A Casinha dos livros tem muitas histórias
Edição: Agrupamento de Escolas de Boliqueime Biblioteca Escolar Lídia Jorge
Coordenação: Helena Ramos Correia Textos: Crianças dos Jardins de Infância da Patã, Benfarras e Vale Judeu. Educadoras Rolandina Sena; Ana Maria Palma e Paula Valente Alunos do 1º Ciclo das escolas de Boliqueime, Benfarras e Vale Judeu. Professores Sónia Gonçalves; Joaquim Patrício; Ana Sofia Marta; Célia Martins; Edite Coelho; Sílvia Barrocal e Rui Xabregas. Alunos do 2º Ciclo da EBI Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva. Professores Virgínia Fernandes e Rui Santos.
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HISTÓRIA DO JOÃO QUE SÓ SABIA DIZER: NÃO…
Era uma vez um menino que só fazia asneiras e que só sabia dizer que não. Diziam-lhe para ele fazer uma coisa e ele dizia logo que não. Um dia, quando estava muito frio, o menino foi à escola e como estava muita chuva, o recreio estava todo molhado. Quando foi com a professora e os colegas brincar para o recreio começou logo a empurrar os meninos para a lama e para as poças de água. Depois a professora zangou-se com ele e os colegas ficaram tristes e já não queriam brincar mais com ele, nem ser seus amigos. Nos dias seguintes, como o João não tinha amigos para brincar porque eles tinham medo que ele lhes fizesse mal, ele começou a ficar muito triste. Então resolveu ir pedir desculpa à professora e aos amigos e prometeu-lhes que não fazia mais asneiras. Os amigos desculparam-no e a professora também, e a partir desse dia, quando ia brincar para o recreio, já conseguia ter amigos porque não fazia asneiras e fazia o que a professora dizia. O João aprendeu a 7
brincar muito bem com os outros colegas e por isso deixou de ser conhecido pelo menino que só sabia fazer asneiras e dizer que não, e passou a ser conhecido pelo João Amigão.
GRUPO “OS GOLFINHOS” JARDIM DE INFÂNCIA DE VALE JUDEU 8
Letras nas folhas
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O Livro Mรกgico
ra
uma
vez
uma
princesa
chamada Beatriz. Vivia num reino distante, num palรกcio maravilhoso, rodeada
de
sรกbios
que
lhe
ensinavam muitas coisas mas o que a princesa mais gostava era de ler maravilhosas histรณrias de encantar. Mas estava proibida pelo rei, o seu pai, de ler essas histรณrias. Por isso, a princesinha, vivia muito triste
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apesar de ter muitas riquezas. Mas ela não queria riqueza. Queria ser livre e explorar o mundo. Certo dia pensou em sair do palácio e procurar outro reino. Como vivia rodeada de guardas que tinham ordens do rei para a vigiar a toda a hora a princesa pensou em escavar um buraco na parede do seu quarto para poder sair para o jardim e assim tentar a sua fuga. Uma noite, durante o jantar escondeu uma faca dentro do seu vestido e começou a escavar até conseguir ver o jardim. Dois dias depois saiu do reino e começou a procurar uma biblioteca pois estava com muita vontade de ler um dos seus livros favoritos. Depois de muito andar e já ao fim do dia avistou uma biblioteca. Lentamente, subiu as escadas e entrou na sala de leitura. Ficou encantada com a quantidade de livros que lá havia. Sem saber que livro escolher começou a ler alguns títulos: _A BELA ADORMECIDA, A PRINCESA E A ERVILHA, O SOLDADINHO DE CHUMB, A POLGARZINHA, A PQUENA SEREIA, O PATINHO FEIO... Nem sei por onde começar.
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A pequena princesa, olhou à sua volta e, de repente viu um livro no fundo da sala. Dirigiu-se até lá e observou que estava cheio de pó, abandonado e já muito gasto pela idade. Com curiosidade, limpo-lhe o pó e abriu-o. Nesse instante, o livro começou a ganhar vida… as palavras, as imagens, os números, saiam de dentro dele e começavam a espalhar-se por toda a sala. A princezinha Beatriz olhava admirada para tudo o que estava a acontecer. _ Olá, eu sou a Branca de Neve… _E eu sou a Cinderela… Ao fundo conseguiu ver o Alibábá e os quarenta ladrões, ali ao seu lado estavam os vinte e cinco soldadinhos de chumbo… _ Mas como é que isto aconteceu? Os meus heróis estão todos aqui. _ Sabes, princesa, eu sou um livro mágico. Estive todo este tempo à tua espera. Pertenci à tua mãe que também gostava de ler contos de encantar mas o teu pai proibiu-a e, quando ficou doente e morreu, entregoume a uma fada que me trouxe até aqui para que me pudesses encontrar. 14
_ Estou tão feliz. Vou ficar nesta biblioteca e vou ler todos os livros que cá estão. A princesa Beatriz conheceu um belo príncipe e viveu feliz para sempre naquele novo reino. Todos os dias lê o seu livro mágico, pois as histórias são sempre novas a cada
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A gata Mimi e a avó
imi é uma gata de pêlo branco, olhos azuis e muito curiosa. Vive com os seus avós porque os seus pais morreram quando ela era ainda bebé. Foram os seus avós que a educaram e que lhe ensinaram tudo o que ela sabe. Vivem os três numa humilde casa no Campo das Flores. Certo dia, Mimi perguntou à sua avó: -O que é o amor? A avó pensou durante alguns instantes e disse: -Anda, vem comigo. Vamos dar um passeio. A avó pegou na pequena patinha da sua neta e lá foram pelos campos fora. Instantes depois viram uma mãe pássaro a ensinar as suas crias a voar. Esta mãe era meiga e paciente com as suas crias, fazia-lhes carícias mesmo quando não conseguiam facilmente voar. Ao ver esta situação Mimi disse:
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- Avó, também tu me ensinaste a andar. Foste paciente e carinhosa comigo. - Vês, Mimi. Isso é amor. Andaram mais um pouco e chegaram a um campo, onde viram vários coelhos, mas um partira uma pata e a mãe estava ali, junto dele a dar-lhe carinho. Mimi, com uma lágrima nos olhos, disse: -Avó, também tu estás ao meu lado e dás-me carinho quando estou doente. Cuidas de mim com ternura. -Vês, Mimi, isso também é amor. Já perto da hora em que o sol se prepara para dormir, viram uma mãe mocho a dar beijinhos de boa-noite aos seus filhotes.
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Mimi exclamou: -Avó, tu também me dás beijinhos para eu adormecer! -Sim, Mimi, isso também é amor... De regresso a casa e quase a terminar o seu passeio, encontraram uma mãe raposa a aconchegar os seus filhotes. Mimi, já com sono disse num grande bocejo: -Avó, também tu me aconchegas todas as noites. -Sim, Mimi, isso também é amor... Ao entrar na sua simples casa, Mimi disse à avó: -Avó, agora já sei o que é o amor! O amor é o afecto que sentimos por alguém! Boa noite avozinha. Então, a sua avó deu-lhe um beijinho de boa noite e aconchegou-a de novo. Mimi sonhou com tudo o que viu e sentiu naquele dia.
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O Dia das Bolachas Era uma vez um ursinho que era o Presidente da Ursolândia. Ele adorava as suas bolachas de mel com pepitas de insectos. O ursinho queria que houvesse o dia das suas bolachas favoritas, mas o povo não queria, porque este povo não gostava nada das bolachas que o Presidente gostava. Bom, aqui tinha um grande problema. Ele queria, queria, queria e queria, mas não tinha solução. Pensou, pensou, teve uma ideia e disse: - Já sei, vou construir uma máquina do tempo e vou ao tempo em que havia reis! Vou ser Rei e fazer existir o dia das bolachas! Afinal a monarquia servia para alguma coisa. Mas ele não sabia como construir uma máquina do tempo. Não tinha andado na escola, mas os ursos também não andam na escola. Digamos que ele não sabia lá grande coisa. Por isso o urso estava triste, coitado.
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Como já estava a anoitecer, o ursinho foi ver televisão e viu um episódio de uns bonecos com as bolachas que o povo gostava. Eram bolachas de mel com pepitas de chocolate. Então ele teve uma ideia melhor, que era fazer o dia das bolachas que o povo gostava. Aí sim, o povo concordava. E foi isso mesmo que ele fez. Afinal o ursinho aprendeu qualquer coisa. Aprendeu que se deve pensar também nos outros.
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O Alfabeto a Rimar A
C
E
Bebemos a água
Com a letra C
O elefante não é elegante
Da fresca nascente
Escrevo crocodilo
É gordo e feio
E, sem mágoa
Ele não lê
Parece um gigante
Damo-la a toda a gente.
Mas nada no Nilo.
Que parte tudo ao meio.
B
D
F
Beijar, bater e brincar
Daniel, Danilo e Davide
O Fábio pegou na flauta
São acções do presente
São três amigos
E tocou uma música
Se me batem, fico a chorar
Que compraram um cabide
Que leu na pauta
Se me beijam fico contente!
Para apanhar bandidos.
Da Frederica.
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G G é a Gabriela
I
L
I é da Inês
Luísa, Leonor e Laura
A Guida e a Manuela
Menina bonita
Luís, Lucas Leonardo
Que gostam de comer
Tem um amigo chinês
Lagos, Lagoa e Loulé
Bolinhos de canela.
E uma amiga chamada Rita.
Leão, lagarto e leopardo.
H Hoje, a Helena e o Hélio
J
M
Junho, Julho e Janeiro
O M é o Marcelo
Cantam o hino
Joana, Joca e João
Que foi à marina
E o amigo Nélio
Jogador e jardineiro
E viu lá um martelo
Ao longe, toca violino.
Jamaica e Japão.
Que é amigo da Miquelina.
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N
P
R
O Nuno e a Natália
Porta, portinha e portão
O rei e a rainha
A Natureza e o Natal
Padeiro, pescador e pintor
Caíram na ribeira
O navio e a sandália
Porto, Portalegre e Portimão
E viram uma ratinha
A Nação e o Nacional
Porteiro, professor e pastor.
Presa na ratoeira.
O
Q
Eu conheço uma ovelha
O Q está no quintal
Chamada Octávia
No quarto e na quinta
Tem um brinco na orelha
E também na palavra qual
Que lhe deu a Flávia.
E vai ao piquenique com a Quinita.
…
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As Flores Encantadas
ra uma vez uma gatinha chamada Violeta. Era branca com riscas cinzentas e gostava muito de flores especialmente de papoilas e de rosas. Um dia, Violeta foi dar um passeio ao parque que ficava situado perto de sua casa. Nesse parque havia árvores altíssimas, um lago com água transparente onde nadavam patos, cines e peixes de várias cores. Em redor cresciam as mais belas flores do país. A certa altura, a gatinha Violeta, viu duas flores especiais. Essas flores brilhavam e reflectiam a imagem da pessoa que olhava para elas. Aproximou-se delas e disse-lhes: _ Bom dia! São as mais belas flores deste jardim! A gatinha ficou muito surpreendida quando estas responderam: _ Bom dia, bela gatinha.
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_ Eu não sabia que as flores falavam. Respondeu-lhes muito surpreendida. _Mas nós não somos flores! Nós somos princesas encantadas por uma bruxa malvada. As duas flores contaram a Violeta que tinham sido encantadas por uma bruxa e que, para as desencantar era preciso encontrar uma fada que chamada Ariana que era a fada das princesas e tinha um pó mágico que fazia desencantar as pessoas que haviam sido encantadas pela bruxa malvada. Cheia de vontade em ajudar as duas princesas a gatinha começou a procurar a fada Ariana. Procurou por todo o lado, nas florestas, nas cidades, na terra e no mar mas não a conseguiu encontrar. Numa tarde em que a Violeta já estava muito cansada de tanto andar em busca da fada e já quase a desistir dessa busca, sentou-se junto do lado do jardim, quando de repente, ouviu uma voz que lhe parecia vir do fundo do lago. Era uma voz maravilhosa, calma e melodiosa que chamava por ela. _Quem me chama? Perguntou a gatinha olhando em redor. _ Sou eu, a fada Ariana. Eu sei que me procuras. Disse-me o grande cisne branco que vive neste lago. Violeta ficou radiante e encaminhou a fada para junto das duas flores. 25
Ariana, chegou ao pĂŠ das flores e disse: _Abracadabra! Estelas do cĂŠu que se estendem no cĂŠu! E nesse preciso momento as flores transformaram-se nas belas princesas. E nesse mesmo dia voltaram para o seu reino. Quando chegaram ao reino, os habitantes reconheceram as princesas e gritaram: _Vivam as princesas!
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Na Selva
ra Verão e na selva o calor apertava. Os animais estavam a
descansar à sombra de uma árvore
enquanto preparavam uma corrida que se iria realizar na próxima semana. Era a Grande Corrida Anual da Selva. Neste dia, as chitas, os elefantes e os leões estavam a combinar uma corrida amigável que servia de treino para a grande corrida que se aproximava. Havia
muitos
concorrentes…
os
crocodilos,
os
leopardos e os tigres. 27
Todos os concorrentes estavam a treinar para a corrida e diziam: _ Na corrida deste ano, sou eu que vou vencer. Dizia o leopardo. _ Não senhor! Eu serei o vencedor. Respondia o tigre. Todos queriam ganhar aquela corrida pois o prémio era muito bom. O vencedor ganhava uma viagem às maravilhosas ilhas Maldivas. Umas férias de Verão num paraíso tropical. Todos os animais treinavam sem parar para serem os vencedores desta importante corrida. Chegou finalmente o dia da corrida. O elefante, com a sua grande tromba anunciou a corrida e chamou todos os participantes aos seus lugares. O campo de corrida estava cheio de animais que queriam ver a corrida e apoiar os participantes. Os concorrentes ocuparam as posições e o árbitro, que era a chita, disse: _ Preparar! Apontar! Partida! E foi assim que a corrida começou. Os leopardos começaram em primeiro lugar, os tigres em segundo e os crocodilos em terceiro lugar.
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Os leopardos, pensando que iam ganhar a corrida, fizeram uma pausa… comeram beberam e dormiram. Quando deram por eles os tigres já estavam ao seu lado e decidiram também fazer uma pequena pausa. Adormeceram. Os crocodilos nunca pararam de correr. Estavam bem classificados. Apenas tinham os tigres e os leopardos à sua frente. Correram o mais rápido que podiam, passaram pelos leopardos e pelos tigres. Quando estes acordaram os crocodilos estavam muito avançados e já perto da meta. Os leopardos e os tigres quando viram que os crocodilos estavam quase na meta começaram a correr mas não conseguiram chegar a tempo de cortar a meta antes dos crocodilos. Pela primeira vez, os crocodilos foram os grandes vencedores desta Grande Corrida. Quando acabou a corrida o elefante disse: _ Os vencedores da Grande Corrida são os crocodilos. E assim os crocodilos ganharam a viagem às ilhas Maldivas
Fim 29
O lobo que queria aprender a Ler
ra uma vez um lobo de pêlo cinzento que vivia numa pequena gruta da Floresta da Sabedoria. Chamava-se Lobito, tinha oito anos de idade e muitos amigos com quem costumava brincar. Na Floresta da Sabedoria todos eram sábios... as árvores sabiam ler, os pássaros sabiam cantar, as flores sabiam dançar e as ervas escreviam mensagens que podiam ser lidas por todos os habitantes da Floresta. O nosso pequeno lobo não sabia ler nem escrever... apenas sabia correr pelos caminhos mais escondidos da Floresta. Ele tinha um grande sonho. Queria aprender a ler! Certo dia ao encontrar o seu amigo Coelho Orelhudo, disse-lhe que gostava muito de aprender a ler. _ Por que queres aprender a ler? – perguntou-lhe o Coelho Orelhudo. _ Porque ler é importante e ajuda-nos a crescer – disse o lobo.
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_ Então vai à escola! _ O que é a escola? O Coelho Orelhudo explicou-lhe que a escola é o lugar onde os meninos e as meninas vão aprender a ler, a escrever, a contar, a desenhar, a pintar e a fazer muitas outras coisas divertidas e úteis. Então o lobo foi procurar uma escola. Na sua viajem até à escola ia, alegremente, a cantar: “Eu quero aprender a ler Para ler todo os meus livrinhos. Muitas coisas vou aprender E fazer muitos amiguinhos”. Quando finalmente encontrou a escola, dirigiu-se à professora e disse-lhe: _ Eu quero aprender a ler!
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A professora disse: _ Está bem, podemos começar amanhã. O Lobito ficou muito feliz. Todos os dias era o primeiro a chegar à escola e todos os dias o lobo aprendia mais um bocadinho. O lobo estava a gostar cada vez mais de aprender a ler. Já sabia ler frases. Mas claro que teve de aprender a ler as letras a pouco e pouco. Já tinha aprendido o A, B, C, D, E, F, G, H… Foi aprendendo a ler cada vez mais. Finalmente já conseguia ler um texto inteiro sem errar uma só vez. Foi assim que o Lobito aprendeu a ler. Todos os outros animais da Floresta da Sabedoria quiseram ir à escola para aprenderem a ler histórias que lhes ensinam muitas coisas.
