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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As décadas de 1930 a 1960 correspondem à época de ouro do Modernismo na arquitetura brasileira. Foi nesse período que se produziu uma arquitetura de muita qualidade e que conseguiu empregar os preceitos modernistas de maneira exemplar. Muitos desses exemplares estão situados no bairro de Higienópolis e em outros bairros nos arredores. São obras tanto de arquitetos brasileiros quanto de arquitetos estrangeiros.

Era muito forte no período a relação entre arte e arquitetura, proporcionada muitas vezes pela amizade entre o artista plástico e o arquiteto, hoje perdida para dar lugar a relações mercadológicas. A arte então, quando há, serve para chamariz de lucros.

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Muitas das qualidades arquitetônicas, e também urbanísticas, se perderam ao longo dos anos. Higienópolis, antes bairro da elite paulistana do café, do comércio e das indústrias, hoje é lugar de uma classe média, uma “elite” composta das mais variadas classes trabalhadoras. A vida pacata de outrora, não existe mais. Muitos carros circulando, trânsito e muito comércio, escritórios e serviços agitam a região.

Estas características da vida moderna e de uma urbanização desenfreada pela qual passou a cidade de São Paulo trouxeram uma forte insegurança para os moradores, que culminou no cercamento de diversos edifícios com muros e grades. Muitos deles, assim, perderam sua relação com o espaço público e quase se tornam apenas mais um edifício dentre muitos outros que compõem a paisagem, que já sofreu tantas mudanças, desde antes da criação do Boulevard Burchard, e se apresenta hoje quase estagnada. Seja pela falta de lugares físicos para construir, seja pela predominante e consolidada paisagem verticalizada. Para que esses importantes exemplos de uma boa arquitetura, que muitas vezes estreitou relações com as artes plásticas, não se percam no tempo ou se diluam dentro do conjunto edilício, é que se fez necessário este trabalho de pesquisa e levantamento, a fim de preservar sua memória e história.

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