Folha da Rua Larga Ed.27

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Izabella Jacobina

Vila Olímpica a serviço da comunidade

Passeio guiado a Rua Larga e Morro da Conceição anima a região

Paulo Neves fala sobre as inúmeras atividades esportivas que a Vila Olímpica da Gamboa oferece de graça para pessoas de todas as idades.

folha da rua larga

Mais de 1200 curiosos em conhecer a história do Rio de Janeiro formam fila de espera para participar de visita guiada gratuita, motorizada e a pé. Página 16

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folha da rua larga RIO DE JANEIRO | MAIO – JUNHO DE 2011

cidade

Disque-Rio passa a permitir reclamação ilustrada

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 27 ANO IV

Polos do Centro do Rio alinhados para aumentar a atratividade da região

Carolina Monteiro

O cidadão poderá enviar vídeos e fotografias para o telefone da prefeitura, que agrega diversos serviços de atendimento à população. Inaugurado há três meses, o 1746 tem registrado informações sobre sinalização, limpeza urbana, iluminação e até IPTU. página 12

cultura

Preservação de imóveis históricos em alta Segundo o arquiteto Augusto Ivan, assessor da Companhia de Desenvolvimento do Porto do Rio, os proprietários devem se organizar e recuperar a fachada de seus respectivos imóveis tombados. A prefeitura teria feito uma ação nesse sentido em 1994. página 8

O consultor Israel Oliveira é um dos profissionais que se dedicam ao realinhamento estratégico do Polo Nova Rua Larga e Região Portuária. O especialista em marketing cultural e morador do Centro fez, em 2006, o plano de comunicação e marketing do Polo Novo Rio Antigo.

gastronomia

Lielzo Azambuja

cidade

Pratos leves e delicados página 14

página 5

Superintendência de Direitos Individuais completa um ano no Centro Ocupando o 7º andar do prédio da estação Central do Brasil, a SuperDir concentra diversos serviços de combate à homofobia e abrigará o primeiro centro de documentação LGBT do Rio de Janeiro. O superintendente Cláudio Nascimento descreve as conquistas do movimento gay e comenta a proibição do “kit anti-homofobia” nas escolas. página 13


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nossa rua

Se essa Rua fosse minha

espaço dos leitores Ônibus à noite em Santa Teresa

Fabiola Buzim

“Eu trocaria a pedra portuguesa das calçadas e faria um recapeamento do asfalto. Os motoristas sofrem com tantos buracos e com o desnível. Sempre vejo mulheres escorregando nas calçadas por causa das pedras portuguesas.” Kátia Hartab, engenheira

Moradores de Santa Teresa já podem contar com serviço de ônibus noturno que se estenderá pela madrugada. O subprefeito do Centro, Thiago Barcellos, inaugurou, no dia 5 de maio, o novo serviço a ser realizado pela linha 006 (Silvestre-Castelo), antiga 206 A. O coletivo liga o bairro ao Centro do Rio, em intervalos de uma hora, das 22h às 4h. A frota é composta por micro-ônibus e pertence ao consórcio Intersul. O novo serviço foi uma iniciativa do subprefeito para atender aos inúmeros pedidos de moradores e estudantes do bairro, já que não havia nenhuma linha funcionando após as 22h. O novo serviço de ônibus percorre um itinerário mais versátil pelas principais ruas e logradouros de Santa Teresa, passando, na ida, pela Central do Brasil, Praça Tiradentes, Avenida Rio Branco e Avenida Presidente Vargas, entre outras importantes vias. Patrícia Zinger

Fabiola Buzim

Folha da Rua Larga 1

“Eu restauraria os prédios e pintaria todas as fachadas. Melhoraria a qualidade dos bares da região. Aqui há muitos botecos. A localização é ótima, mas é preciso melhorar a qualidade de atendimento dos botequins e restaurantes.” Artur Xavier, comerciante

Gostaríamos de saber se haveria a possibilidade de recebermos em nossa biblioteca exemplares para serem distribuídos ao público. Estamos localizados na Av. Marechal Floriano, 19, 11º andar. Beatriz Assunção Folha da Rua Larga 2 Olá, primeiramente, parabenizo-os pelo trabalho. Conheci por acaso e o adorei. Gostaria de saber onde posso encontrá-lo. Trabalho aqui na Rua da Candelária. Renan Heim Folha da Rua Larga 3

Fabiola Buzim

“Eu me incomodo muito com a população de rua na região. Eles dormem nas calçadas, fazem suas necessidades ao ar livre. Eu iria iniciar um bom programa para levá-los a um abrigo onde pudessem realizar alguma atividade e passar a noite.” Aderval Júnior, comerciante

folha da rua larga Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos Pousa,

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Francis Miszputen, João Carlos Ventura, Mário

Diagramação - Suzy Terra

Margutti, Mozart Vitor Serra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Direção Executiva - Fernando Portella

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Editora e Jornalista Responsável - Sacha Leite

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

Colaboradores - Ana Carolina Portella, André Calazans,

www.maviartesgraficas.com.br

Carolina Monteiro, Fabíola Buzim, Fernando Portella,

Contato comercial - Teresa Speridião

João Guerreiro, Karina Howlet Martin, Lielzo Azambuja,

Tiragem desta edição: 6.000 exemplares

Mário Margutti, Maurício Hora e Teresa Speridião

Anúncios - comercial@folhadarualarga.com.br

Olá, trabalho na Avenida Rio Branco. Costumava pegar o jornal no Gioconda Café, mas ultimamente não tenho encontrado. Onde posso achar o impresso? Pedro Carolino Resposta Ao longo de três anos de funcionamento, a Folha da Rua Larga aumentou significativamente a demanda por exemplares. Atendendo às solicitações dos frequentadores da região, trabalharemos com tiragem adicional a partir desta 27ª edição (maio – junho de 2011). Os pontos de distribuição serão divulgados no site ou através do telefone (21) 2233-3690. Equipe Folha da Rua Larga

Redação do jornal Rua São Bento, 9 - 1º andar - Centro Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690 www.folhadarualarga.com.br redacao@folhadarualarga.com.br

A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de documentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico leitor@folhadarualarga.com.br.


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Como fazer a sua parte na limpeza da cidade Movimento nacional de conscientização ambiental promove ação inaugural Fabiola Buzim

O primeiro mutirão do Limpa Brasil Let´s Do It! aconteceu no último 5 de junho, quando se comemora, há quatro décadas, o Dia Mundial do Meio Ambiente. O objetivo do movimento é conscientizar a população da importância da separação e reaproveitamento dos resíduos sólidos, ideia traduzida na frase “O mundo ficou pequeno demais para tanto lixo”. Vinte Ecopontos foram espalhados estrategicamente pelos bairros da cidade e todo o material coletado foi triado pelos voluntários, depositado nas caçambas e encaminhado para as cooperativas de catadores. A campanha ganhou mais força quando personalidades como Chico Buarque e a presidente

Voluntárias no Ecoponto da Lapa: “Sem catador, material reciclável é lixo”

Dilma Rousseff vestiram, literalmente, a camisa do movimento com a frase “Eu sou catador”. “Este mutirão estava previsto para acontecer

a cada dois anos. Mas muitas pessoas estão nos ligando e querendo saber quando serão os próximos, principalmente dos condomínios da Zona Sul.

É um sinal de que fizemos algo certo. Vamos rever o nosso planejamento”, avalia Sebastião Carlos dos Santos, o Tião Santos, catador de

materiais recicláveis e coordenador nacional de logística do Movimento Limpa Brasil. Um dos entrevistados do documentário nacional Lixo Extraordinário, Tião acredita que é preciso ampliar as estratégias de divulgação. “Nós espalhamos vinte Ecopontos pela cidade e tivemos cinco mil voluntários. Este número deve ser ampliado. Precisamos conquistar desde os condomínios às grandes empresas, veículos de comunicação, governantes, artistas, formadores de opinião e a sociedade civil como um todo. Só assim teremos mais força”, explica. A coordenadora do Ecoponto da Lapa e Aterro, Adelma Tiburça Mo-

reira, explica que, primeiro, a população precisa entender a diferença entre resíduo sólido e lixo, e aderir às pequenas e simples ações, como a separação de materiais recicláveis em casa. Adelma também é supervisora produtiva da rede de comercialização do projeto Cata Sonho e cita Lula para explicar a essência do movimento: “O ex-presidente dizia que ‘sem catador, material reciclável é lixo’. Eu acredito que ele sintetizou o motivo de nossa luta. É preciso valorizar esta profissão e as pessoas que vivem deste trabalho”, argumenta.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


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boca no trombone

Cliques Rua Larga Fabiola Buzim

Às vezes... Às vezes, acordo triste... Logo me perguntam –­­ “Você está triste?”. Digo em tom baixo – “Sim.” – “Mas por quê?” – “O cravo brigou com a rosa...” – “Posso ajudá-lo em alguma coisa?” – “Deixe-me ficar assim, encolhido”. Na tristeza, faz frio de cobertor, tudo é quieto, meigamente cabisbaixo. Fico num canto sem música, me ouvindo, perdendo tempo, as horas passam lá de fora... A tristeza é lua. De lua, valoriza o sol felicidade: barco que vai surgir depois da primeira luz da madrugada. No meu porto espero... Não fique triste com a tristeza, faz parte da existência, mora no instante. Mas quando entra na nossa casa não a deixe ficar, faça com que seja apenas uma visita lânguida. Abra portas e janelas para que mariposa se vá. Tristeza é beleza da chuva no mato noturno, enquanto não se consegue dormir por causa do canto dos sapos. Às vezes, sinto-me culpado por algo que fiz ou deixei de fazer. Nada grave. E os amigos me dizem – “Não se culpe! Aproveite os erros para corrigir os rumos”. Sábio conselho! Mas é bom se culpar um pouco daquilo que se fez de errado. Tudo é relativo, relativamente, é claro. Ir até o fato e corrigir (se der); ver se há uma chance de fazer o que deveria ter sido feito ontem (se der). A culpa é ruim mesmo, ela nos trava, mas precisamos empacar para compreender que erramos. Depois ela sara. Afinal, quantas coisas certas fizemos que deram errado? Sentir culpa é sofrer por não poder voltar no tempo. Às vezes, sinto-me rejeitado, uma sensação ruim, de exclusão, de ausência de afeto, carência. Eles dizem – “Não fique assim, você é muito especial”. Mas não gosto de receber um não, quando tudo parecia sim. Afinal, eu não mereço não ter merecido. A rejeição nos isola e nos conduz ao útero de si mesmo. Bom para abaixar a bola, diminuir a vaidade e colocá-la no nível da estima. Rejeição é não se enxergar no espelho enquanto se penteia o cabelo. Às vezes, sinto-me injustiçado. Os amigos dizem – “Você não merecia isso pelo tanto que fez por aquela pessoa”. Recolho-me ao canto e sofro ingratidão. Penso coisas horríveis nesse momento. Vontade de enforcar quem me machucou, mas depois passa o filme, entra o anúncio e vem um programa de humor. Procuro entender, nunca entendo, vai passando, perdoo. Perdoar é voltar a amar realmente quem lhe traiu. Mas é difícil gostar da cobra que lhe picou por salvá-la de um predador. Às vezes, recebo um tabefe de quem muito amo. As pessoas dizem – “Não era preciso chegar a tanto”. Há momentos que ninguém se ouve, instantes cegos, diferenças. Recebi um tabefe porque meu rosto estava na distância do alcance da mão de quem me bateu. Se não desse esse espaço, não seria atingido. Mas como amar sem colocar a cara a tapa? Quando caminho pela Rua Larga, observo as faces que passam. A maioria está longe dali, viajando no corpo, mente franzida, rindo sozinha, apressada – cada um com seu destino. Não conheço ninguém, mas sei que sentem essas coisas que eu sinto. Nunca às vezes, mas sempre é bom ter amigos por perto. fernando portella cottaportella@globo.com

Por vezes, estamos com um olhar estrangeiro mesmo tendo nascido na cidade em questão. Tal olhar atento nos permite enxergar momentos como o capturado acima, em frente à Central do Brasil. Fabiola Buzim

Pombos são cúmplices dos sinais abertos e fechados do Centro da cidade. Eles testemunham esse movimento de forma tranquila, um bom ensinamento para quem fequenta a região.


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entrevista

Um impulso à cooperação entre empresários do Centro do Rio Israel Oliveira estimula polos a se unirem e traçarem metas em prol da região Carolina Monteiro

Há seis anos, o baiano Israel Oliveira escolheu o Centro do Rio para viver. Contratado pela Fecomércio com o desafio de dinamizar o Polo Nova Rua Larga, Israel trabalhou na mobilização

de artistas e empresários da região, no sentido de estabelecer um realinhamento estratégico entre comerciantes e empresários locais: “Com o trabalho do Polo procuramos desenvolver ações

focadas no entorno das empresas, com eventos e roteiros que realcem hábitos e costumes muito singulares dos bairros do Rio de Janeiro, sempre em sintonia com a vocação de cada um deles”.

sozinho, vai achar muito volumoso e poderá desistir, mas quando aceita compartilhar responsabilidades e assumir a promoção do bem comum como fator de competitividade, logo perceberá que é possível e sai fazendo coisas que nem ele mesmo acredita.

turísticas e culturais, como são os projetos Animando a Rua Larga, desenvolvido pelo Instituto Cidade Viva e a Light, com o apoio do Polo Nova Rua Larga, Feira do Rio Antigo, realizada no primeiro sábado do mês, Mercado Cultural, promovido pelo Polo Praça XV no segundo sábado do mês, e o evento O Lido é Lindo, realizado anualmente.

bate-papo Quando começou a trabalhar com polos empresariais? Em 2006, fazendo o Plano de Comunicação e Marketing do Polo Novo Rio Antigo. Depois não parei mais. Fiz o Plano de Comunicação e Marketing do Polo Santa Teresa, Praça XV, Leblon e Lido, além de atuações pontuais no Polo Botafogo e Tijuca. Em todos os polos, minha atuação consiste na elaboração de ações de comunicação, marketing, calendário de eventos e atividades promocionais. Atualmente, desenvolvo consultoria para os polos Nova Rua Larga, Lido, Barra de Guaratiba e Três Rios. Quais são os elementos essenciais de um polo? O micro e o pequeno empreendedor precisam entender o seu papel nesta sociedade contemporânea, que é tão complexa, mas ao mesmo tempo tão repleta de grandes oportunidades, na qual ele precisa desenvolver negócios que gerem trabalho e renda ao mesmo tempo em que geram externalidades positivas. Se ele for pensar tudo isso