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O Livro de capa às riscas Era uma vez um menino chamado Tito que gostava de brincar no parque nos dias de sol, mas quando chovia e estava muito frio o menino ia esconder-se na biblioteca para poder conversar com os seus amigos livros. Com estes amigos ele aprendia a ler muitas aventuras, pelo menos lia as palavras que já conhecia e lia também as suas imagens. Conversava e imaginava belas histórias que lhe tornavam Ilustração de Giulia Silva (6 anos)
a vida mais engraçada.
Certo dia estava o Tito, mais uma vez na biblioteca quando um livro de capa às riscas e aspecto um pouco estranho o chamou: -Ajuddaaa-mmme Tito! Já ninguém me lê há muitos anos.
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-Se quiseres posso tentar ler-te, mas como ainda estou no 1º ano não sei se serei capaz. O que eu gosto mesmo é de conversar. -Conversar?! Nem pensar, cá eu sou um livro e quero que me leias. Com um nó a apertar-lhe a garganta, o Tito respondeu: -Bem, gostaria de tentar. O menino estava preocupado, pois queria saber ler e na verdade, quando o livro se abriu, o Tito só viu letras, palavras e frases, nem sequer um desenho que o ajudasse. Quando o Tito fechou os olhos para chorar, o livro encheu-se de lindas ilustrações. Neste momento o espanto e a surpresa foram muito grandes e todas as pessoas que estavam na biblioteca olharam para o livro e para o Tito. Tratavase de uma história sobre um macaco que tinha vindo de
Ilustração de Laura Martins (6 anos)
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Marte, tinha andado perdido pelo universo até que encontrou o planeta Terra. Era de facto um a história estranha, sem pés nem cabeça, maluca, matreira, mal cheirosa. Na verdade não parecia história nenhuma. Os livros às vezes pregam-nos partidas.
Ilustração de Luana Sousa (6 anos)
Ilustração de Vasco Pires (6 anos)
1º ano – Turma G
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O tapete voador Era uma vez um menino que se chamava Ruben e estava a brincar no parque perto da sua casa. De repente apareceu um tapete voador e levou-o até um palácio. No palácio, o Ruben viu o rei a chorar e foi ter com ele para lhe perguntar porque estava assim. O rei disse-lhe que a princesa tinha sido raptada pelo antigo guarda do palácio, que foi despedido por não obedecer às suas ordens. O Ruben resolveu ajudar o rei. Foi no tapete voador à procura da princesa. Andava ele no meio do deserto quando ao longe ouviu uma voz a gritar por socorro. Foi então que encontrou a princesa numa torre muito alta e salvou- -a pela janela. No tapete voaram, outra vez, até ao palácio. O rei, para agradecer ao Ruben, preparou uma festa no palácio. Havia bolos, chocolates, sumos… O Ruben voltou para casa feliz por ter ajudado o rei.
