6 minute read

Quem não vê caras

sinto bem a deixar de usar assim de repente. Preciso de tempo para me adaptar”, acrescenta.

Um colega do mesmo estabelecimento de ensino indica que o receio é o motivo pelo qual não prescinde da máscara. “Vou continuar a usar a máscara até a pandemia acabar completamente em todo o Mundo. Acho que só aí me vou sentir seguro para prescindir da máscara”, afirmou.

Advertisement

Ainiciativa

“Carnaval de Consumo de Macau 2022” gerou um consumo adicional de 1,6 mil milhões de patacas, tendo reunido 23 mil estabelecimentos comerciais do território. Ontem, no edifício da Associação Comercial de Macau, decorreu a cerimónia de encerramento do evento e o grande sorteio final.

Organizado pelo Governo, este evento visa fomentar o consumo por parte dos residentes no contexto da pandemia através da distribuição de cupões electrónicos nos estabelecimentos comerciais aderentes. Foram atribuídos cupões electrónicos no valor total de 100 milhões de patacas. Depois de mais de quatro meses do evento, acumularam-se mais de 21 milhões de transacções qualificadas para o grande sorteio final, cujos prémios incluem dinheiro, refeições e alojamento num valor superior a três milhões de patacas, oferecidos pela Associação Comercial de Macau e “vários patrocinadores”. A lista de 78 vencedores será conhecida hoje.

Tai Kin Ip, director da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, disse que o “Carnaval de Consumo” estimulou “o desejo de consumo dos residentes e impulsionou o ambiente de consumo local”, tendo reforçado “a confiança na operação sustentável de todos os sectores”. Graças à distribuição dos cupões “foi acelerada a promoção do ciclo de consumo da comunidade, o que ajudou na recuperação económica”.

Comportamento de grupo, inadequação, insegurança e hábito são factores determinantes para que uma vasta maioria dos jovens de Macau continue a usar máscara, apesar das orientações do Governo que determinaram o alívio do uso. Um académico da UPM aponta receio e falta de autoconfiança como razões para a insistência

NO dia 26 de Fevereiro, o Governo declarou que, “em circunstâncias normais, não é obrigatório o uso de máscara para todas as pessoas em espaços ao ar livre”. Apesar de não haver na altura qualquer obrigação legal que determinasse a obrigação do uso de máscaras ao ar livre, nem regime sancionatório (excepto durante o período do surto pandémico do Verão passado), a máscara continua a ser uma constante nos rostos de quem percorre as ruas de Macau.

A Associação de Beneficência

Sin Meng fez um inquérito a alunos do ensino secundário para tentar perceber as razões para o elevado uso de máscaras entre os mais jovens, num vídeo partilhado nas redes sociais.

Um aluno da Escola São Paulo testemunha o uso generalizado na escola que frequenta e a razão que o leva a não prescindir da protecção facial.

GCS

“Basicamente, toda a gente na escola usa máscara”, revela. Apesar do alívio de quase todas as restrições, o estudante confessa que a ideia de destapar o rosto é desconfortável. “Depois de tanto tempo a usar a máscara, não me

“Vou continuar a usar a máscara até a pandemia acabar completamente em todo o Mundo. Acho que só aí me vou sentir seguro para prescindir da máscara.”

ESTUDANTE DA ESCOLA SÃO PAULO

Turismo Workshop prepara operadores para turistas muçulmanos

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) organizou ontem um workshop com o objectivo de preparar os operadores turísticos para receber “visitantes da cultura islâmica”. A iniciativa pretende “elevar a competitividade e o nível global dos serviços prestados, consolidando a imagem de Macau enquanto cidade turística e em articulação com o desenvolvimento diversificado do mercado turístico”. O workshop teve como orador o imã da Associação Islâmica de Macau, Ding Shao Jie, e contou com a participação de funcionários de hotéis, restaurantes, agências de viagens e guias turísticos, assim como o subdirector da

DST, Cheng Wai Tong. Os temas abordados incluíram “introdução à religião segundo Abraão, ritos religiosos islâmicos, festividades, usos e costumes comuns culturais do Islão”, assim como breves apresentações sobre precauções e aspectos a ter em conta na recepção de visitantes islâmicos.

Um aluno do Colégio Yuet Wah explica que o uso da protecção se prende mais por uma questão de prática rotineira. “A maioria dos meus colegas de turma continuam a usar. Eu uso também, mas ando muitas vezes com a máscara no queixo. Continuo a usar por motivos de higiene, o hábito também é outra razão para o fazer”, explicou.

Sem rosto

O coordenador do curso de licenciatura em Serviço Social da Universidade Politécnica da Macau Dicky Lai Wai Leung encara o fenómeno como o resultado de uma equação com variantes tão diversas como embaraço, insegurança e desprendimento emocional.

“Se calhar é uma questão de autoconfiança de falta de afirmação. Os jovens podem sentir-se inibidos a voltar a expor a cara em público”, descodifica o académico doutorado em filosofia pela Universidade de Hong Kong.

Além da falta segurança e do receio de infecção, Dicky Lai Wai Leung aponta possíveis razões afectivas para os jovens continuarem a tapar a cara. “Quando não se usavam máscaras, durante a comunicação interpessoal, expunham reacções emocionais através de expressões faciais. O uso da máscara pode ser uma forma de esconder as emoções dos outros”, explica o docente da UPM.

Apesar de tudo, o académico defende que a insistência em usar máscara não deve ser estigmatizada. “Não devemos tratar o assunto como um problema, as orientações do Governo para se deixar de usar máscara ainda são recentes. Se tratarmos o uso prolongado de máscaras como um comportamento errado, em vez de corrigirmos algo podem estar a provocar o efeito oposto. É um hábito de autoprotecção e isso não é uma coisa má.” João Luz e Nunu Wu

DST Média de 57 mil turistas por dia em Fevereiro

Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST), indicou que durante o mês de Fevereiro, o número médio diário de turistas foi de 57 mil. A directora revelou também que no início deste a mês média diária de turistas continuar a ultrapassar a fasquia de 50 mil, de acordo com as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau. Em relação à proporção de turistas internacionais, as informações oficiais apontam para que se situe em 2,2 por cento em Janeiro, sendo que os maiores mercados foram as Filipinas, Coreia do Sul, Indonésia, Japão e Estados Unidos. No entanto, a responsável pela DST acredita que a proporção de turistas internacionais possa chegar a 10 por cento, na sequência da recuperação dos voos internacionais.

QUANDO ZHENG HE regressou a Nanjing da quarta viagem marítima, o que ocorreu na 7.ª lua do 13.º ano de Yongle (ano Yi Wei, 乙未), 12 de Agosto de 1415, trouxe consigo muitos enviados dos países visitados, para além de Sekandar, o usurpador do poder no Sultanato Pasai de Samudera. Mas o Imperador Yongle encontrava-se fora, pois tinha ido ao Norte, à Mongólia, combater pela segunda vez no seu reinado os mongóis e apesar de ter saído vitorioso ainda não regressara à capital, chegando apenas a 14 de Novembro de 1416. À sua espera encontrou embaixadores de 18 ou 19 países e reinos, da Ásia [Champa, Pahang, Java, Palembang (Jiugang ou Jugang), Malaca, Samudera, Lambri, Ceilão, ilhas Maldivas, Cochim, Calicute, Shaliwanni (local indeterminado)], da Península Arábica [Ormuz, Ash-Shiher (La Sa ou Las’ã) na costa de Hadramaut no Iémen, Adem] e de África [Mogadíscio, então no seu apogeu económico e Brava (Bu-la-wa, ou Barawa, cidade na costa da Somália com bom porto e muita actividade comercial, antiga capital do Sultanato de Tunni (século IX-XIII), e pertencia então, a par com Mogadíscio, ao Império Somali de Ajuran) e Melinde (actual Quénia, que na quarta viagem quando a frota chinesa aí passou em 1414, o governante enviara uma girafa)]. Na corte Ming foram recebidos com uma grande cerimónia realizada a 19 de Novembro de 1416, oferecendo o Imperador prendas a cada um. O enviado do Raja de Cochim (Kezhi) teve um tratamento especial por ser esse reino tributário desde 1411 da China e o Raja requeria ao Imperador que o nomeasse ministro seu subordinado e o investisse como Rei, pedindo o selo oficial como representante de Yongle. O Imperador concedeu-lhe tais desejos e enviou-lhe uma carta onde atribuiu a Cochim o título <Estado protegido da Montanha>.

Também Megat Iskandar Shah (母干 撒于的儿沙, Mu-Gan Sa-Yu-De-Er Sha ou Xá Muhammad) aqui viera para comunicar ao Imperador ter o seu pai, o Rei de Malaca Parameswara, conhecido em chinês por Bai-Li-Mi-Su-La (拜里迷 苏剌), falecido em 1414. Nesse mesmo ano de Jia Wu (甲午), 12.º ano do reinado de Yongle, embarcara para a China, segundo refere o Registo Histórico da dinastia Ming <Ming Shi, 明史> compilado na dinastia Qing, mas Fei Xin (费信) no seu livro Xingcha Shenglan (星槎 胜览) diz ter o Xá (Shah) ido à China no 13.º ano de Yongle. Quando foi recebido, o Imperador nomeou-o Rei de Malaca.

A despedida aos enviados realizou-se na corte Ming a 28 de Dezembro de

1416 onde receberam de Yongle túnicas de seda. No mesmo dia, Inverno do 14.º ano de Yongle (1416, ano Bing Shen, 丙申), o Imperador ordenou a realização da quinta viagem, instruindo Zheng He a escoltar os enviados dos 18 estados asiáticos e africanos no regresso às suas terras. Tinham vindo à corte Ming apresentar tributos e aqui estavam há quase ano e meio. O Imperador entregou ao Almirante cartas imperiais e prendas para levar aos governantes por onde a viagem iria passar.

Viagem entre 1417 e 1419

No 15.º ano de Yongle (ano Ding You, 丁酉, 1417) saiu do porto de Liujia, em Taicang, a armada capitaneada por Zheng He com a missão de se dirigir ao Oeste. Primeiro passou por Quan-

This article is from: