43ª SEMANA DE VELA DE ILHABELA Com as bênçãos do imponente Cisne Branco
PRÊMIO REVISTA IATE Elegância a toda prova
Nº 41 OUTUBRO 2016
R$ 19,90
SUMÁRIO
62
NOSSA CAPA
POSTO DE COMANDO
O veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, durante a 43ª Semana de Vela de Ilhabela. Foto Eduardo Grigaits/Fotop
O X-Prime 80 de Stefano Pastrovich; o poderoso superiate de 492 pés de Gabrielle Teruzzi; a prancha Mirage Eclipse da Hobbie Cat; e o anfíbio da Marinha dos EUA
72
94
GALERA Ao passar alguns dias no lendário veleiro Eilean, fotógrafo apaixona-se e revela a alma da embarcação
72
MARÉ ALTA Pertinho de Paris, Le Havre tem alma marítima. Devastada durante a Segunda Guerra Mundial, foi reconstruída e tombada como Patrimônio da Humanidade. Todo ano, o Festival Impressionista promove exposições de artistas que se encantaram com a luz e o mar locais
102
DIÁRIO DE BORDO A ilha caribenha de Saint-Martin oferece muito mais que sombra, sossego e águas azul-turquesa
76 ICS
O DNA náutico do Iate Clube de Santos revela-se em cada uma de suas sedes
84
MEMÓRIA Exposição nos Estados Unidos mostra como o artista norueguês Edvard Munch foi influenciado pelo mar e o usou como metáfora de suas emoções
90
84 104 TIMÃO
Faena Hotel em Miami; Delft, na Holanda; Trairí, no Ceará; e Gansevoort, em Turks & Caicos
106
MEIO AMBIENTE
CABOTAGEM
Único laboratório submarino do mundo, o Aquarius Reef, em Miami, recebe pesquisadores de todas as partes do mundo para estudar o oceano
Artista japonesa presenteia o Rio de Janeiro com escultura que leva a mensagem de união entre natureza e arte
108
156
O Museu Britânico, em Londres, exibe achados de duas cidades do Antigo Egito que ficaram submersas por mais de mil anos
O novíssimo restaurante Lume, em Milão, é clean e seu chef tem uma estrela Michelin
EXPOSIÇÃO
ISCA
160
112
LUXO A BORDO
BELEZA
Os metais ganham acabamentos diferenciados e modernos
Não se engane: o sol é poderoso e faz mal à pele em qualquer estação do ano. Conheça as novidades para se proteger
116
MAROLA Artista usa impressoras 3D para fazer belos trabalhos
120 FEIRA
Novidades do Cannes Yachting Festival
126
HOLOFOTE O Grupo Azimut-Benetti reuniu clientes de várias partes do mundo em Capri, na Itália; a Lerosa Investimentos comemora 50 anos dedicados ao crescimento do patrimônio de seus clientes na sede São Paulo do ICS
134
120 146
VELA
A tecnologia que tornou as regatas mais compreensíveis na transmissão dos Jogos Olímpicos Rio 2016; barco alemão que participava de regata fez pausa no Brasil; a 43ª Semana de Vela de Ilhabela com direito a show de baleias
146
FITA AZUL O 6º Prêmio Revista Iate teve apoio da Lacoste para eleger a tripulação mais elegante da Semana de Vela de Ilhabela em concorrida festa do ICS
152
ESPORTE Uma das competições de canoagem mais importantes do mundo, a Descida Internacional do Sella, na Espanha, tem largada poética
Papel certificado, consumo consciente
6 EDITORIAL
CONTRA A MARÉ Nós, brasileiros, já aprendemos que o governo não ajuda, mas está mais que na hora de ele parar de atrapalhar, porque remar contra a maré, além de muito cansativo, é improdutivo, deixa muitos à deriva e faz com que tantos outros desistam. Melhor que remar contra a maré é se deixar levar ao sabor do vento e ir parar, quem sabe, em Le Havre, na França, para usufruir de todas as delícias do mar e ainda conferir o Festival Impressionista, quem sabe em Londres, que exibe os preciosos achados de duas cidades do antigo Egito que ficaram submersas por mais de mil anos. Há muitas novidades em embarcações, pequenas, grandes, diferentes. O Cannes Yachting Festival apresentou muitas, inclusive um destaque brasileiro da Azimut, que mostramos aqui. No barco ou fora dele, não bobeie com o sol. Afinal, não precisa ser verão para que ele aja contra a nossa pele. Confira o que os novos protetores solares podem fazer por você. Conheça também um novo jeito de fazer arte, por meio de impressoras 3D. Um artista paulistano cria esculturas que parecem bordadas. A tecnologia mostrou-se soberana nos Jogos Olímpicos Rio 2016, e permitiu que assistíssemos pela tevê às regatas como nunca havíamos visto antes no Brasil. As projeções do circuito, bandeiras dos países nos barcos e outros detalhes serviram para mostrar de forma didática como se realizam as regatas. Mais uma vez, a vela nos brindou com uma medalha de ouro da dupla Martine Grael e Kahena Kunze. Elas, como tantos outros atletas, fizeram questão de prestar continência no pódio porque fazem parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, que muitos de nós nem conhecíamos. E já que a canoagem está em alta depois que o nosso atleta Isaquias Queiroz conquistou três medalhas nos Jogos Olímpicos, registramos uma das competições mais importantes do mundo, realizada no norte da Espanha. Na nossa especialidade, a Semana de Vela de Ilhabela reuniu embarcações de todo o País e foi brindada com a presença de baleias que se dirigiam a Abrolhos. Com apoio da Lacoste, fizemos a festa de entrega do Prêmio Revista Iate, que, pelo sexto ano, foi muito descontraída e agradável.
Berardino Antonio Fanganiello
Comodoro
10 EXPEDIENTE
Ano 8 – nº 41 – Outubro de 2016
COMODORO Berardino Fanganiello
CONSELHO EDITORIAL Alberto Rubens Botti, Almirante Euclides Janot de Matos, Antonio Penteado Mendonça, Carlos Brancante, Eduardo de Souza Ramos, Felipe Furquim, Jonas de Barros Penteado, Lars Grael, Luiz Felipe D’Avila, Mario Simonsen
DIREÇÃO EDITORIAL Judite Scholz judite@revistaiate.com.br
DIREÇÃO DE ARTE Priscila Pagano Afonso priscila@revistaiate.com.br
REVISÃO Hassan Ayoub
COLABORADORES Antonella Kann, Eduardo Vessoni, Eloá Orazem, Isabela Campos, Juliana Andrade, João Simonsen, Luciana de Barros, Marcio Moraes, Marco Yamin, Marilane Borges, Mauricio Cassano
GERENTE-COMERCIAL Camila Gabriel camila@revistaiate.com.br
EXECUTIVOS DE CONTAS Marici Brocco Amaral marici@revistaiate.com.br Yuri Ikeda yuri@revistaiate.com.br
COORDENAÇÃO DE CIRCULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Natanael de Freitas natanael@revistaiate.com.br
DISTRIBUIÇÃO NACIONAL Correios
TRATAMENTO DE IMAGENS Kelly Polato Fineart Print Studio
IMPRESSÃO TypeBrasil
TIRAGEM 12.000 exemplares
A Revista Iate é uma publicação bimestral do Iate Clube de Santos (ICS) Avenida Higienópolis, 18 - São Paulo – SP - CEP: 01238-001 - tel.: (11) 3155-4407 - Fax: (11) 3257-9451 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial. Não nos responsabilizamos pelo conteúdo dos anúncios e mensagens publicitárias incluídos nesta edição
REVISTA IATE NO IPAD www.revistaiate.com.br/ipad
REVISTA IATE NO ANDROID www.revistaiate.com.br/android
12 AVISO AOS NAVEGANTES
Apoio
Este jogo de suporte para copos Mar Português vem com seis peças de 8,5 x 8,5 cm de vidro queimado, com impressão digital e silicone no fundo, acompanhadas de estojo em MDF. R$ 82. Dekore Já, www.dekoreja.com.br
Útil
Prato de cerâmica pintado à mão. R$ 488. L’oeil Móveis e Decoração, tel. (11) 3897-8787, www.loeil.com.br
Dentro e fora
A cadeira SIM, da marca brasileira de móveis e acessórios de design Oppa, conquistou o conceituado prêmio internacional Objeto: Brasil 2016 na categoria Design para Casa. A cadeira exibe contraste entre as linhas retas da base e o corpo sinuoso. A curva do assento aumenta o conforto e a almofada de E.V.A, revestida com tecido 70% algodão reciclável e 30 poliéster, proporciona um aconchego sem fim. Pode ser usada em ambientes internos e externos. Preço sob consulta. Oppa, www.oppa.com.br
Pouco de mar
Proveniente do Irã, o tapete Persa Collage é feito à mão, em formato retangular de 1,48 x 2,04 m, 100% algodão. R$ 3.017. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Práticas
Saladeiras de bambu com e sem alça: R$ 149 (25 cm de diâmetro); R$ 130 (33 cm); R$ 109 (com alça) e R$ 39 (pegador de bambu). Regatta Casa, tel. (11) 5543-8144, www.regattacasa.com.br
Ritmia
Capa importada para almofada no tamanho 45 x 45 cm. R$ 36. Mart, tel. (11) 3616-5555
14 AVISO AOS NAVEGANTES
Coração
Colar geométrico Triângulo Branco e Cinza. R$ 809. Maria Dolores, tel. (41) 3026-1302, www.designmariadolores.com.br
Estilo
Original da Venezuela, o chapéu Chika é feito 100% de palha da palmeira Iraka e adornado com faixa e pompons. R$ 1.300. Yosuzi na Acaju do Brasil, tel. (11) 3263-0083, www.acajudobrasil.com.br
Distinto
Inspirada no mundo evocativo do design automobilístico britânico, a fragrância ICON, de Dunhill, tem estilo refinado que reflete o cavalheiro urbano autoconfiante e sofisticado. Exótico, o perfume é formado por elegantes notas de bergamota italiana e Absoluto de Neroli, que se entrelaçam com a pimenta-preta, notas de cardamomo e alfazema da Provence, para adicionar um toque de masculinidade. No fundo, revela-se o calor da madeira e do couro ambos misturados com o Vetiver e uma pitada de musgo de carvalho, gerando uma fragrância icônica. R$ 699 (100 ml). Prestige Cosméticos, tel. (21) 2128-2727
Pescaria
A minaudiere, ou bolsa joia, Koi Fish é feita à mão com cristais austríacos, tem alça destacável e forro de pele de carneiro. US$ 5.995. Judith Leiber, www.judithleiber.com
Firmeza
Vedete
Elegantérrimo, o peep toe arrasa nos terremos mais chiques. R$ 3.660. Miu Miu, tel. (11) 3552-1040, www.miumiu.com
O Gel-Creme Nanocápsulas é um neurocosmético multifuncional anti-age que promove redução de rugas e linhas de expressão, proporcionando mais elasticidade e firmeza à pele. R$ 203. Buona Vita, www.buonavita.com.br
18 AVISO AOS NAVEGANTES
Luz divina
Pendente de vidro fumê ilumina e decora. R$ 520. Spot, tel. (11) 3043-6616
Sabor e saúde
Cozinhar no vapor com a Vaporeira Ajustável de Inox Vitala Gefu é um jeito simples e rápido de preparar alimentos, reduzindo a gordura dos pratos e deixando os legumes mais crocantes e as carnes mais macias. R$ 167. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Segredo das águas
Colar Búzios em prata da coleção Gabriela Pugliesi para dar sorte. R$ 1.690. Dryzun, tel. (11) 3811-4100
Metálico
Tênis Vans Authentic Decon na cor Metallic Leather. R$ 300. Vans, tel. (11) 3152-6266, www.vansdobrasil.com
Poder
Anel pequeno de ouro branco e diamantes da coleção Ser Feliz. Preço sob consulta. The Graces, tel. (11) 5189-6620, www. thegraces.com.br
Delicadeza
Em tecido 100% algodão 270 fios, o jogo de cama Córsega, da Buddemeyer, tem estampa inspirada nos clássicos toile de jouy – estampa criada na França com toque de pintura manual –, e textura acetinada. Disponível nos tamanhos Solteiro, Casal, Queen e Super King. Preços sob consulta. Casa Almeida, tel. 0800-7785005, www.casaalmeida.com.br
20 AVISO AOS NAVEGANTES
Sinta a França
Com uma combinação de ingredientes suaves e adocicados, a fragrância feminina Puccini Lovely Night Blue, da marca francesa Gilles Gantuel, reflete o romantismo e a magia de Paris. A mistura de bergamota, limão, groselha, framboesa, pêssego, hortelã e laranja abre passagem para notas de amora, cedro, violeta, rosa e jasmim, encerrando com um mix de âmbar e baunilha. R$ 175 (100 ml). Excellence, tel. 0800-163434
Tudo azul
Esta elegante bolsa de couro azul com logo da Maserati tem alça dupla e fecho de zíper, bolso interno e o tridente impresso em dourado e pendurado na alça como um charm. 435 euros. Maserati, www.maseratistore.com
À mão
Esta carteira de couro azul conta com quatro compartimentos internos para cartões, e também para moedas e documentos. R$ 1.820. Prada, tel. (11) 3078-8326
DNA elegante
A novidade da Maison francesa Cartier é o Calibre Diver Blue, o estiloso relógio de mergulho certificado pela norma ISO 6425, que atinge até 300 metros de profundidade. O modelo preserva o DNA da marca, com numerais romanos, trilho de trem, ponteiro em forma de espada e assinatura secreta. Além disso, o seu bisel de cerâmica azul é resistente a riscos e a pulseira na versão borracha confere um design esportivo e moderno. Preço sob consulta. Cartier, tel. (11) 3030-0930, www.cartier.com.br
Cor do mar
Brincos de Safiras Extravagance em ouro branco, safiras azuis e diamantes com lapidação brilhante. R$ 9.600. Claudia Kechichian, tel. (11) 3667-7494
22 AVISO AOS NAVEGANTES
Energia náutica
Lançada na década de 90, a fragrância Pasha de Cartier sempre navegou em um mar de elegância. Clássico com acorde de samambaia e grande poder de sedução, ganhou, dez anos depois, a Pasha Édition Noire, com um toque de frescor cítrico. O novo Édition Noire Sport masculino ganha a emoção do mar aberto e os toques com acordes revigorantes sopram o ar marítimo sobre este perfume ancorado em profundas memórias olfativas da terra, nos padrões sândalo, âmbar e cedro. R$ 675 (100 ml). Prestige Cosméticos, tel. (21) 2128-2727
Saudável
Traje social
O porta-garrafa térmica Origami tem 33 cm de pura eficiência. R$ 120. Camicado, tel. 0800-7220035, www.camicado.com.br
Grelha Redonda Staub com alça 22 cm em ferro fundido na cor cereja. R$ 340. Doural, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Around
A cinta grossa de couro gravado com o logo da marca dá personalidade à sandália masculina, marcada pela cor vermelha e textura firme. US$ 350. Gucci, www.gucci.com
24 AVISO AOS NAVEGANTES
Exuberante
Arredondado e com toque gráfico, o pendente Bouton Dor, de ouro rosa, diamantes, madrepérola e carnélia, mistura elementos côncavos e convexos em perfeita harmonia. Preço sob consulta. Van Cleef & Arpels, tel. (11) 3152-6630, www.vancleefarpels.com/br
Acorrentada
Com design que remete aos icônicos chokers, o Bracelet é uma extensão dos looks da grife. A espessura do modelo opõe-se ao detalhe delicado da fechadura. R$ 1.140. Prada, tel. (11) 3078-8326
Inovador
Doces tardes
Máquina de cupcakes Sweet Cake 220v Cadence. R$ 105. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Vivo
O esmalte vermelho Lola Enamored Hi-Shine Nail Lacquer Marc Jacobs Beauty tem efeito brilhante. R$ 139. Sephora, tel. (11) 3004-7500, www.sephora.com.br
Parece um vidro de esmalte, mas Dior Cheek & Lip Glow é, na verdade, batom e blush. Isso mesmo: basta uma pincelada nas bochechas e espalhar com pincel para dar um acabamento impecável no make. Depois, passar nos lábios e ficar linda! R$ 255. Sephora, tel. (11) 3004-7500, www.sephora.com.br
Show
Shoulder Bag vermelha. R$ 6.220. Miu Miu, tel. (11) 3552-1040, www.miumiu.com
26 AVISO AOS NAVEGANTES
Pop Art
Criado pelo dinamarquês Ole Kirk Kristiansen em 1934, o brinquedo Lego é composto de peças de plástico que se encaixam, permitindo muitas combinações. Nos anos 2000, virou obra de arte pelas mãos do norte-americano Nathan Sawaya, que começou a trabalhar com as peças de brinquedo para aliviar o estresse de ser advogado corporativo em Manhattan. Construiu esculturas de todos os tipos e ganhou fama. Lançada, em 2007, na Pensilvânia, a exposição The Art of the Brick já ocupou mais de 80 museus, passou por diversos países, foi vista por mais de 10 milhões de pessoas e celebrada pela imprensa de todo o mundo. Em São Paulo, foi montada em um espaço de 1.771 metros quadrados, com 83 obras que, ao todo, reúnem mais de 1 milhão de pequenas e coloridas peças do brinquedo. Entre as mais impressionantes criações em 3D, reconstruções de obras de arte como O Pensador, de Rodin, O Grito, de Edvard Munch, e O Beijo, de Gustav Klimt. Até 30 de outubro na Oca, em São Paulo, e de 11 novembro a 15 de janeiro de 2017 no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. www.expo-theartofthebrick.com.br
Global Chic do verão
La dolce vita é a chave para a nova linha de Sorvetes da Bvlgari, e foi imaginada pela joalheria italiana como férias de verão em torno de Florença ou Milão, para aproveitar o calor e relaxar. Preços sob consulta. Bvlgari, www.bvlgari.com
Marinheiro
Pulseira náutica modelo Driza 002 na cor ciano com bandeira espanhola feita à mão em náilon de alta qualidade. 20 euros. Mac Navy Oceans, www.macnavy.com
Água doce
Jogo de seis taças de vidro para água Safira com capacidade de 260 ml, da Luminus. Mart, www. martpresentes. com.br
Montblanc 4810 Orbis Terrarum, que se traduz como “globo”, “terra”, “mundo”, indica que este relógio diz o tempo em 24 fusos horários. O mostrador é constituído de várias camadas, começando com o disco principal de cristal de safira que exibe os continentes como vistos a partir do Polo Norte e os nomes das 24 cidades que representam os diferentes fusos horários. Os continentes são separados do resto do disco que exibe os oceanos na cor azul-claro. Um segundo disco de cristal de safira indica a passagem do dia e da noite em tom azul-escuro para a noite e um gradiente de amarelo e verde para o dia. Esse disco também inclui o anel de 24 horas que indica os diferentes tempos nas 24 cidades. Uma caixa de aço inoxidável resistente à água até 50 metros, alças elegantes arredondadas para maior conforto no pulso, ponteiros em forma de regate, esqueletizados e banhados a ouro rosé, e letras vermelhas referindo às cidades de Hamburgo, Londres e Nova York em homenagem aos portos lendários que eram uma grande parte da história das viagens que cruzavam o Oceano Atlântico um século atrás. R$ 30.300. Montblanc, tel. (11) 3552-8000, www.montblanc.com
28 AVISO AOS NAVEGANTES
União
Brincos de ouro rosé com rubi da coleção Sempre Juntos. Preço sob consulta. The Graces, tel. (11) 5189-6620, www.thegraces.com.br
Investimento Para poupar com estilo, o cofre Bag de cerâmica pink tem 15,3 cm para encher de moedas. R$ 60. Etna, www.etna.com.br
Seguro
Body Jazz. R$ 838. Andrea Marques, tel. (21) 3202-2700, www.andreamarques.com.br
Enroscado
Pingente de ouro rosé, diamantes e quartzo blazing red da coleção Nosso Amor. Preço sob consulta. The Graces, tel. (11) 5189-6620, www.thegraces.com.br
Queridinhas
Cabernet, Roxo Euforia e Rosa Marcante são as cores de maior sucesso da linha Soul Kiss Me Efeito Mate, que agora ganham a versão batons líquidos, também com efeito mate e textura cremosa que evita a sensação de lábios ressecados. R$ 21 (cada). Eudora, www.eudora.com.br
30 AVISO AOS NAVEGANTES
Gráfica
A linha de toalhas Art Déco é a novidade da Buddemeyer Luxus e foi inspirada no movimento que revolucionou a arte, a arquitetura, o design e a moda no início do século 20. Com desenhos que remetem à beleza da arquitetura da época, com formas geométricas e artes gráficas, a toalha é de jacquard veludo 100% algodão, pré-lavada e pré-encolhida. Disponível nas cores cobre e bege. Preço sob consulta. Casa Almeida, tel. 0800-7785005, www.casaalmeida.com.br
Pintura
Batom líquido Lip Stain. R$ 160. Kryolan, tel. (11) 3045-0087, www.kryolan.com.br
Santuário do bem-estar
Bastaria um fim de semana na Clínica La Prairie, na Suíça, para relaxar e renovar-se, mas certamente você vai querer mais alguns dias. Clínica médica de reputação internacional, localizada às margens do Lago Genebra e com uma vista espetacular dos Alpes, a La Prairie oferece uma grande variedade de tratamentos exclusivos combinados com um serviço excepcional. Com seu spa e um ambiente natural e arquitetônico, é o lugar ideal para desfrutar de um fim de semana de tranquilidade – ou alguns dias perfeitos para cuidar do corpo e da mente.
Portátil
Da cor do pecado
O uísque The Macallan Ruby amadureceu em barris de carvalho espanhol, previamente utilizados por vinhos de Jerez. Leva tempo até que possa ser engarrafado e proporcione a grande riqueza no nariz e na boca, com sabor de especiarias, de agradável doçura, com final marcado por gengibre e laranjas cristalizadas. R$ 1.550. Aurora Importadora, tel. (11) 3623-2288, www.aurora.com.br
Depilação definitiva já pode ser feita em casa. O poderoso aparelho portátil iPilator II, da Basall, elimina os pelos de forma rápida e a pele fica depilada por muito mais tempo. O aparelho utiliza a fotodepilação, que na prática consiste na aplicação de pulsos de luz concentrada e filtrada na pele, por meio de uma lâmpada especial de xênon. A luz é absorvida pela pele e concentrada no bulbo do pelo, onde é convertida em calor enfraquecendo progressivamente os folículos pilosos e inibindo o crescimento dos pelos. R$ 1.800. Basall, www.basall.com.br
32 AVISO AOS NAVEGANTES
Balangandãs
Pulseiras coloridas de acrílico. R$ 172 (cada). Etoiles, www.etoiles.com.br
La vie en rose
O estilista libanês Elie Saab exalta o buquê de flores brancas com um turbilhão de pétalas de rosas e coloca sua clássica assinatura na eau de toilette Rose Couture. Moderno e feminino, o perfume enaltece a cor favorita do estilista e tem a rosa como protagonista. R$ 559 (90 ml). RR Perfumes, tel. 0800-77225500
Irresistíveis
Anéis de ouro rosé e ametista, ouro amarelo, ouro amarelo e diamantes e ouro amarelo e topázio azul da coleção My Choice. Preços sob consulta. The Graces, tel. (11) 5189-6620, www.thegraces.com.br
Home device
O aparelho de radiofrequência iRF ajuda a tratar rugas, já que estimula a produção de novas fibras de colágeno, o calor alcança os tecidos mais profundos, combate a flacidez da pele e promove sua elasticidade. O nível de energia pode ser ajustado e pode-se escolher entre três modos. Basall, www.basall.com.br
Radiante
Acqua di Parma Rosa Nobile tem origem na essência de rosas centifolia, que florescem em um pequeno jardim na região do Piemonte. A fragrância abre com o suave e fresco aroma cítrico da bergamota e da mandarina, reforçada por notas de pimenta em uma composição única. No coração, a rosa italiana é a estrela, com sua rica intensidade. O toque sedutor de suas pétalas aveludadas é reforçado por notas harmoniosas de violeta, peônia e lírio-do-vale. O aumento das emoções continua em sua base, com madeira de credo da Virgínia reforçada por âmbar cinza e acordes de almíscar. R$ 515 (100 ml). Acqua di Parma, tel. 0800-170506, www.acquadiparma.com
34 AVISO AOS NAVEGANTES
Audaciosa
Illicit, a nova fragrância feminina de Jimmy Choo, brinca com os sentidos, evocando uma atmosfera sedutora. Experiência olfativa floriental, é audaciosa: gengibre e laranja se entrelaçam com a rosa e o jasmim, e, no fundo, o acorde gourmand da sensual combinação de mel e âmbar. R$ 496 (60 ml). Vizcaya Cosméticos, tel. 0800-8492292
Iluminada
Visando a perfeição imediata da pele e uma revitalização duradoura, o Cellular Radiance Perfecting Fluide Pure Gold inunda a pele com um brilho incandescente. Leve emulsão de gel-creme que contém uma combinação exclusiva de ouro puro, agentes refletores de ouro e um peptídeo de ouro único com reforço de colágeno, suaviza o aspecto da pele e proporciona acabamento suave e reforça a firmeza. R$ 2.638. La Prairie, www.laprairie.com
Mensagens
Poemar, nova linha da Cielle Design criada pela designer francesa Celine Kalifa em parceria com o poeta Lucas Ancão, imprime nas joias textos assinados por ele. A coleção possui dez versos com banho de ouro ou prata e pulseiras ajustáveis. Preços sob consulta. Cielle Design, www.cielledesign.com
Estrela
Mochila Donatella de couro ecológico dourado com alças reforçadas, possui bolso interno para notebook e bolsos externos. R$ 369. Dupla Acessórios, tel. (11) 98584-2807, www.duplaacessorios.com.br
Ondas
O estilista Mário Queiroz, que já possui mais de 20 anos de trajetória na moda, inspirou- se no movimento Modernista para criar as peças da coleção de joias folheadas Essencial, em que se destacam formas que trazem o conceito de movimento e fluidez. Preço sob consulta. Rommanel, tel. 0800-114990
36 AVISO AOS NAVEGANTES
Harmonia
Marca de esportes livres com design 100% brasileiro, a Mormaii lançou óculos de sol com formatos leves e matérias-primas de baixo peso, para proporcionar conforto aos esportistas. O modelo Kona tem estrutura quadrada e hastes de Grilamid, nose anatômico e dobradiça plástica. Disponível em oito cores, como preto com marrom e lentes marrons. R$ 300. Mormaii, tel. (11) 3969-0834,www.mormaii.com.br
Must
Lustre de metal e vidro colorido. R$ 1.173. L’oeil Móveis e Decoração, tel. (11) 3897-8787, www.loeil.com.br
Mala de Hemingway
Parte da coleção inspirada nas aventuras de Hemingway, a mala grande de couro marrom está sempre pronta para uma viagem ou jogada no canto da casa para compor o estilo. R$ 1.510. Regatta Casa, tel. (11) 5543-8144, www.regattacasa.com.br
Personagem
A marca italiana de relógios de luxo Panerai faz sua estreia no cinema por meio do ator Jackie Chan, que aparece usando o modelo Panerai Luminor 1950 3 Dias Power Reserve Acciaio 47 milímetros em seu novo filme Skiptrace. No filme, o relógio é quase personagem, pois não aparece apenas no pulso do famoso ator e diretor, sendo também objeto de uma “promessa” especial feita por Jackie Chan ao seu companheiro, o coprotagonista Johnny Knoxville. Em cartaz na China, ainda não tem data para chegar ao Brasil.
38 AVISO AOS NAVEGANTES
Leitura
Porta-revista Sedona de alumínio, mede 38 (L) x 32 (P) x 50 (A). R$ 585. Green House, tel. (19) 3825-4444
Arrojados
Óculos com aro preto manchado. R$ 469. Cavalera, tel. 0800-7722282
Alta resistência
Mais robusto, o modelo I.N.O.X, que se consagrou pela qualidade e resistência, ganhou nova versão com pulseira de couro preta ou marrom e acabamento granulado. Com grande resistência, o tipo de material da pulseira é o mesmo utilizado na confecção de botas de bombeiros, que pode suportar fogo, água, pulverização de sal e até substâncias ácidas. É resistente à água até 200 metros. R$ 2.434. Victorinox, tel. (11) 5584-8188
Coleção de brindes
Quadro Beach confeccionado em madeira e vidro com abertura no topo para colocar as rolhas das bebidas consumidas nos momentos especiais. R$ 89. Dekore Já, www.dekoreja.com.br
Poderoso
Uma mistura dos melhores óleos com essências aromáticas forma o coração e a base da colônia masculina Acqua di Parma Leather, que possui elegante teor cítrico. Limão da Sicília e óleo de laranja do Brasil, combinados com uma nota original de framboesa seguida de um coração floral de rosa, madressilva, óleo de laranja amarga paraguaia e óleo de tomilho vermelho, se juntam com madeira de cedro marroquino e óleo de guaiaco paraguaio para surpreender. R$ 711 (100 ml). Acqua di Parma, tel. 0800-170506, www.acquadiparma.com
Bicolor
O tênis Holográfico pode ser dourado ou prata, dependendo do ângulo da luz. O modelo é metalizado em tom cobre, que abre um leque de mil combinações. R$ 154. Piccadilly, www.piccadilly.com.br
40 AVISO AOS NAVEGANTES
2 em 1
Pó-base rejuvenescedor de efeito imediato, com FPS25, o Prev-Aging Mask contém microesferas de ácido hialurônico biotecnológico que hidrata e promove efeito tensor imediato. R$ 110. Pharmapele, www.pharmapele.com.br
Bola da vez
O formato esférico é a grande tendência dos pendentes, que dão um toque arrojado ao ambiente. O pendente Mavas mistura materiais para iluminar e decorar. R$ 366. Spot, tel. (11) 3043-6616, www.lojaspot.com.br
Foco
Produzidos com madeira de cumarú torneada, os abajures Embaú A741 e A742 iluminam a casa de forma delicada. R$ 483 (cada). Cristiana Bertolucci Estúdio, tel. (11) 3097-8566, www.cristianabertolucci.com.br
Indireta
Lanternas de ferro Suede na cor cobre promovem uma iluminação especial. R$ 295 (grande) e R$ 220 (pequena). Regatta Casa, tel. (11) 5543-8144, www. regattacasa.com.br
Clima
Charmosa luminária de mesa para dar um clima e lembrar o mar. R$ 1.220. Regatta Casa, tel. (11) 5543-8144, www.regattacasa.com.br
Ame-o
Em tempos de patriotismo, o pingente Muirá tem o formato do mapa do Brasil feito com madeira Muirapiranga. R$ 350. Antonio Bernardo, tel. www.antoniobernardo.com.br
42 AVISO AOS NAVEGANTES
Casual
Lindas, confortáveis e versáteis, as espadrilles ganharam um ar despojado com a estampa quadriculada. R$ 2.850. Prada, tel. (11) 3056-6600
Obra de arte
Arte no bolso
Carteira psicodélica LSD, resistente à água, comporta oito cartões. R$ 80. The Walart Wallets para Acaju do Brasil, tel. (11) 3263-0083, www.acajudo brasil.com.br
A Montblanc celebra 110 anos com o lançamento de uma edição especial dedicada ao pintor russo Wassily Kandinsky, mestre da arte moderna abstrata. Limitada a 77 peças, a caneta Kandinsly Artisan traz a visão pioneira do artista em cada detalhe. Inspirada por um mosaico de cores e formas, a tampa é decorada com incrustações de laca azul, amarela e vermelha; uma das linhas pretas sinuosas do artista torna-se o clipe, flutuando sobre as formas geométricas; enquanto a laca do corpo transita do azul para o vermelho, revelando a riqueza de cores e gradações na obra do artista. Concebido como as cúpulas das igrejas de Moscou que o jovem Kandinsky capturou sobre a tela, o cone arredondado contrasta com a forte estrutura geométrica da tampa. Somente sob encomenda. R$ 148 mil. Montblanc, tel. (11) 3032-4230, www.montblanc.com
Para as profundezas
Para quem deseja conciliar aventura com estilo, o mergulhador profissional Avenger II Seawolf, da Breitling, alia performance à exclusividade numa série limitada de mil peças. Resistente à água até 3 mil metros, seu look é original e imponente. A caixa de aço acetinado e a luneta gravada ganharam revestimento preto, ultrarresistente, à base de carbono. O mostrador proporciona um contraste forte e audacioso, graças à sua inédita cor amarela, e o bracelete pode ser em caoutchouc preto, estilo Military de fibra ultratecnológica de alta resistência ou em caoutchouc Military. R$ 23.966. Breitling, tel. (11) 3198-9366
Midas
Pote de cerâmica com metal alpaca amarelo. R$ 512 (pequeno) e R$ 631 (grande). L’oeil Móveis e Decoração, tel. (11) 3897-8787, www.loeil.com.br
Versátil
O Multi bowl médio amarelo dijon Le Creuset pode ser usado para servir saladas, acompanhamentos, arroz, ou ainda como uma fruteira sobre a mesa. R$ 189. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
44 AVISO AOS NAVEGANTES
Confraria online
A PNR Import, fornecedora de vinhos e champanhes selecionados por Philippe de NicolayRothschild, anunciou a criação do Magnum Club, uma confraria cujo acesso se dá por meio de uma plataforma online onde se encontra uma grande variedade de rótulos de todas as propriedades dos Domaines Baron de Rothschild (Lafite) em várias regiões vinícolas da França e da América do Sul. O associado tem liberdade para escolher seus próprios vinhos dentro de um extenso portfólio a preços mais justos ou ainda confiar na expertise da PNR Import para receber seleções mensais. Magnum Club, www.magnumclub.com.br
Mínimo esforço Superchef
Chef que é chef domina a alquimia de temperos para criar sabores extraordinários. O picador de ervas e temperos Eco Ibili de plástico ajuda bastante na missão. R$ 89. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Luxo em dobro
No barco ou em casa, fica muito mais fácil fatiar e até mesmo descaroçar com o descaroçador de cerejas e laminador de morangos Ibili. R$ 102. Doural Home & Design, tel. (11) 3062-4171, www.doural.com.br
Equilibrado
O vinho tinto Trincadeira, da vinícola portuguesa Herdade do Esporão, provém de uma vinha de 40 anos de idade. As uvas são colhidas manualmente e vinificadas em depósito de concreto, onde também permanece seis meses antes de ser engarrafado. Agradável e fácil de beber, possui aroma de fruta madura como ameixa, de aromas intensos e persistentes, com acidez equilibrada e textura aveludada. R$ 89. Qualimpor, tel. (11) 5181-4492, www.qualimpor.com.br
De 1º de julho a 30 de setembro, o luxuoso Hotel de Paris, membro da Monte-Carlo S.B.M, propõe uma experiência diferenciada: a Maserati Pop Up Suíte. Criada por Ludovica e Roberto Palomba, estrelas em ascensão no mundo do design de interiores italiano, o ambiente é elegante e discreto – minimalismo absoluto é a palavra-chave, refletindo o estilo da marca icônica de automóveis. Uma refinada cabeceira de tecido criada por Ermenegildo Zegna embeleza a parede, enquanto as poltronas de couro de grãos assemelham-se ao interior dos luxuosos sedans da marca. Os hóspedes são recebidos no Aeroporto de Nice por uma Maserati, cuja chave abrirá também a porta da suíte Maserati em que ficará hospedado. Os sortudos que ficarem por três noites ou mais ganharão uma sessão de crioterapia no Thermes Marins. A partir de 3,5 mil euros para 2 adultos (três noites). www.hoteldeparismontecarlo.com
46 AVISO AOS NAVEGANTES
Por uma boa causa
Da família de relógios para mergulhadores Aquatimer, a IWC apresentou a edição limitada de 500 exemplares do Aquatimer Cronógrafo Edição “La Cumbre Volcano”, em homenagem ao vulcão La Cumbre na Ilha Fernandina, no arquipélago de Galápagos. O cronógrafo com fun¬ção flyback resistente à água 30 bars dispõe de corda automática e uma reserva de marcha de 68 horas. O tempo de mergulho pode ser ajustado através de um anel rotativo exterior mecânico. As camadas luminosas nos ponteiros, os algarismos e índices garantem uma ótima legibilidade debaixo d’água. A cor vermelha-escura simbo¬liza o magma borbulhante. A gravação no fundo da caixa mostra o vulcão durante uma erupção. A caixa de aço inoxidável está revestida com cauchuk preto-mate. Parte das ven¬das será revertida como apoio à Charles Darwin Foundation. Preço sob consulta. IWC, tel. (11) 3152-6610
Vaidosos
Desde 2012, a indústria mundial de cosméticos aumentou em 70% o foco em produtos para o público masculino, segundo reportagem da CNBC. Parte da linha Germaine de Capuccini For Men, o Anti-Fadigue Sérum Facial é um gel suave, refrescante e não gorduroso que corrige rapidamente os sinais de “fadiga cutânea” da pele masculina. Germaine de Capuccini, tel. (11) 2169-2966, www.germaine.com.br
Ancorado
Colar masculino Âncora em prata e ouro amarelo. Preço sob consulta. Dryzun, tel. (11) 3811-4100
Acessore-se
Pulseira masculina em ouro negro e cauccio da coleção Supremo. Preço sob consulta. The Graces, tel. (11) 5189-6620
Sem resquícios
Com três lâminas rotativas e flutuantes de aço inoxidável, o barbeador GSH 1000 é equipado com a tecnologia 3 Track System, que consiste em três anéis de corte em cada lâmina, garantindo um barbear preciso e mais rente. Para o acabamento pós-barba, o aparelho dispõe de trimmer integrado. R$ 499. GA.MA Italy, tel. 08007244262, www.gamaitaly.com.br
Slow fashion
Linha de produção artesanal em que cada par é desenvolvido como arte, os calçados Acquaplay apostam no slow fashion com responsabilidade social. Desenvolvido com couro nobre, o Sider Stone apresenta um efeito estonado e é feito manualmente. É todo forrado de couro, inclusive a palmilha. Acquaplay, www.acquaplay.com.br
48 AVISO AOS NAVEGANTES
Essencial
Mochila com três bolsos interiores, incluindo um com fechamento a zíper, e detalhes de couro. Preço sob consulta. Prada, www.prada.com
Com H
Ícone revisto
Atemporal, elegante e casual, Legend Spirit, de Montblanc, tem o mesmo impacto e força de seus antecessores. Fragrância fresca e amadeirada, masculina e intensa, é composta de ingredientes excêntricos. Ao inalar o seu perfume, é fácil imaginar o homem que está por trás: viril e elegante, sedutor e descontraído, ou seja, absolutamente irresistível. R$ 389 (50 ml). Vizcaya, tel. 08008492292, www.vizcaya.com.br
Releitura superatual da célebre Meisterstück Montblanc, a Meisterstück Ultra Black Special Edition deixou para trás a resina preta brilhante tradicional para assumir um elegante acabamento em preto-mate. A edição especial, que ficará disponível somente em 2016, é uma homenagem aos 110 anos da Montblanc. A resina é trabalhada com jato de areia para criar a superfície mate em contraste com o acabamento brilhante dos detalhes decorativos revestidos de rutênio e a pena de ouro. R$ 3.555 (tinteiro), R$ 2.140 (esferográfica), R$ 2.240 (esferográfica midsize, exclusividade da coleção) e R$ 2.600 (rollerball). Montblanc, www.montblanc.com.br
Perfeito aos 50
Importante produtora de vinho do Porto, a Taylor’s possui uma das maiores e mais antigas reservas de Porto envelhecidos, a partir dos quais lança a cada ano um vinho Single Harvest produzido com antecedência de 50 anos. O terceiro da série é o especialíssimo Taylor’s Single Harvest Port 1966, um vinho elegante e raro, maturado em velhos cascos de carvalho, pronto para o consumo. Primoroso, é apresentado em uma garrafa fosca e acompanhado de uma linda caixa de carvalho. R$ 1.300. Qualimpor, tel. (11) 5181-4492, www.qualimpor.com.br
Futurista
Materiais tecnológicos e resistentes, cantos externos arredondados, linhas geométricas e acabamento fosco dão à linha de malas Octolite um design futurista. Com quatro rodas duplas, os novos modelos oferecem maior leveza e mobilidade durante o transporte. Disponível em três tamanhos nas cores vermelho, branco e preto, a linha conta com alça integrada que facilita o transporte, tag de identificação e cadeados fixos. R$ 900 (tamanho G, de 75 cm). Samsonite, www.samsonite.com.br
50 AVISO AOS NAVEGANTES
Lolita
Charmosa clutch Grace Lolita. R$ 4.425. Les Petits Joueurs para Acaju do Brasil, tel. (11) 3263-0083, www. acajudobrasil.com
Personal
Photoshop make up
Aplicado antes da base, corretivo e pó, o primer uniformiza a cor da pele e disfarça os poros dilatados. Além disso, ajuda a preencher as rugas finas e prolonga a fixação da maquiagem e dá uma aparência radiante. Nas versões Pele Mista a Oleosa e Pele Normal a Seca. Pharmapele, www.pharmapele.com.br
Suunto Spartan Ultra tem visor colorido e touchscreen, com bateria de até 26 horas de duração, GPS de boa precisão e oferece altitude barométrica FusedAlti. Com visor de cristal Safira e bezel de titânio ou aço inoxidável, tem resistência à água de até 100m. Possui GPS e GLONASS integrado, acompanhamento diário de atividades; calorias e passos, insights dos treinos, reconhecimento do seu melhor desempenho, suporte para mais de 80 esportes, teste de recuperação e sono e a possibilidade de descobrir novas rotas com o Heatmaps pelo Movescount. Preço sob consulta. Suunto, tel. (11) 2344-6666
Rendas
Calcinha Boyshort Victory. R$ 60. Loungerie, tel. (11) 3031-9820, www.loungerie.com.br
Anos 80
A Hype Beachwear e Wagner Kallieno uniram suas forças e mostraram na passarela do último SPFW uma coleção inspirada no filme Flash Dance, de 1983. O conjunto Strappy Black tem top cortininha com detalhes em strappy, bojo removível e calcinha hot pants com detalhes nas laterais. R$ 289. Hype Beachwear, tel. (11) 4193-5588, www. hypebeachwear.com.br
Sensação
Maiô Lua croco preto. R$ 260. Dicker Swimwear, tel. (51) 99365-6513, www.e-dickerswimwear.com.br
Pop
Calça Flare com estampa na barra e nas laterais. R$ 459. Farm, www.farmrio.com.br
52 AVISO AOS NAVEGANTES
Guardiã
Com uma estética retrô, o pote de cerâmica Coruja, na cor branco-pérola, é ótimo para dar um toque bem-humorado na decoração e, de quebra, investir na sorte, já que muitos acreditam no seu poder. R$ 116. Mart, tel. (11) 3616-5555
Home care
Soin des Yeux completa a linha home care de cuidados faciais Jacques Janine Professionnel, produtos desenvolvidos em parceria com a Goodessence (marca de cosméticos que, além da beleza, se preocupa com a saúde e o bem-estar do corpo), e conta com fórmula exclusiva rica em nutrientes e vitaminas que aumentam a firmeza e a elasticidade da pele, além de eliminar olheiras e bolsas. R$ 130. Jacques Janine, www. jacquesjanine.com.br
Upgrade
Máscara de gel que proporciona o crescimento dos cílios em apenas 28 dias de uso, Lipocils, da marca francesa Talika, é feita à base de extrato de plantas e princípios ativos, e consegue penetrar na pálpebra através da lecitina de soja, alongando e deixando os cílios espessos e brilhantes. R$ 208 (10 ml). Excellence, tel. 0800-163434
Sem borrões
Com luz LED que ilumina a área onde o produto será aplicado, o Aplicador de Rímel tem dois pentes na parte inferior, que devem ser usados para curvar os cílios e fazer a distribuição uniforme do rímel. Leve, pode ser levado no nécessaire e funciona com 3 pilhas AG13. R$ 53. Bioker Beauty, tel. (19) 2222-1482
Tentação
A serpente, interpretada pela Bvlgari desde os anos 1940, ficou mais estreita e foi feita com diamantes de vários cortes para criar a ilusão de movimento. Em ouro branco e pavê de diamantes, a pulseira clássica ganhou flexibilidade e sofisticação para abraçar o pulso. Preço sob consulta. Bvlgari, tel. (11) 3152-6446
Mascarada
Máscara de firmeza com efeito hidratante e retexturizante para uma pele mais radiante, Firming Massage Mask promove a microcirculação do rosto, tornando a pele mais firme. R$ 379. Shiseido, tel. 0800-148023, www.shiseido.com.br
54 AVISO AOS NAVEGANTES
Renovação
Buquê
Da Piaget Rose Collection, o luxuoso colar de ouro rosa 18k tem 373 diamantes incrustados. Preço sob consulta. Piaget, tel. (11) 3198-9456
Double Jeunesse Multi-Cellulaires é um creme facial que combate os efeitos do envelhecimento cutâneo e restaura visivelmente a jovialidade da pele, atenuando as marcas de expressão. Com propriedades excepcionais para promover a proliferação celular e a regeneração das fibras elásticas da pele, também é composto de ativos de alta tecnologia que protegem o DNA celular contra as agressões dos radicais livres e estimula a autorregeneração da pele. R$ 705. Mary Cohr, tel. (11) 3884-8499, www.marycohr.com.br
Sotaque alemão
A marca carioca Farm passou a revender três modelos icônicos da fabricante alemã de calçados de conforto Birkenstock: o clássico Arizona, das tiras duplas; Pisa, que é um pouco mais estruturada, e Gizeh, que tem uma tira única, deixando os pés mais à mostra. Preços sob consulta. Farm, www.farmrio.com.br
Sucesso
Disponível nas cores preta e branca, a bolsa Prada Pionnière virou objeto de desejo imediato e tornou-se a It Bag da coleção Fall/Winter 16. R$ 8.400. Prada, tel. 3056-6600
Double
Anel de ouro rosa Duas Borboletas com madrepérola branca, diamantes redondos, ouro branco e diamantes variados. Preço sob consulta. Van Cleef & Arpels, www.vancleefarpels.com
56 AVISO AOS NAVEGANTES
Escolha racional
Para reduzir a quantidade de animais marinhos que morrem ao ingerir os plásticos usados para formar os fardos de cerveja que são descartados indiscriminadamente no mar, a Saltwaker Brewery, marca de cerveja artesanal da Flórida, criou uma embalagem comestível. A empresa desenvolveu um fardo para seis cervejas feito de trigo e cevada, que é seguro para a vida marinha e robusto para suportar o peso e o manuseio das latas. A ideia é produzir 400 mil peças por mês para atender à produção mensal de Saltwater Brewery. Se as demais cervejarias apostarem nessa tecnologia, elas salvarão milhares de vidas marinhas. Afinal, são consumidos 6,3 bilhões de litros de cerveja por ano somente nos Estados Unidos. E você, escolheria sua cerveja por motivos ambientais?
Novos mares
Realizada entre os dias 21 e 24 de julho, a primeira edição do Salão Náutico Marina Itajaí superou as expectativas: recebeu a visita de mais de 8 mil pessoas e a geração de negócios superou R$ 50 milhões. Em exposição, embarcações dos mais variados portes e valores, serviços e acessórios náuticos, além de moda, decoração, helicópteros e gastronomia diferenciada com direito a food trucks. “Estamos bem satisfeitos pelo evento ter superado as expectativas tanto dos visitantes quanto de expositores. Atuamos no sentido de contribuir com o desenvolvimento do setor e para o fortalecimento do polo náutico catarinense. Com certeza já começaremos a preparar o salão náutico do próximo ano, para trazer ainda mais novidades,” disse o diretor técnico do Complexo Marina Itajaí, Carlos Oliveira. www.marinaitajai.com.br
Musas de Picasso
Em releitura da exposição O Artista e Suas Musas, de Pablo Picasso, em cartaz até 2 de outubro na Vancouver Art Gallery, no Canadá, o hotel Shangri-La Vancouver preparou uma programação especial de jantares inspirados nas seis musas que influenciaram as obras e a vida de Pablo Picasso. Intitulados The Muses Dinner, os jantares são realizados no Market by Jean-Georges pelas mãos do chef executivo Ken Nakano ao preço de US$ 87 por pessoa. The Muses Dinner é servido diariamente entre 17h30 e 22h00 e custa US$ 87 por pessoa. Os que pretendem visitar Vancouver podem usufruir do programa especial que oferece a tarifa de US$ 312 dólares por pessoa nos elegantes apartamentos e suítes do hotel. www.shangri-la.com/vancouver
Kart a bordo
Em construção no Meyer Werft, em Papenburg, Alemanha, o Norwegian Joy foi projetado para 3,9 mil pessoas. A pista de corrida do navio ficará localizada nos conveses superiores e será equipada com 20 karts, uma plataforma panorâmica, boxes cobertos, oficina, sala de armazenamento, sistema de cronometragem, holofotes e uma pista com 230 metros de percurso. Os karts de corrida com energia elétrica da RiMO Supply utilizam a última geração de tecnologia para garantir um excelente uso sob as condições únicas da exposição aos raios UV intensificados e à água salgada que existem a bordo de um navio de cruzeiro. Todos os karts estão sendo construídos de acordo com os mais altos padrões internacionais e a funcionalidade da pista é igual a qualquer local com pista de kart terrestre de alta classe – com a adição de uma vista incrível a 60 metros de altura. Norwegian Cruise Line, www.ncl.com.br
58 AVISO AOS NAVEGANTES
Entretenimento total
No Crystal Espirit, o iate para 62 hóspedes da Crystal Cruises, a culinária é baseada em ingredientes de qualidade das Ilhas Seychelles e da costa mediterrânea. O pequeno navio com apenas 31 suítes tem foco nos serviços 6 estrelas e alto padrão de atendimento, com mordomos para todos os quartos. Conta ainda com academia, piscina e atividades especiais com acompanhamento de experts como ioga, meditação, fotografia e até técnicas para pilotar drones. Outra atração é a marina para esportes aquáticos equipada com esquis, pranchas de wakeboard, caiaques, jet skis, máscaras para mergulho, varas de pesca e dois botes Zodiac. Os passeios são imersivos e a bordo há palestras ao longo do roteiro com especialistas em diversas áreas. Crystal Cruises, www.crystalcruises.com
60 PUBLI SAÚDE
por KASUO MIYAKE*
*Formado, especializado e doutorado pela Universidade de São Paulo, o doutor Kasuo Miyake é presidente do International Meeting on Aesthetic Phlebology. É membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. CREMESP: 68778
PREPARE SUAS PERNAS PARA AS NAVEGADAS DO VERÃO O tratamento das veias safenas já pode ser feito sem a necessidade de internação ou repouso. A técnica CLaCS evita 86% das cirurgias. O médico especialista Kasuo Miyake esclarece as possíveis dúvidas Varizes são dilatações das veias das pernas que se encontram tortuosas e perderam sua função. A ação natural das veias é transportar o sangue para o coração. Em uma veia varicosada essa atividade é prejudicada, já que as válvulas estão danificadas e, dessa forma, o fluxo sanguíneo é reduzido, causando estagnação do sangue naquele local. Hoje já é possível fazer esse tratamento sem ter de se internar ou ficar de repouso. O cirurgião vascular Kasuo Miyake* esclarece, a seguir, as dúvidas mais comuns sobre o tratamento das veias safenas.
É verdade que o inverno é a melhor época para tratar as varizes? Sim, porque, quando fazemos o procedimento cirúrgico, é necessário ficar de um a três meses afastado do sol. A boa notícia é que antes os pacientes escolhiam o inverno porque era necessário ficar de duas a três semanas de repouso e ninguém queria fazer repouso no verão, mas hoje isso não é mais necessário. No dia seguinte, com o uso de meias especiais e a devida técnica cirúrgica por laser guiado por ultrassom, pode-se ir trabalhar. Por que era preciso ficar de repouso? Há vários motivos. O tratamento evoluiu muito e a resolução do problema aumentou de forma significante. Um deles é que o mapeamento da perna é feito pelo cirurgião vascular com ultrassom de alta definição. Dessa forma, todos os
pontos de refluxo são identificados e tratados. Além disso, o uso da realidade aumentada permite saber onde estão as veias nutrícias, as mães dos vasinhos. As nutrícias são geralmente muito profundas para visualização a olho nu e muito superficiais para a detecção com o ultrassom. O mapeamento digital é feito na véspera do procedimento com grande detalhamento. Tudo é documentado com cerca de 50 fotos. Outro fator muito importante é que as veias safenas não são mais removidas – é passada uma fibra óptica dentro da veia safena guiada pelo ultrassom, e essa fibra emite um laser de 360 graus que vai destruir completamente a veia. O fato de o ultrassom ser usado pelo médico durante a cirurgia também permite que o tratamento seja mais perfeito.
É verdade que o tratamento da safena já pode ser realizado no consultório? Sim, esse tratamento evoluiu tanto que pode ser feito com anestesia local, na clínica. Quando o tratamento é feito no hospital, a alta é dada no mesmo dia, ou seja, é uma cirurgia ambulatorial. A cirurgia também corrige problema estético? A cirurgia corrige de 50% a 100% do problema estético, ou seja, alguns casos, principalmente em homens ou mulheres que não têm vasinhos, o problema pode ser resolvido na cirurgia. Porém, quando há vasinhos, a cirurgia remove as veias nutrícias, que são as causadoras dos vasinhos.
No pós-operatório, quando há vasinhos remanescentes, aplicações de Cryo-Laser & Cryo-Sclerotherapy (CLaCS – uma sinergia entre laser, ar gelado e glicose) ocorrem uma vez por mês, iniciando um mês depois da cirurgia com média de duas a quatro sessões, dependendo da dificuldade.
Quem gosta de esporte pode voltar às atividades em quanto tempo? A atividade física leve é recomendada já no dia seguinte à cirurgia. Pode-se dirigir e trabalhar. As atividades intensas podem ser retomadas de sete a dez dias depois do tratamento das safenas. Tenho duas pacientes que correram meia maratona 29 e 35 dias, respectivamente, após o tratamento de três safenas com laser. Já as atividades físicas ao sol – e no barco – dependem da cicatrização cirúrgica. Quando o tratamento é apenas estético com a técnica CLaCS, não há restrição à exposição ao sol. Pode-se fazer uma sessão de CLaCS e ir para o barco no dia seguinte. Qual a diferença das meias mais modernas em relação às outras? São várias. A primeira é que existem mais formatos préfabricados de meias e, para que funcionem perfeitamente, elas tem de ter o formato das pernas. A outra diferença é a qualidade do fio. Meias de alta qualidade têm fios de alta respirabilidade e elasticidade constante. Os pontos são dados
com mais tensão, progressivamente, em direção aos pés (gerando mais compressão). Atualmente há mais opções de cores e, com isso, podem ser usadas sem que se perceba que se trata de meias de compressão.
Por que algumas pessoas falam que as varizes voltam? O motivo principal é que o tratamento foi parcial. Isso ocorre geralmente quando o ultrassom não é feito pelo cirurgião vascular. Por melhor que seja o radiologista, na hora da marcação da perna é grande vantagem estar com o ultrassom na mão do que ler o laudo. O ultrassom deve ser feito na véspera com o aparelho na mão do cirurgião vascular. Quando alguma veia não é tratada, além de poder aparecer uma mancha (tufo de vasos), às vezes, imediatamente após a cirurgia, a recuperação cirúrgica é pior, porque o problema não foi totalmente tratado. O fato de usar ultrassom durante a cirurgia também ajuda muito a checar constantemente se todos os vasos doentes foram removidos. No pós-operatório, a realidade aumentada também mostra se ainda há veias nutrícias que também podem impedir o sucesso do tratamento estético. Nessa situação, a técnica CLaCS resolve em mais de 90% das vezes. Quando, mesmo após o CLaCS, ainda houver alguma veia nutrícia, pode ser necessária anestesia local para um retoque cirúrgico na clínica. Hoje em dia, conseguimos tratar muitos casos que foram considerados insolúveis. Portanto, procure um cirurgião vascular e prepare suas pernas (e o barco) para o verão!
Veias em coxas fazem contornos e parecem celulite. A Realidade Aumentada (imagem verde) mostra as veias dilatadas em baixo da pele facilitando o tratamento com laser
62 POSTO DE COMANDO
INTERCONECTIVIDADE O X-Prime 80 tem distribuição ergonômica de espaços e volumes, com áreas isoladas, mas ligadas a todas as outras áreas, de modo a manter a privacidade sem perder o sentimento de conexão
“
Projete qualquer tipo de barco, sem tabus, desde que ele seja o melhor de seu tipo.” Essa é a filosofia que norteia o trabalho do renomado designer italiano Stefano Pastrovich, que tem trabalhado na concepção de barcos a motor há mais de dez anos. Pastrovich tem um currículo respeitável. Sua carreira começou com uma colaboração no prestigioso Martin Francis Design Studio, onde esteve envolvido na concepção do My Senses, de 57 metros. Durante sua construção, conheceu Claus Kush, fundador da Kush Yachts, que o contratou para projetar e desenvolver o Le Grand Bleu, de 104 metros. Em 2000, Pastrovitch foi nomeado designer-chefe no escritório Wally, onde trabalhou no desenvolvimento de estilos dos barcos a motor. Em 2005, embora tenha decidido abrir seu próprio estúdio de design, ele não deixou de estar à frente do estilo da Wally, projetando os barcos a motor de
64 POSTO DE COMANDO
47’, 64’, 73’ e 118’, além do último de 55’. Questionado se prefere projetar barcos a motor ou a vela, ele responde sem hesitar: “Não tenho preferências. Projetei o barco a vela Sly Fun 42’ e personalizei o Shipman 63’ e 72’, e posso afirmar que na vela a sinergia entre design e desempenho é mais importante. Com iates a motor é preciso pensar mais sobre qualidade de vida a bordo”. Em 2006, a PerAquum, que possui luxuosos resorts e spas nos locais mais bonitos do mundo, contratou Pastrovich para projetar um ressorte-iate, de 54 metros, com seis suítes e um spa. “Forma e função têm de caminhar de mãos dadas. Você opta por função, mas gradualmente, à medida que o projeto toma forma, você tem de lhe dar uma razão de ser”, afirma. Com o auxílio de software 3D que envolve o cliente na concepção exterior do iate desde o início, a fim de satisfazer os desejos do proprietário e as necessidades de construção, ele conta que o design exterior é desenvolvido em conjunto com o interior, objetivando alcançar a coerência perfeita entre os dois. “Descobri que a única maneira de atingir a primeira ideia do projeto é estar envolvido na construção, junto ao estaleiro. Assim, desenho todos os elementos do exterior em coerência com a técnica de construção do estaleiro, garantindo que o resultado final corresponda às imagens mostradas ao cliente.” Pastrovich diz que as formas simples são a sua força motriz, a essência da elegância de seus projetos. “Na verdade, é a minha própria filosofia de design: de poucas palavras, cercada por linhas simples. Esta é a espinha dorsal dos meus projetos, que usam a construção de detalhes como a ligação entre a mais moderna tecnologia e a estética.” À frente de projetos a vela e a motor, Stefano Pastrovich tem apostado em grandes iate originais, como o X-Prime, de 80 metros, que ele revelou recentemente. Com bom equilíbrio entre áreas de estar interiores e exteriores, o iate conta com amplo deck de praia, que alcança 100 metros quadrados. No deck superior, living, lounges, spa, academia, cinema e a suíte do proprietário, equipada com deck panorâmico e varanda privativa. Quatro suítes no convés principal têm acesso direto ao salão principal. De acordo com seu criador, o X-Prime 80 pretende ser “o casamento sutil entre elegância, simplicidade e sofisticação”. A simplicidade aqui deve se referir à distribuição ergonômica de espaços e volumes. Pastrovich desenvolveu áreas isoladas, mas ligadas a todas as outras áreas para relaxar, estudar e comer, de modo a manter a privacidade sem perder o sentimento de conexão, numa configuração adequada para grandes famílias que fazem uso do iate por longos períodos de tempo. u
66 POSTO DE COMANDO
TODO-PODEROSO O designer italiano Gabriele Teruzzi traduziu o poder em um superiate de 492 pés que se estende às alturas
U
m megaiate de 150 metros que leva o proprietário do mar para o céu. Lá das alturas, além de uma vista deslumbrante de um ponto de vista bem diferente do que em geral se tem de um barco, tudo fica sob sua visão e controle. Esta é a tradução de poder feita pelo designer Gabriele Teruzzi, que queria transmitir a sensação de onipotência. Ele queria levar o proprietário a um ponto de extrema sensação de poder. Como Shaddai significa onipotente, o iate foi batizado de acordo com o conceito principal do designer. Não é por acaso que a cabine do proprietário fica na parte superior, e é o lugar perfeito para assistir ao pôr do sol. “De lá ele pode ter a mais alta sensação de poder, rodeado pela imensidão do mar e do céu, atingindo as nuvens, onde tudo reflete seu lugar no mundo: o topo”, diz Gabriele. Além disso, a piscina de borda infinita produz um efeito visual de água sem nenhum limite, fundindo-se com o céu, de forma que o proprietário tem a agradável sensação de estar no paraíso. A forma futurista do iate é inspirada na arquitetura contemporânea. Os materiais e as texturas foram cuidadosamente escolhidos pelo designer nas mais importantes maisons de moda da Itália, refletindo um design 100% italiano. Situado abaixo do convés principal, o Beach Club, que tem 300 metros quadrados, não só abriga um aquário no meio da sala, como também tem a piscina de borda infinita como “teto”. É que a piscina infinita do andar superior cai como uma cachoeira no convés principal, abaixo dela, que abriga uma segunda piscina cênica também com fundo infinito. O aquário no meio da sala divide, mas também cria uma união entre os dois lados do iate. O designer explorou a tecnologia para garantir estabilidade, especialmente na cabine suspensa a 38 metros de altura, numa solução muito parecida com a plataforma estabilizada da adega de vinho a bordo de iates, mas em escala maior. u
Gabriele Teruzzi Yacht e Design www.gabrieleteruzzi.com
68 POSTO DE COMANDO
ANDAR SOBRE A
ÁGUA
Com pedais e guidom que substitui o remo, a prancha Mirage Eclipse, da Hobie Cat, promove diversão e exercício na água
S
e equilíbrio não é o seu forte, mas a ideia de deslizar no mar sobre uma prancha de Stand Up Paddle lhe agrada muito, a Mirage Eclipse, da Hobie Cat, pode ser a realização do seu sonho. Trata-se de uma prancha absolutamente estável, em que, em vez de remar, você pedala. Isso mesmo! É quase como levar a academia para a água. Você se libera do remo e investe em ter músculos mais poderosos abaixo da cintura, já que vai pedalar a prancha como uma bicicleta, só que no lugar de pedais há algo como nadadeiras, que movem o barco para a frente. A largura, o projeto e o guidom da prancha proporcionam passeios estáveis. Leve e repleta de recursos inteligentes, como maçanetas de direção, leme retrátil e o sistema de propulsão Mirage Drive, ela é capaz de atingir boa velocidade em poucos segundos. O guidom de liga leve – como da bicicleta – tem maçanetas que determinam a direção: se apertar a da direita, a prancha vai para a direita; se apertar a da esquerda, vai para a esquerda. Mas é o leme que fornece a manobralidade, e ele pode ser facilmente removido para que a prancha se torne uma SUP tradicional se, ao mesmo tempo, se abaixar o guidom. u
70 POSTO DE COMANDO
ANFÍBIO
Anunciado pela Marinha dos Estados Unidos, o Ultra Heavy-Lift Amphibious Connector por enquanto é só protótipo
O
Ultra Heavy-Lift Amphibious Connector (Uhac), anunciado pela Marinha dos Estados Unidos, pode parecer uma grande novidade, mas a verdade é que a ideia de um tanque de guerra anfíbio capaz de destruir tudo que estiver pela frente foi sondada pela primeira vez em 1962, na forma do Krisiti KT-4. Por enquanto, o Uhac é apenas um protótipo que ainda nem canhão tem, mas a Marinha americana já adiantou que ele tem 84 pés de comprimento e capacidade de carregar 200 toneladas no seu interior, podendo navegar a 20 nós ou trafegar nos terrenos mais difíceis, sendo capaz de até escalar obstáculos de 3 metros de altura. O único problema é que, ao navegar à velocidade de 22 nós para uma distância de 200 milhas, levará dez horas – o que muitos acreditam ser bastante tempo para um veículo tão poderoso. u
72 GALERA texto e fotos PAULO FABRE
A DAMA DO MAR
O lendário veleiro Eilean, construído em 1936, passou por intenso trabalho de restauração, que levou mais de três anos e consumiu 40 mil horas. Em meu encontro com essa dama septuagenária totalmente em forma, em San Remo, no litoral italiano, enfrentei o desafio de fotografar sua alma
P
A embarcação de 1936 foi restaurada e levada de volta às competições
rimeiramente, preciso dizer que não sou velejador, nem sou habituado às funções do mar ou mesmo um aspirante. Minha experiência limita-se a algumas velejadas como proeiro de um snipe de madeira, construído pelo avô de um amigo, e uma volta à Ilha de Santa Catarina a bordo de um 23 pés, quando estudava em Florianópolis. Mas, apesar da falta de vivência, sempre tive admiração e desejo pelo universo da vela, alimentados pelos livros de Amyr Klynk e pelas histórias de Bernard Moitessier, cuja metáfora associo à jornada da vida. Então, tendo uma relação romântica e idealizada com esse universo, peço licença poética para escrever este relato. Willian Fife nasceu no Vilarejo de Fairlie, na Escócia, em 1785. Começou construindo um pequeno barco para uso próprio, tão bem-feito que decidiu fazer pesqueiros e gabbarts*1, em vez de seguir a profissão do pai, construtor de moinhos. A boa fama logo se espalhou, dando início a um bem-sucedido estaleiro. Seu filho, Willian Fife II, aprendeu o ofício e deu continuidade à reputação, tornando-se um exímio projetista e aperfeiçoando ainda mais os barcos. A Revolução Industrial trouxe fortuna para os membros da burguesia britânica, que, para fugir da poluição e do caos trazidos às cidades pelas máquinas e operários, passaram a frequentar balneários mais afastados. Um deles foi o estuário do Rio Clyde, onde os novos-ricos encontraram um estaleiro e passaram a construir excelentes e belos veleiros. Iniciava-se a era de ouro dos Fife. O sucesso nas águas criou o mito de haver algo inexplicável nos barcos e elevou Willian Fife II à reputação de “O grande mago do Norte”. Seus projetos não eram somente velozes, mas também os mais belos, ganhando regatas e corações. Nesse contexto nasceu Willian Fife III, em 1857, herdando o talento do pai e do avô, e também um bem-sucedido negócio. Além disso, era exímio timoneiro, conhecendo a fundo as características necessárias em um barco, para levar sua tripulação à máxima performance numa regata. Projetou dois veleiros para a America’s Cup, a mais importante competição de vela e um dos troféus mais antigos em disputa em todo o mundo. Em 1899, o Shamrock I desafiou o americano Columbia. E, em 1903, foi a vez de o Shamrock III desafiar o Reliance, também americano. Na Classe 6 Metre, seus barcos foram tão proeminentes que os britânicos a chamam até hoje de “Fife Class”. Mas seu prestígio ia além das competições. Seus veleiros eram perfeitas obras de
74 GALERA arte. Para coroar, Fife III acrescentou o desenho de um dragão ao longo do casco, marcando para sempre o seu estilo e criando uma assinatura. Em 1936, Fife III recebeu uma encomenda especial dos irmãos James e Robert Fulton, então diretores de uma companhia de ferro e aço. Ele desenhou e construiu um veleiro de 22 metros armado em ketch*2, batizado de Eilean. James e Robert usufruíram do barco até 1939, quando se alistaram na Marinha Real para combater na Segunda Guerra Mundial. Após o término do conflito, o veleiro teve outros proprietários, sendo o penúltimo deles John Shearer, que se apaixonou por Eilean à primeira vista, fazendo dele seu lar em Antígua, no Caribe. O capitão John fez diversas travessias com o barco. Numa dessas, em 1984, um cargueiro de bandeira marroquina causou um acidente no Porto de Málaga, Espanha. O navio perdeu os motores e bateu em quatro barcos. Um deles era Eilean. John conseguiu levá-lo de volta para Antígua, onde tentou consertá-lo. Porém, os altos custos e a falta de reparadores especializados transformaram a joia de Fife III num meio náufrago abandonado num mangue, com suas tábuas de mogno sendo comidas por larvas e cupins. O fim era iminente, a menos que, como num conto de fadas, uma história de amor pudesse salvá-lo. Todos os anos, Antígua recebe barcos do mundo inteiro para a tradicional semana de vela clássica e para o Panerai Classic Yachts Challenge, competição patrocinada pela marca de relógios italiana. Em 2006, Angelo Bonati, CEO da Panerai, navegava pela costa quando avistou uma linha clássica, extremamente elegante em meio a um desastre. Chegando perto, viu um dragão pintado no casco e não lhe restou dúvida de que havia encontrado um tesouro perdido. John Shearer foi então contatado e concordou com a venda, feliz por encontrar alguém disposto a restaurá-lo. Eilean foi então levado para a Toscana, onde passou por um intenso trabalho de restauração que levou mais de três anos e consumiu 40 mil horas. Em 22 de outubro de 2009, May Fife Khon, neto de Wilian, Eilean Mary Waterston Gilmour, filha de James Fulton e John Shearer compartilhavam a emoção de ver seu casco completamente restaurado tocar as águas azuis de La Spezia. Eu não sabia nada disso quando cheguei em San Remo, no litoral italiano, para fotografar aquele lendário veleiro, em julho de 2014. Propositalmente, não estudei sua história. Sabendo que na cultura náutica os barcos são tratados por pronomes femininos, fui literalmente ao encontro de uma dama septuagenária totalmente em forma. Uma alma antiga, repleta de histórias e memórias e, ao mesmo tempo, pronta para qualquer travessia oceânica. O bom de escrever uma história depois de dois anos é se prender menos aos acontecimentos e resgatar a memória afetiva, cambando da realidade para a ficção, conforme o vento da escrita sopra. “Sim, ela existe!” Foi meu primeiro pensamento quando li Eilean gravado em dourado na popa e, antes que me orientassem a tirar o sapato, eu já estava descalço em respeito e reverência às suas tábuas. A segunda memória que tenho é de me perguntar como iria fotografar a alma daquele veleiro. Por mais que a matéria para a qual eu estava ali pedisse uma abordagem sobre luxo, percebi que não seria nos mimos da tripulação nem na cordialidade do time Panerai, muito menos nos pormenores revelados na delicadeza da porcelana ou no linho da roupa de cama que eu a encontraria. A resposta não viria fácil. Naqueles dias, podia ter ficado hospedado em um hotel no concorrido balneário, no ápice do verão europeu, mas isso não faria o menor sentido. Não estava lá pelo conforto e não queria nada capaz de distrair meu propósito de conhecer a fundo aquela
história. Na primeira noite a bordo, ancorado na marina, deitei na proa para olhar as estrelas e deixei minha imaginação navegar em águas passadas, e no beliche da cabine estreita tive uma das melhores noites de minha vida. Fotógrafos têm uma atração inexplicável pela forma como a luz se espalha pelos objetos. Às vezes escolhemos nosso destino pensando nela e não nas atrações oferecidas pelo lugar. Eu estava ansioso para ver a luz mediterrânea passeando gentilmente pelo casco do Eilean e levantei da cama antes da tripulação para caminhar pelo deck, sentir sua textura, entender como a luz naquele paralelo do planeta interagia com a madeira, com os metais, com os cordames e com as velas. Para minha mais doce surpresa, os primeiros raios de sol revelaram contornos, detalhes e sombras muito além dos seus impressionantes números. Já tinha feito algumas fotos quando a tripulação acordou e começou as funções do barco. O Eilean requer uma concentrada e metódica carga de trabalho matinal, limpando e lustrando cada centímetro da sua estrutura, polindo todas as peças de cobre, do convés ao porão. Fora isso, a tripulação liderada pelo capitão inglês Andrew Cully não media esforços para proporcionar aos convidados uma experiência única a bordo. O barco é hoje um embaixador da Officine Panerai, participando de eventos náuticos no Mediterrâneo e no Caribe, competindo em regatas de vela clássica e exibindo sua beleza em eventos promovidos pela marca. A relação entre o Eilean e a Panerai não se resume apenas à sua fascinante história de restauração. E 1936, ano de construção do veleiro, marca também o lançamento do primeiro protótipo do Radiomir, relógio desenvolvido pela Panerai para os homens-rãs da Marinha italiana entre as duas guerras mundiais. Esse cuidado está em toda a embarcação, algumas vezes é mais evidente, como nos mostradores Panerai no salão principal, mas na maior parte é percebido nos pequenos detalhes, nos gestos de amor e carinho da tripulação para com o Eilean. Esse respeito ficou claro para mim quando os marinheiros começaram a içar as velas, trabalho de força e concentração desempenhado com primor e fino trato. Cada nó feito, cada amarra solta é executada com a mesma perfeição presente no design de Fife ou nos instrumentos Panerai. Ao final, entendi que tudo ali estava conectado e em perfeita sintonia. O pouco vento daquele dia ensolarado, soprando nas velas principais e na mezena, impulsionando o conjunto todo como se fosse uma pequena casca de noz deslizando suave na imensidão azul da Ligúria, fazia pouca espuma branca e um chiado agudo e baixo ao leve toque do casco, subindo e descendo na água, contraindo e expandindo como um ser vivo. As cores mudavam lentamente do azul-violeta para o laranja-avermelhado à medida que o Eilean se aproximava do fim do dia e fazia seu percurso de volta à marina. E assim também foi no dia seguinte, atracando em portos e arrancando suspiros, uma jovem senhora conquistadora de corações de marinheiros experientes e entusiastas como eu. Ao final daquela viagem, eu sabia que o coração de Eilean estava feliz no Mediterrâneo e que Fife III não poderia imaginar melhor destino para seu mais belo barco do que a Itália. Ao me despedir, lembrei do final da peça A Dama do Mar*3, quando Elida, uma mulher que se casou por obrigação, obtém a liberdade para fugir, mas escolhe ficar por sua própria vontade e felicidade. u
*1 Barco pequeno e leve, de um mastro, muito usado nos séculos 18 e 19 para navegações costeiras e ao longo do Rio Clyde, na Escócia. *2 Ketch é um barco a vela de dois mastros: o principal e a mezena, que se situa à frente da roda de leme, diferente do Yawl, em que a mezena é menor e fica atrás do leme. *3 Adaptação de Susan Sontag para o texto de Henrik Ibsen
76 ICS por ISABELA CAMPOS fotos MAURICIO CASSANO
DNA NÁUTICO
Iate Clube de Santos confirma sua vocação para operações náuticas em cada uma de suas sedes náuticas
A
inauguração da nova área náutica da Sede Guarujá, em 2007, deu início a uma mudança de patamar nos serviços oferecidos pelo Iate Clube de Santos. O clube completava 60 anos e se abria pela primeira vez para receber embarcações de não associados. O desafio foi oferecer atendimento de alta qualidade para os clientes externos, sem comprometer o padrão de excelência a que os associados estavam acostumados. Tratou-se então de unir o know-how da equipe em terra a uma estrutura física e de equipamentos com dimensões então inéditas na região. Como resultado, a procura pelo hangar cresceu em quantidade e variedade de embarcações e serviços.
78 ICS Em 2014, com a conclusão da obra do segundo hangar de serviços, o ICS lançou uma nova estratégia, que levou à criação de uma Diretoria de Serviços. Cabe ao ocupante do cargo potencializar a qualidade do setor para que se possa ampliar a demanda. O projeto inclui a expansão do setor comercial na Sede Guarujá, que hoje conta com 11 empresas do ramo náutico. O atendimento diferenciado engloba também um site exclusivo que oferece agendamento online, facilitando e ampliando as opções de atendimento para os clientes e prestadores de serviços.
Acima, novo hangar de serviço atende simultaneamente 8 barcos de até 50 pés para pequenos reparos. Na década de 70 o Iate Clube de Santos foi um dos primeiros clube brasileiros a adquirir um travelift. Hoje o clube trabalha com dois equipamentos com capacidade de 35 e 75 toneladas. Ao lado, na Sede Guarujá um posto de combustíveis simplifica o dia a dia dos usuários. Com duas bombas, o posto Tanser oferece gasolina Pódium para os veículos e diesel Verana, considerado o único óleo premium do mercado náutico
ALL INCLUSIVE
Construído em 2014, o Complexo Comercial da Sede Guarujá traz onze empresas do ramo náutico com serviços diferenciados. Aloisio Christiansen Broker Assessoria em compra e venda de embarcações usadas BBoat Assessoria Náutica e revendedora Bavaria Motor-boats Bordado a Bordo & ICS Boutique com artigos personalizados para decoração de barcos e casas. Confecção de uniformes personalizados para tripulação. Venda da linha exclusiva de produtos com a logomarca ICS Brazil Yacht Serviço especializado de consultoria náutica, revisão anual, loja náutica, manutenção, instalação e reformas Contato Mar Revedendor Azimut. Venda de peças e serviço autorizado do estaleiro italiano.
