vila Joya preferem trocar os ingredientes mais caros por uma boa dose de Frango da Guia.
pes precisos divide as pequenas aves -nunca mais de 750g por unidade- em dois. Depois faz uns quantos traços na pele. Dali a carne segue para uma bancada onde recebe sal e assim fica pronta para a grelha. Passados 25 minutos o frango está assado e depois é cortado em, pelo menos, 8 pedaços que são pincelados com o famoso molho. Picante para os mais ousados. Dizem-me que é feito à base de óleo, alho e whisky e mais não revelam. Terminada esta fase está pronto a ser ser-
vido. Foi por acaso que surgiu este famoso prato algarvio. Em almoços entre amigos, há mais de 40 anos, alguém servia o frango de churrasco com um molho feito à base de picante africano. O molho era de tal forma bom que da mesa de casa passou para restaurante. Poucos anos depois outros tantos lhe seguiram os passos. “O Teodósio” foi o quinto a abrir portas. A gerência diz que o segredo do sucesso não passa apenas
pelo molho. A frescura da carne também conta. No inverno servem cerca de 200 unidades por dia, no verão o número chega a ultrapassar as 1500. Depois os acompanhamentos: sempre com bata frita e salada de tomate. Se o quiséssemos comer com arroz não saberia ao mesmo. Mesmo que se pergunte a 100 pessoas diferentes não há uma que consiga explicar porque gosta tanto. O melhor mesmo é provar ou repetir se já for apreciador.
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OPINIÃO
Relacionamentos de Outro Mundo Os astros explicam Texto de Raquel Fialho Astróloga, escritora e formadora Raquelfialho.com
D
Há relacionamentos que nos viram do avesso. Intensos, caóticos, incompreensíveis à luz daquilo que achamos saber de nós mesmos. Podem durar um mês, um ano. O desgosto, muito mais do que isso. Mas afinal que tortuosa lei da Natureza é essa que nos faz perder o chão, a razão (e o fôlego!) por causa de um outro qualquer ser humano, tão falível e “defeituoso” como nós? A Astrologia ensina-nos que existem funções pessoais básicas que asseguram as necessidades mais elementares. Ter noção de quem somos (o Sol) e das nossas emoções (a Lua), pensar e comunicar (Mercúrio), lutar e competir (Marte), colaborar e estabelecer relacionamentos (Vénus). Depois, existem as funções sociais que nos tornam aptos a interagir com o mundo lá fora, confiantemente guiados pela nossa bússola moral (Júpiter) ou desconfiadamente arrastados pelas nossas limitações e responsabilidades (Saturno). E cada pessoa está equipada para “processar” essas funções, com maior ou menor facilidade, tentando expressá
-las de uma forma minimamente coerente. Mas de súbito tudo muda. Uma nova pessoa aparece, e qualquer coisa de proporções bíblicas varre a vidinha simples que nos esforçámos tanto por manter controlada. Entram em cena funções de âmbito colectivo, que se estendem muito para além de uma só pessoa para agregar gerações inteiras em torno de energias muito particulares. Astrologicamente, os representantes dessas energias são Urano (ideias colectivas), Neptuno (emoções colectivas) e Plutão (poder colectivo). Quando no mapa astrológico natal estes astros estão de alguma forma ligados a Vénus (a nossa função dos relacionamentos), podemos esperar que estes “deuses” transpessoais interfiram nas nossas relações pessoais. Se Urano surge associado a Vénus, os relacionamentos tendem a ser não convencionais porque há qualquer coisa de idealizado no outro. Este é o caso de muitas pessoas que mantêm
relações à distância, porque o parceiro é comprometido ou tem uma vida profissional que obriga a viagens frequentes. Aqui, a saudade é preferível à presença constante porque a necessidade de espaço e de liberdade seria sufocada por demasiada proximidade. A ideia do amor é sempre melhor que o amor concretizado, não? Porque o amor concretizado inclui discussões, contas e compras, roupa suja (metafórica e real!). Para as pessoas com uma Vénus uraniana, torna-se fundamental assumir honestamente que precisam de uma boa dose de liberdade em qualquer relacionamento, construindo um equilíbrio delicado (mas possível) entre espaço pessoal e harmonia conjugal. Se Neptuno surge associado a Vénus, encontramos o tema do Príncipe (ou Princesa) Encantado repetido um relacionamento após o outro. Estas pessoas fantasiam com o parceiro perfeito, chamam-lhe “alma gémea” e fazem todo o tipo de sacrifícios para tentar que os seus sonhos se concretizem. Muitos desses sacrifícios implicam negar as suas necessidades para satisfazer e
apaziguar os desejos do outro. Muitas vezes o dito Príncipe Encantado é alguém que precisa de ser “salvo de si mesmo”, porque tem algum tipo de dependência, é “imaturo” ou “emocionalmente distante” porque ainda não descobriu “o verdadeiro amor”. VénusNeptuno canaliza emoções universais de fusão espiritual para uma relação a dois – como quem tenta meter o Rossio da transcendência na Betesga dos relacionamentos. Muitas ilusões e desilusões depois, é possível desenvolver relações mais realistas em que o romantismo e o amor incondicional se equilibram com expectativas razoáveis e limites bem definidos. E se Plutão surge associado a Vénus? Relacionamentos intensos, intensíssimos… As paixões assumem um carácter um pouco obsessivo, são questão de “vida ou morte”. Estas pessoas não concebem um relacionamento que não seja profundamente transformador, e por isso evitam as relações superficiais, falsamente harmoniosas. Afinal, VénusPlutão precisa que os seus relacionamentos passem por
crises, pois só assim podem purgar emoções escondidas e regenerar a “bagagem” individual e partilhada. Quando a relação termina, há aquela sensação de que o outro “morreu” (ou até o desejo de que tivesse morrido mesmo!), e o luto que se segue serve tanto para “enterrar” os sentimentos que ainda existem como para renascer das cinzas emocionais. Para evitar obsessões prolongadas e até sentimentos de vingança, é importante que estas pessoas aprendam a distanciar-se um pouco desta forma “visceral” de estar nos relacionamentos, compreendendo e aceitando que nem sempre o amor tem que ser vivido a ferro e fogo. Qualquer que seja a sua Vénus, saiba que os relacionamentos são provavelmente as maiores experiências de aprendizagem que qualquer pessoa pode viver. A serenidade e a sabedoria para desenvolver parcerias saudáveis requer tempo e paciência, mas principalmente a disponibilidade para nos olharmos com franqueza e para assumirmos responsabilidades pela felicidade ou infelicidade que, através do outro, plantamos em nós mesmos.
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Como escolher a forma e altura dos seus sapatos? SHOES VICTIM
por fernanda hilテ。rio (OPINIテグ)
A
doramos sapatos, sejam altos ou baixos, compensados ou não. Mas será que todos os tipos de sapatos nos ficam bem? Ficam bem a cada tipo de corpo? O sapato de salto alto quadrado Este tipo de sapato é fácil de usar e muito confortável. Devido à sua forma larga, é estável. Apropriado sobretudo para mulheres com formas porque respeita o equilíbrio e volume. Ao contrário dos “stilettos”, que fazem um grande contraste entre uma barriga da perna forte e um sapato ultra fino. O tacão quadrado permite afinar o corpo e dar um “galbe” harmonioso às pernas. O sapato compensado Os sapatos compensados são apropriados para mulheres que não têm o hábito de andar com sapatos de salto alto. Como têm a mesma largura, à frente e a atrás, dão uma boa estabilidade. Mas atenção, em pernas demasiado finas, os compensados podem tornar-se demasiado pesados, como se os sapatos fossem demasiado grandes para as pernas. O sapato de salto fino (Le talon aiguille ou stiletto) É o tacão mais fino que existe e fica sobretudo bem nas mulheres que têm pernas e tornozelos finos. No entanto,
toda a mulher o pode usar. Tudo o que precisamos é de aprender a andar com eles de uma forma bonita e elegante. Se não sabe andar com este tipo de sapatos aconselho a praticar em casa, andando com eles sempre que pode. Os sapatos plataforma São muito práticos para as mulheres baixas e que pretendem ganhar um pouco de altura sem sacrificar o seu conforto. Devido à plataforma que se encontra na frente do sapato, a curvatura do pé sentese menos e por consequência, independentemente da altura do sapato, ele será sempre mais confortável que um sapato de salto alto fino. A altura dos saltos Os pequenos saltos - 1 a 3 cm Os sapatos de salto alto baixos são confortáveis e fáceis de usar. São recomendados para as mulheres que sofrem de problemas de circulação de sangue e que não podem ficar muito tempo com sapatos de salto alto. Convém sempre escolher sapatos com o mínimo de salto, as bailarinas ou mocassins completamente baixos têm tendência a fazer mal às costas quando se fica demasiado tempo de pé. Os saltos médios – 4 a
7cm De um ponto de vista médico, estes saltos são os melhores para os pés e costas, já que dão a postura ideal e confortável ao corpo. De um ponto de vista de moda, eles nem sempre são graciosos. No entanto, os mini-salto alto finos podem ser bonitos com esta altura de salto. Os saltos altos – 8 a 10 cm Este tipo de saltos são mais difíceis de usar e precisam de um pouco de prática, pois a nossa forma de andar não é tão natural. Precisamos de habituar o pé a não se levantar demasiado quando andamos. Para além de 10cm de salto alto, é prejudicial andar com saltos altos sem plataforma à frente. Os saltos muito altos – mais de 10 a 15 cm Este tipo de sapatos comportam necessariamente plataformas à frente. Só assim algumas se podem usar sem problemas sapatos com saltos altos impressionantes. Pequenas ou grandes, todas as mulheres podem utilizar saltos. É tudo uma questão de moda ou de conforto. Cabe a cada uma de nós de escolher qual a altura e forma de sapato que mais convém e com o qual se sente bem, feminina e bonita!
opinião
Esperar sentado
CRÓNICA de ana amorim dias
O
António conheceu a Estefânia em casa dela. Foi lá entregar um sofá e ela pediu-lhe ajuda para mudar outros móveis. Ele ajudou, riram-se muito e ele ficou a pensar nela. Um mês depois decidiu fazer algo. Ligou para a rádio Cadena 100 e pediu ajuda pela rúbrica “quien te tienta a las nueve treinta”, que tenta marcar um jantar romântico entre quem para lá liga e a pessoa que o/a tenta. Eu andava a fazer zapping radiofónico enquanto guiava, e dei por mim a parar nesse canal e a ouvir com atenção, “torcendo” para que a Estefânia aceitasse. Percebi que um sorriso enorme se me colou à cara... Dizia-me ontem uma amiga que gostaria que a sua vida fosse mais parecida à minha e que os seus dias fossem mais
preenchidos pela labuta diária do que vividos entre quatro paredes, à espera que algo aconteça. Fiquei um bocado gaga. Como se muda o ponteiro da inércia para a ação? Não faço mesmo ideia porque acho que o meu encravou derradeiramente no “on”. Como sempre diz um homem que vejo como um pai: “tu não és de capinar sentada, minha filha!” Não sou mesmo, e muito menos sou de esperar sentada. Mas como posso “passar” este “estado” a quem o precisa de aprender? “A vida acontece enquanto esperamos por mesa”, disse-me uma vez o Pedro Abrunhosa. Reconheci de imediato o provérbio NovaIorquino. Discordei. Há muitas coisas que podem acontecer quando menos as esperamos, contudo é nosso dever colocarmo-nos a jeito. Quem não semeia dificilmente poderá colher. Quem não joga, seguramente não ganhará. E quem não faz por concretizar sonhos e projetos,
depressa começa a acreditar que nem vale a pena sonhar ou projetar. Hoje vou explicar à minha amiga que, sentados à espera dela, a vida raramente acontece. Temos que nos manter ativos, inventivos e alerta. Temos que utilizar todos os expedientes ao nosso dispor para a conquistar ao minuto. Temos que alimentar os dias com o oxigénio da nossa vontade e o rastilho de cada tentativa de conquistar o que queremos. Só assim a nossa existência deixa de ser a novela aborrecida a que assistimos de sofá e passa a ser o filme épico em que, como heróis principais, partimos em aventuras incríveis!
P.S.- A Estefânia aceitou ir jantar com o António .
Vai uma mãozinha? A FLOR DA PELE
Texto de EMME (opinião)
E
m todas as crónicas que fiz estiveram lá.
Pela óbvia razão de as ter escrito...está claro... Mas sobretudo porque é com elas, as mãos, que aplico todos os cremes que experimento e dos quais aqui vos falo. É com as mãos que aquecemos os óleos que aplicamos na pele para que surtam efeito... É com elas que massajamos o rosto para que o sérum ou o creme faça o
seu trabalhinho na perfeição. No entanto e apesar de ter cuidado com a minha pele... apercebi-me há uns dias que nunca me preocupei com elas, com as mãos! Nunca tinha comprado um creme especifico. Uso normalmente o que está mais “à mão”... O hidratante de corpo, o creme de dia ou de noite... ou os óleos de massagem. Claro que as minhas mãozinhas não se podem queixar... Porque no meio de tudo isto,
andam hidratadinhas do bom e do melhor... até já La Mer lhes passou por cima. Mas há preocupações especificas que devemos ter com as mãos que admito, não tenho tido.
ficar avançada? Bom... elas aí estão. Constato que estou com isso mais velha, óbvia dedução... Mas a idade talvez não desculpe tudo. Se há pele que está em constante exposição aos elementos, é a pele
Exfoliar é mentira. Hidratar, como já viram, só por acidente. E depois queixo-me de que andam sempre secas, cheias de cutículas, e ( e esta é a pior parte) cada vez mais manchadas.
das mãos. Ao frio. Ao sol. Para já não falar dos detergentes e de outros factores externos que afectam a nossa derme.
Sabem aquelas manchinhas castanhinhas meio chatas que começam a aparecer, achava eu, quando a idade começa a
E eu que sempre protegi o rosto... esqueci-me deste facto óbvio. Deixei as mãos de fora... e fora da minha rotina diária
do mundo da cosmética. Ora há uns dias, andava eu preocupada com este “mau trato” e já a planear investir num bom creme anti-tudo, mas para mãos, quando dei por mim numa fila do supermercado ALDI. Ora dizem as estatísticas e os estudos das empresas de marketing que quando estamos nas filas dos supermercados, parados, entediados com a espera, tendemos a comprar tudo o que nos ponham à frente. Naquelas prateleiras, enviadas do diabo, só para nos arruinar a conta bancária. Eu SEI destes estudos. SIM!!! E SIM!!!! sou totó o suficiente para mesmo assim, dona deste conhecimento útil, cair na esparrela. E o fim da história já estão a adivinhá-la: comprei um creme de mãos no ALDI. Ali mesmo! Sem sequer pensar ou pesquisar... coisa que costumo fazer sempre antes de gastar dinheiro. Mas neste caso o preço aliviou-me a consciência- menos de 2 euros por 50 ml de produto é uma pechincha!!!!!
E eu a pechinchas não resisto. Quando cheguei a casa juro que aí sim, caiu-me a ficha. imediatamente lembrei-me da minha mãe que sempre me disse que uma promoção, por muito boa que seja, se não nos fizer falta, não passa de um mau negócio. E ainda antes de abrir a embalagem já estava a imaginar que ia acabar no caixote do lixo logo no dia de estreia. Ora, surpresa das surpresas, parece que o bom e barato existe, e eu descobri por acaso. O creme tem um cheiro muito suave (faz-me lembrar o cheiro do sabonete DOVE ). Não tem parabenos. A lista de ingredientes não é longa ( o que no mundo da cosmética costuma ser sinal positivo). E mais importante: HIdrata e muito! As minhas mãos parecem outras, muito mais suaves, com menos cutículas chatas que costumavam estragar-me a manicura. E mesmo para mãos muito secas parece fazer um trabalho de profissional.
Tem um defeito: não tem factor de proteção solar. E as manchinhas castanhas não vão por isso deixar da aparecer. Vou portanto ter de continuar à procura de um creme de dia que tenha esse factor de proteção. Mas para aplicar à noite, antes de dormir, para reparar a pele durante o sono, é brilhante. Sobretudo se não me esquecer que me custou menos de 2 euros!!!!!! Fica a dica. É no Aldi. Chama-se ELDENA (parece ser assim uma espécie de marca branca da cadeia de supermercados) E acho que vale a pena experimentar! Espero assim que, com estas mãozinhas agora ja mais tratadinhas, vos tenha dado “uma mãozinha” na vossa possível procura. E sim, comprar por impulso na fila do supermercado, pode não ser um erro assim tããão grande.
