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As vantagens locais

Leonel Alves, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, diz que Macau deve apostar em duas áreas que lhe são características para vingar na Grande Baía, nomeadamente o Direito de matriz portuguesa e a língua de Camões. Empregadas domésticas e impostos serão outros temas abordados nas duas sessões

ADVOGADO e ex-deputado, Leonel Alves mantém a actividade política como membro de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), cuja sessão anual decorre entre hoje e amanhã, bem como a da Assembleia Popular Nacional (APN).

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Em declarações à TDM Rádio Macau, Leonel Alves disse, antes de partir para Pequim, que Macau deve apostar nas áreas do Direito local e língua portuguesa para participar activamente na Grande Baía e cooperar com as nove cidades que fazem parte deste projecto político.

“Macau faz parte da Grande Baía e tem o seu papel próprio e insubstituível, quer pela sua história, quer pelas suas características e quer pelas suas próprias potencialidades. Uma delas é, sem dúvida, o Direito, que é diferente do resto. Outra característica fundamental é a língua portuguesa, que pode ser mais difundida na Grande Baía”, defendeu.

Leonel Alves disse mesmo, “pela sua experiência pessoal”, que já contactou “várias entidades, inclusivamente universitárias” onde foi discutida a importância do “aprofundamento do conhecimento da cultura dos países lusófonos para o desenvolvimento económico da Grande Baía”. Apostar nestas áreas pode levar, assim, a um “incremento qualitativo muito importante do papel de Macau como plataforma, para um maior intercâmbio entre os talentos da Grande Baía e de Macau”.

Macau, território de pequena dimensão, o que acarreta dificuldades de expansão de negócios e que sofre com falta de mão-de-obra, pode beneficiar com a Grande Baía e com a cooperação nestas áreas, adiantou Leonel Alves.

“Isso pode ser muito benéfico pois Macau é uma cidade pequena, os números são sempre muito limitados, a Grande Baía é a grande projecção da China para as próximas décadas e as necessidades que temos, os profissionais que trabalham na Grande Baía creio que muitos deles têm interesse em desenvolver as suas actividades em Macau. Macau está a atravessar este momento histórico e tem de aproveitar este corredor de conhecimentos e de pessoas que têm interesses mútuos”, rematou.

Empregadas na Zona

Leonel Alves confirmou ainda à TDM Rádio Macau que vai subscrever um projecto, em co-autoria com os restantes membros de Macau à CCPPC, destinado a promover uma maior cooperação ao nível dos recursos humanos entre o território e as cidades da Grande Baía. Uma das propostas apresentadas pelos delegados de Macau é a facilitação das condições burocráticas para que empregadas domésticas estrangeiras possam trabalhar na Zona de Cooperação Aprofundada. “É preciso regular as condições em que as trabalhadoras domésticas podem trabalhar na Zona de Cooperação”, disse Ho Ion Sang, um dos membros de Macau à CCPPC, à TDM Rádio Macau. Além disso, o deputado indirecto diz que “há muitos residentes com vontade de viver em Hengqin, mas desejam serviços médicos de maior qualidade na Zona de Cooperação”, pelo que “é necessário optimizar os serviços médicos nos dois lados”.

“Macau faz parte da Grande Baía e tem o seu papel próprio e insubstituível, quer pela sua história, quer pelas suas próprias potencialidades. Uma delas é o Direito, que é diferente do resto. Outra característica fundamental é a língua portuguesa.”

Por sua vez, Frederico Ma, outro membro da CCPPC, disse que vai fazer uma proposta para uma maior articulação dos sistemas tributários entre Macau, o Interior da China e a Zona de Cooperação. Andreia Sofia Silva

VISITA JOHN LEE ELOGIA INFRA-ESTRUTURAS MICE LUSOFONIA MEMBRO DA CCPPC PEDE BOLSAS

hoje “mais infra-estruturas

MICE e locais para espectáculos, o que personifica o compromisso de Macau em desenvolver os elementos não jogo” na indústria dos casinos. Além disso, a existência de infra-estruturas

MICE de alta qualidade vai “promover melhores condições para a cooperação com cidades vizinhas como Hong Kong”, acrescenta o mesmo comunicado.

Adelegação de Hong

Kong que passou ontem por Macau, chefiada pelo Chefe do Executivo da região vizinha, John Lee, deixou elogios às infra-estruturas da área de convenções e exposições. Segundo uma nota oficial, foi referido que Macau tem

O Chefe do Executivo da antiga colónia britânica, lembrou ainda que deve ser aproveitada a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau para reforçar a actividade logística entre as duas regiões. John Lee falou também da construção de habitações públicas na zona A dos novos aterros e manifestou a vontade de saber mais sobre as políticas locais de habitação. Ho Iat Seng terá feito um balanço das medidas que têm sido implementadas nesta área, bem como ao nível da renovação urbana.

O Chefe do Executivo da RAEM referiu também a estratégia “1+4” para a diversificação da economia local, esperando que Hong Kong possa ser parte activa no desenvolvimento de indústrias emergentes, como é o caso da saúde, convenções e exposições, alta tecnologia e sector financeiro. O progresso registado na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Hengqin foi ainda discutido neste encontro.

UM representante de Macau disse que vai defender na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) a criação de uma bolsa de valores na RAEM para atrair empresas dos países de língua portuguesa. Ao jornal Ou Mun Iat Pou, Un Kin Kuan garantiu que vai fazer a proposta durante a reunião da CCPPC que arranca amanhã.

O também empresário defendeu que empresas dos mercados lusófonos poderiam ter interesse em listar-se numa nova bolsa de valores de Macau.

Un Kin Kuan disse que a criação de uma bolsa de valores no território, denominada na moeda chinesa, poderia promover a internacionalização do renminbi.

A sessão anual da CCPPC decorre em paralelo com a Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura do país, que serve tradicionalmente para apresentar grandes iniciativas.

Em Novembro, o parlamento de Macau aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o sector, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, disse na altura o presidente da Autoridade Monetária de Macau, Benjamin Chan Sau San.

O Governo tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores, em sintonia com o papel que o território tem assumido enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, assim como para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono. Em Outubro de 2019, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ – para financiar projectos amigos do ambiente – no valor de 7 mil milhões de yuan (954 milhões de euros) em três moedas (dólar, euro e renminbis) “que incluíram clientes lusófonos”.

PLANO DIRECTOR ZONA ESTE, PORTO EXTERIOR E ZONA NORTE SÃO PRIORITÁRIAS

LAI Weng Leong, director da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSCC) disse, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, que a prioridade na área do urbanismo, quanto ao desenvolvimento dos planos de pormenor, passa pela Zona Este, Porto Exterior e Zona Norte, tendo já sido iniciada a sua elaboração. Quanto às restantes zonas do território definidas no Plano Director “o Governo irá, com a maior brevidade possível, iniciar os trabalhos de elaboração dos planos de pormenor”. A DSSC pretende “aperfeiçoar a distribuição do espaço em geral, optimizar as instalações colectivas e aumentar a área dos espaços verdes e de lazer, a fim de criar um ambiente comunitário com boas condições de habitabilidade”.

Quanto à melhoria das infra-estruturas urbanísticas no Porto Interior, incluindo ao nível das inundações que ocorrem com frequência, o Governo diz que “é uma meta de longo prazo” que depende de “uma ponderação geral de factores relacionados com o trânsito, prevenção de desastres, protecção ambiental e espaços públicos, entre outros”.

Ella Lei colocou ainda questões sobre o desenvolvimento da zona da Praia do Manduco, mas estes planos “devem ser estudados e implementados tendo em conta a elaboração dos planos de pormenor e pareceres dos serviços competentes e diversos sectores da sociedade”, apontou a DSCC.

Sobre a higienização urbana entre o Porto Interior e a Praia do Manduco, Lai Weng Leong adiantou que o Instituto para os Assuntos Municipais já instalou 14 novos contentores de compressão do lixo, prometendo melhorar gradualmente, com a empresa concessionária, a gestão dos resíduos na zona.

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