Projeto Espelho D´Água

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Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional nas Bordas do Sobradinho

Que tal um almoço com esta vista... 2 Sebrae Bahia Restaurante desativado (Sento SÊ)


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Sumário

Parte 1: Proposta Geral Apresentação Objetivo Metodologia e Ferramental Parte 2: Contexto Campo de Pesquisa Contexto da Cadeia Produtiva do Turismo Contexto Sócio-geográfico Parte 3: Análise Perfil do Turismo Mapas Produtos Existentes Roteiros Existentes Projetos Existentes Análise da demanda turística Percepção das localidades O lado de lá O paraíso esquecido Enoturismo, a promover, mas não apenas Criação de sub-roteiros Mapas Proposições possíveis Conclusão Bibliografia Agenda de Campo

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Nรฃo sรณ รกgua hรก neste mundo azul...

4 Sebrae Bahia Vista do restaurante no pier (Remando)


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Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional nas Bordas do Sobradinho

Parte 1

Proposta Geral Objeto Esta proposta tem por objeto final a elaboração de um PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO DESTINO BORDAS DO SOBRADINHO, projeto de desenvolvimento territorial, no segmento turístico, no nível de planejamento, de área situada no entorno do Lago do Sobradinho, reunindo os municípios de Juazeiro, Casanova, Remanso, Sobradinho.

Objetivos

Metas

• Identificação da realidade local e do interesse local

• Agregar os equipamentos existentes ao Roteiro, potencializando o retorno ao cliente final.

• Mapeamento das potencialidades • Personificação dos usuários • Geração de um documento prático e viável (aplicabilidade) • Base para desenvolvimento dos projetos existentes

Ações Coleta de Informações Diagnóstico de potencialidades turísticas

• Fortalecer os empreendimentos existentes com ações de desenvolvimento do trade turístico regional. • Integrar as opções de roteiros já implantados, criando novas possibilidades para o cliente turístico. • Criar um clima favorável à implantação de novos empreendimentos turísticos

Material de Pesquisa • Guias de turismo local

Cadastramento de potenciais equipamentos turísticos

Inventário turístico-cultural

• Jornais, revistas, periódicos, sites

Planejamento

Plano Estratégico para Roteiro Bordas do Sobradinho

• Bahiatursa: checar material disponível

Projeto

Projeto Conceitual de Empreendimentos Turísticos (Públicos/Privados)

• Questionário enviado às Secretarias de Turismo/Cultura

Capacitações

Ações de capacitação especificas para empreendimentos e pequenos empreendedores do segmento (ex.: Oficinas para Receptivos)

Incentivo à novos empreendimentos e viabilização de pequenos negócios (MEI)

Promoção

Ações de promoção e divulgação interna do Roteiro

Ações de promoção externa

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• Catalogo telefônico regional

• Filmagens dos locais e das entrevistas


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Pequenas impressões de um estrangeiro a Juazeiro (pela primeira vez...)

“Mas não é assim quente como todo mundo falou”! O primeiro pensamento e a primeira sensação logo descido do ônibus que me trouxe a Juazeiro foi justamente uma sensação de alívio: não é aquele “terror” de calor, mesmo sendo fim de outubro, mesmo de manhã cedo, que os amigos em Salvador me haviam “anunciado”, enfim, até isso era apenas um estereotipo?

além das duas cidades, me pareceu que nem o Rio, nem tampouco o Lago oferecem infra-estruturas e acessibilidade para o turista. De outro lado, que magnífica descoberta o Surubim, o Cari, a comida toda!

O turista que é interessado também a um turismo cultural, sente talvez a falta de uma adequada informação e suporte. Tem museus, igrejas, centres culturais? Normalmente, quando viajo, me documento um pouco Claro! Mas, além da deliciosa Casa de Artesanato, onde sobre o destino, mas não muito, porém, justamente estão? Gostei muito da visita a vinícola, lugar de nível porque não quero ser condicionado para estereótipos, e absoluto, funcionários profissionais e de grande gentiporque, também, gosto de descobrir as coisas, de vivê- leza, vinho de alta qualidade, mais do que eu esperava. las. Tudo bem, que coisas eu sabia antes de viajar? Que Eu fiz a visita a vinícola no horário do almoço, e queria a gente iria visitar pelo menos uma vinícola, algumas não voltar até Juazeiro para almoçar, mas esta foi informações sobre o Rio São Francisco e o Lago, sobre uma tarefa um pouco difícil, procurar um restaurante história das cidades, e... uma dúvida: mas estou indo mais perto. E que coisa boa, à noite, de volta a cidade, a Juazeiro ou Petrolina? Na verdade, no imaginário e passear, e gostar da calma do “Velho Chico”, aproveinas expectativas de um viajador “alheio” as cidades tando um barzinho, uma bebida e boa musica ao vivo são talvez percebidas como... um único destino. O que ao volume... normal! eu observei, do outro lado, é uma pequena rivalidade, Assumo, deixei para domingo, o último dia antes da e também um desejo de diferenciar-se, de afirmar a partida, para comprar um presente para minha esposa, própria característica baiana, ou pernambucana... mas não consegui procurar uma loja aberta, alem do então eu tive a sensação de viver em uma fronteira não “shopping” de Petrolina, embora eu quisesse alguma apenas geográfica. coisa mais típica para comprar. Levei apenas a minha Nos (poucos, infelizmente) dias que fiquei em Juazeiro experiência, claro! (Petrolina?...) algumas outras coisas me atingiram. Em De volta, no ônibus, um bom vinho na bagagem, talvez considerar a vale de São Francisco como destino turísserá esse o presente. tico, assim como do panfleto, eu esperava talvez uma E, enfim, não era tão... quente! Vou voltar! maior e mais diversificada oferta de produtos, mas,

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Apresentação

O estabelecimento dos destinos turísticos baianos nos diversos territórios do estado já estão consolidados desde a implantação do Plano Nacional de Turismo na Bahia, pelos idos dos anos 90, pelo menos no âmbito institucional ou de promoção, e com especial atenção pela região litorânea e Chapada. É necessário agora abrir para outras regiões com novos Centros Turísticos, tornando-os também indutores turísticos, bem como, gerar novos produtos, com inclusive sub-roteiros possíveis para os diversos perfis de turistas, sempre com o viés da sua auto-sustentação. O Sebrae Bahia, através de sua regional Juazeiro vem através deste documento, que integra que que chamamos aqui de Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional das Bordas do Sobradinho, provocar esta discussão, ampliando a já existente discussão sobre o destino turístico Vale do São Francisco, contribuindo com novos argumentos e informações, para que esta importante região baiana e nordestina desenvolva-se ainda mais, agregando a indústria turística ao seu eixo econômico, e desenvolva-se social e economicamente, tornando o semi-árido nordestino não só um destino marcado pela sofridão de seu povo, mas pelos valores agregados existentes (e não aflorados) tão competitivos quanto outros pólos turísticos consolidados no Brasil e no mundo. Esta contribuição está sendo construída em 3 fases: a primeira diagnosticando o perfil mercadológico regional, seus atributos, existentes e potenciais, de forma a gerar subsídios para futuras diretrizes de ação de mercado, promovendo a região; a segunda, realizando/ atualizando um inventário turístico da região, incrementando informações além do turístico-cultural e dos equipamentos existentes, mas também as estratégias de produção associadas que podem ser executadas, possibilitando aos diversos atores deste trade a criação de produtos inovadores e sustentáveis, palavras hoje chaves para o sucesso de novos produtos, e fáceis de ser identificados, embora difíceis de serem compreendidos; a terceira

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fase será a promoção deste potencial regional, agregando ferramentas de marketing, possibilitando abertura de novos investimentos e incremento de montantes financeiros (público e privados) para os empreendimentos existentes e potenciais que a região oferece. A inovação deste projeto já começa na forma em que foi planejado, agregando a ferramenta de Design Estratégico e da Pesquisa Etnográfica às outras ferramentas de pesquisa e análise existentes. Este fato possibilita uma nova leitura e análise do contexto existente, com novos olhares para a situação existente e novas formas de pensar as possíveis soluções. Esperamos que esta contribuição seja vista não como uma invalidação aos trabalhos existentes, mas sim uma nova abordagem a somar com elas, reforçando que devemos manter a discussão aberta, pois seu objetivo não é a implantação de uma verdade única, algo filosoficamente inexistente e impossível de acontecer em um ambiente democrático e rico em aspectos culturais. Mas que este documento se agregue aos outros importantes estudos e planejamentos, impulsionando-os a concretização de ações dada a seu perfil mais operacional. É importante frisar também que este documento não foi executado a duas ou quatro mãos, mas sim por uma coletividade de atores, onde cada um com sua visão focada contribuíram para uma visão mais ampla do contexto regional existente e principalmente para o entendimento das peculiaridades de uma região que é única, e como tal deve ser evidenciada e promovida. Enfim, finalizando esta primeira etapa do que chamamos de Projeto Espelho D´Água, codimone dado pelo fato de expandir a discussão para a região do Lago do Sobradinho, esperamos que a discussão se fortaleça, mas também que ela comece a tomar forma e função, preenchendo as lacunas existentes no produto turístico Vale do São Francisco.


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Parte 2: CONTEXTO

Campo de Pesquisa A região a ser trabalhada compreende os municípios integrantes do RIDE Pólo Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). A Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) do Pólo Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) foi criada pela Lei Complementar nº 113, de 19 de setembro de 2001, e regulamentada pelo Decreto nº 4366, de 9 de setembro de 2002, na estrutura do Ministério da Integração Nacional. Essa Ride abriga 610 mil habitantes em 34 mil quilômetros quadrados e abrange quatro municípios de Pernambuco - Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó - e quatro da Bahia - Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá. Na primeira reunião do Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Pólo Petrolina e Juazeiro (Coaride Petrolina e Juazeiro), em dezembro de 2003, decidiu-se sobre o primeiro projeto que ganharia apoio: o incentivo ao desenvolvimento do turismo nos oito municípios, em especial o turismo associado às agricultura irrigada, ciência e tecnologia; e à vitivinicultura, ou enoturismo. Esse projeto recebeu recomendação expressa de encaminhamento

Pernambuco e Bahia no valor de R$ 1,256 milhão. Desse total, R$ 1,130 milhão são verbas do Ministério, por meio do Programa de Promoção e Inserção Econômica de SubRegiões (Promover), e R$ 126 mil de contrapartida dos Estados, recursos que se destinarão à instalação de equipamentos turísticos nos oito municípios da Ride de Petrolina e Juazeiro para incrementar o volume de visitação turística em cerca de 10% ao ano, gerando emprego e renda à população dos municípios. Os equipamentos turísticos, abaixo discriminados, são parte integrante do Roteiro Turístico da Ride. Essa ação conta com apoio institucional do Ministério do Turismo, que colocará em prática ações de capacitação e profissionalização do turismo na região.

Pernambuco Petrolina • Sinalização turística; • Construção de quiosque de informações turísticas no Bodódromo, pólo gastronômico de carne ovina e caprina; • Construção de quiosque de informações turísticas na orla fluvial, um dos cartões postais da cidade; • Reforma da Praça do Mercado do Peixe, ponto tradicional de comercialização e também agora de degustação de peixe das espécies locais.

Lagoa Grande • Sinalização turística; • Enoteca - construção do Memorial do Vinho.

Santa Maria da Boa Vista • Sinalização turística; do Coaride Petrolina e Juazeiro e, para sua elaboração, contou com a participação de representantes de todos os oito municípios da Ride Petrolina e Juazeiro e com apoio técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae/PE).

Estruturação do arranjo produtivo local (APL) do turismo na RIDE de Petrolina e Juazeiro A fim de inserir a região no processo de promoção de iniciativas integradas para redução das desigualdades e considerando-a como espaço privilegiado de articulação e convergência das políticas públicas dos três níveis de governo e da sociedade civil organizada, o Ministério da Integração Nacional firmou convênio com os Governos de

• Reforma da Casa de Farinha e urbanização de seu entorno, com a construção de três quiosques para degustação do peixe cari.

Orocó • Sinalização turística; • Restauração antiga rodoviária Portal da RIDE; • Construção do Museu da Irrigação. • Construção de mirante.

Bahia Juazeiro • Sinalização Turística; Sebrae Bahia 9


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• Centro de Informações Turísticas - Projeto de reforma, execução e adequação de edícula do Anexo do Vaporzinho.

Contexto da Cadeia Produtiva do Turismo

Casa Nova • Sinalização turística; • Construção, no Balneário Dunas do Velho Chico, de banheiros públicos, com estrutura de suporte ao turismo, e preservação ambiental.

Curaçá • Sinalização turística; • Pavimentação em pedras no acesso à balsa de Curaçá.

Sobradinho • Sinalização turística; • Empório de defumados - Implantação da loja de artesanato e da venda do surubim defumado na sede da cooperativa; Porto de Chico Periquito - Urbanização da área do porto, do calçadão e da ciclovia, junto à parede da Barragem de Sobradinho.

Projetos em andamento Projeto para construção de 6,6 quilômetros de estrada pavimentada de ligação do povoado da Tapera, em Petrolina, à Barragem de Sobradinho; Projeto para unificação das tarifas telefônicas dos municípios da Ride, a exemplo da Ride do Distrito Federal e Entorno; Projeto para unificação das tarifas de energia elétrica dos municípios da Ride; Projeto Ambiental Global da Ride, que servirá de modelo aos demais municípios da bacia hidrográfica para revitalização do Rio São Francisco; Projetos encaminhados ao Núcleo de Articulação de Programa (NAP), enquadrados nas linhas de ação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, no valor total de R$ 8,9 milhões abrangendo os seguintes aspectos: • educação Ambiental; - monitoramento da faixa de 500 metros das margens esquerda e direita do Rio São Francisco nos municípios da Ride; • recuperação da mata ciliar; - revitalização da ictiofauna do Rio São Francisco; • protótipo de embarcação para pesca esportiva; e, • apoio à capacitação técnica para instituições públicas de meio ambiente.

Bahiatursa: A ZT Lagos do São Francisco foi dividida em duas: Vale do São Francisco e Lagos e Canyons do São Francisco

No âmbito turístico, e de maneira geral, existem algumas ações sendo realizadas pelo poder publico, federal e estadual. A SETUR e a Bahiatursa estão elaborando novos roteiros turísticos, priorizando ações de interiorização. Em parceria com o Programa de Regionalização do MTur e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides), os órgãos governamentais já começaram a implantar novos roteiros agroecoturístico nos municípios de Ituberá, Nilo Peçanha e Igrapiuna, todos localizados na ZT Costa do Dendê, na região do Baixo Sul da Bahia. Além desses, a SETUR trabalha com opções de roteiros históricos, a exemplo da Rota da Independência. Destaca-se o novo remapeamento turístico para a região, dividida em dois destinos: Lagos e Canyons do São Francisco, com os municípios de Paulo Afonso, Santa Brigida, Glória e Rodelas, e Vale do São Francisco, compreendendo os municípios de Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Remanso e Sobradinho.

Zona Turística Lagos e Canyons do São Francisco A partir das discussões realizadas entre os representantes do poder público estadual e municipal nos últimos anos, foram propostas novas zonas turísticas da Bahia, com a inclusão de novos municípios nas zonas existentes ou criação de novos circuitos e outras zonas turísticas. Os critérios para enquadramento dos municípios como Município Turístico, Município com Potencial Turístico e Município de Apoio são os seguintes: • Existência de Órgão Oficial de Turismo; • Existência de Conselho Municipal de Turismo – COMTUR;

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• Existência de Meios de Hospedagem credenciados pelo Ministério do Turismo-MTUR; • Existência de Restaurantes; • Existência de Agências de Turismo Receptivo cadastradas pelo MTUR; • Existência de Atrativos Turísticos (Sol e Praia, Ecoturismo, Náutico, Religioso, Histórico-Cultural, Aventura, Pesca); • Existência de Produtos Turísticos (Sol e Praia, Ecoturismo, Náutico, Religioso, Histórico-Cultural, Aventura, Pesca). O atual mapa turístico da Bahia está dividido em 11 zonas turísticas: Costa das Baleias (5 municípios), Costa do Cacau (7), Costa dos Coqueiros (8), Costa do Dendê (9), Costa do Descobrimento (4), Caminhos de Jequiriça (18), Caminhos do Oeste (13), Caminhos do Sertão (15), Lagos do São Francisco (10), Bahia de Todos os Santos (15) e Chapada Diamantina, dividida em quatro Circuitos: Chapada Norte (12), Circuito do Diamante (9), Circuito do Ouro (9) e Chapada Velha (4 municípios).

Bahiatursa: As 11 Zonas Turísticas da Bahia. Agora serão 12.

Para o remapeamento foram considerados como pontos muito importantes, a identidade do município e as distâncias e condições das estradas entre eles. Nas várias mesas de discussão entre os municípios da zona turística Lagos do São Francisco, foi proposta a criação da ZT Lagos e Canyons do São Francisco, com os municípios de Paulo Afonso, Glória, Santa Brígida, Abaré e Rodelas e a possibilidade de entrada do município de Jeremoabo. Os outros municípios: Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Sobradinho e Remanso formam outra ZT chamada Vale do São Francisco. A defesa dessa proposta apresentada por Paulo Afonso e aceita por todos teve como fundamentação a presença dos Lagos de Moxotó, que beneficiam Paulo Afonso e Glória na Bahia, além de Jatobá em Pernambuco e Delmiro Gouveia (Usina Apolônio Sales está em terras alagoanas), o Lago da Barragem PA-IV, da Prainha e Copa de Velas, o Canyon do São Francisco, em Paulo Afonso e o canyon da Baixa do Chico, no Raso da Catarina.

Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Turismo O Programa visa incentivar a produção regional associada ao turismo e o desenvolvimento de negócios nos diversos municípios das zonas turísticas, proporcionando o crescimento das oportunidades de emprego e a geração de renda, a partir de processos produtivos que sejam compatíveis com a vocação regional. A proposta é fomentar toda produção associada ao setor de turismo, com vista a alcançar três grandes objetivos: • inserir o turismo na matriz econômica do Estado; • incluir a população local no sistema de geração de riqueza proporcionado pelo turismo; e • implantar empreendimentos privados mais integrados às economias locais. O programa tem como base dois projetos: Pesquisa da Cesta de Consumo dos Complexos Turísticos e da Produção Local (Produção Associada ao Turismo) e o Projeto de Fomento a Criação de Arranjos Produtivos Locais. O projeto de pesquisa é o passo inicial do programa e tem a missão de gerar subsídios para a articulação dos órgãos governamentais em três níveis: na execução do Projeto de Fomento a Criação de Arranjos Produtivos Locais, no apoio a implantação de empreendimentos privados mais integrados às economias locais e no subsídio aos diversos órgãos governamentais para a atração de investimentos públicos e privados para as regiões. A pesquisa tem com objetivo principal realizar um diagnóstico da estrutura da oferta dos bens e serviços turísticos e da produção local de 11 Pólos Turísticos do Estado. Esse diagnóstico será feito através do dimensionamento do número e das principais características dos equipamentos e empreendimentos turísticos existentes. No caso específico dos meios de hospedagem, será feito também um diagnóstico da estrutura e dimensão do conjunto de insumos e de outros meios de produção consumidos por essa atividade, com identificação da localidade dos seus fornecedores diretos.

Produção Associada ao Turismo Neste processo de estruturação de novos destinos turísticos, criando novas ofertas de roteiros e produtos, há o incremento de novos valores agregados à estes produtos turísticos. Estes valores intrínsecos à região e relacionados à sua identidade potencializam estes novos produtos, gerando diferenciais capazes de fortalecer sua inserção no mercado de turismo. Esta nova forma de desenvolver novas ofertas realça a importância da produção associada ao turismo, que ganha força ao agregar empreendimentos e atrativos ao turismo, como o artesanato, o agronegócio de pequeno porte, as manifestações culturais, entre outras atividades. Por ser mais abrangente, esse novo foco sobre o turismo amplia a responsabilidade de todos que atuam nesse segmento, já que integra diversos atores de segmenSebrae Bahia 11


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tos distintos, embora afins.

Criação de Arranjos Produtivos Locais O objetivo deste projeto é promover a articulação entre os aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados no mesmo território, mas que ainda não apresentam vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem. Nessa articulação estão incluídas empresas produtoras de bens e serviços finais, fornecedores de insumos e equipamentos, prestadores de serviços, comerciantes, clientes e também outras instituições públicas e privadas, voltadas para a formação e treinamento de recursos humanos, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, além de promoção e financiamento. Embora a pesquisa que balizará o programa ainda esteja em curso, algumas ações já começaram a ser executadas.

O Roteiro dos Vinhos Circuito das Vinícolas Enólogos e apreciadores de vinho em geral não precisam mais sair da Bahia para conhecer um Complexo Enoturístico, produto turístico baiano situado na região conhecida como Lagos do São Francisco, no município de Casa Nova, a 573 quilômetros de Salvador. Para se ter uma idéia do potencial do negócio, hoje 15% dos vinhos finos produzidos no Brasil são oriundos do Vale do São Francisco. A beleza da região e sua vocação como produtora de vinhos finos a torna um ponto turístico potencial para o brasileiro e para os estrangeiros.

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O Roteiro dos Vinhos Fazenda Ouro Verde Na Fazenda Ouro Verde, os turistas tem visitas guiadas aos parreirais e aos locais de produção e armazenamento, com acesso à cantina, clave subterrânea, engarrafamento, destilaria e sala de degustação. Nos campos, os visitantes entendem como o tempo de maturação e de exposição das uvas ao sol é essencial para a qualidade do vinho. Substâncias como taninos, açúcares e polifenóis, que dão corpo à bebida, são apuradas mais rapidamente. Em Ouro Verde, numa área que se expandirá dos atuais 200 para 400 hectares em 4 anos, são produzidas cerca de 8 variedades de uva viníferas, entre as do tipo moscatel, cabernet sauvignon e shiraz destinadas à produção de espumantes, vinhos finos e brandies. Os vinhos finos são elaborados com processos de alta tecnologia, em que a recepção das uvas ocorre por gravidade, com processo de maceração cuidadosa que preserva ao máximo a integridade das frutas e com controle de temperatura durante todo o processo. O envelhecimento se dá em tanques de inox e alguns produtos envelhecem em barricas de carvalho. Já o brandy Osborne é feito a partir da destilação do vinho cabernet em que apenas 10% são extraídos num processo artesanal de envelhecimento e destilação conhecido como sistema de solera, tradicionalmente usado na Espanha. Brandy é o nome apropriado para toda a bebida do tipo conhaque que é produzida fora da região francesa de Cognac, mas que nada tem a ver com os aromáticos produzidos no Brasil com cachaça e folhas, do tipo alcatrão e seus congêneres. Em 2005, o trabalho que já era desenvolvido na Fazenda Ouro Verde pelas vinícolas Miolo e Lovara desde 2001 despertou o interesse da espanhola Osborne, maior produtora de brandy na Espanha, para produzir a bebida na Ouro Verde. O projeto exigiu investimentos da ordem de U$ 5 milhões em plantio de novos vinhedos, destilaria, infraestrutura e desenvolvimento do produto. Hoje, o processo de produção do brandy na Fazenda Ouro Verde, no sertão do São Francisco, é igual ao da Osborne na Europa.