Algumas Estratégias para ir para Cima
Compre um Despertador de Luz
ajude-se a si própria
Texto de ivo dias de sousa professor universitário e autor do livro “Um Coelho Cheio de Sorte”
C
ompre e utilize um despertador de luz. Um alarme de luz pode melhorar o seu bem-estar, do dia-a-dia, tal como aconteceu comigo. Isto com o investimento equivalente a poucas dezenas de euros. A juntar a isso, não necessita de qualquer alteração dos seus hábitos do quotidiano. É uma forma mais suave de acordar do que com um alarme de som – já vou explicar porquê. Se acorda, quase todos os dias, com a luz natural do sol, os meus parabéns. Isso é bom para si. Pode já passar para o ponto seguinte. Infelizmente, muitos de nós, não têm vidas que lhe permitem fazer isso devido, essencialmente aos horários de trabalho. O que é um despertador de luz? Em termos simples, é um despertador que utiliza luz em vez de som, simulando o nascer do Sol. A luz do despertador demora várias dezenas de minutos até atingir a intensidade máxima. De forma semelhante à aurora, começa com uma luz muito fraca que vai aumentando. Se não está seguro de que acordará com a luminosidade, a maioria dos despertadores de luz tem também um alarme de som. Pode sempre ativar o alarme de som e acordará certamente. No entanto, parece-me improvável necessitar do alarme de som. De qualquer forma, mesmo que não acorde com a luz, recebe, à partida, grande parte dos benefícios do alarme de luz. Mais à frente, explicarei porquê. Inicialmente utilizei também o alarme de som por via das dúvidas – para garantir que acordava mesmo. Acordei sempre com a luz do despertador sem problemas. De tal forma, que ao final de
alguns dias deixei de utilizar o alarme de som. Por um lado, o alarme de som era desnecessário. Por outro lado, esquecia-me que o alarme de som estava ligado e não o desligava antes de tocar. Para mim, era um pouco irritante ouvir o som do alarme depois de acordar. Confesso que, acordado ou a dormir, os alarmes de som são irritantes para mim. Simplesmente, quando não tinha um despertador de luz, acordar com um alarme de som era um mal necessário, pois de outra forma, não acordaria na hora devida. Os nossos relógios biológicos estão muito dependentes da luz do Sol. Não é de estranhar que as pessoas tenham maior
tendência para depressões no inverno. De inverno, o dia é mais curto do que a noite. Isso é particularmente importante em países nórdicos como a Suécia e a Finlândia. O número de horas de Sol por dia chega a poder contar-se só com os dedos de uma mão. A juntar a isso, de inverno o céu está mais encoberto, o que não ajuda nada. Tenho alguns amigos a trabalhar em Inglaterra e gostam do país. Porém, não gostam nada do céu estar quase sempre cheio de nuvens ao contrário de Portugal e sentem mais falta da luz de Portugal do que o calor. Se tem um trabalho ou atividade que o leve a ficar muitas horas dentro de um edifício, procure estar boa parte do
seu tempo disponível ao ar livre. Apanhar luz do Sol ajuda a evitar a depressão e melhora o bem-estar. Claro que num país chuvoso como a Inglaterra esta opção não é muito viável. Faz muito sentido um alarme de luz ser melhor para nós, humanos. A grande maioria dos nossos antepassados, ao longo de milhões de anos, acordou com o nascer do Sol. Desta forma, nós, Humanidade, temos os nossos ritmos biológicos muito ajustados com o nascer do Sol. Os nossos cérebros começam a notar a aumento da luz do nascer do Sol várias dezenas de minutos antes de sermos forçados a acordar. Assim, os nossos cérebros começam a
desligar diversos processos que o acordar repentino interrompe. De certeza absoluta que quando acorda com um despertador de som teve vários sonhos interrompidos. Esse é apenas um dos vários processos que é interrompido de forma repentina. O acabar inesperado dos processos associados ao sono é uma das razões principais porque acordamos, muitas vezes, mal dispostos. Eu, infelizmente, não sou exceção. A minha experiência com o despertador de luz tem sido muito boa. Os bons resultados foram quase imediatos. Por outro lado, o meu acordar passou a ser uma melhor experiência do que com o alarme de som. Deixei de ter aquele
acordar repentino – é mais uma passagem suave de dormir para acordado. Uma coisa é certa, acordo mais bem-disposto. Acordo com vontade de ficar acordado. Só isso já justificaria para mim a utilização de um alarme de luz. Por outro lado, tenho mais energia ao longo do dia. A juntar a isso, creio que penso com mais clareza ao longo do dia. De acordo com o doutor Servan-Schreiber (ver o livro “Curar o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamentos nem psicanálise”), a utilização do alarme de luz contribui para sair de uma depressão. Quanto a isso, não posso dizer nada através da minha experiência. Não estava deprimido quando comecei a utilizar o alarme de luz. No entanto,
se está deprimido parece-me uma via a explorar. Ao contrário de outras formas de combater a depressão, não tem riscos importantes associados. Experimente o despertador de luz. Porquê continuar a acordar de forma repentina com um alarme de som. Isto quando pode ter todos os benefícios com poucos gastos com um despertador de luz. Se decidir comprar um alarme de luz, escolha um que tenha instruções simples. Infelizmente, estou a dizer isto por ter comprado um despertador com instruções demasiado complicadas. Ajude os outros, mas comece por si.
