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LeiToRes



Um livro. Um leitor. Uma relação milenar de interdependência em que um não existe sem o outro. Uma soma em que os resultados são infinitos, e sempre maiores que 2. De maio a novembro de 2016, o Sesc Campo Limpo convida o público apaixonado por Literatura para noites de leitura de obras selecionadas, de clássicos internacionais a contemporâneos brasileiros, na interpretação de personalidades literárias e artísticas. Os textos que serão lidos foram selecionadas pelos leitores convidados, dentre os autores e obras de sua preferência, às vezes de escritos de sua própria autoria. Idealização: Equipe Sesc Campo Limpo Curadoria: Equipe Sesc Campo Limpo e Carlos Careqa Direção: Carlos Careqa


lê Da n t e Al ighieri Quando criança, em Londrina, tínhamos em casa um livro grande (em tamanho físico), grande mesmo, pesado, era difícil para uma criança de 9 anos, manusear aquele livro. Era a Divina Comedia. Ele despertava muita curiosidade, entre eu e meus irmãos, ilustrado que era, com as gravuras espetaculares de Gustave Doré. A história do livro era a de um homem que, no meio do caminho desta vida, se aventura no mundo pós morte, para encontrar sua amada Beatriz. Lembro que quando tive varicela e fiquei de cama por dias, numa época em que não havia TV em Londrina, meus companheiros eram os livros e a Divina Comedia, com certeza, o mais folheado. Bem mais tarde conheci as traduções admiráveis de Augusto de Campos. Acabei por decorar o Canto I e comecei a declamá-lo em meus shows, até no filme de Sganzerla, "Nem Tudo é Verdade", onde interpreto Orson Welles, eu declamei este canto posteriormente gravado em meu disco “Façanhas” de 1992.

Arrigo Barnabé é um músico e ator brasileiro. Seu reconhecimento para o grande público veio logo com o primeiro disco, “Clara Crocodilo”, em 1980. É professor de composição no departamento de cursos livres da ULM e idealizador e apresentador do programa Supertônica, na rádio Cultura FM, premiado em 2005 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte como Revelação de programa de rádio. Compõe trilhas para cinema, teatro, e realiza óperas.


20h

11.05


Alice Ruiz lê A li c e Ruiz

Que importa o sentido se tudo vibra? Comecei a escrever com 9 anos. Versos aos 16. Primeiro livro aos 34. Na adolescência, eu ficava ouvindo as canções em inglês e como eu não sabia inglês suficiente, ia traduzindo. E inventava outra letra, dentro da métrica, com rima e a tônica no lugar certo. Ali começava a se desenvolver a letrista e, de certa forma, a poeta. Poesia é uma coisa que me acontece. Eu sou seu instrumento, seu veículo. “no jardim da minha filha do capim à orquídea é tudo família”

Alice Ruiz nasceu em Curitiba, Paraná. Começou a escrever com 9 anos de idade. Alice publicou, até agora, 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil. Antes da publicação de seu primeiro livro, “Navalhanaliga”, em dezembro de 1980, já havia escrito textos feministas, no início dos anos 1970. Alguns de seus primeiros poemas foram publicados somente em 1984, quando lançou “Pelos Pêlos” pela editora Brasiliense. Já ganhou vários prêmios, incluindo o Jabuti de Poesia em 1989 pelo livro “Vice Versos” e em 2009 pelo livro “Dois em Um”.


20h

12.05


lê Fe r r é z Quando tinha 12 anos, fazia contos, pois fazia redações imensas, mas depois fui para a poesia. Meu primeiro livro, “Fortaleza da Desilusão”, foi lançado em 1997. Eu me considero romancista, gosto de histórias longas, mas também faço muitos contos. A minha literatura é marginal! A literatura que representa até quem nunca vai lê-la, a voz dos sem voz. No dia-a-dia, a literatura deixa você crítico, ajuda nas escolhas, na postura, melhora a estima, mostra como se impor na sociedade, ainda mais numa sociedade de fantoches.

