5 minute read

Com características próprias

A abertura sem exigência de testes com Hong Kong trouxe uma nova vaga de turistas que procura reencontrar os sabores da gastronomia portuguesa. Porém, um dos pedidos habituais é um prato de galinha “falsamente” publicitado como português

Olevantamento das restrições anti-pandémicas trouxe a Macau um recorde de turistas de Hong Kong, muitos dos quais descobrem a gastronomia portuguesa através de um prato falsamente atribuído a Portugal.

Advertisement

O pedido mais frequente dos turistas de Hong Kong ao chegar ao In Portuguese Food é ‘pou gwok gai’, que em cantonês quer dizer galinha portuguesa. José Alves, proprietário do restaurante, não se cansa de explicar: “Galinha de caril não é um prato português e eu não vou copiar o que os outros têm”.

Adesignação e o bom nome deste prato macaense têm levado muitos turistas a procurar no território a cozinha portuguesa. “Perguntam se tenho comida genuína portuguesa, eu respondo que sim, e depois dizem: Então quero ‘pou gwok gai’”, conta à Lusa José Alves, explicando que o prato foi “criado em Moçambique pelos indianos”.

Por volta das oito da noite de quinta-feira, os clientes que se encontram no In Portuguese Food são de Hong Kong e do Interior da China. Logo à entrada, onde Alves janta sozinho, ouve-se música portuguesa. Turistas vão parando lá fora, detêm-se à frente do menu, elaborado em chinês, português e inglês.

Cerca de 25 por cento dos clientes que visitaram o espaço durante o ano novo lunar (21-27 de Janeiro) são da região vizinha, estima o responsável. “Desde que abriram as fronteiras, noto que há mais turistas de Hong Kong a comer nos restaurantes, principalmente nos portugueses”, acrescenta José Alves, que admite ter “grandes expectativas” em relação a este grupo de visitantes com “maior poder de compra”.

Hong Kong impulsiona turismo

Os números oficiais sustentam isso mesmo: das 451 mil pessoas que

Construção civil Salários desceram no quarto trimestre

No quarto trimestre do ano passado, o salário diário médio dos trabalhadores da construção foi de 798 patacas, menos 0,9 por cento em termos trimestrais, de acordo com dados revelados pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Neste período, o salário diário médio dos trabalhadores residentes era de 974 patacas por dia, e dos não-residentes 722 patacas, com reduções de 1,8 por cento e 0,1 por cento, respectivamente, entre o terceiro e quarto trimestre. Eliminado o efeito da inflação, no quarto trimestre de 2022 o índice do salário real dos trabalhadores da construção desceu 1,2 por cento, em termos trimestrais. Em termos anuais, em 2022 o índice do salário real médio dos trabalhadores da construção subiu 1,0 por cento, em relação a 2021 e o de residentes que trabalham na construção aumentou 4,4 por cento. passaram por Macau na primeira semana da festividade, 165 mil vieram da ex-colónia britânica, ou seja, 36,6 por cento.

Denny Lui, natural de Hong Kong, passou pelo 86 da rua Correia da Silva por acaso. À mesa, encontra-se para já um prato de amêijoas e outro de arroz de marisco, mas Lui e as três pessoas que o acompanham encomendaram ainda uma dose de leitão e outra de sardinhas.

“Natural e simples”. É assim que Lui define a gastronomia portuguesa, outro acaso nesta passagem por Macau. “Vim para jogar”, afirma. À mesa, todos se riem. O homem prossegue: “Passei metade do dia no casino”. Ganhou? “Não o suficiente para pagar este jantar”.

Do In Portuguese Food até ao Santos, outro restaurante portu- guês na vila da Taipa, são poucos minutos a pé. Uma instalação com luzes néon, junto à rua do Cunha, ilumina quem por aqui passa à noite. Turistas atravessam com urgência o largo. Sentados entre a multidão, grupos de jovens olham o telemóvel, duas mulheres picam tripas de vaca, negócio que faz fila ali perto.

Jeff e Jack, também de Hong Kong, mandaram vir no Santos ‘pou gwok gai’. “[A comida] tem um sabor semelhante à de Hong Kong”, realça Jeff. “Existem paladares especiais e diferentes”, contrapõe Jack.