O que os comerciantes e empresários locais podem esperar desse tipo de organização? Os polos seguem quatro premissas estratégicas básicas: promoção da eficiência associativa, aumento da competitividade das empresas e negócios, aumento da atratividade das regiões e geração de trabalho e renda. Em termos mais táticos, os empresários procuram se envolver mais com a cidade, mas de uma forma bem mais pró-ativa, procurando desenvolver ações que impactem direto em seus negócios, como cursos, treinamentos, divulgação e promoção, ao mesmo tempo em que investem esforços na busca de parceria e apoio ao poder público para melhoria da infraestrutura, iluminação, segurança, com promoção de atividades gastronômicas,

Em geral, como é feita a prestação de contas aos parceiros? Os polos contam com uma governança que apoia financeira e socialmente as suas ações. A execução das atividades acontece dentro de um conjunto de instrumentos, entre eles, formulários e regimentos que definem as formas de prestação de contas para os seus associados e parceiros. De que maneira é possível medir a eficiência desse tipo de instituição? Todas as atividades institucionais são avaliadas e medidas para saber o alcance de seus resultados. Em termos territoriais, a avaliação

Consultor fala da importância estratégica dos polos

se dá pelo aumento de sua atratividade, ou seja, onde antes tinha pouca gente ou quase ninguém passa a atrair um fluxo maior de pessoas e as empresas podem se firmar e muitas vezes investir em novos produtos, abertura em horários alternativos, etc. Por qual motivo optou-se por uma expansão da área de ação do Polo Empresarial Nova Rua Larga? Milton San Román, empresário e presidente do Polo Nova Rua Larga, foi procurado pelo professor Carlos Rabaça, que junto com Andrea Lessa, Marcelo Frazão

e outras lideranças estavam num processo de formalização de um movimento cultural e precisavam decidir exatamente qual tipo de configuração institucional iriam se tornar. Juntamente com o San Román e a Maria Eugênia, fizemos uma apresentação do Polo e começamos a alinhavar algumas possibilidades de trabalho conjunto. Neste momento, estamos na fase de criação do Plano de Ações, que é uma das etapas do Alinhamento Estratégico que está sendo realizado com o intuito de reposicionar o Polo Nova Rua Larga e congregar outros agentes da região

Qual será a nova agenda de trabalho? Estamos fazendo o Alinhamento Estratégico do Polo, na etapa do Plano de Ações. Daqui para frente, estão previstos a implementação do Plano de Ação, desenvolvimento do Plano de Comunicação e Marketing e, se tudo der certo, ainda este ano, desenvolveremos algumas atividades culturais dentro do calendário de eventos que o Polo definirá.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


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opinião Entre a arte contemporânea e a denúncia social Maurício Hora

Maurício Hora

Uma grande ação coletiva de arte e mobilização social vem ocorrendo no Morro da Providência. Cem moradores foram registrados por Maurício Hora, fotógrafo local. Suas fotos foram coladas em frente às suas casas. A ação faz parte do projeto global Inside Out, fomentado pelo fotógrafo francês JR, a partir da sua premiação no TED 2011. Com o objetivo de compartilhar ideias que possam mudar o mundo, o TED – Tecnologia, Entretenimento e Design – escolhe anualmente um pensador de destaque e repassa recursos para que possa realizar “um desejo que vai mudar o mundo”. Na premiação, JR instou pessoas do mundo inteiro a compartilhar uma foto que ajude a apresentar os problemas das suas comunidades e que, na maioria das vezes, não conseguem espaço na

grande mídia para denunciá-los. Na Providência, Maurício Hora se engajou no projeto, procurando os moradores que serão removidos por conta de um contraditório programa de urbanização e reassentamento. As casas que serão demolidas foram marcadas com as iniciais da Secretaria Municipal de Urbanismo e um número, rememorando, infelizmente, uma antiga Alemanha que tinha a prática de marcar com a Estrela de Davi os grupos sociais “inferiores”. Segundo Maurício, “estamos num momento crucial em nossa história. As autoridades não têm incluído as nossas preocupações nos seus planos. Ao colar os retratos na comunidade, buscamos fazer ouvir nossas vozes neste processo. Queremos visibilidade, participação e o melhor resultado para essa comunidade, que foi cons-

truída pelas nossas mãos e pelas mãos dos nossos pais e avós”. Nos dias 21 e 28 de maio, um mutirão para a colagem das fotos nas casas teve a participação dos moradores, voluntários brasileiros, canadenses, espanhóis, ingleses e mexicanos. Raquel Rolnik, relatora da ONU para o Direito à Moradia Adequada, esteve presente. Em conversa com os moradores, disse que a intervenção que a prefeitura vem planejando para o local, através do programa Morar Carioca, parece não atender a critérios como o de participação popular na definição das obras e remoções. Além de conversar com moradores, tive a oportunidade de falar com técnicos da prefeitura. Fiquei estarrecido com duas coisas. Primeiro, com a demolição das casas do Largo do Cruzeiro. O projeto prevê a construção, no

local, de um falso centro histórico com lojas e venda de lembranças para os turistas. Mas o patrimônio cultural do lugar também não são seus moradores? Segundo, a construção do plano inclinado, fundamental para acessibilidade, será do lado direito da escadaria de acesso ao Largo da Igreja. Neste local, as casas serão desapropriadas por motivos de risco. Por que não mudar o lado de sua instalação e desapropriar menos moradores? Porque o projeto já está pronto e haveria custo em readaptá-lo! Se realmente forem essas as intenções e motivos, pelo menos na Providência, é necessário mudar o mundo de “dentro para fora”. Ah! As fotos ainda estão expostas. Prestigie!

joão guerreiro jguerreiro2@gmail.com

Todos os portos são um Desviando de uma rota de carro para Milão, resolvemos sair da rota planejada e cair para Gênova. Já era quase noite e não conhecíamos nada da cidade. Vimos a placa: Porto Antico. Decidimos: é para lá que vamos. Descemos de carro e nos deparamos com um oceano nunca antes visto. Começamos a imaginar Colombo e sua equipe chegando por navio, prestes a descobrir a América. Logo vimos um museu náutico, onde resolvemos comer uma salada – fazia frio! – quando sentamos na varanda do café e ficamos admirando a vista do porto. Como é bonito o porto de Gênova. Há quem diga que os portos são todos parecidos. Mas o que mais me surpreendeu, além da magia e do mistério que envolvem o cenário perfeito das grandes navegações, foi a perimetral. Vocês acreditam que o porto de Gênova é tão parecido com o porto do Rio que até a perimetral é igual? Deu vontade de conversar sobre isso com o prefeito. Será que ele sabe? Como se explica a presença de uma perimetral – idêntica a que se pretende demolir pelo projeto Porto Maravilha – por tantos anos em um porto de país desenvolvido, e tenha se optado por mantê-la? Meu papel aqui não é dar respostas, mas propor questionamentos ao que se impõe à cidade do Rio de Janeiro. Está sendo apresentado à população carioca um projeto que provocará mudanças estruturais na cidade. Esse projeto precisa ser discutido com a sociedade civil e não somente com arquitetos, urbanistas, engenheiros e economistas. Não tem que ser só papo técnico, é bom que seja uma conversa interdisciplinar. Mas isso eu já percebi que a prefeitura está ten-

tando promover, através da convocação sistemática de reuniões com os moradores do Morro da Conceição, Providência, Pinto, Saúde, Gamboa e Santo Cristo e empresários locais. O problema é que a maioria das pessoas ou não se sente capacitada para esse tipo de discussão, ou não tem interesse, ou é daquele tipo que, a princípio, é contra. Por isso, a meu ver, as interações da população com o projeto Porto Maravilha têm caminhado a passos lentos. É preciso entender que as pessoas não poderão reclamar depois da aparência modificada e da mudança urbana concretizada. Os cidadãos que gostam do Rio e frequentam o Centro da cidade podem participar dessas reuniões e se posicionar. Para quem curte cultura e acha que o Centro merece receber investimentos na recuperação do patrimônio histórico e artístico nacional: já foi definido que apenas 3% da renda arrecadada com a venda dos Cepacs será destinada à conservação de monumentos históricos e ações culturais. E quem está presente para discutir essas questões pertinentes aos amantes do bairro? Tem gente que diz que toda revitalização é ruim, que os custos locais aumentam e a população original é posta para fora da região. Já sabemos pela experiência internacional que é difícil que seja diferente disso. Mais um motivo para colocar na mesa seus pontos de vista sobre a reforma e, através da capacidade criativa brasileira, fazer a diferença.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