Ferréz é escritor, autor de “Capão Pecado”, “Manual Prático do Ódio”, “Deus foi Almoçar”, entre outros, criador do projeto 1DASUL e Literatura Marginal. Ferréz começou a escrever aos 12 anos de idade. Ligado ao movimento Hip Hop é fundador da 1DASUL (marca de roupa totalmente feita no bairro). Ferréz foi colunista da revista Caros Amigos durante 10 anos. É também conselheiro editorial do Le Monde Diplomatique Brasil. Como compositor e cantor, já teve suas músicas gravadas por vários artistas e lançou dois discos.


20h

13.05


lê A r i a no S uas s una Por volta dos anos 2004, 2005, quando cursava Produção Cultural na UFF, comecei a estudar e me encantar pelos movimentos Sebastianistas no Brasil. Comecei a ler sobre Dom Sebastião, a Batalha de Alcácer-Quibir e a Pedra do Reino, onde cheguei não só através dos livros, mas com meus próprios pés. Lá chegando, meu grande encontro não foi com o Encoberto, El Rei Dom Sebastião, mas sim com um “Bardo Peregrino” com seu “Canto de fogo e do Divino, de Arcanjos, pedra e Luz” nosso Gênio da Raça, Ariano Suassuna. Seus textos, suas histórias, livros, poemas, me conduziram com fervor para dentro desse universo, de onde nunca mais saí por inteiro. Por isso eu escolhi seus poemas para fazer esta leitura.

Letícia Persiles é uma atriz, cantora e compositora brasileira. Começando a fazer teatro de rua aos 11 anos, foi a voz, o pandeiro e as castanholas da banda Manacá, os olhos de ressaca da minissérie “Capitu” e a protagonista da novela “Amor Eterno Amor”, da TV Globo. Mais recentemente interpretou a personagem Carla na minissérie “A Segunda Vez”, baseada no livro “A Segunda Vez que te Conheci” de Marcelo Rubens Paiva. Atualmente está lançando um novo show, “Letícia Persiles e o Cabaré do Xote Moderno”, além de continuar divulgando seu disco solo "As Cartas de Amor e Saudade".


20h

30.06


LeoNaRdo MedeiRoS lê Fe r n and o P es s oa

Fernando Pessoa é o maior poeta da Língua Portuguesa. Pessoa acumulou uma série infindável de manuscritos, garranchos, jamais revelados durante a sua vida. A esse conjunto secreto ele se referia como "O Livro do Desassossego". Para amigos ele confessava a existência dessa obra paralela, um vastíssimo material em prosa, como pertencentes ao semi-heterônimo Bernardo Soares. Nesse livro extenso e desconexo, Bernardo narra, em suas próprias palavras, a sua "biografia sem factos, sem nexo, ou desejo de nexo." Uma obra precursora das modernas estruturas fragmentadas e narrativas não lineares. Pela pena de Soares, Pessoa destila sem travas seus ódios e suas paixões, seus sonhos utópicos e sua angústia existencial.

Leonardo Medeiros nasceu no Rio de Janeiro em 1964. Estudou Artes Cênicas na USP e na British Theatre Association, em Londres. Foi aluno de Luther James, do Actor's Studio LA. Ficou conhecido no cinema, em 1993 no filme "Alma Corsária". Em 2001, por seu desempenho em "Lavoura Arcaica", ganha o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília. Em 2004, por "Cabra Cega”, é escolhido o melhor ator do Festival de Brasília. Leonardo atua em teatro, cinema e televisão. Atualmente dirige o Teatro da Rotina em São Paulo, onde é o Diretor Artístico.


20h

20.07


lê C h a r l es B u ko ws ky Bukowski é o escritor com o qual eu mais me identifico. Eu sempre deixo claro que não faço ranking de escritores. Não sei qual é o melhor escritor e nem me interessa. Escritores são companheiros de vida, os caras a quem recorro e que nunca me decepcionam. E Bukowski é o que está sempre mais próximo me empurrando a garrafa e fazendo com que eu não esmoreça.

Mário Bortolotto nasceu em Londrina, Paraná, e é um escritor e dramaturgo à margem do que se convencionou chamar “produto cultural”. Desde que fundou seu grupo de teatro Cemitério de Automóveis, no final dos anos 1970, ele monta e dirige seus textos de maneira independente. Bortolotto não faz concessões ao seu trabalho, não se deixa envolver pela tal cultura da sobrevivência e é radical em sua forma de fazer teatro. Crítico à sociedade, parte do indivíduo para falar do coletivo. Dirige o Teatro Cemitério de Automóveis em São Paulo.


