Folha da Rua Larga Ed.54

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Marcelle Chagas

Plano de Habitação de Interesse Social ganha chancela de especialistas

Igreja de São Francisco da Prainha retoma atividades religiosas

O Observatório das Metrópoles, instituto virtual que reúne 159 pesquisadores e 59 instituições de programas universitários de pós-graduação, entidades governamentais e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, aprovou o Plano de Habitação de Interesse Social da Região Portuária (PHIS), proposto pelo prefeito Eduardo Paes. página 6

Arion Fernandes é o novo administrador da igreja, que, depois de restaurada com verbas da Operação Urbana Porto Maravilha, reabriu suas portas para a comunidade vizinha. O templo é tombado pelo Iphan e pertence à Ordem Franciscana Secular do Brasil, que irá definir novos projetos que envolvem os moradores locais. cultura e cidadania - página C3

folha da rua larga RIO DE JANEIRO | Nº 54 ANO VIII | 2015

negócios

Quarta rodada de negócios da Região Portuária

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ICCV lança Guia Cultural do Centro Histórico do Rio que reúne os principais atrativos da região

Prefeitura do Rio | Beth Santos

Realizada no dia 21 de novembro no Centro de Convenções RB1, na Praça Mauá, a 4ª Rodada de Negócios do Porto Maravilha teve resultados que indicam um excelente potencial de desenvolvimento econômico da região. página 3

história

O pesquisador Aloysio Breves narra a importância de Paula Brito, pioneiro da tipografia nacional e importante defensor da abolição da escravatura em nosso país. página 4

gastronomia

Yellow Submarine: sabores criativos Yuri Maia

Bufê variado, novo a cada dia página 18

O Museu do Amanhã, movido à energia solar e sustentável, é um dos atrativos turísticos e culturais relacionados na publicação de referência cultura e cidadania I páginas C4 e C5 Divulgação Light

porto sustentável

Light: 110 anos iluminando vidas

Diversas entidades que já atuam na periferia da cidade se uniram em prol da sustentabilidade do Porto do Rio no que diz respeito à manipulação de resíduos e dejetos urbanos. O movimento já conta até com parceiros internacionais. Maiores detalhes na matéria assinada por Egeu Laus, um dos líderes do movimento.

Mariana Rocha, que chegou a escrever uma monografia sobre a Light quando se formou na faculdade, é funcionária da empresa desde 2006 e hoje comanda a Gerência de Relações com Investidores. Ela é uma das participantes da campanha Light: 110 anos iluminando vidas, que valoriza os colaboradores da empresa contando suas histórias de carreira profissional. Na última página do nosso jornal, conheça a história do agente administrativo João Alves, funcionário mais antigo da companhia.

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Ambientalistas e líderes de organizações sociais lançam movimento Lixo Zero em prol de uma Região Portuária sustentável


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novembro – dezembro de 2015

porto hoje Festival vai imortalizar redações de estudantes Beth Santos

Em cerimônia realizada em 17 de setembro, na Academia Brasileira de Letras, a Prefeitura do Rio lançou um concurso de redações incomum e futurista: trata-se do Festival de Redação Cápsula do Amanhã, voltado para alunos dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental das redes municipal e particular. A iniciativa propõe que os jovens produzam textos que expressem seus desejos para a cidade nos próximos 50 anos. As redações serão criptografadas e colocadas em uma cápsula do tempo que será enterrada na área externa

Estudantes participaram do lançamento do Festival Cápsula do Amanhã: ansiosos com a possibilidade de verem suas redações imortalizadas

do Museu do Amanhã, para ser novamente aberta somente no ano de 2065. Os 100 melhores trabalhos, escolhidos por uma comissão de imortais da

ABL, serão publicados em um livro a ser lançado em março de 2016. “Não faria sentido pensar o Rio para os próximos 50 anos sem chamar

à discussão aqueles que vão viver esta cidade daqui a 50 anos, que são os jovens de hoje. E pensar o Rio de Janeiro por meio da educação é um grande desafio. Além de provocarmos os alunos a pensar o futuro, vamos imortalizar esses sonhos e gerações armazenando seus textos em uma nuvem digital”, afirmou o secretário de Coordenação da Prefeitura, Pedro Paulo.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

farol Vizinha Faladeira ganhará nova quadra O prefeito Eduardo Paes prometeu apoiar a construção de uma nova quadra para a Escola de Samba Vizinha Faladeira em novo endereço, na Rua Nabuco de Freitas, 19, Santo Cristo. As obras, que contarão com verbas do programa Porto Maravilha Cultural, começaram em outubro passado, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2016. A área total do terreno, de 859 m², permitirá construção de 1.036m² com quadra de ensaios de 443 m², espaço de palco, camarins e áreas técnicas, mezanino com camarotes, bilheteria e salas da administração. A construtora RJL2 foi escolhida em licitação da Cdurp, empresa da prefeitura gestora da Operação Urbana Porto Maravilha. A obra receberá investimento de R$ 1.006.000,00. Até a nova sede ficar pronta, os ensaios da Vizinha continuam na quadra provisória na Via Binário do Porto. Este ano foi extremamente positivo para a Vizinha Faladeira. A escola, que é a primeira a ser fundada na cidade, conquistou o título de campeã da Série D do Carnaval Carioca ao retornar ao campeonato depois de um ano sem desfilar. Com enredo sobre as transformações na Região Portuária, a Azul e Vermelho do Santo Cristo somou os 299,8 pontos que lhe garantiram a vitória e a vaga na Série C em 2016. Ano que vem, ao que parece, promete mais alegrias. Câmeras à disposição da população na internet

Sistema avançado de monitoria melhorou tráfego no Porto Bruno Bartholini

Diariamente, 200 pessoas trabalham no Centro de Controle de Operações da Região Portuária (CCO), que é gerenciado pela Concessionária Porto Novo. Em períodos de demanda intensiva, esse número cresce para 400 pessoas. Na operação das vias, 60 agentes de trânsito trabalham durante o dia e 30 fazem a ronda noturna. Além dos funcionários em campo e das 100 webcams instaladas, as informações também vêm da população, que contatam a concessionária por telefone (gratuito). Em média, por dia, são 30 ligações com pedidos, sugestões e reclamações. O projeto de monitoramento foi integrado pela

A equipe do CCO trabalha 24 horas por dia no monitoramento das câmeras instaladas no Porto

empresa curitibana Ctech. As câmeras IP que monitoram o perímetro urbano são do modelo PELCO Esprit PTZ e utilizam o software D-Guard para monitorar os cinco milhões de metros quadrados, que é feito pelo próprio CCO

e também à distância, através de tablets e smartphones (com o D-Guard Mobile, da empresa Seventh). Agora, quando ocorrem problemas no trânsito da Região Portuária, o apoio chega ao local da ocorrência

no máximo em 10 minutos. O tempo para liberação do tráfego é de cerca de 35 minutos após a identificação. Nos primeiros seis meses de operações, em 2011, as ocorrências de acidentes diminuíram 67%. Entre abril e maio de 2014, os atropelamentos caíram 75% na comparação com o início do ano. O projeto foi tão positivo que o sistema de monitoramento por vídeo está em expansão. Foram adquiridas mais 100 câmeras PTZ para ampliação da área monitorada.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

O Centro de Controle de Operações (CCO) da Concessionária Porto Novo acaba de lançar a sua página dentro do portal da CPN. O endereço eletrônico é: http://www.portonovosa. com.br/portonovosa.com/pt-br/cameras. Agora, a população pode acompanhar, em tempo real, as imagens das câmeras que estão estrategicamente posicionadas nas principais rotas de entrada e saída do Porto Maravilha: duas no Gasômetro, uma na Via Binário do Porto, uma na Avenida Francisco Bicalho e uma no Viaduto 31 de Março. O presidente da Concessionária Porto Novo, Renato Ponte, acrescenta que “a página do CCO é mais uma ferramenta para reforçar a vocação da Concessionária de criar uma relação dinâmica e permanente com o cidadão, e é um passo na estratégia de longo prazo que estamos planejando para a gestão do Porto Maravilha”. Outro exemplo da tecnologia de ponta do CCO é o sistema de telegestão de iluminação pública. Ele regula a intensidade das lâmpadas de iluminação pública e exibe as informações do sistema elétrico em um videowall. O CCO também conta com 11 Painéis de Mensagem Variável (PMVs) e 12 SATs (Station Analisys Traffic), que são as câmeras contadoras de fluxo, fundamentais para o planejamento das ações de tráfego da Concessionária.

da redação I redacao@folhadarualarga.com.br Curta a Folha da Rua Larga no Facebook! Onde encontrar o jornal

folha da rua larga Conselho editorial -Alberto Silva, Fernando

Laus, Fernando Portella, Michelle Chagas, Roberta

Portella, Francis Miszputen, Maria Eugênia

Abreu, Syl Dietrich, Teresa Speridião e Yuri Maia

Duque Estrada, Mozart Vitor Serra, Roberta

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Abreu, Sacha Leite, Teresa Serra e Teresa

Diagramação - Suzy Terra

Speridião

Revisão ortográfica - Raquel Terra

Direção executiva - Fernando Portella

Produção gráfica - Suzy Terra

Editor e jornalista responsável - Mário

Produtora Executiva - Roberta Abreu

Margutti

Contato comercial - Márcia Souza

Colaboradores - Aloysio Clemente Breves,

Tiragem desta edição: 10.000 exemplares

Ana Carolina Portella, Daniel Kraichete, Egeu

Anúncios - comercial@folhadarualarga.com.br

A Folha da Rua Larga é de distribuição gratuita e pode ser encontrada com mais facilidade nos seguintes endereços:

Redação do jornal Rua São Bento, 9 - 1º andar - Centro Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690 www.folhadarualarga.com.br redacao@folhadarualarga.com.br