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Contexto Sócio-Geográfico Vale do Rio São Francisco A CHESF construiu a Barragem de Sobradinho, gerando o maior lago artificial do mundo, com cerca de 5.000 km2 de espelho d’água e acumulando 34 bilhões de metros cúbicos. A manobra de Sobradinho é que abastece todo o sistema abaixo. O rio após Sobradinho está regularizado em 2.060 metros cúbicos por segundo. A barragem além de gerar energia, deriva um canal de irrigação que abastece 17.000 hectares de terra da Bahia e Pernambuco. Com a construção de Sobradinho foram transferidas cidades da Bahia: Pilão Arcado, Remanso, Casa Nova e SentoSé, além de inúmeros povoados. Cerca de 6.000 famílias foram transferidas para áreas que o INCRA preparou para esta finalidade, em Serra do Ramalho o famoso Projeto Especial de Colonização Serra do Ramalho ou simplesmente PEC. As famílias que eram habituadas a irrigar as terras receberam glebas de 25 hectares sem irrigação. Acabaram por transferir suas terras para terceiros e foram aumentar as periferias das cidades do vale. É neste contexto que se encontram os municípios participantes do destino turístico Vale do São Francisco, denominação alterada para Zona Turística Lagos e Canyons do São Francisco.

missão são-franciscana para catequizar os índios da região. Ergueram um convento e capela com uma imagem da Virgem que, de acordo com a lenda local, fora encontrada em grutas das imediações, por um indígena. Deu-se ao local o nome de Nossa Senhora das Grutas do Juazeiro, que deu origem à atual sede do município. Encontrando sob as frondosas árvores do Juazeiro, os mascates e tropeiros que descansavam e ouviam as histórias dos índios Tamoqueus, Guaisquais, Galache e outras tribos da nação Cariri, primeiros habitantes dessas paragens. Pequena aglomeração iniciada como “Passagem do Juazeiro”, povoava-se de casas de taipa e taperas, tendo suas terras incluídas nos domínios da Casa da Torre dos Garcias D’Ávilas, propiciando as condições de nascimento do primeiro povoado que deu a origem a cidade , ainda no século XX. Empenhados na catequese, chegaram em 1706 os Franciscanos, aldeando os índios Tamoquins, instalando assim a Missão Franciscana. Nessa consolidação, foi edificada uma capela e o convento onde hoje se situa a rua 15 de novembro, no centro da cidade. Um índio vaqueiro encontra nas grotas do rio (imediações da vila Amália) uma imagem de Nossa Senhora, talhada em madeira e a conduz à presença dos Capuchinhos Francis-

Juazeiro História de Juazeiro O nome da cidade vem dos Juazeiros, árvores presentes na região, desde a época da fundação. O município de Juazeiro, no norte do estado da Bahia, implantado à margem direita do Velho Chico, situa-se no ponto exato onde ocorria o cruzamento de duas importantes e estratégicas estradas interiores do Brasil. Do antigo porto de passagem de tropeiros e comerciantes que se embrenharam pelo sertão, ficaram, para o registro histórico, os frondosos pés de juazeiro - nome que deu origem ao município - e alguns monumentos da arquitetura civil do século passado. Um próspero comércio se desenvolveu às margens do Rio São Francisco, no principal ponto de divisa entre os estados da Bahia e Pernambuco. Juazeiro transformou-se em um moderno pólo agroindustrial, com intensa atividade de exportação. A cidade modernizou-se com a urbanização da orla fluvial e com o novo visual dos arcos da ponte Eurico Gaspar Dutra, agora ocupados por pequenos bares e restaurantes. A primeira entrada, fluvial, representada pelo Rio São Francisco, integrando o norte ao sul. A segunda, um caminho das bandeiras, aberto pelos paulistas, sob o comando de Domingos do Sertão, pelos baianos sob o comando de Garcia d’Ávila II, pelos pernambucanos sob o comando de Francisco Caldas e pelos portugueses sob o comando de Manuel Nunes. No ano de 1596, o território era percorrido pelo bandeirante Belchior Dias Moreira, Em 1706, chegava à região uma

canos. Colocada em nicho na primeira igreja construída em 1710, local da atual Catedral de Nossa Senhora das Grotas, padroeira de Juazeiro (BA), o fato foi logo aceito como um milagre e motivo para as crentes romarias. Somente no fim do século XVII, à sombra protetora da árvore, mãe do sertão, a cidade juazeiro, começa a surgir o que hoje se constitui num dos mais importantes núcleos urbanos do interior nordestino.

Aspectos Geográficos Está localizada na margem direita do Rio São Francisco, no extremo norte da Bahia, ligada à cidade de Petrolina, pela ponte Presidente Dutra. Possui um clima árido e semiárido, com alto risco de seca e que o período chuvoso ocorre Sebrae Bahia 13


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entre os meses de novembro e março, ou seja, no verão. A precipitação média anual está nos 399 mm, podendo variar dos 1055 aos 98 mm. E a temperatura média anual é de 24,2 °C, mas pode atingir a máxima de 43,6 °C e a mínima de 20,3 °C. A vegetação que cobre o município é a caatinga arbórea aberta com palmeiras e a caatinga arbórea densa sem palmeiras. Juazeiro está incluso na bacia hidrográfica do São Francisco, e território do município encontra-se os rios São Francisco, Curaçá, Malhada da Areia, Salitre, Tourão, Mandacaru e Maniçoba. Está a 502 km de Salvador, seus limites vão até os municípios de Curaçá, Sobradinho, Campo, Formoso, Jaguarari, Petrolina (PE) e Lagoa Grande (PE). Juazeiro exerce uma influência enorme na região do vale do São Francisco, por ser uma cidade de grande relevância nesta região. Possui uma área de 6.389,623 km², População de 243.896 hab. Se localiza na mesorregião Vale São Franciscano Bahia, Microrregião de Juazeiro.

Economia A cidade de Juazeiro é considerada a mais industrializada do vale do São Francisco, pois a mesma conta em seu distrito industrial (DISF - Distrito Industrial do São Francisco) com diversas indústrias e outros tipos de empresas. O vale do rio São Francisco é um pólo de desenvolvimento tecnológico da fruticultura irrigada, implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf) e iniciativa privada, com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Recentemente, a região tornou-se o segundo pólo vitivinicultor do Brasil, com produção anual de 7 milhões de litros de vinho - 15% da produção nacional, sendo 30% de vinhos finos, premiados nacional e internacionalmente, produzidos nas oito vinícolas instaladas em nos municípios pernambucanos de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista e em Casa Nova, na Bahia. A região dispõe da infra-estrutura do Aeroporto Internacional de Petrolina; da hidrovia do São Francisco, com o Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo; de eclusas na Barragem de Sobradinho; de ligação rodoviária com as principais capitais do Nordeste; e de uma termoelétrica com capacidade para geração 138 megawatts de energia. A região compreendida pelas cidades de Juazeiro e Petrolina tornou-se o maior centro produtor de frutas tropicais do país, tendo destaque para os cultivos de manga, uva, melancia, melão, coco, banana, dentre outros; este desempenho é responsável pela crescente exportação de frutas além da produção de vegetais a região é conhecida nacional e internacionalmente pela produção e qualidade dos vinhos, que tiveram grande crescimento com a implantação de mecanismos de irrigação, tornando-se a única região do país a colher duas safras de uvas por ano, e a maior exportadora e produtora de frutas do Brasil, mesmo se localizando no centro do polígono das secas. 14 Sebrae Bahia

Vale resaltar que em Juazeiro se encontra uma das maiores “CEASAS” (central de abastecimento) do Brasil, sendo o maior do interior do norte-nordeste do Brasil, sendo maior até que muitos Ceasas de várias capitais e responsável pela produção agrícola que abastece várias regiões do país. O turismo de Juazeiro é bastante tímido ainda. Contudo, vem recebendo investimentos destinados ao desenvolvimento turístico da Zona turística dos Lagos do São Francisco, uma das zonas da Bahia com potencial turístico na qual está inserido. E entre as atrações turísticas da cidade pode-se destacar a orla fluvial, o navio “Vaporzinho”, o Museu do São Franscisco, a Ponte Presidente Dutra, o Parque da Lagoa do Calu, a Estátua Nego D’água e as vinículos da região. A Orla fluvial é muito movimentada. Apresenta uma rede de bares e restaurantes movimentados onde pode-se apreciar a beleza do rio São Francisco. O Vapozinho foi o primeiro navio a vapor que navegou no Velho Chico, tendo sido importado dos Estados Unidos, antes de navegar nessa região ribeirinha fazendo o trecho Juazeiro-BA/Pirapora-MG, navegou no rio Mississipi. Ainda possui o Museu do São Francisco, recentemente, foi restaurado apresenta um acervo rico da história da cidade e do rio São Francisco. Outros pontos interessantes estão a Ponte Presidente Dutra foi inaugurada no ano de 1950, foi construída para ligar as cidades de Juazeiro-BA/Petrolina-PE, sendo hoje o maior eixo rodoviário do interior da região nordeste. Atualmente está passando por um processo de ampliação. O Parque da Lagoa do Calú é um local de lazer e entretenimento. A estátua Nego D’água está localizada dentro do rio São Francisco, na márgem juazeirense. É uma homenagem juazeirense às lendas e folclores do rio e dos ribeirinhos. Apesar da deficiência na infra-estrutura urbana, a cidade de Juazeiro apresenta características agradáveis que garantem a qualidade de vida da população, tais como a presença de praças bem arborizadas, a qualidade atmosférica no centro proporcionado pela preservação de características interionanas como a manutenção do fluxo de ar devido a ausência de edifícios e altas construções, além de tudo, a população local tem como característica a hospitalidade e a diversão que é facilmente comprovada em festas e comemorações populares.

Principais Pontos Turísticos Ilha do Rodeadouro A 12 Km de distância do Centro de Juazeiro, é uma das mais freqüentadas da região, com praias de areias alvas e excelentes para banho. Com uma razoável infra-estrutura a ilha possui barracas onde os visitantes podem degustar os mais variados pratos da região. Há também espaço para acampamentos , onde as pessoas podem passar os finais de semana usufruindo as belezas naturais do local.


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A travessia pode ser feita através de barcos localizados às margens do Rio São Francisco no povoado do Rodeadouro ou nas Barcas de passeio que saem todos os finais de semana do cais de Juazeiro até a ilha. Durante o percurso as pessoas curtem música ao vivo enquanto contemplam as paisagens naturais do Velho Chico.

Ilha do Fogo A ilha está localizada no centro da ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra, marca da divisa entre os Estados da Bahia (Juazeiro) e Pernambuco (Petrolina). Possui uma área praiana com terreno acidentado, formado por uma rocha única, de aproximadamente 20 m de altura, onde está fixado um cruzeiro.

Ilha Culpe o Vento A ilha é deserta e ideal para prática de acampamento selvagem. O acesso é feito pela rodovia BA 210, que liga Juazeiro a Curaçá, aproximadamente 15 Km até o local da travessia que é feitos por barcos localizados ás margens do Rio.

Ilha de Nossa Senhora A 2 Km da sede, possui uma exuberante vegetação variada com predominância de mangueiras e cajueiros, área de praias de areias alvas e águas cristalinas. È uma das ilhas mais freqüentadas, devido à beleza das suas praias.

Cachoeira do Salitre Localizada no Vale do Salitre, na Fazenda Félix, a 39 Km de Juazeiro, a cachoeira com salto de pouco mais de 2 m de altura é excelente para banho e muito apreciada pelas crianças da região, que se divertem nas águas do rio Salitre. O acesso é feito pela BA 210, sentido Sobradinho.

Cachoeira da Gameleira Também formada pelo rio Salitre, a Cachoeira da Gameleira fica a 68 Km de Juazeiro, escondida entre a vegetação

fechada da caatinga. Num cenário paradisíaco, a queda d´ água escorre entre um canyon, onde predomina um enorme gameleira, cuja as raízes se espalham formando sombra em parte da cachoeira. A profundidade do lago permite saltos do alto da cachoeira de aproximadamente 5 m.

Gruta do Convento Situada a 100 Km de Juazeiro, é uma aventura imperdível para quem gosta de passeios ecológicos. Cortinas e torres são formadas pelas estalactites e estalagmites que dão forma a Gruta de 40 m de largura e 30 m de altura, composta ainda por dois lagos tornando o cenário mais belo. Para conhecer a Gruta é necessário um guia nativo.

Remanso História Remanso é um dos município do estado da Bahia, localizado às Margens do Rio São Francisco. Sua população estimada em 2006 era de 37.639 habitantes. Fica às margens do Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo em espelho d’água, onde foi construída a hidroelétrica de Sob O território do município de Remanso está situado em terras que pertenciam ao Conde da Ponte, e posteriormente, com a divisão administrativa do Brasil em províncias, passou a fazer parte da Província de Pernambuco. Seu ponto de origem foi a fazenda Arraial, onde se abrigavam os fugitivos das lutas armadas travadas em Pilão Arcado, em fins do século XVIII. Isso fez aumentar o núcleo existente às margens do São Francisco, no local onde um grande remanso formava um seguro porto de atracação. O sítio, com seus terrenos férteis e vegetação adequada à criação do gado, atraiu novos moradores, que formaram rapidamente o arraial de Nossa Senhora do Remanso. Com a transferência da sede da Vila de Pilão Arcado para o arraial do Remanso, em 1857, foi criado o município com o nome de Vila de Nossa Senhora do Remanso do Pilão Arcado. Em 09 de agosto de 1900, a Lei Estadual nº 369 elevou a Vila à categoria de cidade com o nome de Remanso. Essa denominação se deve ao fato da existência na época, de um redemoinho formado pelo Rio São Francisco em frente à cidade. Em 1974, a sede foi transferida para a localidade de Nova Remanso, especialmente construída pela CHESF, distante 7 km da sede velha, encoberta pelas águas do lago de Sobradinho. Com a construção dessa hidroelétrica, os municípios de Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado e Sebrae Bahia 15


Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional nas Bordas do Sobradinho

Sobradinho, passaram por um processo de mudanças marcado pela retirada dos povos das cidades dos locais que iria ser ocupado pela represa nos anos 70. Isso foi de grande importância para estas cidades, no que se diz respeito à estrutura urbana, principalmente Remanso, que antes era uma cidade feia, de ruas estreitas, desorganizada e, com a mudança, através de um projeto da CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), Remanso passou a ser uma cidade bonita e estruturada, com ruas largas, onde 100% de suas ruas urbanas já estão iluminadas e, aproximadamente 90% da cidade já conta com uma rede de esgoto.

Economia Como na maioria das pequenas cidades do interior do Nordeste, Remanso é movimentada pela economia “natural”, agricultura, pesca e pecuária. Destaca-se em Remanso, o criatório de ovinos e caprinos, que tem sido uma causa de acidentes rodoviários, devido seus donos os criarem soltos nas estradas. Tem uma potencialidade muito grande e pode ser aproveitada como agricultura irrigada, criação de abelhas, turísmo local, minérios e outros. Tem grande potencial na área de turismo, em esportes náuticos, por se situar a beira do Lago de Sobradinho.

com área desmembrada do município de Remanso, que por sua vez já pertencera a Pilão Arcado. Seu nome original foi São José do Riacho de Casa Nova. Distante 572 km de Salvador, durante boa parte do século XX, era normal ir de Casa Nova a Juazeiro de barco, vapor ou caminhão. De lá, tomava-se o trem para Salvador, uma vez que a ligação ferroviária Salvador-Juazeiro existia desde 1896. Na segunda metade do século XX, a progressiva decadência do transporte ferroviário no Brasil terminou por atingir o trecho, que foi totalmente desativado em meados da década de 90, depois de passar anos operando apenas para o transporte de cargas. O último trem de passageiros intermunicipal da Bahia, o “Marta Rocha”, que ligava Alagoinhas a Senhor do Bonfim, foi desativado em 1989.

Geografia

Geografia A maior riqueza natural de Remanso é o Rio São Francisco, com maravilhosas prainhas e o porto fluvial chamado de Cais onde se deslumbra um dos mais belos por do sol do mundo, Remanso tem com atração as variedades da caatinga a vegetação nativa. Remanso possui muitos atrativos turísticos naturais, a maioria deles ligados ao Rio São Franscisco. Na borda do lago têm-se a Praia de Amaralina ou Prainha, o caís, os passeios pelo rio São Francisco, as ruínas da “Velha Cidade”, entre outros.

Calendário Cultural Gastronomia regional (galinha caipira, pescados e carne de bode), a micareta, conhecido atualmente como entre os dias acontece Remafolia em Maio e Julho e o Remafest a festa de Nossa Senhora do Rosário são outros atrativos importantes do município.

Casa Nova História Segundo o IBGE, sua população em 2007 era de 62.862 habitantes. A localidade de Casa Nova surgiu na primeira metade do século XIX, a partir da descoberta e comercializaçãode sal em seu território. Algumas publicações mencionam como seu fundador um português senhor Viana, sem revelar mais informações sobre o personagem. Oficialmente o município foi criado por lei provincial de 1879, 16 Sebrae Bahia

Casa Nova se situa às margens do rio São Francisco. Mais precisamente, fica no Baixo Médio São Francisco. A área total do município é de 9.657,51 km2, o que o torna o quarto maior em território na Bahia, atrás de Sento-Sé (12.871 km2), Correntina (12.242 km2) e Pilão Arcado (11.700 km2). Para fins de comparação, Luxemburgo, país europeu com o maior PNB (Produto Nacional Bruto) per capita do mundo, tem 2.586 km2. Ao longo de sua história, houve mais de uma tentativa de emancipar de Casa Nova seu distrito mais desenvolvido, Santana, o que terminou não ocorrendo até hoje.

Economia Mais de 1 milhão de garrafas de vinho são produzidas anualmente no município de Casa Nova. Não é pouco, considerando que se trata de indústria relativamente recente no município. Na região de Casa Nova é normal serem colhidas duas safras de uva por ano. Para a produção de vinho, porém, quantidade importa menos que qualidade. Produzir bons vinhos a um preço competitivo é um desafio para o Brasil em geral e para a região de Casa Nova em particular.


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Casa Nova tem o maior rebanho de caprinos da Bahia, com 403.410 cabeças (dados da pesquisa Produção Pecuária Municipal, realizada pelo IBGE em 2005). A Bahia, por sua vez, tem o maior rebanho de caprinos do Brasil. A caprinocultura, tradicionalmente associada à subsistência no Brasil, só recentemente passou a receber, na região de Casa Nova, um maior cuidado em relação à melhoria da qualidade do rebanho. Essas medidas, aliadas ao beneficiamento local da carne e o leite de cabra, podem, a médio prazo, multiplicar o potencial econômico da criação de caprinos no município.

Calendário Cultural Entre as comemorações do município de Casa Nova, destaca-se a Festa do Interior, normalmente realizada na primeira quinzena do mês. Ela combina barracas de distritos e povoados, shows musicais e parque de diversões. Busca valorizar a cultura regional e estimular a economia municipal, considerando o grande público que se faz presente.

O projeto da CHESF era, depois de concluída a construção, organizar a retirada dos trabalhadores e destruir o núcleo urbano formado. No entanto, diante de forte mobilização dos moradores, e através de plebiscito em 1989, acabou por se tornar uma cidade permanente. Orgulho da engenharia brasileira, a barragem forma o maior lago artificial do mundo em espelho d’água, com 4,2 mil hidroelétrico, possuindo hoje seis unidades geradoras e capacidade de armazenamento de 34 bilhões de metros. O antigo povoado teve origem através dos índios da tribo Tamoquim em uma localidade conhecida na época por Serrote da Aldeia, hoje vila S. Francisco. Após a chegada dos portugueses, no final do século XVI, surgiu a Fazenda Tatauí, que, em tupi-gurarani, significa flecha de fogo.

Geografia

Sobradinho

Clima semiárido, a cidade que fica na região dos lagos do São Francisco no interior do estado. Tem paisagens exuberantes e proporciona ótimos passeios ecoturísticos. Sobradinho tem como maior atração a Barragem do Sobradinho que atrai praticantes de esportes náuticos. Possui vegetação de caatinga.

História

Turismo

Sobradinho foi idealizada inicialmente para servir de acapamento aos trabalhadores que seriam necessários para se construir a barragem. Porém, após a construção, muitas famílias decidiram adotar o lugar como moradia e fixaram residência na cidade em uma das suas vilas São Joaquim, São Francisco e Santana.

A facilidade de acesso ao público incentivou a prática de esportes náuticos, os quais vêm se intensificando, especialmente a vela-hobbie-cat, laser, wind-surf e jet-ski. A pesca do surubim é outra atividade de lazer que atrai pescadores amadores e profissionais, além de ser uma importante atividade econômica. Depois de preparado à moda local, o pescado ainda vale uma bela refeição.

A história de Sobradinho é atípica. Em 1971, o Ministério das Minas e Energia, visando regularizar e garantir uma vazão mínima do Rio São Francisco, para o aproveitamento otimizado das turbinas das usinas hidrelétricas de Paulo Afonso e Moxotó, tomou a decisão de construir a Barragem de Sobradinho. No antigo distrito, localizado a 46 quilômetros da sede do município de Juazeiro, ao qual pertencia, iniciaram-se já em 1973, as obras de construção da barragem de Sobradinho. Logo a povoação tornou-se um grande núcleo urbano, habitado pelos trabalhadores que edificavam a barragem.

Principais Pontos Turísticos Ilha da Fantasia Um reduto sobre as águas do São Francisco, a Ilha da Fantasia está situada no meio do Lago do Sobradinho, com enormes dunas e abrangente vista panorâmica. O acesso para visitas é livre. O local conta com um restaurante.

Lago do Sobradinho A maior atração turística deste município, considerado o maior lago artificial do mundo. Tem uma área de 4 mil quilômetros quadrados de espelho d´água e capacidade de armazenamento de 34 bilhões de metros cúbicos de água, oriundas do Rio São Francisco.

Pinturas Rupestres da Tribo Tamoquins A 27 quilômetros de Sobradinho, em São Gonçalo da Serra, num lugar de fácil acesso, estão as pinturas rupestres deixadas pela Tribo Tamoquins. Os habitantes do lugar ainda guardam histórias e rituais típicos da época destes primeiros moradores. Os habitantes tentam manter sólida a tradição do lugar. Enquanto os descendentes dos Tamoquins dançam o “Toré”, os descendentes dos portugueSebrae Bahia 17


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ses fazem a dança de São Gonçalo, como forma de reviver os costumes d’além mar, passando para as novas gerações, toda a história de seus antepassados. Mais adiante existe uma região chamada “Corrente”, considerada pelos nativos um lugar sagrado, e com muitos mistérios, que somente os mais velhos pajés conheciam. Os moradores falam de um tesouro escondido pelos caciques Tamoquins, e há quem garanta que este tesouro ainda está no local.

Sítio Bom Sucesso e Porto Juacema Para quem gosta de relaxar e curtir a natureza, o Sítio Bom Sucesso é a pedida ideal. Além de uma ampla área de lazer e passeio, o local oferece trilhas em meio à mata nativa e uma surpreendente fonte permanente de água cristalina - Olho d´Água do Bom Sucesso. O acesso é livre. O Porto Juacema também é rota certa para quem visita Sobradinho. Rodeado por águas calmas, a região é ideal para a prática de esportes náuticos. Dispõe de uma boa estrutura para visitantes, com áreas de lazer, quadras esportivas e serviços de bar e restaurante.

de origem, Pilão Arcado, sendo seu Topônimo Anterior, Manuel Vitorino.

Geografia Tem como fronteira os municípios de Campo Formoso, Casa Nova, Itaguaçu da Bahia, Jussara, Morro do Chapéu, Pilão Arcado, Remanso, Sobradinho e Umburanas. Tantas cidades como divisa dão a dimensão da extensão territorial de Sento Sé, que possui 12.871 Km2 e é o 3º maior município do estado em território, segundo dados da SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Situada as margens do lago de Sobradinho, na região do São Francisco, a cidade é cercada de um lado pelo Velho Chico e do outro lado por belíssimas serras. De clima semi-árido, sua vegetação é predominantemente do tipo caatinga

Eclusa de Sobradinho Eclusa é um reservatório em forma de câmara que possibilita, pelo enchimento e esvaziamento, que uma embarcação transponha uma diferença de nível. Para vencer o desnível criado pela barragem de Sobradinho (BA) foi construída a eclusa que visa, portanto, restabelecer a navegação em todo o trecho anteriormente navegável do rio, perfazendo um estirão de 1.371 Km entre as cidades de Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). A eclusa de sobradinho, dadas as suas características e as soluções adotadas para sua construção, ocupa um lugar de destaque entre as que se encontram em operação atualmente. O seu desnível máximo, de 33,5 metros, a situa entre as quatro de maior desnível já construídas no mundo.

Sento Sé História Localizada no norte da Bahia, fundada em 1832, tem uma historia bem peculiar. Está entre as cinco cidades que tiveram que ser inundadas por causa da construção da Barragem de Sobradinho. A nova Sento Sé erguida em 1976, foi sendo pouco a pouco habitada pelos moradores da antiga sede, que submergiu às águas. O Município de Sento Sé está situado na região do Baixo Médio São Francisco, às margens do Rio São Francisco, na borda do Lago de Sobradinho, no Estado da Bahia. Criado por Decreto Imperial de 06 de julho de 1832, Lei Vigente nº 628, com data de 30 de dezembro de 1953 e, no Diário Oficial de 18 de fevereiro de 1954. Tem como município 18 Sebrae Bahia

Atualmente, Sento Sé possui cerca de 38.000 habitantes, divididos entre a sede e o interior, segundo dados do IBGE. Distância de 689 km de Salvador. Dotado de grande potencial hibrográfico, na bacia do São Francisco, Sento Sé tem além do Lago formado pela Barragem, o rio Jacaré ou vereda do Romão Gramacho e o Riacho do Mulungú, demonstrando assim a tendência natural para a prática da Pesca no Lago.

Economia A economia da cidade de Sento Sé é muito fraca, o povo da cidade de Sento Sé depende mais da prefeitura da cidade, uma cidade mais para aposentado, a cidade de Sento Sé é muito calma e pequena, a coisa mais importante da cidade de Sento Sé é o Rio São Francisco fica nas margens do rio. Faltando ser explorado o turismo de eventos náuticos as margens do Lago de Sobradinho.


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Parte 3: ANÁLISE

Perfil do turismo atual Quem é o turista que se encontra atualmente na região? O turista por acaso

Em geral, nesse caso que, como dito, é o mais representado, parece que o perfil seja uma descrição mais de um “viajador para um escopo” do que um turista; um “viajador para um escopo” que deve ser convencido a permanecer um pouco mais aqui... não sem dificuldades. “uma vez chegaram aqui um monte de pessoas para um congresso científico organizado pela universidade, sobre a agricultura orgânica. Todos queriam saber o que fazer “depois”, à noite, todos pediram informações, mas ninguém as dava! Ninguém dizia eles o que fazer... em suma, eles estavam aqui para um congresso, perto de um grande lago, e não tinham acesso a nenhuma informação. Ruas ruins, nada de nada, nem um lugar onde fazer xixi...como podem descobrir o surubim, o cari, se ninguém informa?”

O turista vinícola, ou enoturista

É a categoria mais representada: trabalhadores, representantes, homens provavelmente em viajem por negócio, ou grupos que estão em viajem para interesses acadêmicos/ universitários, convenção, técnicos/científicos, estudantes universitários que visitam as produções de agricultura biológica, a usina eólica, a irrigação de alta tecnologia, e pessoas que estão na região, ou estavam aqui por interesses científicos e/ou business e aproveitem para fazer um pouco de “turismo”, ou que simplemente voltam, com a mulher e a família toda, porque querem aprofundar aquilo que haviam, “descoberto”. Trata-se de pessoas entre os 2545 anos, que ficam na região para interesses de pesquisa, científico, agronômico, agronegócio (entendendo a corrente toda, inclusive fito-fármacos), pessoas já suficientemente informadas, de nível sociocultural médio e médio alto. Veja-se que aqui o dado interessante é justamente a “descoberta” ou seja, não sabiam, não conheciam ou não tenham considerado a área como uma possibilidade turística. Então, estão turistas “por caso”. E “descobrem”. Descobre a comida local, o rio, o lago... mas sobretudo o vinho. “Por exemplo, uma turista de São Paulo, que estava em férias em Recife (aquela, sim, turisticamente muito conhecida...), ouviu falar do itinerário do vinho, do enoturismo, então pegou um avião e chegou a Petrolina, entrando ao chegar à loja das informações sobre o vinho, no aeroporto, para documentarse.” “Chegaram 33 estudantes, em ônibus, de Salvador. Depois do congresso todos visitaram a vinícola”

Diferentemente do turista por caso, esse é o turista que chega especificamente na área para fazer uma visita turística. Todavia, o dado interessante, mesmo nesses casos é o conhecimento da parca oferta de atrativos do Vale: o interesse é quase exclusivamente em torno da visita a vinícola, da compra do vinho. Trata-se de turistas que chegam de Recife, Salvador, mas também Rio de Janeiro e São Paulo, freqüentemente verdadeiros apaixonados e conhecedores do vinho. Alguns chegam de mais perto, visitadores assíduos, às vezes organizados em grupos numerosos que chegam em ônibus fretados, uma minoria também em avião (facilitados pelas negociações feitas com as companhias aéreas que não cobram como bagagem em excesso o vinho comprado). Sebrae Bahia 19


Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional nas Bordas do Sobradinho

Em outros casos trata-se de pessoas curiosas, ou que querem saber algo mais sobre o vinho do ponto de vista “técnico”, como jovem casais ou pequenos grupos de amigos, às vezes mulheres, que vêem na visita a vinícola uma coisa interessante, nova e original, a descobrir “Frequentemente chegam aqui com sapatos inadequados para andar na vinha, as mulheres de salto alto, e tomam fotos em qualquer lugar, como se estivessem no museu!” Mais em geral, trata-se de turistas com um bom potencial econômico, instruídos, médicos ou trabalhadores autônomos, que parecem, todavia, limitar o interesse apenas ao vinho. Poder-se-ia então afirmar, nesses casos, que não são nem interessados na área, mas apenas na vinícola, ou, pelo menos, a degustação.

O turista pós-moderno (também vinículo...)

sabe, como não conhece quais outras alternativas oferece a cidade, e nem é interessado: não acolhe sugestões, escolhe poucas opções, entende otimizar o (pouco) tempo que tem a disposição, e muitas vezes o interesse pelo vinho é interesse de negócio. Parece quase exclusivamente interessado ao enoturismo – já tem uma cultura do vinho e mais, na verdade, acolhem um mensagem clara e consciente proveniente da cidade mesma que, de fato, vendo justamente o turismo “eno” – um turismo sem ligações com o território e a comunidade. Muito poucas pessoas vão a Remanso. As dunas são pouco conhecidas, e, no entanto, não oferece (não ainda, pelo menos) nenhuma infraestrutura adequada: o turismo na região parece limitado a Juazeiro-Petrolina, e mesmo assim, apenas ao vinho, ou pouco mais. É, de fato, um tipo de turista que dificilmente volta (além de quem tem interesse no negócio); uma vez satisfeita a curiosidade, cai o interesse ao retornar. Ademais, quem chega com ônibus fretados, normalmente grupos numerosos, tem pouca margem de movimento e descoberta: a viajem já é organizada pelas agências de Salvador, Recife, etc.

O turista “em trânsito”

Turistas do fim de semana, ou seja, interpretes de um jeito relativamente novo de fazer turismo, pós-moderno, de “curtíssima viajem”. Pequenos, mas frequentes nos deslocamentos durante o ano ou fim de semana, e geralmente passando apenas duas noites em hospedagens. Trata-se de pessoas que chegam de lugares relativamente perto (Recife, Salvador), mas também de Rio, São Paulo; muitas vezes em auto, às vezes em ônibus confortável, de classe social média e média-alta. O modelo de fruição da cidade, nesse sentido, parece mais ou menos estereotipado e comum: chegada sexta-feira a noite, jantar ao “Bodódromo” (a primeira coisa que o turista faz chegando aqui è ir a Petrolina ao Bodódromo...), ao sábado visita a vinícola, e domingo retorna à casa. Esse tipo de turista parece chegar com poucas idéias, mais claras, sobre o que quer fazer – ir ao Bodódromo e visitar uma ou mais casas vinícolas. E, então, não apenas não

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É o turista de passagem, que talvez chegasse com o próprio carro, muitas vezes representantes que estão mudando de um lugar para outro; parece muito ao turista por caso, mas a diferença é que por enquanto o turista por caso procura uma região por outros motivos além do turismo, mas o turista em transito não tem como destino a região, é apenas de passagem. Todavia pode acontecer, também nesse caso, que “descubra” na região um interesse turístico.