Foto: Márcio Babsky

A EnERgiA dA ElEtRoBRAs ElEtRonuClEAR ContRiBui pARA o CEntRo do Rio CREsCER CAdA vEz MAis. Com as usinas Angra 1 e Angra 2 gerando o equivalente a mais de 30% do consumo do Estado do Rio de Janeiro e o avanço da construção de Angra 3, a energia nuclear se torna cada vez mais importante para o desenvolvimento. Acesse www.eletronuclear.gov.br e conheça mais sobre a energia que está crescendo junto com a nossa cidade.

Ministério de Minas e Energia


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cultura

Como revitalizar os imóveis históricos CDURP explica que 3% da venda dos Cepacs irá para a recuperação do patrimônio cultural Tânia Rodrigues

A região da Rua Larga acolhe um precioso legado de imóveis com valor histórico e cultural. Um levantamento realizado pelo Instituto Light há três anos revelou que existem pelo menos 30 imóveis tombados na região. Incluem-se nessa lista o prédio da própria Light, com sua fachada típica da arquitetura inglesa da época, a antiga estrebaria da Rua Sacadura Cabral e a famosa Pedra do Sal, aos pés do Morro da Conceição, tombada como berço do samba carioca. Segundo o arquiteto Augusto Ivan, assessor da presidência da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), a recuperação dos imóveis históricos pode ter solução: “Em 1994, a prefeitura recuperou todas as fachadas dos sobrados e pintou-as. A obrigação de preservar é, entretanto, do proprietário. Para incentivá-los, a prefeitura oferece também a isenção do IPTU. Mas a iniciativa tem de ser local, dos proprietários ou inquilinos, senão fica artificial e

não dura muito tempo”. Para Ivan, é preciso ser pragmático: “Os responsáveis devem buscar uma alternativa econômica de uso dos imóveis. No mundo inteiro, é assim que ocorre”. Ele informa que um dos pilares do projeto Porto Maravilha é a recuperação dos imóveis históricos: “Destinamos 3% da receita com vendas de terrenos e certificados de potencial adicional construtivo (Cepacs) para a recuperação do patrimônio cultural”. Ta m b é m confome o funcionário da CDURP, somente os esforços do poder público somados às iniciativas locais resolveriam o problema: “Não é suficiente apenas a ação da prefeitura. É necessário que os responsáveis pelos imóveis se sintam mais responsáveis realmente e, ainda, que encontrem formas de dar sustentabilidade econômica a seus imóveis. Não há preservação sem que a consciência de sua importância seja reconhecida e incorporada pelos cidadãos. O Estado não pode tudo”. Alguns proprietários con-

sideram que uma atitude possível para recuperar imóveis históricos seja usá-los para fins comerciais. Sobre o tema, o subsecretário estadual de Patrimônio Cultural, Washington Fajardo, declarou à imprensa: “Em condições ideais, esse trâmite levaria de 20 a 30 dias. Mas isso nem sempre ocorre. Na minha avaliação, dois meses são um absurdo, mas a gente passa por processos que demoram muito mais”. Ele justifica a demora pelo valor agregado dos prédios tombados: “Licenciamento em imóvel conservado é mais rigoroso, pelo valor cultural e pela relevância histórica”. Os interessados na recuperação de um imóvel histórico poderão contar, brevemente, com financiamento direto da prefeitura. O prefeito Eduardo Paes anunciou a criação do Fundo de Apoio ao Patrimônio Histórico, que funcionará por meio de concorrência em editais. Empresas de restauração poderão recorrer à Secretaria Estadual de Cultura e obter financiamento para obras em imóveis históricos. Segundo divulgou o prefeito, a ajuda de custo será da ordem de R$ 4 milhões.

“Os responsáveis devem buscar uma alternativa econômica de uso dos imóveis.”

Fachada de prédio tombado usado para fins comerciais, na Rua Camerino

DOM DE VINHO domdevinho@domdevinho.com.br

mário margutti mfmargutti@gmail.com

RUA DOM GERARDO 64 2516 2645 LOJA F


cultura

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Cem anos de luz na Rua Larga Prédio histórico reabrirá com nova iluminação, teatro reformado e galeria de arte Acervo da Light

O prédio da Light, uma das construções mais conhecidas e antigas da Avenida Marechal Floriano, erguido ao lado do Palácio Itamaraty, sede do governo federal na época, completou 100 anos em abril. O aniversário será comemorado com a recuperação da fachada, melhorias na infraestrutura do Centro Cultural Light (CCL) e a abertura de uma galeria de arte. A obra, com finalização prevista para setembro, promove inovações como a instalação de um novo sistema de iluminação na fachada. Para o superintendente de comunicação empresarial da Light, Oscar Guerra, a importância histórica do edifício aumenta a responsabilidade da empresa em conservá-lo. Ele defende que a preservação do prédio e de sua memória reforça o envolvimento da instituição com a história da cidade e sua revitalização: “Temos o compromisso de preservar este prédio. Poucas instituições têm o privilégio de ocupar um edifício histórico, rico como este. Aqui é a nossa casa e diz muito do que somos. Queremos prepará-la para nos relacionarmos melhor com nosso público e com a cidade”. Carlos Moreira Zsigmond, gerente de patrimônio e serviços administrativos da Light, explica que a ideia não é descaracterizar nem agredir a arquitetura com refletores grandes, mas valorizar e realçar a beleza da fachada. Por recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-

nal (Iphan), foi realizado um estudo para identificar os tipos de serviço que deveriam ser realizados. De acordo com Carlos Zsigmond, o prédio tem um conjunto de características arquitetônicas que o fazem único no Brasil: é um representante legítimo da arquitetura renascentista americana e não sucumbiu às constantes transformações urbanas. As obras de construção do edifício foram finalizadas em abril de 1911, mas somente um ano depois, em 13 de abril, a Light passou a utilizar o prédio como sede administrativa. A partir da década de 1980, foi decretado o tombamento da fachada e todas as obras passaram a ser criteriosamente fiscalizadas pelo Iphan. “Estamos estudando a melhor técnica para preservar a estrutura original da fachada, toda revestida de cerâmica vitrificada, e atender à orientação do Iphan. O material não é mais utilizado desde a década de 1950. São peças pré-moldadas, feitas em terracota e cobertas por uma camada de cerâmica que imita mármore, conhecida também como ‘faiaça’. Queremos nos aproximar ao máximo do original”, esclarece Carlos. Centro Cultural Light reabrirá com novidades Inaugurado em 1994, o CCL conta parte da história da cidade do Rio de Janeiro preservada através de