• Bandolim de Ouro – Avenida Marechal Floriano, 120 • Bar Imaculada – Ladeira João Homem, 7 – Morro da Conceição • Biblioteca Estação Leitura – Estação Central do Metrô Rio • Casa Porto - Largo de São Francisco da Prainha, 4 • Cedim – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – Rua Camerino, 51 • Centro Cultural Ação da Cidadania – Avenida Barão de Tefé, 75 • Colégio Pedro II – Avenida Marechal Floriano, 80 • Editora Cidade Viva – Rua São Bento, 9 1º andar • Mini Mix (mercado / padaria) – Avenida Marechal Floriano, 87 • Principado Louças - Avenida Marechal Floriano, 153 • Restaurante Beterraba – Rua Dom Gerado, 64-E • Restaurante Málaga – Rua Miguel Couto, 121 • Restaurante Velho Sonho – Avenida Marechal Floriano, 163 • Subprefeitura do Centro – Rua da Constituição, 34 • Trapiche Gamboa – Rua Sacadura Cabral , 155


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novembro – dezembro de 2015

negócios

Rodada de negócios mostra o grande desenvolvimento da Região Portuária Parceria do Sebrae-RJ com a Cdurp mobilizou compradores e fornecedores Bruno Bartholini

Os resultados da 4ª Rodada de Negócios do Porto Maravilha, realizada no dia 21 de novembro no Centro de Convenções RB1, na Praça Mauá, indicam um excelente potencial de desenvolvimento econômico da Região Portuária, além de um visível incremento das oportunidades de negócios locais. O evento colocou frente a frente 89 pequenos empresários e nove grandes companhias do Porto do Rio. Ao todo, foram promovidos 264 encontros com 90% de avaliações positivas, com a expectativa de fechamento de negócios no valor global de R$ 12.950.000, que é 159% superior ao volume de negócios da primeira rodada, realizada em 2012 e que movimentou R$ 5 milhões em operações. A Rodada de Negócios resultou de uma parceria entre o Sebrae-RJ e a Cdurp, e envolveu reuniões com duração de 15 minutos, nas quais os pequenos fornecedores apresentaram seus produtos e serviços aos potenciais compradores, constituídos por representantes de grandes empresas. Na visão do gerente de Desenvolvimento Econômico e Social da Cdurp, Daniel Van Lima, o crescente número de participantes comprova a consolidação da Região Portuária como o mais novo polo empresarial da cidade: “Estamos em uma fase da operação ur-

sas da rodada, que são denominadas empresas-âncoras, foram informadas antecipadamente sobre o potencial dos serviços oferecidos pelos participantes do Distrito Criativo. Nove empresas-âncoras marcaram presença no evento: Cdurp, Sebrae-RJ, Concessionária Porto Novo, Píer Mauá, L´Oréal, Holliday Inn, Museu de Arte do Rio (MAR), Museu do Amanhã e AquaRio. Agora é hora de trabalhar para as negociações virarem bons negócios para a Região Portuária.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br Fornecedores apresentam propostas a compradores no Edifício RB1

bana em que já podemos ver os reflexos positivos nos negócios da região. E, claro, outro ponto positivo é ver tanta gente de fora interessada no circuito empresarial da Saúde, Gamboa e Santo Cristo”. Sócio da Charlotte Produções, empresa de fotografia e filmagem do Morro da Conceição, Leandro Corrêa, que é morador do Porto desde 2009, participou pela primeira vez do encontro, buscando possíveis parceiros que estão chegando à região, atraídos pelo processo de revitalização. “Estou gostando muito. Importante a troca de experiência com

quem está vindo para a região. Aproveitei para mostrar o meu portfólio e apresentar os serviços da minha empresa”, disse. Os integrantes do projeto Distrito Criativo do Porto aproveitaram a oportunidade para fazer, antes da realização das reuniões negociais, um workshop preparatório, para mostrar aos empreendedores criativos da região a dinâmica de funcionamento da Rodada de Negócios. Consultores do Sebrae-RJ também participaram desse workshop prévio, tirando dúvidas e respondendo a perguntas. Todas as grandes empre-

PAZ

AMOR

FESTA ALEGRIA

SUCESSO É o que desejamos aos nossos leitores, patrocinadores, anunciantes e colaboradores neste Natal de 2015 e no decorrer de todo o ano de 2016.


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novembro – dezembro de 2015

história baú da rua larga

Paula Brito: pioneiro da imprensa livre no Brasil A tipografia nacional, a Sociedade Petalógica e o livro como difusor de ideias Reprodução

Uma livraria que misturava livros, fumo de rolo, porcas, parafusos e remédios no Centro do Rio de Janeiro era ponto de encontro de intelectuais. Ali, no ano de 1840, Paula Brito fundou a Sociedade Petalógica, cujo objetivo era promover o estudo da mentira, da lorota, da “peta”. Romancistas como Joaquim Manuel de Macedo e Teixeira de Souza, artistas como Araújo Porto Alegre e João Caetano e compositores como Francisco Manuel da Silva, se reuniam com o tipógrafo Paula Brito para tecer um aprofundamento das causas da mentira e como ela influenciava a sociedade. Acreditavam também que o fornecimento de mentiras, ditas como verdades, desmoralizariam os mentirosos de plantão. O escritor Machado de Assis foi um de seus mais ilustres frequentadores, e, em 1855, a Tipografia de Paula Brito publicou seus poemas Dona Patronilha, Ela e A palmeira na revista Marmota fluminense. O cronista Machado de Assis era grande defensor da Petalógica, dizendo, sempre que podia, que se enganavam aqueles que pensavam ser a sociedade uma brincadeira, um colóquio familiar entre amigos. Segundo ele, a seriedade na maior parte do tempo era a tônica das reuniões. Francisco de Paula Brito, nascido na Rua do Piolho, hoje Rua da Carioca, no Centro do Rio, em 2 de dezembro de 1809, um ano depois da chegada de D. João VI com a Corte Portuguesa, se ocupou de diversas funções: foi ajudante de farmácia, tipógrafo da Tipografia Nacional e trabalhou no Jornal do Commercio como diretor das pren-

Francisco de Paula Brito Reprodução

Fac-símile da edição antiga do jornal O homem de cor

sas, redator, tradutor e cronista. Trabalhador incansável, em 1831, iniciou seu negócio num pequeno estabelecimento que vendia papéis, livros e chá. Dois anos depois, já possuía duas tipografias: a Typographia Fluminense na Rua da Constituição, nº 51, e a “Imparcial”, no nº 44. Sua tipografia se engajou no movimento político discutindo as questões raciais, e Paula Brito não se furtou do compromisso de levar para as prensas obras como O mulato e o jornal O Homem de Cor. A elite, políticos, artistas e intelectuais se reuniam na livraria de Paula Brito, onde fervilhavam ideias abolicionistas e protestos contra as mazelas do governo. O negócio prosperou e, em 1850, suas tipografias possuíam seis impressoras manuais e uma mecânica, e as litografias eram feitas pelo parisiense Louis Therier. O tipógrafo pioneiro e grande incentivador da literatura nacional criou também a Typographia Dous de Dezembro, e D. Pedro II se tornou um dos acionistas, pela grande variedade de assuntos e materiais técnicos. Publicou em suas casas tipográficas mais de 350 obras, de grande diversidade: publicações médicas, poesias, romances e dramas. Num ambiente de grandes transformações, desde a vinda da família real para o Brasil, o mulato pobre ingressou na efervescência da vida cultural do Rio e encontrou seu lugar no meio de livros, tintas e papéis, desde os 15 anos, por forte influência do avô, que trabalhara com Mestre Valentim. Com o fim da censura em 1821, a imprensa toma novo rumo, e Paula Brito

inovou ao publicar o primeiro jornal dedicado à mulher, A mulher do Simplício ou A Fluminense Exaltada, que circulou até 1846. Monarquista ferrenho e amigo de José Bonifácio, sua vida foi dedicada à promoção cultural do povo, à abolição da escravatura e à eliminação do preconceito racial. Também foi poeta e contista. O Jornal do Commercio de 1839 publicou dois de seus contos: O enjeitado e A mãe-irmã. Traduziu autores como Frederic Soilié, Alexandre Dumas, Emile Silvestre e Cretineau July. Em 15 de dezembro de 1861, morreu em sua residência no Campo de Santana, e seu cortejo fúnebre foi um dos maiores já presenciados na Corte. Seus amigos intelectuais, músicos e artistas compareceram para prestar uma última homenagem, e A Marmota publicou um agradecimento de um sobrinho seu: “Basta! a gratidão é como o calor vital do sangue que gira em nossas veias, inocula-se no coração e só se extingue quando o corpo já não existe! Morreste, mas nós vos seremos gratos até os últimos instantes de nossa existência; morrestes, mas em cada um de vossos feitos, em cada uma de vossas ações, sentimos reviver o vosso nome sempre respeitado, assim como os raios precursores da luz penetram em toda a parte da terra...! E ela vos seja leve.”

aloysio clemente breves pesquisador de história soubreves@yahoo.com.br

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novembro – dezembro de 2015

porto sustentável

Comunidades Lixo Zero : desenvolvimento sustentável para o Porto Diversos ambientalistas trazem a questão do lixo para o centro das discussões Diogo Vasconcellos

O Planeta Terra, ou Gaia, como os ambientalistas o chamam, é um sistema fechado. Tudo circula neste sistema num constante reaproveitamento. Podemos dizer que o único insumo que vem “de fora” é a energia do Sol, que Jane Jacobs chamou de “a primeira dádiva”. Por ser um sistema fechado, sem condições de receber “mercadorias” de outros astros, é um planeta com recursos finitos, com equilíbrio bastante delicado. Esse equilíbrio, traduzido em ecossistemas, parece ter sido rompido. Essa fronteira foi atravessada com o surgimento da Revolução Industrial, com a invenção da máquina a vapor e a consequente produção em escala mundial do carvão, com aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, deflagrando processos industriais sem fim (petróleo e gás), que poluem nosso planeta na atualidade. Entramos no período que recebeu o nome de Antropoceno. Neste início do século XXI, aumentou a consciência da escassez dos recursos do planeta. Ao mesmo tempo em que se percebe a finitude desses bens para uma população crescente (mais de 8 bilhões de pessoas em 2026), descobre-se aquilo que a humanidade não levou muito a sério nos últimos séculos: a produção sem fim de resíduos dos processos de transformação que eram jogados “fora”, atulhando as peri-

