Lentes de Contacto Semi-Rígidas

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RGP Lentes de Contacto Rígidas Gás Permeáveis Helena Filipe Curso de Contactologia SPO, 3 de Março 2012

Instituto Dr. Gama Pinto Dir.: Dra. Luísa Coutinho Santos Unidade de Lentes de Contacto Helena Filipe, Hugo Nogueira


Objectivo principal

Sintetizar e avaliar a adaptação de LC RGP


Objectivos Relativamente a uma LC RGP 1. Sintetizar as características 2. Explicar o racional subjacente a uma adaptação 3. Explicar os tipos de adaptação 4. Explicar os passos de adaptação 5. Sintetizar soluções para adaptações inaceitáveis


Agenda I Caracterização 1. Vantagens e Indicações 2. Materiais 3. Desenho 4. Interacção LC- Superfície Ocular

II Adaptação 1. Tipos 2. Selecção e Verificação


RPG

Vantagens

Vantagens

Qualidade óptica (ametropias↑) >-10D/+6D Diversidade de geometria Porte prolongado possível Alternativa complicações com LC H Longevidade, Segurança

Indicações Astigmatismos <3D: esférica de revolução

Ametropias ↑ Presbiopia+astigmatismo >1D Astigmatismos elevados Astigmatismos irregulares

>3D: Tórica posterior (toro interno)

Astigmatismos irregulares

Astigmatismo interno ↑: Tórica anterior (toro externo)

Primitivo (KC, DMP) Secundário (Traumatismo) Iatrogénico (Pós op)

Repartição anatómica do astigmatismo: Total= Interno+Externo


Materiais Vantagens

Desvantagens

Fácil fabrico, barato, material estável, resistente, humectabilidade boa

Dk↓↓↓ Edema cornea “Warpage” Polimegatismo endotelial Sensibilidade corneana↓

Depósitos↓, Resistência Humetabilidade boa Material inerte e estável

Dk↓, Limites design Aderência corneana Deformação sobre córneas tóricas

Silicoacrilatos

Estabilidade /Diversidade Boa qualidade óptica Diversidade polímeros

Fragilidade material, depósitos Síndrome 3-9h em córneas tóricas

FluroSilicoacrilatos

↑ Dk (PP)/Depósitos↓

Fragilidade material Manipulação delicada

PMMA Polimetilmetacrilato

CAB Celulose acetato butirato


Materiais Classificação


Desenho Aspectos Básicos Esféricas e ou asfericas  Centro  ++alinhado

• Transição  Brusca: bicurva  Suave: multicurva/asfericas

Periferia  + plana →clearance periférica → circulação

lacrimal


Desenho 1ª RGP 

1ª LC: PMMA: uma curva +plana que o K +plano/Ø=11mm (1947)

•Bicurvas, Tricurvas, MultiCurvas •Asfericas •Geometria Reversa


Desenho: Bicurvas, Tricurvas e MultiCurvas


Desenho Asféricas: Vantagens Desenho Adaptação + fisiológica  Distribuição + uniforme do peso  Menor sensação de porte de lente 

(elevação do bordo)

Podem corrigir astigmatismos até 4.00 D (elevação do bordo)

Circulação facilitada da lágrima ausência de transições

(Menicon Z- Alpha 2002 Persecon E 1981


Desenho Asféricas: Desvantagens Manufactura sofisticada  Aberrações (algumas marcas)  Descentramentos 

 Do ápice da córnea  Adaptação mais plana que K

→ necessária para obter movimento


Interacção LC- Superfície Ocular 1 e 2 1. Centro de gravidade +posterior +Delgadas/Potencias - ← melhor centragem>Ø/<RC

2. Gravidade específica = desenho + = volume + ≠ gravidade = tende a cair (prisma balastro)


Interacção LC- Superfície Ocular 3 3. Índice ○

refractivo (IR)

Qto +↑ IR→ + fina pode ser a LC


Interacção LC- Superfície Ocular 4 e 5 4. Película lacrimal Viscosidade ↓(↑ H2O/ ↓ espessura) → pior centragem

Espessura No centro corneano Depende de: tipo de adaptação /desenho da LC N: 5-10 µm (1 µm= 0.001mm)

Atracção capilar Central: Plana → ↑movimento → pior centragem Curva → Efeito de Sucção

Bordo: -

Menisco Lacrimal ↑ → melhor centragem


Interacção LC- Superfície Ocular 6 6. Periferia  Circulação Lacrimal

(Clearance)

 Geometria + plana que a córnea ○

Circulação da lágrima → metabolismo da córnea Menisco lacrimal → Capilaridade (N: 75-80 µm) Ajudar na remoção Evitar pressão positiva e conflito com a periferia da córnea

○ ○

○  

imobilidade, staining arquato, dificuldade de remoção, metabolismo corneano deficiente instabilidade, bolhas na periferia, má centragem, staining 3-9h por disrupção do filme lacrimal


Interacção LC- Superfície Ocular 7 7. Bordo ○ ○

Importante para o conforto Deve ser:    

Suave e bem acabado Diluir-se na curva mais periférica Ajudar na remoção da LC Preferir-se 0.12mm> Espessura <0.14 mm < fragilidade > desconforto

Lentes – contacto natural LC/palpebra


Interacção LC- Superfície Ocular 7 7. Bordo: Elevação 6.

(axial/radiário)

AEL= axial edge lift (0.09-0.15mm) _________________________=5:4 REL=radial edge lift


Interacção LC- Superfície Ocular 7 7. Bordo: Espessura e Lenticulação 

>-6.00 ou >+4.00→ lenticuladas→ evitar excesso de peso

A porção lenticulada = “carrier” = +, -, plano

Um CARRIER

- ajuda a centrar um

LC com tendência para subir

+

Um CARRIER ajuda a centrar um LC com tendência para descer


Adaptação Características Customizada  Boa : 

 Bom alinhamento superfície posterior /córnea

 Distribuição uniforme do peso  Consistência do alinhamento durante o pestanejo  Boa visão

 Conforto


Adaptação Passos  Refracção  Queratometria

 Diâmetro ○ Vertical da Fenda Palpebral ○ Horizontal da Íris ○ médio e escotopico da Pupila


Adaptação Refracção 

Depende da ≠ RC superfície óptica ant/post  Divergentes: miopia- RC anterior>RC posterior  Convergentes: hipermetropia- RC anterior<RC posterior

Ametropia esférica pura pode ser ≠ correcção em óculos  <4.D Ø influencia vidro - olho  Esferocilindro ≤3.D corrigível com RPG esférica ○ Efeito geometria do menisco lacrimal    

Negligenciável (com LCH) Miopisante (concavo) Hipermetropisante (convexo) Plano

Conhecimento da repartição anatómica do astigmatismo

-

+


Adaptação Queratometria 

Passos de 0.10mm/0.05mm

Padrão de adaptação preferido: alinhar ou ligeira/ +plano

Queratometrias =s ↔ padrões fluoroscopicos =s X  topografia  pálpebra

Selecção da lente a ensaiar: Córnea  Esférica < 1.00 de astigmatismo lente inicial = K mais plano  Tórica1.00-3.00 de astigmatismo (≠0.2-0.6 no K) ≈ K mais plano (≈0.05-0.10 mm)

 Tórica > 3.00 (≠ >0.6mm no K) = Lente tórica posterior


Adaptação Queratometria 3 Padrões 

Alinhamento → RC LC = ↘

K  Contacto → RC LC > → + plano da córnea 

“Clearance”→ RC LC < ↗

( Bergenske, 2003)


Adaptação Diâmetro

3 tipos Ø total  Pequenas <9.20 mm  Médias 9.20 mm ↔ 9.70 mm  Grandes >9.70 mm

3 tipos Ø ZO  Pequenas <7.30 mm

 Médias 7.30 mm ↔ 7.90 mm  Grandes >7.90 mm Menicon EX 9.60mm Øtotal→ 7.80 mm Ø ZO 11 mm Ø total→7.00 Ø ZO


Adaptação Diâmetro 

Ø  fenda inter-palpebral (vertical)  córnea (≈1mm maior que o Ø da íris)  Pupila (mesopico e escotopico)

RC +0.05 mm ↔ Ø +0.5mm

– Ø ↓<9.2mm – Córneas mto tóricas – evita encravamento no meridiano mais curvo – ½ 9.20-9.70 mm – ↑> 9.80 mm – Córneas mto tóricas – adaptação subpalpebral – Potencias elevadas – obter estabilização – Estabilizam a adaptação na generalidade, sem constante repercussão na fluoroscopia)

A escolha final depende do tipo de adaptação Geralmente idêntico para os dois olhos


Adaptação Biomicroscopia 

Observação  Sob luz branca  Com o filtro de cobalto após instilação de fluoresceína

• • • •

Central /Periferia/Bordo Repouso em posição primária Durante o pestanejo Após o pestanejo


Adaptação:Ensaio Não ultrapassar o limbo  Centragem  Descentramento 

   

superior inferior superior temporal

Movimento  Respeito epitelial, límbico, conjuntival 


Adaptação Tipos 

Subpalpebral

Interpalpebral


Adaptação Tipos: Subpalpebral Definição Quando o contorno periférico se mantém em contacto com a pálpebra superior após pestanejo. A lente move-se com a pálpebra Lentes – adaptam naturalmente deste modo mas são nec Ø grandes Lentes + tendem, pela sua forma escapar a pálpebra