Só com molho fricassé

“Os turistas de Hong Kong e do Interior da China pedem muito ‘pou gwok gai’ e eu digo que só tenho galinha com molho fricassé, que é parecida e que é o que eu sirvo”, conta à Lusa Santos Pinto, explicando que a popular galinha portuguesa, “que não é um prato português”, é confeccionada com coco.

Também nesta casa benfiquista, com as paredes revestidas com cachecóis do clube de futebol português, os turistas de Hong Kong têm chegado em peso durante o Festival da Primavera, na sequência do levantamento da restritiva política ‘zero covid’, em vigor nos últimos três anos. “São cerca de 30 por cento”, calcula Santos Pinto.

“Eles entram aqui e dizem ‘long time no see you’, porque já eram meus clientes. Muitos amigos de Hong Kong não vinham há muito, algumas crianças cresceram, eu tirava fotos com elas e agora aparecem mais velhas. Tem sido uma alegria muito grande receber estas pessoas todas, só não tenho mãos a medir”, diz o alentejano de Montemor-o-Novo.

“Os turistas de Hong Kong e do interior da China pedem muito ‘pou gwok gai’ e eu digo que só tenho galinha com molho fricassé.”

SANTOS PINTO DONO DO RESTAURANTE O SANTOS

Antes da pandemia, também Andrew Lawrence, empresário sul-africano a trabalhar em Hong Kong há mais de duas décadas, tinha por hábito vir ao território todas as semanas. Regressou na quinta-feira pela primeira vez desde a mudança da estratégia de Macau para a pandemia. À mesa, sabores que faziam falta: amêijoas à Bulhão Pato, entrecosto grelhado, uma garrafa da Quinta do Crasto - “o vinho português é óptimo e de preço acessível, não é?”

“Agora que estive em Portugal, aprecio mais e percebo melhor a origem da comida”, diz.

A longa ligação de Lawrence a Macau e à comunidade portuguesa levou o sul-africano a aprender a língua e a investir numa casa em Lisboa, através do programa dos vistos ‘gold’. “E ainda a apoiar o Sporting”, completa.

CPSP Fotografia causa cena de pancadaria

A Avenida Almeida Ribeiro foi palco de uma sessão de pancadaria entre dois indivíduos, devido a uma disputa sobre um lugar para tirar uma fotografia. A informação sobre o motivo do confronto físico, que se tornou viral nas redes sociais, devido a um vídeo, foi revelado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CSPS), ao jornal Ou Mun. Toda a cena de pancadaria foi acompanhada de perto por três agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública que intervieram para serenar os ânimos. O conflito começou à tarde, depois de uma troca de insultos entre os dois homens, que se agravou quando um decidiu agarrar o pescoço do outro. Ainda de acordo com as autoridades, nenhum dos homens precisou de ser transportado para o hospital e os dois foram tratados no local pelos bombeiros.

Almeida Ribeiro IC pondera manter zona pedonal permanente

Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC) disse que vai rever o projecto piloto de implementação de uma zona pedonal na avenida Almeida Ribeiro e, se os residentes forem favoráveis, irá analisar a possibilidade de o tornar permanente. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a presidente do IC disse que o projecto, que decorreu nos dias do Ano Novo Chinês, de 22 a 24 de Janeiro, correspondeu às expectativas, tendo em conta que as previsões do número de visitantes foram ultrapassadas. Também neste último fim-de-semana, a avenida de Almeida Ribeiro não recebeu carros, mas as autoridades não têm ainda o balanço da iniciativa. Leong Wai Man adiantou que, com a transformação da avenida numa zona pedonal, será possível à população descobrir mais detalhes sobre um dos locais mais conhecidos da península, que poderá vir a ter mais elementos culturais. O orçamento para o projecto piloto da zona pedonal foi de 2,6 milhões de patacas.

Covid-19 Mais dois casos na sexta-feira

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que foram diagnosticados mais dois casos confirmados de covid-19, na sexta-feira. Segundo o comunicado de sábado, após os diagnósticos, as pessoas foram encaminhadas para as instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde. Segundo os dados oficiais, cujos critérios foram sofrendo várias alterações ao longo da pandemia, desde Janeiro de 2020 que foram detectados 3.497 casos confirmados de covid-19 em Macau, com as autoridades a declararem 121 mortes.

This article is from: