Folha da Rua Larga Ed.26

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Carolina Monteiro

Central do Povo debate a revitalização Há mais de cem anos o ICP promove os direitos básicos da população e orienta os moradores da região na busca por emprego e ocupação. Hoje a instituição debate os efeitos da revitalização.

Romance raro de Machado de Assis ganha ilustrações de Daniel Senise folha da rua larga O artista fala sobre o Rio de Janeiro de hoje e o de Machado descrito em Casa Velha. A obra foi publicada em folhetins ao longo do ano de 1885. Página 5

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folha da rua larga RIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2011

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 26 ANO IV

Som, luz e movimento fazem da Igreja de Santa Rita um palco contemporâneo

opinião

Instalação de teleférico irá demolir centro cultural

Divulgação

O sociólogo João Guerreiro discute a situação da Casa Amarela, no Morro da Providência, onde são oferecidas diversas atividades culturais para a população. O diretor da Casa, Maurício Hora, ilustra o artigo com uma fotografia do imóvel. página 6

lazer

André Calazans apresenta a sua Poesia Pintada O jovem escritor é um dos sócios da editora Flaneur, que publica livros como o de André Dahmer, com capas únicas, pintadas à mão. Calazans presenteia o leitor com poesias curtas, inspiradas em telas, estampadas ao lado de cada texto. página 15

gastronomia

Arte para abrir o apetite página 14

Como parte do calendário de eventos do projeto Animando a Rua Larga, a SuperUber elaborou um espetáculo que transforma a arquitetura dos monumentos históricos em uma estrutura viva e mutável. O projeto engloba também apresentações de dança e música ao ar livre.

página 9 Nilton Ramalho

nossa rua

Folha da Rua Larga completa três anos de diálogo com a região Conheça os melhores momentos do periódico que acompanha o processo de revitalização do Centro do Rio. Através da produção de conteúdo exclusivo, o veículo conquista cada vez mais leitores e aumenta a área de distribuição. Para comemorar o terceiro aniversário do jornal, a Folha da Rua Larga lança página na internet. páginas 3


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março – abril de 2011

nossa rua

Se essa Rua fosse minha

espaço dos leitores Estacionamento irregular

Fabiola Buzim

“Acho que esta rua merecia ser vista como um complexo de lojas, estacionamentos, teatros e (por que não?) cinema. Precisamos de segurança para passear nesta região e encontramos sempre muitos problemas com a guarda de carros. ”

Na Rua Miguel Couto, ao lado da Igreja de Santa Rita, os veículos se acumulam e estacionam, simplesmente, porque não há vagas nas proximidades do local. Foto enviada por leitor

Sérgio Martins, representante comercial

Fabiola Buzim

“Eu reformaria as fachadas, restauraria os prédios e melhoraria a iluminação. A avenida ficaria muito mais bonita e colorida. As ruas transversais também precisam de cuidados e as calçadas poderiam ser padronizadas. ” Márcia Cardoso, auxiliar administrativo

Lixo a céu aberto Ainda na Rua Miguel Couto, em frente à Rua Acre e Rua Major Daemon, é acumulada, ao longo do dia, grande quantidade de lixo descartado pela vizinhança local, propagando mau cheiro. Foto enviada por leitor

Fabiola Buzim

“Eu daria um ‘banho’ de humanidade nesta rua. Iria identificar os prédios históricos e organizaria passeios turísticos pela região. Não dá para preservar aquilo que você não reconhece. E esse significado tem que ser construído.” Barbara Portilho, diretora do Colégio Rivadávia Correa

folha da rua larga Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos Pousa,

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Francis Miszputen, João Carlos Ventura, Mário

Diagramação - Suzy Terra

Margutti, Mozart Vitor Serra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Direção Executiva - Fernando Portella

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Editora e Jornalista Responsável - Sacha Leite

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

Colaboradores - Ana Carolina Portella, André

www.maviartesgraficas.com.br

Calazans, Carolina Monteiro, Fabiola Buzim, Fernando

Contato comercial - Teresa Speridião

Portella, João Guerreiro, Karina Howlet Martin,

Tiragem desta edição: 5.000 exemplares

Maurício Hora, Nilton Ramalho e Teresa Speridião

Anúncios - comercial@folhadarualarga.com.br

Redação do jornal Rua São Bento, 9 - 1º andar - Centro Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690 www.folhadarualarga.com.br redacao@folhadarualarga.com.br

A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de documentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico leitor@folhadarualarga.com.br.


nossa rua

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Um jornal a serviço da cultura e da história Há três anos a Folha da Rua Larga circula gratuitamente pelas ruas do Centro Carolina Monteiro

Felipe O’Neil

Gerar discussões entre moradores, trabalhadores, governo e iniciativa privada sobre a revitalização no Centro é a missão da Folha da Rua Larga. Desde 2008, quando criada pelo Instituto Light em parceria com o Instituto Cultural Cidade Viva, a Folha da Rua Larga já passou por três reformas gráficas e pelos cuidados de três editores responsáveis pela publicação: Márcia Derraik, Mário Margutti e Sacha Leite. Através da produção de matérias exclusivas, o periódico acompanha o processo de mudança da estrutura física do Porto do Rio e região da Rua Larga (Av. Presidente Vargas até o Cais do Porto, e Rua Primeiro de Março até a Central do Brasil). Além disso, o jornal testemunha as demandas da população por mudanças profundas, sobretudo no que se refere a hábitos e costumes do carioca: limpeza urbana,

Beltrame dança valsa em baile de debutantes coletivo, na Providência Sacha Leite

O superintendente do Iphan, Carlos Fernando Andrade, em seu gabinete, na Rio Branco

Chico Anysio em entrevista sobre o filme O camelô da Rua Larga Sacha Leite

Entrevistas exclusivas para a Folha da Rua Larga - João Havelange (outubro/2009) Depoimento exclusivo do presidente de honra da FIFA sobre a importância cultural da Rua Larga, citando os anos dourados da região como polo de comércio esportivo. - Walter Alfaiate (outubro/2009) Matéria exclusiva com o músico e alfaiate que era a personificação do carioca gente boa. Uma das últimas entrevistas com o intérprete, que faleceu em fevereiro de 2010. - Carlos Fernando Andrade (março/2010) Entrevista exclusiva com o superintendente regional do Iphan, sobre educação patrimonial voltada à valorização do Morro da Conceição. - Chico Anysio (abril/2010) Entrevista exclusiva com um dos grandes ícones do humor brasileiro, que relevou os bastidores do filme O camelô da Rua Larga e do programa de rádio A turma da maré mansa. - José Mariano Beltrame (julho/agosto 2010) Acompanhamento da ação realizada pela 7ª UPP, da Providência: o secretário de segurança do Rio e cabos da polícia dançaram valsa com jovens da comunidade. - Maria da Silveira Lobo (janeiro/fevereiro 2011) Entrevista exclusiva com a pesquisadora que publicou listagem das 122 principais instituições no Centro ligadas à promoção dos direitos humanos.

Walter Alfaiate em véspera de espetáculo no CCL

prevenção de epidemias, concepção de projetos socioculturais e ambientais. “O maior desafio para um veículo é conquistar confiança e fidelidade do público. Temos hoje um número de leitores que já

justificaria o aumento da tiragem do jornal, o que é muito gratificante para nós”, declara a editora Sacha Leite. Para comemorar o terceiro aniversário do tabloide, a equipe da Folha da Rua Larga lança

o site do veículo: www. folhadarualarga.com.br. Através do portal, será possível acompanhar a produção das matérias, consultar lista de apoiadores, participar de concursos e promoções, ler reportagens na íntegra, além de acessar conteúdo adicional às matérias do impresso. A redação do jornal selecionou alguns momentos de destaque para o periódico ao longo do triênio. Trata-se de matérias sobre temas diversos, porém, especialmente, a respeito de assuntos históricos, artísticos, culturais e políticos.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


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boca no trombone

Cliques Rua Larga Fabiola Buzim

Desconhecida íntima Encontrei num bar da Rua Larga uma jovem mulher. Devia ter uns 30 anos. E eu, com os meus quase 60, não pude deixar de perceber as linhas franzidas de sua testa. Ela tomava um copo de cerveja que subia automaticamente até sua boca, deixando-lhe bigodes de espuma branca. Pela aparência, era uma pessoa, como eu, de classe média, bebendo no final de um dia de trabalho. Não parecia feliz, mas tinha uma postura digna. Também não parecia estar de baixo astral, apenas reflexiva, buscando respostas para tantas perguntas que fazemos a nós mesmos durante a vida. Quando tomava um gole, olhava ao redor, passando pelos meus olhos em reticências, sem estacionar. Às vezes me pergunto com quem conversamos quando estamos sós. Com certeza era um momento de reflexão duro, pois não havia sequer um corte de sorriso em seus lábios. Não era feia nem bonita. Não era gorda nem magra. Pelo jeito não parecia ser chefe de ninguém, nem trabalhava numa grande empresa, pois não usava crachá. Sua bolsa, que repousava na cadeira ao lado da mesa, não era de grife. Apenas uma bolsa. Tomou outro gole, acordando seus olhos para o ambiente. Depois de alguns, percebi que me viu, mas não parou, voltou para o seu mundo, franziu a testa e continuou a refletir fora dali. Era uma pessoa comum e, por isso, especial. Acho que fazia um pouco de hora para ir para casa, pegar um ônibus, um trem, sei lá... Pensei em me aproximar, me apresentar, mas isso me pareceu inconveniente. Com certeza ela iria pensar que eu a estaria paquerando, sendo inoportuno, interrompendo seu silêncio solitário. Mas a curiosidade era grande. Fiz uma autocrítica imediata: “Ei, cara! Não tem mais o que fazer do que ficar olhando para alguém que não deseja papo?”. Que vergonha! Depois de uma quase olhada dela, pedi ao garçom que me trouxesse uma caneta. Peguei um guardanapo de papel e escrevi “Não sei o que você está passando, mas tenho certeza que vai superar”. Dobrei para que o garçom lhe entregasse, mas recuei. Não entreguei: pedi mais um chope para me encorajar. Ela chamou o garçom e pediu a conta. Eu disse para mim mesmo: “É agora! Mando o bilhete, não mando...” – Não mandei. Ela pagou, se levantou, deu uma olhada de despedida para o salão, fixou seus olhos nos meus – dois pontos, travessão – deu um sorriso e se foi para sempre, deixando paga a minha cerveja. fernando portella cottaportella@globo.com

Já reparou como a Avenida Marechal Floriano é arborizada? Muitos não notam esse festejável detalhe por conta da altura das copas, que ficam acima do topo dos casarios. Carolina Monteiro

A lateral esquerda da Igreja de Santa Rita abriga um corredor dos devotos. Centenas de pessoas todo dia acendem velas, pedindo proteção aos seus entes queridos.

Trabalhamos com o Café Orfeu, um dos mais puros grãos do Brasil.

UMA DELÍCIA

Comece o seu dia com um delicioso café da manhã a kilo, na medida certa! Servimos café, chocolate, sucos, salgados, pães e guloseimas para deixar a sua vida mais gostosa.

DA MANHÃ!

Aprecie também o nosso almoço. Gastronomia internacional com um toque caseiro.

DE CAFÉ

Rua da Quitanda, 187 loja A • Centro da Cidade • RJ Tel.: 2253-5810 • www.baroa.com.br


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entrevista

Imagens para obra quase inédita de Machado de Assis Senise se inspira em artistas de rua parisienses para ilustrar os personagens de Casa Velha Carolina Monteiro

Novela publicada na revista A Estação ao longo do ano de 1885, Casa Velha, de Machado de Assis, ganha edição bilíngue e ilustrada pelo artista plástico Daniel Senise. Trazendo textos em português e inglês, lado a lado, a publicação será lançada na Academia Brasileira de Letras, no dia 25 de abril, às 18h30. Assim como Machado de Assis, Daniel Senise optou por se instalar no Centro do Rio. Há mais de 25 anos desenvolve suas criações em um ateliê próximo aos Arcos da Lapa. Trabalhando com so-

bras de silhuetas feitas por artistas no bairro de Montmartre, em Paris, Senise dá o tom para o livro raro de Machado de Assis: “Fiquei observando os artistas que recortavam em papel os rostos das pessoas. As sobras eram descartadas. Isso serviu de inspiração para as ilustrações do livro”, conta. Assim como Machado, Senise se concentrou em compor os perfis dos personagens e isso foi feito de forma a interagir plasticamente com o texto e o tipo de papel escolhido. “Silhueta é um artifício muito interessante,

porque você está interpretando plasticamente o personagem, mas não está entregando o jogo. Você mostra apenas um lado do personagem. Um exemplo disso é que existem pessoas bonitas com perfis hediondos e vice-versa”, esclarece. O artista visual explica o processo de criação das ilustrações, que mais parecem intervenções na superfície do papel: “A mãe e o padre foram desenhados. Os outros dois personagens foram recriados através de fotografias de pessoas reais, uma amiga e meu filho”.

O artista Daniel Senise e, ao fundo, uma de suas obras em sillhueta

bate-papo Qual é a diferença entre o Rio de Janeiro descrito em Casa Velha e o de hoje? Acho que o mundo do qual Machado de Assis fala em Casa Velha e o Rio atual tem uma distância muito grande. É um discurso paralisante dizer que o Rio é a cidade mais maravilhosa do mundo, já que as praias e ruas estão poluídas.

Por que optou por ter um ateliê no Centro do Rio? Acho interessante ter um ateliê no Centro porque isso gera um choque de realidade. Aqui tem outro contexto social, muito mais diverso do que o da Zona Sul da cidade. Se ficar com a minha rotina o tempo todo, os mesmos bairros, nada muda.

Qual tipo de público costuma consumir a sua arte?

De que maneira enxerga o processo de revitalização já deflagrado na Lapa?

