POPPovera
Homenagem a Mimmo Rotella - TĂŠc. mista -102 x 102 cm
convida para a exposição
POPPovera DUMAS
Inauguração 10 de outubro às 19h30
Exposição de 11 de outubro a 27 de novembro de 2013 de terça a sábado, das 12h às 19h Shopping Cassino Atlântico, Av Atlântica 4240, lj.333 - Copacabana -RJ /22070-002 Telefones: 021 2227 1127 / 021 8582 0008 / gartehrocha@uol.com.br www.facebook.com/hrochagaleriadearte www.galeriadeartehrocha.art.br
A ARTE POPPovera DE DUMAS Dumas, ou melhor, Antônio Carlos Dumas Seixas (Belém do Pará 1958) foi-me apresentado por Júlio Mendonça, durante o processo de feitura de Artéria 9, em 2006 - não propriamente a pessoa, mas um seu trabalho, que veio a constar da publicação (que sairia no 2º semestre de 2007). Somente o fato de ter sido apresentado a mim por Júlio Mendonça já seria um bom motivo para me interessar pela obra do artista, dado o fato de Júlio ser alguém dotado de uma aguda percepção para as qualidades artísticas em geral e, por isto mesmo, possuidor de um senso crítico raro. Porém, o trabalho, que poderia ser obra de um poeta-visual, já se apresentava com uma força brutal, despertando a minha curiosidade com relação a outras realizações daquele fazedor. Teria ele, já, uma obra? Outros trabalhos confirmariam a excelência do primeiro a que tive acesso? Tendo tido a oportunidade de ver outros trabalhos do artista, em coleções particulares, e em duas exposições individuais e, daí, conhecendo-o pessoalmente, tive a confirmação de que se tratava de um produtor-de-linguagem de primeira-linha, de alguém com consciência-de-linguagem, além da consciência-de-ofício, já que os trabalhos eram fruto de um labor também artesanal. Dumas carrega toda a herança da tradição artística em que se insere, sem deixar de trazer sua contribuição pessoal – Pop Art, Arte Conceitual, procedimentos do Cubismo e de Dada (Colagem, Assemblage, incorporação do Acaso). Seus materiais: os mais despojados (a princípio) de artisticidade – a recolha de detritos da Civilização tornou-se, para Dumas, uma constante e é daí que opera milagres, fazendo de materiais não-nobres, obras que adentram o universo do Admirável. Dumas é uma espécie de Midas: tudo o que toca acaba por se revestir de um grande valor, de um qualitativo raro. Há um aparente desleixo na elaboração artesanal de seus objetos, que, em verdade, embutem todo um pensamento. Mobilizando esses recursos da precariedade, Dumas cria objetos que, mesmo em seu aspecto múltiplo, são portadores de uma coerência incontestável. Fragmentos de memória (como já escreveram belamente Anderson Gomes e Júlio Mendonça, em folders de mostras) presentificam-se em fragmentos de materiais encontrados na área mais urbanizada do País, norteados por um pensamento - Dumas é um artista que pensa a Arte, não alguém que apenas elabora objetos apreciáveis. A partir de materiais variados, em grande parte desprezados pela e na urbe, brotam assuntos que se relacionam com o mundo e o submundo da diversão, dos jogos, do sexo-ele-mesmo. Dumas fala um repertório que explicita influências de grandes nomes da Arte do século XX, do Brasil e do Mundo, tais como Picasso, Duchamp, Bispo do Rosário, Farnese de Andrade, Andy Warhol (menos), Rauschenberg (mais), Nelson Leirner, Wesley Duke Lee. E, passando por todos eles, consegue construir um trabalho que é Dumas. É desse modo que ele se insere na plêiade de artistas que, despontando em fins do século XX, projetam-se para o XXI.
Ver - o - peso l - Téc. mista - 49,7x 152,5cm
Por outro lado, Dumas congrega, em sua obra, elementos que se estendem de Belém do Pará, sua terra-natal (tipografia e papelaria do pai + loja de objetos religiosos reverberam em seus trabalhos), ao Extremo-Oriente, mais pontualmente ao Japão e, como o holandês Van Gogh, estabelece diálogo com artistas, via xilogravura. Assim como o pintor dos girassóis que, apaixonado, reinterpreta peças que chegaram ao Ocidente no século XIX, por exemplo, a Chuva, de Hiroshige, Dumas – não por acaso – se vê atraído por aquele impressionante fenômeno pluvial configurado signo: fez, o paraense, várias leituras, das quais cheguei a conhecer 3, sendo que uma se constituiu em instalação (a mais impactante), que constou da exposição do artista realizada na Pinacoteca de São Bernardo do Campo, em meados de 2010. Inacreditável o tratamento que Dumas deu ao trabalho, que poderia ser intitulado D’après Hiroshige: uma releitura, uma tradução, um desdobramento que - quero crer - o artista tinha em mente a questão da chuva em Belém, elemento da cotidianidade do lugar, que marca o antes e o depois numa jornada. Uma leitura que põe em evidência o refinamento do repertório plástico (gráfico-pictural) de Dumas. Nos desenhos, ou melhor, nos trabalhos elaborados tendo o papel como suporte, uma delicadeza, um refinamento digno da arte nipônica do ukiyo-ê, e o estabelecimento, portanto, de um diálogo firme com aquele Oriente, em que a tradição do haiku (enquanto estrutura poética) sequer pode ser descartada. Teriam os japoneses, que se radicaram no Pará, no século XX, alguma parte nisso? Numa época em que artistas sonham sair em colunas sociais… e saem, em que mais que a obra, exibem as suas próprias figuras. Num momento em que colecionadores milionários e curadores todopoderosos selam destinos de artistas jovens, Antônio Carlos Dumas Seixas, destoa, pois que sua obra ela-mesma se coloca com força, muito embora à margem do sistema, enquanto que ele jamais se põe à frente ou se aventura a dar explicações mirabolantes sobre seus feitos. Num tempo em que gente muito jovem é promovida a celebridade das artes, quando ainda nem amadureceu e sequer veio a possuir domínio técnico e dos materiais com que lida, integrando prematuramente os acervos de museus do mundo todo (por obra de curadores interessados em se mostrar na ordem-do-dia), Dumas, um produtor-de-linguagem que já atingiu a maturidade enquanto domínio de técnicas, processos e materiais, de par com conceitos que norteiam a sua obra, espera ser descoberto pelo público de aficionados das Artes e pela crítica. Dumas, com fragmentos descartados pela Civilização, fixa cenas para a Posteridade. Eis um artista maior!
