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A lentidão no lago de Feng Dayou

ZHAO GOU (1107-87), o imperador dos Song Gaozong (r.1127-62), abdicou em 1162, com apenas 55 anos, assumindo o título tradicional de Taishang huang, «o imenso imperador anterior» como já fizera por exemplo o seu pai, o soberano esteta Huizong, com a faculdade de influenciar o futuro exercendo poderes de forma discreta. E a partir daí dedicou-se a cultivar as artes na companhia da esposa, a imperatriz Wu (1115-97).

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No retrato oficial que se encontra no Museu do Palácio Nacional em Taipé (rolo vertical, tinta e cor sobre seda, 185,7 x 103,5 cm), ele está sentado com uma simples veste vermelha e o barrete preto utilizado por altos funcionários dito zhanjiao putou, «barrete de chifres estendidos», com longas asas estreitas, estendidas na horizontal que podiam medir até um metro, que se diz ter sido desenhado pelo imperador Taizu (r.96076) para que em assembleias os burocratas não pudessem dizer segredos aos ouvidos uns dos outros.

Morosos enfeites descobrem o estatuto do retratado; na esquina do espaldar da cadeira, minuciosamente esculpida uma cabeça de dragão, almofadas nas costas e nos pés finamente bordadas a ouro; e o colarinho e os punhos deixam entrever delicadas roupas interiores cor-de-rosa. Esse jogo de revelar, escondendo, notar-se-á na popularidade que então alcança o uso de leques, em particular o leque rígido circular tuanshan, dito em forma de lua com um pequeno pau para o segurar. Usado de modo expressivo no ritual do casamento, quando a noiva esconde o rosto atrás do leque queshan, aprofundando o mistério, a timidez e exorcisando espíritos malignos, só se destapando quando o noivo a impressiona, escrevendo ou lendo um poema, por exemplo. Na dinastia Song torna-se comum os literatos escreverem poemas e pinturas nesses leques, trocando-os como presentes.

Feng Dayou (1130-69), um pintor de Suzhou, colaboraria com o imperador Gaozong fazendo uma pintura num leque em que o observador se sentirá imerso na minuciosa lentidão da vida de plantas e animais de um lago. Em Lago Taiye com lótus, que se apresenta como uma folha de álbum (tinta e cor sobre seda,23,8 x 25,1 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé), o pintor representou uma visão consoladora com três pares de patos, símbolos da união do casal; borboletas, as graças do romance mas sobretudo a pintura é um panorama cheio de flores de lótus, as bênçãos da paternidade numerosa, alternando brancas e cor-de-rosa, algumas ainda em botão, embaladas no vento suave onde voa uma andorinha.

O imperador reforça essa impressão de prenúncio do advento da estação mais fria, escrevendo na sua caligrafia um poema de Wang Ya (764-835) Pensamento numa noite de Outono, do outro lado do leque. O nome do lago – Taiye, «a grande piscina líquida», refere um venerável lugar do passado que servirá de referência simbólica em futuras edificações de jardins.

Feng Dayou, Lago Taiye com lótus

Terramoto Sismo de magnitude de 6,1 abala região oeste

A China registou um terramoto de magnitude de 6,1 na escala Richter, na região autónoma de Xinjiang, no extremo oeste chinês, informou ontem o Centro de Redes Sísmicas do país. O sismo ocorreu no domingo, às 07:49 na vila de Shayar, a 50 quilómetros de profundidade. Shayar fica a pouco mais de 600 quilómetros da capital da região, Urumqi, e a cerca de 300 quilómetros das fronteiras da China com o

Cazaquistão e o Quirguistão. Não foram relatados, até ao momento, danos ou vítimas mortais, devido ao terramoto que, apesar de ocorrer numa zona “desabitada”, foi sentido nas cidades vizinhas e nas zonas rurais, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A imprensa estatal pediu aos habitantes da zona que tenham cuidado, face a possíveis réplicas que possam ocorrer nas próximas horas.

Ferrovia 2.000 km de alta velocidade em 2022

Um total de 4.100 km de novas linhas ferroviárias ficaram operacionais em toda a China em 2022, incluindo 2.082 km de caminhos de alta velocidade, indicam dados da China State Railway Group Co., Ltd. Até o final do ano passado, as linhas ferroviárias da China atingiam um comprimento total de 155.000 km, dos quais 42.000 km eram de rede de alta velocidade, de acordo com o grupo, citado pela Xinhua. O investimento em activos fixos nas linhas ferroviárias da China atingiu 710,9 mil milhões de yuans em 2022, promovendo um lote de grandes projectos no campo da construção de infraestruturas. Em 2023, a China planeia lançar novas linhas ferroviárias com mais de 3.000 km, incluindo 2.500 km para comboios de alta velocidade, informou o grupo. O país construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo para atender à crescente procura das pessoas por viagens convenientes e confortáveis, remata a Xinhua.

Xinjiang Investimento De Mais De 12 Mil Milh Es De D Lares Em Estradas

ARegião Autónoma

Uigur de Xinjiang, noroeste da China, planeia investir 83,2 mil milhões de yuans na construção de estradas em 2023, indica o Diário do Povo. O investimento será alocado para 66 projectos de construção de estradas, dos quais 22 serão concluídos este ano, disse Li Xuedong, vice-director do departamento.

Nos últimos anos, Xinjiang tem assistido a um desenvolvimento robusto dos transportes. “Apenas em 2022, Xinjiang gastou mais de 74,8 mil milhões de yuans na construção de estradas, um recorde desde 2018”, disse Li.

OCentro de Controlo de Doenças da China (CDC) disse ontem que a vaga de casos de covid-19 no país “não registou uma subida significativa” durante as férias do Ano Novo Lunar, terminadas no sábado.

“A actual vaga na China está a chegar ao fim”, afirmou o CDC, na última edição da revista semanal. A agência explicou que “não foram encontradas novas variantes” do coronavírus e o pico da actual vaga “foi atingido no final de Dezembro passado”.

Até ao final de Janeiro, “o número de novos casos diários caiu” e a “pressão hospitalar reduziu-se”, indicou a mesma fonte.

O número diário de óbitos nos hospitais causados pela doença atingiu o pico a 4 de Janeiro, quando 4.273 pessoas morreram, de acordo com o CDC.

Face ao descontentamento popular e à queda dos dados económicos, as au-

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