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O turista “local”... vinículo

É o turista regional, aquele que mora nas proximidades, de classe social média e média-baixa, curioso sobre a vinícola, tendendo também a voltar diversas vezes a visita, talvez para acompanhar parentes e amigos – si sente “partícipe” da realidade local e, orgulhosamente, quer ser participe e compartilhar com pessoas a ele próximas. “alguns, que não chegam de muito longe, eu já vi muitas vezes; cada vez que chegam trazem um amigo, um outro cliente para nos, e cada vez fazem o roteiro de vinho, degustam e apreciam”

O turista “local”... de massa

É o turista de domingo, ou nos dias feriados, que chega a ilha de Rodeadouro. Não um “verdadeiro” turista interessado a realidade local, mas aquele que gosta passar um domingo de descanso e de prazer. São os habitantes menos ricos, moradores sobretudo de Juazeiro e de Petrolina. Música ao alto volume, “barracas” e muita cerveja... os mais ricos chegam a ilha co pequenos barcos ou lanchas, a maioria em ônibus, alguém de carro, para depois aproveitar uma rápida passagem em barco de cerca de 5 minutos. Interessante como ao lado “baiano” da ilha, aquele que olha ao lado Juazeiro, tem muito movimento, caos, acervo rumoroso e numeroso. Mais tranqüilos, menos rumorosos e com uma barraca apenas, aqueles que escolhem por ficar no lado “Pernambucano”. E os dois lados são separados apenas por pouco metros, em um tipo de “terra de ninguém”, onde tem até um instante de silencio.

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Projeto de Desenvolvimento do Turismo Regional nas Bordas do Sobradinho

Análise da Demanda Turística O turismo é um fenômeno social que envolve deslocamento através do espaço (a viagem) em um determinado período de permanência nos lugares visitados – locais que não são os de residência ou trabalho, onde há sempre uma intenção de volta ao lar. Fenômeno que se externaliza de forma material e/ou imaterial sobre os ambientes econômico, social, cultural e natural, onde localidades visitadas se agregam a motivações desvinculadas das relações de trabalho, envolvendo expectativas, através de abstrações e fantasias que são construídas por uma variedade de práticas não turísticas; aparece como importante condicionante das práticas turísticas o “olhar do turista”, construído através de um conjunto de signos. (Gráfico 1 / Fonte: PLOG, 1977) A expressão “olhar do turista” constitui-se como importante reflexo das práticas turísticas na abordagem de URRY (1990). Entretanto, ele afirma que o turista não tem um único “olhar”, pois isso depende de contextos da sociedade, grupo social, história em questão, etc. Assim, não se pode falar de uma experiência universal para todos os visitantes em todos os tempos e espaços. Dessa maneira, os turistas podem ser classificados numa linha de comportamento psicossocial. Segundo a tipologia determinada por PLOG (1977), existem os tipos alocêntricos num extremo da linha e psicocêntricos no outro. O grupo dos alocêntricos sente-se atraído por novos destinos desconhecidos, nos quais não existe o desenvolvimento turístico prévio e onde pode se adaptar aos costumes locais. O grupo dos psicocêntricos, no entanto, busca locais familiares, não se aventura a lugares desconhecidos, não se adapta aos costumes das regiões que visita e necessita infraestrutura turística sólida para sua experiência. Geralmente os alocêntricos derivam de grupos sociais com maior poder aquisitivo que os psicocêntricos. Entre esses dois padrões, completamente opostos, Plog situa os para-psicocêntricos, os cêntricos e os para-alocêntricos, argumentando que a maioria da população pertence aos cêntricos. Para este projeto, foram modelados quatro perfis de visitantes bem distintos, porém, interdependentes, que convertem para a região, e que melhor se encaixam nos padrões

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supracitados. São eles o Regional, o Enoturista, o Por Acaso e o Pós-moderno. Tal classificação surgiu a partir de uma leitura sócio-etnográfica dos dados obtidos com o diagnóstico preliminar efetuado por nossa equipe na região.

Regional Ligado ao conceito de turismo de massa, o turismo de “sol e praia” é responsável pela atração dos maiores fluxos de visitantes e tem o seu sucesso associado ao fato de ser a modalidade de turismo mais intensiva e, portanto, mais adequada à exploração industrial. E é nessa categoria que se encontram o visitante e/ou turista denominado aqui como o regional. Subdividido em local, regional, enoturista regional, de agronegócio, religioso, de “sol e praia”, de “festa” e de eventos regionais. Os visitantes locais e regionais – compostos, majoritariamente, por psicocêntricos – são frequentadores típicos das orlas, ilhas e balneários fluviais e pouco se interessam pelo contexto histórico-cultural da região. Geralmente percorrem esses roteiros em veículo próprio ou coletivo, e com caráter intermodal (van/lancha), durante os fins de semana e/ou feriados, em grupos pequenos (geralmente família ou amigos) e convergindo sempre para equipamentos com grande afluxo de pessoas. E, segundo FLUVIÁ & MENA (1998), esta modalidade de turismo é especialmente sensível à variação da renda dos consumidores. Segundo eles, o aumento de 1% na renda do turista significaria um incremento de 1,76% na sua demanda pelo turismo de “sol e praia”. Além disso, atualmente, o turismo no Vale do São Francisco concentra-se principalmente no setor de negócios, caracterizando-se por sua forte sazonalidade, com um fluxo maior de visitantes no segundo semestre, pico das exportações de frutas. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos de Petrolina-PE, nessa época a taxa de ocupação nos hotéis chega a 90% em contraponto aos 35% dos primeiros seis meses do ano. Dessa maneira, há uma necessidade de atrair eventos para toda a região nesse período de baixa.


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Enoturista É o visitante exclusivo das vinícolas, procedente de grupos de cêntricos e de para-alocêntricos, com relevante independência socioeconômica e com interesse específico e roteiro programado, mas que pode se interessar pelo contexto histórico-cultural da região, quando este vier a ser ofertado em sub-roteiros consolidados.

período de tempo maior.

Pós-moderno

O enoturista ainda é uma figura pouco conhecida no Brasil, por isso a elaboração de um perfil é fundamental para o desenvolvimento do setor. Os primeiros traços desta personalidade começaram a ser revelados pelo Estudo da Motivação dos Consumidores de Enoturismo da Região Turística Uva e Vinhos (situada na Serra Gaúcha), trabalho desenvolvido pelos alunos do Curso de Turismo da UCS Bento Gonçalves-RS.

Retornando ao raciocínio de URRY (1990), “ser turista” é uma das características da experiência “moderna”. Portanto, não viajar é como não possuir um carro ou uma bela casa. Consequentemente, o modelo do visitante pós-moderno é composto por indivíduos de interesses generalizados, de relevante independência socioeconômica e mobilidade espaço temporal mais específica, que, por vezes, tendem a fugir de pacotes preestabelecidos e preferem consumir roteiros não convencionais. O tipo mais extremo desse modelo – composto por indivíduos alocêntricos – programa sua própria viagem e, ocasionalmente, frequenta locais de pouco afluxo de pessoas.

De acordo com o levantamento realizado pelos acadêmicos, o enoturismo se desenvolveu mais onde existem roteiros turísticos. Ou seja, para reduzir os custos com marketing, as vinícolas se reuniram, identificaram um aspecto comum na produção do vinho ou do território e organizaram os roteiros.

Esse perfil é fruto de uma sociedade pós-moderna, onde o individualismo e o desejo de consumir são essenciais, sendo este último, relacionado a fatores motivacionais e determinantes como, por exemplo, o status. Atraído por um circuito “alternativo” de festas e casas de espetáculo – por vezes descontextualizado do senso cultural da região

Em contrapartida, nas vinícolas do Vale do São Francisco, com exceção da Garziera, ainda não existe grande estrutura turística, mas a região anda se mobilizando, inclusive com uma forte associação turística regional. Entretanto, mesmo com pouco tempo de seu lançamento como novo polo do enoturismo nacional, a região, que conta com oito vinícolas, demonstra um acentuado crescimento em seu fluxo de visitação. Segundo estimativas da Setur-BA, a média mensal de turistas que visitam a Fazenda Ouro Verde, da vinícola Miolo, em Casa Nova, na Bahia é de 600 pessoas. E este fluxo foi reforçado pelo incremento de novas opções de voos que chegam ao aeroporto de Petrolina. Atualmente, são pelo menos quatro linhas diárias, para capitais brasileiras como São Paulo, Recife e Brasília.

Por acaso Além do enoturismo, a fruticultura irrigada, a carne de bode, festividades regionais e eventos agropecuários tornaram o Vale do São Francisco conhecido em todo o Brasil e até no exterior. É justamente esse conjunto que tem atraído um número crescente de visitantes “casuais” à região. A modalidade por acaso é caracterizada por indivíduos oriundos de grupos de psicocêntricos e cêntricos que, afluem para o Vale do São Francisco, orientados por um evento específico, e dispõem de pouquíssimo tempo para fruição da oferta do entorno durante sua permanência. Entretanto, ao se depararem com uma roteirização regional mais elaborada e diversificada, ficam interessados e planejam retornar à localidade com seus familiares por um

de oferta, no entanto, mais aproximado de eventos que ocorrem nos grandes centros, tais como festivais de arte e música eletrônica e encontros digitais – são consumidores ávidos de todo e qualquer produto que os possibilite estarem “atualizados” com as constantes reinvenções promovidas pelo próprio segmento. Também, além da busca de status, componentes deste padrão são participantes integrais da denominada Economia da Experiência (PINE; GILMORE, 1999) ou Sociedade dos Sonhos (FEATHERSTONE, 2002), uma nova tendência oriunda da ciência econômica que tem se difundido em diferentes setores, inclusive na atividade turística. Essa tendência baseia-se no conceito das experiências e emoções que o consumo de determinado produto causa no consumidor, oportunizando vivências individualizadas e, desta forma, singulares (BENI, 2003). Por conta disso, alguns representantes desse modelo possuem o “olhar do turista” (URRY, 1990) bem mais aguçado. Dessa forma, conseguem vislumbrar muito além das possibilidades preestabelecidas. Consequentemente, este tipo de visitanSebrae Bahia 23


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te poderá também se interessar, além da experiência do enoturismo, pelo artesanato e gastronomia locais e pelos potenciais ecoturístico/turismo de aventura e técnicocientífico mapeados no diagnóstico.

Percepção das localidades: O “lado de lá” Talvez não seja preciso incomodar o “Amur”, o grande rio que separa a China da Rússia (Sibéria), para falar do Rio são Francisco, que separa Juazeiro de Petrolina, a Bahia do Pernambuco... Brincadeira a parte, o “Velho Chico” é, de fato, uma fronteira não apenas geográfica, mas também simbólica e ‘culturalizada’. O turista parece perceber as duas cidades como uma única meta – de fato se viaja a “Juazeiro e Petrolina”, dificilmente, no imaginário dos turistas, se vai em viagem apenas a uma cidade ou a outra, um tipo de “cities tour” mais de que um “city tour” – como se as duas cidades estivessem percebidas como uma realidade homogênea, e de fato os turistas parecem até surpreendidos, e curiosos em descobrir as diferenças. Entretanto, tem uma qual rivalidade, não institucional, mas encarnada e narrada pelas pessoas que vivem nas duas cidades – em Petrolina se fala que Juazeiro é um “subúrbio” de Petrolina, que o Pernambuco vendeu Juazeiro da Bahia para cobrar uma dívida... estragando-a. E então não é um caso que o lado baiano do rio a noite seja muito povoado... todos olham ao outro lado, com inveja. Em juazeiro diga-se que, claro, é do outro lado que as pessoas são invejosas, e de fato as estátuas na beira do rio olham pelo lado de Juazeiro, dando as costas a Petrolina. O rio reproduz no seu estado atual um conceito segmentador de identidade. O rio é uma linha divisória, uma passagem de fronteira com o fim de afirmar a sua própria identidade. O rio marca a fronteira e a identidade, mas não se vive na fronteira, não se vive na margem da identidade. O rio reproduz as duas identidades “encarnadas” (a baiana e a pernambucana), mas ele também reafirma a distância: quando se cruza, de qualquer modo se muda, esperando retornar. Ademais, dado extremamente importante, a área toda como meta turística parece ser restrita as duas cidades e às vinícolas. Do ponto de vista turístico o Vale de São Francisco, no seu conjunto, carece ainda de se valorizar, seja na criação de estruturas receptivas, seja na formação de um “imaginário” do Vale como possível lugar turístico.