Sou um artista plástico. Esse tipo de arte atinge uma parcela ínfima da população. Só gente culta tem hábito de consumir esse tipo de arte e não há muita gente culta no Brasil.

O problema é bem profundo. Essa história de choque de ordem... Ontem tinha um carro da polícia estacionado na calçada. Choque de ordem é uma imposição. Fico viajando no Rio Antigo, mas

antes da civilização. O Rio ficou muito detonado, houve muito crescimento desordenado, as praias estão poluídas, as ruas estão sujas, e ainda se cultiva o hábito de sujar a cidade. É uma questão de princípios.

Trecho de Casa Velha, de Machado de Assis “Lalau aproximou-se de D. Antônia, que lhe compôs o cabeção do vestido; depois foi sentar-se defronte de mim, ao pé da outra hóspeda. Realmente, era uma criatura adorável, espigadinha, não mais de dezessete anos, dotada de um par de olhos, como nunca mais vi outros, claros e vivos, rindo muito por eles, quando não ria com a boca; mas, se o riso vinha juntamente de ambas as partes, então é certo que a fisionomia humana confinava com a angélica, e toda a inocência e

toda a alegria que há no céu pareciam falar por ela aos homens. Pode ser que isto pareça exagerado a uns e vago a outros, mas não acho no momento um modo melhor de traduzir a sensação que essa menina produziu em mim. Contemplei-a alguns instantes com infinito prazer. Fiei-me do caráter de padre para saborear toda a espiritualidade daquele rosto comprido e fresco, talhado com graça, como o resto da pessoa. Não digo que todas as linhas fossem corretas, mas a alma corrigia tudo”.

Vê alguma solução para os problemas citados?

Casa Velha / The old house Sinopse: Versão em inglês por Mark Carlyon sobre texto original de Machado de Assis Ilustrações: Daniel Senise Preço: R$ 65 Páginas: 236 Editora: Cidade Viva

Acredito que a solução seja uma questão de longo prazo e, a meu ver, o problema principal é a educação. Falta aqui a consciência de que o indivíduo faz parte de um grupo social.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


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opinião Casa Amarela na mira das obras do Porto Maurício Hora

No dia em que se iniciava o Fórum Urbano Mundial no Armazém do Porto do Rio (22/03/2010), houve a ocupação do Morro da Providência pelo Bope. Era o início do processo que culminou na implantação da sétima UPP no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2011, foi formalizado o início das obras de urbanização no Morro da Providência. Estimadas em R$ 131 milhões, as obras preveem a construção de habitações populares em terrenos ainda não definidos, um teleférico ligando o Morro à Cidade do Samba e à Central do Brasil, além de um plano inclinado indispensável para a acessibilidade interna. A Providência nunca teve tantos investimentos públicos nos seus 114 anos. Entretanto, morros ou comunidades não são guetos – ou pelo menos não deveriam ser vistos como tal – e estão inter-

ligados com todo o tecido social do seu entorno. No caso específico da Providência, tem que se levar em conta o projeto de modificação da Zona Portuária: o Porto Maravilha, que busca transformar a região em “um polo turístico e de investimento para empresários de vários setores” (portomaravilhario. com.br/oprojeto/). Para adequar a Zona Portuária aos interesses dos investimentos privados – vistos pelo poder público como indispensáveis para o sucesso do projeto – parâmetros urbanísticos foram modificados, o que permitirá a construção de edifícios de até 25 andares em algumas áreas da região. Como consequência, já há um processo de alta valorização dos terrenos nas proximidades do Cais do Porto. Por esses motivos, no Morro da Providência, o preço dos imóveis já subiu. Casas serão demo-

lidas para a implantação do plano inclinado, e seus moradores, indenizados. Os valores oferecidos até agora estão acima do que realmente pagaram e investiram em seus imóveis. Porém, com a alta do preço das residências na Providência e no entorno, esses valores se tornam irrisórios para a realocação desses moradores. Já falamos, aqui neste espaço, da Casa Amarela: uma das instituições culturais da Providência que conta com um Balcão de Direitos para os moradores e vem promovendo eventos como o Sarau Providencial e o Cine Morro da Providência. Essa instituição se vê agora com a necessidade de fechar as portas e buscar, com a indenização, outro espaço para desenvolver suas atividades. A inauguração da biblioteca que seria implantada no local – e se chamaria Espaço da Leitura Ana Maria Machado,

em homenagem à doação da escritora ao Sarau Providencial – foi suspensa. Neste caso, e no de outros moradores com quem tivemos contato, muito mais do que dinheiro, o que se quer é uma realocação no mesmo espaço. Em algumas ocasiões, ampliando as construções de habitações populares no entorno e garantindo o reassentamento dessas famílias. Em outras, criando espaços públicos comunitários para abrigar os projetos socioculturais já existentes ou, pelo menos, discutir seriamente com os envolvidos nesse processo de revitalização: moradores, agentes culturais e comerciantes locais. Pelo menos neste ponto, o projeto deve ser democrático e participativo.

joão guerreiro jguerreiro2@gmail.com

Outras cores e novos caminhos para a Rua Larga O Rio de Janeiro visto de cima é verde. A partir da foto da repórter do jornal, percebemos que a própria Avenida Marechal Floriano é arborizada. Já ouvimos dos alunos do Colégio Pedro II que esta é cinza. Mas a foto publicada na página 4 faz cair por terra esse tabu. Como pode ser cinza um lugar que apresenta um monumento tão idílico quanto a Paróquia de Santa Rita? Que expõe as garrafas cromáticas do Armazém Paladino, bar que sempre conserva o letreiro fechado até a metade? Que segura, triunfante, os prédios do Colégio Pedro II, Light e Itamaraty? Que conserva os sapatos artesanais do Souza e os instrumentos da Bandolim de Ouro, assim, com viço de dedilhado dos instrumentistas que lá se reúnem, produzindo uma atmosfera de estudantina, tom sépia-amarelado? Por essa rua passam ainda hoje centenas de pessoas. Antes da construção da Avenida Presidente Vargas, a Rua Larga era a via com maior circulação no Centro do Rio. Inspirado nessa multidão, Chico Anysio deu título a um dos filmes que roteirizou O camelô da Rua Larga, apesar de não apresentar sequer uma locação na região, segundo entrevista concedida pelo humorista à Folha da Rua Larga. As sacarias da Saúde ventam os tecidos tonalizados, panos de diversos tipos acenam uma época proferida pelos mais velhos como um tempo bom que não volta mais. “Eu me lembro! Ia com a minha mãe comprar no Dragão, a fera da Rua Larga”. Ou: “Brincava carnaval com o bonde da Light todo enfeitado”. E ainda: “Passava noites maravilhosas nas casas noturnas da região, tenho histórias impublicáveis guardadas na recordação”.

Esses foram alguns dos depoimentos que colhi espontaneamente pelos caminhos, apenas por mencionar “Rua Larga”. Essa expressão dispara uma série de lembranças de anos dourados, com palavreados, costumes e vestimentas distintos. Poderíamos publicar coleções com o tema “Memórias da Rua Larga”, apesar da dificuldade com o registro fotográfico. Há três anos essas memórias vêm sendo registradas de forma dinâmica. A cada dois meses, publicamos este periódico para que você, leitor, saiba do que se passa hoje nesta região. Este tabloide de distribuição gratuita visa dialogar com moradores, empresários, trabalhadores e autoridades competentes a respeito da intensa transformação pela qual a antiga Rua Larga e seus arredores estão vivenciando. Tal como fez Pereira Passos, o atual prefeito vem marcando o seu governo com ações estruturais no Centro do Rio. Fica a cargo dos cidadãos que frequentam o lugar, independentemente de ideologia política, discutir de que forma essas ações impactarão a arquitetura e a aura do coração da cidade. Tiro a cartola para quem se interessar por ler sobre a região e postar imagens, depoimentos, críticas e sugestões em um intervalo menor que dois meses, acessando o site www.folhadarualarga. com.br. Não deixe de dar a sua opinião sobre o impresso e a página na internet do jornal. O registro do passar do tempo sempre foi algo importante para o ser humano, desde os anos dourados da Rua Larga, quando o Rio era mais verde, mas não mais colorido.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


(21) 3289-2443 / 2206-1800

Foto: victor Miranda

Site: www.principado.com.br E-mail: vendas@principado.com.br AV. MARECHAL FLORIANO, 153 A 161 - CENTRO - RIO DE JANEIRO - RJ

A EnERgiA dA ElEtRoBRAs ElEtRonuClEAR ContRiBui pARA o CEntRo do Rio CREsCER CAdA vEz MAis. Com as usinas Angra 1 e Angra 2 gerando o equivalente a mais de 30% do consumo do Estado do Rio de Janeiro e o avanço da construção de Angra 3, a energia nuclear se torna cada vez mais importante para o desenvolvimento. Acesse www.eletronuclear.gov.br e conheça mais sobre a energia que está crescendo junto com a nossa cidade.

Ministério de Minas e Energia


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cultura

Carioca, cultural e cadenciado Diretor do CCC e presidente do Polo Novo Rio Antigo coordena espetáculo na Rua Larga André Telles

O Beco das Sardinhas, tradicional complexo de bares a céu aberto no coração da antiga Rua Larga, já tem o que comemorar. Mesmo não recebendo as melhorias em infraestrutura prometidas pela prefeitura, o lugar será palco de diversas atrações culturais. Dança de rua, música ao vivo e espetáculo de luzes são algumas das intervenções que farão parte da programação do Animando a Rua Larga, projeto idealizado pelo Instituto Light. Trata-se de um circuito de eventos culturais ao ar livre, que pretende revelar e promover cultura e história locais. O coreógrafo Isnard Manso mesclou trechos dos espetáculos Bota Abaixo, em que aborda a reforma de Pereira Passos no Centro do Rio, no início do século XX, e Nove danças, Clarice e uma praça, inspirado em A descoberta do mundo, livro de Clarice Lispector: “Nossa matéria-prima é a dança popular. O samba é o princípio gerador de todo o nosso movimento de cena. Não fazemos dança de salão. Fazemos música para ver”, explica o diretor da Cia de Dança Centro Cultural Carioca. O empresário e presidente do Polo Cultural Novo Rio Antigo explica como serão as

noites de 8, 15, 29 de abril e 6 de maio, sempre às sextas, das 18h às 21h, no Beco das Sardinhas: “Eu vou ser o DJ com pitombas, maxixes e sambas por uns 15 a 20 minutos. Daí, em seguida, vai entrar o Choro na Feira, tocando por 1h30”. Após a apresentação do grupo Choro na Feira, Isnard voltará a tocar por 30 minutos. Segundo ele, a cada sexta-feira será feita uma intervenção urbana diferente. De acordo com o produtor cultural, a performance não apresenta texto ou qualquer linguagem verbal: “Não contamos historinha. Todo suporte é montado em maxixes e sambas. Queremos despertar no cidadão o gosto pela cidadania e interagir com a plateia”, conta. Nascido e criado em Copacabana, amante do rock n’ roll, Isnard revela que, há 20 anos, se apaixonou pelo Centro do Rio. Mudou-se para Santa Tereza e, em 1994, passou a trabalhar na Praça Tiradentes: “Através da dança você começa a conhecer a cidade. Ao conhecer a cidade você passa a gostar. Daí, começa a querer proteger”, conceitua. Além de coreógrafo, é proprietário de dois centros culturais no Centro do Rio, mora no bairro há duas décadas e preside o Polo Cultural Novo

“A dança é um instrumento de inserção social muito importante”

Isnard Manso e a Cia de Dança CCC, em apresentação no Largo de Santa Rita Divulgação

Cena do espetáculo Bota Abaixo, sobre a reforma do prefeito Pereira Passos

DOM DE VINHO domdevinho@domdevinho.com.br

Rio Antigo, a fim de organizar as próprias reivindicações e as dos vizinhos. “No momento em que a região é palco de um processo de revitalização, é preciso reconstruir a autoestima do carioca. Fazemos isso através da dança”, esclarece. Ele afirma que esta é uma boa oportunidade para conhecer a região da Rua Larga: “O objetivo da Light, há muito tempo, é trabalhar a renovação urbana da Rua Larga. Morro da Conceição, Cais do Porto... Escavando quatro metros para baixo da terra, com certeza irão descobrir muita coisa”.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br

RUA DOM GERARDO 64 2516 2645 LOJA F


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SuperUber redesenha a fachada de Santa Rita Arquitetura viva traz fusão do tradicional com o contemporâneo para a Rua Larga Divulgação

Como parte do calendário de eventos do projeto Animando a Rua Larga, a Light trará para a Avenida Marechal Floriano o mais novo conceito em iluminação de fachadas. A produtora SuperUber, que expôs sua obra recentemente na Bienal Mundial de Criatividade, em Oklahoma, EUA, explica o que é a arquitetura viva: “Múltiplos projetores sincronizados cobrem a volumetria com uma camada digital que dá luz, som e movimento ao objeto”. Através de uma técnica inovadora, os artistas visuais Liana Brazil, Russ Rive, Marcelo Pontes e Fabiana Moraes transformarão a igreja, erguida em 1721, num objeto lúdico, dotado de som, luz e movimento. Nos dias 26 e 27 de maio, as projeções terão início às 18h e acontecem de 20 em 20 minutos, até às 22h. Para que o espetáculo seja completo, a rua será fechada para o trânsito, permitindo que os pedestres assistam ao espetáculo de perto. A diretora de arte da SuperUber, Liana Brazil, explica que serão produzidas animações especialmente para a arquitetura, por meio de um software customizado que permitirá alinhar as imagens sobre cada aresta da volumetria. O projeto criaria um diálogo único e original entre arquitetura, animações, software, sincronização, projeção e iluminação. Que elementos inspiraram a elaboração do roteiro para a projeção na fachada da Igreja de Santa Rita? De que forma se dará a ambientação? Fabiana Moraes: O próprio cenário nos inspirou a criar essa narrativa. Ini-

cialmente, queremos chamar a atenção do público do Beco para algo que estará prestes a acontecer na Igreja Santa Rita. Ícones tradicionais católicos, como badaladas de sino, tique-taque do relógio e uma revoada de pombas brancas, marcam o início da performance. O sincronismo de música e efeitos sonoros com a imagem criará um ambiente fantástico. Num segundo momento, o valor histórico e cultural da arquitetura do século XVIII é ressaltado. Linhas de luz mostram a riqueza dessa construção. Num terceiro momento, ludicamente, mostraremos ao espectador uma transformação do que era concreto e imutável. Desconstruiremos a fachada e inseriremos elementos fantásticos que reagirão ao espaço modificado. Quebraremos a tradição do concreto. Criaremos a ilusão de que a fachada está viva e em constante mutação. Será o auge da performance. Liana Brazil: Queremos criar impacto com uma performance mais curta e intensa, que abre a noite, e se repete de meia em meia hora. Ela é seguida de um conteúdo de ambientação, que preenche o volume da igreja com cores, texturas e imagens lentas, mostrando que a igreja está viva, prestes a revelar mais imagens a qualquer momento. Para o momento performático, a ideia é começar com algo que chama atenção para a performance, mostrar que controlamos as curvas e ângulos do volume da fachada, e ir aos poucos desconstruindo-a. Múltiplos projetores sincronizados cobrem a volumetria com uma camada digital que dá luz, som e movimento à igreja.

O que significa para você criar uma intervenção urbana em uma área em processo de revitalização? Qual o significado de desconstruir um monumento histórico do século XVIII no coração de um tradicional complexo de bares a céu aberto na região da Rua Larga? Fabiana Moraes: É iluminar esse espaço, levar luzes para todo canto do Beco. É estabelecer a importância de preservar a cultura e o valor histórico de nossas obras. É levar ao turista e ao povo carioca o astral do Centro tradicional e rico do Rio de Janeiro. É mostrar que existem outras coisas além da nossa crença, e que as questões mudam conforme necessidade sociocultural. Liana Brazil: Chamar a atenção das pessoas para a área, criar impacto e encantamento. Principalmente, mostrar que a igreja, o Beco em frente, a rua, a área são donos de uma identidade desenvolvida ao longo de muitos anos, são espaços públicos com história, com vida, com características especiais que podem e devem ser aproveitadas por todos. A arquitetura, principalmente de um prédio antigo, é tida como algo sólido, imutável. A ideia é brincar com essa noção, transformar o real em algo irreal, inesperado, mutável. Novo pároco chama para o Dia de Santa Rita Desde março, a tradicional Igreja de Santa Rita tem novo pároco. Bombeiro e devoto de São Jorge, o padre Wagner de Toledo tem algo de muito distinto: o gosto pela cultura. Ele convocará todos

Divulgação

os fiéis que visitarem a igreja em 22 de maio, dia de Santa Rita, para as projeções multimídia dos dias 26 e 27 do mesmo mês. O recém-empossado religioso manifesta apoio à cultura: lembra a todo tempo que, em 2011, a paróquia completa 260 anos: “Gosto muito do diálogo com a cultura. Vou chamar a todos do dia da Santa Rita, que costuma acumular mais de 20 mil pessoas na região”, garante. Padre Wagner costuma celebrar a missa de São Jorge, que, segundo ele, leva 150 mil pessoas durante todo o dia 23 de abril. O santo é uma marca do padre, que colocou um cartaz com a imagem da entidade logo que chegou à paróquia. “Sou salgueirense, gostou muito de carnaval. A igreja é jovem, viva. Meu sonho é fazer um bloco na Avenida Rio Branco. Se a Bahia tem os Filhos de Gandhi, aqui, com certeza, teremos os Filhos de Rita”, brinca o padre, que promoveu batalha de confete na Igreja de Santo Antônio, onde era pároco, no Méier. “Estou com uma expectativa muito grande. Para nós vai ser uma grande festa e uma homenagem tanto pelo dia de Santa Rita quanto pelos 260 anos da paróquia. Tenho grande preocupação com a conservação do patrimônio. Temos que ver manutenção de fiação, telhados, calhas, verificar marquises e focos de água parada. Este lugar é uma coisa fantástica. O Morro da Conceição, logo ali, é um dos últimos morros remanescentes da fundação da cidade.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br


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social

Central do Povo completa 105 anos de cidadania Inclusão digital, capacitação e cuidados médicos são alguns dos serviços prestados Divulgação

O Instituto Central do Povo completa 105 anos no dia 13 de maio. Além do aniversário, a instituição comemora duas parcerias firmadas em 2011, com o projeto Criança Esperança e com a Coca-Cola. Nesta última, a proposta é qualificar 600 pessoas para trabalharem nas fábricas da empresa. “Temos boas expectativas nessas parcerias. É um modo de ampliar nossas ações”, explica Regina Camargo, assessora institucional do ICP. “Nós atuamos numa área onde vivem cerca de 400 mil moradores dos Mor-

ros da Providência, Gamboa, Saúde, Santo Cristo, Central do Brasil e Zona Portuária. Há uma grande demanda de pessoas que procuram o Instituto sem perspectiva de trabalho e de vida”, comenta. Já o diretor Ronaldo Pereira afirma que, atualmente, há uma preocupação em orientar os moradores da região para as transformações que vão ocorrer com o Projeto de Revitalização do Centro, principalmente para os moradores que terão suas casas desapropriadas. “Esperamos que o governo exerça o seu papel de estado democrático. Os

ICP: auxílio em identificação civil e domínio da linguagem digital

moradores devem ser reconhecidos como cidadãos e ter seus direitos garantidos. Qualquer intervenção do governo (municipal, estadual ou federal) deve ser pautada pelo diálogo. Mas as pessoas que se sentirem prejudicadas podem contar com o ICP para ajudar, orientar, inclusive com a assessoria jurídica”, afirma. O instituto, fundado em 1906 pelo missionário norte-americano Hugh Tucker, desenvolve uma obra abrangente e está relacionado essencialmente à área de educação. Em parceria com a Prefeitura Municipal do Rio de Ja-

fabiola buzim e sacha leite fabiolabuzim@gmail.com


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neiro, mantém a Creche Escola, oferecendo ensino em horário integral às crianças a partir de três meses de idade. “Aqui elas recebem alimentação, banho e quatro refeições diárias. Temos uma sala de leitura multifuncional, um cineminha e um espaço para recreação”, explica Regina. Mantido pela Igreja Metodista do Brasil, o ICP recebe doações de países como EUA, Alemanha, Espanha e Holanda. O Instituto também administra um centro médico, que oferece atendimento gratuito de clínico geral, dentista, fisioterapia e gastroenterologia. Só no ano passado, foram realizados 5.500 atendimentos. “Também fazemos pequenas cirurgias e temos parcerias com médicos solidários, que abrem seus consultórios e assim

conseguimos atendimento para todas as especialidades”, comenta a assessora. O Programa de Inclusão Digital e a Padaria Escola são outros projetos desenvolvidos. O primeiro, em parceria com Comitê para Democratização da Informática (CDI), oferece cursos de formação em informática, com duração de quatro meses. Já na padaria, os alimentos produzidos nas aulas – pães, biscoitos, bolos e doces – são servidos na creche ou vendidos para a comunidade a preços populares. O assistente social americano Marion Way reside no Brasil há 49 anos em função do projeto e acompanhou de perto o crescimento do ICP. Ele explica que o fundador esperava que esse tipo de trabalho não fosse necessário por muito tempo, mas o que

acontece é o contrário. “É um histórico de ações concretas. Formamos uma rede de pessoas, são, ao todo, 65 funcionários e alguns voluntários. É gratificante relembrar as histórias de pessoas que chegavam aqui sem perspectiva e que saíram com outro olhar sobre a sua realidade”, comemora. O pedagogo Sérgio Silva, de 37 anos, é fruto desse trabalho. Ele chegou ao projeto com quatro anos de idade e hoje é coordenador pedagógico da instituição. “Eles pagaram a minha faculdade. Sou um exemplo de que o trabalho social bem estruturado pode de fato modificar a vida de uma pessoa”, garante.

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Volta às aulas na Bandolim As tradicionais oficinas de música voltam à antiga loja-luthier Carolina Monteiro

Riquinho dos Anjos, com seu cavaquinho, ao lado de Daniela Souto, dona da Ao Bandolim de Ouro

Após trocar de endereço – passou do número 52 ao 120, na mesma Avenida Marechal Floriano – a tradicional loja de instrumentos musicais Ao Bandolim de Ouro voltará a oferecer os seus celebrados cursos de música. Riquinho dos Anjos é um dos professores confirmados para ministrar oficinas de cavaquinho, violão, voz e bandolim. Segundo a proprietária, Daniela Souto, a previsão de abertura de vagas já é no início de maio. Por ter como marca a fabricação própria de instrumentos de excelência, a loja conserva ícones da MPB em sua cartela de clientes, como Paulinho da Viola, Dudu Nobre e Beth Carvalho. Todos os sábados pela manhã uma roda de chorões ocupa quase todo o espaço da pequena loja. Estudantes, trabalhadores e curiosos param para assistir e muitos acabam “dando uma palhinha”. Os encontros são uma espécie de ensaio aberto, momento de experimentação e celebração musical entre amigos. As oficinas de música da

loja Ao Bandolim de Ouro já contaram com mestres como Dino Sete Cordas e Zé do Cavaco. Depois de quatro anos de interrupção nos cursos e mudança de endereço, as aulas prometem retornar a pleno vapor. Daniela Souto conta que nunca tinha conversado com Riquinho, apesar de ser cliente antigo: “Um amigo indicou o Riquinho como professor. Vi a apostila que ele faz: é exemplar”, avalia. Riquinho dos Anjos conta que sua vida se resume, desde o seu nascimento, a uma palavra: superação. “Nasci com 6 kg, língua presa, paralisia facial e uma deformidade congênita nas mãos. Fui direto para a mesa de operação. Estar aqui com vocês é um milagre”, relata. O integrante da Velha Guarda Musical da Portela cursou faculdade de Matemática. Depois de graduado, passou a se dedicar inteiramente a música. O músico lembra que o primeiro professor de cavaquinho a quem procurou disse que ele não poderia tocar o instrumento. Ao

ouvir um segundo mestre, Riquinho foi incentivado a prosseguir: “Quer tocar cavaquinho? Então você vai tocar”. A partir de então trilhou sua trajetória na música passando a dominar diversos instrumentos. Hoje, ele é professor: “Mestre é aquele que sensibiliza, faz a pessoa se desenvolver, estimula. Desafiaram-me muito. Até hoje me desafiam, chamando de carregador de cavaquinho. Quando começo a passar o som, acham que dou o hoddie. Mas no momento em que começo a tocar, viram fãs, querem tirar foto comigo”, comemora. “O Zé do Cavaco se surpreendeu em 2002, quando, aqui na loja, toquei com o cavaquinho de cabeça pra baixo”, lembra Riquinho, enquanto toca música clássica, bossa nova e dó re mi fá em um cavaquinho de destro, apesar de ser canhoto. Para saber mais sobre os cursos, informe-se pelo telefone (21) 2233-2696.

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morro da conceição Vilma Lúcia Gomes Coutinho, uma educadora exemplar Após formar-se em magistério, Vilma Lúcia Gomes Coutinho teve várias oportunidades de seguir outros caminhos profissionais, mas preferiu ensinar. A jovem professora então alugou uma pequena casa no Morro da Conceição, onde começou a dar aulas para acompanhamento escolar e cuidados iniciais nos primeiros anos de vida. Em 1979, com um número crescente de crianças que necessitavam de um espaço de estudo e alimentação, ela criou a Cape Gamboa, que tinha como objetivo ajudar as mães carentes da região. Com o passar do tempo e o aumento da procura pelo espaço, as dificuldades também aumentaram, pois ela não contava com nenhum apoio governamental ou empresarial.

tradicional, voltada para a formação holística das crianças, associada a uma equipe eficiente foi a receita certa para ensinar e preparar as crianças para um futuro bem-sucedido. Por esse motivo, o Paraíso Infantil está cada vez mais sólido e crível. Hoje, o espaço físico é dez vezes maior do que quando começou, contando com turmas da pré-escola ao primeiro segmento do ensino fundamental (antigo primário) e do segundo segmento do ensino fundamental (antigo ginásio), além de berçário e cursos de informática, inglês e capoeira. São gerações que se sucedem, ex-alunos que hoje levam seus filhos para a escolinha. Vilma Lúcia Gomes Coutinho, uma iluminada do ensino, faz o nosso país mais rico

As vantagens de se conservar o patrimônio histórico Prefeitura responde às dúvidas dos comerciantes que ocupam imóveis tombados Como adequar a fachada do seu imóvel e conservar o melhor espírito do Rio Antigo? As dúvidas de alguns leitores levaram a Folha da Rua Larga a buscar o código de conduta exigido pelas autoridades competentes aos comerciantes que possuem imóveis tombados. “Em uma área de revitalização é natural que os cidadãos encampem incentivos”, opina José Matoso, proprietário do restaurante Gioconda Café. Uma vez feita a adequação, Matoso propõe que existam contrapartidas práticas para que os cidadãos possam manter os benefícios adquiridos com as obras. Paulo Vidal, coordenador de Conservação da Secretaria do Patrimônio Cultural (Subpc), declarou à Folha da Rua Larga já existirem incentivos para os que conservam o imóvel preservado: “Além da isenção de IPTU, eles ficam isentos de taxa de

Carolina Monteiro

José Matoso, dono do Gioconda Café, ao lado da gerente, Elisângela Araújo

licenciamento da obra, e a empresa contratada, isenta de pagamento de ISS”. O coordenador reconheceu a importância da divulgação dessas informações para a população: “É importante saber destes be-

nefícios, pois as obras ficam mais baratas, uma vez que a empresa contratada não pagará o imposto”, explica Vidal. Ele enumera ainda outras vantagens de se conservar e manter o patrimônio resguar-

Saiba como obter a isenção de taxas Como saber se um imóvel é tombado? Entre em contato com a SUBPC, através do telefone 2976-6626, e informe o endereço do imóvel. A reposta é imediata. Qual é o procedimento para solicitar a isenção de IPTU? Os processos são abertos na Secretaria Municipal de Fazenda, na Coordenadoria do IPTU. Anteriormente à abertura deste processo, deverá ser solicitado à SUBPC, em processo próprio, o Certificado de adequação do imóvel. Mais informações pelo telefone 2976-6626, com um dos arquitetos que compõem o quadro da SUBPC.

Creche Paraíso Infantil

Era preciso ter uma equipe técnico-pedagógica eficiente para assistência integral na educação dos alunos que chegavam de todos os lados. A professora então criou a Creche Escolar Paraíso Infantil, com a finalidade de obter recursos próprios para a continuidade da assistência às crianças bolsistas, que tanto necessitavam desse apoio. Veio a nova fase da escola. Empreendedorismo e idealismo aliados à metodologia pedagógica

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e o Morro da Conceição orgulhoso em colecionar personagens que passam com suas histórias fascinantes através dos seus quatro séculos. Não é por acaso que o uniforme do Paraíso Infantil é branco e verde: paz e esperança. E fica ali, na Travessa do Sereno, com a Pedra do Sal aos seus pés. É quase um paraíso mesmo!

De que forma é possível solicitar a isenção de ISS? Os pedidos de reconhecimento de isenção de ISS deverão ser protocolados na Coordenadoria do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza da Secretaria Municipal de Fazenda e individualizados por tributo. Como denunciar obras irregulares? Entrar em contato com os órgãos descentralizados da SMU responsáveis pelos embargos, a fim de registrar a denúncia, ou contatar a SUBPC, através do telefone 2976-1000, ou através da ouvidoria da Prefeitura do Rio de Janeiro, site www.rio.rj.gov.br e telefone 1746. Posso parar de pagar IPTU porque o imóvel foi tombado ou preservado? Não. As isenções não são automáticas e devem ser solicitadas. Em quanto tempo consigo obter a isenção de IPTU? Não há tempo determinado para conclusão dos processos. Onde posso encontrar informações recomendáveis sobre manutenção e conservação de imóveis tombados? No site: www.rio.rj.gov.br/patrimonio ou pelo telefone 2976-6626.

teresa speridião teresa.speridiao@gmail.com

Fonte: Subsecretaria do Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design (SMC/Subpc)

dado, no caso de imóveis que estejam dentro do perímetro da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha: “Estão previstas na Lei 5128/2009 a remissão de dívidas de IPTU, a isenção de pagamento de ITBI na venda do imóvel, entre outras vantagens”. Além disso, Vidal adianta que está sendo elaborado um Plano de Investimento no Patrimônio Cultural da Área do Porto Maravilha, a fim de programar financiamentos com chamadas por edital, a ser lançado pela CDURP em conjunto com a SMC/Subpc. Ainda de acordo com Paulo Vidal, há previsão de multas para os imóveis em estado inadequado de conservação, que venham a colocar em risco a população. As obras executadas sem prévia autorização e licenciamento também estão sujeitas a penalização. Segundo o coordenador, estas taxas são aplicadas pela Secretaria Municipal de Urbanismo, e há, ainda, previsão de multa no valor de 50% do dano causado ao Patrimônio Cultural, conforme estabelece a legislação federal (Decreto Lei 25/1937).

sacha leite e fabiola buzim redacao@folhadarualarga.com.br


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gastronomia

Sacabral: uma combinação perfeita de arte e boa comida

receitas carol

Carolina Monteiro

O momento dedicado ao almoço não precisa ser sempre algo corrido e estressante. É possível unir uma boa refeição a um local aconchegante sem que se perca a hora de voltar ao batente. E o restaurante e bar Sacabral é uma prova concreta disso. Inaugurado em maio do ano passado, o Sacabral Bar Art and Gallery é, como o próprio nome diz, uma mistura de restaurante, bar e galeria de arte. Localizado na Rua Sacadura Cabral, esquina com a Ladeira do Escorrega, o Sacabral Bar Art and Gallery ocupa um grande espaço de dois andares, decorado por tudo quanto é tipo de arte. Atualmente, estão expostos na casa quadros de artistas do Morro da Conceição. Além de exibir obras que são colocadas à venda, a casa é também decorada com objetos pessoais dos seus donos, que vão desde uma coleção de motos de todos os tamanhos e tipos, até instrumentos musicais produzidos com os mais diversos materiais, como um baixo de tamanho original feito de arame de solda ou um incrível saxofone de bambu. “A maioria dos objetos decorativos do Sacabral vem da nossa casa. Nós adoramos o artesanato, as relíquias. Nossa casa parece um antiquário. Então tivemos a ideia de trazer muitas coisas para cá para compartilhar essas belezas com outras pessoas”, explica a proprietária da casa e artista plástica Ana Tannus. Ela e o marido, Carlos Alberto de Souza, que é arquiteto, têm também outra “mania”: a reciclagem. Toda arte exposta na casa tem como tema o uso de materiais reciclados. Além disso, as

O outono já chegou e o verão vai deixar saudades... Por outro lado, um clima mais fresco e ameno combina muito bem com a boa mesa. É nesse clima que vamos para a cozinha, inspirados numa culinária leve e aproveitando a Páscoa que já é no final do mês. Nessa época, as mesas ficam far-

tas e o bacalhau vira carro-chefe, porém temos outros peixes que podem fazer esse papel muito bem, como na receita de hoje: tilápia ao alho e limão. Isso na verdade é um incentivo para aumentarmos nosso consumo de peixe e desmitificarmos a presença deles em nossa cozinha.

Tilápia ao alho com limão

ACP

Todos os móveis são feitos de material reciclado Carolina Monteiro

São oferecidas mais de 100 opções de pratos

paredes e os objetos decorativos são feitos em material reutilizado. Os móveis e os lustres, desenhados por Carlos, são todos diferentes uns dos outros, e o resultado é um ambiente moderno e eclético. A qualidade da comida servida no Sacabral não fica a dever em nada para a beleza do lugar. Os donos são experientes no ramo e já possuem outro restaurante, o Astrobar, no Planetário da Gávea, de onde eles trouxeram o cozinheiro, que já trabalha com eles há seis anos. A casa serve todos os tipos de pratos. O cardá-

pio muda diariamente para atender uma clientela fiel e exigente. “Servimos mais de 100 tipos de pratos. Sempre temos opções mais simples e baratas, e outras mais requintadas, assim conseguimos agradar a todos os nossos clientes, que podem comer aqui todos os dias, sempre variando de prato”, diz a proprietária. De entrada, a sugestão é queijo brie com geleia de damasco (R$18) ou a clássica porção de pastel (R$12). Como prato principal, algumas sugestões são filé mignon ao molho de requeijão com fritas (R$ 22,20), risoto de ca-

marão (R$ 22,20), carne seca desfiada com purê de abóbora (R$16,80) ou a famosa lula com arroz de brócolis (R$ 22,20). Outro prato que faz muito sucesso é moqueca de peixe com pirão (R$ 24). Nos dias mais frios, a casa serve também caldos, como os de batata baroa, ervilha e cebola (R$ 14,10). É aconselhável guardar lugar para a sobremesa. São deliciosos os doces caseiros de frutas, feitos pela mãe da proprietária (R$ 4). A lotação da casa na hora do almoço, onde cabem mais de 120 pessoas sentadas, é uma prova de que boa comida e ambiente agradável são uma combinação perfeita para quem quer almoçar no Centro da cidade. Rua Sacadura Cabral 63A - Praça Mauá Fone: (21) 2233-6030

karina martin karina.martin@light.com.br

Ingredientes 500 g de filés de tilápia ou outro peixe branco de carne firme, limpo e sem espinhas 10 dentes de alho partidos grosseiramente

10 molhos de alho 2 colheres de chá de azeite 6 colheres de sopa de suco de limão Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo: Aqueça uma frigideira com metade do azeite. Quando estiver bem quente coloque metade dos filés com a parte da pele para baixo, junto com metade do alho e das folhas de louro. Polvilhe sal e pimenta. Deixe que os peixes cozinhem levemente até ficarem com um tom dourado. Coloque metade do suco de limão na frigideira e vire os peixes com a ajuda de uma espátula, com cuidado para não machucá-los. O segredo é esperar a frigideira estar bem quente antes de colo-

cá-los. Deixe que dourem de ambos os lados e retire-os do fogo, regue a frigideira com água e guarde o caldo que se formar. Repita o mesmo processo. No momento de servir, regue os peixes com o caldo e decore com folhas de louro frescas e dentes de alho. Bon apetit!

ana carolina portella carolnoisette@hotmail.com Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol. blogspot.com


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lazer Poesia Pintada Negra esguia, de vida bruta, que conduzia cesta de fruta.

COLORIDA

AZUL E ROSA

Menino, por que estás triste? Vai brincar, não me ouvistes? Menino de olhar calado, acorda cá do meu lado. O barquinho de papel também serve de chapéu.

E se não ficar perfeito, dá aqui que eu endireito. Deverias estar prosa nesta fase azul e rosa. Devias ser poesia pra brincar no dia a dia.

Gastronomia Internacional

Além dos mais deliciosos pratos espanhois, o restaurante Fim de Tarde oferecerá nesta páscoa o imperdível bacalhau da Noruega. Vale a pena conferir!

Rua Miguel Couto, 105 – Loja B – Centro – Rio de Janeiro Tel.: (21) 2516-2409

Tão colorida a tua veste: vermelho sangue, azul celeste.

FLOCO DE NEVE O campo Da planta vermelho e branco. faz floco de neve. No ombro, trabalho sem pranto. O corpo pesado que pede.

andré calazans andrechamun@yahoo.com.br


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dicas da cidade África hereditária e interativa Você sabia que 2011 é contações de histórias soo Ano Internacional dos bre o continente africano, Afrodescendentes? Pen- em que o público partisando nos homenagea- cipa como personagem. dos, o Centro Cultural De terça a sexta, das 13h da Justiça Federal fará às 17h, durante o mês de jogos, dramatizações e abril. Entrada franca. Rio antigo, um passeio no tempo Ainda no CCJF: o de- tas e acessórios utilizados partamento de educação pelas mediadoras e pelo da instituição contará a público contarão a história História do Rio desde da cidade. De terça a sexa época indígena até os ta, das 13h às 17h, durante anos dourados da antiga o mês de abril. Entrada capital federal. Vestimen- franca. Centro do Rio a pé Quer fazer algo dife- ruas do Centro e seus rente no domingo de Pás- monumentos até as 14h, coa? Na data, o Roteiro finalizando no Largo da Geo Rio trilhará o (Re) Carioca. As visitas são Conhecendo o Centro do gratuitas e guiadas por Rio a Pé. O ponto de en- um grupo de professores contro será às 9h55, no e pesquisadores da UERJ. Mosteiro de São Bento. Informações: roteirosgeO passeio seguirá pelas orio@uol.com.br

Chorinho-matinê no Centro Cultural Light O projeto Choro Aperitivo traz Ronaldinho do Cavaquinho ao palco do Centro Cultural Light. Grandes mestres do Chorinho, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Anacleto, Raphael Rabello, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo, e suas inesquecíveis composições serão homenageados ao longo de dezesseis espetáculos. Desde 2008, Ronaldinho do Cavaquinho apresenta o Show Itinerante, realizado em 26 cidades do interior do estado e assistido por mais de nove mil pessoas. Nesse projeto, duas mil crianças e jovens ouviram pela primeira vez o Choro e conheceram a história da MPB desde o século XIX. Em 2009, ele foi o anfitrião

Ronaldinho do Cavaquinho recebe convidados

Choro Aperitivo Segundas-feiras, às 12h30 Valmar Amorim | 18 de abril Zé Calixto | 2 de maio Déo Rian | 16 de maio Marcelo Nami | 6 de junho Daniela Spielmann | 20 de junho

do projeto Cavaquinho Delicado, tributo a Waldir Azevedo pelos 60 anos de lançamento da obra Brasileirinho. Uma homenagem de grande repercussão de crítica e público. Os dois eventos foram patrocinados pela Light e pela Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. Sempre às segundas-feiras, 12h30, o grande público terá a oportunidade de conferir as apresentações, em que Ronaldinho do Cavaquinho será o mestre de cerimônias. Com entrada a preços populares (R$ 10 e R$ 5), a renda arrecadada com a venda de ingressos será destinada à instituição Aliança dos Cegos.

Durante os meses de Choro Aperitivo, Ronaldinho tem recebido solistas de grande expressão do Choro carioca. Ademilde Fonseca, a rainha do chorinho (14/03), e o bandolinista Joel do Nascimento (28/03) já declararam amor ao ritmo tipicamente brasileiro no auditório do CCL. Fica o convite para assistir tanto aos consagrados Valmar Amorim, Zé Calixto, Déo Rian e Daniela Spielmann, como também aos representantes da nova geração de talentos, por exemplo, a flautista Ana Carolina, que fez uma apresentação no dia 4 de abril, e o guitarrista Marcelo Nami, que se apresenta no dia 6 de junho.

sacha leite sacha@folhadarualarga.com.br

O BISTRÔ DO BECO, localizado em um casarão secular do Centro Histórico, no Beco das Sardinhas, abre suas portas para almoço executivo com pratos ornamentais e culinária francesa.

Cada dia do ano, uma surpresa! Além dos pratos fixos do cardápio, oferecemos um novo prato a cada dia.

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