PUBLI-REPORTAGEM
Como potenciar a perda de gordura NO SEU DIA-A-DIA
cláudio mocho (Personal Trainer) www.personaltrainers.com.pt
S
e é uma daquelas mulheres que gostava de tirar uma gordurinha daqui e tonificar ali, porque não queimar mais calorias enquanto faz as suas tarefas diárias? Vejamos, cada célula do seu corpo desempenha um papel importante no seu dispêndio energético - processos básicos como transformar alimentos em energia, batimentos cardíacos, respiração e funcionamento muscular definem o nosso metabolismo basal.
Definição: Metabolismo basal é uma forma matemática, não exata, de calcular a quantidade calórica ou energética que o corpo necessita, em vinte e quatro horas, para manter-se nutrido durante o decorrer das atividades diárias, sem prejudicar o funcionamento dos principais órgãos. A Taxa Metabólica Basal varia, consoante o nível de atividade exercida. Como podemos calcular: Taxa de atividade 1. Sedentários = 1.2 (pouco ou nenhum exercício) 2. Levemente ativo = 1.375 (exercício leve 1 a 3 dias por semana) 3. Moderadamente ativo = 1.65 (exercício moderado, treino 3 a 5 dias por semana) 4. Altamente ativo = 1.725 (exercício intenso, treino 5 a 6 dias por semana) 5. Extremamente ativo = 1.9 (exercício intenso diário e até 2 vezes por dia) • Cálculo para Homens: MB = Taxa de atividade x {66 + [(13,7 x Peso(kg)) + ( 5 x Altura(cm)) - (6,8 x Idade(anos))]} • Cálculo para Mulheres: MB = Taxa de atividade x {655 + [(9,6 x Peso(kg)) + (1,8 x Altura(cm)) - (4,7 x Idade(anos))]}
Assim sendo, quanto mais rápido for o seu metabolismo, mais calorias queima. Existem maneiras de acelerá-lo, criando alguns hábitos regulares, tais como: 1. Não ficar grandes intervalos sem comer: Entre as 3 principais refeições, opte por lanches rápidos e leves. Barrinhas de cereais e frutas são as melhores opções. Assim mantemos o metabolismo ativo durante todo o dia. 2. Combinar exercícios aeróbicos e musculares: a prática regular de exercício físico produz uma ação metabólica contínua, acelerando o metabolismo. Ganhar massa magra (músculo) também é ótimo, já que esta gasta mais energia que o tecido de gordura. 3. Beber muita água: ela é fundamental para transportar vitaminas, minerais e hormônios, para eliminar toxinas e para o bom funcionamento dos intestinos. Beba 1,5l de água por dia, pelo menos. O que retarda o metabolismo? 1. Comer fora de horas Estudos revelam que pessoas que têm maior regularidade nos horários das suas refeições têm um metabolismo mais acelerado. Esta regularidade leva ao aumento metabólico entre refeições.
Dica: Decida quais as horas ideais para comer e cumpra ao máximo essa rotina, não deixe acumular muito tempo entre refeições. 2. Alimentos tóxicos Algumas substâncias químicas em pesticidas podem interferir com o seu gasto energético tornando a perda de peso mais difícil. Dicas: Opte por frutas e legumes da época, nacionais é claro e se for possível faça uma dieta baseada em produtos biológicos. 3. Privação ao sono Vários estudos indicam que quem dorme menos das suas necessidades queima menos calorias de quem tem um sono regular. Isso irá alterar a quantidade de energia que o seu corpo utiliza em repouso. Dicas: Beba um chá relaxante à noite, tente ter um ambiente descontraído e agradável desde o jantar até à hora dormir, evite ingerir cafeína do meio da tarde em diante. 4. Período menstrual Você perde ferro durante estes dias em cada mês, o ferro ajuda a transportar oxigênio para os músculos. Se os seus níveis de ferro estiverem baixos, os músculos não recebem o suficiente O2, a sua energia desce, e seu metabolismo também.