Reprodução de vídeo da Multiterminais

Ambientalistas que participaram do Encontro das Comunidades Lixo Zero na Alerj

Diogo Vasconcellos

Um trio internacional: Pal Martenson, Egeu Laus e capitão Charles Moore

ferias das cidades. No Rio de Janeiro, no bojo das diversas mudanças urbanas, como a renovação da Região Portuária (pela Operação Urbana Porto Maravilha), a gestão dos resíduos sólidos se tornou pauta central. E assim consolidou-se um movimento em favor da sustentabilidade da região, que traz, entre outros temas, a questão do

lixo para o centro da discussão urbana. Neste mês de outubro, pela primeira vez no Rio, aconteceu a Semana Lixo Zero. Incentivado pelo Instituto Lixo Zero Brasil e com apoio do Movimento Lixo Zero do Rio, foi criado um coletivo de entidades e ambientalistas que constituíram um grupo de atuação nas periferias, favelas do Rio e

Região Portuária, denominado Comunidades Lixo Zero RJ. Tendo como suporte os Viajantes do Território, coletivo que atua pelo desenvolvimento sociocultural do Porto do Rio, projeto abrigado pelo Museu de Arte do Rio (MAR), o coletivo Comunidades Lixo Zero RJ conseguiu efetivar uma agenda de eventos e atividades que

realizou, entre 20 e 31 de outubro, mais de 30 atividades em bairros do Rio e região metropolitana. A Semana se iniciou com um evento na Alerj, iniciativa de Geiza Gomes Rocha, coordenadora do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do RJ, com a apresentação de seis coletivos e com a presença de mais de 20 grupos ambientalistas do Rio e cidades próximas que aproveitaram o encontro para organizar suas atividades: o Grupo de Ação Ambiental Gardênia Azul (Gaaga), da Comunidade de Gardênia Azul, com Izabel Maia e Sandra Lima; a Comissão de Meio Ambiente de Jacarepaguá, com Núbia Corrêa e Dandara Bayer; a Cooperativa dos Agentes Ambientais de Nilópolis (CoopAgan), com Rogério Santos e Átila Henrique Ferreira; as Patrulhinhas da Limpeza, da Comunidade de Rio das Pedras, com Cleuza da Cruz e Marta Mariano; o Projeto Reciclação, do Morro dos Prazeres, com Zoraide Gomes (Cris dos Prazeres) e Mariana Gomes; e o Instituto Horus, das Comunidades da Zona Norte (Mangueira, Manguinhos, Parque Arará, Barreira do Vasco, Tuiuti e Jacarezinho), com Érica Portilho e Andrea Soares. Presentes também o Instituto EccoVida, Edson Freitas, presidente da Associação dos Recicladores do Estado do RJ, o Instituto Guardiões de Gaya, que atua no Grajaú, Olaria e Higienópolis, com Jor-

ge Luiz Pereira Lima e o Grupo Ambiental Pueras, além de muitos outros ativistas do Lixo Zero no Rio de Janeiro e região. No MAR, foi realizado um encontro internacional com as presenças de Pal Martenson, do Zero Waste Europe, que criou o EcoParque de Gotemburgo, na Suécia; o capitão naval Charles Moore, ativista norte-americano pela limpeza dos oceanos, autor do livro Plastic ocean; Steven Chiv, do Departamento de Meio Ambiente de San Francisco, Califórnia; além de Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil e Alfredo Piragibe do Movimento Lixo Zero do Rio de Janeiro. Comunidade Lixo Zero RJ e o coletivo Viajantes do Território colaboram para inserir na pauta da Região Portuária as questões ligadas à sustentabilidade, juntando-se ao movimento que está sendo chamado de Porto Sustentável. O Porto Maravilha agora tem a grande oportunidade de construir uma região que pode ser modelo de sustentabilidade para a cidade do Rio de Janeiro e para as demais regiões metropolitanas do Brasil.

egeu laus designer / gestor cultural coordenador dos viajantes do território e integrante das Comunidades Lixo Zero RJ egeulaus@gmail.com


6 folha da rua larga

novembro – dezembro de 2015

responsabilidade social

Observatório das Metrópoles endossa Plano de Habitação de Interesse Social da Cdurp Reuniões prévias permitiram incorporar diversas demandas dos moradores Reprodução

Ao todo, até o mês de julho passado, foram quatro reuniões que lotaram o auditório da Cdurp, com mais de 250 participantes em média, a maioria composta por moradores da região e por representantes de 25 organizações comunitárias e acadêmicas. O objetivo foi debater os aspectos técnicos e os parâmetros de orientação política para a definição do Plano de Habitação de Interesse Social (PHIS) da Operação Porto Maravilha, que tem por objetivo ofertar moradia na Região Portuária para famílias que recebam de um a dois salários mínimos. A realização desse processo participativo possibilitou uma maior aproximação dos representantes da Prefeitura do Rio com os moradores do Morro da Conceição, da Ocupação Chiquinha Gonzaga e do Morro da Providência. Cada um desses grupos de moradores pôde encaminhar suas demandas específicas, que passaram a ser incorporadas ao plano da Operação Urbana Porto Maravilha. Moradores e representantes de entidades apresentaram livremente suas críticas, preocupações e sugestões ao plano. Abordaram não somente a questão da habitação, mas também

Ilustração de memorial do concurso de arquitetura Habitação para Todos, de 2010

outros aspectos, como mobilidade urbana e acesso a serviços públicos. As contribuições foram fundamentais para a construção do plano com metas e prazos realistas. De posse dos dados levantados nessas reuniões, a Prefeitura elaborou uma proposta preliminar totalmente alinhada com as diretrizes e recomendações sugeridas pelo Observatório das Metrópoles. A análise crítica da proposta, feita por

técnicos do Observatório, começou com a observação de que a Prefeitura “buscou incorporar grande parte das propostas formuladas durante as reuniões promovidas pela Cdurp”. E que, “do ponto de vista do Estatuto da Cidade e da promoção do direito à moradia, são grandes os avanços”. Na visão dos técnicos do Observatório, Orlando Santos Júnior (IPPUR/UFRJ), Ana Paula Soares Carvalho (PUC-RJ) e Mariana Werne-

ck (IPPUR/UFRJ), entre os avanços pode ser destacada “a adoção de quatro diretrizes específicas, a saber: I) o atendimento prioritário para a população diretamente afetada pela Operação Urbana; II) a adoção de maior valor de subsídios para a construção de moradias para as faixas 1 e 2 do Programa Minha Casa Minha Vida na área central da cidade; III) a flexibilização do tamanho e das características das unidades e empreendimentos;

e IV) a adoção de subsídio e/ou financiamento para a produção de unidades destinadas para Programa de Locação Social”. A análise dos técnicos do Observatório também realça que a proposta contém um plano de ação composto por seis programas que refletem as reivindicações, demandas e propostas formuladas durante as rodadas de discussão do Plano de Habitação de Interesse Social, que são os seguintes: “I) Programa de Produção Habitacional; II) Programa de Locação Social; III) Programa de Melhorias Habitacionais; IV) Programa de regularização fundiária; V) Programa de provisão de equipamentos comunitários; e VI) Programa de inclusão sócio-produtiva”. O Grupo de Trabalho do PHIS – Porto Maravilha passou então à fase de sistematização e elaboração do documento, tomando em conta as contribuições recebidas ao longo deste período. O diagnóstico ainda está em conclusão. As propostas de ação para cada um dos programas serão devidamente detalhadas e dimensionadas de modo a estimar custos e apontar fontes de recursos correspondentes. A

tarefa principal é avançar no levantamento fundiário que permitirá apontar metas para produção habitacional na área. Quando estiver pronto, o plano seguirá para conferência pública e posterior submissão ao Conselho Municipal do Fundo de Habitação de Interesse Social. As ações consolidadas no plano deverão contribuir também para estimular a ocupação residencial de todo o Centro do Rio de Janeiro. É assim que se se articula a oportunidade de introduzir política pública com grande potencial de contribuição para ampliar o acesso à moradia, particularmente em regiões centrais das grandes e médias cidades brasileiras. Na visão de Alberto Silva, presidente da Cdurp, “talvez essa abordagem de Locação Social venha a ser a grande inovação do PHIS – Porto Maravilha”. No mais, é recordar Oswald de Andrade, em seu Manifesto Pau-Brasil, de 1924: “A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela, sob o azul calabrino, são fatos estéticos”.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

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cultura e cidadania novembro – dezembro de 2015

Divulgação

Restaurado com verbas da Operação Urbana Porto Maravilha, o Centro Cultural José Bonifácio consolida cada vez mais o seu papel como núcleo de referência da cultura afro-brasileira. Sob nova direção, o CCJB estuda como desenvolver suas inúmeras possibilidades de atuação. cultura e cidadania - página C8

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio

Edição Especial

Prefeitura investirá milhões na Programação Cultural Cidade Olímpica A proposta é ocupar os equipamentos culturais, ruas e praças da cidade em 2016 Divulgação

O lançamento oficial do projeto aconteceu em agosto e foi realizado pelo próprio prefeito Eduardo Paes. A ideia é fazer da Programação Cultural Cidade Olímpica uma maneira de transformar todas as regiões do Rio em um grande palco cultural no ano que vem, quando serão realizados os Jogos Olímpicos na cidade. O programa prevê a realização das atividades culturais entre os meses de maio e setembro de 2016, como uma forma simpática de receber atletas e torcedores para os Jogos Olímpicos e também como modo de alegrar a sua partida após os Jogos Paralímpicos. Além da ocupação de teatros, museus e centros culturais, as ações artísticas e culturais irão ocupar as ruas e praças, que serão preparadas com palcos itinerantes e receberão verbas para a decoração olímpica da cidade. No total, a Prefeitura do Rio vai investir R$ 17,35 milhões na programação, que tem cinco níveis de ação: Fomento Cidade Olímpica, Festival Cidade Olímpica, Circuito Cultural Cidade Olímpica, Maratona Cultural Cidade Olímpica e o Passaporte Cultural Cidade Olímpica. No dia do lançamento da Programação, no Palá-

O lançamento da Programação pelo prefeito Eduardo Paes, no Palácio da Cidade

cio da Cidade, o prefeito Eduardo Paes declarou: “O projeto olímpico abriu uma série de oportunidades para a cidade, que não estaria acontecendo sem o evento. E o legado cultural não poderia ficar de fora. O que faz do Rio um lugar especial são as suas manifestações culturais. Estamos falando de uma cidade que produz cultura em todas as regiões, das mais carentes às mais ricas. As Olimpíadas

representam uma oportunidade para essa gente mostrar ao mundo a sua alegria e capacidade de produzir”. Para comemorar o prazo de apenas um ano para a realização dos Jogos Olímpicos, foi realizada a primeira edição da Maratona Cultural Cidade Olímpica. Nada menos que 64 instituições de toda a cidade participaram da Maratona, que teve gratuidade em 80%

dos eventos. Em 2016, serão realizadas outras duas novas edições da Maratona, uma na primeira quinzena de agosto e a outra na primeira quinzena de setembro. Uma experiência cultural bem-sucedida, a do Passaporte dos Museus Cariocas, lançada este ano para celebrar os 450 anos do Rio, será ampliada em 2016 e rebatizada com o nome de Passaporte Cultural Cidade Olím-

pica. Além da gratuidade em museus e exposições, o passaporte olímpico oferecerá descontos de 65% para teatros e shows. A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) lançou edital de R$ 10 milhões para contemplar pelo menos 130 iniciativas culturais. O teto para patrocínios varia entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Artistas independentes, companhias teatrais, instituições públicas e privadas,

clubes e associações de moradores inscreveram projetos específicos para teatros, museus, centros culturais, ruas e praças até o dia 19 de novembro, com programação planejada para o ano que vem, prevista para os meses de maio a setembro. O edital se divide em cinco linhas de ação: Apoio a produções em instituições públicas; Apoio a produções em instituições privadas; Temporada popular; Apoio a produção independente e manifestações populares; e Apoio à acessibilidade nas artes. Para Daniel Van Lima, gerente de Desenvolvimento Econômico e Social da Cdurp, “este tipo de incentivo é importantíssimo para a cidade. E é fundamental que, seguindo a mesma linha do Prêmio Porto Maravilha Cultural, produtores culturais e artistas independentes da Região Portuária participem”. Uma das grandes novidades é a linha de ação Arte Sem Limites, voltada para projetos de promoção da acessibilidade nas artes ou voltados a pessoas com deficiência.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


C2 Edição Especial

novembro – dezembro de 2015

cultura e cidadania boca no trombone

Cliques Rua Larga

O palhaço

Divulgação Concessionária Porto Novo

E o palhaço o que é? Não, ele não é “ladrão de mulhé”. É doce, ri de si mesmo, faz o público se alegrar, é puro, simples – apesar da vida dura que levamos hoje no Circo Brasil. No trapézio, na corda bamba ou na jaula dos leões se apresentam os super-heróis. A plateia olha abúlica para aqueles seres fantásticos do outro mundo. Da mesma forma, os mágicos sobem no púlpito da Assembleia e tiram dólares das cartolas. E não sabem de onde surgiu tanto dinheiro. A mulher coloca seu nariz vermelho, olha no espelho e se entristece – o que fazer? Abre as janelas e sacode seu pano de pó para que outras mulheres, em suas casas, justifiquem o trabalho de limpar. É a dança da vassoura: pó pra cá, pó pra lá. O homem coloca também seu nariz vermelho e joga conversa fora na lata de lixo do bar. E as crianças? Estão por aí, brincando de pique-esconde com as balas perdidas, que não se podem chupar. “Pátria Educadora” sem educação e sem cultura – sem reação popular. Desculpem! Mas eu acho que o tempo parou. As passeatas parecem não comover mais, não atingem, não sensibilizam os malabaristas do poder. A lama que desce do Planalto e invade os estados não emociona ninguém – até que a falta d’água bata na porta de todas as casas. A corrupção é um acidente natural, só falta ser protegida pelo Ibama. Na plateia, o povo come algodão doce, chupa pirulito, bate palmas para o seu time e assiste a vida passar. O homem comum não é famoso, mas elege a fama com o seu voto. Sim, somos nós que pagamos os ingressos do circo e os sacos de pipoca. E o palhaço o que é? Não é um “imbecil” como se pensa quando, de costume, se xinga alguém. Acordo nestes dias de Brasil sem vontade de levantar da cama e ir para a vida. Leio as notícias, não há respostas, nenhum equilibrista declarou uma esperança no Executivo ou no Legislativo. Acordo criança todos os dias, carente, pedindo colo, com medo do amanhã. Ergo-me com uma força colossal para ir à luta e brigar pelo que eu acredito. Vou melhorando de tarde – tem que ser! De noite sou crítico, faço discurso nos bares, mas não sei o que fazer. Ninguém me chama para mudar o Brasil e eu também não chamo ninguém. Uma rede de mãos desatadas. Precisamos mudar isto! Tomarmos consciência de que somos um só coração. E o palhaço o que é? É com ele que nos identificamos. Não cospem fogo, não saltam de trapézios, não são políticos, são pessoas comuns: “os palhaços somos nós”! Nota: a Escola de Samba São Clemente sairá no próximo Carnaval com o tema de Rosa Magalhães: “Mais de mil palhaços no salão”. Põe zero nisso! É a “Máscara Negra” de Zé Keti: “Tanto riso! Oh, quanta alegria...” fernando portella escritor e poeta cottaportella@globo.com

No dia 14 de novembro, na Praça Jornal do Comércio, aconteceu a 3ª edição do Valongo+Social, que reuniu mais de 30 instituições públicas e privadas para oferecer serviços gratuitos de saúde e beleza, atividades de cidadania e vasta programação cultural e de entretenimento para os moradores da região. O evento também disponibilizou vacinação contra raiva e 100 vagas de agendamento para castrações de cães e gatos. Divulgação Concessionária Porto Novo

A Concessionária Porto Novo iniciou em novembro a 3ª etapa da campanha Coleta: Nossa Região Portuária Mais Limpa. Cerca de 650 domicílios do bairro do Santo Cristo serão beneficiados pela ação educativa de coleta de lixo residencial e de entulho de obra domiciliar. Educadores ambientais explicaram pessoalmente aos moradores o funcionamento da coleta e do recolhimento do entulho de obra domiciliar. Divulgação Concessionária Porto Novo

Na 1ª quinzena de novembro, a Concessionária Porto Novo realizou a campanha Dia do Pedestre. Desde às 5h da manhã, 22 agentes educadores e três Portolinos (o mascote da empresa) distribuíram folhetos educativos e ajudaram os pedestres a realizar travessias nos locais de maior movimento.


cultura e cidadania

C3

Edição Especial

novembro – dezembro de 2015

Igreja de São Francisco da Prainha volta à vida religiosa Moradores e jovens redescobrem o templo depois de restaurado Marcelle Chagas

Após mais de uma década fechada por conta de problemas de conservação, a igreja foi reaberta recentemente e continua sob a administração da Ordem Franciscana Secular do Brasil, que planeja uma série de atividades para o templo, todas envolvendo a comunidade local. Assim, uma das igrejas mais antigas da cidade retorna aos poucos às suas atividades eclesiásticas e tem recebido grupos em visitas guiadas, professores com alunos, visitantes estrangeiros e moradores da região que buscam conhecer uma das principais relíquias da arquitetura barroca do Rio. Construída há 318 anos, a Igreja de São Francisco da Prainha tem realizado missas somente aos domingos após sua reabertura. Vários padres se revezam a cada final de semana. Em janeiro, o Conselho Nacional da Ordem Franciscana Secular do Brasil irá definir o nome do pároco que ficará fixo na igreja e acompanhará tudo que ocorre no santuário, que é tombado a nível federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como monumento artístico de grande valor histórico-cultural. Outra definição em andamento, ainda sem prazo estabelecido para vigorar, tem relação com atividades na igreja que irão envolver os moradores do Morro da Conceição. Os detalhes estão guardados a sete chaves, por isso as expectativas são grandes: “Estamos fazendo de tudo para unirmos o Morro da Conceição, que é composto pelos mais variados tipos de pessoas e os projetos que serão feitos pela igreja, de modo a unir ainda mais a nossa comunidade”, realça Ítalo Quezada, presidente da Associação de Moradores local.

Da esquerda para a direita: Admara Titonelli, secretária de Coordenação e Comunicação; Arion Fernandes, administrador da igreja; e Maria de Fátima Marinho, voluntária responsável pela recepção dos visitantes Divulgação

que irá atender essas demandas. Como a igreja fica justamente ao lado do Conselho Tutelar, a visita de jovens buscando uma palavra de afeto tem surpreendido Maria de Fátima, voluntária responsável pela recepção dos visitantes. Conta ela: “Outro dia, um menino de 21 anos estava no Conselho Tutelar resolvendo algumas situações e entrou aqui querendo se confessar. Expliquei que ainda não temos padre fixo e que atendê-lo seria impossível; o rapaz começou a falar sobre sua vida difícil, contou que tem uma filha pequena e que na verdade entrou na igreja buscando um pouco de paz; como ele não sabia rezar, ensinei-lhe a oração do Pai Nosso e rezamos juntos”. Depois de todo o trabalho de reforma e restauração que custou R$ 3,9 milhões com recursos do Programa Porto Maravilha Cultural, num processo que demorou quase dois anos para ser concluído, a Igreja de São Francisco da Prainha passou a ser a sede nacional da Ordem Franciscana Secular do Brasil após sua reabertura. Segundo Arion Fernandes Silva, atual administrador, essa condição acrescenta ainda mais importância ao santuário: “Para nós, a igreja é uma joia preciosa, exatamente por ser uma das mais antigas. Como sede nacional e ponto de referência da Ordem Franciscana no Brasil, ela se tornou ainda mais relevante para todos nós”.

A igreja está aberta à visitação das 9h às 11h30 e das 13h às 16h, de segunda a sexta

No momento, a igreja está aberta a visitações de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 16h. Os padres somente podem ser encontrados nas missas

de domingo. Durante a semana, uma equipe composta pelo administrador da igreja, Arion Fernandes, a secretária de Coordenação e Comunicação, Admara Titonelli, e

uma voluntária, Maria de Fátima Marinho, está realizando os atendimentos necessários. Os pedidos para batismos e casamentos podem ser feitos sem qualquer pro-

blema, embora nenhuma cerimônia desse tipo tenha sido realizada após a reabertura do templo cristão. O confessionário voltará a funcionar após a escolha do padre fixo

marcelle chagas jornalista marcellemonte@bol.com.br


C4 Edição Especial

novembro – dezembro de 2015

cultura e cidadania

Editora Cidade Viva lança guia cultural do Centro do Rio Publicação reúne 130 atrativos e será distribuída gratuitamente ao público Mário Margutti

Uma equipe da Editora Cidade Viva percorreu pacientemente as ruas do Centro do Rio para fazer o levantamento detalhado dos principais atrativos culturais e turísticos dessa região. O resultado foi sintetizado em um guia impresso, intitulado Caminhos da Cultura – Centro Histórico do Rio de Janeiro. Materializado nas versões impressa e digital, o guia reúne nada menos que 130 atrativos culturais materiais e imateriais do Centro, que incluem bares, restaurantes e confeitarias, bibliotecas, museus, centros culturais, igrejas, lojas e prédios históricos, além de festas e eventos tradicionais na região. Entre os atrativos mapeados, podem ser mencionados: as Casas Cavé, Paladino e Villarino, os restaurantes Albamar, Amarelinho e Escondidinho, as Confeitarias Colombo e Manon, as livrarias Vozes, Camões, Arlequim e Travessa. Também entraram na lista as manifestações culturais que já viraram patrimônios da cidade, como o samba da Pedra do Sal e o bloco carnavalesco Escravos da Mauá. E, como não poderia ficar de fora, a fábrica dos Biscoitos Globo também deverá ter seu espaço garantido. Maria Lúcia Horta Jardim, primeira-dama do estado e presidente do RioSolidario, foi grande incentivadora do guia e escreveu um dos textos de apresentação da obra, realçando a magia da região

expressa sobre a publicação: “O guia cultural do Centro Histórico do Rio de Janeiro vem para celebrar e eternizar todas essas belezas e conquistas da cidade. Ao passear pelas páginas deste livro, percorremos as ruas, reacendemos a memória, valorizamos o que construímos e nos apaixonamos ainda mais pelo nosso estado”. Curiosidades e carioquices Na Rua da Carioca, o centenário Bar Luiz, que oferece uma cozinha com sotaque alemão, é um dos principais atrativos gastronômicos do Centro Histórico do Rio Mário Margutti

O magnífico altar do convento franciscano de Santo Antônio, no Largo da Carioca, onde o santo casamenteiro atrai muitos fiéis no dia 13 de junho, que doam pães para os pobres

central da nossa cidade: “Caminhar pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro é fazer um passeio pela história da cidade. Fachadas de arquitetura antiga, monumentos históricos e igrejas centenárias dividem espaço com bares,

restaurantes e edifícios modernos. Em um único lugar, passado e presente se unem para mostrar a origem do carioca e o dia a dia de uma grande cidade. É essa mistura do comerciante, empresário, estudante, da roda de samba,

do bate-papo na praça, da cerveja no botequim, que conquista todos os dias moradores e turistas”. Após destacar alguns atrativos do Centro, como a Lapa, o Theatro Municipal e a Biblioteca-Parque, a primeira-dama assim se

A pesquisadora Tânia Rodrigues, responsável pelo trabalho de campo que originou o levantamento dos atrativos relacionados no guia, acredita que alguns deles devem impressionar os leitores, como é o caso do Bistrô do Paço e sua curiosa torta de ruibarbo. “Essa torta só é produzida em algumas épocas do ano, já que a planta vem da Suíça. E permanece no cardápio durante dois dias apenas”, conta a pesquisadora. Ela também realça a qualidade do Restaurante Sentaí, localizado na Rua Barão de São Félix e especializado em frutos do mar. Aposta ela: “Quem experimentar os famosos pastéis de lagosta vai virar cliente assíduo. Certamente o Guia será uma importante vitrine para os comerciantes locais”. Tânia Rodrigues sublinha a importância do Museu Light de Energia, inaugurado em 2012 e que integra o roteiro de locais interessantes para visitar

no Centro. “Nesse moderníssimo museu, o visitante aprende, de forma lúdica e divertida, tudo sobre energia elétrica – consumo consciente, formas de geração, usos, desperdício, relação com o meio ambiente e outros temas. São mais de 3.000 metros quadrados divididos em dois segmentos: o Circuito Energia, com jogos interativos, demonstrações práticas e vídeos, e o Circuito Cidade Inteligente, que aborda as novas tecnologias de transmissão e consumo”, realça ela. O prefeito Eduardo Paes assina um dos textos de abertura do guia, considerando-o uma herança positiva de um momento de celebração da Cidade Maravilhosa: “Um dos grandes legados das comemorações de 450 anos é a Biblioteca Rio450, que tem quase 20 obras patrocinadas pela Prefeitura do Rio e tantas outras com a chancela do Comitê Rio450. Os livros da Biblioteca Rio450 tratam de temas que ajudam a compreender a tão consagrada e falada carioquice. Foi com muito orgulho que assinei o decreto reconhecendo este ‘estado de espírito’ como patrimônio imaterial do município, em um dia de enorme felicidade para mim, o aniversário de 450 anos do Rio, em 2015”. Acrescentou o prefeito Paes: “Do samba ao botequim, da Maré à Lagoa, do teatro às escolas de samba, os livros da Biblioteca


C5 Edição Especial

novembro – dezembro de 2015

Mário Margutti

Rio450 abordam características marcantes do carioca e revisitam lugares que fazem parte do imaginário afetivo da Cidade. Em um momento em que o Rio vive um processo de grande transformação e expansão, mais do que nunca, é preciso olhar detidamente para nossas tradições”. A redescoberta dos tesouros históricos O pesquisador de história Aloysio Breves, que é colaborador da Folha da Rua Larga, também escreveu um texto para as páginas de apresentação do guia, chamando a atenção dos leitores para um fato relevante: as obras de revitalização urbana da Região Portuária também serviram para redescobrir os tesouros patrimoniais do passado do Centro do Rio. Afirmou ele: “Uma cidade é feita de camadas de História. O Rio não é exceção. Com o advento da nova urbanização promovida pelos governos e empresários na Zona Portuária, e com a retirada do Elevado da Perimetral, passamos a enxergar um pedaço do Rio desconhecido e preservado nas suas melhores características. Uma cortina foi aberta pelas obras e nos deparamos com situações até então desaparecidas. Ressurgiram o antigo Cais da Imperatriz no Valongo, o Cemitério dos Pretos Novos na Gamboa, objetos de uso pessoal nas escava-

ções, ruas com calçamento pé de moleque, e até trilhos de bondes e trens. O passado está de volta”! Na condição de editor do Guia, Fernando Portella, sócio-proprietário da Editora Cidade Viva, assinou um dos textos de apresentação da publicação e reforçou a valorização dos tesouros históricos da Zona Portuária: “O Centro do Rio se transforma e nos modifica. As obras do Porto Maravilha não derrubaram apenas a Perimetral, mas revelaram toda a cultura que ali estava ‘enterrada viva’. Descobrir a história é fazer acender a memória da comunidade, fazer cair a ficha de um conhecimento que sempre esteve dentro de nós, no nosso DNA. Uma cultura, antes intangível, se descortina e explica o porquê deste nosso jeito de ser carioca, dos nossos valores, do enxergar além do ver a cidade, seus contornos e arquiteturas. O Guia Cultural do Centro Histórico não é apenas um divulgador de lugares, mas o nosso diário de bordo do passado no presente, escrito antes de nascermos, que nos revela, eleva a nossa autoestima e desperta o nosso sentimento de pertencimento da cidade e, assim, de cidadania”. A aurora do turismo de experiência No mesmo texto, Fernando Portella comenta, ainda, o surgimento de

Um dos mais belos atrativos do Centro do Rio é o Theatro Municipal, com sua arquitetura inspirada no Ópera de Paris e projetada por Francisco, filho do prefeito Pereira Passos Mário Margutti

O Palácio Pedro Ernesto, prédio da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, construído entre os anos de 1919 e 1923, foi projetado pelo arquiteto Heitor de Mello Mock-up Suzy Terra

Páginas internas do Guia do Centro Histórico

uma nova forma de fazer turismo na sociedade contemporânea: “O turismo tradicional, que mostra apenas lugares emblemáticos, está sendo substituído pelo turismo

de experiência. As pessoas de fora querem ser chamadas de visitantes, fazem seus roteiros pela internet, desejam conhecer pessoas, sentir emoções, visitar lugares que não existem

nos seus locais de origem, enfim, realizar programas inesquecíveis – lembranças eternas, selfies de si mesmas com o Rio, para mostrar a parentes e amigos”. Realizado pela Editora

Cidade Viva, o guia contou com o apoio do Ministério da Cultura, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. O patrocínio da publicação tem diversas assinaturas: da Light S.A, da Taesa (Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A), da DFX Transporte Internacional LTDA, do Sebrae/ RJ (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro). Parte do Guia foi viabilizada com verbas de fomento direito da Secretaria Municipal de Cultura através do Viva a Cidade! Na condição de parceiros estratégicos, podem ser citados o Polo Região Portuária, que congrega os comerciantes da Zona Portuária, as empresas que trabalham em regime de cooperação dentro do projeto Distrito Criativo do Porto e o seu, o nosso jornal Folha da Rua Larga. O guia Caminhos da Cultura – Centro Histórico do Rio de Janeiro será lançado em dezembro nas versões impressa e digital. A versão impressa terá tiragem de 3 mil exemplares e sua distribuição será inteiramente gratuita. Este Guia, em particular, será acompanhado de um mapa indicador de todos os atrativos nele relacionados.

mário margutti jornalista mfmargutti@gmail.com



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A REGIÃO PORTUÁRIA É O NOVO CARTÃO POSTAL DO RIO. OS PEQUENOS NEGÓCIOS TÊM LUGAR GARANTIDO NESTE CENÁRIO. L’Atelier Du Cuisinier

A cidade do Rio de Janeiro vive um momento especial de oportunidades geradas pelos grandes investimentos e pelo dinamismo econômico do estado. Um dos principais símbolos deste cenário é a região portuária. Além das mudanças na infraestrutura, existe um ambiente de oportunidade para os pequenos negócios. O Sebrae no Porto é um projeto estratégico do Sebrae/RJ, que oferece atendimento personalizado e soluções inovadoras tanto para os empresários locais quanto para aqueles que desejam ali se estabelecer. Conte com o Sebrae. Somos especialistas em pequenos negócios.

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C8 Edição Especial

novembro – dezembro de 2015

cultura e cidadania Centro Cultural José Bonifácio: referência da cultura afro-brasileira Após o restauro, a entidade oferece amplo leque de oportunidades de atuação Syl Dietrich

Syl Dietrich

Reinaugurado em 20 de novembro de 2013, após completo restauro com verbas do programa Porto Maravilha Cultural, o Centro Cultural José Bonifácio (CCJB) é um patrimônio do município. Um dos seis pontos do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, vem sendo mantido com o compromisso de valorizar, preservar e difundir, através de estudos e intercâmbios entre instituições nacionais e internacionais, a memória da cultura afro-brasileira e da Região Portuária do Rio de Janeiro. São 2.356m² de edifício, com três pavimentos e 18 salas próprias para usos diversificados, sob a gestão da Cdurp, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e a Coordenadoria Especial de Promoção das Políticas de Igualdade Racial (Coppir), órgão público vinculado à Secretaria de Governo da Prefeitura do Rio, com o propósito de promover ações afirmativas e ampliar os direitos dos grupos étnicos na cidade. Localizado na Rua Pedro Ernesto, 80, Gamboa, bem próximo ao Instituto dos Pretos Novos, na Praça da Harmonia, o CCJB foi inaugurado em 1877 por D. Pedro II como a primeira escola de nível médio pública da América Latina

O ator Grande Otelo é um dos homenageados pelo CCJB: o cine vídeo local leva seu nome

Pátio interno do Centro Cultural José Bonifácio

(Escola Pública Primária da Freguesia de Santa Rita). Em 1977, a escola foi desativada e o prédio passou a sediar a Biblioteca Popular Municipal da Gamboa, até sofrer nova desativação. Já em 1994, após grande reforma, tornou-se um centro de referência da cultura afro-brasileira. No ano de 2013, outro grande projeto de restauro foi efetuado, tendo sido restaurados pisos, telhados, fachadas, forros, esquadrias, revestimentos e ornamentos, e instalados sistema de ar-condicionado e adaptações de acessibilidade, como um elevador. O programa Porto Maravilha

Cultural investiu R$ 3,8 milhões na restauração. E diariamente permanece no local uma equipe terceirizada de manutenção para reparos e consertos que, porventura, sejam necessários. Segundo Lelete Couto, coordenadora de Igualdade Racial da Coppir, e Carlos Frederico Silva, assessor de Desenvolvimento Econômico e Social da Cdurp, a realização de atividades no Centro ainda são poucas diante do leque de oportunidades que o prédio e a cultura oferecem. A rua do edifício, por exemplo, é cenário de obras de construção da li-

nha do VLT. No entanto, eles apontam que, a partir deste mês de novembro, com a data do dia 20 como feriado nacional para valorização da Consciência Negra, as atividades poderão ser ampliadas, promovendo maior diversidade da agenda cultural através da articulação com os grupos e coletivos da região. “Todos os órgãos que aqui atuam têm um papel importante na interface com a população”, acredita Carlos Frederico. Lelete corrobora, afirmando que, devido a todas as ações já realizadas, percebe-se uma crescente melhora e fortalecimento do relacio-

Caderno Cultura e Cidadania Realização

Patrocínio

namento do espaço com a vizinhança. Desta forma, apesar de o CCJB ainda não possuir uma agenda fixa e recheada de atividades, a proposta ainda é oferecer o uso múltiplo por todos, moradores da região, sociedade, artistas, combinando atividades acadêmicas, pedagógicas e artístico-culturais sobre a contribuição africana para a formação sociocultural brasileira. Lelete Couto realça que, por haver um histórico de ensino no local, existe também o desejo de serem realizadas ações de formação de profissionais do segmento cultural afro-brasileiro, através de palestras, cursos

e workshops, tornando o CCJB também um centro de referência de ensino de temas ligados à cultura negra. Afirma Lelete: “Como a comunidade negra não tem muita visibilidade nem muito acesso à formação na área de produção cultural, percebemos que existe uma grande necessidade de fortalecer a formação técnica e profissional. Como este prédio tem por origem o ensino pedagógico, vemos que esta vertente se faz necessária no momento de formação dos artistas e demais personagens protagonistas no fazer e promover a arte negra. Consideramos que, quanto mais eles se apropriarem e tiverem condições de movimentar seus próprios projetos, mais avanço e mais rápido eles conseguirão se projetar”. Carlos Frederico acrescenta que “muitos moradores da região estudaram no prédio ou usufruíram da biblioteca popular, por isso, durante as obras de revitalização, muitos cobravam pelo funcionamento da escola ou biblioteca. Há uma relação de apego da vizinhança com o espaço. Então, quando oferecemos atividades, há o retorno da ocupação do espaço”.

syl dietrich jornalista syl.dietrich@gmail.com


15 folha da rua larga

novembro – dezembro de 2015

atualidades

Biblioteca Comunitária da Prainha quer mais livros Instituição mobiliza moradores para sua campanha de doação Reprodução www.contactomagazine.com

A Biblioteca Comunitária da Prainha, situada no Morro da Conceição, está fazendo uma campanha para aumentar seu acervo de livros através de doações. A biblioteca é apoiada pelo Prêmio Porto Maravilha Cultural e foi inaugurada em setembro do ano passado. Hoje atende moradores da região e mais de 1.000 alunos do Colégio Sonja Kill e da Escola Padre Dr. Francisco Motta. Aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, a biblioteca oferece aos usuários, além de uma Sala de Leitura, um espaço de projeção de filmes contemporâneos e documentários científicos. O acervo atual de 500 livros teve como principal doadora a Biblioteca Nacional, que concedeu 250 exemplares. Carlos Roberto Rabaça, diretor-executivo do projeto e professor do Observatório do Valongo, da UFRJ, convida a população a contribuir: “Queremos livros que instiguem, despertem interesses, vocações, sonhos e ambições profissionais. As temáticas selecionadas para a biblioteca

são Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente, Arte e História”. Por sua vez, Andrea Lessa, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Social do Instituto Nacional de Tecnologia INT, aprovou a ideia e decidiu participar do projeto.

tando que organiza doações coletivas com os funcionários da empresa. Segundo Rabaça, os estudantes das escolas vizinhas aproveitam bastante o espaço na hora do recreio e os professores disputam acirradamente a sala de vídeo para atividades educativas. Hoje os esforços dos responsáveis pela biblioteca estão voltados para o aumento da frequência da comunidade externa ao colégio. “Quando falamos de biblioteca comunitária, é importante que o cidadão se sinta parte dela, deixe de ser apenas um espectador e vire um agente de cultura e transformação”, pondera ele. A biblioteca também aceita doação de DVDs e tablets e se localiza no Beco João Ignácio, 11, no Ela já contribuiu com mais de 80 livros de Morro da Conceição. Telefones: 2253- 8974 aventura, mistério, didáticos e coleções de e 2253-5651. clássicos. “Ter um local para doar próximo ao trabalho é muito prático. Muitas pessoas podem se beneficiar do material que temos da redação em casa e não usamos mais”, explica, conredacao@folhadarualarga.com.br

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16 folha da rua larga

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roteiro

Projeto Animando a Rua Larga vai ser renovado em 2016 Divulgação

Em sua quarta edição e desenvolvido pelo Instituto Cultural Cidade Viva (ICCV), o projeto Animando a Rua Larga é um caso de sucesso no campo de turismo cultural. Trata-se de um roteiro de visitas guiadas a marcos históricos da Região Portuária, com a monitoria da historiadora Priscila Melo, da empresa Rios de História. As pessoas se inscrevem por telefone e participam do passeio cultural gratuitamente, ganhando um kit composto por uma apostila com informações históricas e culturais, um mapa bilíngue com o resumo dos pontos visitados, bolsa, camiseta, chapéu australiano e squeezer para beber água. Tudo começa dentro da sede da Light, que patrocina o projeto em parceria com o Sebrae-RJ. No antigo bonde que fica no pátio do Centro Cultural Light, Priscila realiza uma oficina que prepara o “olhar” dos visitantes. Só depois são percorridos os diversos pontos mapeados Natale Onofre, produtora do ICCV, esclarece que “o projeto promove a disseminação e preservação cultural da antiga Rua Larga (atual Marechal Floriano) e Zona Portuária, através da realização de atividades gratuitas

Grupo de visitantes no Morro da Conceição: um dos passeios do projeto

que envolvem artes integradas, cultura e tecnologia. O projeto tem um aplicativo para celular, de download gratuito, denominado Animapa”. Acrescenta Natale: “Tendo em vista as experiências bem-sucedidas das edições anteriores, o Animando a Rua Larga será reformulado no ano que vem. Em 2015, as pessoas interessadas em participar do projeto entraram numa lista de espera de com mais de

2.000 pessoas, fenômeno que atribuímos ao excelente trabalho de divulgação do projeto. No ano que vem, o volume de público irá dobrar e o projeto atenderá 500 pessoas”. Natale informa ainda que, em 2016, será criado um aplicativo de realidade virtual especialmente para o projeto: “Dando continuidade ao aplicativo bilíngue que foi criado na terceira edição do projeto, o Animapa, será

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concebido um aplicativo inovador, com trechos da memória arquitetônica da região, através do desenvolvimento de modelos em 3D elaborados a partir de fotos históricas e cartografias disponíveis. O aplicativo contará com uma ambientação sonora e visão em 360o graus, ampliando ainda mais a experiência para o usuário”. O aplicativo irá recriar dez cenários históricos, onde o usuário terá a escolha de navegação com integração em realidade aumentada (utilização do celular para, através da própria tela do dispositivo, visualizar o cenário recriado) ou em realidade virtual (o usuário também utiliza o seu próprio celular, mas com o auxílio dos óculos “Google Cardboard”, de acesso universal). No projeto está prevista a aquisição de 100 desses óculos, com design exclusivo do projeto, que serão doados aos centros culturais e escolas municipais da Zona Portuária.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br


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novembro – dezembro de 2015

morro da conceição

Novidade no morro: o Hostel Pop Art Muita gente fica incrédula quando falo que o Morro da Conceição, tão pequeno que é, além de pouco conhecido, tem uma gama de diversidades como: Observatório do Valongo, uma gigantesca fortaleza com seu palácio episcopal, a Igreja Nossa Senhora da Conceição, bares, galeria de arte, restaurante, escolas, mais de 15 ateliês de artistas e até food truck. Para aumentar a lista de surpresas, há quase um ano, o morro conta também com um Hostel, com o nome de Pop Art. A história do hostel é um capítulo à parte. Cláudia Bouças foi rever o Morro da Conceição, onde morou com seus pais quando era criança. Ao passar em frente à sua antiga casa, ficou sabendo que a inquilina que vivia no imóvel há 50 anos tinha falecido. Cláudia, que já estava pensando em mudar de ramo profissional, viu naquela casa a possibilidade de montar um hostel. Enquanto isso, seu filho, Adamo da Veiga, quando estava hospedado em um hostel na Nova Zelândia conheceu a carioca Marcelle Monteiro que também pensava em abrir um hostel no Rio. Era a parceira que faltava para que os três se unissem em prol de um mesmo ideal. A tarefa de transformar uma casa em péssimo estado não foi fácil. Alugar o imóvel, reformar dentro das exigências do Iphan, aproveitar espaço daqui e dali – e lá se foram 15 meses de muita luta, gastos e suor. Inaugurado em dezembro de 2014, os primeiros hóspedes foram funcionários do Museu do Amanhã que permaneceram por lá por um longo tempo. O local é simples e limpo. Bem ao fundo há uma varanda com uma cobertura de bambu rústico, emoldurando a paisagem deslumbrante de onde se pode ver o Museu de Arte do Rio (MAR), bem como o Museu do Amanhã e a bela Praça Mauá reformada e florida. Os proprietários do hostel têm um olhar sensível para as artes, tanto que a ideia é abrigar no estabelecimento exposições de arte o ano todo. E mais: eles apoiam vários projetos artísticos e sociais como o Grupo Cosmonauta, na reconstrução das pilastras em mosaico, o projeto Bom de Bola Bem na Escola, esporte para crianças e, atualmente, os proprietários do Pop Art prorrogaram a exposição intitulada A invenção do eu. O hostel está aberto para eventos e festas, em sua bela varanda com capacidade para 30 pessoas. Além disso, faz a inte-

Do hostel, se pode ver a paisagem deslumbrante do MAR e do Museu do Amanhã Divulgação

gração com os moradores que fornecem o que melhor sabem fazer para os eventos, de acordo com o gosto do cliente, abrangendo churrasco, feijoada, bolos, doces e comidinhas, entre outros atrativos, agregando valores com a participação dos vizinhos. E assim, de notícia boa em notícia boa, o nosso morro vive a cada dia um capítulo de sua história, somando fatos e coisas que vivemos no cotidiano e que serão contadas no futuro para os que ainda não chegaram. O hostel fica na Ladeira João Homem, nº56. E-mail: contato@poparthostel.com.br. Telefone: 2253-9069. O site merece uma visita, no endereço: www.pophostel. com.br.

A decoração do Hostel Pop Art é colorida e descontraída

teresa speridião artista plástica teresa.speridiao@gmail.com


18 folha da rua larga

novembro – dezembro de 2015

gastronomia

Yellow Submarine: pratos novos e saborosos a cada dia O restaurante foi selecionado para Tour da Experiência do Sebrae-RJ Yuri Maia

Há 20 anos no mercado gastronômico, o restaurante Yellow Submarine já se tornou uma verdadeira tradição na Região Portuária. Em uma das ruelas mais antigas do centro histórico do Rio, no cruzamento da Rua da Candelária com o Beco do Bragança, encontra-se essa preciosidade gastronômica, que funciona de segunda a sexta, mas somente para almoço. Cristiane Zimetbaum, a proprietária, administra pessoalmente o restaurante, com olhar muito atento aos mínimos detalhes, que incluem decoração, cardápio, limpeza e, especialmente, atendimento aos clientes. A casa oferece opção de bufê à vontade ou a quilo, e cria pratos novos todos os dias. Assim, o elemento surpresa atrai os clientes, que já sabem que o almoço nunca será o mesmo. O único prato que se repete sempre é a famosa feijoada, às sextas-feiras, com feijão suculento e carnes macias, colocadas em recipientes separados, o que dá ao cliente a oportunidade de selecionar suas favoritas. Entre os acompanhamentos, estão a couve mineira verdinha e a abóbora cremosa, entre outros saborosos acepipes. Saladas, legumes, carnes, bacalhau, salmão e tilápia são peças-chave para receitas variadas, criadas no dia a dia. As sobremesas, imperdíveis, encantam os frequentadores pelo capricho da aparência e pelo alto número de opções: nada menos que 10, sendo uma delas a banana suspirosa, frita com suspiro. Outra é o pavê, em versão local da tradicional torta alemã com calda quente. Recentemente o Yellow

A decoração alegre e colorida homenageia os Beatles Yuri Maia

Yuri Maia

Bufê variado e gostoso, que garante a fidelidade dos clientes Yuri Maia

Yuri Maia

A sobremesa especialmente criada para o Tour da Experiência

Submarine foi selecionado pelo Sebrae-RJ para um projeto chamado Tour da Experiência, que sairá na revista Rio Tour. Para poder participar, o restaurante precisou criar e apresentar um prato original com a cara do Brasil e que agrade ao turista. Cristiane criou o

sorvete de frutas tropicais com calda de cachaça, no formato exato de um submarino, que tem até bandeirinha do Brasil. Ela recebeu muitos elogios dos técnicos do Sebrae-RJ. Difícil é não submergir com ele para as profundezas de nossos sentidos gustativos.

Dezembro é o mês de maior movimento na cozinha do Yellow, pois, além do almoço, muitos grupos reservam o espaço para comemorações, além de receber encomendas de ceias completas para o Natal e Ano Novo. Faltou ainda falar da decoração surpreendente que homenageia a banda de rock de maior sucesso de todos os tempos: os Beatles. Fotos, pôsteres e painéis da banda não deixam dúvidas de que o casal Cristiane e Ricardo sempre foi apaixonado por boa música. Ricardo, inclusive, já fez parte de uma banda famosa nos anos 80: Dr Silvana & Cia, na qual ele atuou como vocalista e compositor. O tempo passou, a banda acabou, mas a música continua viva na vida do casal empreendedor. Na verdade, a música é tão necessária para a alma quanto a gastronomia é para o corpo. Somos capazes de lembrar com precisão de algo que comemos quando criança e de recordar coisas impactantes ao ouvir determinadas músicas. Assim é o Yellow Submarine: você pode não conhecê-lo ainda, mas ele já está esperando por você. O restaurante fica na Rua da Candelária, 85, Centro. Telefones: 2253-6886 e 22334818. Funcionamento de segunda a sexta-feira, das 11h às 15h30. Em tempo: vale a pena acessar o site: www.restauranteyellowsubmarine.com.br.

teresa speridião artista plástica teresa.speridiao@gmail.com

receitas carol O clima é de festa! Um desejo de recomeço paira no ar, com novas perspectivas para o ano que se inicia. A despedida de 2015 tem de ser especial e, como manda a tradição, o peru é figurinha fácil em todas as mesas nessa época do ano. Por isso escolhi uma receita bem fácil, para tornar a sua comemoração ainda mais especial. Desejo aos nossos leitores um feliz Natal e um delicioso 2016!

Peru com laranja e damasco ACP

Ingredientes: Para a marinada: • 1 peito de peru sem osso (900g) • 1 xícara de suco de laranja • ½ xícara de vinho branco • 2 colheres de sopa de molho de soja • 1 colher de sopa de mel Para o molho: • 2 xícaras de suco de laranja • 200g de damasco seco • 1 xícara de caldo do peru • 1 xícara da marinada • 1 colher de sopa de mel • 1 colher de sopa de maisena Modo de preparo Misture os ingredientes da marinada e deixe o peru de molho de um dia para o outro, em um recipiente fechado na geladeira. Escorra a marinada e coloque o peru num tabuleiro, com um pouco de água no fundo. Leve ao forno médio e asse por 30 minutos. Escorra o caldo e reserve. Ferva o suco até reduzir pela metade. Junte o restante dos ingredientes e deixe ferver por mais 10 minutos. Dilua a maisena em um pouco de água e junte ao caldo fervente, mexendo sem parar até engrossar. Fatie o peru e regue com o molho. E boas festas! ana carolina portella chef de cuisine carolnoisette@hotmail.com Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol.blogspot.com


19 folha da rua larga

novembro – dezembro de 2015

cidade

Mostra no CCBB homenageia programa infantil premiado Divulgação

Depois de fazer grande sucesso de público em São Paulo, a mostra Castelo Rá-Tim-Bum, uma realização do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do Governo do Estado de São Paulo, está no Rio de Janeiro. Até 11 de janeiro de 2016, o público poderá conferir peças do acervo do programa, fotografias e figurinos em ambientes do Castelo recriados para a exposição, no Centro Cultural Banco do Brasil. Concebida pela equipe do Museu da Imagem e do Som com apoio da TV Cultura/ Fundação Padre Anchieta, a mostra é um tributo ao programa televisivo Castelo Rá-Tim-Bum, que é considerado um dos melhores pro-

dutos audiovisuais da história da televisão brasileira e que, em 2014, completou 20 anos. “O Castelo Rá-Tim-Bum é um marco em nossa TV, influenciou gerações com seu conteúdo educativo e formato inovador, somados à qualidade artística sem precedentes”, comenta André Sturm, diretor executivo do MIS-SP. Com montagem desenvolvida totalmente pelo MIS, a exposição oferece ao público uma oportunidade para ver de perto os personagens e os objetos cenográficos do Castelo, em uma divertida experiência interativa e sensorial. Foram reproduzidos cenários do programa, como a entrada com o porteiro de lata, a biblioteca, a cozinha

As reproduções cenográficas imergem o público na atmosfera do programa

Com quantos coletivos se faz um distrito?

cheia de gavetas, o saguão da árvore da Celeste, o quarto do Nino com a parede giratória e o quarto da bruxa Morgana. A mostra esteve em cartaz no MIS-SP entre julho de 2014 e janeiro de 2015 e levou mais de 410 mil visitantes ao museu, vencendo diversas votações populares: Evento do Ano pelos leitores do Guia da Folha, Melhor Exposição pelos leitores da Veja São Paulo, Melhor Exposição pelo site G1 e Melhor Exposição pelo Uol.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

Entrar diariamente em um escritório, às 8h e sair às 18h é quase coisa do passado. Cada vez mais os novos modelos de negócios vêm levando a novas relações de trabalho. Coworkings, espaços compartilhados, home office, etc. Essa é a realidade que toma conta do “novo” mundo dos negócios. Essa realidade é ainda mais evidente quando falamos de economia criativa. “Criativos” buscam fazer diferente, se adaptam, interagem e transformam o ambiente e as condições à sua volta. São naturalmente subversivos. Divulgação

No Distrito Criativo do Porto a realidade dos coletivos cresce cada vez mais. Os formatos e estrutura podem variar de um simples compartilhamento de espaço como o Alexandre Mackenzie 104, até estruturas um pouco mais elaboradas como a associação de empreendedores Goma, com um modelo de gestão compartilhada de extrema eficiência e que se desenvolve de forma orgânica e adaptativa. O próprio Distrito é uma iniciativa que surge desse

O Coletivo Goma adota o trabalho em rede: um por todos e todos por um

poder de se adaptar e se articular. Quando os coletivos extrapolam os seus limites – assim como deveria ser – novas conexões surgem, novas redes de trabalho são estabelecidas. O desafio está em proporcionar as melhores condições para que essas conexões, atividades e (por que não?) provocações se desenvolvam, reverberem e sejam sempre ampliadas e reinventadas a todo momento.Precisamos criar e desenvolver um ecossistema de adaptação

contínua e, ao mesmo tempo, criar as condições ideais para atrair novas iniciativas dessa economia criativa que, além de vocação natural da nossa cidade, é inesgotável, renovável e escalável.

Daniel kraichete consultor e curador em design e inovação danielk@ampliativo.com.br


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destaques folha da rua larga

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dicas da cidade Está em cartaz no Arquivo Nacional, até março de 2016, a exposição O Rio em Movimento, que reúne uma seleção de imagens que revelam importantes transformações vividas pela cidade, desde o século XV. Dividida em cinco temáticas, a mostra enfoca os seguintes aspectos da história carioca: O Rio das Montanhas, que apresenta os morros do Centro da cidade; O Rio do Mar, que faz um recorte do litoral e do porto; A cidade toma a várzea, que ilustra o Rio dos mangues; O campo da cidade, que apresenta momentos históricos da urbanização do Campo de Santana e seus arredores; e Um passeio pelo Rio de Janeiro do Século XIX, que mostra uma variedade de imagens que refletem as mudanças urbanas do século passado. A mostra foi organizada pelas pesquisadoras Renata do Vale, Mariana Rocha, Denise Bastos e Viviane Gouvêa, que levaram 10 meses de trabalho no acervo do Arquivo Nacional. Além de fotografias, a exposição também apresenta ao público plantas arquitetônicas, mapas raros, fotogramas de filmes, gravuras e até a Constituição de 1824. No conjunto, a cidade aparece sempre em contínua transformação, principalmente, no que diz respeito ao crescimento populacional e imobiliário. Curadora da mostra, Renata do Vale conta que uma de suas inspirações foi chegar à Praça XV e não se deparar com a Perimetral. A partir daí, durante a pesquisa, constatou que o Centro foi o local mais modificado por obras significativas: “Queríamos mostrar como o Rio de Janeiro ganhou a cara que tem hoje. Chegamos à conclusão de que a cidade mudou muito mais do que imaginávamos. Durante a pesquisa, descobrimos pontos de aterro que não tínhamos ideia, por exemplo. E fomos vendo como a região central esteve sempre em movimento, assim como está hoje. E não vai parar nunca”, afirma ela. A Região Portuária ganhou destaque especial na mostra. As imagens retratam a transferência das atividades portuárias da Praça XV para a região do Valongo após a chegada da família real portuguesa e a instalação da capital do Império Português no Rio. Também são destaques a construção do Elevado da Perimetral e da Praça Mauá. O Rio em Movimento encerra no Arquivo Nacional o ciclo de um ano de comemorações pelo 450º aniversário da Cidade Maravilhosa. O Arquivo Nacional fica na Praça da República, 173. A entrada é gratuita. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo telefone: 2179-1273. A visão aguda de Evandro Teixeira Um dos maiores fotojornalistas do Brasil, Evandro Teixeira, está expondo seus trabalhos no Museu de Arte do Rio (MAR), até o dia 31 de janeiro de 2016. A mostra, intitulada Evandro Teixeira: a constituição do mundo, reúne fotos produzidas ao longo dos 60 anos de carreira profissional desse fotógrafo, com curadoria do diretor do MAR, Paulo Herkenhoff. Identificado com a cidade do Rio de Janeiro, Evandro sempre primou por conseguir imagens de ângulos imprevistos: certa vez, furou o esquema de segurança da Rainha Elizabeth, da Inglaterra, e a fotografou a poucos metros de distância. Célebre também é sua foto do Papa, tirado da caçamba de um caminhão, que o colocou num ponto de vista superior ao dos demais fotógrafos presentes. Não menos célebre é sua foto da movimentação dos quartéis na madrugada fatídica do dia 31 de março de 1964, quando foi dado o golpe que instaurou o regime militar no país. Evandro mostrou os soldados na contraluz, sombras em movimento na noite, já pressagiando o obscurantismo que desceria sobre o país durante mais de duas décadas. Para o curador Herkenhoff, a obra de Evandro “atua a contrapelo do ‘instante decisivo’ da fotografia”. E acrescenta: “Sua capacidade de estar diante não é pelo sentido da oportunidade de Cartier/Bresson de ‘estar no lugar certo, na hora certa’, mas de compreender como deve mover-se no interior da notícia para construir a imagem e a experiência dos fatos. Seu movimento é um embate físico, sensível e político com o que acontece. Com Teixeira, o aparato ótico – a câmera-olho – engendra um raciocínio plástico tão fluido quanto os acontecimentos, de forma que, ao fotógrafo, cabe constante engajamento e construção do lugar estratégico do olho-câmera”. A exposição reúne imagens de diversos momentos da nossa história, como as manifestações estudantis de 1968, as vidas sertanejas e abandonadas de Canudos, o golpe do Chile e o enterro de Neruda, cenas de praias e favelas do Rio de Janeiro. Imperdível.

Light: 110 anos iluminando histórias Reprodução

Como parte das comemorações dos seus 110 anos de existência fornecendo energia elétrica para o Rio de Janeiro, a Light está contando a história de alguns de seus funcionários. Esta é uma das maneiras que a empresa encontrou para mostrar que “faz parte não só da história do Rio, mas também da vida das pessoas”. A cada novo aniversário, a empresa afirma que “completou mais um ano de atuação marcante para o desenvolvimento do estado e compromisso com o bem estar da população”. Mais do que um grande dia, a Light procura fazer de cada aniversário “uma oportunidade para reafirmar o nosso comprometimento com o futuro, com o orgulho de trabalhar duro para conectar, inovar, transformar e fazer acontecer”. No site da publicação eletrônica Conexão Light, podemos ler esta justificativa da proposta de contar a história dos colaboradores da empresa: “A verdade é que o tempo passou muito rápido. É até possível dizer que passou na velocidade da Light: uma empresa que impulsiona o crescimento da sua área de concessão, entregando ener-

gia de qualidade a milhões de famílias. Pessoas que guardam histórias de carinho e gratidão pela empresa por diferentes motivos. Pensando nisso, decidimos comemorar esta data tão importante convidando empregados e clientes a compartilharem histórias sobre como a energia é capaz de iluminar momentos especiais e inesquecíveis ao longo da vida. Não à toa, a campanha ganhou o nome Light: 110 anos iluminando histórias, que tem postagens especiais no blog e nas redes sociais do Conexão Light”. Para o lançamento da campanha, foi seleciona-

do o agente administrativo João Alves da Costa, que é o empregado mais antigo da empresa, “para traduzir a energia que nos faz ir ainda mais longe”. Na casa desde 1949, seu João conta como viu o Rio crescer e se mostrar para o mundo. Quem quiser se emocionar com depoimentos de outros funcionários, basta acessar o link www.conexaolight.com. br ou www.facebook.com/ conexaolight.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

Light inaugura usina solar na sede A Light inaugurou na sua sede, na Marechal Floriano, uma usina-laboratório de geração de energia fotovoltaica. A estrutura foi instalada no telhado do Museu Light da Energia e é inovadora: permite monitoramento completo do sistema, placa a placa, pela internet. A usina será utilizada para pesquisas ligadas ao uso

de painéis solares, contribuindo para diversificar a matriz energética. Fruto de parceria com a PUC-Rio, o sistema tem capacidade instalada de 20kW, 102 painéis fotovoltaicos e três tipos de tecnologias (amorfo, mono e policristalino). A usina produz, em média, 650 KWh/mês, equivalente ao consumo de cinco

residências, e supre parte da demanda de energia do museu. De março a julho deste ano, durante a fase de testes, a usina gerou 2.600 KWh, representando 1.267 kg de gás carbônico (CO2) a menos no ambiente.

da redação redacao@folhadarualarga.com.br

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