Fachada da Light no ano de sua inauguração Acervo da Light

Prédio da Light hoje

fotos e objetos. De acordo com a gerência, o público pode esperar grandes modificações neste espaço: o teatro Lamartine Babo ficará inteiramente acessível a cadeirantes e comportará assentos para obesos, além de ter o piso trocado, as paredes repintadas e os camarins reformados. Além disso, o teatro será todo equipado com um sistema de som e iluminação cênica. O gerente do Instituto Light, Paulo Eduardo Roscoe Bicalho, comemo-

ra: “O teatro ficará multiuso. Antigamente, os grupos precisavam trazer todo o equipamento de som e luz. Era muito trabalho. Nossa expectativa é que essas modificações ampliem a nossa capacidade de receber bons projetos. É um modo de trazer as pessoas para cá. Com certeza ficará melhor”. De Sala Di Cavalcanti a galeria de arte Já a antiga Sala Di Cavalcanti, espaço que reúne

quatro painéis do artista intitulados Composição Rio, será transformada em Galeria Di Cavalcanti. A proposta é conferir ao local um tratamento ambiental e de segurança, próprios a guarda e exibição de obras de arte. Paulo Bicalho explica que o espaço terá o mesmo sistema antifurto utilizado pela Bienal de São Paulo. “Além disso, vamos atualizar os textos institucionais e curatoriais, também com recursos de acessibilidade, para que deficientes visuais possam ler as legendas em braile e ‘ver’ as telas através de relevos táteis. Para a preservação, vamos utilizar iluminação adequada, que não agrida as obras, um detector de aumento de temperatura e extintores próprios para ambientes artísticos”, garante ele. Paulo revela ainda que a sala ganhará uma impressão digital do quinto painel, conhecido como Imprensa, que completa a composição: “Di Cavalcanti fez os cinco painéis descrevendo a imprensa e o cotidiano colorido da cidade. Mas esta quinta tela não pertence ao acervo da Light. A projeção é um modo de completá-la e prestar uma homenagem a esse grande artista”. O gerente comemora as mudanças e afirma que o público pode esperar grandes projetos para o futuro, além de uma nova programação.

Testemunha de episódios emblemáticos da cultura carioca Há 24 anos na Light, Rossana Libânio, museóloga e analista de patrimônio histórico, relembra histórias da trajetória do Centro Cultural. Considerada pelos colegas uma “memória viva”, ela conta que há muitos aspectos curiosos, como o fato de o prédio ter abrigado uma garagem de bondes, onde hoje funciona o CCL. Já o palco do teatro foi espaço para grandes projetos, como o Terças Acústicas, lançado há 15 anos com show do músico Nando Reis. “Esse projeto ‘bombou’, foi ótimo. Isso aqui ficou lotado de gente. Depois outros artistas se apresentaram, como Lenine, João Bosco, Alcione e Paulo Moura”, relata. A museóloga se diverte relembrando das histórias do jogador de futebol Leônidas da Silva, ex-funcionário da empresa, conhecido como “Diamante Negro” e artilheiro do Brasil na Copa de 1938: “Ele trabalhou na oficina de Vila Isabel, ficava jogando bola no pátio da empresa. O engraçado é que era uma bola de meia”. Já o famoso Lamartine Babo, o “Lalá”, um dos mais importantes compositores de música popular do Brasil, também foi funcionário da empresa e sempre era visto batucando caixas de fósforos pelo corredor.

fabiola buzim e sacha leite redacao@folhadarualarga.com.br


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social

Realidades modificadas pelo esporte Vila Olímpica da Gamboa oferece treinamento gratuito para quem frequenta a região “A Vila Olímpica da Gamboa está pronta para servir a comunidade”. É dessa forma que Paulo Neves, coordenador técnico da Vila, descreve o espaço. Construído há seis anos, o local é um complexo esportivo que oferece de maneira gratuita diversas atividades, como futebol, skate, basquete, handebol, judô, natação, voleibol, ginástica, hidroginástica e outras. São 18 modalidades no total, sendo que futebol e natação são os esportes mais procurados. Para se inscrever, basta carteira de identidade, comprovante de residência e atestado médico. Com a proximidade das Olimpíadas de Londres, que acontecem entre os meses de julho e agosto do ano que vem, todas as atenções estão voltadas para os novos talentos. O professor de Educação Física Alex Lima revela que diversos meninos se destacam nas atividades competitivas organizadas na Vila Olímpica da Gamboa e são observados por ‘olheiros’ de clubes profissionais. “É um incentivo para a garotada. Muitos já receberam convites e estão em observação nos clubes. Alguns já estão jogando no Vasco, Fluminense, Flamengo. Os melhores são encaminhados para os clubes”, afirma ele. Com apenas 12 anos de idade, o estudante Maicon Douglas está nesse grupo seleto. Treina futebol na Vila desde os 6 anos, e joga como atacante e meio de campo. Seu sonho é se tornar um grande jogador, de preferência no clube do Flamengo. “Aqui é mui-

to bom, e eu posso fazer outros esportes também”, comenta o garoto. O professor concorda e reconhece que as realidades de muitas crianças foram modificadas através do esporte. Entretanto, não é apenas o público jovem que tem espaço na Vila Olímpica da Gamboa. Muitas atividades são voltadas para pais, mães e terceira idade. A natação para bebês, por exemplo, costuma fazer muito sucesso e todas as mães são incentivadas a participarem das aulas também. De acordo com Paulo Neves, natação, hidroginástica e caminhada são atividades bastante procuradas por esse público. Intercâmbios de natação, amistosos e torneios de futebol, disputas entre clubes e outras Vilas ocorrem com frequência. Segundo Paulo, houve uma melhora no resultado das competições. Em 2010, eles participaram de um torneio entre Vilas do município, com somente duas modalidades. Este ano, vão competir em 11 modalidades. No futebol, o grupo ficou em segundo lugar em um torneio entre clubes, perdendo apenas para a equipe do Vasco. Excursões para acompanhar os campeonatos também são bastante comuns. Paulo Neves explica que o espaço é mantido pela prefeitura, contrata 39 professores e 15 funcionários, mas a gestão fica a cargo da ONG Movimento Cultural Social (MSC). As parcerias são meios de ampliar as ações e melhorar o lugar, que, para o coordenador, é uma meta. “Tem que

Futebol é uma das atividades mais requisitadas pelos frequentadores da Vila Olímpica

ter muita fibra e força de vontade. Vamos ‘arrancando’ as coisas com determinação. Se melhoramos as estruturas, melhoramos o atendimento ao público. Algumas ações e parcerias estão sendo estudadas para isso”, conta. Durante os finais de semana, o espaço fica aberto para a comunidade. Já no mês de janeiro, funciona como uma colônia de férias. “É como uma praça”, define o coordenador técnico da Vila. Moradores da Gamboa, Providência, Saúde, Santo Cristo, Central do Brasil e Zona Portuária costumam procurar o complexo esportivo. “Nós recebemos as pessoas independente da região. Aqui é Central. Muitos vêm para praticar atividades físicas e voltam para o trabalho. A Vila Olímpica está de portas abertas”, garante Paulo Neves.

fabiola buzim fabiolabuzim@gmail.com

Marina Pereira


social

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105 anos no placar A Casa Nair, que teve Bob Nelson como garoto propaganda, ganha página na internet São mais de cem anos de história no número 79. No início, a loja, inaugurada em 1906 pela família Lafayette, só vendia calçados. Em 1934, mudou para o ramo de esportes, e 46 anos depois, na década de 80, quando os sócios Hamilton Garcia Ferreira e Casimiro Morais Borges assumiram a direção, ampliaram e diversificaram marcas e ofertas. “O antigo proprietário, sr. Arcaite Martins, só vendia troféus. Quando assumimos, colocamos mais mercadorias e ampliamos as marcas”, explica Hamilton. A Casa Nair é mais uma dentre as lojas tradicionais da Avenida Marechal Floriano que apostaram na criação de uma página na internet para divulgar seus produtos e alavancar as vendas. De acordo com Hamilton Garcia: “O site está no ar há pouco tempo e ainda há muito o que fazer para melhorar. Temos que formar uma equipe boa para mantê-lo”. Quem visitar o endere-

Fabiola Buzim

Simplicidade e tradição marcam a centenária fachada da Casa Nair

ço www.casanairesportes.com terá uma ideia do grande número de produtos esportivos que são vendidos na loja. Se-

gundo os proprietários, a variedade é um dos fatores que atraem clientes de toda a cidade do Rio de Janeiro.

No passado, a loja contou com um garoto propaganda especial, o cantor Bob Nelson. Hamilton conta que o “caubói

brasileiro”, que adaptou para o português a música Ó Suzana, parava diariamente na porta da loja para entoar suas canções,

atraindo os clientes. “Isso acontecia sempre. Ele parava na porta, tocava o violão e cantava. Era muito engraçado e até charmoso. Isso chamava atenção”, relata. Outro fator que anima o comerciante são as melhorias que o projeto de revitalização do Centro irá trazer: “Seremos beneficiados diretamente, pois a movimentação no Centro vai aumentar. Às vezes ficamos em desvantagem com relação aos shoppings, pois eles oferecem garagem, diversidade e segurança”. Os proprietários citam as melhorias no estacionamento e na iluminação de rua como necessidades urgentes: “Aqui tem muita carga e descarga, às vezes os caminhões ficam estacionados o dia inteiro ocupando vaga que poderia ser para os clientes. Algumas vezes nem o guincho da prefeitura consegue estacionar”.

fabiola buzim fabiolabuzim@gmail.com

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cidade

Fotografe e envie à prefeitura Usuários de smartphones passam a postar imagens que ilustram problemas informados Beth Santos

Após três meses do início de suas atividades, o Disque-Rio contabiliza cerca de mais de 500 mil ligações. Atualmente, o carioca utiliza o número 1746 para fazer reclamações, solicitar resoluções de problemas e serviços, como troca de lâmpadas, retirada de entulhos, tapa-buracos, poda de árvores, denúncia de focos de dengue, sinalização defeituosa e informações sobre IPTU. A novidade é a seguinte: quem possui smartphone poderá instalar um programa que permite acessar a central online, fazer a solicitação e até enviar fotos dos problemas apontados, além de receber

notícias e informações da prefeitura. Os aplicativos estão disponíveis no site www.1746. rio.gov.br. O serviço é gratuito, ao contrário da ligação que é cobrada no valor do impulso normal. O secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, explicou que, hoje, o aplicativo tem uma excelente aceitação e já representa cerca de 10% das demandas que a central recebe diariamente. O uso da internet deve ser habilitado em um mês. A intenção é utilizar também salas de bate-papo para ouvir o cidadão. Funcionando durante 24

horas ao dia, o Disque-Rio reúne cerca de 70 números que eram utilizados pelos diversos órgãos municipais para atender à população. São 250 atendentes agindo em turnos diferentes. Mas, na avaliação do secretário, o serviço pode melhorar muito. “Entendemos que esse é um passo muito importante da prefeitura, que já aumentou em muito a capacidade de atendimento e diminuiu o tempo de espera. Anteriormente, o cidadão tinha que decorar vários números e ainda os teles da prefeitura para reclamar ou fazer alguma demanda aos órgãos públicos. Agora, em apenas uma ligação,

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Secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, apresenta o Disque-Rio

ele é atendido para mais de 400 serviços, mas ainda há o que melhorar. Realizamos avaliações semanais e estamos sempre fazendo adequações para tornar o serviço cada vez melhor”, explica. Quem tentar ligar para as antigas centrais será encaminhado para o 1746. Os pedidos feitos ao Disque-Rio terão prioridade em relação aos solicitados diretamente nas subprefeituras e órgãos municipais. Pedro Paulo informou que um mapeamento foi realizado nestes três meses. Segundo a prefeitura, os serviços mais solicitados, que representam 67% do número de ligações, são remoção de entulho, repa-

ro de lâmpadas apagadas, vistoria de possíveis focos de dengue, poda de árvores, controle de roedores, reparo de buracos, fiscalização de veículos sobre a calçada, reparo de lâmpadas piscando e fiscalização de veículos estacionados irregularmente em vias públicas. Há também uma demanda maior nos bairros do Centro, Campo Grande, Bangu, Tijuca, Copacabana, Barra da Tijuca, Taquara, Realengo, Santa Cruz e Recreio, que representam a maioria das solicitações. Os prazos estabelecidos variam de serviço e região. Reparo de buracos e desobstrução de bueiros devem ficar prontos em uma semana. Luzes apagadas ou piscando serão resolvidas em

72 horas e problemas em sinais de trânsito, em 24. A Secretaria municipal da Casa Civil também estipulou metas que resultam em prêmios em dinheiro para os órgãos que atenderem as demandas em um tempo inferior ao informado ao solicitante. De acordo com Pedro Paulo Carvalho, o serviço unificado de atendimento foi inspirado no 311 de Nova Iorque. A central está localizada no Engenho de Dentro, sede da Contax, vencedora da licitação. A prefeitura investirá R$ 26 milhões ao longo de dois anos de contrato.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


cidade

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morro da conceição Aun artista no Morro da Conceição Começo a entrevista com o artista plástico Claudio Aun perguntando desde quando a arte surgiu em sua vida. A resposta foi direta, sem hesitar: “Desde sempre. Quando eu era pequeno, brincava de artista. Brinquei tanto que nem percebi quando a brincadeira acabou. Aliás, acho que continuo brincando até hoje”. Claudio nasceu em São Paulo e lá trabalhou em diversas atividades relacionadas a arte, como decoração, montagem de stands na Fenit, criação cenográfica e outros. Graduado pelo IED, mudou-se para o Rio

é também professor de escultura na Casa de Cultura Laura Alvim, há 11 anos, e membro da Academia Brasileira de Belas Artes. Um homem de sete fôlegos, dotado de uma capacidade de trabalho invejável. Além de seis exposições este ano, entre elas, uma no Forte de Copacabana e outra no Palácio Itamaraty, as encomendas não param de chegar. A mais recente foi a de um empresário de Belo Horizonte que irá inaugurar lá uma boate com o nome Dusdeuses. São ao todo 14 cabeças de deuses gregos, um trabalho arrojado, mui-

Obra de Claudio Aun

de Janeiro em 1971. Depois morou em Carrara, na Itália, onde aprendeu a esculpir em mármore. Começou a fazer exposições e não parou mais. Acumulou vários prêmios ao longo da vida e já expôs três vezes em Paris. Seu estilo é basicamente o surrealismo, mas trazendo para o conceitual de forma jocosa. A pedra é um elemento muito presente em sua obra. Ele diz que a turmalina negra, por exemplo, absorve energia negativa. A ametista é a pedra da cura, porque a sua cor violeta é energeticamente voltada para tal. Há pedras que têm o poder de trazer dinheiro. Tem um trabalho dele, intitulado Gemas do Brasil, onde a gema virou pedra e a pedra virou gema. O ovo é a vida, a pedra é a cura e por aí vai... Só a arte tem a liberdade de fundir em um só elemento estruturas moleculares tão diferentes. Além de artista,