Eurotech Yachting / Group Eurotech Persianas náuticas sob medida para yachts e flats. Manutenção e reparação de embarcações para esporte e lazer Fairline Venda de lanchas e assistência técnica autorizada Gênova Náutica Serviço de Chaters (The Moorings) e survey de embarcações novas. Venda Leopard Catamarans. Representante Zimarine e venda de produtos da Yanmar, Regatta, Leste Marine e SPOT. Internáutica Compra e venda de seminovos multimarcas e serviço de despachante
Foto Marco Yamin
80 ICS
ENCONTRO DE GIGANTES
Construído no início dos anos dois mil por uma equipe estrangeira, em Santa Catarina, o Barracuda, um trimarã de 50 pés, chama atenção pelo seu desempenho no mar, sendo capaz de atingir mais de 30 nós com ventos médios, e em terra por sua grandiosidade, medindo 14 metros de largura. Sua dimensão avantajada foi um dos desafios para Ernani Paciornik, presidente do Boat Show e atual proprietário do Barracuda, que após a compra do trimarã, há dez anos, projetou uma reforma que exigia uma estrutura náutica completa e gigante o suficiente para comportar, com segurança, o raro veleiro. Assim, no início do ano, o Barracuda, único da categoria no País, aportava na Sede Guarujá. Ernani, que também é associado do ICS, trouxe o trimarã para a área náutica do Guarujá porque “ela é a única do Sudeste com rampa larga o suficiente para subir o Barracuda. Outra assim, existe somente no Sul do País”, afirmou. Já na sede, o Barracuda ficou alojado dentro do hangar de serviços principal, com 3 mil metros quadrados e vão livre de 15 metros, durante aproximadamente 5 meses, onde recebeu nova pintura nos cascos e convés. Outros reparos também foram realizados com a supervisão das lojas do complexo comercial, “mais uma facilidade para quem utiliza a estrutura do ICS no Guarujá. Além das lojas dentro clube, você encontra outras opções no entorno da sede”, complementa Ernani. O Barracuda já está na água e aguarda os detalhes finais para voltar ao mar com toda sua grandeza.
Com 87.200 metros quadrados a sede Angra dos Reis possui um hangar de 3 mil metros quadrados com vaga para 50 barcos, um píer com 26 vagas e 32 poitas liberadas para sócios e visitantes
Hoje, quando o ICS está às vésperas de completar 70 anos de fundação, reflexos dessa ampla experiência aparecem no atendimento oferecido nas outras sedes náuticas, cada qual com suas características. Em Angra dos Reis, o point de nosso verão, a sede do ICS está instalada no sofisticado Condomínio do Frade. A estrutura da área náutica compreende um hangar de 3 mil metros quadrados que comporta a guarda de 50 embarcações de associados, além de outras 26 vagas molhadas no píer. A movimentação dos barcos é feita por uma rampa com o apoio de dois tratores. Para os barcos visitantes, o clube oferece 32 poitas, estrategicamente localizadas na bacia, com segurança e apoio 24 horas com dois botes conduzidos por profissionais treinados.
82 ICS
Ao lado, fixada na Marina Porto Imperial, a Sede Paraty é um completo ponto de apoio para os navegantes associados. Abaixo, o píer é de uso exclusivo dos associados
A pouco menos de uma hora de Angra pela Rodovia Rio-Santos, a Sede Paraty é a única instalada em uma marina, a Porto Imperial. Um conjunto de quiosques funciona como ponto de apoio para descanso e dispõe de vestiários, restaurante e sala de estar. Há um número de vagas exclusivas para associados – bem em frente à sede – e os usuários podem contar com os serviços profissionais da marina.
Foto Marco Yamin
Em Ilhabela, a casa do ICS é o recanto dos iatistas durante a semana de vela, geralmente atracados nas poitas da sede, que entre uma regata e outra relaxam na jacuzzi da piscina-spa
A cerca de 60 milhas náuticas de Paraty, a Sede Ilhabela representa o espírito esportivo do clube. Seu público aprecia alojar-se nas próprias embarcações. Quem atraca em uma das dez vagas do píer encontra instalações de água, energia e Wi-Fi. Já quem opta por utilizar uma das 25 poitas que ficam além do píer tem à disposição um barco de apoio que faz a ligação com a terra. Em plena Costa do Saco do Indaiá, a Sede Ilhabela tem localização privilegiada, banhada por águas límpidas e excelente ponto de observação para as regatas de um dos maiores eventos náuticos da América Latina, a Ilhabela Sailing Week. u
O MAR DE MUNCH
por JUDITE SCHOLZ
84 MEMÓRIA
Famoso artista expressionista norueguês, Edvard Munch ganhou uma exposição nos Estados Unidos que mostra como ele foi influenciado pelo mar, e o representou com sua técnica turbulenta para expressar cenários de relações humanas e também metáforas de emoções
À direita, Edvard Munch trabalhando ao ar livre, perto do mar. À esquerda, sua obra Nas Ondas do Amor
O dragão, no Parque Güell, se converteu em um emblema da obra de Gaudí
86 MEMÓRIA
Neutralia, mais que um retrato da interação com a natureza, uma declaração política. Abaixo, Desespero de Alfa; serigrafia de Andy Warhol de O Grito; em Angst a mesma configuração de O Grito: o cais e pessoas aflitas
A
s paisagens na obra de Edvard Munch refletem seus estados psicológico e emocional de forma consistente, mesmo quando seu estilo mudou ao longo da carreira. O mar foi frequente tanto na vida como na obra de Munch, que admirava as configurações costeiras e os muitos fiordes esculpidos na paisagem norueguesa. É exatamente essa faceta que a exposição Edvard Munch e o Mar explorou, de 9 de abril a 17 de julho, no Tacoma Art Museum, em Washington (EUA), explorando o mar em obras do artista que variam da solidão de alguém a pano de fundo para turistas de verão e reflexões psicológicas, emocionais ou simbólicas. Foi uma oportunidade de mergulhar no universo conturbado do artista, conferir 27 obras poderosas raramente exibidas, oriundas de vários museus dos Estados Unidos, como a National Gallery of Art, o Metropolitan Museum of Art, o Museum of Modern Art, o Los Angeles County Museum of Art e colecionadores particulares. “Embora seja mais conhecido por sua obra icônica O Grito, Munch explorou muitos outros temas. Esta exposição focou no mar como elemento profundo em sua obra. Ele usou o mar como tema de paisagens, como cenário para interações humanas e como metáfora para o amor, a saudade, a tristeza, a alegria e outras grandes emoções humanas”, disse Margaret Bullock, curadora de coleções e exposições especiais. A exposição homenageia o aniversário de 125 anos da Universidade Luterana do Pacífico e a herança nórdica, “como forma de honrar os noruegueses pioneiros e envolver a população na rica história artística da Noruega”, disse Tom Krise, presidente da faculdade. O cônsul honorário da Noruega, Kim Nesselquist, colocou o Tacoma Art Museum em contato com a colecionadora de arte Sally Epstein, que acumulou a
Noite de Verão e Atração II
88 MEMÓRIA
maior coleção privada de Munch, sem contar o Museu Munch em Oslo, Noruega, e emprestou várias obras importantes para a exposição. O grande interesse de Epstein por Munch levou-a à terra natal do artista várias vezes, a fim de aprender mais sobre ele e sua obra, e acabou lecionando na Galeria Nacional e outras instituições. Durante a exposição, ela deu uma palestra na qual compartilhou histórias sobre suas expedições dentro das paisagens e da história desse complexo e influente artista. Líder do movimento expressionista, Munch frequentemente usou o mar para transmitir emoções e humores. Revelava suas experiências de relacionamento, perda e luto em cenas de costas rochosas e sinuosas. “Munch experimentou a vida intensamente, sentiu profundamente, e suas obras refletem isso. São imagens muito fortes com muitas camadas de significado”, avalia Bullock. “Neutralia, por exemplo, não são apenas duas mulheres felizes que colhem maçãs na primavera. Trata-se de alegria na natureza, mas é, sobretudo, uma declaração política”, afirmou. Em 2012, o famoso quadro O Grito, de 1895, tornou-se a obra mais cara do mundo da arte já leiloada (na época) na Sotheby’s. Embora O Grito não estivesse na exposição, o quadro Angst tem a mesma configuração: o cais ao pôr do sol e um grupo de pessoas aflitas. Ambas as imagens são expressões de batalhas de ansiedade e solidão que Munch passou ao longo da vida. Várias outras gravuras presentes na exposição incluem elementos de O Grito, já que Munch gostava de trabalhar e retrabalhar os mesmos motivos. O Tacoma Art Museum também conseguiu para a exposição uma das serigrafias de Andy Warhol de O Grito (depois de Munch). Foi possível conferir a litografia Nas Ondas do Amor, de 1896, e a pintura Neutralia, em cujo fundo Munch colocou um navio afundando como forma de demonstrar seu desgosto com a neutralidade da Noruega durante a Primeira Guerra Mundial enquanto o resto da Europa estava lutando. Mais tarde, ele foi rotulado como artista “degenerado” pelo regime nazista e dezenas de suas obras foram apreendidas. Mas esta foi apenas mais uma passagem na vida dramática desse artista visceral, que perdeu a mãe quando tinha apenas 5 anos, depois a irmã mais velha, viu a caçula ser internada com o diagnóstico de esquizofrenia e o pai, que era fanático religioso, ter surtos de depressão. Não foi por acaso que uma sucessão de acontecimentos turbulentos marcou suas obras. Munch procurou viver e trabalhar perto do mar, muitas vezes pintou a paisagem norueguesa ao ar livre. Ele nasceu em Loten, em 1863, mas foi mandado para Oslo depois que seus pais morreram, e matriculado na Escola de Artes e Ofícios. Ali seguiu os moldes naturalistas de seu mestre Christian Krogh, um dos principais nomes da arte realista norueguesa. “Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma arte que dê algo à humanidade”, dizia Munch naquela época. Marcas registradas da Noruega, os fiordes – aqueles canais que entram terra adentro, ladeados por altas escarpas e montanhas – seduziam o artista. A partir de 1885, ele fez várias viagens a Paris, conheceu obras pós-impressionistas, ficou fascinado pelo trabalho de Van Gogh e Gauguin. Logo sua obra se transformou, ganhou pinceladas intensas, passando a refletir sobre as profundezas da alma humana – e ele tornou-se o maior expoente do movimento expressionista alemão. Passou a ter uma vida agitada, com viagens para a França e a Itália, longas temporadas na Alemanha e visitas ocasionais à Noruega, até que, em 1908, uma crise nervosa agravada pelo alcoolismo o levou a ser internado em uma clínica na Dinamarca. Um ano depois, já fora da clínica, fez uma exposição que teve absoluto sucesso de vendas, e ganhou o concurso para decorar com painéis pintados a óleo as paredes do salão nobre da Universidade de Oslo. Logo depois disso buscou refúgio em um estilo de vida solitário, nos arredores da cidade. Morreu em 1944, numa fase em que pintava uma série de autorretratos por meio dos quais mostrava os efeitos do tempo sobre si próprio. u
De cima para baixo: Luar ; Mulher Pelo Mar em Asgardstrand; Melancolia, Paisagem com Trem Perto de Togrok
Ao lado, Inges do Mar, de 1889. Abaixo, Marinha
Tacoma Art Museum www.tacomaartmuseum.org
O MAR DE MUNCH
por JUDITE SCHOLZ
84 MEMÓRIA
Famoso artista expressionista norueguês, Edvard Munch ganhou uma exposição nos Estados Unidos que mostra como ele foi influenciado pelo mar, e o representou com sua técnica turbulenta para expressar cenários de relações humanas e também metáforas de emoções
À direita, Edvard Munch trabalhando ao ar livre, perto do mar. À esquerda, sua obra Nas Ondas do Amor
O dragão, no Parque Güell, se converteu em um emblema da obra de Gaudí
86 MEMÓRIA
Neutralia, mais que um retrato da interação com a natureza, uma declaração política. Abaixo, Desespero de Alfa e a serigrafia de Andy Warhol de O Grito. Na outra página, em Angst a mesma configuração de O Grito: o cais e pessoas aflitas
A
s paisagens na obra de Edvard Munch refletem seus estados psicológico e emocional de forma consistente, mesmo quando seu estilo mudou ao longo da carreira. O mar foi frequente tanto na vida como na obra de Munch, que admirava as configurações costeiras e os muitos fiordes esculpidos na paisagem norueguesa. É exatamente essa faceta que a exposição Edvard Munch e o Mar explorou, de 9 de abril a 17 de julho, no Tacoma Art Museum, em Washington (EUA), explorando o mar em obras do artista que variam da solidão de alguém a pano de fundo para turistas de verão e reflexões psicológicas, emocionais ou simbólicas. Foi uma oportunidade de mergulhar no universo conturbado do artista, conferir 27 obras poderosas raramente exibidas, oriundas de vários museus dos Estados Unidos, como a National Gallery of Art, o Metropolitan Museum of Art, o Museum of Modern Art, o Los Angeles County Museum of Art e colecionadores particulares. “Embora seja mais conhecido por sua obra icônica O Grito, Munch explorou muitos outros temas. Esta exposição focou no mar como elemento profundo em sua obra. Ele usou o mar como tema de paisagens, como cenário para interações humanas e como metáfora para o amor, a saudade, a tristeza, a alegria e outras grandes emoções humanas”, disse Margaret Bullock, curadora de coleções e exposições especiais. A exposição homenageia o aniversário de 125 anos da Universidade Luterana do Pacífico e a herança nórdica, “como forma de honrar os no-
88 MEMÓRIA
À esquerda, Luar. Abaixo: Mulher Pelo Mar em Asgardstrand; Melancolia, Paisagem com Trem Perto de Togrok. Na outra página, Noite de Verão e Atração II
ruegueses pioneiros e envolver a população na rica história artística da Noruega”, disse Tom Krise, presidente da faculdade. O cônsul honorário da Noruega, Kim Nesselquist, colocou o Tacoma Art Museum em contato com a colecionadora de arte Sally Epstein, que acumulou a maior coleção privada de Munch, sem contar o Museu Munch em Oslo, Noruega, e emprestou várias obras importantes para a exposição. O grande interesse de Epstein por Munch levou-a à terra natal do artista várias vezes, a fim de aprender mais sobre ele e sua obra, e acabou lecionando na Galeria Nacional e outras instituições. Durante a exposição, ela deu uma palestra na qual compartilhou histórias sobre suas expedições dentro das paisagens e da história desse complexo e influente artista. Líder do movimento expressionista, Munch frequentemente usou o mar para transmitir emoções e humores. Revelava suas experiências de relacionamento, perda e luto em cenas de costas rochosas e sinuosas. “Munch experimentou a vida intensamente, sentiu profundamente, e suas obras refletem isso. São imagens muito fortes com muitas camadas de significado”, avalia Bullock. “Neutralia, por exemplo, não são apenas duas mulheres felizes que colhem maçãs na primavera. Trata-se de alegria na natureza, mas é, sobretudo, uma declaração política”, afirmou. Em 2012, o famoso quadro O Grito, de 1895, tornou-se a obra mais cara do mundo da arte já leiloada (na época) na Sotheby’s. Embora O Grito não estivesse na exposição, o quadro Angst tem a mesma configuração: o cais ao pôr do sol e um grupo de pessoas aflitas. Ambas as imagens são expressões de batalhas de ansiedade e solidão que Munch passou ao longo da vida. Várias outras gravuras presentes na exposição incluem elementos de O Grito, já que Munch gostava de trabalhar e retrabalhar os mesmos motivos. O Tacoma Art Museum também conseguiu para a exposição uma das serigrafias de Andy Warhol de O Grito (depois de Munch). Foi possível conferir a litografia Nas Ondas do Amor, de 1896, e a pintura Neutralia, em cujo fundo Munch colocou um navio afundando como forma de demonstrar seu desgosto com a neutralidade da Noruega durante a Primeira Guerra Mundial enquanto o resto da Europa estava lutando. Mais tarde, ele foi rotulado como artista “degenerado” pelo regime nazista e dezenas de suas obras foram apreendidas. Mas esta foi apenas mais uma passagem na vida dramática desse artista visceral, que perdeu a mãe quando tinha apenas 5 anos, depois a irmã mais velha, viu a caçula ser internada com o diagnóstico de esquizofrenia e o pai, que era fanático religioso, ter surtos de depressão. Não foi por acaso que
90 MEMÓRIA
Ao lado, Inges do Mar, de 1889. Na outra página, Vôos de Omega, da série Alpha e Omega, e Marinha
uma sucessão de acontecimentos turbulentos marcou suas obras. Munch procurou viver e trabalhar perto do mar, muitas vezes pintou a paisagem norueguesa ao ar livre. Ele nasceu em Loten, em 1863, mas foi mandado para Oslo depois que seus pais morreram, e matriculado na Escola de Artes e Ofícios. Ali seguiu os moldes naturalistas de seu mestre Christian Krogh, um dos principais nomes da arte realista norueguesa. “Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma arte que dê algo à humanidade”, dizia Munch naquela época. Marcas registradas da Noruega, os fiordes – aqueles canais que entram terra adentro, ladeados por altas escarpas e montanhas – seduziam o artista. A partir de 1885, ele fez várias viagens a Paris, conheceu obras pós-impressionistas, ficou fascinado pelo trabalho de Van Gogh e Gauguin. Logo sua obra se transformou, ganhou pinceladas intensas, passando a refletir sobre as profundezas da alma humana – e ele tornou-se o maior expoente do movimento expressionista alemão. Passou a ter uma vida agitada, com viagens para a França e a Itália, longas temporadas na Alemanha e visitas ocasionais à Noruega, até que, em 1908, uma crise nervosa agravada pelo alcoolismo o levou a ser internado em uma clínica na Dinamarca. Um ano depois, já fora da clínica, fez uma exposição que teve absoluto sucesso de vendas, e ganhou o concurso para decorar com painéis pintados a óleo as paredes do salão nobre da Universidade de Oslo. Logo depois disso buscou refúgio em um estilo de vida solitário, nos arredores da cidade. Morreu em 1944, numa fase em que pintava uma série de autorretratos por meio dos quais mostrava os efeitos do tempo sobre si próprio. u
Tacoma Art Museum www.tacomaartmuseum.org
90 MEIO AMBIENTE
INVESTIGAÇÃO
OCEÂNICA
Localizado no estado da Flórida, o Aquarius Reef é o único laboratório submarino do mundo a fornecer condições inigualáveis para estudar o oceano
O
s oceanos cobrem 70% de nosso planeta e produzem a maior parte do oxigênio que respiramos. Fornecem alimento e trabalho para as pessoas em torno do globo. No entanto, ainda permanecem misteriosos em grande parte. Somente uma fração dessas vastas águas foi explorada, e boa parte do mundo subaquático é pouco conhecida. Para se ter ideia, nossos mapas do fundo do mar são menos detalhados do que os mapas da Lua ou de Marte. Para saber mais sobre esse hábitat pouco explorado, os americanos construíram o laboratório Aquarius Reef em Victoria, no Texas, em 1986, e suas operações submarinas tiveram início nas Ilhas Virgens americanas em 1988. Depois de 13 missões e do furacão Hugo, o Aquarius foi realocado para Wilmington, na Carolina do Norte, onde passou um período de 18 meses sendo remodelado pelo Centro Submarino Nacional de Pesquisa da Universidade da Carolina do Norte, antes de ser levado para a Flórida, em 1992. Trata-se de um cilindro de 13 metros de largura e 5 de diâmetro submerso em um recife de coral. Está localizado 19 metros abaixo da superfície do Oceano Atlântico, em Cayo Largo, no estado da Flórida, em meio ao Santuário Marinho Nacional Florida Keys. É amarelo, embora pouco se possa ver sua cor, porque foi invadido por pólipos, corais, esponjas e demais seres marinhos que o cobriram e o integraram ao fundo do mar. Tem vigias por meio das quais se pode observar todo o universo submarino. Desde a sua implantação, em 1993, mergulhadores e suas equipes de apoio, a cargo de universidades, agências governamentais e empresas privadas, realizaram mais de 120 missões de pesquisa, preservação, treinamento e inovação. Foram publicados mais de 600 trabalhos de pesquisa científica com base no laboratório submarino Aquarius, muitos dos quais são projetos de biólogos marinhos sobre os recifes de coral.
92 MEIO AMBIENTE Composto de laboratório no fundo do mar, uma plataforma de observação do oceano e uma estação de trabalho em terra, o Aquarius Reef é propriedade da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (US-NOAA) e é operado pela Universidade Internacional da Flórida (FIU), sendo também usado pela Nasa como centro de treinamento, pela Marinha dos EUA e por pesquisadores e educadores de todo o mundo. A base tem capacidade para acomodar seis pessoas – em geral, quatro cientistas e dois técnicos. É composta de laboratório, quarto com seis camas, corredor, banheiro e área de preparação para o mergulho com uma escotilha. Conta com instalações de cozinha como micro-ondas, água quente, geladeira, áreas para cozinhar e de refeição, além de estações de trabalho e acesso à internet – todo o necessário para permanecer ali pelo tempo máximo estipulado em duas semanas. Os pesquisadores podem mergulhar de 10 a 12 horas por dia – “é tanto tempo que nos convertemos em um habitante e não visitante. Ao passar dia e noite ali, terminamos distinguindo e conhecendo os costumes dos peixes da região”, dizem. A base Aquarius Reef permite a científicos e biólogos compartilhar experiências aproveitando ao máximo o tempo nas profundezas do mar. Quando mergulhamos respirando ar comprimido, dependendo da profundidade e do tempo de permanência, se acumula em nosso sangue e tecidos certa quantidade de nitrogênio. Isso não ocorre na superfície, já que esse gás à pressão normal permanece estável em seu estado gasoso, mas, ao submetê-lo a pressão durante determinado tempo, se converte em líquido e necessita de um tempo adicional para voltar ao seu estado gasoso através de nossos pulmões. Se não lhe damos esse tempo, então a transformação regressiva de líquido em gás pode ocorrer no nosso sangue e aí começam as complicações e limitações para permanecer longos períodos embaixo d’água. É por esse motivo que o laboratório submarino da Agência Nacional para o Estudo da Atmosfera e do Oceano dos Estados Unidos é tão especial: permite aos pesquisadores permanecer vários dias embaixo do mar realizando ilimitadas imersões usando como base essa estação submarina sem se preocupar com longas horas de descompressão, pois ao final da missão esse processo é realizado enquanto convivem e trabalham na estação, diminuindo gradualmente a pressão no interior do laboratório, simulando uma lenta subida que duraria dias se não fosse essa maravilha tecnológica. Afinal, em 60 pés de profundidade – onde repousa essa nave de 80 toneladas –, só poderíamos realizar imersões de uma hora sem descomprimir. Daí em diante teríamos de fazer, por exemplo, uma descompressão de 7 minutos se mergulhássemos uma hora e 10 minutos; 26 minutos se permanecêssemos duas horas; e isso sem contar que o
ar não duraria tanto a essa profundidade e somente no primeiro mergulho do dia. Os mergulhos seguintes, à tarde, precisariam de muito mais tempo para a descompressão, pois o residual de nitrogênio no nosso organismo iria aumentando e o tempo para eliminá-lo, também. Desde que não voltem à superfície entre as expedições, pesquisadores e estudantes podem trabalhar debaixo d’água até nove horas por dia, e só têm de despressurizar quando a missão estiver completa. É que no interior da base a pressão atmosférica é igual à pressão da água circundante. “Você olha para fora pela escotilha e vê uma garoupa gigante te olhando, então pega seu celular e faz uma chamada Face Time com Wi-Fi”, diz Michael Heithaus, diretor-executivo da FIU, afirmando que a conexão com a internet na base é melhor que em muitos pontos na superfície. Em 2012, a base Aquarius Reef esteve perto de ser levada à superfície pela National Oceanic and Atmospheric Administration pelo alto custo de mantê-la nas profundezas do mar. O único laboratório submarino do mundo foi salvo graças a uma campanha de arrecadação de fundos privados por meio de uma fundação criada para a ocasião – a Fundação Aquarius. “Temos um agressivo plano de negócio para garantir a viabilidade financeira por meio de bolsas, doações e missões garantidas”, disse na época o decano da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade Internacional da Flórida, que assumiu a operação do laboratório para expandir suas capacidades de pesquisa e educação marinhas. Nesse lugar interessante foram realizadas dezenas de estudos sobre recifes, corais, esponjas, peixes, correntes marinhas, pesquisas médicas e tudo relacionado ao oceano e ao impacto do homem sobre a grande massa de água que domina, embeleza e regula o clima do nosso planeta. A FIU estuda recifes e vida marinha, investigando os efeitos da poluição, as alterações climáticas e a acidificação dos oceanos. Como a base fica em uma área marinha protegida, os peixes são saudáveis e a população de coral é maior do que em muitos outros locais. Heithaus tem planos de usar a base para uma parte da população de tubarões: “O laboratório é também um centro para testar novas tecnologias subaquáticas. E estamos usando uma nova tecnologia de sonar para criar imagens em vídeo que podem ajudar a estudar os tubarões”, conta. O Medina Aquarius Program é dedicado a estudar e preservar os ecossistemas marinhos em todo o mundo. Como parte da FIU Marine Education and Research Initiative, o programa está empenhado em melhorar o alcance e o impacto da FIU em pesquisa, extensão educacional, desenvolvimento de tecnologia e formação profissional. A bordo do Aquarius os cientistas estão na vanguarda da pesquisa sobre recifes de coral, acidificação, mudanças climáticas, pesca e saúde geral dos oceanos. u
94 MARÉ ALTA
CIDADE PINTURA
Muito perto de Paris, a cidade marítima Le Havre, que foi 80% devastada durante a Segunda Guerra Mundial, depois reconstruída e tombada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, atrai por sua luz incomparável que seduziu os artistas impressionistas e por suas características náuticas, urbanas e culturais
P
rincipal cidade da Normandia, Le Havre – localizada a duas horas de Paris de trem e com excelente infraestrutura hoteleira – tem a localização perfeita para partir de carro, a fim de explorar as maravilhas ao redor. Imortalizada pelos mestres do Impressionismo, a Normandia reúne as praias e jardins que inspiraram Monet e Boudin na maioria de suas obras, a arquitetura de Auguste Perret, lugares históricos de guerras como as dos 100 Anos e Segunda Guerra Mundial, a Basílica de Santa Tereza e o Mont Saint Michel. Em 40 minutos de carro de Le Havre é possível visitar as impressionantes falésias de Étretat e as cidades de Honfleur e Deauville. Em uma hora é possível chegar a cidades históricas como Lisieux e Caen.