Dicas: Optar por alimentos enriquecidos com ferro, feijão, espinafre, couve chinesa e brócolos. 5. Comer menos do que deve Quando opta por uma dieta muito baixa em calorias, o seu corpo muda para o modo de stand by (sente fome), o que fará diminuir a sua taxa metabólica com o intuito de conservar o combustível que tem. Dica: Descubra quantas calorias você realmente precisa diariamente e ande lá perto. 6. Sedentarismo Passa muito tempo sentada, evita deslocar-se muito durante o seu dia, está na hora de mudar. De acordo com Carrie Schmitz, em apenas 20 minutos em qualquer posição fixa, o seu metabolismo fica inibido. Dica: Levante-se em cada 20m enquanto trabalha, utilize as escadas em vez do elevador, deixe o carro e ande mais a pé ou de bicicleta. 7. Desidratação Todos os processos celulares do seu corpo, incluindo o metabolismo, dependem da água. Se estiver desidratada pode queimar menos 2% de calorias do que no seu estado de hidratação normal. Dicas: Descubra a quantidade de água que você precisa diariamente e mantenha sempre a garrafa por perto! 8. Não tomar o pequeno-almoço Se não comer logo pela manhã, não terá apenas mais fome ao almoço, mas também fará que o seu corpo entre em modo de conservação de energia, queimando calorias mais lentamente. Um estudo do American Journal of Epidemiology revela que as pessoas que não tomam essa refeição tinham mais 4,5 vezes de
probabilidade de serem obesas. Dica: Faça um delicioso pequeno-almoço com frutas e alimentos ricos em fibras, e de certeza que irá sentir a diferença. Curiosidades: Alimentos que podem ajudar a acelerar o seu metabolismo 1. Pimenta vermelha: bastam três gramas ao dia como tempero de pratos quentes e saladas pra aumentar o metabolismo em até 15%. Mas tem que ser a vermelha! 2. Chá verde: também favorece a utilização da gordura corporal e atua como fonte de energia, com função de estímulo metabólico. É preciso beber quatro chávenas ao dia. Só não vale colocar açúcar. 3. Canela: tem alto teor de cálcio, essencial para aumentar o metabolismo basal. Salpique um pouco em pratos quentes e até saladas. 4. Gengibre: pode aumentar o gasto calórico em mais de 10%. Para consumir, use-o como tempero de carnes brancas e peixes. Pode colocar na sopa de legumes e no chá. 5. Ômega 3: encontra em peixes como salmão, sardinha e atum, essa substância aumenta o metabolismo basal e faz com que o organismo não retenha tanto líquido. Opte por colocar uma porção de alguns desses citados no prato principal da sua refeição. Também vale fazer um lanche natural de atum ou usá-lo como mais um ingrediente da salda à noite. 6. Fibras naturais: por serem indigeríveis, elas mantêm a saciedade por mais tempo, agindo no metabolismo basal. No intestino, melhoram a microflora intestinal. Além disso, são fundamentais para uma ótima absorção de nutrientes, que também ativarão o metabolismo.
Ao cumprir estas dicas de certeza que vai sentir diferenças nos seus níveis de energia, se não o sentir marque uma consulta com o seu médico para avaliar a situação. Lembre-se, uma alimentação cuidada junto com a prática regular de exercício físico irá torná-la uma pessoa diferente. Fale com o seu Personal Trainer para elaborar um programa de treino
OPINIÃO
CELEBRATE THE 80’S & THE 90’S CRÓNICA de nuno silva
I
maginem o lendário Pontiac Trans Am da personagem Michael Knight, o K.I.T.T, com a inconfundível luz vermelha na sua dianteira e com um cartaz (ideia peregrina de quem vos escreve) anunciando uma festa dos anos 80 e 90. Conseguiram idealizar? Agora pensem que essa festa poderia ser no Algarve, em abril, envolta numa prova de automobilismo, o Acceleration 2014, mas com uma noite dedicada a algumas das vozes destas duas décadas. Será um sonho? Pois, por mais inesperado que tal possa parecer, tal é verdade!