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ta luta, muita glória, muita vibração positiva. Isso é o que ele passa em suas atitudes, fala e saberes. E vice-versa. Com um jeito de monge, assuntos como mantras, meditação, relaxamento, estado de nirvana, cura prânica e tantos outros são muito familiares para ele. E como é bom conversar num ateliê repleto de arte! A campainha da porta é uma argola amarrada a um fio que vem do lado de dentro da casa, que, quando acionada, toca um sino. Não entendeu? Então vá visitar o ateliê e descobrir a arte e o artista a seu modo. O Morro da Conceição é assim, pequeno, mas com grandes histórias. Claudio Aun é um presente dos deuses para o Rio.

teresa speridião teresa.speridiao@gmail.com

Contra a homofobia e a favor da memória Central do Brasil abriga centro de documentação gay do Rio de Janeiro Divulgação

Quem passa diariamente pela Central já deve ter notado uma bandeira com as cores do arco-íris estendida na fachada do sétimo andar do prédio da estação. É lá que funciona oficialmente, desde julho de 2010, a Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. O órgão está em vias de inaugurar o Centro de Documentação e Informação LGBT, o primeiro arquivo público sobre o tema no estado do Rio. O coordenador do Programa Rio Sem Homofobia e superintendente da SuperDir, Cláudio Nascimento, explica que a existência de um centro de memória é um modo de mostrar à sociedade a trajetória do movimento: “Vamos sistematizar as informações, conquistas e estudos sobre o tema, dentro de um espaço onde qualquer cidadão poderá acessar as informações. Haverá dissertações, teses de doutorado, estudos, pesquisas, artigos, histórias de vidas importantes que tiveram papel na história da cidadania LGBT”. Cláudio afirma que a localização da sede facilita as ações e a considera um privilégio. “Estamos na Central do Brasil. É um espaço de agrupamento e de facilidade de transporte. Aqui as coisas fluem, e o Centro é um local que congrega um público LGBT bastante expressivo. Muitos moram e trabalham por aqui”, esclarece. A principal ação da SuperDir, atualmente, é a Campanha Rio Sem Homofobia. Lançada em maio, sua proposta é discutir o tema com a sociedade de maneira transparente. A campanha conta com uma maciça publicidade, envolvendo cartazes, outdoors, anúncios em jornais, revistas, comerciais de TV, spots de rádio, além de aplicação da logomarca em diversos

Programa Rio Sem Homofobia tem sede na estação de trem Central do Brasil

objetos, como barracas de praia e chinelos de dedo. Segundo o coordenador, o momento é importante porque marca muitas vitórias do movimento, como a concessão do direito de pensão a companheiros de servidores públicos homossexuais, a liberação de união civil para pessoas do mesmo sexo, a regulamentação de visitas íntimas nos presídios para LGBT e a lei anti-homofobia, que está em votação no congresso. “A campanha está um sucesso. Todo mundo pedindo material de divulgação, ligando para o 0800 e elogiando a iniciativa”, conta Cláudio. Para ele, a recente decisão da presidente Dilma Rousseff em suspender o “kit anti-homofobia”, que seria distribuído nas escolas públicas do país, foi motivo de surpresa e preocupação diante de tantas vitórias. “Contaremos com o bom senso e o diálogo no senti-

do de reverter esta situação. Esperamos que a suspensão seja apenas temporária. A homofobia está presente em todas as esferas da sociedade, inclusive no ambiente escolar. O ‘kit anti-homofobia’ nada mais é do que um guia de direitos humanos para enfrentar o bullying homofóbico”, explica Cláudio. A equipe da Superintendência é composta por 125 funcionários e o espaço foi projetado para atender às diferentes necessidades do público-alvo. O local é decorado com as cores do arco-íris, símbolo do movimento, e tem sinalização visual para facilitar a mobilidade até as salas de atendimento de orientação e aconselhamento. O órgão existia há três anos, mas somente em 2010 foi oficializado. O espaço, cedido pela Secretaria de Segurança Pública, passou por uma grande reforma, onde foi projetado um auditório multifuncional, com

“O ‘kit antihomofobia’ nada mais é do que um guia de direitos humanos para enfrentar o bullying homofóbico.”

200 lugares, e uma sala de telemarketing onde funciona o Disque Cidadania LGBT. O serviço é 24 horas, em que trabalham 14 atendentes que recebem denúncias e fazem atendimento às vitimas de violência e discriminação. É neste espaço que funciona também o Centro de Referência de Promoção da Cidadania LGBT, o Núcleo de Monitoramento de Crimes contra LGBT, o Centro de Referência de Promoção da Liberdade Religiosa e Contra a Intolerância, o Centro de Referência de Promoção dos Direitos Humanos em DST/Aids e outras doenças, o Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT e o Centro de Formação de Cidadania e Diversidade. Para Cláudio, não existe nada igual a essa estrutura no Brasil e na América Latina, e a considera um marco para a luta pelos direitos LGBT: “Nós contabilizamos muitas vitórias. Ter este espaço como referência valida todo o movimento e nos dá mais dignidade para continuar lutando”.

fabiola buzim fabiolabuzim@gmail.com


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gastronomia

Leveza e bom gosto em um só endereço Filet e Folhas une refeições saborosas com atendimento de primeira classe Carolina Monteiro

A região em torno do famoso edifício RB1 oferece diversas opções de restaurantes para a hora do almoço. Um deles chama atenção pela quantidade de gente que se acumula na porta: Filet e Folhas, restaurante de comida contemporânea, que serve refeições para todos os gostos, desde saladas, passando por grelhados, pratos de massas e até feijoada. O estabelecimento existe há quatro anos no prédio da RB1, segunda filial aberta de três que existem no Centro da cidade. A casa ocupa dois andares e sempre tem fila na porta na hora do almoço. Segundo Rodrigo Gonçalves, um dos donos do restaurante, o segredo não se limita a um item. “A comida aqui é feita com muito zelo, qualidade e também carinho. Fazemos questão de servir refeições de alta qualidade, com ingredientes sempre frescos, e tudo a um preço atraente para o cliente. Outra característica importante que temos é o atendimento. A maioria das pessoas aqui no Centro não tem muito tempo para perder no almoço. Queremos que o nosso cliente almoce sem preocupações”, diz ele. Rodrigo é um dos cinco sócios da rede Filet e Folhas. Antigo comissário de primeira classe da Varig, trouxe ao restaurante a experiência de atendimento adquirida na companhia aérea: “Sou rigoroso no quesito atendimento. Quero garçons não apenas rápidos, mas também articulados. Por isso exijo segundo grau e faço questão de dar uma remuneração acima da média do que é pago no mercado. Assim consigo funcionários que trabalham com satisfação e dedicação”, explica. Todas as refeições são supervisionadas pela nutricionista Beatriz Freire, que fica no restaurante o dia todo analisando o material recebido e

Filé de salmão, acompanhado de arroz e legumes cozidos no vapor Carolina Monteiro

receitas carol Recentemente, eu estive visitando uma plantação de milho e fiquei encantada. Como é fascinante! Já era apaixonada pelo grão, agora virei fã de vez. Existe alimento mais generoso que o milho? Com ele podemos fazer pães, bolos, saladas, sopas, farofas, sobremesas, além de comê-lo cozido na espiga. De tão verde, o grão chega quase a ser branco... Esse é o meu preferido! E com a proximidade do nosso evento

invernal mais famoso, a festa junina, pensei logo em um bolo de fubá, companhia perfeita para um cafezinho. Mas tenho que confessar que a erva-doce, usada comumente em várias receitas, não me agrada muito. Então inspirei-me num chef fera de bolos, Nick Malgieri, autor do livro Perfect Cake, para chegar a esta receita temperada com limão. A combinação é perfeita! Bon appétit!