Mas, claro, antes vale explorar a própria Le Havre, cujo contraste entre o mar e a luz do amanhecer no porto inspirou um dos quadros mais famosos de Monet, Impression, Soleil Levant, em 1872, e inseriu a cidade na rota das artes. Ícone arquitetônico da França, com status de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 2005, Le Havre encanta por sua luminosidade, pelo charme e elegância de sua arquitetura, pelo clima peculiar, pela história. A maioria dos hotéis fica em edifícios projetados pelo renomado arquiteto Auguste Perret, ele mesmo admirador da luz da Normandia celebrada pelos impressionistas, que valorizou com grandes janelas verticais. A verdade é que Le Havre foi reconstruída pelo trabalho de Perret após ser 80% destruída na Segunda Guerra Mundial, de-
96 MARÉ ALTA
Moderna ponte de pedestres sobre parte do porto. Na outra página, uma das muitas marinas e o antigo porto de Honfleur, o lugar mais charmoso da cidade
pois de um bombardeio devastador em 5 de setembro de 1944 e, por isso, é considerada por alguns urbanistas como uma das maiores realizações arquitetônicas do século 20. Polêmico em sua época por não trabalhar com pedra, Auguste Perret preferia o concreto, decorando, colorindo e aplicando técnicas completamente diferentes para que ele tivesse textura e polimento. Além disso, explorava o que a Normandia tem de mais bonito: a luz natural eternizada pelos grandes pintores impressionistas. Os prédios desenhados por Perret em Le Havre priorizam a qualidade de vida de seus habitantes, com muitas janelas verticais que permitem o aproveitamento total da luz, piso de carvalho, pé-direito alto e longas varandas. E ele fez escola. O Museu André Malraux de Arte Moderna (MuMA), que tem o maior acervo de pintura impressionista da França depois do Museu D’Orsay em Paris, também é um dos ícones arquitetônicos de Le Havre, e foi projetado pelos aprendizes de Perret, Guy Lagneau e Raymond Audigier, que moldaram suas paredes de vidro de frente para a entrada do porto, como se o fundissem à cidade. Além de patrimônios que datam do século 9, como a Abadia de Graville, a Casa do Armador, construção clássica do século 18, a Igreja de São José, obra-prima de Perret com vitrais de Marguerite Huré, e o Appartement Témoin (Apartamento Testemunho), que mostra o estilo de Perret e a decoração na década de 1950, há também construções modernas e contemporâneas, como o Volcan, um centro cultural com auditório para 800 pessoas desenhado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1982, composto de vários edifícios e uma praça. Usando um sensível jogo de curvas horizontais, o grande arquiteto brasileiro firmou uma visão fluida e livre do espaço, sem jamais se opor à programação ortogonal do entorno, projetada por Auguste Perret durante a reconstrução da cidade. O arquiteto francês Jean Nouvel também colaborou bastante para a modernidade da cidade. O complexo aquático Bains de Docks, inspirado nas termas romanas, é um bom exemplo. E outras obras com design de vanguarda vão enriquecendo a história arquitetônica da cidade, como o shopping Docks Vauban, localizado em um galpão revitalizado nas docas, que tem restaurantes, mais de 60
lojas e um cinema decorado por Christian Lacroix. Mas há também o mar, a luz, a praia com seus 2 quilômetros recheados de barracas, pista de skate, equipamentos para prazeres náuticos e inspiração para dar e vender. Onde o estuário do Sena e o canal se encontram ficam a grande marina e, no verão, as barracas alinhadas ao longo da praia de cascalho, também vistas em Sainte-Adresse, o elegante bairro à beira-mar com bela vista para o oceano, cujas encostas acima abrigam grandes casas e também um forte do século 19 com jardins públicos. Le Havre foi a primeira cidade na Europa onde a vela se desenvolveu como esporte e hoje dá a largada para uma das principais competições da modalidade do mundo – a Transat Jacques Vabre, regata transatlântica em veleiros monocascos ou multicascos. Formado em 1838, o iate clube Société des Régates du Havre tinha por objetivo atrair banhistas, principalmente os parisienses, já que a ferrovia seria capaz de transportá-los em seis horas. Em 1839, o clube organizou uma regata de remo, mas, a partir de 1840, foram promovidas regatas de veleiros, com largadas por categorias que agrupavam os barcos de acordo com suas características – foi a primeira regata francesa. Assim teve início uma tradição que se mantém até hoje, somente interrompida durante a Guerra. A cidade tem um circuito intenso de competições, muitos clubes náuticos e várias escolas de vela, além de festivais à beira-mar, como exposição a céu aberto na orla da barragem nas cabanas de praia, o festival de jazz na orla da praia de Sainte-Adresse, Les Z’estivales e Mer en Fête, entre outros. Sem contar que o carro pode ser facilmente trocado por uma embarcação para visitar os arredores a bordo. Se é imperdível desfrutar do mar de Le Havre, seria também imperdoável deixar de conferir as maravilhas do renomado chef Jean-Luc Tartarin, que tem duas estrelas no Guia Michelin, no restaurante que leva seu nome. Mas há também os inúmeros e charmosos bistrôs, que servem deliciosos pratos à base de camarões, mariscos e peixes em geral, já que a cidade tem vocação natural para os frutos do mar.
98 MARÉ ALTA
À esquerda, o edifício gótico em estilo renascentista da Catedral El Havre. Acimna, pista de skate na praia No alto, as “barracas” de praia. No detalhe, homenagem ao pintor que nasceu na cidade. Na outra página, o cartaz e a entrada da exposição do Festival Impressionista
ESTUDO DA LUZ
Com toda essa vocação para as artes, Le Havre tem um calendário rico e variado. Entre 16 de abril e 26 de setembro, a cidade foi palco da terceira edição do Festival Impressionista da Normandia. A exposição L’Atelier de la Lumière de Eugène Boudin no MuMa retratou o estudo da luz de Boudin por meio de suas obras e esboços que retratam cenas da vida moderna e a natureza, além de variações atmosféricas. A história de Boudin se entrelaça com a de Le Havre. O artista morou na cidade durante muitos anos e a retratou em diversas obras. Mais tarde, a cidade abrigaria o segundo maior acervo do artista no mundo, com 325 obras, entre pinturas, desenhos, aquarelas e gravuras, atrás apenas do acervo de 6 mil obras do Museu D’Orsay, em Paris. Em 1859, o poeta Charles Baudelaire foi o primeiro a falar da existência, no ateliê de Eugène Boudin, das belezas meteorológicas – “centenas de estudos em pastel do mar e do céu”, que ele chamou de “mágica prodigiosa de ar e água”. O MuMa mantém duas coleções desses estudos do céu – uma com 17 óleos sobre papel e outra com 8 óleos sobre madeira. Elas são um testemunho fascinante sobre o interesse inicial do artista para as variações atmosféricas. A exposição Estudo da Luz de Eugène Boudin dedicou um lugar de honra à “prodigiosa mágica de ar e água” e cenas de praia. Graças a empréstimos preciosos, essa seção reuniu 27 peças, que mostram como Boudin explorou as possibilidades de um novo tema – a vida moderna – e continuou sua pesquisa sobre a luz. “Como tenho sede de luz”, ele disse em 1888. Embora não tenha nascido em Le Havre, mas em Honfleur,
100 MARÉ ALTA
À esquerda, Rumo ao Porto. Acima, Marinha. Na outra página: A Praça San Marco em Veneza. A Praça Vista do Grande Canal, Veneza. A Praia de Trouville, 1867
ali perto, Boudin cresceu em Le Havre e teve seu primeiro estúdio na cidade. Mais que qualquer outro pintor, com exceção de Dufy, ele encontrou na paisagem de Le Havre uma fonte infinita de inspiração, pintando a vida e o vaivém dos barcos ao longo de suas docas e bacias, e captando as variações da atmosfera no estuário do Sena. Foram mesmo as cenas marinhas que lhe deram fama, sobretudo porque, em 1868, um comerciante encomendou-lhe paisagens marinhas, e Boudin gradualmente abandonou as praias e priorizou os portos. No entanto, ele pintou cenas de praia até o fim de seus dias, mas geralmente eram pequenos estudos realizados por ocasião da visita de amigos. O artista esforçou-se para encontrar a verdade da luz e capturar a natureza caprichosa. Por meio de formas e cores, moldou paisagens, dando-lhes mil faces e mil vibrações, sombra, brilho, faísca, raio, esculpindo suas composições em uma rica paleta de tons. Com isso, as margens do mar calmo, o mar tempestuoso, as falésias selvagens e a elegância à beira-mar ganham vida com uma intensidade rara. É por meio da luz que Boudin revela a emoção no pincel, numa linguagem poética e sensível capaz de dizer que “o vento sopra no rosto, as ondas rolam na praia ou o calor do sol esquenta a pele”. Ao longo de sua carreira, Eugene Boudin prosseguiu, intransigente, sua busca da luz. É nesse espírito de pesquisa e laboratório que a exposição foi montada. Reuniu 200 obras, além de diários e correspondências do artista que convidavam o visitante a imergir em seu processo criativo e descobrir o virtuosismo do pintor, que tinha grande apego à sua região natal. u
102 DIÁRIO DE BORDO
por MARCIO MORAES fotos SHUTTERSTOCK
ALÉM DE SOMBRA E ÁGUA FRESCA Descubra tudo que Saint Martin, a charmosa ilha caribenha, tem a oferecer Oriente Bay, a St Tropez do Caribe, e a gastronomia local fazem parte do roteiro obrigatório
Anse Marcel está situada na enseada mais discreta
Imagine o menor pedaço de terra do mundo, na imensidão azul do Caribe, dividido entre duas nações. No lado sul, os holandeses, com a porta de entrada para os cruzeiros e o aeroporto mais movimentado da região. No lado norte, o sossego, o charme francês e a fama gastronômica. E em qualquer lugar dos seus 93 quilômetros quadrados: vizinhança em harmonia, praias paradisíacas e compras livres de impostos. Saint Martin ou Saint Maarten, dependendo do lado que você escolher, é aquele destino que tem todos os ingredientes para agradar a qualquer visitante, e comigo não foi diferente. A vila pesqueira que virou a capital, Marigot, dá as boas-vindas com o Fort St. Louis e sua vista esplêndida para a baía repleta de barcos de luxo ancorados. Bares e bistrôs com mesinhas na calçada, galerias de arte e até uma feirinha de artesanato dão o tom colorido do lugar. Dali em diante é seguir o roteiro, de praia em praia, e se esbaldar. Orient Bay é a mais badalada, considerada a St-Tropez do Caribe. Os barcos à procura de agito se aproximam da faixa de areia tomada pelas confortáveis espreguiçadeiras. Por todos os lados jet skis, paragliders e pula-pula. No canto direito, separado por algumas pedras, há até mesmo um clube nudista. Para quem busca natureza e sossego, minha dica é se aventurar em uma belíssima trilha até a deserta praia Petites Cayes. Depois de uns 30 minutos de caminhada na mata fechada sobre uma colina íngreme encontra-se a recompensa: um pedaço do Caribe só para você. E que tal contratar um barco para passear pela Reserva Natural Nacional, em Anse Marcel? No roteiro não pode faltar um mergulho na despovoada ilha de Tintamarre, a uns 4 quilômetros da costa. São poucos barcos que dividem o belíssimo cenário, com sorte dá para ver algumas tartarugas e, com o snorkel, muitos peixes coloridos e estrelas-do-mar. Mas entre tantas opções sempre há uma preferida. Para mim, a ilha de Pinel é a mais sedutora. Dá para chegar de barco ou caiaque, mas o ideal é não ter hora para ir embora. O lugar tem um visual de cair o queixo, o endereço certo para esquecer a vida e o relógio. Dois restaurantes pequenos servem frutos do mar fresquinhos e diferentes coquetéis. À noite, o vilarejo Grand Case é o dono da festa. Todas as terças, de janeiro a abril, têm gastronomia, música, espetáculo e arte. No cardápio: luz de vela, música boa, tapas francesas, drinques à base de rum, atendimento impecável, céu estrelado e o mar do Caribe cheio de barquinhos para dar um charme extra à paisagem. E a fama de capital gastronômica do Caribe não fica só por aí, o balneário conquistou reputação internacional. A diversidade culinária e o frescor dos produtos deixam uma extensa lista de opções para qualquer turista ficar perdido. Além de St. Martin reunir todos os atributos para uma estada inesquecível em uma das ilhas mais atraentes do Caribe, também é ponto de partida para a descoberta de outros destinos como Saint Barthélemy (St. Barth) e Anguilla.
Belmond La Samanna, em frente à Baie Longue Beach, é o único hotel 5 estrelas da ilha
104 TIMÃO
por ANTONELLA KANN
ÍCONE ARGENTINO CHEGA EM MIAMI A larga faixa de areia de Miami Beach serpenteia a perder de vista diante de um mar azul-turquesa, não importa se você está olhando para o sul ou para o norte. Em determinados trechos ela é pontilhada por várias cores: são os guarda-sóis dos condomínios de luxo e hotéis estrelados que se esparramam sobre a areia, para proveito e conforto de sua clientela. O branco e o vermelho vivo pertencem ao recém-inaugurado Faena Hotel Miami Beach, cores estas que predominam na mobília de algumas de suas 169 suítes mais luxuosas, nos objetos decorativos e em muitos dos ambientes desse sofisticado empreendimento localizado ao norte da icônica Avenida Collins. Mas o investimento argentino foi muito além da renovação do antigo Hotel Saxony, que data dos anos 50, cuja fachada e principais linhas arquitetônicas foram rigorosamente preservadas: o Faena adquiriu seis quadras no entorno para criar ali um empreendimento cultural e residencial do mais alto nível. Está previsto para o último trimestre deste ano a inauguração de um glamouroso complexo de arte com exposições permanentes, um shopping center e mais um hotel-butique com apenas 50 exclusivas acomodações. Tudo isso a poucos minutos a pé do Faena, cuja estrutura já oferece ao público um spa e três restaurantes. Não se mediram esforços para manter, onde possível, a atmosfera de uma década encantadora. Não foi à toa que a cidade de Miami agraciou esse complexo com um título que só o enaltece: Faena Miami District. www.faena.com
TERRA DE VERMEER A pequena e graciosa Delft parece uma miniatura de Amsterdã, entrecortada por canais e pontes. A maioria das ruelas estreitas do centro é para pedestres, o que torna ainda mais agradável o passeio nessa cidade onde nasceu o celebrado pintor Vermeer, autor do renomado quadro Garota com Brinco de Pérola, e na qual este ano – comemorativo – está sendo exposta uma mostra da sua obra principal. As construções antigas ornamentam toda a área histórica, muitas delas datam dos séculos 17 e 18, com detalhes arquitetônicos característicos como assimetria, portas e janelas trompe-l’oeil e trabalhos artesanais. Delft também é o berço da porcelana que leva seu nome, portanto, não faltam lojinhas com um leque de mercadorias, além de antiquários que oferecem objetos de época a preços variados. Um dos melhores restaurantes é o francês Au Vieux Jean, minúsculo, que oferece pratos extremamente saborosos. A apenas 50 minutos de Amsterdã, essa importante cidade relembra um passado que vale a pena ver de novo.
TRANQUILIDADE CEARENSE Difícil alguém ter ouvido falar de Trairí, um município localizado a pouco menos de duas horas de carro de Fortaleza. É destino para viajantes calejados, amantes do Nordeste genuíno que ainda não sucumbiram ao turismo de massa. Sem dúvida, é um dos trechos mais pitorescos e autênticos do litoral. O Ceará por excelência: o ritmo de vida é lento, moradores podem ser vistos dia e noite sentados defronte de suas casas, observando o movimento da rua, há pequenos comércios que se emparelham com restaurantes simples, e na praia dá para observar sempre algum pescador remendando a sua rede ou outro a consertar uma embarcação. O mar continua sendo a fonte de sustento da maioria dos habitantes. Para se familiarizar com a região e com os pequenos vilarejos vizinhos – Guajirú, Mundaú e Flexeiras –, o melhor pouso é o luxuoso Zorah Beach Hotel, filiado à cadeia Roteiros de Charme e Condé Nast Johansen. Pé na areia, diante de um mar e uma praia a perder de vista, o projeto arquitetônico mima seus hóspedes com muita privacidade em 22 suítes e bangalôs luxuosos, que ora se debruçam sobre o mar, a praia e a piscina ou as dunas e o exuberante jardim do hotel. www.zorahbeachhotel.com
PARA FAMOSOS – OU NÃO Há pouco tempo foi inaugurado mais um empreendimento de luxo no badalado arquipélago Turks & Caicos, cuja fama se alastra como o novo point das celebridades de Hollywood. Mas, necessariamente, você não precisa ficar esbarrando em gente famosa. O Gansevoort, discreto cinco-estrelas pé-naareia que fica na Ilha de Providenciales, é um reduto eclético, pois atrai desde casais em lua de mel a famílias com crianças pequenas que ali estão para curtir o sossego diante de uma praia semideserta com águas mansas. A vantagem de estar a menos de duas horas de voo de Miami consolidou o lugar como um dos destinos mais aprazíveis do Caribe. E, quando você não está a fim de lagartixar na praia ou na beira da piscina cinematográfica, aproveite para malhar na academia e gastar de antemão as calorias que serão acrescentadas mais tarde em qualquer um dos dois restaurantes do hotel. Outro bom programa é um longo passeio de barco para mergulhar nas águas translúcidas, e esticar a exploração do arquipélago até uma de suas maiores atrações: uma visita à ilha das iguanas, um parque natural habitado por cerca de 3 mil desses bichinhos. Para o parasail, em que se fica sobrevoando a orla a 12 metros de altura, rebocado por uma lancha, basta acenar para um dos operadores que ficam sempre ali na orla. É emoção pra valer... www.gansevoorthotelgroup.com
106 CABOTAGEM
CONEXÃO
Com projeto de instalar suas esculturas pelos cinco continentes para levar a mensagem de união entre natureza e cultura, artista japonesa dá presente ao Rio de Janeiro
C
om apoio da empresa de cosméticos Shiseido, a organização sem fins lucrativos Faou Foundation entregou a obra da artista Mariko Mori, denominada Ring: One With Nature, na cascata Véu da Noiva, em Mangaratiba, como um presente ao Instituto Estadual do Ambiente e ao estado do Rio de Janeiro. A instalação, de autoria da aclamada artista japonesa Mariko, conhecida por seus trabalhos que mesclam tradição e modernidade, é parte de um projeto em andamento que contará com seis esculturas espalhadas pelos cinco continentes, com a proposta de levar a mensagem de conexão entre natureza e cultura. Composta de um anel luminoso feito em acrílico e aço inoxidável com 3 metros de diâmetro e 6,3 metros de altura, a obra ficará suspensa no pico da cachoeira de forma que o anel mude de cor, transacionando entre tons de azul e dourado, dependendo do ângulo de incidência do sol. Durante o solstício de inverno no Hemisfério Sul, ele estará perfeitamente alinhado com o Sol. Para Mariko, a obra é um emblema acerca da floresta tropical brasileira, em um pedido de paz e harmonia. O anel ainda tem a função de lembrar que todos os seres humanos possuem uma eterna conexão com a Terra, tornando-se um símbolo unificado da humanidade e natureza. A instalação pretende promover a consciência ambiental, encaixando-se nos ideais de sustentabilidade, biodiversidade e conservação, para assegurar a proteção do meio ambiente em um planeta cada vez mais habitado. “O Ring significa unidade, eternidade e plenitude”, afirmou Mariko. Ring: One With Nature é a segunda obra do projeto a ser entregue. A primeira, Primal Rhythm, está instalada nas Ilhas Miyako, em Okinawa, no Japão, e as demais ficarão na África, Oceania, América do Norte e Europa. u
Primal Rhythm deu início ao projeto, instalada numa baía tranquila na ilha japonesa de Miyako. Acima, obra na Cascata Véu da Noiva, presente ao Rio de Janeiro. Na outra página, a artista japonesa no anel feito de acrílico e aço
108 EXPOSIÇÃO
fotos CHRISTOPH GERIGK © FRANCK GODDIO / HILTI FOUNDATION
CIDADES SUBMERSAS Exposição em Londres utiliza descobertas das duas cidades do Antigo Egito que ficaram submersas por mais de mil anos para mostrar como era prolífico o comércio e o intercâmbio de culturas entre grandes civilizações do período
S
ubmersas no mar por mais de mil anos, duas cidades do Antigo Egito foram recentemente redescobertas – e sua história é contada na exposição Cidades Submersas: Mundos Perdidos do Egito, em cartaz no The British Museum, em Londres, até 27 de novembro. Thonis-Heracleion e Canopus desapareceram na foz do Rio Nilo e foram redescobertas no leito do Mediterrâneo, transformando a nossa compreensão sobre as profundas conexões entre as antigas civilizações do Egito e da Grécia. Batizada em homenagem ao herói grego Hércules, Thonis-Heracleion foi um dos mais importantes centros comerciais do Egito em negócios pelo Mediterrâneo, enquanto Canopus foi importante centro para adoração dos deuses egípcios. Enterrados e preservados, os objetos deslumbrantes em forma de estátuas constituem oferendas sagradas e objetos rituais que revelam o culto a Osíris – o deus que trazia a promessa da vida eterna. As peças contam histórias de poder político e da crença popular, o mito e a migração, deuses e reis. Trata-se de uma viagem através de séculos do encontro de duas culturas célebres, encontrando no caminho figuras históricas, como Alexandre, o Grande, Cleópatra e Adriano. Cerca de 300 objetos estão expostos, incluindo mais de 200 descobertas espetaculares escavadas na costa do Egito, perto de Alexandria, entre 1996 e 2012, além de empréstimos importantes de museus egípcios raramente vistos fora do país e objetos de Naukratis, cidade que servia de porto para Thonis-Heracleion e foi a primeira colônia grega no Egito. Ao longo dos últimos 20 anos, o arqueólogo francês Franck Goddio e sua equipe, utilizando as mais recentes tecnolo-
No sentido horário: O hieróglifo de 380 a.C sendo retirado da água, e iluminado pelo arqueólogo; granito rosa de ThonisHeracleion; e escavação da estátua da deusa Hapy. Na outra página, estátua de 5,4 metros da deusa da fertilidade Hapy é o objeto mais alto da exposição
110 EXPOSIÇÃO
gias, escavaram descobertas submarinas espetaculares. Sua primeira equipe definiu uma área de 68 milhas quadradas para mapeamento e usou sondas, que produziram um batimétrico, ou mapa de relevo subaquático, dispositivos magnéticos para fornecer pistas sobre a localização dos artefatos e sonar de varredura lateral, que mediu suas sombras, dando uma ideia do seu tamanho. Os mergulhadores também utilizaram uma draga de água, um dispositivo de sucção debaixo d’água para limpar o sedimento e recolher objetos. As ruínas de Canopus, por sua vez, foram descobertas em Aboukir, 2 quilômetros a leste do canal ocidental do Delta do Nilo. “Minha equipe e eu estamos felizes que a exposição com descobertas de nossas expedições arqueológicas subaquáticas ao largo da costa do Egito estejam em exposição no British Museum, pois nos permite compartilhar com o público o resultado de anos de trabalho nas cidades afundadas e nosso fascínio por mundos antigos e civilizações. Ao colocar nossas descobertas ao lado de obras selecionadas do acervo de museus egípcios e importantes objetos do British Museum, a exposição apresenta uma visão única de um período fascinante da história, durante o qual egípcios e gregos se encontraram nas margens do Mediterrâneo”, disse Franck Goddio, que é também presidente do Institut Européen d’Archéologie Sous-Marine e cocurador da exposição. Provavelmente fundadas no século 7º a.C., Thonis-Heracleion e Canopus foram cidades cosmopolitas ao redor das terras férteis do Delta do Egito, habitadas e cortadas por canais. Depois que Alexandre, o Grande, conquistou o Egito, em 332 a.C., séculos de regras gregas se seguiram. A exposição revela como mudanças culturais e religiosas floresceram, especialmente a adoração de Osíris, o deus egípcio da vida após a morte. Apesar de bem conhecidas as crenças egípcias e a mitologia e história gregas, tentativas anteriores para localizar as cidades foram malsucedidas. A exposição mostra como a equipe pioneira europeia, liderada pelo arqueólogo Franck Goddio, em colaboração com o Ministério Egípcio de Antiguidades, utilizou as tecnologias mais modernas para encontrá-las. E, com grande surpresa, desvendaram um vasto número de objetos de grande importância arqueológica bem preservados. Vale lembrar que apenas uma pequena parte desses locais teve seus segredos revelados. A missão arqueológica subaquática continua trazendo à luz novas obras-primas e novas pesquisas a cada ano. Goddio levou 20 anos para descobrir apenas 5% da área das cidades e, como ele mesmo reconheceu, “há pelo menos mais cem anos de trabalho por aqui”. Estátuas monumentais, artigos de metal, joias de ouro, objetos de cerâmica e amuletos revelam como a Grécia e o Egito interagiram no fim do primeiro milênio a.C. Esses artefatos oferecem uma nova visão sobre a qualidade e o caráter único da arte desse período, e mostram como os reis e as rainhas que governaram o Egito por 300 anos adotaram e adaptaram crenças e rituais para legitimar seus reinados. Há centenas de objetos cujos detalhes trazem as cidades e sua cultura para a vida fascinante, entre os quais uma garrafa de
Abaixo, no sentido horário: Estátua egípcia de Osíris; estátua da deusa Hapy, e o deus touro Apis. Na outra página, busto de Alexandre, o Grande. Estátua de Osíris de 664 a.C encontrada em Abu Qir. Estátua de Arsinoe
cerâmica, com pouco mais de 3 polegadas de altura, decorada com a imagem de uma pantera, dezenas de anéis de ouro e brincos, além de amuletos de terracota feitos com o mesmo bronze utilizado para fazer as barbas das estátuas dos faraós. A exposição apresenta uma série de esculturas monumentais, como a estátua Hapy, divindade egípcia com o dom da fertilidade e da abundância, de 5,4 metros de altura e 6 toneladas, que recebe os visitantes. Solitária em uma sala contra um fundo azul-escuro, parece emergir do mar, onde passou tanto tempo. Outras duas estátuas – um rei e sua rainha – são a representação pouco comum de um casal ptolemaico bem preservado. Obras de arte de museus egípcios, como o touro Ápis do Serapium, de Alexandria, são exibidos ao lado de descobertas recentes tiradas do mar. Uma dessas peças é a impressionante escultura de Canopus que representa Arsinoé II, a filha mais velha de Ptolomeu I, fundador da dinastia ptolomaica. A rainha greco-macedônia tornou-se uma deusa amada por egípcios e gregos depois de sua morte, e é descrita como a perfeita incorporação de Afrodite, a deusa da beleza “que concede sorte a quem veleja”. A exposição abrange também a chegada dos gregos ao Egito, quando eles foram anfitriões e não governantes, privilegiados, mas controlados pelos faraós. Uma vasta gama de objetos, de modestos a grandiosos e caros, pode ser admirada, da mesma forma que modelos de barcos que eram usados para ligar Thonis-Heracleion a Canopus. Promovida pela Fundação Hilti e o Institut Européen d’Archéologie Sous-Marine em colaboração com o Ministério de Antiguidades da República Árabe do Egito, a exposição foi organizada em cinco sessões, começando com a grande atração, que é a descoberta das cidades, Redescobrindo Thonis-Heracleion e Canopus. Em seguida vem Egito e Grécia: Primeiros Encontros, para mostrar como se deu a relação entre os dois países por volta de 650 d.C. Em Reis Gregos e Deuses Egípcios explora-se a dinastia ptolomaica e o legado de Alexandre, o Grande. Osíris: do Mito ao Festival mostra como descobertas recentes dão vida a cerimônias religiosas antigas. E, finalmente, Egito e Roma, em que é explorada a captura de Alexandria por Roma, em 30 d.C., aspectos da fusão da religião grega e egípcia que foram levados ao Império Romano. “Os achados de Franck Goddio e sua equipe mostram como as duas cidades eram importantes e como era prolífico o comércio e o intercâmbio de culturas entre as civilizações grega e egípcia durante a última metade do primeiro milênio a.C.”, disse Aurélia Masson-Berghoff, curadora do British Museum. Além das peças que já são preciosas, fotografias e filmagens subaquáticas de tirar o fôlego, realizadas durante as escavações, são utilizadas em toda a exposição. u
Cidades Submersas: Mundos Perdidos do Egito até 27 de novembro, no British Museum, Great Russell Street, London WC1B 3DG, www.britishmuseum.org De quinta e sábado, das 10 às 17h30, e sexta das 10h às 20h30
112 BELEZA
SOL DE INVERNO O frio do inverno apareceu timidamente em 2016 e a estação mais fria do ano foi marcada por altas temperaturas. Mesmo assim, muita gente nem se deu conta da importância de continuar usando o protetor solar. Mas, afinal, o sol de inverno faz menos mal que o de verão?
N
ão, não faz menos mal, e é muito importante usar o protetor solar diariamente em qualquer época do ano, independentemente de o dia estar nublado, chuvoso ou encoberto. De acordo com a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, apenas 30% da radiação UV é barrada mesmo em um dia 100% encoberto, e os restantes 70% atravessam as nuvens e atingem as pessoas superexpostas. “A incidência de raios UVB e UVA é praticamente a mesma no inverno e no verão, não importa se o dia está nublado ou com sol forte. Inclusive, há
Protetor anti-aging
Fotoprotetor com potente ação anti-aging capaz de reduzir os sinais de envelhecimento, como rugas, flacidez e linhas de expressão, o Biosole AV tem FPS 50 contra os raios UVA, UVB e infravermelho-A, emitidos pelo sol. Graças à associação do Difendiox, combinação exclusiva de polifenóis antioxidantes da oliva, com a melanina vegetal, protege o colágeno da pele e previne as manchas causadas pelo sol. R$ 127 (50 ml). Ada Tina, tel. 0800-7742404, www.adatina.com
uma grande incidência desses raios em locais que nevam”, explica Silvana Masiero, farmacêutica e gerente de desenvolvimento da Under Skin. Devido à posição geográfica do Brasil e sua vasta extensão na zona equatorial, os índices de radiação UV atingem níveis elevados em todas as estações. Em cidades como São Paulo, por exemplo, o índice durante o inverno é similar ao da Europa durante o verão. Portanto, não deve haver diferença entre os cuidados com a pele no verão ou no inverno. “Além da radiação UV, há a Infrared e a luz visível, que também são causadoras de fotoenvelhecimento, degeneração das fibras de colágeno e da presença das
Com cor e vitamina
A textura musse de alta cobertura e efeito maquiagem do Minesol® Actif Unify Tinted Mousse FPS30 corrige as imperfeições da pele, e atende as brasileiras com três tons: light, medium e deep. Contém 5% de vitamina C pura e protege contra os raios UVA/UVB, além de oferecer proteção solar ampliada contra a luz visível – emitida pelo sol, lâmpadas e eletrônicos –, que contribui para a prevenção do fotoenvelhecimento e das manchas solares. Multifuncional, protege, ajuda a clarear e a uniformizar o tom da pele. R$ 80 (40 g). Johnson & Johnson, tel. 0800-7036363, www.jnjbrasil.com.br
Protege e bronzeia
Além de proteger a delicada pele do rosto, o Sheer Coverage SPF 45 Faces with Self-Tanner – primeiro protetor solar facial da Australian Gold no Brasil – tem formulação exclusiva com propriedade Instant Bronzer, que oferece bronzeado instantâneo, e também ação autobronzeadora, que confere cor gradual ao rosto após três dias de uso. R$ 80. Frajo Internacional de Cosméticos, tel. 0800-7733450, www.australiangoldbrasil.com.br
Antimanchas
Emulsão fluida de proteção solar anti-idade e antimanchas, a Golden Caresse emulsão FPS 50 atua contra os raios UVA/ UVB ao mesmo tempo que atua atrasando o envelhecimento precoce ao proteger o DNA celular. Conta também com potente ativo antimanchas. R$ 105. Germaine de Capuccini, tel. 0800-7777026, www.germaine.com.br
manchas (como formação ou piora das já existentes), além de danos no DNA celular, que diminuem nossa defesa imunológica e aumentam o potencial de câncer. Então, o filtro solar é obrigatório – com FPS acima de 50 e, de preferência, com pigmento que age como uma barreira para pessoas de pele, cabelos e olhos claros; FPS 50 para as peles claras; filtros com índice acima de 30 para as peles um pouco morenas e FPS 30 para as mais morenas”, sugere a doutora Claudia. E para proteger os cabelos ela indica os óleos – de preferência de argan, maracujá, cupuaçu, andiroba, damasco ou a própria manteiga de karité –, que formam um filme nos fios, protegen-
Antes do protetor
Com poder antioxidante e ação clareadora e antienvelhecimento, o U.SK Super C Restorative conta com vitamina C na concentração de 20%, capaz de proteger e reduzir os danos ao DNA e inibir a enzima responsável pela produção de melanina, com potente efeito clareador. O produto contém ainda vitamina E, que ajuda a proteger contra o estresse ambiental. Deve ser usado antes do filtro solar. R$ 199. Under Skin, tel. 08007289700, www.underskin.com.br
Refresca e hidrata
A Loção Iluminadora oferece ação hidratante à pele, refresca e promove luminosidade com um brilho discreto que realça o bronzeado. Contém água de coco integral, com propriedades remineralizantes, hidratantes e nutritivas que contribuem para recuperar a pele e protegê-la da desidratação. R$ 71. Buona Vita, tel. (41) 3023-1855, www.buonavita.com.br
do como se fosse uma capa de lipídeos. Não basta usar o filtro solar apenas esporadicamente. Ele deve ser reaplicado mesmo dentro do ambiente de trabalho, a cada quatro horas, porque vai perdendo sua potência e finalidade. Em ambientes externos, como a bordo de uma embarcação, deve ser aplicado a cada duas horas. Mas, atenção, é preciso tomar cuidado com essa aplicação: as recomendações mundiais indicam 2 miligramas por centímetro quadrado – mais ou menos uma colher de café. Além de protetor solar adequado ao tipo de pele e à prova d’água, é pos-
Multifuncional
Seguindo o moderno-conceito de BB Cream, que possui função hidratante, proteção solar e tonalizante em um mesmo produto, a Hidra Sun Progress é uma base hidratante de textura aveludada que, por meio do sistema Adapt Color, promove leve cobertura tonalizante que se adapta aos diversos tons de pele. Contém FPS 35. R$ 111. Buona Vita, tel. (41) 3023-1855, www.buonavita.com.br
Rosto sem brilho
O protetor solar Extrasseco Facial Fotosense com FPS 30 tem rápida absorção e contém microesponjas que controlam o brilho. Oferece ampla proteção UVA, que previne o aparecimento de manchas e o envelhecimento precoce, e ampla proteção UVB, que previne queimaduras solares e o câncer de pele. R$ 60. Pharmapele, tel. (81) 3202-2000, www.pharmapele.com.br
114 BELEZA sível proteger a pele com a associação de poderosos antioxidantes, como as vitaminas C e E, que podem reverter em parte o dano oxidativo causado pela radiação ultravioleta, potencializando a ação de defesa imunológica e de reparo da pele. “Devemos reforçar nosso sistema antioxidante com o uso tópico de vitamina C estabilizada, vitamina E, Alistin, OTZ 10, aplicando o produto antes do protetor solar. Além disso, pode-se complementar com o uso oral de Bio-Arct, FC Oral e vitamina C, para reforçar nosso sistema antioxidante de dentro para fora”, propõe a dermatologista Claudia Marçal. Devidamente protegida, a pele também deve ser bem hidratada – e evitar banhos muito demorados com água quente e o uso de buchas pode
ajudar muito. A hidratação, inclusive, ajuda a minimizar a sensação de desconforto na pele causada pelo sal juntamente com o vento, sobretudo quando estamos no barco. É que a ação do vento acaba ressecando a pele por conta de retirar da barreira cutânea, da camada superficial, os lipídeos e também estimular a evaporação da água. “No inverno é importante repor a função de barreira da pele usando hidratantes como GPS Trealose, pois reforça a capacidade da pele de responder às agressões e variações climáticas que são recorrentes neste período do ano”, aconselha a cosmetóloga Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos. “Aplicar em camada generosa, logo após o banho, hidratante rico em Nutriomegas 3, 6,
Mudança de hábito Efeito prolongado
O Golden Caresse Booster Tan Magnificent é um ultraconcentrado ativador e regenerador que pode ser usado antes e depois do sol, garantindo um bronzeado duradouro, sem ressecamento. Não contém fator de proteção UV. R$ 191. Germaine de Capuccini, tel. 0800-7777026, www.germaine.com.br
Peles normal e seca
Fotoprotetor multifuncional com FPS 30 para peles normais e secas, o Solar Hidra Active 250 g protege contra os malefícios dos raios UV, da luz visível e da poluição na pele, além de contar com ingredientes antienvelhecimento. Buona Vita, tel. (41) 3023-1855, www.buonavita.com.br
Nada de manchas
Com proteção UVA/UVB, o Fotosense Fotoprotetor Loção Corporal FPS 30 protege o corpo dos danos causados pelo sol e previne o envelhecimento e as manchas solares. R$ 50. Pharmapele, tel. (81) 3202-2000, www.pharmapele.com.br
Lançamento especialmente formulado para uso diário de toda a família, incluindo as crianças, o Sundown Todo Dia tem textura mais leve e fragrância suave, ideal para ser aplicado no rosto e no corpo. Oferece proteção imediata contra os raios UVA e UVB, e está disponível nas versões com FPS 30 e FPS 60 em bisnaga e nos tamanhos 130 e 220 ml. R$ 41 (FPS30 220 ml) e R$ 57 (FPS60 220 ml). Johnson & Johnson, tel. 0800-7036363, www.jnjbrasil.com.br
7 e 9, óleos emulsionantes (óleo de oliva, óleo de girassol, óleo de canola) além de ureia, ácido hialurônico e extratos vegetais (lavanda, camomila, frutos vermelhos, aloe vera) e vitaminas como a E, B5, C e F”, indica a dermatologista Claudia Marçal. Ao perceber irritabilidade ou ressecamento, vale investir em água termal rica em elementos como magnésio, zinco, silício, selênio, enxofre, que ajudam a regularizar o PH e promover rápida hidratação e efeito calmante. Lembre-se que as consequências causadas por longas exposições ao sol sem a devida proteção se acumulam ao longo dos anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o efeito nocivo do sol sobre a pele é
observado na idade adulta, pela ação acumulativa da radiação solar e, no entanto, a maior parte do dano causado por ele ocorre precocemente na infância e adolescência. Ainda segundo a SBD, o uso do filtro solar até os 18 anos reduz em até 85% os riscos de desenvolver câncer de pele na fase adulta. De acordo com a doutora Sabrina Battistella, pediatra da Johnson & Johnson Consumo do Brasil, “crianças em idade escolar são diariamente expostas a altos índices de radiação solar desprotegida e a exposição ao sol antes dos 18 anos é mais frequente e intensa. Por isso, é importante estabelecer o hábito de se proteger diariamente dentro da rotina familiar”. Afinal, cuidar da pele não é apenas uma questão de estética, mas também de saúde. u
Contra raios e rugas
Spray prático
O Fluido Protetor Spray Contínuo Fotoequilíbrio FPS 30/ FPUVA 10 tem fórmula refrescante e de fácil aplicação, já que deve ser vaporizado pelo corpo. R$ 68. Natura, tel. 0800-7772467
Toque seco
O Gel Creme Protetor Facial FPS 60/ FPUVA 20 controla a oleosidade, tem toque seco e efeito antibrilho para pele mista a oleosa R$ 57. Natura, tel. 0800-7772467
Fórmula multifuncional que combina FPS 50 com sérum antienvelhecimento, o USK DNA Repair DD Cream proporciona ação antienvelhecimento e fotoproteção de amplo espectro (contra Infrared, luz visível e raios UV), proporciona hidratação, ação antioxidante e protege o DNA, anulando os efeitos dos radicais livres gerados pela exposição solar. Possui U.SK ColorAdapt™, que promove cobertura uniforme para todos os fototipos de pele). R$ 330. Under Skin, tel. 0800-7289700, www.underskin.com.br
Tecnologia e luxo
Com textura suave, o creme protetor Shiseido Future Solution LX Universal Defense SPF50 evita o ressecamento e os danos causados pelos raios UV, enquanto proporciona uma verdadeira proteção contra manchas escuras, rugas e desigualdade de tom, com uma rica sensação hidratante. Possui uma nova tecnologia de defesa fotoambiental avançada, que reduz os radicais livres. R$ 689. Shiseido, tel. 0800148023, www.shiseido.com.br
116 MAROLA
fotos RAFAEL MARTINS
SERES BORDADOS Ao explorar a tecnologia 3D para produzir autopeças, empresário descobre o potencial artístico das impressoras e produz esculturas que parecem tecidas em crochê
Anjo
Sword fish
Q
uando as impressoras 3D começaram a surgir no mercado, pareciam mágica, coisa de um futuro distante. Mas já são pura realidade. E, embora sejam utilizadas principalmente para a criação de protótipos pela indústria, estão sendo empregadas também para fazer arte. Há esculturas muito impressionantes feitas inteiramente por impressoras 3D. No Brasil, o empresário e artista Hermes Santos foi pioneiro. Mas é fato que teve acesso a essa tecnologia por meio de sua empresa, a Modefer, metalúrgica voltada para a indústria automobilística criada há 28 anos que é referência em soluções para a criação de peças para caminhões. Sempre atento a lançamentos e inovações, o empresário viaja constantemente em busca de novas tecnologias. O turning point deu-se há sete anos, quando Hermes percebeu que as impres-
Lobster
soras 3D seriam a grande revolução e fariam toda a diferença: pesquisou e encontrou numa universidade na China uma tecnologia diferente para microfusão ou fundição de cera perdida. A Modefer trouxe esse equipamento de impressão 3D para o Brasil, conquistou a representação para os países da América Latina e passou a desenvolver peças de alta qualidade e precisão executadas com o uso dessa tecnologia. Sua procura por equipamentos de ponta resultou, na verdade, na compra e na representação de diversos maquinários vindos da Alemanha, Dinamarca, Cingapura, Japão e EUA. Para se ter ideia, a célula robótica alemã usada na Modefer para a confecção de modelos para fundição ou produtos artísticos é dotada de oito eixos e totalmente automatizada, graças à combinação de cinco softwares diferentes, possibilitando uma infinidade de usos. “A Modefer começou há 28 anos como uma pequena indústria metalúrgica,
118 MAROLA À direita, de cima para baixo: o pó de Isopor usado pela impressora 3D que imprime em camadas. Retoque do artista. A Kuka, ou o Picasso particular de Hermes, é capaz de esculpir uma obra como o Capitão América em dois dias. Na outra página, no sentido horário: Sea Dragon, o dragão marinho que, ao invés de fogo, exala inspiração e doçura e baila ao sabor das ondas. Monterey Bay, o polvo sobre a concha marítima representa um ser vivo enamorado por sua musa. A liberdade dos Pássaros numa linda revoada nesta obra formada por 4 peças
mas sempre com visão tecnológica. Toda peça que a impressora 3D imprime pode ser fundida em qualquer metal”, ele conta. “Hoje, a empresa não depende de mim para andar, tem vida própria”, completa, para justificar que direciona seu tempo para a arte, criando esculturas impressas em 3D que encantam. Ele trabalha com esse tipo de arte há oito meses, mas teve de correr atrás de soluções, como o desenvolvimento de uma resina epóxi à base de água, já que o epóxi normal destruía a peça. A impressão 3D abriu um mundo tão cheio de possibilidades para Hermes que ele virou um exímio estudioso da tecnologia. Depois de dominá-la para incrementar a produção de sua empresa, ele se deixou levar pela imaginação de artista. Montou o Parque Tecnológico em Alphavile, onde os dois universos se encontram. E, com orgulho, apresenta-nos a Kuka, uma impressora 3D gigante capaz de desgastar um bloco de Isopor ou granito, esculpindo o que foi programado. “É meu Picasso particular”, ele define o equipamento de 2 milhões de reais que exige manutenção de técnicos estrangeiros. Os softwares são da Alemanha, Estados Unidos e Rússia. Nessa máquina, uma peça como a do Capitão América demora dois dias para ficar pronta. Há outros equipamentos com tecnologia 3D menos assustadores que utilizam materiais como poliestireno e resina à base de água, com acabamento de pintura com tinta à base de laca, com os quais Hermes produz esculturas de grande impacto. Ele viaja por temas lúdicos, como o fundo do mar, seres místicos e míticos, o universo náutico, colhidos em suas andanças mundo afora. “O mar me atrai muito, fico fascinado. Adoro estar perto do mar, adoro barcos”, ele conta. Ao extrair o máximo das possibilidades high tech, uma obra de Hermes Santos pode levar meses para ser realizada. Depois de imaginá-la, há o período de pesquisa, depois o desenho do projeto, sua inserção no computador, concretização com impressoras 3D, acerto de detalhes e acabamento final. Cada peça que ele faz utiliza cinco softwares, mas experimenta também muitas coisas que não servem. Ele pode fazer esculturas de qualquer tamanho, porque pode imprimi-las por partes na outra impressora que funciona de forma diferente: o pó de Isopor vai construindo a escultura por camadas e para isso a base vai baixando. Mesmo depois de acompanhar a impressão de uma obra de arte tudo parece magia. E é mágico também o resultado: seres marinhos que parecem bordados. Entre os corredores de sua fábrica, em meio a máquinas e mais máquinas e embalagens das autopeças que fabrica, esbarra-se com uma ou outra escultura – para viajar por alguns momentos pelas formas e figuras saídas da cabeça desse paulistano da Mooca, que mantém um ateliê em casa, onde se dedica à lampework e onde lembra que sua arte começou com peças feitas de arame. O uso de alta tecnologia para concretização do incrível acervo de peças únicas e exclusivas de Hermes Santos agrega ainda mais valor ao seu processo criativo, que, com forte sagacidade, faz a perfeita união entre modernidade e belas formas. “Pretendo também ampliar minha linha de produtos com a impressão 3D e criar peças para as áreas do design e da decoração”, ele diz. u
120 FEIRA
MAJESTOSOS
Mais uma vez, o Cannes Yachting Festival apresentou barcos a vela e a motor muito especiais
A
cada ano, cerca de 600 barcos são exibidos dentro e fora d’água durante o Cannes Yachting Festival. Realizada entre 6 e 11 de setembro na baía cintilante de Cannes, a 37ª edição do evento apresentou uma grande variedade de barcos a vela e a motor, e anunciou uma nova parceria com a Porsche, que passa a ser a transportadora oficial, já que acredita que o prazer da viagem pode ser apreciado tanto em terra como no mar. Além disso, após a iniciativa bem-sucedida no ano passado, o Cannes Yachting Festival repetiu o Concurso de Elegância, proporcionando um espetáculo único de raros barcos antigos que são julgados considerando-se a qualidade da restauração, a história e a raridade do modelo. O evento, realizado nas marinas Vieux Port e Port Pierre Canto, recebeu mais de 50 mil visitantes. Selecionamos alguns barcos a motor que fizeram sucesso no Cannes Yachting Festival. Confira.
Com deck elevado e flybridge grandioso, a Azimut Grande 95RPH foi uma das estrelas da feira, e comeรงarรก a ser produzida no Brasil em 2017
122 FEIRA
MAJESTY 155
Digno de rei, o iate de 47 metros do estaleiro Gulf Craft, localizado em Ajmanm, nos Emirados Árabes Unidos, imita uma casa muito luxuosa na água. “A bordo você realmente não sente que está na água, a menos que olhe para fora”, diz Erwin Bamps, presidente-executivo da Gulf Craft. Com o feixe adequadamente projetado, a “majestade” possui grande estabilidade. Equipado com dois motores MTU 12V 4000 M63 com 2011 cavalos de potência, alcança velocidade de 16 nós. Na popa, o Beach Club é banhado de luz por meio da abertura da porta com um toque de botão. A área é mobiliada com sofás brancos e cadeiras de praia. Completamente à popa no convés superior foi instalada uma enorme banheira de hidromassagem – é o que eles chamam de “dreamboat”.
BAGLIETTO
Esta embarcação de 46,3 metros é resultado da cooperação do estaleiro italiano Baglietto Yachts com a Francesco Paszkowski Design. Seguindo a tendência dos elegantes iates de alumínio que fizeram o sucesso da marca em todo o mundo, o novo 46 Fast destaca-se por sua proa simplificada e linhas elegantes que expressam uma personalidade forte. As janelas no formato de trapézio incrementam a figura esbelta do casco e dão um toque mais contemporâneo ao exterior. O projeto dá especial atenção às áreas ao ar livre, a fim de promover o contato com o mar. A popa do deck superior parece um grande terraço aberto para o mar, uma extensão de teca que pode acomodar uma grande mesa e uma grande área de banho de sol.
124 FEIRA
SARP 46
Premiado várias vezes, o barco de 46 metros do estaleiro turco Sarp Yacht tem linhas sofisticadas capazes de resistir ao tempo. O deslocamento do casco foi cuidadosamente analisado para otimizar a eficiência e, por isso, o estaleiro optou pelo composite no lugar do alumínio para a superestrutura, o que beneficia a estabilidade. Acomoda até 12 pessoas em cinco cabines grandes, sendo quatro no convés inferior e a suíte máster no convés principal, com estúdio adjacente, banheiros dele e dela e dois grandes closets. O interior sofisticado e elegante abusa de materiais naturais e das texturas, com pisos de madeira, couros e detalhes metálicos que produzem uma gama distinta de cores.