fotografia celebrate80s90s
No próximo dia 25 de abril, no Autódromo Internacional do Algarve, a partir das 20 horas, David Hasselhoff, o celebérrimo ator que participou, entre outras, nas séries Marés
fotografia KADIR DENiZ
Vivas e na já mencionada, O Justiceiro, irá trazer-nos alguns dos artistas musicais desses tempos, numa cruzada internacional de velocidade automóvel e de grandes memórias. No alinhamento, estão previstos os 2 Unlimited, Vengaboys, Samantha Fox, Rick Astley, Turbo B of Snap!, DJ Sash! e Twenty 4 Seven. Mas mais do que este autêntico hit parade, estará ao nosso alcance a perspetiva de podermos ouvir, de uma única vez, vários artistas que trataram por tu as primeiras posições dos tops internacionais. A moda dos festivais que reúnem estes nomes do passado não é de agora. Com a nostalgia galopante e com uma forte projeção comercial, muitos destes nomes das décadas de 80 e 90 têm merecido honras por toda a parte do mundo. Refiro aqui, internacionalmente, dois casos de inegável dimensão. O Festival Diskoteca 80,
evento anual que se realiza em Moscovo, na Rússia, onde têm passado essencialmente os artistas da pop dos anos 80 e o projeto televisivo francês Les Anneés bonheur, que de uma forma genérica, promoveu o regresso musical com interpretações “ao vivo” de muitas figuras do mundo da música. Em Portugal, e sobre este assunto teremos uma crónica dedicada a seu tempo, não poderá ser omitido o festival ERP Remember Cascais, já com cartaz definido e com data de realização prevista para 13 e 14 de junho próximos. Voltando ao assunto central desta crónica, tenho a certeza que, num dia especial da evocação da liberdade (dia 25 abril), eu e muitos de vocês sentir-nos-emos livres para comemorar os anos 80 e 90, com aquele misto de nostalgia mas também de celebração das nossas melhores memórias.
Ingredientes: (para 2 pessoas) 12 camarão médios 1/2 emb. Massa Filo 1 colher sopa coentros picados 2 colher sopa Azeite 1 dente de Alho Sal e pimenta q.b
1
Descasque o camarão e retire a tripa que se encontra no dorso, tempere com os coentros, sal, pimenta, azeite e o alho picado. Deixe marinar por 20 minutos.
2
Com uma máquina de fazer massa (à venda nas grandes superfícies) corte a massa Filo na parte de cortar taglierini, coloque um pouco de azeite num prato e comece a enrolar os camarões nos fios de massa, frite-os agora em óleo abundante a 160 graus.
3
Sirva os seus camarões crocantes com um molho doce e picante que poderá preparar em casa com um pouco de ananás, pimento vermelho e malagueta, coza bem em três partes iguais de açúcar, vinagre e água, quando tudo estiver bem cozinhado triture com a varinha mágica.
CamarĂŁo crocante Chefe Pedro Arranca proprietĂĄrio do restaurante flor de sal
GADGETS
1
sony ps4 Quarta geração da popular consola de jogos, agora com 8GB de memória e 500GB de disco 399,98 €
2
FAIRPHONE Smartphone socialmente responsável. (sob encomenda) 325,00 €
3
parrot ar drone 2.0 Quadricóptero telecomandado por iPad, iPod ou iPhone com gravação video HD 268,32 €
4
samsung gear neo Smartwatch que permite receber sms e chamadas telefónicas. Ligação Bluetooth. 209,90 €
MERCEDES -BENZ GLA
200 CDI
Fotografias da marca
Texto de hUGO OLIVENÇA
Potência máxima Caixa Consumos (misto) Emissões de CO2 PREÇO TOTAL
136 cv Manual de 6 velocidades 4,5 - 4,3 l/100 Km 119 - 114 g/km 40.350,00 €
SUV COMPACTO
mercedes-benz gla 200 cdi
A
Mercedes-Benz apresentou o seu mais recente SUV.
Ao contrário dos seus irmãos maiores, este SUV compacto não é um todo o terreno de origem, mas antes uma versão “all road” do classe A, a exemplo do que a conterrânea Audi faz com as bem sucedidas carrinhas A4 e A6. Este Mercedes-Benz GLA, concorrente de BMW X1 e Audi Q3, tem no Volvo V40 Cross Country o maior rival mercê de ter um conceito idêntico. No GLA (para já) não estão
disponíveis os motores diesel de origem Renault que equipam o classe A. Aqui as motorizações são as conhecidas 200 CDI e 220 CDI. A versão de acesso, com tração dianteira, tem motor com 136 CV e caixa manual de seis velocidades. Em opção, também pode ser equipada com a caixa automática sequencial de sete velocidades e dupla embraiagem. Também existe versão GLA 250 a gasolina, com 211 CV de potência e caixa automática de 7 velocidades.
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