Bolo de fubá

ACP

Ingredientes 2 ½ xícaras de farinha de trigo 1 xícara de fubá fino Bacalhau aloirado, servido com cebolas, batatas douradas e arroz de brócolis

verificando cada prato que sai da cozinha para o salão. Além de variadas saladas, o menu é formado por pratos montados. O cliente pode prepará-lo com um grelhado, um molho e dois acompanhamentos, ou substituir os dois acompanhamentos por uma salada múltipla escolha pequena ou por uma massa. O prato fica entre R$ 21,90 (acompanhado de galeto) e R$ 30,90 (acompanhado de picanha). Outro sucesso da casa são as quiches (R$ 10,90), feitas diariamente devido à enorme saída. São sempre duas opções por dia, uma mais light, como a de peito de peru com cogumelo, e outra, digamos, com mais

consistência, como a de provolone. As quiches também podem vir acompanhadas de uma salada múltipla escolha pequena (R$ 20,90). Outros sucessos da casa são as três sugestões de refeições servidas diariamente. Sexta é dia de feijoada, que vem acompanhada de uma caipirinha (R$ 29,90), e do famoso bacalhau aloirado (R$ 29,90), servido com batatas douradas, cebola e arroz de brócolis, receita que Rodrigo trouxe de Porto, em Portugal, em uma de suas viagens quando comissário. Também às sextas-feiras, a casa oferece sugestões harmonizadas com bons vinhos a um preço atraente. O baca-

lhau acompanhado de uma taça de vinho branco chileno de boa qualidade, por exemplo, sai a R$ 35,90. Para finalizar, a dica é o brownie de chocolate com calda e sorvete (R$ 10,90). O restaurante faz delivery com o mínimo de quatro pedidos. Além disso, tem convênio com a empresa Comer na Web, um site de pedidos online. Av. Rio Branco, nº 1 - loja A Centro. Fone:(21)2518-1313/ (21)7871-8789

karina martin karina.martin@light.com.br

1 ¾ xícara de açúcar 2 colheres de chá de fermento

½ colher de chá de sal 200 g de manteiga 7 ovos 2 ½ colheres de chá de raspa de limão

Modo de preparo: Unte e polvilhe duas formas do tipo bolo inglês. Preaqueça o forno a 200° C. Misture todos os ingredientes secos e reserve. Numa batedeira, bata a manteiga, junte os secos, alternando com os ovos previamente misturados com a raspa de limão. Distribua a massa nas formas e asse por aproximadamente 40 minutos, ou até que um palito, ao ser espetado na massa, saia limpo.

Deixe esfriar na forma por 10 minutos e, em seguida, desenforme para terminar de esfriar sobre uma grade. Sirva morno ou em temperatura ambiente.

ana carolina portella carolnoisette@hotmail.com Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol. blogspot.com


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lazer Reprodução

Poesia Pintada Para que, então, o poema, senão pra alcançar visão plena além do mundo preto e branco?

A palavra – métrica e rima – limita, porém nos ensina a se entregar de vez em quando.

Por que usar tintas tão fortes se não for pra apontar o norte e retirar esses quebrantos? Reprodução

Flora, pintura de Militão dos Santos

Senhora Por que choras, senhora, este choro contido? Cheia de joias, bens, felicidade tens? Teu chapéu não te cobre, compensa a vida nobre?

Tu vives sem ruído, tal carga congelada de natureza morta. Tu és bela fachada, amarga atrás da porta.

Reprodução

Vasos de Cerâmica, pintura de Ocayo

Paisagem Árvore rosa, folha vermelha do tom da telha.

O Terraço da Casa do Meu Amigo, pintura de Ana Goldberger

Morro lilás, monte amarelo, pinto o que quero.

Festa da cor, paisagem plena a minha cena.

andré calazans poesiapintada@gmail.com


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lazer folha da rua larga

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dicas da cidade Santa Música No dia 19 de junho, Santa Teresa vai realizar, pela primeira vez, a sua versão para a Festa da Música, tradicionalmente francesa, também comemorada em Nova Iorque, EUA. O bairro carioca será palco de apresentações de diferentes bandas,

que mostrarão versões acústicas, semiacústicas e amplificadas. O Festival Santa Música acontecerá das 13h às 21h, ao longo dos eixos da linha do bonde, durante o domingo, e todas as atividades oferecidas serão gratuitas.

Mystérios e Novidades Dia 24 de junho, haverá Festa de São João com Quadrilha nas Alturas! A Cia Brasileira de Mystérios e Novidades comemora três décadas de teatro de rua. Em sintonia com os novos tempos, a trupe decidiu passar o cha-

péu virtual e arrecadou, através do site Catarse, 106% da renda necessária para comemorar a data em sua sede na Gamboa.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

Um passeio pelo berço da história carioca Animando a Rua Larga traz visita guiada aos arredores da região Palco de acontecimentos marcantes no processo de urbanização do Rio de Janeiro, o Centro conta com entorno de ruas estreitas e inúmeras fachadas antigas que remetem tanto ao comércio de negros escravos no Valongo, no século XVIII, quanto a importantes momentos da história política e econômica nos séculos XIX e XX. “Hoje, com parte significativa de suas edificações históricas e casarios originais ainda expostos ao observador atento, a região da Rua Larga é um importante retrato do Rio Antigo, que merece ser reconhecido e divulgado”, diz a guia Priscila Melo. O tour histórico se insere no projeto Animando a Rua Larga, patrocinado pela Light e realizado pelo Institu-

Izabella Jacobina

Priscila Melo com grupo em excursão pela região

to Cultural Cidade Viva. “Nos meus 62 anos de idade, carioca e moradora do Rio desde sempre, nunca tinha prestado atenção que havia por perto lugar tão valioso e repleto de histó-

rias interessantes”, conta a aposentada Helena Coelho. O passeio é realizado em jipe, passando pelos principais pontos da Rua Larga e Morro da Conceição. Fazem parte do circuito luga-

res como o Centro Cultural Light, o Itamaraty, o Beco das Sardinhas, o Colégio Pedro II, o casario colonial do Morro da Conceição, a Pedra do Sal, o Largo de São Francisco da Prainha, bares e monumentos tombados. As visitas estão previstas para acontecer até 18 de junho. Com capacidade para 20 pessoas a cada passeio, a lista de espera já ultrapassa 1200 curiosos pela história da cidade. O ponto de partida é o CCL, onde os visitantes se encontram sempre às 9h de sábado e participam de oficinas de história que servem como uma introdução ao circuito. da redação redacao@folhadarualarga.com.br

O BISTRÔ DO BECO, localizado em um casarão secular do Centro Histórico, no Beco das Sardinhas, abre suas portas para almoço executivo com pratos ornamentais e culinária francesa.

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