20h

25.08


ALe XandRe Ne RO lê Da lt on Tr evis an Por quê Dalton Trevisan? Nasci em Curitiba, a terra sagrada de Dalton. Andei muitas e muitas vezes pelas ruas de Curitiba sempre esbarrando nas personagens de Dalton. O Vampiro de Curitiba retrata estes personagens únicos com humor e ironia de fina estampa. Nelsinho, João sem Maria, Abigail, Maria Pintada de Prata, Tantas Mulheres, Olga. Estamos todos lá, curitibanos ou não. Vampirizados pelo Dalton de Curitiba!

Alexandre Nero é ator, músico e compositor. Ele já viu o amor, e até tentou vendê-lo em várias formas, variados tamanhos e diversas posições. Alexandre Nero já compôs e cantou tudo isso em seu álbum solo, “Vendo Amor em Suas Mais Variadas Formas, Tamanhos e Posições”, lançado em 2011. Com parcerias afetivas, prometeu produzir 14 clipes, um para cada faixa do disco, e cumpriu. Sua ligação com Dalton Trevisan vem de sua experiência em Curitiba como multi-artista.


20h

22.09


lê A d é li a P rad o Sempre que leio Adélia Prado me identifico profundamente. Nem sou fanática por poesia, mas Adélia me conquista tanto e me prende. Por ser mulher, sagitariana, dicotômica e ambivalente... Sob o olhar feminino, os poemas de Adélia Prado utilizam um vocabulário simples para falar sobre religiosidade, família e cotidiano. Adélia é fé. Adélia é poesia como a mulher. O feminino em primeiro plano, delicada e leve.

Ângela Ortiz Dip nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul. Entre os seus principais trabalhos está a personagem Penélope, do programa infantil “Castelo Rá-Tim-Bum”, produzido pela TV Cultura, de 1994 a 1995. Participou de inúmeras peças de teatro, novelas e filmes. Nos anos 80, inicia um grupo chamado Harpias Mansfield, ao lado de Grace Gianoukas e Marcelo Mansfield, realizando esquetes cômicos de 5 a 10 minutos, que anos depois originariam a Terça Insana.


20h

27.10


ZeCa BaLeiRo lê H i lda Hil s t

Foi por iniciativa de Hilda Hilst (1930 -2004) que me tornei parceiro da poeta paulista. Ao receber uma cópia do meu primeiro disco, "Por Onde Andará Stephen Fry?" (1997), enviada por mim. Hilda ligou, propôs a parceria e me mandou um disquete com toda a sua obra poética. Foi lá que descobri o livro "Júbilo Memória Noviciado da Paixão" - escrito por Hilda quando estava apaixonada platonicamente pelo Júlio de Mesquita Neto -, e musiquei dez de seus poemas.

Zeca Baleiro nasceu em São Luís, Maranhão. Além de cantor, é também um talentoso compositor e músico. Seu primeiro disco foi gravado em 1997, quando já fazia cerca de 12 anos de carreira. No entanto, o que realmente deu impulso para que o cantor se projetasse no mercado da música brasileira foi a sua participação no Acústico MTV Gal Costa com a música "Flor da Pele". A gravadora de Zeca Baleiro, Saravá Discos, lançou o disco “Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio” - com poemas de Hilda Hilst musicados pelo artista maranhense.


20h

24.11


11.05

lê Dante Alighieri

12.05

lê alice ruiz

13.05

lê Ferréz

30.06

lê Ariano Suassuna

20.07

lê Fernando Pessoa

25.08

lê Charles Bukowsky

22.09

lê Dalton Trevisan

27.10

lê Adélia Prado

24.11

lê Hilda Hilst



Se s c C am p o Li mpo

Ru a No s s a S e n h or a d o B om C o n se lh o , 1 2 0 CE P 0 5 7 6 3 -4 7 0 S ão Pau lo - S P TE L : +5 5 1 1 5 5 1 0 2 7 0 0

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