BENETTI
Inspirado pelo mar e sua luz, o iate de 41,93 metros da Benetti Yachts recria o conceito de espaço interior com vastas superfícies envidraçadas, inundando os ambientes de luz natural e fornecendo uma ampla vista. Esguio, com janelas alongadas que emprestam personalidade para a grande superestrutura, ganhou um pouco de tradição com a falsa chaminé para esconder uma escada que conduz ao deck inteiramente dedicado à recreação. A embarcação dispõe de muito espaço, dentro e fora. O layout tradicional e funcional do iate acomoda confortavelmente dez pessoas, com quatro espaçosas cabines de hóspedes no deck inferior e a suíte do proprietário no convés principal, com grandes janelas que se abrem para a proa, funcionando como um terraço privativo. Os tenders e os brinquedos são arrumados três pavimentos abaixo, na garagem espaçosa do iate. As portas laterais são convenientes para lançar e recuperar todos os brinquedos da água e a porta de popa abre para fora, para formar um clube de praia atraente.
DESTAQUE BRASILEIRO
A Azimut Yachts apresentou uma frota de 17 iates no Cannes Yachting Festival 2016. Entre os destaques, a Azimut 42, fabricada exclusivamente na filial produtiva brasileira, em Itajaí (SC), e comercializada em várias partes do mundo, e a Azimut Grande 95 RPH, que passará a ser produzida no Brasil a partir do ano que vem. Disponível para visitação na feira europeia, a Grande 95RPH agradou com suas novidades marcantes, como o deck elevado e o flybridge grandioso, com mais de 65 metros quadrados. O iate de 30 metros de comprimento, 5 suítes e 3 pavimentos exigiu que o estaleiro brasileiro da Azimut Yachts se preparasse para fabricá-lo, por isso o estaleiro ganhou mais 5 mil metros quadrados na planta produtiva e gerou 170 novos empregos. Duas unidades já foram encomendadas no Brasil. u
Acima, a charmosa Azimut 42, fabricada exclusivamente no Brasil e comercializada em várias partes do mundo, agradou no evento europeu. Abaixo, Azimut 95 com três pavimentos e cinco suítes
126 HOLOFOTE
A GRANDE FAMÍLIA O O Grupo Azimut-Benetti convidou mais de 700 clientes de várias partes do mundo para uma festa de gala em Capri, na Itália
Este ano, a Azimut escolheu a bela Capri, ilha italiana que é símbolo de sofisticação e luxo, como cenário de seu tradicional evento anual, o Yachting Gala, um encontro exclusivo de proprietários e amantes de iates do estaleiro. Mais de 700 clientes dos Estados Unidos, México, Reino Unido, Emirados Árabes, China e Cingapura, entre outros, estiveram na Marina Grande para conferir 22 iates da marca, dias 21 e 22 de maio. O Brasil esteve representado por cerca de 30 clientes, entre os quais o Comodoro do Iate Clube de Santos, Berardino Fanganiello, e o diretor de Marketing e Relações Internacionais, Carlos Calza, além dos representantes da filial brasileira do estaleiro, a Azimut Yachts do Brasil. Espécie de boat show privado para os melhores clientes do Grupo AzimutBenetti, o Yachting Gala permite que os convidados conheçam todas as novidades do estaleiro, como a Azimut 66 Fly, o inovador Azimut 72 Fly e Azimut Magellano 66, além da Azimut Grande 95RPH, Benetti Vivace 125’ e Benetti Veloce 140’. O Yachting Gala celebrou a parceria com a Rolls-Royce e seu futurístico sistema de propulsão Azipull Carbon, que já foi desenvolvido para o megaiate Benetti Vivace 125’. Mais que admirar, os convidados puderam experimentar os iates repletos de design, desempenho e tecnologia no cenário idílico e charmoso de Capri e seus arredores. Entre sea trials, eventos especiais, tours e passeios que todos adoraram, o ápice do momento foi mesmo o evento de gala na noite de sábado, na La Canzone del Mare, com o seu lindo terraço à beira-mar. Além do jantar e do show, houve o tradicional desfile de iates Azimut e Benetti, iluminado por um festival de luzes, foi mágico, seguido por apresentações de dança e música. “O Yachting Gala Azimut-Benetti representa uma oportunidade-chave para o grupo italiano mostrar sua frota a um público seleto de proprietários internacionais, em um ambiente permeado por valores, experiências, atmosferas e emoções que refletem a cultura de excelência italiana”, disse Davide Breviglieri, CEO da Azimut Yachts do Brasil.
1 Sofisticação e o luxo da vista de La Canzone del Mare 2 No jantar de gala, clientes e amigos se divertiram 3 Ana Paula Siebert, Roberto Justus e o diretor comercial da Azimut do Brasil, Francesco Caputo 4 À beira da piscina, o show, antes do desfile dos barcos 5 Parceria com a Rolls-Royce levará tecnologia aos barcos 6 Manuela e Berardino Fanganiello e Liris Calza
3 3
1
2
5
6
4
128 HOLOFOTE
fotos MAURICIO CASSANO
O salão da sede São Paulo do ICS foi elegantemente decorado pela Rubens Decorações
LEROSA COMEMORA 50 ANOS
O banco suíço Julius Bär e a Lerosa Investimentos receberam convidados em uma noite de gala para comemorar o aniversário de 50 anos da Lerosa Investimentos
O
Julius Bär, terceiro maior banco suíço com larga tradição no segmento de Private Banking, e a Lerosa Investimentos receberam clientes e amigos na sede São Paulo do Iate Clube de Santos, dia 15 de setembro, numa agradável e elegante festa de gala, com direito a show de Luciano Bruno, em comemoração aos 50 anos da empresa criada por João Roberto Lerosa.
130 HOLOFOTE
2 3
1 1 João Lerosa e Mara Paiva 2 João Lerosa com os filhos Giulianno e Guilherme 3 Giulianno Lerosa, Christiana Nastari, João Lerosa, Mara Paiva, Guilherme Lerosa e Patricia Hagobian 4 José Carlos e Ruth Lisboa 5 Celia Yamada e Terence Michael 6 e 7 Mimo do banco suíço Julius Bär Group
A Lerosa Investimentos, que iniciou suas atividades na década de 1960 como corretora de valores, resistiu às várias crises econômicas e é hoje uma das três mais antigas do mercado. Sempre pautada pela competência, honestidade e cumplicidade com seus investidores, a empresa abriu novas unidades de negócios ao longo do tempo, atuando em todos os segmentos do mercado financeiro, como renda fixa, câmbio e futuros. Mais do que apenas lidar com ações, a instituição cuida de todo patrimônio de seus clientes, financeiros e não financeiros. Faz parte de seu portfólio também uma gestora de recursos, que tem em suas prateleiras
4 5 6 7
1
2 3
4
5
6
1 Carlos e Liris Calza 2 Sergio e Diva Chiarizzi, Matus e Ester Schmulevich 3 Gladys e Paulo Alcides Amaral Salles 4 Roberto e Elenice Bianchini 5 Dora e Jorge Jeraissati, Adriano e Fernanda Dib 6 Berardino e Manuela Fanganiello, João Lerosa e Mara Paiva 7 Alberto Foroni 8 Chritopher Andermatt, Flavio Muniz, Hugo Masset e Marc Braendlin, representante do Julius Bär no Brasil
7 8
132 HOLOFOTE
1 Maria Cristina e Alberto Rubens Botti 2 João Lerosa, Massimo Borrelli, representante do banco Julius Bär no Brasil, e Alexandre Lacerda Biagi 3 Adriana e Jaider Cruz Gama 4 Gustavo e Tanya Razzo, Mara Paiva e João Lerosa 5 Fernanda e Mario Simonsen 6 Eduardo e Silvana Martinez 7 Maristela e Ruy Marco Antônio 8 Marcelo Silveira e Ilaria Sarti 9 Daniela e Gianni Casanova
1
2
3
fundos abertos a todos os investidores, assim como fundos exclusivos; e uma administradora de bens, que faz gestão de patrimônio e recursos, consultoria e assessoria de negócios. Tudo isso para auxiliar seus clientes e parceiros de negócios, de forma personalizada, a acumular e principalmente preservar suas riquezas ao longo dos anos. Grupo gerido por João Roberto Lerosa Filho e seus filhos Giulianno e Guilherme, a empresa mostra-se pronta para enfrentar o futuro, porém, sem esquecer do passado. E é tão private que cada convidado recebeu uma pasta de couro que continha um cartão de débito e uma caneta personalizados. u
4
5
6
7
8
9
1 3
5
6
2
4
7
8
1 Família Lerosa 2 Alexandre Lacerda Biagi, John Gardiner e Leo Slezynger 3 Marc Braendlin, representante do Julius Bär no Brasil 4 Moacir e Vera Concilio 5 Gladys e Arthur de Farias 6 David e Janira Alhadeff 7 Luiz Costa, Mauro Bignardi e Antônio Mattiello 8 Paolo Cutrona, Raul Carlos Pereira Barretto, João Roberto Lerosa, Berardino Fanganiello, Paulo Esteves e Isaac Jacob Misan
134 VELA
TECNOLOGIA A FAVOR A tecnologia permitiu que assistíssemos pela tevê às regatas dos Jogos Olímpicos como nunca havíamos visto antes no Brasil. Com projeções do circuito, bandeiras dos países em cada embarcação, linhas de partida e de chegada, ficou fácil entender a prova
O
s Jogos Olímpicos Rio 2016 permitiram que o Brasil assistisse pela tevê às regatas como nunca antes. Além da qualidade da Alta Definição, recursos tecnológicos permitiram que projeções fossem feitas no mar de forma que o telespectador entendesse o percurso das provas, quem estava na frente e a tática de cada tripulante em busca do melhor vento. Embalada por filmagem de helicóptero e câmeras nos barcos, capazes de flagrar as expressões dos velejadores, a transmissão agradou aos amantes da Vela e todos que gostam de esporte. Na verdade, os Jogos Olímpicos do Rio registraram novos recordes de transmissão, graças, em parte, às novas tecnologias de telecomunicação e informação. “O Comitê Olímpico Internacional (COI) ofereceu mais conteúdo do que nunca às emissoras com direito de transmissão, em mais formatos do que nos Jogos anteriores. A Rio 2016 teve mais de 7 mil horas de cobertura em Alta Definição, tanto no formato de tevê como de plataformas digitais, vistas em mais de 200 países por estimados 5 bilhões de pessoas”, disse Sylvia Poll, da União Internacional de Telecomunicações (UIT) e ex-nadadora da Costa Rica. Um incrível salto em comparação com 1984, quando os Jogos de Los Angeles foram vistos por mais de 2,5 bilhões de pessoas em 156 países. As novas tecnologias e plataformas, como a resolução 8K, que tem 16 vezes mais resolução que a tevê de Alta Definição, as transmissões em 360 graus e a realidade virtual incrementaram as transmissões de cada competição. “Produtos móveis avançados, como o aplicativo oficial da Rio 2016, forneciam notícias a cada minuto, horários de competições e resultados, permitindo aos usuários do mundo inteiro se atualizarem sobre os Jogos. Os profissionais de mídia cobrindo os Jogos também foram benefi-
No alto, câmeras nos barcos permitiram ver as expressões dos atletas. Ao lado, as projeções da linha de chegada, bandeiras dos países nos barcos e suas posições facilitaram o acompanhamento das regatas pela tevê. Na outra página, o 49er da dupla masculina sob as bênçãos do Cristo, e a comemoração de Martine Grael e Kahena Kunze no pódio pela medalha de ouro
136 VELA
Acima, Ricardo Santos, na RSX masculina. À esquerda, Robert Scheidt, que ficou em quarto lugar na Laser. Abaixo, Isaquias Queiroz, que conquistou inéditas medalhas de prata e de bronze na canoagem
ciados pelo sistema de informação, assim como pelo Commentator Information System, que entregou horários das competições, resultados ao vivo, medalhas, recordes quebrados, biografias dos atletas participantes, notícias relacionadas aos Jogos, histórico dos diferentes esportes e informações sobre os comitês olímpicos nacionais, facilmente acessados por PC ou laptop. Lembro de quando era nadadora nas Olimpíadas de Seul, em 1988, quando a principal tecnologia era o fax e os celulares não existiam, você ficava completamente sem saber como as pessoas no mundo todo estavam vivenciando os Jogos”, declarou Sylvia. A Olimpic Broadcasting Services (OBS) foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2001, a fim de servir como emissora oficial de todos os Jogos Olímpicos, responsável pela cobertura de todos os esportes, com entrega de imagens e sons. Sua principal missão é satisfazer as redes de televisão com direito de transmitir os jogos. Em um esforço para melhorar a experiência do telespectador, a OBS adicionou uma nova dimensão à cobertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 por meio da utilização de tecnologia de Realidade Virtual, produzindo mais de 85 horas de conteúdo RV e vídeo ao vivo de 360 graus. A Realidade Virtual proporciona a sensação de imersão, colocando o telespectador no meio da ação. “A Realidade Virtual complementa a experiência de tevê tradicional, permitindo que os telespectadores possam ver os atletas a partir de um dos melhores pontos. O importante é não tratar a produção RV como uma transmissão 2D tradicional. A experiência RV imita a experiência de assistir de dentro da arena, mas mais perto da ação do que qualquer ingresso possa permitir”, disse Yiannis Exarchos, diretor da OBS, empresa que levou para o Rio de Janeiro dois navios contendo a frota de Televisão de Alta Definição, além de vans de apoio e trailers para a produção de imagens ao vivo. No geral, a OBS contou com 52 unidades móveis para a cobertura de transmissão dos Jogos, incluindo quatro de fornecedores do Brasil e 48 de 14 diferentes fornecedores dos Estados Unidos, Canadá e Europa. Para satisfazer de maneira imparcial as necessidades das 105 redes de televisão que adquiriram os direitos, a OBS tem de estar em todas as partes, sem desculpas. “Temos a possibilidade de entrevistar absolutamente todos os medalhistas dos Jogos. Em Londres, só não entrevistamos um deles. Nenhuma rede de televisão pode fazer isso, é algo que nos valoriza”, comentou Exarchos. Para conseguir a cobertura total, a OBS tinha 85 mil metros quadrados de instalações no Rio, além de ter instalado 25 mil quilômetros de cabos e contado com 5,8 mil funcionários, entre eles mais de 1,2 mil estudantes brasileiros que fizeram estágios remunerados. Embora tenha trazido apenas uma medalha, a Vela brasileira fez bonito na Rio 2016, com o quarto lugar do veterano Robert Scheidt na Classe Laser, e também de Jorge Zarif, na Classe Finn. Martine Grael e Kahena Kunze, vencedoras na 49er FX feminina, lavaram a alma da Vela, que é o terceiro esporte que mais medalhas gerou para o Brasil ao longo da história. u
ATLETAS MILITARES
Das 19 medalhas conquistadas por atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos 2016, 13 foram de militares, incluindo a de ouro das velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, que fizeram questão de prestar continência no pódio. Esses atletas – e muitos outros também, totalizando 145 – fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas. Eles representam 30% da delegação brasileira e as 13 medalhas que conquistaram para o País, quase 70% do total. Criado em 2008, o programa conta atualmente com 670 esportistas, sendo 76 militares de carreira e 594 temporários. O Ministério da Defesa investe por ano cerca de R$ 15 milhões em salários para os atletas militares de Alto Rendimento. Somado a isso, a pasta gasta cerca de R$ 3 milhões por ano com eventos esportivos nacionais e internacionais, aquisição de equipamentos, uniformes e outros itens destinados ao aperfeiçoamento dos atletas. Os atletas ingressam no programa por meio de um edital público, onde constam as modalidades e as vagas disponíveis, de acordo com os interesses das Forças Armadas. A escolha dos atletas que integram o programa é feita pelo currículo esportivo, resultados em competições e ranking nacional de cada esporte. Os atletas que entram no programa são incorporados às Forças Armadas no cargo de terceiro sargento temporário e têm direito à remuneração líquida de, aproximadamente, R$ 3,2 mil mensais, 13º salário, locais para treinamento, comissões técnicas, participação nas competições do Conselho Internacional do Esporte Militar, apoio de saúde com atendimento médico, odontológico, fisioterápico, alimentação e alojamento. Os atletas podem ficar no programa de Alto Rendimento por, no máximo, oito anos, com renovação anual. Para muitos atletas é a chance de continuar treinando, como é o caso de Felipe Wu, que ganhou medalha de prata no tiro esportivo. “Logo que comecei a competir, com 15 anos, sabia que era isso que queria fazer. Entrei no programa de Alto Rendimento em 2013, aos 21 anos, e foi como um divisor de águas, comecei a receber salário, munição e armas. Sem isso, seria muito difícil continuar treinando em tempo integral.” Ao serem aceitos pelo programa, os atletas passam por um treinamento de 45 dias, para se tornarem militares temporários. Estudam a hierarquia militar, passam por teste físico, instrução militar, aprendem a marchar, a prestar continência e outras atividades da rotina de todo militar na ativa. Confira os atletas do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas e as medalhas que conquistaram: Ágatha e Bárbara (prata no Vôlei de Praia) Alisson e Bruno (ouro no Vôlei de Praia) Arthur Nory (bronze na Ginástica Artística) Arthur Zanetti (prata na Ginástica Artística) Felipe Wu (prata no Tiro Esportivo) Maicon Siqueira (bronze no Tae Kwon Do) Martine Grael e Kahena Kunze (ouro na Vela) Mayra Aguiar (bronze no Judô) Poliana Okimoto (bronze na Maratona Aquática) Rafael Silva (bronze no Judô) Rafaela Silva (ouro no Judô) Robson Conceição (ouro no Boxe) Thiago Braz (ouro no Atletismo)
Os atletas olímpicos militares em continência: Rafael Silva, Arthur Nory, Robson Conceição, Arthur Zanetti e a dupla Martine e Kahena
138 VELA
PERCURSO INUSITADO Embarcação de uma regata de várias etapas que começa na Austrália, passa pela Nova Zelândia, Cabo Horn, América do Sul e termina na Alemanha, aproveitou para acompanhar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro
Acima, a rota da competição. O barco alemão fez parada em Itajaí. Na outra página, marcante passagem pelo Cabo Horn
O
Hamburg Süd Southern Ocean Challenge é um percurso longo e difícil que faz parte de um projeto da associação mundial Hamburgischer Verein Seefahrt e V. (HVS), de veleiros oceânicos, que, por meio de seus patrocinadores, financia a aquisição e a manutenção de veleiros, possibilitando aos jovens a prática da vela oceânica. Qualquer velejador interessado pode se tornar membro do “Grupo de Velejadores Störtebeker” e, dessa forma, utilizar as embarcações. Trata-se de uma experiência e tanto. A grande jornada teve início em dezembro de 2015, a bordo do imponente veleiro Haspa Hamburg, com a lendária Rolex Sydney Hobart Yacht Race, uma das três principais regatas de oceano do mundo. Corrida offshore de 628 milhas organizada pelo Cruising Yacht Club of Australia, constitui um duro desafio para capitães, táticos e equipes dispostos a se testar contra condições desafiadoras. Depois, partiu para a Nova Zelândia, em janeiro deste ano, antes de enfrentar o desafio e o sonho de passar pelo Cabo Horn, em direção a Ushuaia, em fevereiro. O Haspa Hamburg chegou em Buenos Aires em março, passou pelo Uruguai e veio ao Brasil em maio, para os Jogos Olímpicos. Mas, antes de ancorar no Rio de Janeiro, o veleiro passou pelo Rio Grande do Sul e fez uma parada oficial na regata Hamburg Süd Southern Ocean Challenge, na Marina Itajaí, em Santa Catarina, onde recebeu convidados do pa-
trocinador Hamburg Süd para navegação juntamente com os tripulantes que participam da etapa na América do Sul. “Em razão da completa estrutura da Marina Itajaí, ficamos orgulhosos em representar Santa Catarina na recepção do “Haspa Hamburg” e em fazer parte dessa longa e importante regata oceânica que incentiva o iatismo, especialmente em um ano que o Brasil é sede dos Jogos Olímpicos”, disse o diretor do Complexo Marina Itajaí, Manuel Carlos Maia de Oliveira. No Rio 2016, o veleiro Haspa Hamburg foi usado como uma espécie de “nave-mãe”, acompanhando de perto as competições de vela e dando apoio aos atletas, suas equipes, técnicos e auxiliares. Após a conclusão dos Jogos Olímpicos 2016, três embarcações – Haspa Hamburgo, Bank von Bremen e Walross 4 – partiram do Rio de Janeiro para a primeira etapa Rio-Horta-Hamburgo. Porém, apenas o Bank von Bremen conseguiu largar dia 24 de agosto, e os outros só deixariam a Cidade Maravilhosa no dia seguinte porque tiveram problemas com as autoridades locais. Os barcos devem chegar em Hamburgo, na Alemanha, em outubro, já que uma festa no mais antigo iate clube do país, o SC Rhe, aguarda todos os participantes no dia 17. As diferentes etapas do desafio reúnem mais de 30 mil quilômetros percorridos em três oceanos e mais de 150 marinheiros participantes. É que a tripulação muda de tempos em tempos, dando chance a muitos jovens de viver essa experiência inesquecível. u
140 VELA
TUDO PODE ACONTECER A
abertura da 43ª edição da Semana de Vela de Ilhabela foi contemplada com um show no mar. Embora as equipes tenham sofrido com a falta de vento no domingo ensolarado, durante a regata Mitsubishi Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil, muitas tripulações assistiram de camarote às acrobacias de um grupo de baleias-jubarte na prova mais longa do evento. Com menos de 6 nós de vento, as baleias distraíram os velejadores e foram alvo de muitas e muitas fotos. As jubarte estão em período de migração da Antártida para Abrolhos, arquipélago ao sul da Bahia, e passaram por Alcatrazes executando saltos fantásticos, num espetáculo que já fez valer a pena a participação no maior evento oceânico da América Latina. No percurso 20 quilômetros menor, que, por questões técnicas, foi alterado pela comissão técnica de forma a ter retorno na Ilha da Sapata, o Sorsa, de Celso Quintella, foi o fita azul após quase 10 horas de regata, seguido pelo Crioula, Carioca e Itajaí Sailing Team. Nas provas de menor distância, em que o imponente veleiro Cisne Branco deu a largada, os vencedores foram o HPE30 Phoenix, liderado por André Fonseca na regata Ilha de Toque Toque por Boreste, e Ginga, de Breno Chvaicer, na Renato Frankenthal. Realizada entre 3 e 9 de julho, a Semana de Vela de Ilhabela contou com 136 barcos de 13 classes, que enfrentaram regatas de longo e médio percurso, além das barla-sota, e as mais variadas condições de vento e tempo. “A Semana de Vela de Ilhabela
Foto Edu Grigaits
A 43ª Semana de Vela de Ilhabela começou com um presente: o show de um grupo de baleias-jubarte na regata de abertura. Depois, teve dias com e sem sol, com e sem vento, protestos, empates, emoções e, de novo, como uma despedida, a presença de baleias-de-bryde e golfinhos na última regata da competição
Fotos Julio Cardoso
142 VELA
O show das baleias em um dia nublado e sem vento foi uma boa recompensa. Na outra página, Itajaí Sailing Team; Crioula, e Asbar IV, de Jonas de Barros Penteado, vice-campeão na classe IRC
Foto Aline Bassi/Fotop
é sempre assim. Tem dia de tempo bom, dia de tempo ruim. Pouco ou muito vento. Os velejadores gostam de competições nesse nível”, avaliou Carlos Eduardo Souza e Silva, diretor de Vela do Yacht Club Ilhabela, sede da competição. Houve dias em que o vento não apareceu, em outros veio rondado e ainda teve tempo de chegar forte, com média de 18 a 22 nós, e rajadas de até 28 nós, acompanhado de uma frente fria. “Ventou bastante. Não estamos acostumados com essas condições em Ilhabela – com vento e sol. Geralmente, fica frio e chove em situações parecidas aqui”, comentou André Mirsky, tático do Carioca. A novidade este ano foi o Grand Prix dos 30 pés para os veleiros C30 e HPE30 e a volta do Torneio por Equipes, em que clubes associações ou times da mesma região se juntam e formam grupos com quatro embarcações cada para disputar as provas da Semana de Vela nas classes RGS, IRC e ORC. O trio formado pelos barcos Rudá, Asbar 2 e Mussulo III venceu e ficará com o troféu transitório Pen Duick II por um ano. Os campeões da 43ª Semana de Vela foram definidos nas últimas regatas do dia 9 de julho, na raia montada na Ponta das Canas, com ventos de 9 a 12 nós e a presença encantadora de baleias-de-bryde e golfinhos que nadavam na área dos barcos. Alguns resultados demoraram a sair, como os vencedores das classes ORC e RGS, por conta da revisão de resultados. Depois de muito suspense e recontagens, o título da ORC ficou com o Miragem. Na Classe IRC geral, o Rudá saiu vencedor no critério de desempate contra o Asbar IV, que foi a quantidade de vitórias: três do comandante Guilherme Hernandez contra uma de Jonas Penteado. O Asbar foi campeão da RGS geral, categoria que reuniu o maior número de barcos da competição.