Estruturas Emerge uma idéia de considerar Petrolina e Juazeiro como referência para “hospedagem”, alimentação, vida noturna , Sobradinho para o lago (ainda pouco ou nada explorado 24 Sebrae Bahia

turisticamente), Casanova para a vinícola (na realidade a vinícola é a única referencia turística em Casanova), e desse ponto de vista a própria vinícola tem uma imagem ambígua – é uma realidade que atrai os turistas, mas essa atração não parece recair positivamente na cidade. E verdade que iniciativas de receptivos estão em fase projetual, mas, no entanto quem visita a vinícola, mesmo com Casanova assim perto, depois deve voltar para Juazeiro, ou, mais freqüentemente Petrolina, para comer... Nas palavras de um residente de Casanova “Em Casanova, simplesmente, não temos nada para turistas. Nada mesmo!” Nem cinema nem teatro em Petrolina... quiçá uma agência de turismo receptivo (apenas agências emissivas, ou seja, para viajar fora da área) em Juazeiro. A sensação é que chegam pequenos grupos organizados, interessados talvez ao Enoturismo – o turista “fai da te” , autônomo, que não parece buscar aqui um verdadeiro suporte; agradece a passagem sobre o rio, mas lamenta da qualidade dos serviços da cidade em geral, mesmo aproveitando dos preços baixos (pelo menos em comparação com São Paulo e Rio). Têm, todavia, organizados guias turísticas. Muito ativos, organizam cursos sobre o turismo, também a nível universitário, mas é significativo que quem freqüenta os cursos não parece verdadeiramente levar em consideração a hipótese de fazer dessa atividade uma profissão (muitos já têm um trabalho). Na última turma de 18 formados, apenas 6 pediram a licença, e destes 2, no máximo 3, estão trabalhando como guias turísticas, o que traduz uma carência de suporte ao turistas, sobretudo nas datas sensíveis, como o 12 de Outubro ou o 15 de Novembro. Seria talvez interessante também trabalhar para uma maior motivação dos guias. Estes, organizados em cooperativa, parecem muito dinâmicos, mas parecem mesmo deixados mais ou menos sozinhos, sendo sua atividade deixada mais a iniciativa e ao engenho pessoal e não a um sistema estruturado de suporte; em muitos casos os porteiros dos vários hotéis nem possuem os números de telefone deles, ou não sabem dar informações básicas aos clientes. “Qualquer pergunta feita em hotel, sobre qualquer informação, muito frequentemente gera respostas surreais! Eu assisti uma vez um cliente perguntando ao porteiro onde se podia mergulhar no rio, ele respondeu superficialmente: aqui ao lado. Mas não era verdade, ele não sabia!” O aeroporto de Petrolina parece pouco utilizado. Quatro a seis vôos por dia, segundo a média e ainda, não parece o meio de transporte preferido das turistas. O avião parece transportar provavelmente homens em viajem a negócio, enquanto a maioria dos turistas chega à cidade por via rodoviária. O centro de informações turísticas no aeroporto parece ainda não muito organizado. Bom nível informativo, mas a infraestrutura, como mesa, cadeira, são trazidas pessoalmente pela equipe que lá trabalha. E então, em geral, emerge a necessidade de potencializar infraestruturas e


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acessibilidade, assim como uma melhor qual qualidade do serviço, mais bem cuidada e proativa para com o turista. “porque aqui, na realidade, o atendimento é péssimo para um turista verdadeiramente exigente. Existe uma procura, do lado dos turistas, de maior infraestrutura, e mais eficiência.” Sem considerar um detalhe tão importante quanto a infraestrutura, a não atenção em promover iniciativas overpromising, como a Praça do Peixe, que na realidade, segundo alguns, nada mais é que uma barraca.

A Morada da Arte Bem kitsch, na realidade nada possui de característico/típico que possa atrair um turismo significativo, sendo mais um bazar de gadget, com pouco appealing – um funcionário dorme com a cara apojada na cadeira na frente, e em duas horas de observação, entra uma pessoa, da cidade, apenas para cumprimentar.

Casa do Artesanato Muito mais contextualizado culturalmente em comparação com a Morada da Arte, o centro, aberto em Janeiro de 2010, tem quartos temáticos, dedicados a grupos de artesãos, ou a um tema artesanal, sendo um lugar acolhedor, calmo e convidável, fortalecendo a valorização do artesanato local, ético e sustentável, apenas lamentando sua colocação ao lado do Insinuante, com música ao altíssimo volume que poderia desencorajar alguém a visita. Também no caso da Casa do Artesanato, uma referencia ao vinho, a sublinear como o investimento objetivo e de imagem sobre a realidade vinícola seja muito presente. Freqüentado por turistas e grupos de estudantes, sobretudo de ensino de base, os visitantes tiram fotografias, sendo possível observar um artesão fazer seu original trabalho com partes de latão recicladas.

Percepção das localidades: O paraíso desconhecido Imagine esta cena: Mesa sobre um pergolado sombreando o deck de madeira no alto de uma colina de areia. Em volta 280º de um espelho d´água verde esmeralda. Sobre a mesa, posta em uma estrutura de madeira reflorestada e confortáveis cadeiras, encontra-se um saboroso peixe ao molho de tangerina, harmonizado à um Chardonnay. Uma leve brisa sopra, tornando o ar refrescante. Ao horizonte, bem distante, resquícios do continente, deixando apenas uma lembrança do que deixamos para trás. Aproveita-se o momento. Poder-se-ia dizer que se trata de um conto sobre um distante local do Mediterrâneo ou das ilhas caribenhas. Mas afirmo que é aqui no estado da Bahia, mas precisamente, a beira do Lago do Sobradinho, que, com exceção do deck sombreado pela pérgola, pode ser experimentado por qualquer um. Mas porque esta imagem não é concretizada como um produto turístico? Creio que a imensidão que circunda esta região do Sobradinho faz com que hajam apenas pensamentos ou projetos tão grandes quanto. Por que não começar pelo essencial. Pela experiência. Existe nas bordas do Lago do Sobradinho uma série de potenciais produtos comercializáveis para os visitantes, embora a cegueira de vermos a solução em nossa frente, não fortalece atitudes de transformá-los em realidade. Será preciso que um estrangeiro para descobrir estas riquezas brutas e transformá-las em produtos comerciais. Nas atividades de pesquisa desta primeira etapa, foram identificados em cada uma das cidades visitadas, potenciais equipamentos turísticos em estado de abandono ou subutilização. Estes produtos em muitas vezes, não se tornaram sustentáveis pela dependência de recursos públicos, não conseguindo manter-se com a demanda existente de consumidores. Esta demanda também se apresenta parca, ou devido a não promoção do local como potencial destino ou produto da cadeia turística, ou pela não conformação para com o publico existente na região, possível mantenedor econômico destes (já que a região ainda não se apresenta como parte integrante da oferta turística). Este documento sugere que se utilize de outras ferramentas de instrumentação comercial dos potenciais empreendimentos turísticos. Ferramentas tais como Design Estratégico, Branding (Marketing de Experiência), arquitetura efêmera, que com abordagens diferenciadas, e agregadas à identidade cultural latente da região, potencializem os empreendimentos, fazendo com que tenham uma visão mais comercial, sem esquecer das características de seu público consumidor. Propõe-se enfim que a imagem acima descrita, não fique nem restrita à publicações idílicas estruturadas apenas Sebrae Bahia 25


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nas mentes dos leitores e confrontada com uma realidade oposta, nem a seletos públicos consumidores que se dispõem a pagar pelo diferencial de estar em tais espaços, exigindo privacidade.

Enoturismo, a promover, mas não apenas rol e relacionamento com a comunidade Parece delinear-se uma característica ambígua do papel do turismo vinículo na área. Por um lado, è certo um grande potencial de atrativo na região, e já é um “ímã” que atrai muitos turistas, e é objeto de grande promoção: cursos de enoturismo, acordos com as vinícolas, iniciativas em projeto como o “Vapor do Vinho”. Por outro lado, parece todavia “canibalizar” a oferta turística, obscurecendo outros recursos. Interessantes e esclarecedoras as palavras de uma entrevistada institucional, graduada em turismo: “ao sul, por exemplo, não iram apenas pelo vinho, iram também para a paisagem, para a gastronomia, para a cultura... deveria ser assim aqui também, no nordeste não tem aquela grande cultura do vinho, então, abaixo do guarda-chuva de todo o Vale, o vinho deveria também ser valorizado, mas não apenas isso, como atrativo turístico.” Quase um “excesso de entusiasmo” por o vinho a encabeçar iniciativas que alguém considera pouco oportunas, como a idéia de produzir vinho na ilha de Massangano, idéia que parece ignorar a realidade e o eco equilíbrio da ilha. “colocar uma mono-cultura de uva em uma ilha que tem mata natural me parece uma ação eradicada do contexto real... e não foi consultado nenhum turismologo. Parece necessário considerar o conceito de ´enoturismo´ como horizonte não exclusivo do turismo, mas como uma força motriz para promover a região em um sentido mais amplo, com uma maior coesão entre contexto e iniciativa. Por exemplo, a passagem sobre o rio é pouco utilizado e pouco explorado, a falta de restaurante e equipamentos, e, afora uma cooperação mais estreita entre vinícolas e instituições, o ´turismo do rio´ ainda está confinado à iniciativa e empreendimentos privados (embora o projeto do Vapor do Vinho seja uma boa iniciativa, neste sentido ainda é uma iniciativa privada), sem maiores apoios e promoção. A navegação turística no rio é um tour exclusivamente dominical (exceto para poucas reservas de grupos), e está totalmente confiada ao dono do barco, que faz as vezes de guia, apresentador, e que por sua própria conta faz a ronda nos hotéis a procura de clientes para a viagem que começa as 10h30 de domingo. “Até pedi a universidade um estagiário, mas nada, disseram 26 Sebrae Bahia