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A Amizade O Orlando, o Nuno e o Armando não se conheciam, só que certo dia os três foram comprar um gelado ao café do Sr. Manuel. Desde aí começaram a falar-se, e num dia normal como todos os outros, quando foram ao café comprar um gelado, falaram dos seus sonhos. O Orlando sonhava desenhar um quadro tão bonito como o de Picasso, que nunca conseguira ter feito; o Armando sonhava que o pai o deixasse escrever com a sua melhor caneta do mundo, ele pensava que ao escrever as ideias lhe vinham à cabeça, podia ser que se escrevesse com a tal caneta no teste de matemática tirasse um “ Muito Bom”; e o Nuno sonhava conseguir ver o Futuro, já tinha tentado vê-lo mas acabava sempre por adormecer. Mais tarde quando os meninos foram dormir ficaram a pensar nos sonhos uns dos outros. Os meninos ficaram tão obcecados em tentar realizar os seus sonhos. O Orlando pintava quadros esquisitos como os de Picasso. O Nuno ficava todos os dias à janela a ver 39
se via o futuro. O Armando ficava horas à procura da caneta. Ficaram realmente tão obcecados que se esqueceram do que era realmente importante, A AMIZADE. Num certo dia apareceu uma menina que lhes disse para deixarem as coisas evoluir, aproveitarem o momento presente e se tivessem de encontrar, ver ou fazer qualquer coisa e se essa coisa fosse realmente importante eles iam acabar por conseguir fazer o que eles queriam, realizar os seus sonhos. Eles ficaram a pensar no que a menina lhes tinha dito, e no dia a seguinte cada um deles foi comer um gelado ao café do Sr. Manuel, esqueceram-se dos sonhos e aproveitaram o momento presente. O tempo passou, mais tarde o Orlando conseguiu desenhar um quadro igual ao do Picasso, o Armando encontrou a caneta e o Nuno conseguiu ver o Futuro. Daí em diante eles, claro que lutavam pelos seus sonhos, só que de uma maneira diferente. Aproveitavam o momento presente. E já agora também digo que a tal menina nunca mais apareceu por aqueles arredores. Quem seria a menina? 40
O PORTAL
Erica estava deitada na sua cama, sonhando com os passeios que dava, habitualmente, com a sua mãe. Mas agora já não tinha com quem passear, porque a sua mãe tinha morrido. Ela estava muito descontente, porque não tinha grandes laços afectivos com o seu pai, há muito tempo que não o via, pois os pais tinham-se separado. No fim-de-semana, foi a casa da sua avó Conceição passar uns dias. Esta perguntou-lhe: - Então filha, como é que te sentes? - Tenho saudades da minha mãe! – Disse-lhe com lágrimas nos olhos. 41
- Olha Erica, aqui na aldeia existe um velho sábio que já ajudou muitas pessoas a ultrapassar dificuldades. Queres que te leve lá? - Sim, gostava muito, avó! Então, no dia seguinte, a avó levou-a ao tal sábio. Entrou na casa para conversar com ele, mas pediu à avó para não ir com ela para a sala. Erica explicou ao sábio o que lhe tinha acontecido. Depois, perguntou: - Acha que posso trazer a felicidade de volta? - Lamento, minha menina, mas em mim não encontrarás a resposta. – Respondeu o velho. - Mas não há alguma coisa que eu possa fazer? – Perguntou-lhe com algum desespero. - Posso é dizer-te que no cimo daquele monte existe um portal mágico, onde terás três desafios e no final encontrarás a tua resposta! Erica aceitou a proposta do sábio e mal saiu de casa dele foi para o cimo do monte. Logo viu o portal e apressou-se a entrar lá dentro, com algum receio que tudo fosse uma mentira, mas confiando nas palavras do sábio. 42
Já lá dentro viu o primeiro desafio. Este era um rio de lava quente e brilhante, com uma ponte para atravessar. A pequena Erica respirou fundo e começou a atravessar a ponte. Quando já ia a meio ficou com o pé preso nas tábuas velhas. Olhou para a corrente de lava e viu uma enorme pedra, que vinha em direcção dela. Em pânico, gritou por socorro. Nesse mesmo momento sentiu alguém a puxá-la, e, quando olha, vê o seu pai, que logo desaparece. Paralisada, com o susto que apanhou, ficou a pensar no pai, pois, sempre pensou que quem aparecesse fosse a mãe. Seguindo em frente viu o segundo desafio. Um enorme feijoeiro, por onde teria que subir e pensou que não tinha nada a perder em tentar subir. Quando já estava a acabar a subida, veio um vento tão forte que abanou brutalmente a pobre planta, quase caindo Erica. Nesse instante, do meio das nuvens surgiu o seu pai, que a agarrou. Mas, quando se equilibrou nas nuvens, já não o viu. De seguida, foi para uma floresta densa. Quando já ia com mais confiança, aparece-lhe uma alcateia furiosa e esfomeada, preparando-se para a atacar. Mais uma vez, apareceu o seu pai e ela correu a abraçálo, pedindo: - Pai, ajuda-me! 43
Tudo desaparece e ela vê-se de novo à entrada do portal. Correu ao encontro do velho sábio, para lhe contar as aventuras e o que tinha aprendido: - Sábio, já sei qual é a resposta! - Qual é? - Aceitar que a minha mãe partiu e dar mais valor ao meu pai, pois ele também me poderá dar momentos felizes.
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