Vantagens:       

+ confortáveis Estimulam o pestanejo Contra-força a tendência para descair Ajuda a circulação da lágrima Menos 3.9h staining RC até 0.15 mm que o K mais plano Facilita clearance periférica (axial edge clearence)

Desvantagens:  Glare inferior  Customização das curvas periféricas


Adaptação Tipos: Interpalpebral Definição Pretende-se uma óptima centragem com lentes finas Ø menor (mas pelo menos> 2.0mm que o max Øpupilar) que a fenda interpalpebral Vantagens:      

Melhor para fendas palpebrais estreitas Mais conforto se pálpebras sensíveis Melhor para córneas com periferia irregular Bom para córneas tóricas onde uma pequena lente permite um desenho esférico Menor perturbação do metabolismo corneano Evita o staining 3-9h dada a distancia do limbo

Desvantagens:      

Bordos frágeis Dificuldade na remoção e manuseamento Perda fácil Deslumbramento Não incentiva o pestanejo →staining 3-9h Devem ser finas



Adaptação Fluoroscopia: Padrão 1. Central 1.

2. 3. 4.

Correcto: 1. Alinhado (multicurvas) 2. Fechado (Rx elevados) 3. Aplanado (maioria das asfericas) Plano Fechado Astimatismo Plana

Alinhada

Fechado

2. Periférico 1.

2.

Plana Fechado Plana

Fechada


Adaptação Fluoroscopia: Central

Apoio apical

RC inicial K< Diametro>

Clearance apical

RC inicial K> Diametro<

Triplo apoio

K/2 central v topo 4.5 mm temporal Diametro>


Adaptação Fluoroscopia: Bordo

Optimal Edge Lift: fluorescein band of 0.5 mm to 0.7 mm

Edge Lift ≥ of 0.5 mm to 0.7 mm

Steep Edge Lift is recommended.

Edge Lift < 0.5 mm to 0.7 mm

flat Edge Lift value is recommended.

http://www.davidthomas.com/assets/Uploads/pdfs/Rose-K2-Practioners-Fitting-guide-May-


Para manter o mesmo padrão fluoroscopico 

LC Esféricas  ↑0.50 mm diâmetro requer ↑rc 0.05mm (aplanamento)

LC Asfericas  ↑0.70 mm diâmetro requer ↑rc 0.05mm (aplanamento)

Astigmatismo  A favor da regra: contacto: azul escuro horizontal e verde

periferico


Adaptação Sobrerefracção • LC diagnostico devem ser tto qto possível≈ da refracção final • Não usar LC+ para miopia e vv • centro de gravidade e desenho diferentes • Atenção a distancia vidro-olho


Adaptação Sobrerefracção • Tipo de adaptação pode criar menisco lacrimal central + ou – que justifique alguma alteração na refracção final • Este factor ilustra o grau de alinhamento com a córnea (7.8 mm)

↑↓0.50 mm Ø ↔0.05mm RC↓↑↔↑↓ Potência 0.25D • ↓rc = “st fitting” ou seja há um menisco + de +0.25D

• ↑rc = “flat fitting” ou seja há um menisco - de -0.25D


Prescrição

Marca  Raio de Curvatura  Diâmetro  Potencia de ensaio _______adição esfera ______ DVO= 12 mm 


Pérolas I 

Adaptação no K médio ou no K mais plano

Alinhamento central LC - Córnea na maior superfície possível  Espessura central ≥0.14mm  Transmissibilidade de oxigénio boa (Dk> 100)

Periferia que permita circulação lacrimal sem conflito limbo /pálpebra • não muito extensa (< 1.00mm) • não muito plana (AEL< 0.14mm)

Diâmetro Total grande que permita a melhor centragem (>9.8 mm)

Diâmetro da ZO posterior que cubra o diâmetro pupilar  fotopico/escotopico/mesopico (>8.00 mm)

Bordo fino e bem acabado para conforto


Pérolas II • Usar LC de ensaio Ø≠s nos 2 olhos para teste pois ++ são =s • Usar RC 0.05mm ≠s pois geralmente são similares • Verificar correlação da sobrerefracção-refracção em óculos Não esquecer distancia vidro-olho • Nunca usar LC de ensaio + para míopes e vv • Portador de rígidas (PMMA) →habituado a LC espessas e resistentes


Conclusão LC  Estabilidade Obrigada!  centragem  movimento

Conforto  Visão  Qualidade na relação mecânica Córnea - LC 


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