144 VELA
MONOTIPOS
Foto Andressa Rufino
O Phoenix, comandado por André Fonseca, venceu 10 das 11 regatas disputadas e, claro, sagrou-se não apenas campeão da 43ª Semana de Vela de Ilhabela como também do Grand Prix dos 30 pés. “O HPE30 é um barco novo, uma classe em desenvolvimento. Nosso objetivo era trazer os cinco barcos para a competição, e me sinto vitorioso porque, ao longo da semana, todos pegaram mais o jeito do barco e o final foi mais disputado, disse o vencedor, mais conhecido como Bochecha. A Classe C30, por sua vez, competia também pelo Campeonato Brasileiro, além da Semana de Vela e do Grand Prix. A flotilha de oito embarcações travou disputas bem equilibradas, e até o último dia quatro barcos podiam conquistar o título. “O principal fator da C30 é a possibilidade de vitória aberta a todas as tripulações, o que mantém a motivação sempre elevada para velejar. É delicioso competir na classe em que as regatas são decididas em cima da linha de chegada e os campeonatos por apenas 1 ou 2 pontos”, disse Mauro Dottori, comandante do Caballo Loco, que, apesar das vitórias em 4 das 11 regatas disputadas, acabou na quarta colocação, atrás do Katana Portobello, do Caiçara e do Loyal, de Marcelo Massa. O barco Katana Portobello, do Iate Clube de Santa Catari-
na, foi o grande vencedor da classe: campeão do Grand Prix e da Semana de Vela e vice-campeão brasileiro, ficando o título do Campeonato Brasileiro de C30 para o Zeus Sailing Team, também de Florianópolis. César Gomes, comandante do Katana, levou para Ilhabela sua experiência adquirida nas regatas da Classe Melges 20 disputadas em Miami, onde residiu durante nove anos, até 2015. “É gratificante vencer em uma classe tão equilibrada, devido ao elevado nível de todas as tripulações. Principalmente, correndo ao lado de amigos brasileiros e norte-americanos que formaram nossa entrosada equipe”, festejou o comandante campeão, que teve menos de um ano para se adaptar ao barco. Campeão paulista e brasileiro de HPE25, o Ginga, de Breno Chvaicer, começou ganhando em Ilhabela ao chegar em primeiro lugar na regata Renato Frankenthal. Na verdade, venceu 9 das 10 provas disputadas e conquistou o bicampeonato da Semana de Vela de Ilhabela: “Foi resultado de muito treino e dedicação de nossa equipe”, ele disse. Star, a mais tradicional classe da vela, foi a última a estrear na competição e foi vencida por Jorge Zarif, que descontraiu ali antes de representar o Brasil na Finn nos Jogos do Rio 2016, e Arthur Lopes, conquistando todas as regatas realizadas. u
Foto Aline Bassi/Fotop
Foto Andressa Rufino
Foto Fred Hoffman/Fotop
No sentido horário: Lexus, de Gustavo Crescenzo; Zeus Team, campeão brasileiro de C30; regata da classe Orc, e o HPE25 Ginga com o Cisne Branco ao fundo. Na outra página, o campeão de HPE30 Phoenix, de André Fonseca
fotos MARCO YAMIN
146 FITA AZUL
VELA COM BOSSA
Não basta ser atleta, tem de ter estilo – pelo menos para conquistar o Prêmio Revista Iate, que pelo sexto ano elege a tripulação mais elegante da Semana de Vela de Ilhabela. Desta vez, com apoio da Lacoste
P
elo sexto ano consecutivo, o Iate Clube de Santos e a Revista Iate prestigiaram a Semana de Vela de Ilhabela com uma festa que reuniu velejadores de todas as classes, amigos e autoridades. Como ninguém escapou da crise, poucas equipes investiram em novos uniformes. Mesmo assim, a disputa foi acirrada. O 6º Prêmio Revista Iate, que este ano recebeu o patrocínio da Lacoste, seleciona as tripulações mais elegantes do evento e premia o campeão. Depois de várias tentativas ao longo dos últimos anos, a tripulação do Crioula venceu por 2 votos a 1. Com novo uniforme, os dez tripulantes conquistaram os jurados e receberam das mãos de Berardino Fanganiello, Comodoro do ICS, e de Toninho Colucci, prefeito de Ilhabela, três polos – nas cores azul, vermelha e branca, que representam a bandeira da França, já que a Lacoste foi patrocinadora do Comitê Olímpico francês na Rio 2016 – e um voucher no valor de R$ 800 para cada um. Os jurados Ricardo Nóbrega, jornalista especializado em público jovem, que já foi consultor da Globo e hoje é repórter do site HC no Ar, Fabio Suzuki, repórter do diário Lance há dois anos, onde assina a coluna De Prima, sobre os bastidores do esporte, e Débora Oliveira, repórter do telejornal Rede TV News há quase três anos e pela segunda vez na cobertura da Semana de Vela, tiveram de escolher entre três equipes finalistas previamente selecionadas pela Revista Iate. Considerando unicidade, ou seja, todos os tripulantes rigorosamente iguais, bom gosto, criatividade e variedade, que
148 FITA AZUL
1 Carlos Eduardo de Souza e Silva, diretor de vela do YCI, Toninho Colucci, prefeito de Ilhabela, e Berardino Fanganiello, comodoro do ICS 2 Tripulação do Lexus, um dos finalistas 3 Rafael Gagliotti, Ricardo Polla, André Ubinha, Luiz Fernando Dancini, Jonas de Barros Penteado e Henrique Wisniewski 4 Bera e Manoela Fanganiello e Ronaldo Basílio 5 Mario e Fernanda Simonsen 6 Fabio Kafka e Cristinas Morgato
1 2
3 4
consiste em ter peças para treino, regata, tempo e social, foram selecionadas as tripulações do Crioula, do Lexus e do Itajaí Sailing Team. Pelos jurados, o Crioula levou a melhor. Como não havia tripulações exclusivamente femininas nesta edição da Semana de Vela de Ilhabela, a Revista Iate teve o carinho – com apoio da Lacoste – de homenagear as velejadoras Geórgia e Amanda Rodrigues, do barco Felciuno, que ganharam uniformes especialmente femininos de uma tripulação masculina em sua maioria. Elas reivindicaram e o comandante do Felciuno, o primeiro Felci 315 projetado pela italiana Felci Yachts e que será construído pela Delta Yachts, atendeu e colaborou para dar graça à competição. Com seus vestidos graciosos, elas encantaram a todos e também receberam três polos e um voucher de R$ 800 da Lacoste. Depois as contempladas se esbaldaram na pista de dança para desfilar os modelitos. Mas não foram só elas. Cerca de 600 convidados curtiram o som do DJ Petter Alex e conferiram o novo visual da festa, que ganhou totens azul, vermelho e branco da famosa marca do jacaré. Regada a cerveja Stella Artois e espumante Codorniu, a festa seguiu animada pela batuta do DJ Petter Alex até 1 hora da manhã. Os mais animados emendaram na balada Creoula, que não cobrou entrada nem consumo mínimo para quem apresentou o convite da festa. Uma noite longa e animada para os velejadores. Como disse o Comodoro Berardino Fanganiello, “mais uma vez, enaltecemos a Vela e os velejadores de forma descontraída e agradável”.
5 6
3
1
2
5
6
4
7
8 1 Vitória Prado, Marília Dorsa, Ana Carolina Rodrigues e Ana Luiza Ribeiro 2 Bera Fanganiello e Mauro Dottori 3 Alessandra Ribeiro e Priscila Akemi 4 Tripulação do Phoenix 5 Tripulação do Atrevida 6 Tripulação do Angola Cables Mussulo 7 Pedro Cascaldi, Ana Vazzola, Arthur Simonsen e Carolina Bitelli 8 André e Kyra Mirsky
150 FITA AZUL
1 O Comodoro Bera Fanganiello entre os diretores Odoardo Lantieri, Gustavo de Crescenzo e Mário Simonsen à esquerda, e Jonas de Barros Penteado e Carlos Calza 2 A tripulação do Creoula recebe o prêmio 3 As velejadoras Amanda e Geórgia Rodrigues, Priscila Akemi, da Lacoste, e Bera Fanganiello 4 Convidados se jogaram na pista de dança
1 2
3
4
1 FESTA, 2 PRÊMIOS
Na ocasião, foi anunciado também o vencedor do concurso de fotografia Suunto Revista Iate, uma novidade que agitou o público e os velejadores da Semana de Vela de Ilhabela e gerou uma coleção de belas imagens. Os participantes deveriam tirar fotos de cenas no mar durante a 43ª Semana de Vela de Ilhabela 2016, entre os dias 1º e 7 de julho, e enviá-las, via Instagram, no #suuntorevistaiate. Todas as fotos foram apreciadas por uma comissão julgadora, formada por profissionais indicados pela Suunto e pela Revista Iate, que consideraram a quantidade de curtidas da imagem, originalidade, criatividade e pertinência com o tema – o mar como estilo de vida – para escolherem o vencedor. Entre três fotos finalistas – lindas e bem diferentes entre si –, prevaleceu a imagem cheia de estilo que enalteceu o mar como estilo de vida do velejador Gabriel Capitani, que, feliz, recebeu um Suunto Traverse Black, com o qual poderá cronometrar as regatas. Vale citar também as criações de Georgia da Silva, que alavancou curtidores, e a sorte de Pedro Felipe Sproesser Cascaldi, que conseguiu flagrar um caranguejo no momento em que fotograva o relógio Suunto na areia. Algumas mais lúdicas, poéticas, outras descontraídas, alegres, criativas, as imagens registraram várias cenas durante a Semana de Vela de Ilhabela e trouxeram contentamento para as equipes da Suunto e da Revista Iate, já que o concurso cultural atingiu a meta de causar um certo alvoroço, atraindo até mesmo fotógrafos profissionais. “A Suunto é uma marca que tem 80 anos, começou com bússolas e evoluiu para relógios, sendo considerada uma das melhores do mundo em relógios para esporte”, diz Mario Simonsen, diretor da Suunto. “A marca sempre esteve ligada ao mar, especialmente com modelos de mergulho. Vários atletas que disputaram os Jogos Olímpicos usam Suunto. Fizemos a brincadeira da melhor foto juntamente com a Revista Iate, principalmente por ser um público jovem que gosta das mídias sociais, e foi muito proveitoso em todos os sentidos”, completa o executivo. u
À esquerda, a criação de Geórgia da Silva e o caranguejo clicado por Pedro Felipe Cascaldi. Acima, a foto vencedora e seu autor, à direita, Gabriel Capitano, com Mario Simonsen, diretor da Suunto
152 ESPORTE
fotos ALICE GROSSMAN
LARGADA POÉTICA
Regada a esporte, música e diversão, a Descida Internacional do Sella, realizada nas Astúrias, no norte da Espanha, é uma das competições de canoagem mais importantes do mundo
T
odos os anos, no primeiro sábado de agosto, canoístas procedentes de todos os lugares do mundo se encontram em Astúrias para participar da descida do Rio Sella. Mais de mil embarcações lutam para estar entre as primeiras no trajeto de 20 quilômetros pelo rio, que vai de Arriondas até a linha de chegada em Ribadesella. Na costa, milhares de espectadores se divertem, gritando e animando os atletas. Nesse dia, logo cedo, sai o trem fluvial cheio de gente de Oviedo e Ribadesella para assistir à largada. Às 11 da manhã, enquanto os remadores se preparam no rio, pelas ruas de Arriondas começa o colorido desfile da multidão que, fantasiada, vai assistir à corrida, caminhando ou a bordo de veículos curiosos. Ao meio-dia são lidos os tradicionais versos que marcam a largada e, oficialmente, dão início à competição, provocando a fuga das canoas para a água e a gritaria animada do público. Este ano, a jornalista esportiva Lara Álvarez foi a encarregada de ler os tradicionais versos de Dionisio de la Huerta, depois dos quais se entoa o hino de Astúrias e é dada a largada da competição de canoas.
Uma vez concluídos os hinos das Canoas e de Asturias, ao meio-dia em ponto os semáforos são acesos. A luz verde do farol faz com que alguns voluntários abram as “armadilhas” (estrutura metálica que libera a passagem no momento que o semáforo passa de vermelho para verde) especialmente criadas para o evento, que tem como missão segurar os canoístas para que todos saiam ao mesmo tempo. Os atletas encontram muitas dificuldades nos 20 quilômetros que separam Arriondas de Ribadesella. O grande fluxo de canoas enfrenta as corredeiras do Rio Sella, mudando o nível de suas águas e fazendo com que o declínio seja diferente em cada edição. Depois de superar as dificuldades da saída, chega-se à primeira corredeira, a rápida La Raiz. Em seguida, há uma área de água baixa e calma chamada Los Espigones de Triongo, já no quilômetro 3,5 da prova. O passo seguinte, com maior dificuldade, é a cachoeira de Fuentes, onde o rio se estreita, formando uma curva para a direita para chegar 500 metros depois à passarela da Estação de Fuentes. Continuando, chega-se à zona de
Em algumas partes tranquilo, em outras com fortes corredeiras, o rio Sella é palco da competição. Na outra página, a concorrida largada depois da declamação dos versos e do hino
154 ESPORTE
Nas margens e nas pontes, o público acompanha o percurso. Na outra página, um dos curiosos veículos que, como manda a tradição, desfila pela cidade
Lo Arco sem nenhuma dificuldade – o lugar é área de visibilidade para o público. Na verdade, durante o trajeto, o trem fluvial e a particular caravana de automóveis acompanham os canoístas com animação. Entra-se, então, na área de La Abeyera: 1,2 mil metros de água tranquila que levam à cachoeira do Picu la Vieya, um dos pontos mais espetaculares do rio, pela passagem estreita e baixo fluxo. Nesse momento, a Descida já está no quilômetro 8, na altura da ponte do Toraño, um remanso de água de cerca de 2 quilômetros. Passada a ponte do Toraño, chega-se à Cachoeira do Diabo, um dos trechos mais singulares do rio, onde a água corre com força entre as rochas. Não há qualquer perigo, no entanto, porque o rio não é muito profundo nessa área. E aqui a notícia é boa: chegou-se à metade do percurso. Depois atravessa-se La Requexada, a mais longa reta de toda a descida, um dos pontos privilegiados para acompanhar a competição pela estrada e também pelo trem fluvial, e chega-se a Llordón, local de beleza singular com águas muito tranquilas que dão lugar à região denominada La Uña, cuja passarela cruza o rio na altura da estrada, de onde o público pode asistir. Acontece a mesma coisa na passarela de Cuevas, a 1,5 quilômetro de distância. Na antiga barragem de Santianes é possível ouvir a vibração de canoístas e torcedores, já que o rio volta a ter corredeiras fortes e, nesse ponto, reúne muita gente para assistir. Llovio, no quilômetro 16, é o lugar onde se localiza a chegada na ponte da Estrada de Ferro para diferentes categorias. Nas margens do rio, o numeroso público anima todos os participantes e felicita os canoístas que finalizaram a prova. Pouco a pouco, chega-se ao final. Os últimos 4 quilômetros da Descida Internacional do Sella é a entrada no Estuário de Ribadesella, que influencia o fluxo das marés e onde cada ano seu ritmo é diferente. Transcorridos 3 quilômetros do estuário,
entra-se na zona do Penhasco, que dá lugar à bifurcação da água em dois braços, ficando a Ilha da Boticaria no meio. Se no momento de finalizar a Descida a maré estiver alta, é possível passar a ilha pela direita, mais próxima do centro de Ribadesella e da Estrada de Ferro que acompanha a prova. Se, ao contrário, a maré estiver baixa, o Comitê Organizador da Descida Internacional do Sella indicará como a passagem deverá ser feita, para que todos os esportistas estejam em igualdade de condições. E eles chegam, enfim, ao final da prova, faltando apenas uma reta de 500 metros na altura da caverna de Tito Bustillo para cruzar a linha de chegada na ponte de Ribadesella, onde o público aclama e parabeniza os vencedores. Terminada a competição, a festa se transfere aos Campos de Ova, onde são entregues os troféus aos vencedores de cada categoria e um piquenique é realizado. Come-se, bebe-se, canta-se, dança-se e, quando anoitece, a diversão continua em Ribadesella até a madrugada. Tudo começou em 1929, quando Dionisio de la Huerta decidiu fazer uma excursão de canoa pelo Rio Piloña, de Coya a Infiesto, durante suas férias de verão. Naquela aventura, foi acompanhado por um grupo de amigos, remando por mais de duas horas no trajeto de 5 quilômetros. Em outra ocasião, convenceu dois amigos a acompanhá-lo a enfrentar o Sella de Arriondas, rio abaixo. A primeira descida pelo Sella foi cheia de paradas para tirar a água que insistia em invadir a canoa e também para forrar o estômago com um e outro petisco, enquanto um grupo de amigos acompanhava o seu progresso a bordo de um carro pela estrada que liga Arriondas e Ribadesella. À noite, eles atracaram em Soto de Dueñas, porque se viram obrigados a parar a descida por ali. Haviam percorrido 14 quilômetros durante sete horas, com direito a desfrutar das águas do Sella e da paisagem que o rodeia. Durante muito tempo Dionisio e as aventuras que organizava foram tema das conversas na cidade de Infiesto e, mesmo sem saber, ele plantou a semente da atual Descida do Sella e Festa das Canoas. Não satisfeito com suas conquistas, Dionisio realizou, em 1930, o trajeto completo de Coya a Arriondas e, finalmente, em 1931, chegou até Ribadesella. Em 1932, foram definidas a largada e a chegada para a descida em Arriondas e Ribadesella, e aconteceu a primeira edição de caráter competitivo, com 13 participantes. Os primeiros competidores de fora da comunidade chegaram em 1935. A Descida do Sella deixou de ser realizada entre 1936 e 1943 devido à Guerra Civil Espanhola e voltou em 11 de agosto de 1944, quando apenas 11 canoas competiram. Pode-se dizer que a Descida do Sella passou a ter caráter internacional em 1951, quando contou com a participação de competidores estrangeiros – italianos, portugueses e franceses. Organizado pela Federação Espanhola de Canoagem desde 1960, o evento cresceu, conquistou cada vez mais participantes e se firmou como uma festa que atrai turistas de todas as partes. A 80ª edição, realizada dia 6 de agosto, atraiu atletas de mais de 20 países. u
156 ISCA
INOVADOR E MINIMALISTA Situado em um ambiente industrial no interior da antiga fábrica Richard Ginori, em Milão, o restaurante LUME tem à frente o estrelado chef Luigi Taglienti, que une a clássica cozinha italiana com a gastronomia contemporânea, para criar pratos de pura arte e muito sabor
R
ecém-inaugurado em Milão, o restaurante LUME, dirigido pelo chef com uma estrela Michelin Luigi Taglienti, faz parte do W37, o exclusivo edifício que reúne apartamentos, escritórios e espaço para eventos com uma visão holística. Com projeto da arquiteta Monica Melotti, que trabalhou na renovação e no design de interior, o ambiente é clean e moderno. A cozinha, parte central do espaço, tem a aparência de um cubo de vidro coberto com crochê, produzindo um cativante jogo de volumes. “A inspiração veio dos padrões de bordado. Gosto da ideia de partir de um detalhe amarrado à memória para criar. De modo geral, esta é a visão do projeto W37: manter o equilíbrio entre o patrimônio histórico e o design contemporâneo”, revelou Monica, que é chefe de design da MB America, que supervisionou também o projeto de renovação Palma 93, em Miami, antiga casa de Al Capone. A ideia do LUME partiu de Emanuela Verlicchi Marazzi, empresária e presidente da Marazzi Fundação Filippo, que sempre investiu em iniciativas que apoiam jovens e novos talentos. O chef estrelado Luigi Taglienti chegou ao restaurante depois de experiências significativas, dentro e fora da Itália. Começou a carreira com o “maestro” Ezio Santin, depois continuou ao lado de grandes chefs, como Christian Willer, Christian Sinicropi, e Carlo Cracco. Seu talento e criatividade lhe renderam o prêmio Jovem Chef do Ano de I Ristoranti d’Italia L’Expresso, uma estrela Michelin e três garfos do Gambero Rosso. “A cozinha do LUME tem uma base sólida ancorada na técnica, experiência e na minha história profissional. Uma cozinha facilmente compreensível, que poderia agradar a uma clientela estrangeira que frequenta restaurantes de alto padrão, mas que ao mesmo tempo pesquisa as tradições da cozinha italiana”, ele disse. O LUME serve cozinha inovadora que, harmoniosa e habilmente, combina a experiência da gastronomia clássica e contemporânea com fortes traços regionais e a busca constante de matérias-primas. São três menus disponíveis: à la carte, que muda a cada temporada, seguindo os ciclos da natureza, e dois menus degustação – um é mais tradicional, com sotaque milanês, e o outro é mais experimental.
No ambiente clean, a cozinha, à esquerda, parece um cubo coberto de crochê. Na outra página, o chef que faz sucesso pela estrela e pela beleza
158 ISCA
O chef Taglienti fala sobre microclimas e experiências agrícolas artesanais, e procura utilizar o melhor que a natureza tem para oferecer naquele momento. Faz uma abordagem holística da sazonalidade, respeitando o ciclo natural das carnes, dos vegetais, laticínios e peixes, favorecendo a criatividade, e consciente de que se trata de uma narrativa coletiva, em que o chef é o último elo de uma cadeia longa que começa no solo, entrelaça conhecimentos, culturas, pequenos produtores e ingredientes, mostrando um conjunto de tradições antigas, gestos artesanais, perfeição técnica e know-how contemporâneo. Ao escolher pela continuidade em respeito aos seus trabalhos anteriores, o menu tem vários pratos inovadores, mas também alguns clássicos do chef. Os molhos são protagonistas do cardápio, a mais alta expressão da técnica e sofisticação. Cada molho é criado ao mesmo tempo que o prato, do qual é parte integral e não um mero detalhe. Profundas pesquisas técnicas permitiram desenvolver molhos únicos, a partir de bases clássicas. A carta de vinhos varia de grandes marcas a pequenos produtores, com base em extensa pesquisa ligada aos territórios, com a intenção de oferecer uma ampla e sofisticada gama de opções. Com capacidade para 40 pessoas, o restaurante é distribuído em duas salas e uma delas possui uma área que pode ser transformada em sala privativa para 12 convidados. A luz ocupa o centro do palco, graças às grandes janelas, ao branco e às cores quentes que dominam o espaço – daí a inspiração para seu nome, LUME, palavra atemporal que evoca uma atmosfera íntima. O serviço é levado a sério, a fim de garantir que os clientes desfrutem de uma experiência abrangente, com base em uma gama de atividades que vão além da alta qualidade dos alimentos, como um concierge disponível para reservar transfer privado de/para o restaurante ou apartamento no W37, para passar a noite no edifício depois de uma refeição especial. “Minha cozinha nasce da naturalidade do gesto e do pensamento, e evolui em função da exigência de me expressar, de criar uma singularidade do gosto. Em tudo procurando o antigo valor da cozinha italiana, nem sempre facilmente reconhecível”, avalia o chef Luigi Taglienti, conhecido por sua estrela Michelin e também por ser um boa-pinta de muita competência. u
LUME
Via Giacomo Watt 37, 20143 Milano, tel. (39) 0280888624, www.lumemilano.com
por ÉRICA GIACOMELLI*
160 LUXO A BORDO
NOVOS METAIS NO DESIGN DE INTERIORES *Érica Giacomelli é arquiteta e designer de interiores
Nesta temporada, os designers estão explorando de maneira mais criativa o rico potencial de diferentes metais
As tendências vão além de um reflexo socioeconômico e de mudanças sociais, consequências muitas vezes de outros tempos e tendências passadas revisitadas. Nesta temporada, os designers estão explorando de maneira mais criativa o rico potencial de diferentes metais, trabalhados ora em curvas puras, ora em pátina industrial ou revestidos de pó suave, com acabamento de iridescência cintilante e utilizando formas amassadas para mostrar a gama dinâmica das possibilidades oferecidas pelo material. Já em outra escala, o metal corrugado vem se desenvolvendo além dos óbvios fins arquitetônicos para uso em menor escala e decorativos, inclusive em elementos internos náuticos. Já o metal microperfurado é usado para filtrar e difundir a luz, em qualquer ambiente interno. E acabamentos iridescentes agora estão sento utilizados em tons mais escuros que se assemelham ao petróleo, rico e profundo. Já o tradicional folheado prateado está sendo aplicado em materiais como madeira e vidro, criando um efeito altamente reflexivo e espelhado. As formas arrebatadoras mostram a suavidade sedutora de metais; enquanto, em contraste, uma abordagem mais trabalhada destaca marcas, arranhões e rugosidade tácteis. No mundo náutico, é possível apropriar-se dessa tendência em puxadores e detalhes internos, em divisórias e em portas e prateleiras metálicas, com pintura automotiva que segue as cores e os detalhes mais usados. Também é possível inovar nas formas, inspirando-se nos novos lançamentos e propondo uma nova leitura do espaço interno dos iates: uma mais contemporânea que siga a cultura náutica, mas que ao mesmo tempo reflita as tendências, usos e cores do momento, de maneira delicada e pontual.
REVESTIMENTO TINTURA EM PÓ O módulo Pindorama, da designer Inga Sempé para a Hay, é feito de molduras de metal com revestimento de pintura em pó com um fundo de cortiça. Outra inspiração para ambientes secos internos.
PÁTINA ENVELHECIDA Duas sugestões: o acabamento ousado em amarelo-zinco dos gabinetes industriais de Jean Plechac e Henry Wielgus e o revestimento de cobre envelhecido do Penda Design Studio podem ser utilizados até como painel em ambientes internos de iates.
PRATA ESPELHADA O espelho Deadline foi desenvolvido por Ron Gilad para a Cassina, e seu efeito é surpreendente e facilmente reproduzido.
COR PETRÓLEO O iridescência dos anos 80 está de volta, especialmente em detalhes como bandejas, pratos, copos e acessórios decorativos. Na imagem, Rainbow Tray da Hay.
CURVAS MINIMALISTAS A luminária Serena, com design de Patrícia Urquiola, é inspirada em desenhos arredondados da natureza. Simples e leve, pode ser usada em ambientes internos, como mesas laterais e criados-mudos.
JUNÇÕES INCOMUNS Para quem quer uma peça diferente e de desejo, a mesa de Paul Cocksedge, da Freeze Collection, é algo muito especial. Apresentada no Design Miami, o artista descobriu uma maneira de juntar diferentes metais, congelando e aquecendo o material, encaixando-o em qualquer lugar.
PATTERNS PERFURADAS A luminária do escritório alemão e27, Steel Drop, mostra como o metal perfurado pode ser interessante. A furação é pequena e pode inspirar tanto luminárias da mesma maneira quanto superfícies parecidas.
162 PROA
“A maior dor do vento é não ser colorido” MARIO QUINTANA