que não” Estes passeios dominicais são uma espécie de sightseeing aquático a recolher os turistas que ficam alguns dias ou o fim de semana, sendo as mesmas pessoas que se vêem nas vinícolas, na Casa do Artesão, e que comem e bebem relaxadamente a bordo, e que portanto, não são os visitantes dominicais da região, o turista ´de massa´, ao menos nas palavras de um entrevistado na ilha do Rodeadouro. Da mesma forma, por exemplo em Casanova, o desenvolvimento da infraestrutura e a oferta parece ser limitada apenas à iniciativa privada, com o surgimento de pelo menos 5 estruturas receptivas, com o intuito de oferecer hotéis, restaurantes, atividades esportivas, dirigidas não só a turistas, mas também à população local. Como disse um entrevistado: “Além dos dias da Festa da Cebola (Casanova é um dos maiores produtores de cebola do Brasil), os turistas em Casanova não existem. A vinícola os trás a próximo de Casanova, que poderia ser também um atrativo, mas logo depois a visita voltam atrás” Talvez fosse interessante reforçar um turismo deiferenciado, como o rural ou o agrícola, que atuaria em termos de envolvimento da comunidade, uma estratégia de envolvela na atividade turística, não centrada apenas em “catedrais (de vinho) no deserto”, destino que ignora todo o contexto. Alguns exemplos são: • Projeto de reconstrução da mata ciliar; • Piscicultura: promover a pesca, o turismo de pesca praticado no rio bem como submerso; • Jardinagem Biológica: um fato de grande importância na região, também no tema de interesse acadêmico; • Eventos: pelo menos 5 / 6 grandes festivais por ano; • Cultura Popular; • Artesanato: aqui tem alguns dos maiores artesãos da madeira do Brasil, um potencial de interesse turístico enorme, mas todo o sistema de artesanato sofre de uma certa falha logistica/organizativa. O agronegócio, em especial, é um grande recurso na área. Além de fazer o vinho, que poderia ser oferecido como uma comunhão entre a comunidade e turistas, não deixando apenas a cargo da iniciativa privada (ex.Miolo) a exclusividade da propulsão do turismo, mesmo com a parceria da Bahiatursa. E ainda, neste caso, uma certa contradição parece surgir, especialmente em Petrolina, pois há uma proliferação de iniciativas destinadas a promover o consumo, o lazer, a movimentação econômica, expostas nas palavras de uma das entrevistadas: Estão abrindo muitos hotéis. Por que? Por que TAM abriu mais vôos? Por que McDonald está abrindo aqui? Os preços estão crescendo muito, terrenos e casas, todas as grandes empresas construtoras de Salvador, São Paulo, Recife estão


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presentes aqui. Não é a fruticultura que esta crescendo, não é o turismo, não é um mercado “produtivo”, mas a indústria do “gastar dinheiro”. Neste ponto de vista, então, dentro das politicas de incremento do turismo, insistindo em aspectos sociais e científicos, os maiores investimentos estão acontecendo em outros lugares.

Mapas Através dos dados coletados, primários e secundários, nas etapas de campo e in office, foram sistematizados mapas ilustrativos da realidade encontrada, de forma a facilitar a leitura da oferta dos produtos turísticos existentes e dos projetos de novos equipamentos identificados no período. Este mapeamento serve como instrumento de análise de quão estão sendo aproveitadas as potencialidades da região, bem como desenvolver novas estratégias de integração e fortalecimento regional.

Produtos existentes Este mapa representa os produtos turísticos existentes, consolidados ou em estado de esquecimento. Dentre estes se encontram equipamentos como hotéis, restaurantes/ bares, museus, centros de cultura, pontos turísticos, entre outras tipologias.

Roteiros existentes Dentro da realidade do turismo regional e estadual, encontram-se já em oferta alguns roteiros. Neste mapa estão sistematizados estes roteiros e sua integração entre si.

Projetos existentes Foram identificados durante a etapa de campo, alguns projetos de novos empreendimentos relacionados com o turismo. Estes estariam integrados às potencialidades regionais, tais como respeito ao meio ambiente, gastronomia local, uso do potencial fluvial do Lago do Sobradinho, ampliação da oferta de unidades de hospedagem, etc.

com que a oferta turística de uma região torne-se mais rentável e comercialmente viável. A roteirização confere realidade turística aos atrativos que estão dispersos através de sua integração e organização. A roteirização auxilia o processo de identificação, elaboração e consolidação de novos roteiros turísticos e, além disso, tem como função apontar a necessidade de aumento dos investimentos em projetos já existentes seja na melhoria da estrutura atual, seja na qualificação dos serviços turísticos oferecidos. Dessa forma, o processo de roteirização pode contribuir para o aumento do número de turistas que visitam uma região e do seu prazo médio de permanência nos destinos, estimulando, como já dissemos a circulação da riqueza ali gerada. A roteirização deve ter como foco a construção de parcerias, que podem se dar nos níveis municipal, regional, estadual, nacional e internacional, de modo a buscar o aumento das oportunidades de negócios nas regiões turísticas. A elaboração dos roteiros turísticos deve ter como base a oferta turística efetiva ou a demanda turística efetiva ou potencial. Sua operacionalização deve ser feita por meio da promoção e da comercialização. O termo sub-roteiro está aqui sendo aplicado no intuito de diversificar a discussão de produtos turísticos, trazendo à discussão a possibilidade de que criação de produtos turísticos pode ir além de um complexo empreendimento comercial ou empresarial. Um sub-roteiro pode vir a ser apenas uma integração entre uma fazenda e o restaurante, criando um momento de experiência que vai além do consumo daquele empreendimento apenas. Aqui propomos esta singularidade para que em cada produto turístico existente ou potencial, o empreendedor tenha consciência de que seu equipamento deverá transmitir uma mensagem ao consumidor, uma experiência única e marcante, que faça com que ele lembre-se dela, repercutindo no seu retorno ao local de origem. Além disso, esta mensagem deverá estar integrada às outras, fruto dos outros equipamentos existentes, fazendo com que todo o roteiro turístico tenha uma identidade única, fortalecendo o brand experience do consumidor turista.

Possíveis novos roteiros As potencialidades que a região dos Lagos do Sobradinho oferece é demais grandiosa. Uso do lago, diversidade cultural.

Criação de ´sub-roteiros´ O Brasil é um país que pode se orgulhar de ter uma grande diversidade de atrativos turísticos, distribuídos por seu enorme território. Esses atrativos podem ser naturais, como praias, rios, florestas e animais, e culturais, como artesanato, culinária, festas folclóricas e outras manifestações. Por diversos motivos, esses atrativos têm o potencial de atrair turistas para as localidades onde se encontram. É a partir da identificação e da potencialização dos atrativos que se inicia a organização do processo de roteirização, fazendo Sebrae Bahia 27


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Mapa ilustrativo dos roteiros comercializados e possibilidades de criação de novos produtos.

28 Sebrae Bahia Fonte: overbrand, 2010


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Conclusão Algumas ações se fazem necessárias para estruturação de uma proposta de novos roteiros na região do Lago do Sobradinho, ações que perpassam desde planejamento estratégico à infra-estrutura e capacitações. Visando a criação de um background de informações capazes de subsidiar este planejamento futuro, vemos a necessidade de se fazer as etapas abaixo listadas:

• Produção (finalização) do Inventário Turístico Cultural - consolidando as informações culturais existentes em toda a vasta região. • Desenvolvimento de um Manual de Referências Iconográficas aplicáveis aos produtos. - apoiando a elaboração de produtos promocionais e turísticos, criando uma gestão da marca Lago do Sobradinho. • Elaboração do Plano Estratégico de Constituição do Destino Lago do Sobradinho. - apoiando um planejamento coerente com as demais ações em curso. • Projeto de Identidade Mercadológica da região. - promovendo, junto com as outras ações em andamento, a região Lago do Sobradinho.

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Referências Bibliográficas BENI, Mário C. Globalização do turismo: megatendências do setor e realidade brasileira. São Paulo: Aleph, 2003, pp. 72-73. FEATHERSTONE, Mike. Cultura de consumo e pós-modernismo. São Paulo: Studio Nobel, 2002. FLUVIÁ, Modest; MENA, Francesc. Política Turística: entre la sostenibilidad y el desarrollo económico. En: La competitividad turística del município. Estudios de gestión turística, Barcelona: ESADE, 1998, pp.34-41. PINE II, Joseph; GILMORE, James H. O espetáculo dos negócios: desperte emoções que seduzam os clientes, sensações intensas determinam o valor de produtos e serviços. 2 ed. Rio de Janeiro, 1999. RUSCHMANN, Doris. Turismo e planejamento sustentável: A proteção do meio ambiente. Campinas, SP: Papirus, 1997, pp. 93-96. URRY, John. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. 2ª. ed. São Paulo: SESC/Studio Nobel, 1996, pp. 121-123. Caminhos do Fazer. Guia de Produtos Associados ao Turismo. SEBRAE / MTur. 2010. Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 7, Roteirização Turística/ Ministério do Turismo. Brasília, 2007. Site http://www.flogao.com.br/remansobahia/8158470 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1. bp.blogspot.com http://4.bp.blogspot.com http://www.prefeituradesentose.com.br/ http://media.photobucket.com/image/ http://www.integracao.gov.br/programas/programasregionais

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Glossário Turístico Atrativos turísticos – locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los. Os atrativos turísticos podem ser naturais; culturais; atividades econômicas; eventos programados e realizações técnicas, científicas e artísticas. Demanda turística – quantidade de bens e serviços consumidos em um dado período, em determinado local, e por um determinado número de turistas. Destino turístico – local, cidade, região ou país para onde se movimentam os fluxos turísticos. Equipamentos e serviços turísticos – conjunto de serviços, edificações e instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística e que existem em função desta. Compreendem os serviços e os equipamentos de hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte, eventos, lazer etc. Fluxo turístico – todo e qualquer deslocamento de um conjunto de turistas que se movimenta de uma direção a outra, unidirecionalmente, num contexto espaço-temporal delimitado, com um ponto comum de emissão e um ou vários pontos de recepção. Infra-estrutura de apoio ao turismo – é todo o conjunto formado por obras e instalações de estrutura física e de serviços, indispensáveis ao desenvolvimento do turismo e existentes em função dele. Oferta turística – conjunto de atrativos turísticos, serviços e

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equipamentos e toda infra-estrutura de apoio ao turismo de um determinado destino turístico, utilizados em atividades designadas turísticas. Produto turístico – é o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos, acrescidos de facilidades, ofertado de forma organizada por um determinado preço. Rotas, roteiros e destinos podem se constituir em produtos turísticos, por exemplo. Região turística – é o espaço geográfico que apresenta características e potencialidades similares e complementares, capazes de serem articuladas e que definem um território, delimitado para fins de planejamento e gestão. Assim, a integração de municípios de um ou mais estados, ou de um ou mais países, pode constituir uma região turística. Roteiro turístico – itinerário caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística. Segmentos turísticos – a segmentação é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os diferentes segmentos são estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta de serviços e atrativos turísticos e da variação da demanda por esses elementos. Trade turístico – conjunto de agentes, operadores, hoteleiros e prestadores de serviços turísticos, que incluem restaurantes, bares, redes de transporte etc.


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Equipe

Carlos Cointeiro, Gestor de Projetos

Mario Bestetti, overbrand Nilson Ribeiro, overbrand Claudio B. Costa, overbrand Valerio Antonietti, Lexis Ricerca overbrand designers associados Ltda www.overbranddesign.com.br

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34 Sebrae Bahia Fazenda Ouro Verde (Casa Nova)


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... é só saber harmonizar!

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Este documento foi elaborado pela equipe da overbrand designers associados (BR), em parceria com a Lexis Ricerca (IT), para o SEBRAE Bahia, AgĂŞncia Juazeiro, em novembro de 2010.

36 Sebrae Bahia Navegando sobre o SĂŁo Francisco (Remanso)


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