Omar Khouri
Ver-o-Peso - TĂŠc. mista - 94x152cm
Caixa de frutas 10 - TĂŠc. Pintura s/ madeira + colagem - 30x90cm
Apreciem com moderação - Tríptico Téc. mista - 49x40cm cada
Bohemia - TĂŠc. mista -30x120cm
Devassa -TĂŠc. mista - 96x66cm
Murograma - TĂŠc mista - 90x90 cm
Dama Carioca - TĂŠc mista - 90x90 cm
Pássaro - Téc. mista - 100x50cm
A BRASILEIRA -Téc. mista - 68x56cm
Na Alameda Moça Bonita - Gravura + Téc. mista - 77x57cm
Na chuva -TransferĂŞncia +TĂŠc. mista -39x21,5cm
Chuva - TĂŠc. mista + pintura -187x122cm
Arqueologia Humana - TĂŠc. mista - 30x30cm
Arqueologia II - TĂŠc. mista - 56x86 cm
Arqueologia I - TĂŠc. mista - 59x59cm
DUMAS Antônio Carlos Dumas Seixas - nasceu em Belém do Pará em 14/02/1958 PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS • 1986 - Galeria Portinari - Belém • 1992 - Klamer de Arte - São Paulo • 1992 - Galeria Khalo - Havana/Cuba • 1996 - Galeria SESC Paulista - São Paulo • 2001 - Processo de Criação – Museu de Arte Sacra – Belém • 2003 – Ver-o-Peso – Instituto de Artes do Pará – Belém • 2010 – Dumas em Processo – Pinacoteca de São Bernardo do Campo /SP • 2011 – Vou Tirar Você Desse Lugar – Abra - São Paulo
PRINCIPAIS EXPOSIÇOES COLETIVAS • 1981 - Enap – Galeria um – Belém •1985 - Galeria Theodoro Braga – Belém •1987 - Museu do Estado – Belém •1993 –IV Bienal Nacional de Santos – Artes Visuais – Santos •1995 - Museu de Arte Contemporânea – Americana •1995 - Brasil Japão Arte – Fundação Mokiti Okada - São Paulo •1996 - Memorias do Imaginário – Espaço Cultural Banco do Brasil – Brasília •1997 – Tempo Passado Tempo Presente - Museu de Arte - Belém •1999 – INICID 99 – Universidade da cidade de São Paulo •1999 – Arte Sobre Papel - Salão de Exposições IV Centenário - Santo André •2001 - Salão de Arte Contemporânea ( Prêmio Aquisição)- Santo André •2003 – Múltiplos – Universidade da Amazônia – Belém •2003 – Tempos e Signos – Museu de Arte de Brasília – Brasília •2004 – Onze – 11 reflexos de Max Martins – Mabeu – Belém/PA •2005 – Gravura – Arte e Técnica – Pinacoteca Municipal – São Caetano do Sul/SP •2010 – V Bienal de Santo André – Sala Especial – Casa da Palavra/SP •2012 – Feira Arte Contemporânea Artigo – H.Rocha /RJ
OBRAS EM ACERVO PÚBLICO
• MABE-Museu de Arte de Belém/PA • MEP – Museu de Arte Paranaense • Museu da Universidade Federal do Pará/PA • Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo/SP •Acervo Artístico Atkinsosns/SP • Centro Provincial de Artes Plásticas y Diseño – Havana/Cuba • Centro Wifredo Lam – Havana/Cuba • Museu da Universidade de Albuquerque- Novo México/U.S.A • S ESC Paulista-São Paulo/SP • Museu de Arte de Brasília/DF • Pinacoteca Municipal de Santo André/SP • Pinacoteca Municipal de São Caetano do Sul / SP • Universidad de Panamá/Panamá • The International Museum of Collage – U.S.A
Agradecimentos: Omar Khouri Júlio Mendonça Ediomar Soares Brandão da Rocha Cesar Scopel Osvaldo Gaia Dony Lima Helio Rocha Denise Mostacatto Rocha Clever Gouveia Álvaro Guimarães Ivanete Silva D`Nogueira Bete Pinho Vanderléia Assistente. Débora Silva D`Nogueira
Projeto: Helio Rocha , Denise Mostacatto Rocha e Gaia Realização : Galeria H.Rocha Programação Visual :Osvaldo Gaia , Juan Russo Fotografia : Juan Russo Texto : Omar Khouri Assistente de Projeto : Erika Nascimento Assessoria de Imprensa: BriefCom Comunicação Iluminação : Ubirajara Vasconcelos Impressão : Qualidade Grafica e Editora
Todos os direitos reservados - H.Rocha Galeria de Arte